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Fármacos Que Atuam No Metabolismo Osteoarticular
Fármacos Que Atuam No Metabolismo Osteoarticular
PROPÓSITO
Compreender o papel da resposta inflamatória, do metabolismo ósseo e do
remodelamento ósseo, para que possamos relacioná-los às principais
propriedades farmacológicas dos fármacos que atuam nestas regulações,
frequentemente alteradas nos distúrbios osteoarticulares. Uma vez que
estes distúrbios são muito incidentes em nossa população, todo profissional
de saúde deve reconhecer nestes fármacos as suas principais indicações
clínicas, os efeitos adversos, as contraindicações e as interações
farmacológicas quando presentes, para, assim, garantir uma terapia
medicamentosa mais segura e eficaz para o paciente.
OBJETIVOS
:
MÓDULO 1
MÓDULO 2
MÓDULO 3
INTRODUÇÃO
O metabolismo osteoarticular compreende uma complexa regulação de
diversos componentes em nosso organismo. Alterações em sinalizações e
respostas celulares neste metabolismo podem promover inúmeros
processos patológicos, que resultam em dores articulares, limitações no
:
funcionamento das articulações, diminuição da massa óssea, fratura óssea
e, frequentemente, muita dor.
MÓDULO 1
INFLAMAÇÃO
INFLAMAÇÃO
:
Resposta fisiológica de proteção às lesões teciduais causadas por trauma
físico, agentes químicos e microbiológicos nocivos. Também pode ser
estimulada por respostas imunes inadequadas, como ocorre nas doenças
autoimunes. Portanto, a inflamação é a tentativa do organismo de reparar o
tecido após uma lesão.
NOCICEPTORES
Fibras nervosas sensoriais que percebem a dor, isto é, que podem ser
ativadas por vários estímulos nocivos, térmicos, mecânicos ou químicos.
Os mediadores inflamatórios liberados durante a lesão tecidual aumentam
a sensibilidade destas fibras e potencializam a percepção da dor. Os
nociceptores apresentam terminações nervosas localizadas na pele, em
tecidos profundos e nas vísceras.
VIA DA LIPOXIGENASE
VIA DAS ENZIMAS CICLO-OXIGENASES
(COX)
VIA DA LIPOXIGENASE
COX-1
COX-2
COX-1
COX-2
São induzidas pelo processo inflamatório, por meio das citocinas pró-
inflamatórias, pelo estresse de cisalhamento e pelos promotores de tumor.
Logo, as prostaglandinas produzidas pela COX-2 têm sua expressão
aumentada em decorrência do processo inflamatório.
ANTI-INFLAMATÓRIOS NÃO
:
ESTEROIDAIS (AINE)
Inicialmente, começaremos a discutir sobre os anti-inflamatórios não
esteroidais (AINEs), que são importantes medicamentos devido à grande
utilização clínica e aos seus efeitos analgésicos, antitérmicos e anti-
inflamatórios. Atualmente, existem mais de 50 AINEs diferentes
disponíveis no mercado mundial, que compartilham do mesmo mecanismo
de ação.
De forma geral, a maioria dos AINEs é bem absorvida por via oral, com boa
disponibilidade. Ligam-se extensamente às proteínas plasmáticas e
distribuem-se amplamente por todo o corpo, inclusive nas articulações,
proporcionando maior efeito local anti-inflamatório. Sofrem
biotransformação hepática e possuem excreção renal. Por este motivo,
muitas vezes, são contraindicados em pacientes que possuem insuficiência
hepática e renal. A maioria dos fármacos são biotransformados por enzimas
do complexo do citocromo P450, e, portanto, é importante orientar o
paciente no sentido de evitar a automedicação durante a terapia com os
AINEs, devido à possiblidade de interações medicamentosas.
:
PRINCIPAIS PROPRIEDADES
FARMACOLÓGICAS DOS AINES
TROMBOCITOPENIA
EFEITOS ADVERSOS
:
Alguns indivíduos podem apresentar efeitos pulmonares, como o
broncoespasmo, efeito relacionado ao aumento da síntese dos leucotrienos
(promovem a broncoconstrição). O uso do AAS também pode promover
alterações renais e hepáticas por onde são metabolizados e eliminados.
Outro efeito adverso raro, mas grave, é denominado síndrome de Reye,
em que foi encontrada uma associação entre o uso de AAS em indivíduos
diagnosticados com Influenza e o aumento do risco de encefalite associado
ao quadro de degeneração gordurosa hepática. Este mecanismo ainda
permanece desconhecido.
TROMBOCITOPENIA
Fonte:fonte.com.br
ATENÇÃO
DICLOFENACO
Pode ser administrado pela via oral, retal, solução oftálmica ou em adesivo
tópico. É rapidamente absorvido após administrado oralmente e encontra-
se 99% ligado a proteínas plasmáticas. Possui T1/2 curto de
sinovial, aumentando seu efeito terapêutico. Por isso, muitas vezes, são
indicados para o tratamento em longo prazo da artrite reumatoide,
osteoartrite e a espondilite anquilosante. Em decorrência de seus efeitos
analgésicos, são indicados para a dismenorreia primária e enxaqueca.
EFEITOS ADVERSOS
Da mesma forma que a maioria dos AINEs, os principais efeitos adversos
do diclofenaco são relacionados ao trato gastrointestinal (TGI), como
sangramentos e ulcerações, além da hepatotoxicidade, com o aumento das
transaminases. Para diminuir estes efeitos, atualmente tem-se realizado a
sua associação com o misoprostol (derivado sintético da prostaglandina
:
PGE1) para proteção do TGI. O misoprostol reduz a secreção de ácido
INDOMETACINA
EFEITOS ADVERSOS
:
Os efeitos colaterais mais comuns da indometacina também estão
relacionados ao TGI, como pancreatite, dor epigástrica, anorexia,
dispepsia, náusea, úlcera péptica, sangramento gastrointestinal, e estão
relacionados aos pacientes que utilizam este fármaco (de 35 a 50%).
Outros efeitos colaterais são decorrentes ao efeito do fármaco no SNC,
como cefaleia, tonturas, confusão mental. Por isso, não são indicados para
idosos, pacientes com epilepsia, transtornos psiquiátricos ou doença de
Parkinson. Outros efeitos colaterais mais raros também podem ocorrer,
como a neutropenia, trombocitopenia, anemia aplástica, erupções
cutâneas, prurido, urticária e crises agudas de asma. Devem ser utilizados
somente depois que outros anti-inflamatórios menos tóxicos forem
ineficazes.
:
IBUPROFENO
EFEITOS ADVERSOS
Os principais efeitos adversos estão relacionados ao TGI, mas também
podem apresentar trombocitopenia, agranulocitose, erupções cutâneas,
cefaleia, tonturas e prolongamento do tempo de sangramento. São
contraindicados em pacientes com hipersensibilidade cruzada, doenças
gastrointestinais e insuficiência hepática e renal.
ÁCIDO MEFENÂMICO E
MECLOFENAMATO
:
O ácido mefenâmico e meclofenamato são derivados dos fenamatos. Eles
são inibidores não seletivos da COX, com eficácia semelhante ao AAS. São
indicados para o tratamento de curta duração da dor em tecidos moles,
além dos casos de artrite reumatoide, osteoartrite e dismenorreia.
EFEITOS ADVERSOS
Os efeitos adversos mais frequentes são a elevação das transaminases
hepáticas e as alterações no TGI (diarreia e desconforto gástrico). A
anemia hemolítica autoimune pode acontecer, mas não é frequente. São
contraindicados para crianças, grávidas e pacientes com patologias no TGI
e renal.
ACETAMINOFENO OU PARACETAMOL
EFEITOS ADVERSOS
Não possui efeitos adversos intensos em doses terapêuticas. Entretanto, a
:
sua metabolização em altas doses está relacionada com a geração de um
metabólito tóxico (NAPQI), que necessariamente deve ser conjugado e
excretado no rim. Caso contrário, pode culminar em quadros de
hepatotoxicidade e necrose hepática. É contraindicado em pacientes com
insuficiência hepática e renal. O paracetamol é um dos principais
causadores de intoxicação medicamentosa, principalmente em crianças.
Entretanto, em casos de intoxicação, podemos utilizar a N-Acetilcisteína e a
vitamina K para diminuir a absorção e reverter o risco de sangramento
destes pacientes.
DIPIRONA
EFEITOS ADVERSOS
NIMESULIDA
CELECOXIBE
EFEITOS ADVERSOS
MÓDULO 2
GLICOCORTICOIDES
RETROALIMENTAÇÃO NEGATIVA
PRIMEIRA ETAPA
A primeira etapa de regulação deste eixo é a dispensa do hormônio de
liberação da corticotropina (CRH) pelo hipotálamo devido aos fatores
estimulantes citados anteriormente.
SEGUNDA ETAPA
A liberação do CRH culmina na produção do hormônio adrenocorticotrófico
(ACTH) pela adeno-hipófise.
TERCEIRA ETAPA
Por fim, o ACTH atua nas células da zona fasciculada do córtex da
suprarrenal e induz a produção de cortisol, que é liberado de forma pulsátil
para a corrente sanguínea. A presença de níveis elevados de cortisol
diminui a síntese e a liberação de CRH e ACTH através de uma regulação
por retroalimentação negativa.
EFEITOS ADVERSOS
ATENÇÃO
DOENÇAS PULMONARES
Asma brônquica
DOENÇAS VASCULARES E DO
COLÁGENO
PROCESSOS ALÉRGICOS
Leucemias, anemias
DOENÇAS GASTROINTESTINAIS
DOENÇAS INFECCIOSAS
Sepse
DOENÇAS NEUROLÓGICAS
TRANSPLANTE DE ÓRGÃOS
PROCESSOS INFLAMATÓRIOS
:
OSTEOARTICULARES
Artrites e bursites
EFEITOS ADVERSOS
ANTI-HISTAMÍNICOS
PRIMEIRA GERAÇÃO
:
Difenidramina, hidroxizina, clorfeniramina e prometazina.
SEGUNDA GERAÇÃO
EFEITOS ADVERSOS
FÁRMACOS ANTIRREUMÁTICOS
METOTREXATO
O metotrexato é antagonista do ácido fólico (inibe a produção de citocinas),
possui atividade citotóxica, imunossupressora e potente efeito
antirreumático. Atualmente, tornou-se a base do tratamento de pacientes
com artrite reumatoide. Foi observado que ele retarda o aparecimento de
novas erosões nas articulações envolvidas.
SULFASSALAZINA
A sulfassalazina produz remissão na artrite reumatoide ativa. Ela também é
usada para doença inflamatória intestinal crônica. Pode atuar removendo
metabólitos tóxicos do oxigênio produzidos por neutrófilos, mas o seu
mecanismo de ação no tratamento da artrite reumatoide permanece
desconhecido. Embora seja administrada por via oral, possui reduzida
biodisponibilidade. O início de sua atividade pode demorar de 1 a 3 meses.
Distúrbios gastrointestinais, mal-estar e cefaleia são os efeitos adversos
mais comuns, mas também podem ocorrer reações cutâneas, leucopenia e
depressão da medula óssea, fazendo-se necessário a monitorização
hematológica durante a terapia. Podem ser utilizados comprimidos
revestidos gastrorresistentes para reduzir estes efeitos.
PENICILAMINA
Acredita-se que sua ação em modificar a doença reumática está associada
à redução da síntese da citocina IL-1 e à inibição da síntese do colágeno.
No entanto, este mecanismo ainda não está estabelecido. Após
administrada por via oral, somente 50% da dose é absorvida e alcança
concentrações plasmáticas máximas em 1-2 horas. É preferencialmente
eliminada na urina. A ocorrência de efeitos adversos é frequente, muitas
vezes determinando a suspensão do tratamento. Dentre eles, rashes e
estomatites são os mais comuns, mas podem apresentar anorexia, febre,
náuseas, vômitos e proteinúria. O monitoramento hematológico também é
necessário no início da terapia. São contraindicados em pacientes com
leucopenia ou anemia falciforme.
HIDROXICLOROQUINA E CLOROQUINA
São fármacos utilizados na prevenção e no tratamento da malária. Eles são
:
indicados para patologias articulares. No entanto, o mecanismo de ação
para esta indicação permanece desconhecido. Na artrite reumatoide, são
utilizados somente quando outros tratamentos citados anteriormente
tenham falhado. Os efeitos antirreumáticos são tardios (6 semanas a 6
meses após o início do tratamento), e somente metade dos pacientes
respondem ao tratamento. Podem apresentar efeitos adversos, como
náusea, vômito, tonturas, turvação da visão e sintomas de urticária.
CICLOSPORINA E TACROLIMO
A ciclosporina pode ser administrada por via oral ou intravenosa, apresenta
T1/2 plasmático de aproximadamente 24 horas, é metabolizada no fígado, e
AZATIOPRINA E LEFLUNOMIDA
A azatioprina é amplamente utilizada para imunossupressão,
particularmente na artrite reumatoide. O principal efeito indesejável é a
:
depressão da medula óssea, além de náuseas, vômitos, erupções cutâneas
e a hepatotoxicidade.
A leflunomida promove inibição dos linfócitos. É ativa por via oral e bem
absorvida pelo trato gastrointestinal. Apresenta T1/2 plasmática prolongada,
ATENÇÃO
Nenhum destes fármacos pode ser administrado por via oral, e, portanto, a
administração geralmente é realizada subcutânea ou por infusão
intravenosa. Dependendo dos fármacos, podem ser administrados a cada
duas semanas ou mensalmente. A resposta clínica geralmente é observada
duas semanas depois do início do tratamento, mas alguns pacientes podem
não responder a esta terapia em razão de mecanismos ainda
desconhecidos.
EFEITOS ADVERSOS
RESOLUÇÃO
Esse paciente teve bom controle dos sintomas durante um ano. Todavia,
no momento, está com exacerbação prolongada, indicando,
provavelmente, agravamento da doença (e não apenas exacerbação
temporária). Além dos achados físicos e da determinação dos reagentes
de fase aguda, como velocidade de hemossedimentação ou proteína C
reativa, seria aconselhável obter radiografias das mãos e dos pés para
documentar a possível ocorrência de lesão articular. Pressupondo o
achado dessa lesão, a conduta apropriada deve consistir em associação
de FARMD não biológicos (p. ex., metotrexato, sulfassalazina e
hidroxicloroquina) ou a adição de um medicamento biológico,
habitualmente um inibidor do TNF. O acompanhamento deve ser feito
entre 1 e 3 meses para avaliar a resposta e a toxicidade. Os efeitos
colaterais que exigem cautela consistem em risco aumentado de infecção,
possível aparecimento de linfoma e, raramente, anormalidades
hematológicas ou das provas de função hepática. É importante ressaltar a
necessidade de acompanhamento rigoroso, incluindo mudança das
medicações a cada 3 a 6 meses, até a obtenção do controle total da
doença.
MÓDULO 3
METABOLISMO E
REMODELAMENTO ÓSSEO
Formação de osteoclastos.
VOCÊ SABIA
ATENÇÃO
ATENÇÃO
DOENÇAS ÓSSEAS
OSTEOPOROSE
Dentre esses distúrbios, a osteoporose é o mais comum, caracterizada pela
diminuição da massa óssea e do conteúdo mineral com perda da
arquitetura interna do osso, de modo que a reabsorção exceda a formação
óssea. Na osteoporose, os ossos tornam-se frágeis, e os pacientes têm
maior risco de fraturas após mínimos traumas.
OSTEOMALÁCIA E RAQUITISMO
Outras doenças ósseas que necessitam de terapia farmacológica incluem a
osteomalacia e o raquitismo (forma juvenil da osteomalacia), atribuídos à
deficiência de vitamina D, mineralização insuficiente da matriz óssea, que
resulta no amolecimento dos ossos.
DOENÇA DE PAGET
A doença de Paget apresenta distorção dos processos de reabsorção e
remodelamento ósseo, que resulta na formação de um osso
desorganizado, aumentado ou deformado, mas diferente da osteoporose,
limita-se a um ou poucos ossos.
FÁRMACOS UTILIZADOS NO
TRATAMENTO DE DOENÇAS
ÓSSEAS
FÁRMACOS ANTIRREABSORTIVOS
São fármacos que reduzem a perda óssea, como bisfosfonatos, calcitonina,
moduladores seletivos do receptor de estrógeno (SERMs), antagonistas do
RANKL.
FÁRMACO ANABÓLICO
É o fármaco que aumenta a formação óssea: teripatida.
BISFOSFONATOS
ALENDRONATO
O alendronato por via oral é o bisfosfonato de escolha para a profilaxia e o
tratamento da osteoporose, administrado diariamente ou semanalmente,
associados ao cálcio e à vitamina D.
RISEDRONATO
É uma alternativa para a prevenção e o tratamento da osteoporose pós-
menopausa.
:
ÁCIDO ZOLEDRÔNICO
Também é uma opção terapêutica para tratar a osteoporose; pode ser
administrado anualmente por infusão intravenosa, mas possui elevado
custo.
PAMIDRONATO
Pode ser utilizado por infusão intravenosa na doença de Paget e na
hipercalcemia associada a neoplasias malignas.
EFEITOS ADVERSOS
CALCITONINA
INJEÇÃO SUBCUTÂNEA OU
:
INTRAMUSCULAR
INTRANASAL
Apresenta T1/2 plasmático de 4-12 minutos, mas sua ação se mantém por
TAQUIFILAXIA
EFEITOS ADVERSOS
ESTRÓGENOS E COMPOSTOS
RELACIONADOS (RALOXIFENO)
ANTAGONISTAS DO RANKL
EFEITOS ADVERSOS
RANELATO DE ESTRÔNCIO
EFEITOS ADVERSOS
PREPARAÇÕES DE VITAMINA D
EFEITOS ADVERSOS
SAIS DE CÁLCIO
COMPOSTOS CALCIMIMÉTICOS
VOCÊ SABIA
EFEITOS ADVERSOS
EFEITOS ADVERSOS
EFEITOS ADVERSOS
VERIFICANDO O APRENDIZADO
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
PODCAST
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
CONTEUDISTA
CURRÍCULO LATTES
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