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AEPMC

ASSOCIAÇÃO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO-MECANICA DO CARIRI


CNPJ: 49.133.712/0001-78

A Ima. Sra. Ada Pimentel Gomes Fernandes Vieira


Presidente do Conselho Estadual de Educação (CEE)
R. Napoleão Laureano, 500 - Fátima - Fortaleza-CE - 60411-170
C/C: Reitoria da URCA

DENUNCIA DE PRÁTICA DE EXTRAPOLAÇÃO DE ATRIBUIÇÕES LEGAIS


DO CREA-CE INVADINDO A COMPETÊNCIA INSTITUCIONAL DO CEE

Nós egressos do Curso de Engenharia de Produção Mecânica da Universidade Regional


do Cariri (URCA), devidamente reconhecido pelo Parecer nº 2/2022 do CEE, aqui
representados pela Associação de Engenharia de Produção-Mecânica do Cariri (AEPMC)
conjuntamente com o Sindicato dos Engenheiros no Estado do Ceará (SENGE-CE),
viemos por meio desta denunciar o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do
Ceará (CREA-CE) que vem emitindo pareceres com juízo de valor a respeito da qualidade
e conformidade técnica do Curso de Engenharia de Produção Mecânica da URCA, em
relação às exigências da profissão.

Tais pareceres emitidos pelo CREA-CE atentam contra a Lei Estadual nº 11.014/1985 e
Decreto Estadual nº 29.159/2008, o Conselho Estadual de Educação (CEE) que
configuram o CEE como o órgão normativo, consultivo e deliberativo do Sistema de
Ensino do Estado do Ceará tendo como área de abrangência toda a vida e o quotidiano do
Sistema de Ensino do Ceará, tanto na esfera pública (estadual e municipal) quanto na
particular. Desta forma, a Universidade Regional do Cariri (URCA), em especial o Curso
de Engenharia de Produção Mecânica, é parte da educação superior cearense, se
subordina a jurisdição ado CEE.

Portanto, cabe ao CEE normatizar, deliberar, acompanhar e avaliar essa instituição de


ensino e seu curso de engenharia, cabendo ao CREA-CE tão somente a fiscalização e o
acompanhamento das atividades inerentes ao exercício da profissão de engenharia, sob
pena de mitigar o princípio constitucional da liberdade de profissão. A seguir,
apresentamos as provas de prática de extrapolação de atribuições legais do CREA-CE
invadindo a competência institucional do CEE, definida na legislação em vigor:

R. Manoel Cassimiro,1449, Jardim Gonzaga | Juazeiro do Norte-CE


Email: aepmc.cariri@gmail.com
AEPMC
ASSOCIAÇÃO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO-MECANICA DO CARIRI
CNPJ: 49.133.712/0001-78

Desde que os primeiros profissionais foram formados pela URCA em 1999 até o ano de
2013, o CREA-CE vinha registrando os egressos corretamente na Resolução Nº
218/1973–CONFEA que nos confere no seu Artigo 12 a chamada “dupla habilitação”:

Art. 12 - Compete ao ENGENHEIRO MECÂNICO ou ao


ENGENHEIRO INDUSTRIAL MODALIDADE
MECÂNICA: o desempenho das atividades 01 a 18 do artigo
1º desta Resolução, referentes a processos mecânicos,
máquinas em geral; instalações industriais e mecânicas;
equipamentos mecânicos e eletromecânicos; veículos
automotores; sistemas de produção de transmissão e de
utilização do calor; sistemas de refrigeração e de ar
condicionado; seus serviços afins e correlatos.

A partir de 2014 o CREA-CE passou, então, a registrar os Engenheiros de Produção-


Mecânica egressos da URCA na Resolução Nº 235/1975 – CONFEA, que trata da
Engenharia de Produção “pura”:

Art. 1º - Compete ao Engenheiro de Produção o desempenho


das atividades 01 a 18 do artigo 1º da Resolução nº 218, de 29
JUN 1973, referentes aos procedimentos na fabricação
industrial, aos métodos e sequências de produção industrial
em geral e ao produto industrializado; seus serviços afins e
correlatos.

De fato, esse tratamento não isonômico em relação às atribuições dos profissionais


provocou enormes distorções no mercado de trabalho dos egressos da Engenharia da
URCA. Os danos financeiros e a imagem para esses últimos que recebem as atribuições
da Resolução Nº 235/1975-CONFEA são incalculáveis e há muitos relatos, declarações
e depoimentos com comprovação que chegaram até a associação e o sindicato.
No mercado de trabalho, aqueles egressos com registro profissional corretamente
enquadrado na Resolução Nº 218/1973-CONFEA vêm realizando normalmente serviços
da área de mecânica e com direito a emitir Anotação de Responsabilidade Técnica (ART)
junto ao CREA-CE. Esses profissionais atuam com competência comprovada em
segmentos como projetos de máquinas, sistemas de refrigeração e gás, estruturas
metálicas, sistemas preventivos de incêndio, entre outros.
Tais atribuições ligadas à atuação na engenharia mecânica estão consubstanciadas no
PROJETO DO CURSO elaborado pela URCA e que foi tutelado pelo CEE, conforme
trecho do PPC em destaque abaixo:

R. Manoel Cassimiro,1449, Jardim Gonzaga | Juazeiro do Norte-CE


Email: aepmc.cariri@gmail.com
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CNPJ: 49.133.712/0001-78

Capacidade de especificar e confeccionar componentes


mecânicos; especificação de materiais; cálculo estrutural;
técnicas de manutenção; comportamento mecânico;
metrologia.
Capacidade de projeto, instalação e manutenção de sistemas
de condicionamento de ar e de refrigeração, motores de
combustão interna, caldeiras, aquecedores, turbinas a gás,
turbinas a vapor, turbinas hidráulicas e sistemas hidráulicos.
Capacidade de projetar e instalar aquecedores solares, fontes
alternativas de energia, biocombustíveis, petróleo, gás
natural, combustão e planejamento de sistemas energéticos.

Do contrário, os egressos que foram, inclusive, colegas de sala desses primeiros, e que
foram registrados com enquadramento na Nº 235/1975-CONFEA não conseguem atuar
nessas mesmas áreas. Para exemplificar tal distorção, segue o registro de dois dos
profissionais contemporâneos que cursaram as mesmas disciplinas durante a graduação
enquadrados em resoluções distintas, o que significa, na prática, que o CREA-CE vem
adotando critérios não isonômicos, ferindo, assim, o direito e causando graves prejuízos
aos profissionais de ordem financeira e de imagem. Tais egressos nos permitiram que
seus dados fossem divulgados para fins de exemplificação. A saber:
1. CEZAR CARLOS BALTAZAR, RNP 0607946911, com registro em 30/11/2009 e
cujas atribuições foram enquadradas na RESOLUÇÃO Nº 218/1973 do CONFEA
como observado abaixo nos dados cadastrais do próprio CREA-CE.

R. Manoel Cassimiro,1449, Jardim Gonzaga | Juazeiro do Norte-CE


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2. MARIA IOLANDA DE OLIVEIRA, RNP: 0606676449, com registro em 28/07/2015


e cujas atribuições foram enquadradas na RESOLUÇÃO Nº 235/1975 do CONFEA
como observado abaixo nos dados cadastrais do próprio CREA-CE.

Diante de tal arbitrariedade, os egressos passaram a solicitar explicações junto ao CREA-


CE e a própria IES, chegando a dar entrada em processos judiciais e administrativos. Foi
quando, a partir das respostas emitidas pelo CREA-CE que ficou explicito o afã do
CREA-CE em querer regulamentar os requisitos para o registro de diplomas do curso,
passando por cima das suas próprias atribuições. Como pode ser constatado a seguir, após
um pedido de revisão de atribuições da profissional MARIA IOLANDA DE OLIVEIRA
egressa do Curso de Engenharia de Produção Mecânica da URCA, conforme foi
detalhado acima, recebeu como resposta em despacho emitido pela Câmara Especializada
de Mecânica/Metalúrgica do CREA-CE, a seguinte alegação:

As atribuições são concedidas aos egressos em conformidade


com a grade curricular do curso e do conteúdo pedagógico.
Diante do exposto, verifica-se que o engenheiro Produção
Mecânica, conforme a sua grade curricular, não possui as
atribuições para às atividades requeridas da área da
mecânica.
Tomando conhecimento da resposta do CREA-CE acima fica constatado que o órgão
extrapola em muito suas prerrogativas legais de exercer as atividades de regulação,
supervisão e avaliação do curso da URCA pois como determina a lei, não cabe ao órgão
de fiscalização do exercício profissional estipular qualquer tipo de obstáculo nas
atribuições profissionais dos egressos com reconhecimento concedido pelo CEE.

R. Manoel Cassimiro,1449, Jardim Gonzaga | Juazeiro do Norte-CE


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Ora, sendo os conselhos profissionais autarquias criadas por lei e com seus limites de
atuação nela estipulados, não podem desviar sua conduta para extrapolar a competência
que legalmente lhes foi atribuída e invadir a área da regulação da educação superior.

Tomando conhecimento da arbitrariedade adotado pelo Conselho de Engenharia que cria


obstáculos ao exercício profissional além da coleção de danos morais e econômico que o
egresso da Engenharia vem acumulando, solicito correção do enquadramento dos
egressos inscritos nesse conselho a partir da data do início das irregularidades.

Portanto, há que se fazer justiça. O CEE como órgão responsável pelo ensino superior na
URCA precisa urgentemente enveredar esforços junto ao CREA-CE a fim regularizar
essa situação dos profissionais formados que vem provocando discriminação e sofrimento
para uma parcela importante dos egressos que são impedidos de aturem na área em que a
instituição ofertou formação. Essa situação provoca inclusive repercussão importante na
procura do referido curso e tem impactos no problema da evasão estudantil pois ao tomar
conhecimento dessa discriminação profissional vários estudantes desistem do curso e
mesmo os candidatos ao vestibular se sentem confiantes em ingressar no curso.
São os termos em que pede
E espera deferimento
Fortaleza, 03 de outubro de 2023.

___________________________
Engª. Maria Iolanda de Oliveira
Presidente da AEPMC

Subscreve a presente petição pelo SENGE-CE:

___________________________
Engº. Vicente de Paula Melo Lima
Presidente do SENGECE

R. Manoel Cassimiro,1449, Jardim Gonzaga | Juazeiro do Norte-CE


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