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OS PRIMEIROS POVOS

A Península Ibérica é a região ocupada por Portugal continental e Espanha e situa-se no extremo sudoeste
(ocidental) da Europa. Por ela, já passaram vários povos, desde há milhares de anos.

Os primeiros povos que habitaram a Península Ibérica eram nómadas, pois deslocavam-se de um lado para
o outro quando os alimentos se esgotavam. Viviam do que retiravam da natureza: pescavam, caçavam e
recolhiam frutos. Vestiam peles de animais.

Uma das marcas da sua passagem pela Península Ibérica são as pinturas rupestres – pinturas e gravações
nas rochas e nas paredes das cavernas onde dormiam.

Com o passar dos anos, os povos aprenderam a cultivar os campos e a criar animais. Tornaram-se então
povos sedentários, que se fixaram num sítio, e formaram as primeiras aldeias.
Os povos sedentários construíram monumentos de pedra – as antas ou os dólmenes – em honra das pessoas
que morriam.
Mais tarde, chegaram à Península Ibérica, vindos do norte de África, os Iberos e, séculos mais tarde, da
Europa Central, os Celtas. Estes dois povos viveram em conjunto e formaram os celtiberos.

A partir do séc. VIII a.C., chegaram à Península Ibérica outros povos vindos do mar Mediterrâneo para
fazerem comércio.
• os fenícios, com os quais aprendemos o alfabeto fenício;
• os gregos, com os quais aprendemos a utilizar a moeda em trocas comerciais;
• os cartagineses, com os quais aprendemos a conservar alimentos em sal.

OS ROMANOS E OS MUÇULMANOS

Vindos de Roma, Península Itálica, os Romanos chegaram à Península Ibérica nos finais do séc. III a.C. com a
intenção de conquistar mais territórios.
A sua entrada na Península Ibérica foi dificultada pelos Lusitanos, que era um dos povos que habitava na
região entre os rios Tejo e Douro. Os Lusitanos, chefiados por Viriato, resistiram durante muito tempo aos
ataques dos romanos, armando armadilhas e emboscadas.

Os Romanos, após 200 anos de luta, conseguiram conquistar a Península Ibérica e, desde aí, viveu-se um
período de paz que durou 400 anos.

A presença dos Romanos mudou o modo de vida dos povos da Península Ibérica:
• desenvolveu-se a agricultura e a indústria;
• utilizou-se a numeração romana;
• utilizou-se o latim como língua oficial do império que, mais tarde, deu origem
ao português;
• foram construídas estradas e pontes.
A todo este processo de desenvolvimento dá-se o nome de Romanização.

Mais tarde, no início do século V d.C., a Península Ibérica foi invadida por povos Bárbaros (eram chamados
assim pelos Romanos por não terem os mesmos costumes): os Alanos, os Vândalos, os Suevos e os
Visigodos. Os Visigodos acabaram por dominar, formando o primeiro reino cristão da Península Ibérica.
Em 711, vindos do norte de África, os Muçulmanos invadiram a Península Ibérica e passaram a dominá-la.
Apenas não conseguiram conquistar uma região do Norte – as Astúrias – onde se refugiaram os cristãos
Visigodos.
Os Muçulmanos permaneceram na Península Ibérica mais de 500 anos, deixando alguns vestígios, tais como:
vocábulos: Algarve, algarismo, álgebra; culturas agrícolas: arroz, citrinos; estilos arquitetónicos e
decorativos: tetos com arcos e abóbodas, edifícios brancos, terraços, pátios interiores, azulejos; numeração
em algarismos: 0, 1, 2; técnicas de regadio: nora, açude, picota, ...

RECONQUISTA CRISTÃ E FORMAÇÃO DO REINO DE PORTUGAL

Com a chegada do povo Muçulmano, os povos cristãos tinham-se refugiado no norte da Península Ibérica,
nas Astúrias. Em 722, os cristãos iniciaram a recuperação das suas terras, dando início à Reconquista Cristã.
Para isso, formaram-se vários reinos:

Os quatro reis dos reinos Cristãos de Leão, Castela, Navarra e Aragão pediram ajuda aos cruzados –
cavaleiros cristãos de outros reinos da Europa que usavam a Cruz de Cristo no peito, lutando pela difusão da
fé cristã. Um desses cruzados foi D. Henrique.

D. Afonso VI, rei de Leão e Castela, recompensou D. Henrique


dando-lhe o título de conde e um grande território para
governar – o condado Portucalense. Deu-lhe, também, a sua
filha mais nova em casamento, D. Teresa.
D. Henrique lutou pela defesa e pelo alargamento do território,
confrontando os Muçulmanos.
D. Henrique casou com a filha de D. Afonso VI, D. Teresa, e ficou
a governar o Condado Portucalense. Quando morreu, a sua
mulher ficou a governar, uma vez que o único filho do casal – D.
Afonso Henriques – era ainda muito novo.
Contudo, D. Teresa aliou-se a nobres galegos, indo contra a
governação dos portucalenses.
Em 1128, D. Afonso Henriques armou-se cavaleiro e, com a ajuda dos nobres portucalenses, lutou contra D.
Teresa pelo governo do condado. Reuniu as tropas e venceu a sua mãe na batalha de São Mamede. D.
Afonso Henriques passou então a governar o Condado Portucalense.
Em 1143, o reino de Leão e Castela, Afonso III, reconheceu a independência do Condado Portucalense
através do Tratado de Zamora. Nasceu, assim, o reino de Portugal.
Em 1179, o Papa reconheceu que D. Afonso Henriques era rei de Portugal.
Com a criação do Reino, passou a vigorar em Portugal uma monarquia, uma forma de governo em que o
poder é exercido pelo rei, passando do rei para o filho mais velho.
PRIMEIRA E SEGUNDA DINASTIAS – A EXPANSÃO MARÍTIMA

1.ª dinastia

A partir de 1143, Portugal passou a ser uma monarquia e começaram a aparecer os grupos sociais.

O filho de D. Afonso Henriques, D. Sancho I, e os reis que se seguiram continuar a alargar o território,
lutando contra os Muçulmanos.

D. Afonso III - só em 1249 se deu a conquista definitiva do Algarve, no reinado de D. Afonso III. Passou a ser
conhecido como “Rei de Portugal e dos Algarves”.

À medida que iam conquistando terras, os reis doavam-nas para serem povoadas, cultivadas e defendidas.
As cartas de foral estabeleciam os direitos e privilégios das povoações (concelhos).

D. Dinis – em 1297 ficaram conhecidos os limites territoriais de Portugal, através do Tratado de Alcanises.
D. Dinis desenvolveu economicamente e culturalmente o país:

• Em 1290 criou a primeira universidade;


• Criou as feiras francas, onde os mercadores nada tinham de pagar;
• Mandou semear pinhais, tendo ficado conhecido por “O Lavrador”;
• Criou a Bolsa dos Mercadores, para apoiar os navegadores;
• O português foi reconhecido como língua oficial.

Durante os reinados de D. Afonso IV e D. Pedro I, Portugal viveu um período de fome, guerras e epidemias
(Peste Negra), que matou muitas pessoas. O reino começou a ficar cada vez mais pobre.

D. Fernando foi o último rei da 1.ª dinastia, também conhecida por dinastia Afonsina.

2.ª dinastia – crise de 1383-1385

A morte de D. Fernando trouxe um problema de sucessão, pois ele só tinha uma filha, D. Beatriz. A sua filha
era casada com o rei de Castela por isso, se fosse aclamada rainha, Portugal poderia perder a sua
independência.
A maioria da nobreza e o clero apoiavam D. Beatriz como rainha mas o povo e alguns nobres não a
aceitavam e queriam nomear D. João, Mestre de Avis como rei. D. João I foi então aclamado rei de Portugal,
dando início à dinastia de Avis (2.ª dinastia).

Deu-se assim uma crise, de 1383 a 1385, que deu origem a uma guerra entre Portugal e Castela. O rei de
Castela mandou invadiu Portugal, para que D. Beatriz fosse proclamada rainha.
Mas em 1385, na Batalha de Aljubarrota, o exército português, comandado por D. Nuno Álvares Pereira,
conseguiu derrotar as tropas de Castela. Para comemorar esta batalha foi construído o Mosteiro da Batalha.

A expansão marítima

Os alimentos e os bens essenciais estavam a escassear, depois da luta contra Castela. Os portugueses
decidiram-se aventurar-se pelo mar, procurando alargar os seus territórios e a trazer riqueza para o reino.
Deu-se, então, o início da Expansão Marítima.

• Em 1415, D. João I e a sua armada conquistaram Ceuta.


• Infante D. Henrique ficou encarregue das descobertas marítimas. Sob o seu comando, os portugueses
chegaram aos arquipélagos da Madeira (1418) e dos Açores (1427).
• Em 1434, Gil Eanes ultrapassou o Cabo Bojador. Passaram a ser utilizadas a caravela e a nau.
• Em 1488, Bartolomeu Dias dobrou o cabo das Tormentas/cabo da Boa Esperança.
• Em 1498, Vasco da Gama descobriu o caminho marítimo para a Índia.
• Em 1500, Pedro Álvares Cabral descobriu o Brasil.

Foram chegando vários bens a Portugal, durante as descobertas marítimas: da Índia chegaram especiarias;
de África chegaram ouro e escravos; do Brasil chegaram açúcar, pau-brasil (madeira) e animais exóticos.

Verificou-se um grande desenvolvimento da literatura, da ciência e das artes.


Durante o reinado de D. João III foi publicada a obra Os Lusíadas, de Luís Vaz de Camões, que retratava os
Descobrimentos.
A Torre de Belém e o Mosteiro de Jerónimos são monumentos construídos nos reinados de D. Manuel I e
de D. João III, em homenagem aos descobrimentos marítimos.

TERCEIRA E QUARTA DINASTIAS

3.ª dinastia

D. Sebastião morreu muito jovem, na luta pela conquista da cidade de Alcácer-Quibir. Como não tinha
filhos, sucedeu-lhe o seu tio, o Cardeal D. Henrique. Este governou apenas dois anos, acabando por morrer
sem deixar filhos.
Subiu ao trono Filipe I, que era rei de Espanha. Verificou-se uma união política entre Portugal e Espanha.
Subiram, mais tarde, ao trono Filipe II e Filipe III.
Durante 60 anos, Portugal foi governado por três reis espanhóis, durante a dinastia Filipina.

Nos reinados de Filipe II e Filipe III os impostos aumentaram, os portugueses integraram o exército espanhol
e os territórios do império português, na Ásia, África e América, começaram a ser ocupados por holandeses e
ingleses. Descontentes com estes acontecimentos, alguns nobres revoltaram-se a 1 de dezembro de 1640,
restaurando a independência de Portugal e aclamando D. João IV como rei de Portugal. Começou, assim, a
quarta dinastia ou dinastia de Bragança.

4.ª dinastia

As lutas entre Portugal e Espanha duraram cerca de 28 anos.


Em 1668, D. Afonso VI conseguiu assinar um tratado de paz entre Portugal e Espanha, tendo por isso ficado
conhecido como o Vitorioso.
Sucedeu-lhe D. Pedro II, que conseguiu com que Portugal alargasse o seu território no Brasil, de onde
chegava ouro, diamantes, açúcar e tabaco, o que melhorou a economia portuguesa.
No reinado seguinte, D. João V aproveitou estas riquezas e mandou construir diversos monumentos como,
por exemplo, o Convento de Mafra e o Aqueduto das Águas Livres, em Lisboa. Obteve o nome de o
Magnânimo, por ter estimulado a cultura literária, artística e científica.

No dia 1 de novembro de 1755, durante o reinado de D. José I, houve um grande terramoto em Lisboa, ao
qual se seguiu um tsunami e um incêndio, causando milhares de mortos.

Perante tal catástrofe, Marquês de Pombal, ministro do reio D. José I, mandou enterrar os mortos e cuidar
dos vivos e reconstruir a baixa de Lisboa, conhecida por baixa pombalina.

Para além disso:


• recuperou a economia;
• modernizou o ensino;
• criou escolas primárias;
• aboliu a escravatura.

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