Professional Documents
Culture Documents
Processo Coletivo22
Processo Coletivo22
Larissa Mesquita
As normas que são adotadas pelo ordenamento jurídico, em todo teor deste complexo
sistema normativo (incluindo a legislação infraconstitucional) deverão estar em consonância
com as disposições constitucionais, dispostas na Constituição Federal de 1988, sob pena de
serem objeto de ações direitas/ indiretas, para anular seus efeitos e a sua eficácia. Este
procedimento é o que chamamos de controle de constitucionalidade, constituído no ano de
1803, mas acolhido pelo Superior Tribunal Federal, em 1920.
Como esclarece a doutrina de Celso Ribeiro Bastos e Carlos Ayres de Brito, 97: "As
normas constitucionais, apesar de integrantes de uma unidade, que é, o direito, apresentam-se
com fisionomia própria.”
O controle de constitucionalidade poderá ocorrer em duas vias: Omissiva ou ativa. A
inconstitucionalidade por omissão, decorre da falta de regulamentação da norma pelo ente
legitimado designado para tal. Não regulamentando este, por sua vez, de forma clara, correta e
conscisa, em todo o seu conteúdo ou em parte dele, normas de cujo caráter seja o
protecionismo dos direitos fundamentais inerentes ao ser humano, considerando estes, tanto
individual, tanto quanto coletivamente.
2. Material:
Decorre de vício contido no próprio teor da norma; em seu conteúdo, na sua
matéria. Este que por sua vez, encontrar-se-á neste caso, em desacordo com as
disposições adotadas na constituição federal.
Por fim, é importante dizer que, o controle preventivo, outrossim poderá também ser
exercido pelo poder judiciário. Tal controle realizado pelo referido poder, se dará pela
provocação do legitimado, pela produção do ato normativo (senador ou deputado), pelo citado
poder. Um exemplo de tal provocação para que o legitimado possa comparecer ao âmbito das
ações que findam a declaração de ilegalidade da norma/ato, é a interposição do remédo
constitucional do Mandado de Segurança, objetivando a decretação da inconstitucionalidade
formal, do ato que fora, proferido, por deputado ou senador. Assim como a utilização do
referido remédio, contra projetos de lei que violem cláusulas pétreas contidas na constituição
federal, possibilitando até mesmo a interposição de tutela provisória liminar de caráter
inibitório, para assegurar o direito objeto em questão.
É válido ainda, ressaltar que as súmulas, mesmo as vinculantes não poderão ser objeto
de controle de constitucionalidade/ inconstitucionalidade, por não possuírem natureza de ato
normativo, mas sim de jurisprudência.
Como dispõe o art. 1.º da lei que disciplina a figura da ADPF, possui esse instituto de
controle da constitucionalidade dupla natureza: preventiva ou inibitória e reparatória.
Ressalte-se, ainda, que, afora os legitimados do art. 103 da CF, deverá seguir a petição
inicial acompanhada do instrumento de mandato (quando exigido) e com cópia dos
documentos necessários para demonstrar a infração ao preceito fundamental.
Sobre a petição inicial para ajuizar um ADPF podemos destacar duas características:
Sobre a causa de pedir, o artigo 3º da lei que o disciplina não o torna obrigatório. Já em
relação à Adin e ADEcon é necessário que seja posto na petição inicial a causa de
pedir, como elemento obrigatório. Sobre a necessidade do fundamento, já assentou o
STF que caso a ADIn verse sobre provável inconstitucionalidade de toda a lei, não há
razões para exigir o
fundamento individualizado.
Ocorre que as sentenças proferidas em ações civis públicas para tutela de direitos
transindividuais (art. 16 da Lei 7.347/85) e em ações coletivas para tutela de direitos
individuais homogêneos, têm, em certos casos, eficácia subjetiva erga omnes, o que pode
acarretar, quando nelas se exerce o controle de constitucionalidade, um efeito semelhante ao
que decorre da sentença proferida no âmbito do controle abstrato. A verificação concreta desse
fenômeno é previsível especialmente em ações coletivas quando, considerando os termos da
demanda, nela figuram, como substituídos no processo, todos os possíveis destinatários da
norma cuja inconstitucionalidade serve de fundamento do pedido. Em situações assim,
ainda que não tenha havido pedido explícito de declaração de invalidade da norma em
abstrato, a sentença de procedência acaba tendo, na prática, a mesma eficácia universal que
decorre da sentença no controle concentrado, já que, por via transversa, ela retira da norma
questionada todo o seu potencial de aplicação, que fica inteiramente esgotado, inclusive para o
futuro.
Seria o caso, por exemplo, de uma ação promovida pelo Ministério Público contra a
União, postulando que a demandada se abstenha de lançar determinado tributo, ao fundamento
de que é inconstitucional a lei que o criou. Embora a inconstitucionalidade esteja colocada
como fundamento do pedido, a eventual sentença de procedência, porque beneficiaria a todos
os possíveis destinatários da norma, presentes e futuros, acabaria tendo eficácia subjetiva e
objetiva idêntica à da sentença em ação de controle concentrado. Nesse exemplo, a
providência constante do pedido formulado na demanda – para que a União se abstenha de
cobrar o tributo – nada mais é do que o efeito natural (que sequer supõe pedido expresso)
que decorreria da
Certamente não serão corriqueiras tais hipóteses. O próprio legislador parece ter
pretendido evitar a ocorrência delas quando acrescentou o parágrafo único ao artigo 1º da Lei
7.347/85, declarando “incabível ação civil pública para veicular pretensões que envolvam
tributos, contribuições previdenciárias, o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço – FGTS ou
outros fundos de natureza institucional cujos beneficiários podem ser individualmente
determinados”.
Pode ocorrer que a alegada inconstitucionalidade do preceito normativo municipal seja por
ofensa a dispositivo, da Constituição do Estado, que constitua a reprodução de preceito
constante da Carta Federal. Também nessa hipótese a ofensa, se presente, é, antes de tudo, a
essa última, e não propriamente à Constituição estadual.
Toma-se como exemplo de medidas cautelares, que podem ser concedidas no âmbito
aqui discutido: A suspensão temporária de aplicação, da lei/ato normativo, impugnado, até o
julgamento definitivo do mérito, ser realizado; a suspensão da tramitação de processos
judiciais e administrativos, relacionados com a aplicação da lei/ato normativo, impugnado e o;
impedimento da produção de efeitos pela lei/ato normativo, impugnado, até a conclusão da
análise do mérito, ao final da demanda, quando será proferida a decisão definitiva sobre a
constitucionalidade ou não da lei/ato normativo, que fora, impugnado.
Já a segunda modalidade de tutela provisória, possível de ser concedida, em sede de
controle abstrato de constitucionalidade, são as chamadas, antecipatórias da decisão. Elas, têm
como objetivo antecipar os efeitos da refirda decisão de mérito, que ainda será proferida ao
final da demanda, na ação de controle abstrato de constitucionalidade. São concedidas quando
há mínima probabilidade de êxito do pedido principal, podendo, a demora na entrega da
decisão, causar prejuízos irreparáveis ou de difícil reparação. Alguns exemplos de medidas
antecipatórias que podem ser concedidas no controle abstrato de constitucionalidade, incluem:
A antecipação da declaração de inconstitucionalidade, da lei/ato normativo, impugnado,
produzindo efeitos antes mesmo de ser proferida, ou seja, de haver sequer, se chegado ao final
da demanda, com a cessão da decisão definitiva e a; determinação de cumprimento de preceito
fundamental
Neste meio, as tutelas provisórias podem ser concedidas, a fim de que se assegure a
efetividade das decisões proferidas pelo referido tribunal superior, STF. Para que se suspenda
os efeitos de uma norma impugnada até que o mérito que verse sobre a sua
constitucionalidade, seja analisado. Evitando-se assim, a lesão irreparável à direitos.
Sendo portanto então, deferida ou não, a tutela, pelo Superior Tribunal Federal. Já que
ele é o legitimado competente, para analisar a propositura das ações em sede de controle
abstrato de constitucionalidade. Não sendo a concessão, analisada pelo relator do processo, por
conseguinte.
É mister salientar que, a concessão, das chamadas tutelas provisórias, seja, em seu
caráter urgente, seja em caráter evidente, em meio ao âmbito das ações constitucionais,
necessita da comprovação de seus requisitos intrínsecos, como, o perigo de dano (periculum in
mora) e, ou, a disposição de minimas condições de plausibilidade, do direito, ser conceido ao
autor ao final da demanda (fumus boni iuris).
Tal desnecessidade de comprovação robusta pelo legitimado que vier à impetrar a ação
constitucional, assenta-se no fato de que, tais ações visam a proteção de princípios e
disposições, contidas na constituição federal e por isso denotam do fenômeno da presunção de
veracidade. Até que, prova robusta em concreto, seja oferecida. Portanto, o direito protegido
por essas ações, já está consolidado como proteção em algo maior, a constituição federal. Não
necessitando-se portanto, de maiores provas.