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Mecanismos de Resposta Da Planta em Relação Ao Stress Da Água
Mecanismos de Resposta Da Planta em Relação Ao Stress Da Água
Introdução
Desde os antigos povos sumérios analisa-se os aspectos positivos ou negativos que a água pode
oferecer aos vegetais. O estresse hídrico desenvolve-se na planta quando a taxa de transpiração
excede a taxa de absorção e o transporte de água na planta. As plantas desenvolvem mecanismos
de adaptação à seca como: fechamento estomático, redução da área foliar e aumento na
densidade e profundidade de raízes, comprometendo o crescimento e fotossíntese. A baixa
disponibilidade de água no solo acarreta desidratação, redução do crescimento e aceleração da
senescência dos tecidos na planta, comprometendo o crescimento por reduzir as taxas de
expansão foliar e fotossíntese. No entanto, o fechamento dos estômatos e a redução da área foliar
são mecanismos que limitam a produtividade, uma vez que provocam queda na absorção de CO 2
e na interceptação de luz, respectivamente.
Objectivos
Geral:
Específicos
Revisão bibliográfica
Stress é em geral definido como um factor externo, que exerce uma influência desvantajosa
sobre a planta. O conceito de estresse está intimamente relacionado ao de tolerância ao estresse,
que é a aptiddão da planta para enfrentar um ambiente desfavorável. (TAIZ e ZEIGER, 2006).
Existem várias definições para stress, (LEVITT, 1980 citado por BIANCHI, GERMINO e
SILVA, 2016) o define como todo fator ambiental desfavorável para os organismos vivos.
(LARCHER, 2000 citado por BIANCHI, GERMINO e SILVA, 2016) caracteriza como um
desvio significativo das condições ótimas para a vida, induzindo a mudanças e respostas em
todos os níveis funcionais do organismo, as quais são reversíveis a princípio, porém podem se
tornar permanentes, mesmo se uma condição de estresse for somente temporária.
(TURNER, 1986 Apud PIMENTEL, 2004), propõe três tipos de respostas adaptativas de plantas
sob estresse por deficiência hídrica, a saber: mecanismos de escape, mecanismos de tolerância
sob alto conteúdo de água, e mecanismos de tolerância sob baixo conteúdo de água.
Metodologia
Para a realizacão do presente relatório, recorreu-se a uma pesquisa bibliográfica, que consistiu na
recolha, análise e interpretação de várias obras que falam sobre o tema em questão, onde
conseguimos obter dados sobre o trabalho em destaque. Por tanto para realização deste relatório
foi seguido dos seguintes passos:
2. Dinâmica do grupo;
Aclimatação
Uma planta aclimatada tem sua tolerância aumentada como consequência de exposição anterior
ao estresse, sendo um processo considerado não hereditário, as quais as mudanças fenotípicas
produzidas são em detrimento às variações dos fatores ambientais. Como por exemplo,
aclimatação ao calor, ocorre rapidamente em resposta ao estresse provocado por altas
temperaturas, as mudanças para limites de temperatura mais elevadas podem se consumar dentro
de horas.
Fig1: Cyperus giganteus (planta aclimatada a ambientes aquáticos e ambientes sem água)
Adaptação
A produtividade das plantas é limitada pela água, depende não só da quantidade de água
disponível, mas também da eficiência do seu uso pelo organismo.
Déficit hídrico é todo o conteúdo de água de um tecido/célula que está abaixo do conteúdo de
água mais alto exibido no estado de maior hidratação. Todos os processos vitais são afectados.
Há plantas que têm um retardo da desidratação, ou seja, têm a capacidade de manter a hidratação
do tecido. Entre estas há as que economizam água (têm consumo moderado) e as que despendem
água (têm consumo irrestrito, usam grandes quantidades).
Turner (1986), baseado em Kramer (1980), propõe três tipos de respostas adaptativas de plantas
sob estresse por deficiência hídrica, a saber: mecanismos de escape, mecanismos de tolerância
sob alto conteúdo de água, e mecanismos de tolerância sob baixo conteúdo de água.
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As espécies com desenvolvimento fenológico rápido completam o seu ciclo reprodutivo durante
o curto período de chuvas das regiões áridas e semi-árida. Quando ocorrem chuvas, desenvolvem
rapidamente suas flores e depois suas sementes, completando seu ciclo reprodutivo num curto
espaço de tempo. Estas sementes produzidas durante o período de chuvas ficam no solo até a
próxima estação de chuvas, quando germinarão rapidamente, para a instalação da planta, com o
sistema radicular o mais profundo possível, para garantir a sobrevivência da espécie durante o
próximo período seco, em estado vegetativo. As fases de desenvolvimento mais sensíveis à falta
de água, quais sejam, a germinação, a floração e frutificação só ocorrem durante o período de
chuvas, enquanto no período seco estas espécies ficam em estado vegetativo, menos sensível à
seca, ou melhor, ainda na forma de sementes, que são mais tolerantes à dessecação podendo
sobreviver com menos de 10% de água.
Mecanismos de tolerância sob alto conteúdo de água (habilidade da planta de manter alta
hidratação, quando a precipitação é baixa):
b) Enrolamento da folha
Este é um mecanismo, que visa manter o potencial de água elevado nos tecidos. É conseguido
mantendo-se a absorção de água. Os mecanismos envolvidos visam a economia de água pelas
plantas (diminuir a transpiração e manter a absorção). Manutenção da absorção de água:
profundamento ou abrangência do sistema radicular, aumento da condutividade hidráulica, maior
relação raiz/parte aérea, osmorregulação nas raízes.
d) Metabolismo CAM
Plantas CAM: Metabolismo ácido das Crassuláceas (via MAC), ou plantas com metabolismo
CAM (Crassulacean acid metabolism) representa um metabolismo fotossintético concentrador de
CO2, selecionado em resposta à aridez de ambientes terrestres e à limitação na disponibilidade
de CO2 em ambientes aquáticos. De maneira geral, plantas com este metabolismo tem
capacidade de manter estômatos aberto durante a noite e acumular CO 2 na forma de malato, sem
realizar a fotossíntese.
e) Manutenção da área foliar das folhas-fontes (stay green), na pré e pós floração, com
senescência das folhas mais velhas.
Abscisão foliar: se ocorrer estresse após um desenvolvimento substancial da área foliar,
há senescência foliar e queda de folhas a fim de ajustar a área foliar.
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Fig9: Trealose.
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Há fases nas plantas, que a água e os solutos são altamente regulados, sugerindo a
presença de aquaporinas, como por exemplo em estruturas reprodutivas, desenvolvimento
e germinação de sementes, e no próprio desenvolvimento de tecidos. Em sementes de
ervilha Schuurmans et al. (2003) demonstra o envolvimento de aquaporinas no fluxo de
água e solutos para o fornecimento de nutrientes desenvolve tecidos e composto de
reserva.
Já em raiz primária de milho, observou em geral um aumento de expressão na zona de
alongamento celular na presença de aquaporinas, em função do aumento da
condutividade hidráulica em raízes, pois a presença de hipoderme e endoderme
suberizada dificulta o transporte de água.
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Fig10: Aquaporina
As respostas da planta ao excesso de água no solo são determinadas pelo momento, duração e
intensidade (profundidade da água) do estresse e pelo genótipo da planta afetada.
Nas plantas, o impacto do excesso de água no solo é, na maioria dos casos, sentido diretamente
pelas raízes e indiretamente pela parte aérea. Na parte aérea o excesso de água no solo pode
induzir a clorose, murchamento prematuro, queda da capacidade fotossintética, do potencial
hídrico e da concentração de nutrientes nas folhas e diminuição no crescimento.
Ademais, o excesso de água na zona das raízes inibe a respiração aeróbica com a simultânea
perda da síntese mitocondrial de ATP, reduzindo os níveis de energia da planta e,
consequentemente, a capacidade de absorção e transporte de água e nutrientes para a parte aérea.
tóxicos para a planta, como o etanol e olactato, é menos efciente, pois gera de duas a
quatro moléculas de ATP por molécula de hexose, comparada com 30 a 36 na
fosforilação oxidativa.
b) Mecanismos de resposta ao estresse água por alagamento de longo perído
Formação de aerênquima
Aerênquimas são tecidos de aparência esponjosa em virtude de grandes espaços
intracelulares que oferecem baixa resistência à troca de gases entre a parte aérea aeróbica
e as raízes em ambiente anaeróbico.
A formação de aerênquima na planta facilita a troca gasosa entre a parte aérea e o sistema
radicular (e vice-versa), melhorando a difusão de gases pela planta, principalmente o
oxigênio e o etileno, de modo que o oxigênio para as raízes pode ser suprido pela
fotossíntese ou diretamente da atmosfera.
Fig11: Aerênquima.
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Raízes adventícias induzidas pelo alagamento diferem morfologicamente das raízes que
crescem em solos aerados, pois são geralmente brancas, densas, pouco ramificadas, sem
pelos absorventes, menos fibrosas, esponjosas, contém grandes espaços.
Lenticelas hipertrofiadas
As lenticelas são estruturas comuns na periderme de caules e raízes, sendo formadas por
células com disposição relativamente aberta, apresentando numerosos espaços
intercelulares. Sob condições de alagamento, muitas espécies de árvores respondem ao
estresse hídrico, produzindo lenticelas hipertrofiadas que facilitam a troca de gases
dissolvidos na água. Essas estruturas são conectadas por uma continuidade de espaços
intercelulares no tecido cortical e floemático. Lenticelas hipertrofiadas aparentemente são
induzidas pelo acúmulo de etileno, como resposta ao alagamento. Essas estruturas
propiciam às raízes recém-formadas uma maior oxigenação, podendo com isso
restabelecer a permeabilidade da membrana e, conseqüentemente, a absorção de água.
Além disso, elas podem auxiliar na liberação de compostos tóxicos como o etileno e o
etanol, o que contribui para diminuir as injúrias causadas pelo alagamento.
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Conclusões
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Com o objectivo geral deste trabalho, que foi por estudar os mecanismos de resposta da planta
em relação ao stress da água, com vista a desenvolver conhecimento de como as plantas
respondem ao stress da água concluímos que:
Referências bibliográficas
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TAIZ, L. et al., Fisiologia e Desenvolvimento Vegetal. 6ᵃ ed. 888pp. Porto Alegre, Brasil,
Artmed Editora S.A., 2006.
PIMENTEL, C. A Relação da Planta com a Água. 190pp. Rio de Janeiro, Brasil, Editora
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro., 2004.
TAIZ, L. e ZEIGER, E. Fisiologia Vegetal. 3ᵃ ed. 680pp. São Paulo, Brasil, Artmed Editora S.A.
2006.
KERBAUY, G.B. Fisiologia Vegetal. 2ᵃ ed. 455pp. Rio de Janeiro, Brasil. Editora Guanabara
Koogan LTDA. 2008.