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COMVAP Açúcar e Álcool LTDA

GRUPO OLHO D'ÁGUA

RELATÓRIO DE VISITA TÉCNICA


Laboratórios PCTS e Industrial

WANDERLEY M. GONÇALVES JONAS CÉSAR DA SILVA


Químico Industrial Gerente Industrial

União-PI, 19 de Março de 2014.


VISITA TÉCNICA A USICODA - PE
PCTS E LABORATÓRIO INDUSTRIAL
De 11 a 27 de Fevereiro de 2014.

INTRODUÇÃO

Neste escrito está o relatório da visita técnica a Usina Central Olho D'Água em
Camutanga/PE do Grupo Olho D'Água realizada no período de 11 a 27 de fevereiro de 2014, onde
abordar-se-á o sistema de pagamento de cana pelo teor de sacarose, o PCTS, bem como o seu
laboratório de análises e sua rotina laboral, o laboratório industrial contemplando as subdivisões de
processo de fabricação de açúcar (Processo de Açúcar), produção de álcool (Análises de Álcool),
refinaria e controle da qualidade do açúcar refinado (Análises de Açúcar). Neste relato/texto se fará
abordagens somente dos laboratórios desta usina considerando que já se foi feito uma leitura e/ou
discussão de reconhecimentos aos 02 relatórios parciais que reportam o processo produtivo de
açúcar VHP e sua refinação posterior, produção de álcool combustível e ademais teve-se os sistemas
geradores de energia, moagem e uso das águas na usina.
Existem 02 prédios para os laboratórios de sacarose e industrial assim divididos sendo o
primeiro localizado na entrada da usina e o outro atrás da oficina mecânica-elétrica, logo o
laboratório com denominação de laboratório de sacarose se encabe das análises do sistema PCTS
com organização física e estrutural própria, bem como da rotina de trabalho e as demais análises
ficam a encargo do laboratório industrial. Os laboratórios seguem os mesmos horários dos demais
setores, a saber, são 03 turnos de 08 horas no regime 5x1, logo somente no de sacarose são 03
analista, 01 operador de sonda, 01 lider de turno por turno e havia ainda 02 fiscais do AFCP
(externos ao corpo de colaboradores desta usina). Já para o industrial são 03 analistas para processo
açúcar, 03 para processo refinaria, 03 para análises álcool, 01 para águas (entre os 03 para álcool, 01
líder de turno por cada turno (sendo denominados de turno A, B e C). Em horário diurno tem o
assistente, o chefe de laboratório e a Química responsável pelos laboratórios.
As análises possuem frequencia quase semelhante as realizadas pela usina COMVAP, só que
por ter refinaria, caldeira de 42 kgf/cm2, ETA desmineralizadora e clientes mais exigentes há mais
análises a fazer. A lay-out do prédio do lab. De sacarose é bem otimizada e garante boa
funcionalidade e operação,mas já o industrial por ser um prédio mais antigo tem estruturas menos
organizadas e pouca possibilidade de ampliação, tendo somente um lava-olhos e ainda acesso a
ETA. O laboratório tem piso em ladrilhos vermelhos e iluminação deficiente, sendo ainda notado
ligeiras quedas de tensão que são um risco para os equipamentos analíticos. Os colaboradores que
fazem as análises são em sua totalidade homens de todas as faixas de idade que garantem a limpeza
e organização do laboratório e são bem atenciosos aos resultados das análises.
O Pagamento de Cana-de-açúcar

O laboratório de sacarose segue o sistema de pagamento de cana-de-açúcar pelo teor de


sacarose estabelecido pelo CONSECANA-PE sendo a 2ª edição de dezembro de 2011, mas com
correções em agosto de 2012 manual este que já possui orientações sobre o uso dos clarificantes
Octapol de Quimatec e Chiaro da Finquimica. ainda não foi editado uma nova edição do manual.
Este manual rege e orienta as usinas e os fornaecedores quanto a amostragem, análises e o
pagamento, já que existem muitos fornecedores para a USICODA-PE, ou seja, a usina não é
independente em matéria-prima a processar. A usina tem aproximadamente 20 mil há plantados
sendo metade deste campo irrigado, logo, o acompanhamento de sua matéria-prima também é feito,
mas maior ênfase é dada para as canas-de-açúcar de fornaecedores.
As amostragens são feitas com 03 perfurações realizadas no vagão do caminhão ou mais
próximo do trator escolhidos por sorteio eletronico emitido pela balança e impresso no “canhoto” da
pesagem da carga entrante portanto só é gerado 01 certificado por carregamento. A sonda
amostradora consiste de uma adaptação de um trator com sonda horizontal Santal instalada (coroa
dentada) que dá ao trator a possibilidade de se deslocar pelas laterais dos vagões com mais
facilidade e ainda com a buzina alerta o motorista de não arrancar antes do término das perfurações,
uma adaptação para o recebimento das subamostras é usado afim de se evitar a intervenção humana
na coroa da sonda, há ainda uma “cerca” de isolamento para que nem os vagões ou o trator-sonda
atinja ou atropele algum colaborador
Para desintegração das amostras 02 “forrageiras” estão alocadas sob a parte aberta do lab.
De sacarose que comunica-se com a parte que fica 02 prensas hidráulicas ao final de 11
amostragens são enviadas as amostras finais para a extração do caldo, por se tratar de um prédio
bem próximo da balança, da sonda e da prensa todas as informações colhidas são rapidamente
enviadas para o sistema da usina. Os procedimentos analíticos são rigosamente seguidos pelos
analistas e fiscalizados pelos fiscais do AFCP, não foi notado nenhuma irregularidade ou
discrepância no que diz respeito a fiscalização do AFCP.
Nesta usina existe o projeto Cana Limpa de autoria de Carlos Araújo da EECAC/UFRPE
onde faz-se ainda análise vegetal e impurezas mineriais onde em canhoto vem descrito o nº da
carregadeira, o operador, o talhão colhido, a frota e turno e data, que após resultados os que
estiverem excedendo os limites aceitáveis serão multados por má operação. Com isto objetiva-se
um melhor uso da tecnologia disponivel já que a mecanização da colheita de cana ainda é um
desafio, além de um mapeamento da boa produtividade agricola por unidades de produção ou
talhoes individualizados para estudos de correção e de renovação de campos.
FIGURA 1 – Sonda amostradora horizontal em frente ao lab. De sacarose.

FIGURA 2 – Aparato de segurança em prensa hidráulica (à esquerda) e suportes para funis de


filtração/clarificação de caldo (à direita).

Avaliação da qualidade da matéria-prima

Além das análises tecnológicas já difundidas e usadas pelos laboratórios das usinas tem-se
também a análise de determinação de dextrana em caldos de cana do PCTS e misto extraído do
tandem de moenda onde faz-se coletas de subamostras até se obter uma amostra composta que é
resfriada e mantida em conservação para se evitar a contaminação e/ou inversão dos açúcares. A
análise é feita procedendo-se da seguinte forma:
• Coleta de caldos (PCTS ou misto) em erlenmeyer de vidro de 1.000 mL formando uma
amostra composta (uma análise por turno);
• Filtração com algodão ou papel de filtro qualitativo para retirar materiais particulados
grosseiros (o amido pode ser retido nesta etapa);
• Leitura do °Brix em refratômetro digital que é o °B em peso;
• Adição de celite tratada (forma um complexo celite-dextrana) e ácido tricloroacético, TCA;
• Filtração com menbranade 0,45 micras em bomba de vácuo (ou millipore);
• Adição de álcool etílico absoluto e leve agitação para homogeneização;
• leitura da ABS em espectrofotômetro digital a 720 nm;
• Alimentação da planilha de cálculo com os dados obtidos;
• Interpretação dos resultados e da influência da dextrana após um período de uma semana.
O resultado é dado em ppm/brix de dextrana (mg/kg/°B vol), já se foi registrado valores de
ordem de 1.000 ppm/brix de detrana no caldo PCTS. Esta análise é feita no prédio do lab.
Industrial, mas contem os resultados para o PCTS e para o caldo misto destinado para a fabricação
de açúcar e para a destilaria anexa.
A dextrana indica o apodrecimento, decomposição e/ou ataque microbiologico da cana-de-
açúcar que será processada pela usina, sua principal forma de aparecimento é através da bactéria
Leuconostoc Mesenteroides que entra pelas rachaduras dos colmos da cana-de-açúcar e destroi a
sacarose ou a glicose contida nesta por processos bioquímicos complexos levando a formação do
polissacarideo chamado de dextrana e sua influência é o fato de que também é um composto
dextrogiro e dá a falsa sensação de alta pureza em canas cortadas a muitas horas ou canas que
sofreram ataques biologicos ou ainda o fenômeno de isoporização. A dextrana quando não bem
eliminada no tratamento do caldo pode interferir nos cozimentos e cristalizações por aumentar a
solubilidade da sacarose e impedir o crescimento dos cristais, logo a dextrana é a principal vilá na
formação de “cristais-agulha” e poeiras.
Com os resultados da concentração de dextrana em caldos pouco pode se fazer além de
aumentar os esforços no tratamento de caldo e aumentar a atenção para as respostas do processo de
cozimento, já que não há outra forma de separação da dextrana disponivel e/ou aconomicamente
viavel. Existem os composto de igual influencia que também pode estar presentes a saber tem-se o
ácido cis-aconítico e/ou trans-aconítico, amido, melanoidinas, aminoácidos e compostos da
degradação dos açúcares redutores.
No PCTS obtem-se os valores de °BRIX, POL, PZA da matéria-prima e ainda com PBU e a
%Fibra chega-se a PCC, ATR e realizar a remuneração dos fornecedores e ainda avaliar a
produtividade agrícola da cana própria usando os cálculos do sistema CONSECANA-PE (este
sistema é o único que usa o FPza no desenvolvimento de seus cálculos) programados e manipulados
pelo sistema Mega Agrícola.
Acompanhamento analítico dos processos sucroalcooleiros

O laboratório industrial encontra-se fisicamente dividido em Processo de açúcar que engloba


as análises para a fabricação de açúcar VHP, Análises de álcool que realiza as determinações e
verificações de conformidade com os parâmetros para a destilaria anexa, Análises de açúcar
responsável pelas análises para a refinaria e garantia da qualidade do açúcar refinado granulado,
Microbiologia no momento sem atividade laboral, Infomática que atua nas digitações dos dados do
laboratório, fechamentos diários, programa de metas e controle de produtos químicos, mas há ainda
um espaço com digestores, estufas e forno mufla e moinho de semente e a sala dos químicos onde
são feitas as reuniões. As figuras 3 e 4 mostram a lay-out e a rotina do laboratório industrial.
FIGURA 3 – Lay-out do lab. Industrial (vista da parte da análises de álcool).

FIGURA 4 – Quadro externo ao lab. Industrial com informativo de moagem diária (à esquerda) e bancadas
com equipamentos analíticos na parte análises de açúcar (à direita).
Já foi citado que existem mais análises a serem reproduzidas durante toda a safra. Logo mais
equipamentos analíticos são também necessários a demanda superior de determinações. Atenção
maior inicialmente se dá para o densímetro digital automático da Rudolph Research Analytical
revendido pela Tecnal capaz de emitir resultados em °INPM (% m/m); °GL a 20 °C (% vol/vol);
massa específica em g/cm3 e °Brix para amostras de vinhaça, álcool hidratado e/ou anidro. Consiste
em um equipamento simples, acurado e robusto, mas muito sensível a oscilações de tensão ou
queda de energia, este aparelho fica na parte das análises de álcool.
A balança determinadora de umidade é da marca OHAUS (modelo MB45) que comporta até
20 g de amostra de açúcar e dá a umidade residual em % (o parâmetro máximo para umidade na
USICODA-PE é de 0,05% as últimas análises registravam valores médios de 0,02%). Os
espectrofotômetros são equipados com cubetas de 4 cm para leituras de ABS para o açúcar VHP e
refinado e de 1 cm para os caldos e xaropes, estes são da marca FEMTO, Marte e HACH. O
polarímetro é um Schmidt+Haensch modelo polartronic NHZ-8 de tudo continuo de 200 mm de
quartzo que mostrou muita oscilação na última casa decimal no display de resposta devido a
oscilações de tensão no laboratório. Para a avaliação do rendimento de cristais em massas cozidas
tem-se uma centrífuga de 5,0 litros da PanAmerican acoplada com balança com tara para pesagem
do cesto (o cozimento de massa “C” estava com rendimento abaixo de 25 %, que indica baixa
eficiencia já antes visto pelo cálculo com as purezas das massas e méis, mel final com 50 de Pza).
O lab. Industrial conta com um forno mufla 1340 °C cedido pela UFRPE para análises do
projeto Cana limpa de impurezas minerais e matéria estranha. Para o preparo da semente do
cozimento de massas na fabricação e de massa refinada há um moinho vibratório da SWECO
apelidado de “robô” pelo pessoal do lab. com bolas de porcelana onde com 03 kg de açúcar
(peneirado e selecionado para cozimento de massa refinada) e 6,0 litros de ácool etílico absoluto é
preparado.
O laboratório possui um lava-olhos dentro do prédio como EPC de segurança e um chuveiro
com lava-olhos (EPC) externo ao prédio localizado na ETA desmineralizadora, itens de grande
importância, quando se diz respeito a segurança do trabalho em laboratórios químicos e muito
cobrado em auditorias de clientes de remone no mercado.
O laboratório conta ainda com um “Manual de procedimentos e metodologia de análises”
elaborado pelo chefe de laboratório para uso dos analistas e para consulta de auditores específicos
em fabricação e refinação de açúcar. Este manual foi elaborado com base no livro/texto de Celso
Caldas intitulado “Manual de análises selecionadas para indústrias sucroalcooleiras” edição de
1998. Neste manual está explanado a frequencia e o ponto de coletas, bem como o material
amostrado de amostras da fabricação e refinaria, as análises vão desde os caldos até o açúcar
comercial, fonte de consulta e sempre sujeito a correções e ainda por ser próprio a atualizações.
Controle de Qualidade e Boas Práticas de fabricação

O controle de qualidade fica sob responsabilidade da Química Industrial Verônica Pessôa


que supervisiona os laboratórios de sacarose e industrial e a destilaria anexa e ainda acompanha as
Boas Práticas de Fabricação, BPF, juntamente com o Eng. Químico Márcio responsável pela
produção e a Química Cirleide responsável pela logistica desta usina. Onde são realizados
treinamentos, adaptações para auditorias, estudos de melhoramentos e otimizações técnicas e de
trabalho. Há ainda 02 assistentes de segurança de alimentos que atuam tanto na técnica quanto na
parte burocrática da BPF
FIGURA 5 – Inventário dos reagentes analíticos do lab. Industrial.

As boas práticas de fabricação está intimamente relacionada com o controle de qualidade.


No controle de qualidade destaca-se o teste de resíduos na cal hidratada recebida como insumos e
de produtos químicos tendo como limite aceitável 15% de resíduos retidos em uma peneira de
malha de 100 mesh (100 g de amostra de cal) agitados por 5 minutos, sendo obrigado a devolução
do carregamento do fornecedor. Fazendo tal controle da qualidade dos insumos químicos, de fato,
evita-se o uso de produtos adulterados ou que deixam muitos resíduos indesejáveis ao processo.
Além do teste da cal hidratada pode-se ainda otimizar o consumo e qualidade de outros insumos,
tais como o enxofre elementar, ácido fosfórico de grau alimentício, ácido sulfuríco, agentes
coagulantes, soda e outros tantos cruiciais para a fabricação de açúcar e destilaria anexa. Com a
junção destes 02 programas continuados consegue-se a padronização de qualquer setor produtivo.

Garantia da qualidade do açúcar refinado

O açúcar por lá produzido é destinado ao mercado interno e externo e possui parametros de


controle de qualidade diversos, logo destacam-se a turvação expressa em EBC (NTU/4), a
filtrabilidade, a cor ICUMSA, umidade e as cinzas condutimétricas como os principais parametros
constantemente observados e controlados. O açúcar refinado granulado é a única forma de açúcar
comercializado pela usina mudando apenas suas formas de condicionamento e/ou armazenamento,
logo a cor máxima aceitável é de 45 U.I; a filtrabilidade está no limite de 2:30” e a umidade em
0,05%. Cada cliente tem seus parametros especificos a cobrar quando contratam com a usina, logo a
The Cola-cola company requer ainda o floco alcoolico, pontos pretos e particulas magnetizáveis. O
açúcar expedido segue com ficha técnica e laudos de análises recentemente feitas por laborátorio
creditados e habitados onde garantem qualidade do produto final comercializado pela usina.

Sistema de gestão da segurança de alimentos

Com a suspenção das vendas do açúcar refinado para “The Cola-Cola Company” devido a
inexistência de certificação FSSCC 22.000 que é o sistema de controle da segurança de alimentos,
requisito que a empresa de refrigerantes obriga de usinas fornecedoras de açúcar. Uma primeira
auditoria foi recentemente realizada para se obter tal certificação, mas sem éxito incial a agora o
corpo técnico industrial da USICODA-PE estão trabalhando em ações corretivas principalmente nos
pontos de perigo e críticos de controle (APPCC) onde tem-se o equipamento de sulfitação
(enxofreira, câmara de sublimação, coluna e hidroejetor de sulfitação) localizado na fabricação de
açúcar, as bateladas de centrífugas VHP (08 na fabricação) e refinado (04 na refinaria) da fabricação
e da refinaria, e as peneiras de classificação granulométrica e todos os armazéns como pontos
críticos de controle (PPC). Estes conjunto de atividade de controle químico e operacional compõe o
sistema de gestão da segurança de alimentos (SGSA).
Pela usina conter uma “química” de processos muito complexa e muitas operações unitárias
em seu processo com equipamentos de caldeiraria pesada e as vezes soluções engenheradas que
pouco atenta-se para o futuro desta indústria sucroquímica tarda-se em pensar na segurança do
alimento que ali é produzido (o açúcar) e muitos pouco se preocupam em manter a limpeza e a
organização de uma planta industrial e muitos até mesmos com a limpeza e saúde ocupacional de
seus colaboradores (alguns mantem suas barbas e bigodes grandes e outros ainda cultivam o hábito
de fumar dentro da planta industrial). A fiscalização não parte de órgãos gorvenamentias ou
societários específicos e sim dos clientes cada vez mais exigentes e atuantes frente sua “imagem”
sua “química sustentável” e ainda da atividade fortemente consolidada, que muitos podem até se
equivocar ao pensar que é apenas cobranças e obrigações de certificações dita extravagantes e que
ainda podem aumentar os custos de produção, mas o que ocorre é uma adequação simultânea dos
setores industriais, logo a empresa The Coke Company ajuda e auxilia muitos fornecedores para
obtenção de um contrato confiável.
CONSIDERAÇÕES FINAIS

Apesar da brevidade do período dado para a visita técnica a Usina Central Olho D'Água foi-
se possível ampliar em mais de 40 % o entendimento de nomenclaturas, terminologias, principios
do processos e das operações unitárias envolvidas em toda a usina, foi-se possível ainda conhecer
um pouco mais da rotina laboral de uma usina com capacidade de moagem diária de até 10.000
toneladas de cana-de-açúcar, a existência e a dependência do fornecimento de matéria-prima a usina
e o controle operacional da moenda, o sistema de pagamento de cana no estado de Pernambuco, o
processo envolvido na refinação do açúcar, o fluxograma e a produção de álcool combustível, bem
como, de sua interdependência com a fabricação de açúcar. Com esta formidável visita falar de
fábrica ganhou um novo conceito e avaliação não ao ponto de formar opiniões ou ainda da tomada
de decisões, mas da concretização técnica de um químico sacarotécnico. Como muito se vê
relatando “todas as usinas são iguais, mas com detalhes diferentes” (A USICODA-PE não possui
lavagem de cana quando na recepção em mesas alimentadoras)
Como foi visto a usina não possui um lay-out favorável a ampliação e otimizações frente ao
crescimento de produtividade (brownfield), mas mesmo assim mostrou-se uma usina robusta e com
boas tecnologias sendo aos poucos inseridas para controle do processo industrial como um todo. O
gasto energético desta usina é muito alto por si tratar de uma instalação em altiplanos, ou seja
antigravitacional, com muitos bombeamentos de massas de alta consistência e muitos motores.
A avaliação da qualidade matéria-prima é satisfatória e contempla também uma boa
percentegam de cana própria, com isto pretende-se aqui inserir a análise diária de determinação de
dextrana em caldos PCTS e misto, pois como dito, sua influência negativa nas análises tecnológicas
já é uma realidade no controle da produção (dextrana reduz a produção de açúcar). A implatação do
controle de qualidade por lá já está bem avançada e há a possibilidade da difusão de conhecimento e
da transferência de teconologias entre as usinas, pois de fato há outras técnicas em estudo para
acompanhamento químico de safra e estruturação dos laboratórios PCTS e Industrial.
Os desafios enfrentados nesta usina são comuns a muitos produtores sucroalcooleiros
nordestinos e serão também aqui encontrados em usinas novas (greenfields), mas com bom
entrosamento profissional dos técnicos, sistema de gestão de manutenção preditiva e preventiva e
menor manutenção corretiva, gestão assistada e atuante, programas continuados e constantemente
adaptados a realidade de usina serão pontos que confirmarão desta ativiade agroindustrial
“sustentável” competitiva no sistema de livre mercado. Novas tendências e ideias estão sendo a
todo dia estudadas para melhorar e otimizar esta indústria sucroquímica piauiense com um grupo
muito forte e quase 9 décadas de açúcar para a economia brasileira . De já grato pela oportunidade!

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