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Proteínas

Estudo da biomolécula, estrutura molecular, sistema tampão de proteínas.

As proteínas são polímeros de aminoácidos, com elevada massa molecular, constituídas por uma
ou mais cadeias de aminoácidos unidos entre si por meio de ligações peptídicas.

Mas, fois por volta de 1838 que o químico holandês Gerardus Johannes Mulder usou pela
primeira vez o termo proteína (do grego proteios, primeiro, primitivo), para se rerferir a essas
substâncias, visto que todos os seres vivos eram basicamente constituídos de ´´albuminóides´´.

Constituição molecular das proteínas

As proteínas são compostos quaternários, isto é, possuem quatro elementos essenciais: Carbono,
hidrogénio, Oxigénio e Nitrogénio, em associação com enxofre ou fósforo. Estes elementos estão
associados entre sí constituindo os aminoácidos, os quais contém um grupo cardboxilo (-COOH)
e um grupo amina (-NH2) ligados ao mesmo átomo de carbono.

Embora o número de aminoácidos existente na natureza seja elevado e variado apenas vinte (20)
destes fazem parte da constituição das proteínas-aminoácidos proteinogénicos, que são em sua
maioria α-D aminoácidos.

Estruturas das proteínas

Destingem-se quatro níveis de organização existentes nas proteínas. As quatro estruturas são:

Estrutura primária

A estrutura primária descreve o número de aminoácidos, a espécie, a seqüência (ordem) e a


localização das pontes dissulfeto (cistina) de uma cadeia polipeptídica. A estrutura é estabilizada
pelas ligações peptídicas e pontes dissulfeto. Polipeptídeos com funções e seqüências de
aminoácidos similares são denominados homólogos.

O conhecimento das seqüências de aminoácidos em proteínas é importante por várias razões:


• Compreender como as proteínas realizam suas ações moleculares.

• Compreender os efeitos das mutações resultantes da substituição ou deleções de um ou mais


aminoácidos nas proteínas.

• Verificar como proteínas similares em diferentes organismos podem contribuir com


informações acerca das vias evolutivas.

• Comparar seqüências específicas de proteínas com funções similares em espécies diferentes.

• Identificar a presença de repetições de seqüências em diferentes proteínas para agrupá-las em


famílias.

• Estudar da constituição de proteínas desconhecidas.

A seqüência de aminoácidos, unidos por ligações peptídicas, que acaba por originar uma
proteína, dá-se o nome de estrutura primária

https://www.fcfar.unesp.br/alimentos/bioquimica/imagens/estrutura_primaria.GIF

Estrutura secundária
O esqueleto polipeptídico não assume uma estrutura tridimensional aleatória, em vez disso,
geralmente forma arranjos regulares de aminoácidos que estão localizados próximos uns aos
outros na seqüência linear. Esses arranjos são denominados estrutura secundária do
polipeptídeo. A hélice a, a folha ~ e a dobradura ~ são exemplos de estruturas secundárias
freqüentemente encontradas em proteínas.

α−Hélice

Na estrutura α-hélice, a molécula polipeptídica se apresenta como uma hélice orientada para a
direita como se estivesse em torno de um cilindro, mantida por pontes de hidrogênio arranjadas
entre os grupos C=O e o H−N das ligações peptídicas. Cada volta da hélice corresponde a 3,6
resíduos de aminoácidos. As cadeias laterais R dos aminoácidos projetam-se para fora da hélice.

Folha β pregueada
A estrutura de folha β pregueada resulta da formação de pontes de hidrogênio entre duas ou mais
cadeias polipeptídicas adjacentes. As pontes de hidrogênio ocorrem entre os grupos C=O e N–H
de ligações peptídicas pertencentes a cadeias polipeptídicas vizinhas em vez de no interior da
cadeia (Figura 2.7). Cada segmento polipeptídico individual é denominado folha β.
Diferentemente da α−hélice compacta, as cadeias polipeptídicas da folha β estão quase
inteiramente estendidas.

Os segmentos polipeptídicos na folha β pregueada são alinhados no sentido paralelo ou


antiparalelo em relação às cadeias vizinhas:

• Estrutura folhas β paralelas é formada por cadeias polipeptídicas com os N−terminais


alinhados na mesma direção.

• Estrutura folhas β antiparalelas, os N−terminais de cada cadeia polipeptídica estão alinhados


em direções opostas.

Ocasionalmente, misturas de cadeias paralelas e antiparalelas são observadas.

Estrutura terciária
Estrutura terceária- resulta do enrolamento em novelo da hélice da estrutura scundária. È mantida
por pontes de hidrogénio, por ligações iónicas e ainda por ligações dissulfureto, que são ligações
covalentes. O seu enrolamento é determinado pelo diferente comportamento dos resíduos de
aminoácidos e, como tal, ele depende da sequência de aminoácidos específica de cada proteína.

A estrutura terciária tridimensional das proteínas é estabilizada por interações entre as


cadeias laterais:

Interações hidrofóbicas. São as forças não-covalentes mais importantes para a estabilidade da


estrutura enovelada. Quando circundados por moléculas de água, os grupos hidrofóbicos são
induzidos a juntarem-se para ocupar o menor volume possível. Assim, as moléculas de água
altamente ordenadas são liberadas do interior, aumentando a desordem do sistema (entropia). O
aumento da entropia é termodinamicamente favorável e dirige o dobramento protéico.

Interações eletrostáticas (ligações iônicas). Grupos carregados positivamente como os grupos


ε-amino, (− NH 3+), nas cadeias laterais de resíduos de lisina podem interagir com grupos
carregados negativamente, como o grupo carboxila (−COO−) do ácido glutâmico ou ácido
aspártico. Cerca de dois terços dos resíduos de aminoácidos com cargas nas proteínas formam
pares iônicos (ou pontes salinas: associação de dois grupos iônicos de cargas opostas).

Ligações covalentes. O único tipo de ligação covalente presente na manutenção da estrutura


terciária é a ponte dissulfeto formada de dois grupos sulfidrila de cadeias laterais de duas
cisteínas (Cys−S−S−Cys) para produzir uma cistina. Pontes de hidrogênio. Grande número de
pontes hidrogênio é formado no interior e na superfície das proteínas. As pontes de hidrogênio
contribuem moderadamente para direcionar o enovelamento.

Forças de van der Waals. É uma força de atração inespecífica que ocorre quando dois átomos
quaisquer estão próximos.
Estrutura quaternária

Muitas proteínas são multiméricas, ou seja, são compostas por duas ou mais cadeias poliptídicas.
As cadeias individuais de polipeptídeos − chamadas protômeros ou subunidades – estão
associadas por interações não−covalentes: efeitos hidrofóbicos, pontes de hidrogênio e interações
eletrostáticas. O arranjo espacial das subunidades é conhecido como estrutura quaternária das
proteínas.
Desnaturação e renaturação

A desnaturação ocorre pela alteração da conformação tridimensional nativa das proteínas


(estrutura secundária, terciária e quaternária) sem romper as ligações peptídicas (estrutura
primária).

Como a estrutura tridimensional específica das proteínas é fundamental para o exercício de suas
funções. Alterações estruturais provocadas pela desnaturação ocasionam a perda parcial ou
completa das suas funções biológicas.

Muitas vezes, em condições fisiológicas, as proteínas recuperam a conformação nativa e


restauram atividade biológica quando o agente desnaturante é removido em processo
denominado renaturação.

A desnaturação ocorre nas seguintes condições:

1. Ácidos e bases fortes. Modificações no pH resultam em alterações no estado iônico de


cadeias laterais das proteínas, que modificam as pontes de hidrogênio e as pontes salinas
(associação de grupos iônicos de proteínas de carga oposta). Muitas proteínas tornam-se
insolúveis e precipitam na solução.
2. Solventes orgânicos. Solventes orgânicos solúveis em água como o etanol, interferem
com as interações hidrofóbicas por sua interação com os grupos R não−polares e forma
pontes de hidrogênio com a água e grupos protéicos polares. Os solventes não-polares
também rompem interações hidrofóbicas.
3. Detergentes. As moléculas anfipáticas interferem com as interações hidrofóbicas e
podem desenrolar as cadeias polipeptídicas.
4. Agentes redutores. Em presença de reagentes como a uréia e β−mercaptoetanol ocorre a
conversão das pontes dissulfeto em grupos sulfidrílicos. A uréia rompe pontes de
hidrogênio e interações hidrofóbicas.
5. Concentração de sais. A ligação de íons salinos a grupos ionizáveis das proteínas
enfraquecem as interações entre grupos de cargas opostas da molécula protéica. As
moléculas de água solvatam os grupos protéicos. Com a adição de grandes quantidades
de sal às proteínas em solução, formam-se precipitados. As moléculas de água competem
pelo sal adicionado tornando a quantidade de solvente muito pequena e, com isso,
promovendo a agregação de moléculas protéicas e a sua precipitação. Esse efeito é
chamado salting out.
6. Íons de metais pesados. Metais pesados como o mercúrio (Hg2+) e chumbo (Pb2+)
afetam a estrutura protéica de várias formas. Podem romper as pontes salinas pela
formação de ligações iônicas com grupos carregados negativamente.
7. Alterações na temperatura. Com o aumento da temperatura, a velocidade de vibração
molecular aumenta. Eventualmente, interações fracas como as pontes de hidrogênio são
rompidas promovendo alterações na conformação das proteínas.
8. Estresse mecânico. Agitação e trituração rompem o delicado equilíbrio de forças que
mantém a estrutura protéica. Por exemplo, a espuma formada quando a clara do ovo é
batida vigorosamente contém proteína desnaturada.
Proteínas fibrosas
As proteínas fibrosas tipicamente contêm altas proporções de estruturas secundárias regulares,
como α−hélices ou folha β pregueadas. Compõem os materiais estruturais de órgãos e tecidos,
dando a eles elasticidade e/ou resistência.

As principais proteínas fibrosas são: o colágeno, as α−queratinas e a fibroína da seda.

Colágeno

O colágeno é a proteína mais abundante em vertebrados sendo componente essencial do tecido


conjuntivo que, numa variedade de formas geneticamente distintas, se distribui pela matriz óssea,
pele, tendões, cartilagens, córnea, vasos sangüíneos, dentes e outros tecidos. É sintetizada pelas
células do tecido conjuntivo e secretada para o espaço extracelular para fazer parte de uma rede
complexa de macromoléculas localizadas na matriz extracelular.

O colágeno é uma proteína extracelular pouco solúvel em água e organizada em fibras de grande
resistência. Cada molécula de colágeno é constituída de três cadeias polipeptídicas (uma tripla
hélice) enroladas uma em torno da outra e orientadas para a direita com cerca de 1.000 resíduos
de aminoácidos cada uma. A síntese do colágeno ocorre inicialmente no retículo endoplasmático,
depois no aparelho de Golgi e, finalmente, no espaço extracelular.

α-Queratinas

As α−queratinas são proteínas constituídas quase exclusivamente de α−hélices compostas de três


cadeias polipeptídicas enroladas em forma de corda helicoidal resistente ao estiramento. São
ricas em resíduos de cisteína que formam pontes covalentes de dissulfeto que estabilizam as
cadeias polipeptídicas adjacentes. Apresentam também teores importantes de resíduos de
aminoácidos hidrofóbicos alanina, valina, isoleucina, fenilalanina e metionina. As α−queratinas
formam a proteína da pele, cabelo, unhas, chifres, penas e lã. O cabelo é constituído de células
mortas.
Fibroína da seda

Muitos insetos e aranhas produzem seda, uma estrutura que consiste da proteína fibrosa fibroína
embebida em uma matriz amorfa. A seda é uma fibra resistente por estar quase completamente
distendida. Para esticá-la mais, seria necessário romper as ligações covalentes de suas cadeias
polipeptídicas. No entanto, a flexibilidade da seda é ocasionada pelo deslizamento das folhas β
adjacentes que estão associados por forças de van der Waals.

Proteínas globulares
As proteínas globulares possuem cadeias polipeptídicas enoveladas firmemente em estruturas
tridimensionais compactas com forma esférica ou elipsóide.

As proteínas globulares exercem diferentes tipos de atividades biológicas, tais como: enzimas,
transportadores e moduladores fisiológicos e genéticos. Os exemplos típicos são: a mioglobina, a
hemoglobina e os anticorpos.

A mioglobina presente no citosol das células musculares, é uma proteína transportadora e


armazenadora de oxigênio nos músculos esqueléticos e cardíacos dos vertebrados.

A hemoglobina é uma proteína tetramérica presente nas hemáceas cuja principal função é o
transporte do oxigênio dos pulmões aos tecidos periféricos. A hemoglobina também transporta
CO2 e prótons, dos tecidos periféricos aos pulmões, para subseqüente excreção.

Os anticorpos ou imunoglobulinas compõem uma família de glicoproteínas produzidas pelos


linfócitos B em resposta à presença de moléculas estranhas conhecidas como antígenos (resposta
imunitária humoral).

Importançia das proteínas

Apresentam função construtora: as proteínas são a base da formação da maioria das células do
corpo, Isso significa que as proteínas auxiliam na construção e também na manutenção da saúde
dos tecidos corporais, como: a pele, os cabelos, as unhas, os músculos, os ossos e os dentes.
Ainda, proteínas como a actina e a miosina são responsáveis pelo movimento da contração
muscular;

Apresentam função reguladora: as proteínas também colaboram com a produção de


hormônios, substâncias químicas que controlam diversas funções do organismo. E também de
enzimas, moléculas proteicas que agem acelerando a velocidade das reações químicas
necessárias para o organismo funcionar corretamente;

Participam do sistema imunológico: os anticorpos são proteínas que atuam no sistema de


defesa do corpo como defensores do organismo contra bactérias, vírus e outros corpos estranhos.
Ou seja, as proteínas são fundamentais para o sistema imune;

Auxiliam o sistema nervoso: é isso mesmo, as proteínas também são responsáveis pela
formação dos neurotransmissores, substâncias químicas produzidas pelos neurônios. Por meio
delas é possível enviar informações a outras células;

São responsáveis pelo transporte de oxigênio e de alguns nutrientes: as chamadas proteínas


transportadoras são aquelas que atuam no transporte de moléculas pra dentro e pra fora das
células. É possível transportar glicose e os próprios aminoácidos, por exemplo. A hemoglobina
também é uma proteína, responsável por transportar o oxigênio dos pulmões para os tecidos do
corpo.

Solubilidade protéica

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