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Governador

Cid Ferreira Gomes

Vice Governador
Domingos Gomes de Aguiar Filho

Secretária da Educação
Maria Izolda Cela de Arruda Coelho

Secretário Adjunto
Maurício Holanda Maia

Secretário Executivo
Antônio Idilvan de Lima Alencar

Assessora Institucional do Gabinete da Seduc


Cristiane Carvalho Holanda

Coordenadora da Educação Profissional – SEDUC


Andréa Araújo Rocha
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PLANEJAMENTO E CRIAÇÃO DE COLEÇÕES

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1.PROJETO DE COLEÇÃO

2.PROJETO E DESENVOLVIMENTO DE PRODUTO

3.ETAPAS DO PLANEJAMENTO DE PROJETO DE COLEÇÃO

ANEXOS

BIBLIOGRAFIA

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1. PROJETO DE COLEÇÃO

De acordo com Kotler (1999:225) existem três ciclos de vida especiais e


que são perfeitos para o ciclo de vida do produto de moda: Estilo, Moda e
Modismo. Os produtos de ciclos longos denominados produtos Estilo,
permanecem durante gerações, estando dentro e fora de moda, com vários
períodos sucessivos de interesse, “um modo básico e distinto de expressão”.
Pode-se citar como exemplo, produtos de moda com estilo clássico ou com
estilo oriental. Vincent-Ricard (1989) conceitua produtos com ciclo de vida
longo como produtos básicos. Os produtos de Moda têm um ciclo de vida
médio, possuindo uma curva de crescimento gradual permanecendo aceita ou
popularizada pelos consumidores durante determinado período e descendo
lentamente, normalmente o espaço de tempo de uma estação climática. São
produtos com desempenho de vendas progressivo e declínio gradual (Vincent-
Ricard, 1989). Já os produtos com ciclo de vida curto podem ser caracterizados
como produtos de Modismo. É o produto que “entra rapidamente, é adotado
com grande entusiasmo, atinge seu auge em pouco tempo e declina também
em pouco tempo. O modismo dura muito pouco e tende a atrair um número
limitado de seguidores” (Kotler, 1999:225). Vincent-Ricard (1989) define os
produtos com ciclo de vida curta, como produtos de vanguarda.
Ainda falando de estilo, moda e modismo abordaremos a questão do ciclo de
vida do produto, que faz parte do marketing de produto e influencia diretamente
o planejamento de coleções.

Ciclo de Vida do Produto


O estudo do ciclo de vida de um produto indica o desempenho de vendas de
um produto ou serviço com o passar do tempo. Teoricamente não se incluem
neste estudo modelos ou variações de produtos, mas sim, segmentos. Assim,
não se analisam o desempenho do Fusca, de determinado modelo de televisão
ou de computador, mas sim, o desempenho dos automóveis, dos televisores e
dos computadores.
Muitas empresas, no entanto, tem utilizado esta análise para análises de
modelos de produtos individuais de forma que o estudo mostrasse o momento
de campanhas de revitalização ou o momento de lançamentos de substitutos.

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No modelo clássico, se consideram quatro fases na vida de um produto: A


Introdução do produto no mercado, O Crescimento desse mercado, a
Maturidade e o Declínio.
Muitos estudiosos preferem considerar uma quinta fase: a Saturação do
mercado, que culmina com a representação abaixo, a mais aceita atualmente.

Ultimamente houve algumas tentativas de se acrescentar um sexto momento: o


do Desenvolvimento do produto, que antecederia a fase de Introdução.
Considera-se, no entanto, que esta fase é preliminar à vida do segmento, não
podendo ser considerada no ciclo de vida um período de vida de um produto ou
serviço que ainda não nasceu.
Assim, as fases do ciclo de vida de um produto são:
Introdução: É a fase em que se lança um produto no mercado;
Crescimento: quando o mercado começa a conhecer o produto e a consumi-
lo;
Maturidade: quando o produto já é de conhecimento amplo do mercado;
Saturação: quando o mercado já não consome o produto como anteriormente;
Declínio: quando o produto não desperta mais o interesse do mercado e as
vendas caem.

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Cada uma das fases apresenta características únicas. As principais, já


esperadas pelo mercado são:

Fase Características

Custos altos de manutenção do produto


O fabricante não tem concorrência
Os consumidores não conhecem o produto
Introdução As vendas são ínfimas
A demanda deve ser criada. Não existe.
Não há grande geração de receita.
Há a necessidade de divulgar o produto

As vendas começam a crescer


O Mercado passa a conhecer o produto
Concorrentes passam a lançar seus
Crescimento modelos
Os preços começam a cair
A rentabilidade começa a aumentar
A economia de escala faz os custos caírem

Lucros passam a diminuir


Preços tendem a cair
Volumes de vendas alcançam seus limites e
Maturidade
estabilizam
Número de concorrentes aumenta
Custo caem ainda mais

Diferenças de preços entre concorrentes


desaparecem
Saturação Lucros são reduzidos devido à concorrência
Volumes de vendas caem
Concorrentes começam a desaparecer

Volumes caem drasticamente


Preços se reduzem visando manter os
volumes
Declínio
custos aumentam
Lucro diminui sensivelmente
número de concorrentes cai

USO DO CONCEITO DE CICLO DE VIDA DO PRODUTO NA


ESTRATÉGIA DE MARKETING

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O ciclo de vida do produto é uma ferramenta útil na tomada de decisão da


estratégia de marketing. Sabendo que as vendas e lucros assumem um padrão
previsível ao longo dos estágios do ciclo de vida e que a ênfase promocional
geralmente passa das informações sobre o produto, nos estágios iniciais, para
a promoção da marca, nos estágios finais, o profissional de marketing pode se
concentrar na maximização das vendas e dos lucros em cada estágio, por meio
de esforços de marketing adequados.
Os esforços de marketing de uma empresa devem enfatizar o estímulo da
demanda no estágio de introdução. O foco, então, passa para o
desenvolvimento de uma demanda seletiva no período de crescimento.
A segmentação do mercado é amplamente usada no período de maturidade.
Durante o estágio de declínio, a ênfase retorna para o aumento da demanda
primária.
PROLONGAMENTO DO CICLO DE VIDA DO PRODUTO
Uma estratégia de marketing comum envolve a tomada de providências a fim
de prolongar, ao máximo, o ciclo de vida do produto - o que pode ser feito pelos
gerentes de marketing bem no início do estágio de maturidade.
Os ciclos de vida do produto podem ser prolongados indefinidamente por meio
de ações concebidas para aumentar a frequência do uso pelos clientes atuais,
assim como o número de usuários do produto, descobrir novos usos e/ou
mudar os tamanhos das embalagens, rótulos ou qualidade do produto.
O conceito de ciclo de vida do produto também pode ser aplicado a estilos,
modas e modismos.
Estilo: é um modo básico e distinto de expressão. Por exemplo, os estilos
aparecem em moradias (colonial, campestre, rústico); em roupas (formal,
esportivo) e na arte (realista, surrealista, abstraída).
Moda: é um estilo correntemente aceito ou popularizado em uma certa área.
Por exemplo, as roupas justinhas da década de 70 foram substituídas pelas
roupas mais soltas e largas da década seguinte. A moda tende a experimentar
um crescimento lento, permanecendo popular durante algum tempo e
declinando gradualmente.
Modismo: é a moda que entra rapidamente, é adotada com grande
entusiasmo, atinge seu auge em pouco tempo e tende a atrair um número
limitado de seguidores. Alguns exemplos são: os cubos Rubik, pedras de
estimação, bonecas, ioiôs, bambolê. Os modismos não sobrevivem muito
tempo, ou porque normalmente não satisfazem uma forte necessidade, ou
porque não a satisfazem de forma adequada.
Utilizar o conceito de ciclo de vida de produto para desenvolver uma estratégia
de marketing pode também ser difícil, pois a estratégia é, ao mesmo tempo, a
causa e o resultado do ciclo de vida do produto. Entretanto, quando utilizado
com cuidado, o conceito de ciclo de vida do produto pode ajudar a desenvolver
boas estratégias de marketing para os diferentes estágios do ciclo de vida do
produto.
Conclusões

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Para cada oferta, a empresa deve desenvolver uma estratégia de ciclo de vida
do produto. Cada produto tem um ciclo de vida marcado por um grupo de
problemas e oportunidades em constante mudança.
O ciclo começa com o estágio de desenvolvimento do produto, quando a
empresa constata e desenvolve a ideia de um novo produto. Se essa ideia for
levada adiante, entra no canal de distribuição, configurando o estágio de
introdução, marcado por um crescimento lento e lucros baixos.
Se o produto tiver sucesso, ele entra nos estágio de crescimento, com rápido
aumento das vendas e dos lucros.
Em seguida, vem o estágio de maturidade, quando o crescimento das vendas
torna-se lento e os lucros estabilizam.
Finalmente, o produto entra no estágio de declínio, quando as vendas e os
lucros decaem. A tarefa da empresa, nesse estágio, é identificar o declínio e
decidir se o produto deve ser mantido ou retirado de linha.

A Identidade Da Marca E O Perfil Do Consumidor

Em tempos de competitividade acirrada e excesso de similaridade entre


empresas, produtos e serviços, e que caracteriza a necessidade de se buscar
representar "algo mais" onde todo o resto é igual, o marketing de
relacionamento confirma-se como forte tendência na busca por vantagens
competitivas.

Em nosso conceito (veja mais em www.advantageconsultoria.com.br),


marketing de relacionamento é um conjunto de estratégias que visam o
entendimento e a gestão das relações de empresas ou profissionais com seus
clientes ou parceiros, atuais e potenciais, e cujo objetivo é aumentar a
percepção de valor da marca e, conseqüentemente, a rentabilidade dos
negócios ao longo do tempo.

Ainda, pela lógica, o marketing de relacionamento visa a criação de vínculo


comercial e a manutenção de relacionamento através de mecanismos e
recursos que favorecem a aproximação empresa-cliente, e a interação e
articulação entre estes.

Não é por acaso que alguém expressa seu sentimento com relação a uma
empresa dizendo coisas como "Eu amo esta marca" ou "Eu conheço esta
marca" ou, ainda, "Esta marca é perfeita para mim". Isto advém de um
processo que inicia quando entendemos que relacionamento é algo que se
estabelece entre pessoas e marcas - e, também, da imagem que fazemos de
determinado profissional.

Uma vez que se saiba, de um lado, qual é a identidade da marca e, de outro,


o perfil do consumidor ... suas crenças e valores, cabe ao marketing de
relacionamento garantir a conexão entre ambos em um processo contínuo de
ação e reação (interatividade).

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Quanto mais um cliente percebe que a empresa sabe reconhecer suas


necessidades, e lhe entrega produtos e serviços compatíveis com seu perfil e
características, mais o cliente dáinformações a seu respeito. E quanto mais
informações a empresa dispõe, maior é sua capacidade de identificar e
privilegiar seus clientes mais “alinhados” com seu público-alvo.

Mas quando se fala em gestão do relacionamento, isto significa ter a


capacidade de acompanhar e influenciar o comportamento de clientes e
prospects (clientes em perspectiva) ao longo do tempo, respeitando-se o
histórico das transações – como compras, contatos, sugestões, reclamações
etc - estabelecidas com a empresa em todo e qualquer processo de interação.

Isto permite transformar não-cliente em cliente, permite elevar o tíquete médio


(valor global de cada compra), aumentar a frequência de compras, reduzir os
pedidos de cancelamento (arrependimento) e, enfim, fazer com que um número
maior de clientes seja mais rentável pelo maior período possível.

Mas para isto, toda a Organização - seus colaboradores, em todos os níveis -


devem possuir um elevado grau de comprometimento com os clientes e com os
serviços oferecidos, onde a busca da qualidade e da solução do “problema” do
cliente deve ser um objetivo ou desafio coletivo.

Também se deve pesquisar continuamente as necessidades dos


consumidores, adotando-se a premissa de que o significado do sucesso é a
lealdade do cliente, são as vendas repetidas, as indicações e recomendações.
(Obs.: compreenda que a lealdade demanda não apenas fatores emocionais,
mas, sobretudo, motivos que justifiquem a seleção racional de um entre o
todo!)

Assim, as principais vantagens do marketing de relacionamento sobre o


marketing transacional são a orientação para o longo prazo, e o interesse em
múltiplas vendas e em relacionamentos duradouros, e ênfase tanto em
conquistar quanto em manter os clientes já “conquistados”.

Além disto, o marketing de relacionamento permite oferecer um motivo


concreto para o consumidor “preferir” determinada marca em detrimento às
demais. E com a vantagem (para quem o faz) de se poder monitorar o
resultado financeiro e mercadológico de todo e qualquer esforço alocado.

Em suma, fazer marketing de relacionamento é saber que o poder está nas


mãos do consumidor, percebendo-se que, ou reconhecemos essa força e
“entregamos” ao cliente aquilo que este realmente deseja, ou teremos poucas
chances de vencer os desafios impostos pela competitividade do mercado, pois
a concorrência é voraz o bastante para atendê-los na esperança de lográ-los
de nós.

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2. PROJETO E DESENVOLVIMENTO DE PRODUTO

Projeto de Produto
A linguagem do “design” de produtos se manifesta através do projeto. O projeto
faz-se necessário para articular cadeias de informações destinadas à
fabricação em larga escala por meio de tecnologias industriais. Segundo
Escorel (2000), o projeto é “o processo de fabricação das características dos
mesmos, exigidas para a satisfação das necessidades dos clientes”, e parte
fundamental do desenvolvimento de produtos. Rech, S. (2002 : 58) apresenta a
seguir, as ideias de diversos autores sobre os projetos de produtos.

Planejamento
Ação e efeito de projetar e programar uma coleção, em que se analisa o tipo de
mercado a conquistar, a qualidade do produto em vias de lançamento ou já
lançado, a concorrência que tem que enfrentar, e na qual se definem os
objetivos a alcançar com a coleção.

Coleção
A palavra coleção é tomada no sentido de conjunto de produtos, com harmonia
de ponto de vista estético ou comercial, cuja fabricação e entrega são previstas
para determinadas épocas do ano.

Planejamento de Coleção
O planejamento de coleção é a definição escrita e cifrada do que serão as
peças da coleção (estilo, forma, material, cores, preço, quantidade).
Segundo o Dicionário Aurélio planejar pode ser definido como o ato de
elaborar um plano ou roteiro, projetar ou programar algo. O processo de
planejar envolve, portanto, um modo de pensar que objetive responder a
indagações referentes aos diversos questionamentos sobre o que será feito,
como será feito, para quem, porque, por quem e com que recursos, bem como
onde e quando será executado. O planejamento é um método fundamental no
desenvolvimento de uma coleção de moda, pois além de tornar o trabalho do
designer de moda mais eficiente, auxilia no processo criativo. Segundo Rech
(2002, p.68) “coleção é um conjunto de produtos, com harmonia do ponto de
vista estético ou comercial, cuja fabricação e entrega, são previstas para
determinadas épocas do ano”. É através da coleção que vai se assegurar o
estilo e a linguagem da marca para o período de vendas vigente. Para o
processo de desenvolvimento de coleção ser dinâmico é importante muita

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comunicação entre os membros da equipe de toda a empresa. O planejamento


de coleção é elaborado a partir de informações atualizadas pela direção
comercial. Essas informações serão reunidas ao longo do ano pelas direções
gerais, comerciais, financeiras, técnicas, pelo chefe de produto e pelos
estilistas. Elas portarão:
a) o estudo de vendas das estações passadas;
b) a evolução da clientela;
c) a evolução da moda, materiais e formas;
d) a evolução da tecnologia;
e) a evolução da empresa (faturamento)
Isso tudo permitirá a realização do quadro de coleção, assim como,
também, a previsão do plano de carga da produção.

Fase de Análise Anterior ao Planejamento de Coleções


No momento do desenvolvimento de novos produtos ou no lançamento de
coleções, a empresa deve voltar-se incisivamente para a captação dos desejos
e das necessidades dos consumidores. Pois serão estes anseios,
condicionados pelos objetivos gerais da empresa, a disponibilidade e o uso
efetivo de recursos, que orientarão o processo de criação. Normalmente a
criação é baseada nas tendências estrangeiras e adequada à realidade
brasileira (clima, costumes, valores e crenças). Quando vamos lançar a
coleção? Esta pergunta depende de diversos fatores:
1) A empresa expõe seus produtos em feiras de lançamento?
2) A empresa vende para atacadistas e tem sua própria entrega?
3) A empresa vende para lojas de varejo de terceiros ou vende para lojas
de varejo próprias?
4) A empresa vende para atacadistas e lojistas?

Criação da Coleção
Criar uma coleção para uma empresa do vestuário, não é algo simples.
Embora, muitas vezes isso possa parecer. A criação pode ocorrer de forma
intuitiva ou seguir uma metodologia, isto é, uma série de operações
necessárias que seguem uma ordem pré-determinada, com o objetivo de obter
o melhor resultado, com o menor esforço e evitar futuros problemas.
No início da atividade do projeto, existe uma grande incerteza quanto ao
sucesso ou fracasso do produto, e conforme vão sendo descartadas
alternativas não adequadas ao projeto, ocorre a redução progressiva dos riscos
(Sandra Rech). Vale ressaltar que uma coleção deve ser vendável, portanto é
indispensável que se considere inúmeros fatores no momento da criação. Isto
quer dizer que o processo de criação artesanal ou artístico é muito diferente do
que se está se propondo.
Para Araújo (1995) a diferença entre o artesão e o designer está justamente no
fato de que “o artesão não desenha o seu trabalho e não apresenta razões
para as decisões que toma (...) a evolução de um produto artesanal pode
também resultar em características discordantes, muitas vezes por razões
funcionais” (p.75).
Desenvolver uma metodologia de trabalho é tarefa árdua, mas é fundamental
imprimir esse esforço para que o processo possa ser reproduzido,
especialmente quando o produto é desenvolvido por uma equipe. Sem um

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sistema abrangente capaz de descrever, organizar as etapas do processo de


criação, guiar as decisões a serem tomadas, abrangendo todos os aspectos
envolvidos, não há como assegurar a qualidade dos projetos elaborados, que
passarão a depender tão somente de rompantes de criatividade sem assegurar
a possibilidade de continuidade no desenvolvimento da produção.
Munari (1982) possui a mesma argumentação quando afirma que a existência
de uma metodologia para projeto de criação é o que diferencia o artista do
designer. Enquanto o artista elabora obras carregadas de conceitos pessoais,
através de métodos e técnicas intuitivas, o designer necessita de um método
para o projeto, já que, "livre de preconceitos artísticos", utiliza matéria prima
e técnica que o permitam criar produtos adequados às funções prática, estética
e psicológica a que se destinam. De acordo com as idéias de Juran (1997:166),
e conduzidas da mesma maneira por Escorel (2000), o projeto é "o processo de
fabricação das características dos mesmos, exigidas para a satisfação das
necessidades dos clientes" e parte fundamental do desenvolvimento de
produtos. Produtos resultantes de projetos de design têm um melhor
desempenho que aqueles desenvolvidos pelos métodos empíricos e são
obtidos em um curto espaço de tempo, considerando "conceito" e "cliente"
como os pólos terminais do ciclo de desenvolvimento. Segundo Slack (1997), o
objetivo do projeto de produtos é a satisfação das necessidades e expectativas
atuais e futuras dos consumidores. Assim, considera-se o consumidor como
início e o fim do projeto de produto. Pode-se afirmar que a Metodologia é
semelhante a um planejamento, que tem como função mostrar o “caminho” que
a pesquisa deve percorrer. Inúmeros autores apontam diferentes métodos para
executar um projeto, mas de forma geral, todos seguem uma estrutura básica.
1. Observar e analisar: definição do problema, pesquisa, definição de
objetivos e restrições;
2) Planejar e projetar: geração de opções, escolha de opções,
desenvolvimento, aprimoramento e detalhamento;
3) Construir e executar: protótipo e produção.

3. ETAPAS DO PLANEJAMENTO DE PROJETO DE COLEÇÃO

Pré-planejamento
1. Reunião de planejamento
2. Cronograma
3. Mix de produto
4. Dimensão
5. Público alvo
6. Analise da coleção anterior

Planejamento
7. Pesquisa de tendências
8. Escolha do tema/ Pesquisa do Tema (Sketchbook)
9. Cartela de cores
10. Cartela de materiais (tecidos)
11. Cartela de aviamentos
12. Esboços
13. Croquis
14. Desenhos técnicos

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15. Estamparia e bordado


16. Briefing
17. Protótipo
18. Definição dos modelos
19. Peça piloto
20. Ficha técnica
21. Graduação dos modelos
22. Encaixe e risco
23. Custo das peças
24. Mostruário
25. Release
26. Vendas

DESCRIÇÃO DAS ETAPAS DO PRÉ-PLANEJAMENTO E DO


PLANEJAMENTO DE PROJETO DE COLEÇÃO

Reunião de Planejamento
É o primeiro passo para planejar uma coleção. Neste momento serão definidos
o cronograma, a dimensão da coleção, capital disponível e uma estimativa de
faturamento. É importante estar presente a equipe de criação, o proprietário da
empresa, área comercial, marketing e de produção.

Cronograma

É uma tabela que estabelece as atividades que devem ser realizadas com
os respectivos prazos a serem cumpridos. Muitas tarefas podem ser
executadas simultaneamente. O cronograma organiza as atividades previstas e
permite quese visualize se as mesmas estão dentro dos prazos. Ideal fazer de
trás para frente. Prever serviços que depende de outras empresas.
Lembre-se, o tempo é um fator determinante, quase sempre escasso...
Coleções lançadas fora da época planejada pode ter seu potencial de vendas
seriamente afetado.

Mix de produto e de moda (ver anexo IV)

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Mix de produto é a variedade de produtos que uma empresa oferece. As


peças classificam-se em “tops” (qualquer parte superior) e “bottons” (qualquer
parte inferior). Deve-se analisar quais os tipos de artigo que deverão compor a
coleção (blusas, túnicas, blazers, shorts, saias, calças...). Exemplo: uma
confecção de surf wear masculina tem seu mix composto de shorts, bermudas,
camisetas, regatas, trajes de neoprene, etc. Pode-se incluir no mix de produto
acessórios, calçados, objetos, entre outros.
O mix de moda é composto por três segmentos: 1.Básicos: funcionais/
sempre presentes; 2. Fashion: Modelos de acordo com as tendências; 3.
Vanguarda: Peças complementares (vitrines, desfiles/ maior impacto).
Pode ser elaborada uma tabela cruzando o mix de produto com o mix de
moda com o número de peças para servir de parâmetro para a equipe de
criação.

Dimensão da coleção
O tamanho da coleção depende da estratégia comercial da empresa.
Quem é o consumidor final. Em geral uma coleção pode variar entre 20 a 80
peças, mas estes números não são regras fixas.

Público-alvo
O mercado da moda está diretamente direcionado a três grandes
públicos: feminino, masculino e infantil. Contudo, estes três grupos ainda são
segmentados quanto à localização geográfica, classe social, faixa etária entre
outros. Além disso, ainda pode-se inferir que o estilo de vida dos consumidores
tem gerado uma subdivisão ainda maior. Pires (2000 apud Treptow, 2003,
p.51) aponta uma outra divisão com suas respectivas porcentagens:
Tradicional (60%): Valoriza a praticidade, conforto, e o preço justo. Indiferente à
etiqueta e à moda, motivado pela necessidade, não gosta de chamar a
atenção. Fashion (30%): Valoriza a moda, as etiquetas, a juventude; gosta do
consumo em geral; é socialmente ativo; julga-se sensual e atraente; aceita
novidades com facilidade; procura estar em forma. Vanguarda (10%): Adota
moda própria, valoriza estilos, novidades, peças coordenadas de forma insólita.
Não é fiel às etiquetas. São pessoas criativas, sem medo de críticas.

Analise da coleção anterior


Analisar o resultado da estação precedente é importante para perceber
as peças que mais venderam, os lucros obtidos, problemas encontrados, enfim,
como foi o resultado final da coleção.

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Pesquisa de tendências (ver anexo I e II)


A pesquisa deve ser algo constante para o designer de moda, ela é o início
de todo o processo de criação. A pesquisa de tendências pode ser realizada
por meio de revistas, sites da internet, feiras, desfiles, etc. Ela requer
sensibilidade do criador para traduzir mudanças, sentimentos e
comportamentos desse consumidor. A Pesquisa de Tendência e a Pesquisa de
Tema de Coleção são as principais pesquisas inseridas no Planejamento de
Coleção, pois precisa ser realizada no tempo certo, caso contrário seus
resultados serão ultrapassados. Também deve ser ressaltada a pesquisa de
comportamento, pesquisa de mercado e a pesquisa tecnológica. Na Pesquisa
de Comportamento não basta conhecer aquilo que o mercado já consome.
Moda é a dinâmica da mudança, da renovação. O designer deve saber com
quem seu público-alvo está atualmente identificado. A Pesquisa de Mercado
são os concorrentes. É preciso saber quem são os concorrentes e estar atento
às estratégias utilizadas pelos mesmos para atrair reter clientes. (TREPTOW,
2003, p.80). Para a Pesquisa Tecnológica é imprescindível manter contato com
fornecedores sobre as inovações tecnológicas do mercado e isso pode ser feito
através de visitas a fornecedores e no atendimento a representantes na própria
empresa. Essas tendências, no entanto, acontecem em longo prazo, por esse
motivo que o design precisa estar sempre bem informado, “antenado” com os
acontecimentos mundiais. Além das pesquisas mencionadas acima, é
fundamental que a coleção tenha um tema, como se pode observar a seguir.

Escolha do tema
O “tema” representa o conceito da coleção, onde o designer comunica sua
proposta. Representa a leitura estética do briefing1. A definição do “tema”
geralmente é livre, só depende da sensibilidade do designer transformar esse
elemento inspirador em uma proposta de moda, chocante ou comercial
conforme o objetivo da empresa, diz Treptow (2003). O tema deve ter uma
ponte com as tendências.
Exemplos de temas:
Históricos: épicos
Arquitetura: estilos construções
Música: estilos musicais
Etnias: variações culturais
Fantasias: desenhos animado, contos de fadas
Subjetivos: sonhos, romantismo, desarmamento
Literários: períodos
Personalidades: heróis, pessoas marcantes,figuras de estilo
Artes: períodos, obras, autores
Natureza: fenômeno, objetos, seres
Tecnologia: atualidades tecnológicas
Mitologias/Lendas: mitos, contos

Cartela de cores (Ver anexo V)


Para o desenvolvimento de uma coleção é preciso formar uma cartela de
cores. Essas cores são extraídas do briefing, da imagem forte fazendo parte do
tema da coleção. Cada cor deve ser representada por um retângulo de 2cm x
3cm ou o inverso, tem que ser identificada por códigos ou nomes escolhidos

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pelo designe e, o espaçamento entre cada uma deve ser de 1cm. O branco e o
preto, normalmente fazem parte de todas as cartelas.

Cartela de materiais (tecidos)

O tecido é a principal matéria-prima da indústria de confecção, para que se


possa transformar em produto aquilo que foi criado pelo designer de moda.
Eles são escolhidos pelo designer na hora de desenvolver a coleção e
precisam estar de acordo com a estação e com o tema proposto para a
coleção. Deve-se anotar informações sobre o tecido (amostra): Nome ou
referência; composição; fabricante, largura; rendimento; gramatura. O valor da
matéria-prima também deve ser considerado, pois um custo elevado pode
comprometer a comercialização da peça, que certamente irá para o mercado
com um preço mais alto.

Cartela de aviamentos

Os aviamentos são materiais utilizados para a confecção de uma roupa


além do tecido. Com relação a função, pode-se dividir em função componente:
aviamento utilizado na construção da peça, sem o qual ela não pode existir –
linhas, etiquetas, zíperes, botões funcionais –; e função decorativa: aviamento
utilizado apenas como adorno, mas sem característica funcional – franjas,
patches (aplicações bordadas), etiquetas decorativas, puxadores de zíper

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decorativos. Por sua vez, a visibilidade se divide em aparente: aviamentos que


são visíveis após a peça confeccionada – botões, zíper, bordados, etiquetas de
amanho ou composição –; e não aparente: aviamentos que ficam no interior da
peça – entretelas e elásticos. Deve conter, além da amostra, a descrição,
referência, fornecedor, cores e metragem por peça.

Esboços
Após o padrão da coleção definido, com o tema escolhido, a cartela de
cores delimitada, tecidos selecionados, o designer passa a criar propostas para
a coleção através de rabiscos, pois o esboço não possui compromisso estético
e nem comercial. Ele apenas serve para que o designer passe rapidamente
para o papel uma série de idéias.

Croquis
Desenho de moda, ou croqui é o desenho estilizado das peças de uma
coleção. Nem sempre é desenvolvido pela micro e pequena empresa de
confecção. Como diz Treptow (2003, p.142), “o croqui apresenta uma grande
vantagem: a capacidade de visualizar as combinações entre peças da
coleção”.

Desenhos técnicos
O desenho técnico é um desenho da peça a ser confeccionada (não
aparece um corpo de manequim, evitando distorções característicos no
desenho de moda), onde todos os detalhes terão que estar bem informados.
Devem estar especificados os tipos de costuras, tamanho de aberturas,
posição de botões, pences, todo o tipo de informação que possa ser útil a
modelista. Esse desenho vai ser utilizado para estudos na fabricação,
execução e ao longo de todo processo produtivo. No desenho técnico
geralmente não se usa cor, e desenha-se a frente e as costas para evidenciar
os detalhes da peça. Eles são inseridos nas fichas técnicas.

Estamparia e bordado

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Estampas e bordados podem fazer muita diferença numa peça. Para compor
um modelo, em alguns casos, são previstas aplicações de estampas ou de
bordados, utilizando técnicas industriais ou métodos artesanais.

Briefing/ Painel (ver anexo III)


É um painel com imagens que concentra de modo claro e sintético o
conceito da coleção e que comunica as cores, os materiais, as texturas, as
linhas, as formas, os volumes e outras informações importantes. Não usá-lo
como capa do projeto. Esta imagem é a alma de todo o projeto e estará sendo

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constantemente consultada para todas as definições anteriores ou posteriores


à criação. Evite inserir a imagem do consumidor no briefing, prefira coloca-la
junto ao perfil do consumidor. Segundo Treptow (2003, p.109), “a leitura
estética do briefing tem por objetivo comunicar no processo quais conceitos
irão nortear a coleção. Na linguagem dos profissionais de moda, representa a
atmosfera, o espírito da coleção”.

Protótipo
Protótipo é a primeira peça produzida, onde serão testados todos os
fatores importantes para a “perfeição” do produto final. Somente após a
aprovação do protótipo é confeccionada a peça-piloto, que será usada como
modelo para produção de todas as outras. É muito importante que toda vez que
ocorra uma alteração no protótipo a alteração seja feita imediatamente na
modelagem.

Definição dos modelos


A definição dos modelos que farão parte da coleção, nunca deve ser uma
decisão solitária. É importante que seja formado um comitê de decisão cuja
composição além da presença do empresário e de um funcionário da área de
estilo devem também participar executivos das áreas de vendas e de produção.
A análise técnica comercial através do comitê tem maiores possibilidades
de garantir que o produto final corresponda às expectativas do mercado e da
empresa. Deve ser considerado: atualidade, preço, criatividade, público-alvo,
etc.

Peça piloto
A peça piloto será a peça que servirá para a orientação de toda a produção e
como tal deve incorporar todas as características de produto final em termos de
acabamento, qualidade e aviamentos.

Ficha técnica
A ficha técnica e um documento descritivo de cada peça da coleção.
Normalmente, o modelo dessas fichas varia de empresa para empresa, mas
algumas regras devem ser seguidas. Neste sentido, deve conter o nome da
coleção, a referência do modelo, a descrição do modelo, a grade de tamanhos,
o nome da modelista responsável, a data de aprovação do modelo, o desenho
técnico frente e costas, o código do molde, o nome do designer responsável, o
plano de corte, o nome ou referência do tecido, a metragem consumida, os
elementos decorativos como estampas e bordados e os elementos de
embalagem.

Release
É um texto que apresenta a coleção. Nele se apresenta o tema
pesquisado, os pontos fortes, as ideias principais, as formas, as cores, os
tecidos, assim como informações consideradas importantes.

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ANEXOS

Anexo I

Pesquisa em Moda favorece negócios


Ana Cristina Pacheco e Joana Ricci

"É fundamental saber para onde estou criando e para quem vou criar", afirma a
consultora de produtos Carla Marcondes. Para ela, quando uma coleção tem
um público-alvo bem definido, 90% da venda já está garantida. Um argumento
desses demonstra a importância de se conhecer o consumidor para saber
exatamente o que lhe oferecer.

É neste contexto que surge a pesquisa de moda. Ao mapear o perfil do


cliente, existe uma série de itens que deve ser levada em conta: faixa
etária, sexo, localização geográfica, psicografia, religião, classe social,
características físicas, comportamento social, nível de renda, estilo de vida,
valores e atitudes. “Estes itens são fundamentais porque a moda é reflexo do
momento e do estilo de vida da sociedade de onde e para onde ela é criada”,
explica Carla na aula de Pesquisa & Desenvolvimento, do Programa de Gestão
da Moda.

Quando assistimos a desfiles de moda, por exemplo, é muito comum vermos


em catálogos e releases os termos “inspiração” e “tema”. "Inspiração é o que
vai orientar a coleção e toda a comunicação visual da marca, das etiquetas e
embalagens ao material publicitário. Pode ser qualquer coisa, uma etnia ou um
artista famoso. O tema, por sua vez, é o assunto que vai ser tratado
no trabalho, é a história da coleção e é o que a gente vê por aí, nas estampas,
por exemplo”, distingüe Carla ao enfatizar que todo este processo requer muita
pesquisa, “muita mesmo”.

Outro tema abordado durante a aula foi a pesquisa de tendências que para
Carla deve ser feita com bastante concentração e constante vigilância. "Essa
deve ser uma atividade diária. É preciso estar atento a comportamento, cultura,
arte, espetáculos, movimentos sociais e políticos e não só às roupas da moda",
completou. Para ilustrar, mostrou livros, revistas e catálogos que podem ser
úteis nessas pesquisas.

A importância da pesquisa de cores foi igualmente ressaltada. As peças devem


ser cuidadosamente coordenadas a partir de um pantone preestabelecido para
que as partes superiores combinem com as inferiores, por exemplo. No Brasil
as cores básicas são o preto (exceto em moda infantil), branco, bege e marinho
(sobretudo para senhoras). Mas essas cores podem variar de acordo com a
localização. "Nos Estados Unidos, o vermelho e o vinho aparecem sempre. Na
Índia, as cores são mais fortes e na Europa, o verde oliva é muito utilizado",
afirma.

Por fim, Carla apresentou duas ferramentas muito úteis na hora de se compilar

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todas as informações encontradas: o hand plan e o painel iconográfico. O


primeiro é "pegar todas as referências e organizá-las numa folha, levando em
consideração influência, formas, tecidos, cores e aviamentos". Já o painel
iconográfico é um trabalho de colagem feito com os itens do hand plan e que
deve deixar claro o tema da coleção. "No momento da criação devemos ter
sempre o painel por perto, como referência", diz.

Anexo II

FASHION IS BUSINESS
A PESQUISA NA MODA

Artista:Carlos Aponte

Como foi dito anteriormente o designer de moda, não só deve saber desenhar,
como também deve ter certas habilidades, mas também deve saber fazer
vários tipos de pesquisa para a elaboração de uma coleção.
[...] os estilistas devem investir uma parte dos lucros numa espécie de seguro
contra o fracasso: a pesquisa. A melhor forma de obter informações sobre a
moda é por meio das feiras internacionais, sobretudo as que acontecem na
Europa e em Nova York.

[...] Com a globalização, as coleções em todo o mundo apresentam-se com


temas e inspirações muito semelhantes, o que acaba reduzindo a margem de
erro do estilista. Os profissionais de moda costumam viajar para fora do país
pelos menos duas vezes por ano: entre maio e abril, para conhecer a moda
verão, e, nos meses de setembro e outubro, para colher informações para a
coleção do inverno do ano seguinte.

Livro:As engrenagens da moda. Sem edição. Rio de Janeiro: Editora SENAC


Rio, 2001. Autor:Daniela Dwyer e Marta Kasznar Feghali.

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Seguem os tipos de pesquisa que devem ser feitos pelo designer de moda:

Imagem:Doris Treptow.Inventando moda: Planejamento de coleção. 3ed.


Brusque: S.e,
2005.

Além das pesquisas acima, quem faz moda, é necessário estar atento
em tudo o que acontece de importante nos vários segmentos que compõem a
sociedade como comportamento, cultura, política, artes, movimentos sociais,
etc., ou seja, acompanhar a atualidade do Brasil e nas principais capitais da
moda como: Paris, Milão, Londres e Nova York.

Com a facilidade da disposição de informação tanto de revistas, jornais,


internet, e outros, ajudam a diminuir cada vez mais a distancia com o resto do
mundo, mas isso não elimina a viagem para as capitais da moda, mas
dependendo da atuação do profissional e do tipo de produto com que
trabalham, outras cidades podem ter prioridade.

Fora a pesquisa pelos meios de comunicação, é necessária também as


pesquisas em feiras, lojas, magazines e etc. onde se podem obter informações
necessárias para a criação de uma coleção atualizada e comercial. ( CALDAS,
Dario. Universo da Moda: Curso Online. Sem edição. São Paulo: Editora
Anhembi Morumbi, 1999).

Além dessas fontes de pesquisa, existem também os cadernos de tendências


(birô) ou bureaux de style.

[...] os cadernos de tendências (bureaux de style) que estabelecem as


diretrizes para a próxima estação, definindo os quatro pilares que determinarão
a moda em todo mundo: silhueta, tecido, cores e textura. As tendências de
moda são apontadas pelos bureaux de style, porém são as revistas de
tendências que as confirmam através das fotos dos desfiles de lançamento das
coleções.

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[...]Tanto as revistas de tendência quanto as periódicas abrangem diferentes


segmentos do mercado. As de tendências, por exemplo, dividem-se entre os
setores masculino, feminino, infantil, de acessórios e, agora, até de marketing.
A divisão das revistas periódicas dá-se de uma forma um pouco diferente.

Por não serem veículos de pesquisa, mas direcionados ao público em geral,


atendem a segmentos como mulheres que são ligadas em
moda(Vogue/Elle),mulheres que gostam de moda,mas que também querem ler
matérias em geral(Marie Claire),mulheres que põem “a mão na massa” e
costuram suas próprias roupas(Manequim/Moda Moldes).Enfim,cada uma à
sua maneira fornece informações atuais e pertinentes aos interessados em
moda.

Livro:As engrenagens da moda. Sem edição. Rio de Janeiro: Editora SENAC


Rio, 2001. Autor:Daniela Dwyer e Marta Kasznar Feghali.

Mas terminado a pesquisa o que o estilista faz?Concluído a pesquisa é hora de


fazer os desenhos para a coleção e depois procurar os tecidos, aviamentos e
entre outros materiais que farão a composição das roupas para a produção.

Passado esta etapa, entra em cena a modelista que com os seus instrumentos
de trabalho, ela amplia e coloca na proporção correta a criação do estilista.
Feito o molde, é passado para a pilotista, que é a costureira designada para a
elaboração das primeiras peças de uma coleção.

Terminado a etapa de montagem, a roupa passa por várias provas, até chegar
a ficar como o estilista idealizou.

Feito todos os testes e ajustes é hora de entrar para a produção da coleção.


Concluído a produção da coleção, ainda há trabalho, que é a campanha de
lançamento.

Muitas vezes, é essa etapa que determina o sucesso de uma marca. Para uma
boa divulgação, muitos donos de confecção estão recorrendo, cada vez mais, a
produtores de moda e relações públicas.

Os produtores ficam responsáveis por colocar peças em jornais, revistas e


catálogos e as relações públicas por encaixar materiais e notas em mídias
variadas. Um desfile bem organizado pode arrematar o processo de
divulgação. Exige um investimento um pouco maior, mas, em função de seu
amplo alcance e apelo, pode garantir resultados importantes e bastante

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expressivos em termos financeiros para uma fábrica ou uma grife de moda.

Livro:As engrenagens da moda. Sem edição. Rio de Janeiro: Editora SENAC


Rio, 2001. Autor:Daniela Dwyer e Marta Kasznar Feghali.

Anexo III

Como criar um Painel Semântico ou “Mood Board”?


Cláudia Facca 23 de março de 2012 Conceitual, Design, Design de
Produto, Metodologia de Projetos, Tendência 5 comentários

Nas etapas iniciais de projetos, a quantidade de informações levantadas é


muito grande. E uma das maiores dificuldades nesse momento é saber o que
fazer com elas e como utilizá-las na geração de ideias e solução dos
problemas, de uma maneira criativa e inovadora.
Tão importante quanto a própria pesquisa é a conclusão dessa pesquisa,
quando se irão destacar as informações levantadas mais relevantes
descrevendo como poderão ser aplicadas no projeto e como poderão ser
traduzidas em forma de informação/inspiração visual para o projeto.

Uma boa forma de organizar a pesquisa é dividindo as informações levantadas


em 3 grupos principais: objetos, pessoas e ambientes.
OBJETOS: as coisas com as quais interagimos todo dia, artifícios físicos que
impactam em nossas vidas. Como? Observando como as pessoas interagem
com eles, utilizando, manuseando, desmembrando-os para então questionar
como eles afetam nossas vidas. Quais são os objetos (presentes no universo
das pessoas)?
 Objetos de uso pessoal: celulares, roupas, calçados, acessórios,
carros, joias, cosméticos gerais
 Objetos de uso coletivo: eletrônicos, embalagens
PESSOAS: os indivíduos que compram, utilizam e convivem com os objetos.
Como? observando seus comportamentos, ouvindo suas opiniões. Quem são
as pessoas?
 Faixa etária, sexo, classe sócio-cultural-econômica, ocupações

 O que fazem, onde vivem, como vivem, onde vaão, do que gostam
 Quais os hábitos, costumes, experiências, hobbies, manias
AMBIENTE: os locais, cenários e situações onde estão as pessoas e os
objetos. Como? observando as situações e os locais em que há a interação
entre os objetos e as pessoas que os utilizam. Como é o ambiente?
 Estilo de decoração, cores, texturas, acabamentos

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Como faremos isso? Criando um … PAINEL SEMÂNTICO ou “MOOD


BOARD”.
O Painel Semântico refere-se a uma espécie de quadro de referências visuais
para determinados aspectos do projeto, tais como cores, formas, texturas,
conceitos, cenários, etc.
A Semântica diz respeito ao estudo do significado. No design de produto
estabelece que todo objeto, além de sua funcionalidade prática e estética,
também é um símbolo cultural, algo que tem um significado, que traduza os
conceitos e as ideias relacionadas ao projeto.
PAINEL SEMÂNTICO = imagens + palavras chaves = SIGNIFICADOS
O painel semântico vai sendo construído ao longo da pesquisa, e enquanto
está sendo confeccionado pode conter textos explicativos sobre uma imagem
ou grupo de imagens.
Após a apresentação dos painéis semânticos todos sabem o que esperar do
projeto (afinal, se foram aprovados painéis com cores quentes, formas retas
verticais, texturas de metais nobres e um conceito de nobreza e qualidade
ninguém vai esperar grafismos orgânicos, com tons amadeirados e uma
tipografia caligráfica). Todas as partes (designers e clientes) estarão alinhadas
quanto às referências e expectativas do projeto.
O painel semântico ou mood board é uma COLAGEM DE
IDEIAS e INSPIRAÇÃO para qualquer trabalho de design!!!
Não são apenas representações visuais, é um conjunto de informação que
representa a EMOÇÃO que se deseja retratar em toda a obra – porque é a
emoção que cria a aparência de um projeto!
Essa ferramenta apresenta-se sob a forma de um quadro que combina uma
série de referências visuais que apoiam a criação de uma ATMOSFERA do
projeto, principalmente em suas etapas iniciais. A própria palavra inglesa
“mood” ajuda na compreensão desse instrumento, podendo ser entendida
como humor, atmosfera ou mesmo um estado temporário de nossa mente.
É uma FERRAMENTA do designer!
O mood board apóia o designer através da articulação do pensamento
imaginativo e do raciocínio por ANALOGIA, algo que ajuda na resolução de
problemas complexos pela identificação de determinados aspectos através da
articulação de aprendizados novos e antigos.
Segundo o artigo “A Comparative Study of Developing Physical and Digital
Mood Boards”, o processo de desenvolvimento de um Painel Semântico pode
ser visualizado da seguinte forma:

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Painel Temático

Anexo IV

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Como determinar o mix de produtos


Índice

Introdução
Passo 1 – Conhecer a classificação de produtos
Passo 2 – Conhecer as dimensões do sortido
Passo 3 – Seleccionar o sortido
Passo 4 – Determinar a dimensão correcta
Passo 5 – Conclusão

Introdução
A selecção e disponibilidade de produtos numa loja ou num estabelecimento
comercial pode satisfazer e fidelizar, ou não, o cliente. Tudo depende da
selecção e combinação (sortido) de produtos que o gestor fizer. Oferecer um
grande número de produtos existentes no mercado a uma determinada altura é
uma tarefa complicada do ponto de vista da logística e financeiramente. Por
isso, saber seleccionar o melhor mix de produtos é essencial. Esta combinação
é um factor concorrencial que também contribui para assegurar o êxito do
negócio.

Passo 1 – Conhecer a classificação de produtos


O sortido é composto por famílias ou sub famílias de produtos. Como estes são
susceptíveis de responder a uma necessidade global e idêntica do consumidor,
a sua classificação baseia-se nas necessidades do cliente. Assim temos
produtos de:

 conveniência/comodidade (convenience goods ou commodities) – em


regra são produtos de compra frequente, trazem pouco valor acrescentado e
o preço é geralmente baixo. Sendo produtos de necessidade básica,
suscitam uma procura contínua durante períodos de longa duração e o
consumidor não perde muito tempo a escolher ou a compará-los (ex. pão,
açúcar, sal, óleo);
 compra comparada (shopping goods) – estes são todos aqueles face aos
quais o consumidor se demora a comparar preços, qualidades, estilos ou
outras características antes de tomar a decisão de compra. São geralmente
mais caros e de compra menos frequente (ex. roupa, electrodomésticos,
mobiliário, aparelhagens de som);
 especialidade (specialty goods) – na generalidade são artigos de moda, de
marcas com notoriedade, cuja eventual substituição é inaceitável pelo
cliente. São aqueles que possuem características únicas/diferenciadas, e o
preço, sendo elevado, não é essencial para a decisão de compra. Os
consumidores conhecem-nos, não os comparam;
 novidade (fad merchandise) – estes são os artigos que produzem elevados
níveis de vendas de forma intensiva e fugaz, mas somente durante um curto
período de tempo, que normalmente corresponde ao lançamento;

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 moda – apesar da produção deste tipo de produtos se poder estender ao


longo do tempo, as suas vendas podem modificar-se drasticamente de uma
época para a outra;
 sazonais – produtos cujas vendas flutuam dramaticamente durante o ano
(ex. gelados, bronzeadores, roupa sazonal, gás para aquecimento).

Passo 2 – Conhecer as dimensões do sortido


A selecção da variedade de produtos ocorre naturalmente com a natureza do
negócio, com as suas limitações e com os seus objectivos. A dimensão do
sortido/mix de produtos é caracterizada pela:

 largura – também denominada por amplitude ou extensão. Mede o número


de famílias de produtos oferecidos pelo ponto de venda e, por consequência,
o número de necessidades satisfeitas;
 profundidade – mede o número de referências (variedade) oferecidas pelo
ponto de venda em cada família de produtos;
 coerência – corresponde à homogeneidade do sortido, à correlação entre as
necessidades do consumidor e os produtos seleccionados para as satisfazer.
Também se diz que um sortido é coerente quando todas as suas famílias de
produtos possuem sensivelmente a mesma profundidade.

O sortido pode assumir uma dimensão:

 larga e profunda – ter uma grande variedade de categorias/famílias de


produtos e uma grande variedade de referências por categoria/família. Este
tipo de sortido é característico das grandes superfícies (grandes armazéns
ou hipermercados);
 larga e pouco profunda – o supermercado médio ou pequeno traduz o
exemplo perfeito para este tipo de sortido/mix de produtos. Poderemos
encontrar diversas categorias de produtos (detergentes, produtos
alimentares, de escritório, etc.) mas com pouca variedade em cada
família/sub família;
 estreita e profunda – esta corresponde às lojas especializadas ou grandes
superfícies especializadas numa só categoria de produtos (só produtos
electrónicos, só brinquedos, etc.) de muitas referências (marcas). Quando se
trata de uma grande superfície, chegam mesmo a ser denominados
de category killers;
 estreita e pouco profunda – um tipo de sortido característico das lojas de
conveniência e hard discounts.

Passo 3 – Selecionar o sortido


A seleção dos produtos dependerá do posicionamento pretendido pela loja. Ao
selecionar o sortido, o comerciante corre muitas vezes o risco de satisfazer um
sector da clientela em detrimento de outros. Por isso, qualquer modificação é
uma decisão importante da política comercial da loja. Os fatores a ter em conta

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são:

 o sortido da loja, que pode ser:


o diversificado ou restrito – consoante o número de secções ou famílias
de produtos apresentados;
o considerável ou escasso – em função do número de modelos numa
determinada família;
o profundo ou superficial – consoante a escolha de referências ou de
artigos para cada necessidade a satisfazer.
o a determinação do mix de produtos mais apropriado, tendo em conta
os custos de:
 aprovisionamento;
 financiamento;
 armazenagem;
 quebra e depreciação
o a criação da política de sortido, que pode ser:
 concentrada – constituída por uma família de produtos apenas, muito
frequentemente utilizada por especialistas ou ultra-especialistas;
 diferenciada – constituída por vários grupos de famílias de produtos,
originando uma loja genérica, de oferta diversificada mas sem grande
profundidade.
 a criação do plano de sortido – que consiste em descrever
pormenorizadamente as gamas a propor à clientela durante um determinado
período de tempo. Os seus elementos são:
o o conteúdo – com todos os produtos apresentados e respectivos preços,
divididos por famílias de produtos. Os produtos básicos de atracção
poderão merecer uma atenção particular, visto que influenciam a compra
de outros e têm geralmente bastante importância nas vendas globais;
 a duração – onde deverá definir se a disponibilização de cada artigo será
anual, semestral, semanal ou diária (nomeadamente no caso de produtos
rapidamente perecíveis como os da alimentação/restauração). Para as
categorias de produtos de procura constante, o plano inicial pode ser
adaptado ou corrigido através de revisões pontuais. Para as famílias de
produtos sazonais, pode elaborar planos especiais ou temporários.

Passo 4 – Determinar a dimensão correcta


Como as estratégias de gestão das mercadorias estão intimamente ligadas à
seleção e dimensão do sortido, há que determinar a sua dimensão correta.
Para o fazer, deverá ter em consideração:

 a superfície de exposição de venda – esta não é elástica, as suas medidas


são fixas, logo limitam o número de produtos que se podem apresentar. Um
aumento da largura do sortido far-se-á sempre em detrimento da sua
profundidade e vice-versa;
 a rentabilidade – quanto maior for o número de famílias e de referências
dentro de cada família, mais lenta será a rotação de stocks e menor a
rentabilidade gerada. Em teoria, para compensar este inconveniente, o ponto

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de venda deveria aumentar os preços de venda, mas como nem sempre é


exequível, deve-se procurar o equilíbrio através de maior seleção e preços
menos competitivos ou de menor oferta e preços mais baixos;
 a natureza dos produtos – lojas com áreas similares terão
necessariamente de possuir dimensões diferentes do sortido. Por exemplo
uma loja de eletrodomésticos terá menor dimensão de sortido e uma loja de
produtos alimentares ou têxteis terá um sortido com maior dimensão;
 o comportamento da clientela – as características sociológicas e o poder
de compra da clientela afetam e condicionam as dimensões do sortido,
particularmente a sua profundidade;
 o modo de apresentação dos produtos – prateleiras, contentores,
gôndolas ou outros móveis e suas respectivas dimensões também variarão
em número e capacidade, consoante a dimensão da loja e do sortido, de
modo a que a apresentação (exposição) dos produtos se faça sempre de
forma correta;
 a gama – a relação entre o sortido e a gama tem variado ao longo dos anos.
Nos anos 50 havia um esquema piramidal que opunha uma gama alta e
reduzida a uma gama baixa e extensa, na década de 70, existia um
esquema em forma de losango de extensão das gamas médias, e nos anos
90 reduziu-se a gama média, estendendo-se as gamas altas e baixas;
 fatores internos e inerentes à empresa – dimensão da placa de vendas, a
política financeira, de stocks e a estratégia da marca;
 fatores externos à empresa – tipos de produtos e ciclos de vida dos
produtos.

Para fazer coincidir a oferta da loja com a procura dos clientes, e assim
conseguir atingir o equilíbrio e a rentabilidade da loja, o gestor deverá analisar
os seguintes aspectos:

 a procura de cada produto – dentro de cada família ou sub família há que


classificar cada referência segundo o seu volume de vendas. Se duas
referências são responsáveis por 80% das vendas e três por 95%, eliminar
uma quarta referência poderá ser a melhor opção, substituindo-a por outra
potencialmente mais interessante ou alargando o espaço das três restantes;
 a influência de cada produto sobre a venda dos restantes – há certos
produtos que exercem uma influência positiva sobre a venda de outros, os
chamados produtos de atração. Mesmo que um produto seja pouco rentável,
a sua manutenção no sortido pode ser fundamental para favorecer a venda
dos restantes;
 introdução de um novo produto no sortido – a decisão de introduzir um
novo produto no sortido é uma das mais complexas e difíceis decisões, uma
vez que a entrada em linha de um produto novo pode obrigar à retirada de
outro.
 Se pretender introduzir um novo produto, deve ter em conta os
seguintes critérios:
o a reputação comercial do fabricante;
o o seu preço de venda (comparado com os concorrentes);
o a imagem de qualidade da marca (comparado com os concorrentes);
o a contribuição do produto para a margem bruta da família;
o as vantagens na compra: descontos, condições de pagamento, bónus,

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etc.;
o o volume de vendas esperado e a sua potencial incidência sobre as
vendas de outros produtos;
o o potencial de mercado do produto;
o o montante do investimento previsto para o seu lançamento;
o o valor acrescentado que esse produto propõe ao consumidor;
o a sua apreciação em termos tácticos para fomentar a concorrência
horizontal entre fornecedores.

Passo 5 – Conclusão
A valorização de todos estes critérios, e a forma de atuar perante eles, poderá
ser distinta, consoante o interesse que o produto novo consiga suscitar. A
eliminação de um produto pode ser provocada por uma rentabilidade
insuficiente ou por mudanças na política comercial da loja. Em qualquer dos
casos, é sempre aconselhável utilizar os mesmos critérios seguidos para a
introdução de qualquer novo produto. Naturalmente, a aplicação de todos estes
instrumentos varia de empresa para empresa. A gestão das variáveis em causa
prende-se com o sector de atividade, os objetivos e orientações do negócio, o
mercado e, invariavelmente, o bom senso do gestor.

Bibliografia

 Lewison, Dale M.; Retailing; Prentice Hall


 Kotler, Philip; Dubois, Bernard; Marketing Management; Prentice Hall
 Rousseau, José António; Manual de Distribuição; Abril/Controljornal Editora

Referências

 American Marketing Association: www.marketingpower.com

Autor: PME Negócios

Anexo V

FASHION BUBBLES

O Pantone e a definição de cores

A cartela de cores e as matérias-primas de uma coleção de moda são definidas


de acordo com a disponibilidade de elementos tais como: corantes,
fibras, plásticos e metais, disponíveis na natureza.
O branco que simboliza a união das cores e o preto que é considerado a
ausência de cor, juntamente com as cores primárias – Ciano (Azul), Magenta
(Vermelho) e Amarelo, dão origem às outras cores encontradas em um

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pantone (escala).Sendo assim, a tonalidade das cores pode variar, de acordo


com a matéria-prima na qual será produzida – a cor amarela, por exemplo,
pode ficar com uma tonalidade na fibra de algodão e outra na fibra de
poliamida, o pantone têxtil serve para direcionar o tom mais aproximado para o
tingimento das duas fibras, levando em conta que você pode ter nesse pantone

mais de cinqüenta tons de amarelo.


Na moda para acompanhar o clima das duas estações anuais –
Primavera/Verão e Outono/Inverno, essas misturas de cores são iluminadas ou
escurecidas para uma harmonia visual.
Atualmente essa determinação de cores quentes para o verão e frias para o
inverno vem perdendo o sentido, como podemos analisar em coleções de
diversos estilistas - onde encontramos tons escuros para o verão - marrom e
marinho, contrastando com verdes e amarelos intensos.
O fato é que uma tendência de cores a ser usada, dá opções de compras para
o consumidor, que pode gostar mais de um azul em tom pastel turquesa ou
marinho.
A vantagem desse verão é que teremos todas essas cores nos mais variados
tons, é só escolher as que mais combinam com você ou com o seu público-alvo
e mergulhar nessa aquarela.
A cor é algo que nos é tão familiar que se torna para nós difícil compreender
que ela não corresponde a propriedades físicas do mundo mas sim à sua
representação interna, em nível cerebral. Ou seja, os objectos não têm cor; a
cor corresponde a uma sensação interna provocada por estímulos físicos de
natureza muito diferente que dão origem à percepção da mesma cor por um
ser humano. Não notamos, por exemplo, nenhuma diferença fundamental na
cor dos objectos familiares quando se dá uma mudança na iluminação. Para o
nosso sistema visual, as cores da pele e das caras das pessoas e as cores dos
frutos permanecem fundamentalmente invariáveis, embora seja tão difícil
conseguir que esse tipo de objecto fique com a cor certa num monitor de
televisão.

A cor não tem só que ver com os olhos e com a retina mas também com a
informação presente no cérebro. Enquanto, com uma iluminação pobre, um
determinado objecto cor de laranja pode ser visto como sendo amarelado ou
avermelhado, vemos normalmente mais facilmente com a sua cor certa,
laranja, porque é um objecto de que conhecemos perfeitamente a cor. E, se
usarmos durante algum tempo óculos com lentes que são verdes de um lado e
vermelhas do outro, depois, quando tiramos os óculos, vemos durante algum
tempo tudo esverdeado, quando olhamos para um lado, e tudo avermelhado,
quando olhamos para o outro. O cérebro aprendeu a corrigir a cor com que
«pinta» os objectos para eles terem a cor que se lembra que eles têm; e
demora algum tempo a perceber que deve depois deixar de fazer essa
correcção.

Vestuário - Planejamento e Criação de Coleções 31


Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

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Hino Nacional Hino do Estado do Ceará

Ouviram do Ipiranga as margens plácidas Poesia de Thomaz Lopes


De um povo heróico o brado retumbante, Música de Alberto Nepomuceno
E o sol da liberdade, em raios fúlgidos, Terra do sol, do amor, terra da luz!
Brilhou no céu da pátria nesse instante. Soa o clarim que tua glória conta!
Terra, o teu nome a fama aos céus remonta
Se o penhor dessa igualdade Em clarão que seduz!
Conseguimos conquistar com braço forte, Nome que brilha esplêndido luzeiro
Em teu seio, ó liberdade, Nos fulvos braços de ouro do cruzeiro!
Desafia o nosso peito a própria morte!
Mudem-se em flor as pedras dos caminhos!
Ó Pátria amada, Chuvas de prata rolem das estrelas...
Idolatrada, E despertando, deslumbrada, ao vê-las
Salve! Salve! Ressoa a voz dos ninhos...
Há de florar nas rosas e nos cravos
Brasil, um sonho intenso, um raio vívido Rubros o sangue ardente dos escravos.
De amor e de esperança à terra desce, Seja teu verbo a voz do coração,
Se em teu formoso céu, risonho e límpido, Verbo de paz e amor do Sul ao Norte!
A imagem do Cruzeiro resplandece. Ruja teu peito em luta contra a morte,
Acordando a amplidão.
Gigante pela própria natureza, Peito que deu alívio a quem sofria
És belo, és forte, impávido colosso, E foi o sol iluminando o dia!
E o teu futuro espelha essa grandeza.
Tua jangada afoita enfune o pano!
Terra adorada, Vento feliz conduza a vela ousada!
Entre outras mil, Que importa que no seu barco seja um nada
És tu, Brasil, Na vastidão do oceano,
Ó Pátria amada! Se à proa vão heróis e marinheiros
Dos filhos deste solo és mãe gentil, E vão no peito corações guerreiros?
Pátria amada,Brasil!
Se, nós te amamos, em aventuras e mágoas!
Porque esse chão que embebe a água dos rios
Deitado eternamente em berço esplêndido, Há de florar em meses, nos estios
Ao som do mar e à luz do céu profundo, E bosques, pelas águas!
Fulguras, ó Brasil, florão da América, Selvas e rios, serras e florestas
Iluminado ao sol do Novo Mundo! Brotem no solo em rumorosas festas!
Abra-se ao vento o teu pendão natal
Do que a terra, mais garrida, Sobre as revoltas águas dos teus mares!
Teus risonhos, lindos campos têm mais flores; E desfraldado diga aos céus e aos mares
"Nossos bosques têm mais vida", A vitória imortal!
"Nossa vida" no teu seio "mais amores." Que foi de sangue, em guerras leais e francas,
E foi na paz da cor das hóstias brancas!
Ó Pátria amada,
Idolatrada,
Salve! Salve!

Brasil, de amor eterno seja símbolo


O lábaro que ostentas estrelado,
E diga o verde-louro dessa flâmula
- "Paz no futuro e glória no passado."

Mas, se ergues da justiça a clava forte,


Verás que um filho teu não foge à luta,
Nem teme, quem te adora, a própria morte.

Terra adorada,
Entre outras mil,
És tu, Brasil,
Ó Pátria amada!
Dos filhos deste solo és mãe gentil,
Pátria amada, Brasil!

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