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Letras em dia, Português, 11.

º ano

Testes por sequência • Teste 1

Sequência 1 • Sermão de Santo António, Padre António Vieira

Grupo I

Apresenta as tuas respostas de forma bem estruturada.

Parte A
Lê o texto. Se necessário, consulta as notas.

Nesta viagem, de que fiz menção, e em todas as que passei a Linha Equinocial, vi debaixo dela
o que muitas vezes tinha visto e notado nos homens, e me admirou que se houvesse estendido
esta ronha, e pegado também aos peixes. Pegadores se chamam estes, de que agora falo, e com
grande propriedade, porque sendo pequenos, não só se chegam a outros maiores, mas de tal sorte
5 se lhes pegam aos costados que jamais os desaferram. De alguns animais de menos força e
indústria1 se conta que vão seguindo de longe aos Leões na caça, para se sustentarem do que a
eles sobeja.
O mesmo fazem estes Pegadores, tão seguros ao perto, como aqueles ao longe; porque o peixe
grande não pode dobrar a cabeça, nem voltar a boca sobre os que traz às costas, e assim lhes
10 sustenta o peso, e mais a fome. Este modo de vida, mais astuto que generoso, se acaso se passou,
e pegou de um elemento a outro, sem dúvida que o aprenderam os peixes do alto depois que os
nossos Portugueses o navegaram; porque não parte Vizo-Rei 2 ou Governador para as Conquistas
que não vá rodeado de Pegadores, os quais se arrimam 3 a eles, para que cá lhes matem a fome, de
que lá não tinham remédio. Os menos ignorantes, desenganados da experiência, despegam-se, e
15 buscam a vida por outra via; mas os que se deixam estar pegados à mercê e fortuna dos maiores
vem-lhes a suceder no fim o que aos Pegadores do mar.
Rodeia a Nau o Tubarão nas calmarias da Linha com os seus Pegadores às costas, tão
cerzidos4 com a pele que mais parecem remendos ou manchas naturais que os hóspedes, ou
companheiros. Lançam-lhe um anzol de cadeia com a ração de quatro Soldados, arremessa-se
20 furiosamente à presa, engole tudo de um bocado, e fica preso. Corre meia companha 5 a alá-lo
acima, bate fortemente o convés com os últimos arrancos, enfim, morre o Tubarão, e morrem com
ele os Pegadores. [...]
Considerai, Pegadores vivos, como morreram os outros, que se pegaram àquele peixe grande,
e porquê. O Tubarão morreu porque comeu, e eles morreram pelo que não comeram. Pode haver
maior ignorância, que morrer pela fome, e boca alheia? Que morra o Tubarão porque comeu, matou-o
a sua gula; mas que morra o Pegador pelo que não comeu: é a maior desgraça que se pode imaginar!
VIEIRA, Padre António, 2014. «Sermão de Santo António». In Obra Completa
(Direção de José Eduardo Franco e Pedro Calafate). Tomo II. Volume X (Sermões Hagiográficos I).
Lisboa: Círculo de Leitores (pp. 157-159)

1. indústria: habilidade, destreza;


2. Vizo-Rei: Vice-Rei;
3. arrimam: encostam;
4. cerzidos: cosidos;
5. companha: tripulação de um barco de pesca ou de um navio.

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Testes por sequência • Teste 1

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Testes por sequência • Teste 1

1. «O mesmo fazem estes Pegadores, tão seguros ao perto, como aqueles ao longe» (l. 7).
Justifica a perspetiva de Vieira, salientando o contributo do «peixe grande» (l. 7) para o
comportamento dos Pegadores censurado pelo pregador.

2. Relaciona o valor da apóstrofe presente no último parágrafo com a advertência produzida nesse
momento do texto.

3. Interpreta a interrogação retórica das linhas 22-23, considerando a intenção crítica do pregador no
último parágrafo.

4. Seleciona a opção de resposta adequada para completar as afirmações abaixo apresentadas.


Para salientar as consequências do comportamento dos Pegadores, o orador recorre, na linha
22, à _______.
A crítica social concretizada através da alegoria dos Pegadores é reforçada com a sugestão de
que o seu «modo de vida» (l. 9) ________.

(A) metáfora… contrasta com a astúcia humana


(B) antítese … se inspirou na conduta dos portugueses
(C) metáfora … se inspirou na conduta dos portugueses
(D) antítese … contrasta com a astúcia humana

Parte B
Lê o excerto da cantiga de Martim Moxa. Se necessário, consulta as notas.

Amigos, cuid’eu que Nostro Senhor


nom quer no mundo já mentes parar1:
ca2 o vejo cada dia tornar
de bem em mal e de mal em peior;
5 ca vejo bons cada dia decer
e vejo maaos sobr’eles poder;
por en3 nom hei da mia morte pavor. 1. mentes parar: parar mentes, prestar
atenção, dar importância;
2. ca: porque;
O mundo tod’[a] avessas4 vej’ir, 3. por en: por isso;
e quantas cousas eno mundo som5 4. [a] avessas: às avessas, ao contrário;
5. eno mundo som: existem no mundo;
10 a avessas andam, si Deus mi perdom; 6. nom dev’ant’a mort’a fogir: não deve fugir
por en nom dev’ant’a mort’a fogir6 perante a morte;
7. soía ser: costumava existir;
quem sabe o bem que soía seer7 8. i: aí;
e vêe i8 o mund’outra guisa9 correr 9. guisa: maneira;
10. e nom se pode, de morte, partir: e não
e nom se pode, de morte, partir10. se pode afastar dele, morrendo.
[...]

Martim Moxa, in LOPES, Graca Videira (ed. coord.), 2016. Cantigas medievais galego-
-portuguesas. Corpus integral profano – Vol. 2. Lisboa: Biblioteca Nacional, Instituto de
Estudos Medievais e Centro de Estudos de Sociologia e Estética Musical (p. 94)

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Testes por sequência • Teste 1

5. A cantiga desenvolve-se a partir da fundamentação dos dois primeiros versos.


Comprova a afirmação.

6. Estabelece uma aproximação entre as críticas efetuadas na cantiga de Martim Moxa e a


exemplaridade dos peixes visados no excerto do Sermão de Santo António (texto da Parte A).

Parte C

7. Escreve uma breve exposição sobre a intenção persuasiva do Sermão de Santo António (aos
peixes), de Padre António Vieira.
A tua exposição deve incluir:
– uma introdução ao tema;
– um desenvolvimento no qual explicites a intenção persuasiva do sermão e identifiques dois
recursos que a concretizam no discurso;
– uma conclusão adequada ao desenvolvimento do tema.

Grupo II

Nas respostas aos itens de escolha múltipla, seleciona a opção correta.

Lê os excertos do discurso de Mia Couto, na cerimónia de atribuição do título «Doutor Honoris Causa»
pela Universidade Politécnica de Maputo.

Caros amigos,
Irei falar sobre a erosão dos valores morais e de como pode um escritor ajudar na
reabilitação do tecido moral da sociedade.
Escolhi este tema porque não conheço ninguém que não se lamente da perda de valores
5 morais. Este é um assunto sobre o qual temos um imediato consenso nacional. Todos estão
de acordo, mesmo os que nunca tiveram nenhum valor moral. E até os que tiram vantagem
da imoralidade, até esses, depois de lucrarem com a ausência de regras, se queixam de que
é preciso travar a falta de decoro.
Um dos caminhos que nos pode ajudar a resgatar essa moral perdida pode ser o da
10 literatura. Refiro-me à literatura como a arte de contar e escutar histórias. Falo por mim: as
grandes lições de ética que aprendi vieram vestidas de histórias, de lendas, de fábulas. Não
estou aqui a inventar coisa nenhuma. Este é o mecanismo mais eficiente e mais antigo de
reprodução da moralidade. Em todos os continentes, em todas as gerações, os mais velhos
inventaram narrativas para encantar os mais novos. E por via desse encantamento
15 passavam não apenas sabedoria, mas uma ideia de decoro, de decência, de respeito e de
generosidade. [...]
Caros amigos,
Um dia destes, um jovem funcionário propôs-me o pagamento de um suborno para
emitir um documento. Aquilo não correu bem porque ele, num certo momento,
reconheceu-me e recuou nos seus propósitos.

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20 Para se redimir, o jovem explicou-se da seguinte maneira:


– Sabe, senhor Mia, eu gostava muito de ser uma pessoa honesta, mas falta-me o
patrocínio.
Não será exatamente o patrocínio que nos afasta da honestidade. O que nos falta é
criar uma narrativa que prove que a honestidade vale a pena. Houve quem confundisse o
25 combate contra a pobreza absoluta com o combate pela ganância absoluta. Sugeriram-nos
que a autoestima pode ser resolvida pela ostentação do luxo.
Uma certa narrativa quer ainda provar que vale a pena mentir, que vale a pena roubar,
e que vale a pena tudo menos ser honesto e trabalhar. Aliás, a palavra «trabalho» suscita
fortíssimas alergias. Pode-se ter negócios, pode-se ter projetos. Mas ter um trabalho isso é
30 que nunca. Que o trabalho leva muito tempo e, além disso, dá muito trabalho. Mas, no
fundo, todos sabemos: enriquecer rápido e sem esforço só pode ser feito de uma maneira:
roubando, vigarizando, corrompendo e sendo corrompido. Não existe, no mundo, inteiro,
uma outra receita.
Preocupa-nos que os nossos estudantes entrem para universidade com fraco
35 desempenho académico. Pois eu acho mais preocupante ainda que os nossos jovens
cresçam sem referências morais. Estamos empenhados em assuntos como o
empreendedorismo como se todos os nossos filhos estivessem destinados a serem
empresários. Ocupados em cursos de liderança como se a próxima geração fosse toda
destinada a criar políticos e líderes. Não vejo muito interesse em preparar os nossos filhos
40 para serem simplesmente boas pessoas, bons cidadãos do seu país, bons cidadãos do
mundo. [...]
É preciso mostrar que vale a pena ser honesto. É preciso criar histórias em que o
vencedor não é o mais poderoso. Histórias em que quem foi escolhido não foi o mais
arrogante, mas o mais tolerante, aquele que mais escuta os outros. Histórias em que o
45 herói não é o lambe-botas, nem o chico-esperto. Talvez essas histórias sejam o tal
patrocínio que faltou ao nosso jovem funcionário.

COUTO, Mia, 2015. «Aula de Mia Couto durante a cerimónia Doutor Honoris Causa».
Jornal de Maputo, 22 de setembro de 2015. https://www.folhademaputo.co.mz/pt/noticias/nacional/aula-
de-mia-couto-durante-a-cerimonia-doutor-honoris-causa-completa/ (Consult. 2022-03-22)

1. Relativamente ao «consenso nacional» referido na linha 5, Mia Couto salienta a singularidade de


(A) ser promovido por escritores.
(B) integrar defensores cuja prática contrasta com as exigências morais.
(C) gerar unanimidade acerca da necessidade de reabilitar a dimensão moral da literatura.
(D) impor uma reflexão sobre a perda de valores morais.

2. No contexto em que ocorre, o «encantamento» da literatura diz respeito


(A) à sua vertente fantasiosa.
(B) ao seu carácter lúdico.
(C) ao seu valor didático.
(D) à sua dimensão ficcional.

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3. A narrativa associada ao «jovem funcionário» (ll. 17 e 46) funciona como


(A) argumento ilustrativo da dimensão ética do discurso.
(B) exemplo ligado ao carácter persuasivo do discurso.
(C) comentário comprovativo do pendor valorativo do discurso.
(D) contra-argumento relacionado com a natureza demonstrativa do discurso.

4. No início do parágrafo das linhas 27 a 33, a repetição de «que vale a pena» contribui para
(A) salientar o valor do trabalho individual.
(B) criticar a obsessão atual pelo enriquecimento.
(C) denunciar a corrupção associada ao mercado de trabalho.
(D) censurar formas de estar na vida moralmente reprováveis.

5. Na passagem «Pois eu acho mais preocupante ainda que os nossos jovens cresçam sem
referências morais.» (ll. 35-36) estão presentes deíticos
(A) pessoais e temporais.
(B) pessoais e espaciais.
(C) temporais e espaciais.
(D) temporais, pessoais e espaciais.

6. Identifica a função sintática desempenhada por:


a) «nos» (l. 9);
b) «contra a pobreza absoluta» (l. 25).

7. Classifica a oração subordinada «que a honestidade vale a pena» (l. 24) e refere a função sintática
que desempenha.

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Grupo III
Num texto bem estruturado, com um mínimo de duzentas e um máximo de trezentas e cinquenta
palavras, faz a apreciação crítica do cartoon abaixo apresentado, da autoria de Amin Famil
Baghestani.
O teu texto deve incluir:
– a descrição da imagem apresentada, destacando elementos significativos da sua composição;
– um comentário crítico, fundamentando devidamente a tua apreciação e utilizando um discurso
valorativo;
– uma conclusão adequada aos pontos de vista desenvolvidos.

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BAGHESTANI, Amin Famil (Irão), 2012. Escravo. In XIV Porto Cartoon World Festival.
Porto: Museu Nacional da Imprensa (p. 216)

Observações:
1. Para efeitos de contagem, considera-se uma palavra qualquer sequência delimitada por espaços em branco, mesmo
quando esta integre elementos ligados por hífen (ex.: /dir-se-ia/). Qualquer número conta como uma única palavra,
independentemente do número de algarismos que o constituam (ex.: /2022/).
2. Relativamente ao desvio dos limites de extensão indicados, há que atender ao seguinte:
− um desvio dos limites de extensão indicados implica uma desvalorização parcial do texto produzido;
− um texto com extensão inferior a oitenta palavras é classificado com zero pontos.

Cotações
Item
Grupo
Cotação (em pontos)
1. 2. 3. 4. 5. 6. 7.
I 104
16 16 16 8 16 16 16
1. 2. 3. 4. 5. 6. 7.
II 56
8 8 8 8 8 8 8
III Item único 40
TOTAL 200

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Matriz do Teste 1 • Sermão do Santo António

Estrutura e cotação Domínios Aprendizagens Essenciais

Parte A  Interpretar obras literárias


portuguesas produzidas entre os
1. 16 pontos séculos XVII e XIX:
Sermão de Santo António, de
2. 16 pontos Padre António Vieira.

3. 16 pontos  Interpretar textos literários


portugueses produzidos entre os
4. 8 pontos Educação
séculos XII e XVI:
Literária
Poesia trovadoresca. [Retoma]
Grupo I
Parte B
104 pontos
 Comparar textos de diferentes
épocas em função dos temas,
5. 16 pontos
ideias, valores e marcos históricos
e culturais: Sermão de Santo
6. 16 pontos António e poesia trovadoresca.

Parte C  Escrever uma exposição,


Escrita respeitando as marcas de
7. 16 pontos género.

1. 8 pontos  Ler textos de diferentes graus de


complexidade argumentativa:
2. 8 pontos discurso político.
 Conhecer a referência deítica
3. 8 pontos (deíticos e respetivos referentes).
Leitura  Sistematizar o conhecimento das
Grupo II
4. 8 pontos diferentes funções sintáticas.
56 pontos
Gramática  Explicitar o conhecimento
5. 8 pontos gramatical relacionado com a
articulação entre constituintes e
6. 8 pontos entre frases (frase complexa).

7. 8 pontos

 Escrever uma apreciação


Grupo III
Item único 40 pontos Escrita crítica, respeitando as marcas
40 pontos
de género.

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Sugestões de resolução do Teste 1 6. A cantiga denuncia o «desconcerto do mundo» (que


Camões retomará também), salientando a inversão de
Grupo I – Parte A valores morais e a injustiça da ordem social, em que são
1. Segundo Vieira, os Pegadores agem de modo favorecidos os que praticam o mal e exercem o seu
semelhante ao de outros «animais de menos força e «poder» sobre os que agem de forma correta.
indústria» (l. 5), que se alimentam do que sobra da caça Através do exemplo alegórico dos Pegadores, Vieira
dos leões. Contudo, os peixes visados, ainda que se salienta também as relações humanas assentes no
sustentem da mesma forma, beneficiam do facto de o parasitismo e na exploração dos outros para benefício
peixe maior a que se pegam não poder «dobrar a próprio, que ilustram o mundo «às avessas» descrito na
cabeça, nem voltar a boca sobre os que traz às costas» cantiga.
(l. 8), razão pela qual se sentem seguros e lhes permite
fazer, «ao perto», o que a outros animais apenas é Grupo I – Parte C
possível «ao longe». 7. Resposta pessoal. Tópicos de resposta:
2. Vieira dirige-se ao «Pegadores vivos» para os advertir – a alegoria dos peixes como estratégia de persuasão
sobre as consequências do seu comportamento, que dos homens, expondo-lhes os seus vícios e respetivas
referiu anteriormente. Uma vez que tal comportamento consequências;
conduz muitas vezes os Pegadores à morte, causada – a utilização de recursos associados aos objetivos da
pela «ignorância» de «morrer pela fome, e boca alheia» eloquência, em particular movere, para levar o auditório
(l. 23), ou seja, por não se separarem do hospedeiro a a mudar o seu comportamento: frases imperativas,
que se pegaram e, por isso, morrerem com ele, o orador interjeições, apóstrofes, interrogações retóricas,
interpela os que ainda o podem ouvir e corrigir-se, os argumentos de autoridade.
«vivos», e lembra-lhes a «desgraça» (l. 24) de que
podem ser vítimas se persistirem no seu modo de vida. Grupo II
3. Com o recurso à interrogação retórica, o orador 1. (B)
conduz o auditório à tomada de consciência de que o 2. (C)
aproveitamento e a exploração dos outros são não só
comportamentos condenáveis como também perigosos 3. (B)
e arriscados, implicando, inclusivamente, a perda da 4. (D)
própria vida. Deste modo, propicia a reflexão sobre os 5. (A)
riscos envolvidos em relações assentes no oportunismo
inconsequente e ignorante, que pode penalizar os 6. a) Complemento direto.
peixes – e os homens – pequenos por ações tomadas b) Complemento do nome.
pelos maiores. 7. Oração subordinada substantiva completiva com a
4. (B) função sintática de complemento direto.

Grupo I – Parte B Grupo III


5. No início da cantiga, o sujeito poético expressa aos Resposta pessoal.
«Amigos» a sua perspetiva: «Nostro Senhor» deixou de
se preocupar e de dar atenção ao mundo. Nos versos
seguintes, apresenta os motivos que sustentam o seu
ponto de vista: só o abandono divino poderia justificar a
gradual transformação do «bem em mal» e do «mal em
peior» (v. 5), a ascensão dos «maaos» (v. 6) e a
subjugação dos «bons» (v. 5) e a organização do
mundo «a avessas»(vv. 8 e 10), ou seja, privilegiando
princípios contrários aos expectáveis. Esta
fundamentação suporta a ideia do sujeito poético de
que, perante tal realidade, a morte não causa «pavor»
(v. 7).

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