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LICENCIATURA EM CONTABILIDADE E

ADMINISTRAÇÃO

CONTABILIDADE FINANCEIRA
Docentes:
António Cariano
Clara Gariso
Eduardo Rêgo
Maria Julieta Azevedo
Pedro Pinheiro
Rui Domingos

ANO LETIVO 2020/2021


ATIVOS FIXOS TANGÍVEIS
INDICE
3

Normativo aplicável
Definição
Reconhecimento
Mensuração (no reconhecimento e após reconhecimento )
Modelo do Custo
Modelo da Revalorização
Depreciação
Quantia Depreciável e Período de Depreciação
Método de Depreciação
Imparidade
Desreconhecimento
Informações Complementares
Bibliografia
ATIVOS FIXOS TANGIVEIS
4

Normativo
Aplicável

NCRF 7 AFT
DEFINIÇÃO( §6)
5

Ativos fixos tangíveis são itens (bens) destinados a


serem utilizados na produção ou fornecimento de produtos
ou serviços, para arrendamento a outros, ou para fins
administrativos
e

que se espera sejam utilizados durante mais do que 1


período contabilístico
RECONHECIMENTO (§7)
6

O custo de um item de ativo fixo tangível deve ser


reconhecido como ativo se, e apenas se:

 for provável que futuros benefícios económicos


associados ao item fluirão para a entidade;
e
 o custo do item puder ser mensurado fiavelmente
RECONHECIMENTO (§8)
7

Os itens como por exemplo:


 Peças sobressalentes

 Equipamentos de reserva

 Equipamentos de manutenção

- São reconhecidos de acordo com esta norma quando


satisfazem a definição de ativo fixo tangível.
- Caso contrário, são classificados como inventário.
RECONHECIMENTO (§9)
8

 Esta norma não prescreve a unidade de medida para o


reconhecimento, isto é, aquilo que constitui um item do
ativo tangível.
 Assim é necessário exercer juízos de valor ao aplicar
critérios de reconhecimento às circunstâncias
específicas da entidade.
 Pode ser apropriado aplicar itens individualmente
insignificantes, tais como moldes, ferramentas e aplicar
os critérios de valor agregado.
MENSURAÇÃO NO RECONHECIMENTO
(§16, 17)

Um item do ativo fixo tangível que satisfaça as condições de


reconhecimento como um ativo deve ser mensurado pelo seu custo.
O custo de um item do ativo fixo tangível compreende
Preço de compra, incluindo direitos
aduaneiros, impostos não dedutíveis,
descontos, etc

Custos para colocar o ativo no local e


nas condições de funcionamento
desejadas

Estimativa inicial do custo de


desmantelamento e restauro do local
MENSURAÇÃO NO RECONHECIMENTO
10

EXEMPLOS DE CUSTOS ATRIBUÍVEIS(§18)


•Gastos com pessoal decorrentes diretamente da construção ou
aquisição de um item do ativo fixo tangível
•Custos de preparação do local
•Custos iniciais de entrega e de manuseamento
•Custos de instalação e montagem
•Custos de testar se o ativo funciona corretamente, após dedução dos
proventos líquidos da venda de qualquer item produzido enquanto se
coloca o ativo nessa localização e condição (tais como amostras
produzidas quando se testa o equipamento)
•Honorários
MENSURAÇÃO NO RECONHECIMENTO
11

EXEMPLOS DE CUSTOS NÃO ATRIBUÍVEIS (§20 e §21 )

❑ Custos de abertura de novas instalações


❑ Custos de introdução de um novo produto ou serviço (incluindo
publicidade)
❑ Custos de condução do negócio (nova localização, novos clientes)
❑ Gastos gerais e administrativos

Nota: A não ser que possam ser diretamente associados à aquisição ou à


instalação do bem, os gastos administrativos e outros gastos gerais, não entram
no custo do ativo.
Têm a natureza de gastos de arranque e de pré- produção.
MENSURAÇÃO APÓS RECONHECIMENTO (§29)

12

Uma entidade deve escolher o modelo de custo ou o


modelo de revalorização como política contabilística
e deve aplicar essa política a uma classe inteira de
ativos fixos tangíveis
MODELO DO CUSTO (§30)
13

Após o reconhecimento como ativo, um item do ativo


fixo tangível deve ser escriturado pelo seu custo
menos qualquer depreciação acumulada e quaisquer
perdas por imparidade acumuladas
MODELO DE REVALORIZAÇÃO (§31)
14

Após o reconhecimento como um ativo, um item do


ativo fixo tangível cujo justo valor possa ser mensurado
fiavelmente deve ser escriturado por uma quantia
revalorizada, que é o seu justo valor à data da
revalorização menos qualquer depreciação acumulada
subsequente e perdas por imparidade acumuladas
subsequentes.
DEPRECIAÇÕES (§ 43 a 49)
15

A depreciação traduz-se na imputação sistemática da


quantia depreciável de um ativo durante a sua vida útil,
que é o período durante o qual uma entidade espera que
um ativo esteja disponível para uso, ou

Numa definição funcional, é o número de unidades de


produção ou similares que uma entidade espera obter do
ativo

O gasto de depreciação de um período é geralmente


reconhecido nos resultados
QUANTIA DEPRECIÁVEL E PERÍODO DE
DEPRECIAÇÃO (§ 50 a 59)
16

A quantia depreciável de um ativo deve ser imputada


numa base sistemática durante a sua vida útil

A quantia depreciável de um ativo é determinada após


dedução do seu valor residual

A depreciação de um ativo começa quando este esteja


disponível para uso, isto é quando estiver na localização
e condição necessárias para que seja capaz de operar na
forma pretendida
Notas: 1 - Quantia depreciável, é o custo de um ativo, ou outra quantia substituta do custo, menos o
seu valor residual (§ 6)
2 - Valor Residual é a quantia estimada que uma entidade obteria correntemente pela alienação de
um ativo, após dedução dos custos de alienação estimados
QUANTIA DEPRECIÁVEL E PERÍODO DE
DEPRECIAÇÃO (§ 50 a 59) - Continuação
17

A depreciação de um ativo cessa na data em que o ativo


for:

• classificado como detido para venda ( cf NCRF 8)

• a data em que o ativo for desreconhecido

das duas a que ocorrer primeiro


MÉTODOS DE DEPRECIAÇÃO (§ 60 a 62)
18

O método de depreciação usado deve refletir o modelo por


que se espera que os futuros benefícios económicos do
ativo sejam consumidos pela entidade

O método de depreciação é aplicado consistentemente a


um ativo de período para período

Estes métodos incluem o método: (i) da linha reta, (ii)


do saldo decrescente e o (iii) das unidades de
produção
IMPARIDADE (§ 63)
19

Para determinar se um item do ativo fixo tangível está, ou


não, com imparidade, uma entidade aplica a NCRF 12

Quando a quantia recuperável de um ativo for menor do


que a sua quantia escriturada, a quantia escriturada do
ativo deve ser reduzida para a sua quantia recuperável.
Esta redução é uma perda por imparidade

Nota:
1- Quantia recuperável é a quantia mais alta entre o justo valor de um ativo menos os
custos de vender e o seu valor de uso (§4 - NCRF 12)
2- Valor de uso é o valor presente dos fluxos de caixa futuros estimados que se espera
que surjam do uso continuado de um ativo e da sua alienação no fim da vida útil (§4 -
NCRF 12)
DESRECONHECIMENTO (§ 66 a 71)
20

A quantia escriturada de um item do ativo fixo tangível


deve ser desreconhecida:
a) No momento da alienação; ou
b) Quando não se espere futuros benefícios económicos
do seu uso ou alienação

O ganho ou perda decorrente do desreconhecimento de


um item do ativo fixo tangível deve ser incluído nos
resultados quando o item for desreconhecido
INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES
CLASSE DE INVESTIMENTOS
Contas de investimentos
22

41 • Investimentos financeiros

42 • Propriedades de investimento

44 • ativos intangíveis

45 • Investimentos em curso

46 • ativos não correntes detidos para venda


ATIVOS FIXOS TANGÍVEIS
Quadro de Subcontas
23

• Terrenos e recursos naturais


• Edifícios e outras construções
• Equipamento básico
• Equipamento de transporte
• Equipamento administrativo
• Equipamento biológico
• Outros ativos fixos tangíveis
• Depreciações acumuladas
• Perdas por imparidade acumuladas
ATIVOS FIXOS TANGÍVEIS
Apresentação no Balanço
24
ATIVOS FIXOS TANGÍVEIS
Mensuração no reconhecimento
25

Custo
inicial
Custo de
aquisição

Custo de
produção*
* Se fabricado pela própria entidade
COMPONENTES DO CUSTO DO ATIVO
26

Custos diretamente atribuíveis a um ativo fixo tangível

Custos atribuíveis
Custos de ao ativo para o
aquisição de um colocar na
Custos de
ativo até o ativo localização e nas
desmantelamento
estar disponível condições
para uso pretendidas de
uso
ATIVOS FIXOS TANGÍVEIS
Reconhecimento e Mensuração Inicial
27

 EXEMPLO 1:
Aquisição de um equipamento modelo XR10, para o seu complexo industrial, tendo já sido
recebida mas não contabilizada, a seguinte documentação:
 Fatura nº 4563 de F3 relativa à aquisição de equipamento: € 50.000,00 ( sujeito a IVA à
taxa normal – 23% );
 Fatura nº 3453 de F7, referente aos honorários do técnico especializado na instalação do
equipamento € 1.000,00 (sujeito a IVA à taxa normal - e a retenção de IRS à taxa de 25%).
O pagamento foi efectuado através de emissão de cheque nº 235454 sobre o Banco ISCAL;
 Estão orçamentados custos com testes para se concluir se o equipamento funciona
correctamente no valor de € 500,00 ( a que acrescerá o respectivo IVA).
 Este equipamento integra um complexo industrial abrangido por legislação ambiental. Assim,
no final da sua vida útil, o valor estimado actualizado para proceder ao seu
desmantelamento é de € 1.500,00 ( Verbete de Lançamento nº 17).
 Obs: O equipamento já começou a ser utilizado
CUSTOS SUBSEQUENTES
29

As reparações e despesas de manutenção que apenas permitem que o


ativo mantenha o seu nível de performance esperado no momento da
sua entrada em exploração, devem ser reconhecidas como gastos do
exercício

Beneficiações e grandes reparações ≠ custos de manutenção (§13 a


15)

Certos ativos fixos tangíveis necessitam de substituição periódica de


peças. Nestes casos, segundo o princípio de reconhecimento, a entidade
reconhece na quantia escriturada do ativo fixo tangível o custo da
substituição e desreconhece a quantia escriturada da parte substituída
independentemente desta ter sido depreciada ou não separadamente.
(NCRF 7 §69)
CUSTOS SUBSEQUENTES
30

Exemplo nº2

Fatura nº 12345 do empreiteiro Solconstroi,Lda assim


descriminada:
-Construção de um telhado em cima da cobertura do nosso
armazém €20.000.
-Manutenção do telhado do nosso escritório €150.

Acresce IVA à taxa normal.


CUSTOS SUBSEQUENTES
32

Exemplo nº3
A empresa Abel & Monteiro Lda. possui equipamentos para
engarrafamento de refrigerantes. Por medida de precaução
foram adquiridos rolamentos para reserva pois estes desgastam-
se em menos de um ano e também um novo motor para futura
substituição do atual.
A empresa fornecedora F2 emitiu a fatura nº5841, assim
discriminada:
5 Rolamentos ZW ….. 2.500€
1 Motor modelo XPR… 15.000€
Acresce IVA à taxa de 23%
INVESTIMENTOS EM CURSO
34

A avaliação dos ativos fixos tangíveis construídos (fabricados) pela própria


empresa obedece aos mesmos princípios dos ativos adquiridos. (§ 23)

Se o bem em questão é um bem dos que a empresa produz para vender, o seu
custo corresponde ao custo de produção dos produtos destinados a serem
vendidos (cf. NCRF 18 - Inventários).

Quaisquer lucros internos são eliminados para chegar a tais custos, assim como
também não são incluídos o custo de quantias anormais de materiais, de
mão-de-obra ou de outros recursos desperdiçados incorridos na autoconstrução.

Em certas condições os juros de empréstimos obtidos correspondentes ao


período de fabricação podem ser incluídos no custo do ativo fixo tangível. (Para
efeitos fiscais, cf. nº 5, do Art. 2º, do Decreto-Regulamentar 25/2009).
INVESTIMENTOS EM CURSO
Reconhecimento Investimentos em Curso

35

Adicionar Invest. Curso aos AFT


INVESTIMENTOS EM CURSO
36

Exemplo nº4:
A empresa CONSTROISUL,SA. Decidiu construir um edifício para a sua sede. A
obra decorreu ao longo do ano N e ano N+1 e obtiveram-se os seguintes
dados relacionados com o custo da obra:
Custos Ano N Ano N+1 Total
Mão de obra 15.000 20.000 35.000
Matérias primas 7.000 8.000 15.000
FSE 9.000 12.000 21.000
Depreciações 4.500 4.500 9.000
Juros de empréstimos 3.000 2.800 5.800
Total 38.500 47.300 85.800
INVESTIMENTOS EM CURSO
37

Exemplo nº4:

Ao longo do ano N e N+1 serão registados os custos com a obra em curso nas
respetivas contas de gastos.
No final de cada ano, regista-se o somatório dos gastos respeitantes a essa
obra na conta 453- Investimentos em curso, por contrapartida da conta 741-
Obras para a própria entidade.
Quando a obra termina deverá ser registado o valor total da obra na
respetiva conta 432- Edifícios e outras construções por transferência do saldo
da conta 453- Investimentos em curso.
DEPRECIAÇÕES
39

O período de utilização do ativo representa (vida útil do ativo):


▪ O período durante o qual a empresa espera utilizar o ativo;
ou
▪ O número de unidades produzidas (ou equivalentes) que espera
realizar com a utilização do ativo.

O período de depreciação pode também basear-se em dados físicos


(número de unidades a serem produzidas, quilómetros a percorrer, etc).
Esta possibilidade é particularmente indicada para os ativos que se
depreciam mais pela utilização do que pelo seu envelhecimento ou se o
ritmo de utilização é irregular.
VIDA ÚTIL
40

A determinação da vida útil dum ativo fixo tangível deve ter em


consideração uma série de fatores, tais como: (NCRF 7, § 56)

❑ Capacidade produtiva (uso esperado do ativo)

❑ Desgaste normal esperado, tendo em conta o número de turnos


durante os quais o ativo será usado e o programa de reparação e
manutenção, e o cuidado e manutenção do ativo enquanto estiver
parado;

❑ Obsolescência técnica ou comercial à qual está submetido;

❑ Limites legais de utilização, em particular a duração de locação


para os bens objeto de contratos de locação financeira.
MÉTODOS DE DEPRECIAÇÃO
41

- Os ativos fixos tangíveis devem ser depreciados numa base


sistemática durante a sua vida útil

- A depreciação deve resultar da aplicação dum método escolhido


no momento do reconhecimento do ativo fixo tangível e ser aplicado
de forma consistente durante o período de utilização do ativo.

- Porém, o método de depreciação aplicado deve ser revisto no


final de cada exercício económico e, se existiu alguma alteração
significativa no modelo esperado de consumo dos futuros benefícios
económicos incorporados no ativo, o método deve ser alterado para
refletir o modelo alterado. Tal alteração deve ser contabilizada como
alteração numa estimativa contabilística de acordo com a NCRF 4.
(NCRF 7, § 61).
MÉTODO DA LINHA RETA
42

Quota = Valor de Aquisição - Valor residual


Vida útil estimada

Nota: Resulta num valor constante durante a vida útil se o valor residual do
ativo não se alterar
MÉTODO DO SALDO DECRESCENTE
43

Quota =Taxa x (Valor Depreciável – Dep. Acumulada)

Nota: Resulta num valor decrescente constante durante a vida útil


MÉTODO DAS UNIDADES DE PRODUÇÃO
44

Quota = Valor de Aquisição - Valor residual


Número de unidades de produção /utilização

VIDA ÚTIL - quantidade de unidades de produção ou semelhantes.

Resulta num débito baseado no uso ou produção esperados


DEPRECIAÇÕES
(Exemplo)

45

Exemplo nº 5

No dia 5 de Janeiro do ano N, a empresa ABC, Lda. adquiriu à AutoSaldanha uma


viatura ligeira pelo preço de 25.000€.

Vida útil estimada 4 anos

Valor residual 5.000€

Estima-se que durante a sua vida útil sejam percorridos 400.000Km, assim distribuídos:
1º Ano 120.000
2º Ano 110.000
3º Ano 90.000
4º Ano 80.000
DEPRECIAÇÕES
Apresentação no balanço e na demonstração dos resultados

48

AFT são líquidos das


depreciações acumuladas

Depreciações do
exercício
ATIVOS FIXOS TANGÍVEIS
Reconhecimento e mensuração inicial

49

Casos especiais
de identificação de AFT

Os edifícios e terrenos de
um conjunto imobiliário
ATIVOS FIXOS TANGÍVEIS
Depreciações

50

Identificação dos ativos fixos tangíveis (terrenos)

- Num conjunto imobiliário, os edifícios e os terrenos devem ser avaliados e


reconhecidos separadamente, mesmo quando sejam adquiridos conjuntamente (NCRF
7, § 58). A duração de utilização dos terrenos é ilimitada, e, por isso, só os edifícios
devem ser depreciados.

- Porém, se o custo do terreno incluir os custos do desmantelamento, remoção e


restauração do local, essa porção do custo do terreno é depreciada durante o
período de benefícios obtidos ao incorrer nesses custos. Nalguns casos, o próprio
terreno pode ter uma vida útil limitada, caso em que é depreciado de modo a
refletir os benefícios a serem dele retirados. (NCRF 7, §59)
ATIVOS FIXOS TANGÍVEIS
Depreciações

51

Artigo 10º- Depreciações de imóveis , do Decreto-Regulamentar 25/2009


atualizado pelo Decreto – Regulamentar 4/2015
“1 - No caso de imóveis, do valor a considerar nos termos do artigo 2.º, para efeitos do cálculo
das respetivas quotas de reintegração, é excluído o valor do terreno ou, tratando-se de
terrenos de exploração, a parte do respetivo valor não sujeita a deperecimento.
‘2 - De modo a permitir o tratamento referido no número anterior deverão ser evidenciados
separadamente no processo de documentação fiscal previsto no artº 130 do CIRC:
‘a) O valor do terreno e o valor da construção, sendo o valor do terreno apenas o do
subjacente à construção e o que lhe serve de logradouro;
‘b) A parte do valor do terreno de exploração não sujeita a deperecimento e a parte desse
valor a ele sujeita.
‘3 - Em relação aos imóveis adquiridos sem indicação expressa do valor do
terreno referido na alínea a) do número anterior, o valor a atribuir a este, para
efeitos fiscais, é fixado em 25 % do valor global, a menos que o sujeito passivo
estime outro valor com base em cálculos devidamente fundamentados e aceites
pela Autoridade Tributária e Aduaneira. ”
DEPRECIAÇÕES
Decreto Regulamentar 25/2009, artº 4º

52

“1 - O cálculo das reintegrações e depreciações do exercício faz-se, em regra, pelo


método da linha reta.
‘2 - Poderá, no entanto, optar-se, para o cálculo das depreciações, pelo método das
quotas decrescentes relativamente aos elementos do ativos fixos tangíveis novos,
adquiridos a terceiros construídos ou produzidos pela própria empresa, e que não
sejam:
a) Edifícios;
b) Viaturas ligeiras de passageiros ou mistas, excepto quando afetas a empresas
exploradoras de serviço público de transporte ou destinadas a ser alugadas no
exercício da atividade normal do sujeito passivo;
c) Mobiliário e equipamentos sociais.
‘3 – A adoção pelo sujeito passivo de métodos de depreciação e amortização diferentes
dos referidos nos números anteriores, de que resulte a aplicação de quotas de
depreciação ou amortização superiores às previstas no presente decreto
regulamentar, depende de autorização da Autoridade Tributária e Aduaneira, a qual
deve ser solicitada até ao termo do período de tributação no qual o sujeito passivo
pretenda iniciar a aplicação de tais métodos, através de requerimento em que se
indiquem as razões que os justificam. “
DEPRECIAÇÕES
Decreto Regulamentar 25/2009, artº 6º

53
Método das quotas decrescentes

“1 - No método das quotas decrescentes, a quota anual de depreciação


que pode ser aceite como gasto do período de tributação determina-
se aplicando aos valores mencionados do n.º 1 do artigo 2.º que,
ainda não tenham sido depreciados, as taxas referidas n.º1 do
artigo anterior, corrigidas pelos seguintes coeficientes máximos:
a)1,5 quando o período de vida útil do elemento seja inferior a cinco
anos;
b) 2 quando o período de vida útil do elemento seja de cinco ou
seis anos;
c) 2,5 quando o período de vida útil do elemento seja superior a
seis anos.
DEPRECIAÇÕES
Decreto Regulamentar 25/2009, artº 6º (cont)

54
O artigo 6.º - Método das quotas decrescentes, refere:
2 - Nos casos em que, nos períodos de tributação já decorridos de vida útil do
elemento do ativo, não tenha sido praticada uma quota de depreciação
inferior à referida no n.º 1 do artigo anterior, quando a quota anual de
depreciação determinada de acordo com o disposto no número anterior for
inferior, num dado período de tributação, à que resulta da divisão do valor
pendente de depreciação pelo número de anos de vida útil que restam ao
elemento a contar do início desse período de tributação, pode ser aceite
como gasto, até ao termo dessa vida útil, uma depreciação de valor
correspondente ao quociente daquela divisão.
3 - Para efeitos do disposto no número anterior, a vida útil de um elemento do
ativo reporta-se ao período mínimo de vida útil segundo o disposto na
alínea a) do n.º 2 do artigo 3.º
4 - O disposto no n.º 2 não prejudica a aplicação do que se estabelece no
artigo 18.º relativamente a quotas mínimas de depreciação. “
DESRECONHECIMENTO
55

Exemplo 6 - Alienação de AFT:

Nossa fatura nº234 referente à alienação de uma


máquina de soldar por €8.500, acrescida de IVA à
taxa normal que tinha sido adquirida por €15.000. A
máquina estava depreciada em €12.000.
DESRECONHECIMENTO
57

Exemplo 7 - Sinistro:

Um armazém que tinha sido adquirido por €140.000


e que estava depreciado em €125.000, incendiou-se,
não podendo ser recuperado. A empresa seguradora
informou que irá indemnizar em €14.000.
DESRECONHECIMENTO
59

Exemplo 8 - Abate:

Abate de um computador, tendo sido colocado fora


de uso e que tinha sido adquirido pelo equivalente a
€2.000. O computador estava totalmente
depreciado, conforme auto elaborado pelo diretor
financeiro e confirmado pelo ROC.
IMPARIDADE
61

Exemplo 9: Contabilização de perdas por imparidade:


A empresa Alfa , em 31 de Dezembro de 20N0, fez um teste de imparidade a um seu equipamento
com vida útil restante de mais 3 anos, e com valor contabilístico de € 120.000,00 (após
reconhecimento da depreciação de 20N0). O valor de mercado é de 75.000,00 euros.
Os fluxos líquidos de caixa esperados para os próximos 3 anos, foram os seguintes:
Ano 20N(+1) € 40.000,00
Ano 20N(+2) € 35.000,00
Ano 20N(+3) € 30.000,00

A taxa de actualização é de 10%


Então, o custo do equipamento atualizado (valor de uso) a 31-12-20N0 é igual a
➔(40.000,00/1,10¹) + (35.000,00 / 1,10²) + (30.000,00 / 1,10³) = € 87.828,70

Perda por imparidade em 31-12-20N0 é de (€ 120.000,00 - € 87.828.70) = € 32.171,30

Contabilização da perda por imparidade:

Data Operação (Histórico) Conta Valor


Débito Crédito
Dd Perda por imparidade 655x 32.171,30
Dd Perdas por imparidade acumuladas 439x 32.171,30
IMPARIDADE
Apresentação no balanço e na demonstração dos
resultados
62

Inclui AFT deduzidos de


Depreciações acumuladas e
Perdas de imparidade
acumuladas

Perdas de
imparidade do
exercício
REVALORIZAÇÕES
63

 Revalorização consiste na escrituração pelo justo valor à


data da revalorização menos qualquer depreciação
acumulada subsequente e perdas por imparidade
subsequentes
 Para os terrenos e edifícios a revalorização é
determinada por avaliadores profissionais e independentes
 Um AFT não pode ser revalorizado
separadamente. Toda a classe a que ele pertença deva ser
revalorizada
REVALORIZAÇÕES
64

É possível tratar a revalorização das seguintes formas:

Hipótese a): Revalorizar simultaneamente o custo e as


depreciações acumuladas. Custo de reposição depreciado

Hipótese b): Revalorizar apenas o valor contabilístico


deduzindo-se as depreciações acumuladas ao custo do activo.
Valor corrente do mercado, aplica-se muitas vezes aos Edifícios.
REVALORIZAÇÃO
65

Não é permitida a revalorização (§33)

Se não houver provas Se o AFT for


com base no mercado raramente vendido
do justo valor devido excepto como parte
à natureza específica de um negócio em
do AFT continuação
REVALORIZAÇÃO
66

A Frequência das revalorizações depende


das alterações dos justos valores (§34):
Quando sofrem
Quando sofrem
alterações
alterações
insignificantes podem
significativas e volateis
ser revalorizados
necessitam de
apenas a cada 3 ou 5
revalorizações anuais
anos
REVALORIZAÇÃO
67

Contabilização das Revalorizações (nota de enquadramento da conta 58)

Se a diferença • 58 Excedente de revalorização,ou


• 762x se no período anterior
de revalorização tivesse sido reconhecido uma
for positiva imparidade na 65x até ao limite do
seu saldo.
(§39)

Se a diferença • 65x Perda por imparidade, ou


• 58 se em períodos tivesse sido
de revalorização revalorizada até ao limite do saldo
for negativa da 58x.
(§40)
REVALORIZAÇÃO
68

 Reconhecimento contabilístico da realização dos


excedentes de revalorização (§41)
 Só é transferido para resultados transitados quando o ativo
for desreconhecido ou usado (vendido, abatido, depreciado
etc)
 Quando o ativo for desreconhecido implica a transferência
da totalidade do excedente para Resultados transitados
 Quando o ativo for usado, só a diferença entre a
depreciação baseada no valor revalorizado e a depreciação
baseada na quantia escriturada é que deverá ser transferida
para Resultados transitados
REVALORIZAÇÃO
69

Inclui AFT acrescido de


Revalorização

Revalorização
REVALORIZAÇÃO
70

EXEMPLO nº10
A empresa Milex, Lda entendeu revalorizar os seus andaimes de metal,
adquiridos há 3 anos, por um custo de aquisição €50.000 e tendo vindo a ser
depreciados pelo método da linha reta, a uma taxa de 12,5%. O seu valor
de mercado é atualmente de €40.000.

Pretende-se:
1. O registo contabilístico da revalorização pelos dois métodos que conhece.
2. Cálculo e registo da depreciação no ano seguinte após a revalorização.
3. Retificação do excedente de revalorização após registo da depreciação.
DIVULGAÇÕES
76

 9 — Ativos fixos tangíveis

 9.1— Divulgações sobre ativos fixos tangíveis.


 a) Bases de mensuração usados para determinar a quantia escriturada
bruta;

 b) Métodos de depreciação usados;

 c) Vidas úteis ou as taxas de depreciação usadas;

 d) Quantia escriturada bruta e depreciação acumulada (agregada com


perdas por imparidade acumuladas) no início e no fim do período; e

 e) Reconciliação da quantia escriturada no início e no fim do período


mostrando as adições, as revalorizações, as alienações, os ativos
classificados como detidos para venda, as depreciações, as perdas de
imparidade e suas reversões e outras alterações.
DIVULGAÇÕES
77

 9.2 — Existência e quantias de restrições de titularidade de ativos fixos


tangíveis dados como garantia de passivos.

 9.3 — Quantia de dispêndios reconhecida na quantia escriturada de


cada um dos seguintes itens do ativo fixo tangível no decurso da sua
construção.

 9.4 — Quantia de compromissos contratuais para aquisição de ativos fixos


tangíveis indicando as alterações durante o período.

 9.5 — Depreciação, reconhecida nos resultados ou como parte de um custo


de outros ativos, durante um período.
DIVULGAÇÕES
78

 9.6 — Para os itens do ativo fixo tangível expressos por quantias


revalorizadas:
 a) Medida em que o justo valor dos itens foi determinado diretamente por
referência a preços observáveis num mercado ativo ou em transações de mercado
recentes numa base de não relacionamento entre as partes ou foi estimado usando
outras técnicas de valorização, caso em que os principais pressupostos deverão ser
referidos;
 b) Quantia do excedente de revalorização relacionada com ativos fixos tangíveis no
início e no final do período, indicando as alterações durante o período, uma
explicação do tratamento fiscal dos elementos nele contidos e quaisquer restrições
na distribuição do saldo aos acionistas; e
 c) A quantia escriturada no balanço que teria sido reconhecida se os ativos fixos
tangíveis não tivessem sido revalorizados.
BIBLIOGRAFIA
79

✓ ALMEIDA, Rui, DIAS, Ana I., ALBUQUERQUE, Fábio, CARVALHO, Fernando, PINHEIRO, Pedro,
(2010) - “SNC EXPLICADO – 2ª EDIÇÃO”, ATF Edições Técnicas, Lisboa.
✓ ALMEIDA, Rui, ALMEIDA, Mª do Céu, DIAS, Ana I., ALBUQUERQUE, Fábio, CARVALHO,
Fernando, PINHEIRO, Pedro, (2010) “SNC CASOS PRÁTICOS E EXERCÍCIOS RESOLVIDOS”,
ATF Edições Técnicas, Lisboa.
✓ BORGES, António, RODRIGUES, Azevedo e RODRIGUES, Rogério, (2010) “ELEMENTOS DE
CONTABILIDADE GERAL”, 25ª Edição, Áreas Editora, Lisboa.
✓ GONÇALVES, Cristina; SANTOS, Dolores; RODRIGO, José; FERNANDES SANT’ANA, (2015),
“Contabildade Financeira Explicada” , Vida Económica.
✓ SILVA, Eusébio Pires da, SILVA, José Luís Miguel da, JESUS, Tânia Alves de, SILVA, Ana Cristina
Pires da, (2011) “SNC -CONTABILIDADE FINANCEIRA – CASOS PRÁTICOS - TOMO I
(Contabilidade das empresas individuais)”, Rei dos Livros, Lisboa.
✓ SILVA, Eusébio Pires da e SILVA, Ana Cristina Pires da, (2010) “SNC – MANUAL DE
CONTABILIDADE”, Rei dos Livros, Lisboa.
✓ Sistema de Normalização Contabilística (SNC).

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