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Universidade Cesumar

Curso: Medicina Módulo: Percepção


Disciplina: Fisiologia Humana

Relações Fisiológicas
da Memória e Emoção
Emoções

Medo Raiva Tristeza

Nojo Felicidade

Conjunto de respostas neurofisiológicas que acontecem após um estímulo


emocional, desencadeando comportamento automático

Esse conjunto de respostas causa mudanças fisiológicas no encéfalo, cognitivas,


e descargas relacionadas ao sistema nervoso autônomo, endócrino e
somatomotor.
Ex: escutar passos a noite, barulho de tiro, ver um animal selvagem.
Sentimento

Este termo refere-se às experiências conscientes


das alterações encefálicas e corporais que
acontecem mediante a um estímulo emocional.

“Percepção consciente da emoção”

Amor Ódio Inveja


Sistema Límbico
Hipotálamo ocupa uma posição central, ligando
estruturas límbicas ao telencéfalo e mesencéfalo.

Estruturas
telencefálicas
modulam a atividade
límbica hipotalâmica e
mesencefálica.
Comunicação
bidirecional entre as
áreas neocorticais e
estruturas límbicas.
Hipotálamo

Recebem aferências do telencéfalo =


Comportamento de defesa e reprodutor

Apresenta neurônios dispersos =


Resposta de alerta generalizado,
comportamentos motivados
Hipocampo e o vírus da Raiva

Um neurologista norte-americano James Papez propôs que


houvesse um “sistema da emoção”.
Ele relacionou o hipocampo com o vírus da raiva, pois nessa
infecção, as características envolvem hiper-responsividade
emocional como medo ou agressividade exagerados.
Núcleo supraquiasmático

“Relógio biológico”
• Estimulação no hipotálamo: sede, fome,
hiperatividade = ira e brigas.

• Estimulação do núcleo ventromedial: saciedade,


diminuição da alimentação e tranquilidade

• Estimulação na zona estreita de núcleos


periventriculares: reações de medo e punição.

• Porções anteriores e posteriores do hipotálamo:


impulso sexual
Amígdala
Recebe informações
olfatórias, sensoriais,
extero e interoceptivas do
tálamo e vias aferentes
viscerais.

Eferente: neocórtex
associativo.

As informações são integradas e recebem um cunho afetivo.


Influenciam processos mnemônicos e relacionados a
aprendizagem
• Lesão na amígdala.
Por ela ter conexão com o hipotálamo, em experimentos,
animais deixaram de apresentar respostas vegetativas e
comportamentos de defesa.

• Lesão bilateral no hipotálamo


Respostas de extrema passividade, perda de impulsos
motivacionais.

A amígdala fornece essencialmente um elo entre os


processamentos cognitivo e emocional – ligados
provavelmente à experiência emocional.
Núcleo accubens
Integra processos afetivos, por
receber vias envolvidas no
processamento emocional,
aprendizado e memória
(amígdala, hipocampo e córtex
pré-frontal).

Envolve comportamentos
relacionados com recompensa.
Neurônios dopaminérgicos que
reforçam a realização da tarefa.

Drogas de abuso estão relacionadas


com esses neurônios.
Circuito de recompensa

Fascículo do prosencéfalo medial, núcleo


lateral e ventromedial

Estímulos fracos dão sensação de


recompensa.

Neurotransmissor DOPAMINA.

Esse circuito está relacionado com qualquer


comportamento, não apenas alimentar,
com função de reforçar o comportamento
quando houver necessidade, a partir da
liberação de dopamina.
Circuito de recompensa

Consumo de drogas de abuso,


que causam o consumo
compulsivo, vício.

Cocaína, Heroína, Nicotina,


Anfetaminas.
Aumentam a ação da dopamina
no SNC, ou seja, aumentam a
atividade do circuito
recompensa.

O comportamento passa de
reforçado para compulsivo.
Centros de punição

Área cinza central ao redor do aqueduto cerebral, no mesencéfalo, zonas


periventriculares do hipotálamo e tálamo.
Também podem ser encontradas na amígdala e hipocampo.

Centros de punição são capazes de inibir completamente os


centros de recompensa, ou seja, o medo e a punição prevalece
sobre o prazer e a recompensa!

Fármacos relacionados aos centros de punição e recompensa:


Reduzem a reatividade animal
Padrão de ira
Relacionado principalmente com estimulação na zona
periventricular do hipotálamo, causa no animal:

➔ Postura de defesa
➔ Estende as garras
➔ Ergue a cauda
➔ Silvar, babar e rosnar
➔ Piloereção, Retração palpebral, Pupilas dilatadas

Controlada por sinais inibitórios dos núcleos


ventromediais do hipotálamo.
Lobotomia Frontal
Em 1960 foram realizadas as primeiras cirurgias em seres
humanos violentos, chamada Psicocirurgia.

Produziram um efeito de “doma” nos pacientes, reduzindo a


incidência de ataques agressivos.

No início do século XX, psicocirurgias,


incluindo a Lobotomia Frontal era uma
prática comum. Era relatado que
lesões no lobo frontal tinham efeitos
benéficos, calmantes, em pacientes
psicóticos, depressivos e com
neuroses.

Só mais tarde que foi verificado as


mudanças no sistema límbico.
Hábito x Reforço

Relação direta com a memória e aprendizado.

Estímulos sensoriais que não envolvem uma


recompensa ou punição, mesmo que
enviados ao córtex cerebral, serão
habituados, ou seja, ignorados.

Se houver recompensa, a resposta será mais


intensa e será reforçada.
Representação da emoção: Ressonância magnética
funcional (IRMf) para diferentes emoções
Raiva x Agressividade
A raiva é uma emoção básica
A agressividade é um comportamento secundário da raiva.
*(em modelos experimentais não é possível essa distinção, por isso muitos
estudos mesclam esses dois aspectos)

- Agressividade: relação com hormônios andrógenos (ex: injeção de


testosterona e castração em animais e esteróides anabolizantes em humanos).

➔ Agressividade predatória: ataque para obter alimento


➔ Agressividade afetiva: exibição, com vocalização e postura
ameaçadora.
Raiva e agressividade
Estimulação do córtex orbitofrontal e
cingulado anterior quando o indivíduo
se recorda de um fato que o zangou no
passado.

Raiva simulada e Hipotálamo


Raiva perante mínima provocação.

Ao remover cirurgicamente os hemisférios


cerebrais, desencadeou raiva simulada.
Ao remover córtex + hipotálamo anterior = raiva
simulada
Ao remover córtex + hipotálamo anterior +
hipotálamo posterior = não apresentou raiva
simulada.

Hipotálamo posterior é importante para a expressão


da raiva.
Agressividade afetiva:
Entretanto, estimulações em diversas hipotálamo medial
áreas do hipotálamo causam efeitos
diferentes.
Farejar, arquejar, comer, ou
expressar comportamentos de ainda
medo e raiva.

Respostas comportamentais
do hipotálamo estão
relacionadas com a função do
SNA, portanto envolvem
alterações de frequência
cardíaca, dilatação de pupila
e motilidade gastrointestinal. Agressividade predatória
silenciosa: hipotálamo lateral
Mesencéfalo e agressividade

O hipotálamo se comunica por duas vias com o tronco encefálico: Feixe


prosencefálico e Área tegmentar ventral.

Projeções axonais para substância cinzenta periaquedutal (SCPA) causam a


agressividade afetiva, e lesões nessa área podem cessar esse
comportamento.
Regulação serotoninérgica da raiva e agressividade

Hipótese da deficiência
serotoninérgica relacionada à
agressividade.

Fármacos que bloqueiam a


síntese ou a liberação de 5-HT
aumentam a agressividade.

Modulação envolve alguns dos


receptores de 5-HT (1A e 1B)

*alguns pesquisadores consideram essa relação


simplista, pois há envolvimento com outros
neurotransmissores e receptores.
Lesões no córtex pré-
frontal ou na amígdala

Pacientes perdem a
capacidade de tomar
decisões baseados nos
mecanismos de
recompensa e
punições.
Personalidade muito
alterada.

Sociopatia
Clássico caso do Phineas Gage se acidentou com um bastão, e se
tornou grosseiro, desrespeitoso, não aceitava críticas, não tinha
mais habilidade de planejar o futuro, comportamento conforme o
dia-a-dia.
REFERÊNCIAS:

Aires, Margarida de M. Fisiologia, 5ª edição. Grupo GEN, 2018.

Bear, Mark F. Neurociências desvendando o sistema nervoso. 4. Porto Alegre


ArtMed 2017.

Kandel, E.R. Princípios de neurociências. 5ª edição. Artmed, 2014.

Guyton e Hall. Tratado de Fisiologia Médica. 13ª ed. Elsevier, 2017.

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