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Monografia Sobre Triangulação
Monografia Sobre Triangulação
ZÉ DOCA
2023
JOALISSON RÊGO PAVÃO
ZÉ DOCA
2023
AGRADECIMENTOS
Primeiramente, quero agradecer a Deus, pela minha vida, e me ajudar a enfrentar todos
os obstáculos ao longo do curso.
Á minha mãe, Leny, a minha namorada, Luana, que me incentivaram e apoiaram durante
esses anos da minha vida acadêmica e aos meus irmãos, Daniele e Denílson, aos quais sempre
me motivaram.
Aos meus queridos avós, Antônia e Antônio, por serem meu combustível.
Às minhas amigas, Leoniza Gomes, Aline Vitória e ao meu amigo Sisnande Costa, pelas
contribuições que foram fundamentais para a elaboração desse trabalho.
Aos meus amigos de universidade e professores que através de suas contribuições e
ensinamentos permitiram que eu pudesse estar hoje concluindo esse trabalho.
Ao meu orientador, Prof. Me. Raimundo Nonato, pelo empenho dedicado à minha
pesquisa e por todo apoio e paciência durante o processo de elaboração.
E a todos que direta ou indiretamente fizeram parte da minha formação.
Muito obrigado!
“A vida é como um jogo de futebol, cada lance pode
definir sua trajetória”.
Mikael Johnathan
RESUMO
Throughout history, mathematics has demonstrated the need for different alternatives for
teaching and learning its contents, in order to make better use of them. However, most of the
time, this subject is taught in an automated way, just by applying algorithms without a brief
contextualization. In this sense, this research aimed to analyze and describe how the
triangulations of soccer players can contribute to the study of the area of triangles through
Mathematical Modeling. This methodology mainly aims to contextualize mathematical subjects
with the students' reality, in order to make mathematics education a more dynamic and
interactive process. Soccer, the most popular sport in Brazil and a passion of the vast majority
of Brazilians, when related to mathematics is a tool that contributes to this activity. Thus, this
research is classified as basic, exploratory and descriptive, guided by a qualitative approach,
from the point of view of technical procedures, it is bibliographical research. To find the
situations, we searched the Theses and Dissertations databases, Google Scholar, Capes journals,
Scielo and YouTube databases for papers and videos that presented discussions and problems
about triangles and mathematical modeling. As a result, four triangulation situations in soccer
matches were selected to find the area of triangles following the five stages of modeling: 1)
choosing a topic, 2) exploratory research, 3) raising the problem(s), 4) solving the problem(s)
and 5) critical analysis(s) of the solution(s) proposed by Burak. To carry out the research,
Google Earth and GeoGebra tools were used to deduce the distances between the players and
find the heights and, subsequently, calculate the areas of the triangles. The results obtained
show that the theme presented here contributes to the study of the area of triangles, since the
students participate directly in each stage, arousing even more interest in the lessons. We
therefore conclude that soccer, through its various triangulation situations, makes it possible to
develop methodologies to facilitate the study of the area of triangles. It is also a way of showing
students that learning mathematics can be a more attractive and dynamic process.
1 INTRODUCÃO .......................................................................................................... 9
2 REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................... 11
2.1 UM POUCO DA HISTÓRIA DA MATEMÁTICA .................................................. 11
2.1.1 Apontamentos históricos sobre a geometria .......................................................... 11
2.2 MODELAGEM MATEMÁTICA .............................................................................. 13
2.2.1 As Tecnologias Digitais no processo de Modelagem ............................................. 16
2.3 ALGUMAS FIGURAS PLANAS NO FUTEBOL .................................................... 17
2.4 ALGUNS APONTAMENTOS SOBRE TRIÂNGULOS .......................................... 19
2.4.1 Desigualdade triangular........................................................................................... 20
2.4.2 Congruência de triângulos....................................................................................... 21
2.4.2.1 Casos de congruência de triângulos ........................................................................... 22
2.4.3 Semelhança de triângulos ........................................................................................ 24
2.4.3.1 Casos de semelhança de triângulos ............................................................................ 25
2.4.4 Área de triângulos .................................................................................................... 26
3 METODOLOGIA .................................................................................................... 28
4 SITUAÇÕES DE MODELAGEM .......................................................................... 30
4.1 ESCOLHA DO TEMA .............................................................................................. 30
4.2 PESQUISA EXPLORATÓRIA ................................................................................. 30
4.2.1 Triangulação do River Plate.................................................................................... 30
4.2.2 Triangulação do Flamengo ...................................................................................... 31
4.2.3 Triangulação do Barcelona ..................................................................................... 32
4.2.4 Triangulação do Manchester City .......................................................................... 33
4.3 LEVANTAMENTO DO(S) PROBLEMA(S)............................................................ 34
4.4 RESOLUÇÃO(ÕES) DO(S) PROBLEMA(S) .......................................................... 34
4.4.1 Momento 1: encontrar as medidas dos lados e altura dos triângulos.................. 34
4.4.1.1 Medidas dos lados e altura do triângulo ∆ENZO-NACHO-BORRÉ......................... 34
4.4.1.2 Medidas dos lados e altura do triângulo ∆BH-ARRASCA-GABI ............................ 36
4.4.1.3 Medidas dos lados e altura do triângulo ∆MESSI-SOARES-DANIEL ..................... 37
4.4.1.4 Medidas dos lados e altura do triângulo ∆RODRI-KEVIN-BERNADO................... 39
4.4.2 Momento 2: calcular a área dos triângulos ............................................................ 40
4.4.2.1 Área do triângulo ∆ENZO-NACHO-BORRÉ ........................................................... 40
4.4.2.2 Área do triângulo ∆BH-ARRASCA-GABI ............................................................... 42
4.4.2.3 Área do triângulo ∆MESSI-SOARES-DANIEL ........................................................ 43
4.4.2.4 Área do triângulo ∆RODRI-KEVIN-BERNADO ..................................................... 44
4.5 ANÁLISE CRÍTICA DAS SOLUÇÕES ................................................................... 45
5 CONCLUSÃO .......................................................................................................... 47
REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 49
9
1 INTRODUCÃO
2 REFERENCIAL TEÓRICO
As informações que chegaram até nós demostram que as civilizações antigas, como os
egípcios, desenvolveram formas de encontrar a área de figuras, como os triângulos, devido às
necessidades na demarcação de territórios e na construção de monumentos. Isso é evidenciado
pelo problema 51. O conhecimento adquirido por esses povos era passado de geração a geração,
caracterizando um processo de etnomatemática, que é prática da Matemática por grupos
culturais, como comunidades urbanas e rurais, coletivos de trabalhadores, categorias
13
profissionais, crianças de uma determinada faixa etária, povos indígenas e tantos outros
coletivos que compartilham objetivos e tradições comuns (D’Ambrósio, 2016).
Dessa forma, a prática e a transmissão dos conteúdos matemáticos por meio do
conhecimento cultural é um dos principais pontos citados quanto ao desenvolvimento da
educação Matemática. Segundo D’Ambrósio (1996, p.8), a “educação é como uma estratégia
de estímulos ao desenvolvimento individual e coletivo […]”.
Burak (2010) relata que, nos últimos anos, a educação Matemática tem ganhado bastante
relevância. Nesse contexto, uma das vertentes da educação Matemática que podemos destacar
é a Modelagem Matemática, cuja conceitualização está focada em aspectos da realidade.
Ainda nessa linha de raciocino, Bassanezi (1999) afirma que a Modelagem Matemática,
utilizada como uma abordagem de ensino, pode ser um meio para tornar o processo de ensino
e aprendizagem mais atraente e agradável.
Portanto, podemos destacar que as metodologias desenvolvidas visando relacionar os
conteúdos matemáticos com o dia a dia podem resultar em uma melhor compreensão dos alunos
nas aulas, pois,
2 - Pesquisa exploratória.
Essa etapa é a que acontece de forma natural, pois dependendo do grau de ensino, os
temas são geralmente escolhidos pela curiosidade dos alunos em conhecer melhor um
determinado assunto. Além disso, se configura como importante para o desenvolvimento da
experiência de campo, ajudando a formar um comportamento mais atento, sensível e crítico,
que são atributos importantes na composição de uma postura investigativa Burak e Klüber
(2013).
De modo a explicar cada parte que compõe o palco do futebol, a figura 1 ilustra o campo
com suas dimensões e especificações de cada setor, como: pequena e grande área de penalidade,
marca de grande penalidade, linha de baliza, área de baliza, círculo de meio-campo, linha lateral
e dimensões tanto do campo como das traves.
Assim, o retângulo é uma figura geométrica formada por quatro lados (quadrilátero) que
possui todos os ângulos internos congruentes e retos. Segundo Dolce e Pompeo (2013), um
quadrilátero plano é um retângulo se, e somente se, possui os quatro ângulos congruentes.
É de grande relevância realçar que o retângulo é uma das figuras mais encontrada no
campo de futebol, pois tanto o campo, como a pequena área, a grande área de penalidade e as
traves são construídas em formas retangulares, como mostra a figura 1.
Dando seguimento, temos a circunferência, que é uma figura geométrica caracterizada
pela junção de pontos equidistantes de um ponto central. Nessa linha de pensamento, Dolce e
Pompeo (2013) apontam que a circunferência é um conjunto dos pontos de um plano cuja
distância a um ponto dado desse plano é igual a uma distância (não nula) dada. O ponto dado é
o centro, e a distância dada é o raio da circunferência. Essa figura pode ser observada no meio
do campo como ilustra a imagem 1. Portanto, a circunferência é a linha que representa o entono
do círculo, e o círculo seria o interior da mesma (Dolce; Pompeo, 2013).
Outra figura muito comum no meio futebolístico e que tem papel fundamental para o
desempenho dos jogos é o triângulo, que terá, nessa pesquisa, uma ênfase maior em relação às
suas propriedades. Essa figura plana é utilizada principalmente como uma ferramenta no
futebol. Todo espectador, de certa forma, já ouviu a frase “que triangulação perfeita”,
principalmente nas transmissões de rádio e televisão. Essa frase caracteriza uma das principais
táticas utilizada durante uma partida, denominada triangulação, que consiste na troca de passes
entre jogadores posicionados de forma triangular. Como ilustrado na figura 2, temos um
triângulo formado pela troca de passes dos jogadores da Itália: Jorginho, Insigne e Verratti.
Para Cavalcante e Trindade (2015), a triangulação é uma tática caracterizada pela forma
de organização dos jogadores em campo e é uma peça fundamental para a bom desempenho
nos jogos. Ou seja, é a centralidade da eficácia do jogo, pois essa tática é entendida como uma
mente coletiva que influencia formas específicas de orquestrar os movimentos dos atletas
visando gerar espaço. Portanto, assim como em várias outras áreas, no futebol os triângulos
também podem ser fundamentais, pois é o que geralmente caracteriza o bom desempenho. A
prática da triangulação sempre foi associada os chamados “jogar pra frente” e “jogar
sincronizado”, o que desencadeia, consequentemente, o “jogar bonito”, o que todo amante do
futebol deseja.
Podemos afirmar que um triângulo é uma figura plana fechada por todos os lados. Nesse
capítulo, iremos estudar algumas noções básicas sobre essa figura. De acordo com Dolce e
Pompeo (2013), dados três pontos, A, B e C, não colineares, a união dos segmentos AB, AC e
BC, cujas medidas são a, b e c, chama-se triângulo ABC. Em outras palavras, o triangulo ABC
é junção dos segmentos AB, AC e BC, como mostra a figura 3.
Como elucidado na figura 4, o triângulo é constituído por alguns elementos, sendo eles
o vértice (o ponto de encontro dos lados), os lados (segmentos de reta que limitam o triângulo),
ângulos internos (abertura interna entre dois lados) e ângulos externos (suplementos dos
ângulos internos).
20
De acordo com Batista (2014), existem duas formas de classificar um triângulo: pelos
lados e pelos ângulos. Quanto aos lados, os triângulos são classificados em equilátero (possui
os três lados com medidas iguais), isósceles (possui pelo menos duas medidas dos lados iguais)
e escaleno (tem todos os lados com medidas diferentes). Quanto aos ângulos, os triângulos são
classificados em retângulos se, e somente se, têm um ângulo reto; acutângulos se, e somente se,
têm os três ângulos agudos e obtusângulos se, e somente se, têm um ângulo obtuso. (Dolce;
Pompeo, 2013).
Como visto, os triângulos são figuras caracterizadas pela união de três pontos. No
entanto, existe uma propriedade denominada desigualdade triangular, que afirma que nem
sempre três pontos formam um triângulo, pois isso depende da posição deles.
De acordo com Paiva (2010), dois triângulos são congruentes (iguais) se, e somente se,
houver uma correspondência biunívoca que associe os três vértices de um triângulo aos três
22
Dois triângulos são congruentes se possuem dois lados e o ângulo compreendido por
eles, respectivamente, congruentes. Como mostra a figura 7, temos que o triângulo ∆ABC ≡
̂≡E
∆DEF, onde o lado AB ≡ DE e o ângulo B ̂, assim como o lado BC ≡ EF.
23
Dois triângulos são congruentes se, e somente se, têm um lado e os ângulos adjacentes
a ele, respectivamente, congruentes. De acordo com a imagem 8, observa-se que, o triângulo
̂≡E
∆ABC ≡ ∆DEF, pois o ângulo B ̂, o lado AB ≡ DE e o ângulo Ĉ ≡ F̂.
Dois triângulos são congruentes se, e somente se, têm um lado, um ângulo adjacente a
ele e o ângulo oposto a esse lado, respectivamente, congruentes. Considerando dois triângulos,
̂≡D
ABC e DEF, temos que o triângulo ∆ABC ≡ ∆DEF, pois o lado BC ≡ EF, e os ângulos A ̂,
̂≡E
B ̂ como demonstrado na figura 10.
𝐴𝐵 𝐵𝐶 𝐴𝐶
Ainda segundo Paiva (2010), o número k, tal que = 𝐸𝐹 = 𝐷𝐹 = k, é razão de
𝐷𝐸
25
• Caso AA (ângulo-ângulo)
Dizemos que, dois triângulos são semelhantes se, e somente se, têm dois ângulos
respectivamente congruentes. Como pode-se observar na imagem 12, o triângulo ∆ABC ~
̂≡E
∆DEF, pois ângulo B ̂ e o Ĉ ≡ F̂.
Afirmamos que dois triângulos são semelhantes se têm dois lados, respectivamente,
proporcionais e os ângulos formados por esses lados são congruentes. Veja que na figura 13
AB BC
temos que o triângulo ∆ABC ~ ∆DEF, pois = ̂≡E
e o ângulo B ̂.
DE EF
Como ilustrado na figura 14, dizemos que dois triângulos são semelhantes se, e somente
se, têm os três lados, respectivamente, proporcionais, ou seja, o triângulo ∆ABC ~ ∆DEF se
AB BC AC
= = DF .
DE EF
Desse modo, para o estudo dos triângulos, é necessário conhecer alguns elementos.
Batista (2014) afirma o que mais chama atenção nos triângulos é que, nesta figura geométrica
tão especial, dependendo dos elementos conhecidos, sua área pode ser determinada de várias
formas. A demonstração de todas elas sempre se baseia na fórmula mais básica, em que a área
de um triângulo é igual à metade do produto da base pela altura relativa a esta base.
3 METODOLOGIA
desenhar os triângulos nas imagens que foram retiradas das partidas, o Google Earth para
encontrar as dimensões dos lados e Geogebra para dimensionar as alturas dos triângulos e
posteriormente deduzir que área do triângulo é igual o produto da base pela altura divido por
dois.
30
4 SITUAÇÕES DE MODELAGEM
Levando em consideração que o futebol faz parte do cotidiano da grande maioria dos
brasileiros, pois é uma paixão nacional, e muitos alunos gostam e acompanham, o tema
escolhido foi: a tática da triangulação no futebol.
Com isso, notou-se que existem várias possibilidades de escolhas de lances que
caracterizam a triangulação em campo, mas nesta pesquisa buscou-se alguns que ocorreram em
jogos considerados “marcantes”, principalmente pelo que representavam os embates para as
equipes, que era ou ser campeão ou conseguir a classificação para a final.
Para a realização da presente pesquisa, foram assistidos alguns jogos, pois o foco era
achar lances de triangulações que desempenharam papel fundamental no placar dos jogos. Os
jogos escolhidos foram River Plate vs Flamengo, ocorrido na final da Libertadores da América
de 2019, Manchester City vs Real Madrid equivalente ao segundo embate da semifinal da Liga
dos Campeões da UEFA 2022/2023 e Barcelona vs Juventus na final da Liga dos Campeões da
UEFA de 2014/2015. Feito isso, as situações selecionadas foram nomeadas e ordenadas da
seguinte forma: Triangulação do River Plate, Triangulação do Flamengo, Triangulação do
Barcelona e Triangulação do Manchester City.
válida pela final da Copa libertadores da América, que ocorreu no estádio Monumental de U
em Lima, no Peru. Na ocasião, o time argentino, sob a direção do professor Marcelo Gallardo,
enfrentou o Flamengo, clube carioca comandado pelo técnico português Jorge Jesus. Ambas as
equipes eram caracterizadas pela intensidade, marcação alta, troca de passes e, claro pela
variedade e disposição tática dos jogadores em campo. Com isso, a expectativa era de assistir a
uma das grandes finais da competição. A citada triangulação, conforme ilustra a figura 17,
ocorreu entre os minutos 13 e 14 da partida, quando o jogador da equipe argentina Enzo Pérez
lançou a bola para seu companheiro Nacho Fernandes, que a enfiou na área. Em seguida, o
jogador Borré atacou o espaço e conseguiu finalizar, abrindo assim o placar do jogo
(AMÉRICA..., 2019).
Quando nos referimos aos times que jogavam na tática da triangulação, logo lembramos
do time espanhol Barcelona, que na temporada 2014/2015 disputou, no dia 6 de junho, a final
da competição mais famosa entre clubes, chamada Liga dos Campeões da UEFA, (UEFA-
União das Associações Europeias de Futebol), contra a equipe italiana Juventus. A partida foi
realizada no estádio Olímpico de Berlim, na Alemanha, e a equipe vencedora foi a espanhola
pelo placar de 3 X 1.
Durante a partida, exatamente no minuto 13, como representado na figura 19, acontece
um lance que demonstra o quão envolvente era a equipe espanhola, repletos de atletas
considerados como de alto nível. No referido lance, temos a troca de passes e a movimentação
entre jogadores, que caracteriza uma triangulação, onde o jogador Leonel Messi passa a bola
na direita para Luiz Soares, que toca para Daniel Alves, que está posicionado sobre a linha da
grande área para finalizar.
33
Durante a partida da semifinal contra o Real Madrid, que ocorreu no dia 17 de maio, de
2023 no estádio Etihad, na Inglaterra, foi possível perceber logo nos primeiros minutos do jogo
o domínio da equipe inglesa. No minuto 22, como mostra a figura 20, aconteceu uma troca de
passes entre os jogadores Rodri, Kevin De Bruyne e Bernado Silva, onde foi possível identificar
uma triangulação que acarretou o primeiro gol do jogo (CITY..., 2023).
b) Sendo possível encontrar as medidas entres os jogadores, como calcular a altura dos
triângulos?
c) Após dimensionar os lados e altura, como calcular e deduzir que a área do triângulo
é dada pelo produto da base e altura dividido por dois?
Com o auxílio do Google Earth, fizemos uma procura pelo estádio Monumental de U,
palco onde ocorreu a primeira situação. Com isso, observando a imagem da triangulação,
deduzimos o posicionamento de cada jogador no campo, onde cada atleta foi representado por
um ponto. O jogador Enzo foi representado por A, Nacho por B e Borré por C.
A fim de dimensionar as distâncias dos lados, foi utilizada a ferramenta “medir
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distância e área”. Assim, encontramos as medidas dos lados. Como mostra a figura 21, foram
encontradas as seguintes medições: lado AB = 16,78 m, BC = 22,26 m e AC = 8, 68 m. Como
visto, o triângulo possui todos os lados com medidas diferentes, portanto, quanto a classificação
referente aos lados, pôde-se concluir que o triângulo ABC é escaleno.
Para descobrir a medida da altura, foi necessário utilizar o GeoGebra. Esse processo
ocorreu da seguinte forma: para a representação no Geogebra, primeiramente assumimos a
escala de 1:10, onde cada unidade de medida graduada nos eixos do GeoGebra equivale a 1 cm
correspondente a 10 cm na realidade. Feito isso, desenhou-se três segmentos de reta
proporcionais: BC = 222,6 cm, AB = 167,8 cm e AC = 86, 8 cm. Em seguida, a partir de um
ponto qualquer da malha, construímos um círculo de centro C (BORRÉ). Logo depois,
marcamos um ponto B (NACHO) na circunferência e traçamos o seu raio, cuja medida é igual
ao segmento BC. A partir desse mesmo centro, construímos outro círculo de raio de medida
AC. Com centro no ponto B marcado na primeira circunferência e raio medindo AB traçamos
uma terceira circunferência. Posteriormente, marcamos o ponto de interseção A (ENZO) entre
a segunda e a terceira circunferências. Com isso, construímos o triângulo formado pelo centro
C (BORRÉ), ponto B (NACHO) marcado na primeira circunferência e a interseção A (ENZO)
entre a segunda e terceira circunferências. Assim, obtivemos um triângulo semelhante ao
original determinado a partir do Google Earth. Conforme a figura 22, para encontrar a altura h
≅ 57, 5 cm, bastou-se selecionar a ferramenta “reta perpendicular” e, em seguida, marcar um
ponto e o segmento oposto a ele. A altura foi dada traçando um segmento do lado BORRÉ-
NACHO até o vértice ENZO.
36
Para encontrar os lados do triângulo, foi necessário pesquisar pelo estádio Monumental
de U. Depois disso, foram adicionados 3 pontos: D, E e F, referente a posição de cada jogador.
D representa a posição do Bruno Henrique (BH), E é o local que o Arrrascaeta (ARRASCA)
toca na bola, e F é a posição que o Gabriel (GABI) chuta no gol. Dando continuidade utilizou-
se a opção “medir distâncias e área”. Os valores encontrados para lados do triângulo DEF
foram: DE = 9,43 m, lado EF = 9,22 m e DF = 11, 62 m, como mostra a figura 23.
O triângulo foi retirado da partida Barcelona vs Juventus. Para medimos os lados, foi
necessário procurar no Google Earth pelo estádio Olímpico de Berlim. Através da imagem no
exato momento da triangulação, deduzimos e nomeamos o posicionamento dos três jogadores,
onde o jogador Messi foi representado pelo ponto G, Soares por H e Daniel por I. Após medir
o distanciamento entre os jogadores encontramos: GI = 13 m, GH = 7,2 m e HI = 14, 94 m.
38
Posteriormente, foi selecionado esse mesmo centro para criar um segundo círculo de raio igual
a JK. Após escolher como centro o ponto L marcado na primeira circunferência, criou-se um
terceiro círculo de raio igual a JL. Para finalizar a construção do triângulo, marcamos um ponto
J (RODRI) na interseção entre a segunda e a terceira circunferência. Com isso, obtivemos um
triângulo semelhante ao triângulo ∆JLK formado pelo centro KEVIN, ponto BERNADO e
interseção RODRI.
De acordo com a figura 28, para dimensionar a altura, traçamos uma reta perpendicular
ao segmento RODRI-BERNADO, passando pelo vértice KEVIN. Desse modo, após criar um
segmento desse mesmo vértice até a interseção Z encontrou-se h ≅ 71,8 cm
Desse modo, após realizar e descrever como encontrar as medidas dos lados e altura de
cada triângulo, foi possível calcular os valores das áreas e deduzir por meio do GeoGebra que
área do triângulo é dada pela base multiplicada pela altura relativa a essa base divido por dois.
Com o Geogebra, como mostra a figura 29, traçamos uma reta paralela ao lado NACHO-
BORRÉ, passando pelo vértice ENZO, e depois traçamos a reta paralela ao lado ENZO-
BORRÉ, passando pelo vértice NACHO. Assim, obtivemos o paralelogramo ENZO-BORRÉ-
NACHO-D (interseção entre as retas paralelas traçadas), com altura igual a do triângulo já
citado.
Sendo o paralelogramo formado pelos dois triângulos, a área (A) do triângulo ∆ENZO-
NACHO-BORRÉ é igual a área do paralelogramo dividido por dois. Conforme apresentado por
Batista (2014), a área do triângulo é dada por,
Seguindo os primeiros passos da situação 01, vamos descobrir a área do triângulo ∆BH-
ARRASCA-GABI. Para isso, como mostra a figura 30, traçou-se uma reta paralela ao segmento
BH-ARRASCA, passando pelo vértice GABI, e outra paralela ao lado ARRASCA-GABI,
tocando o vértice BH. Feito isso, desenvolvemos um paralelogramo formado pelos vértices
ARRASCA, GABI, BH e Y (ponto de interseção das duas retas).
Para encontrar a área do triângulo formado pela triangulação dos jogadores Messi,
Soares e Daniel, apresentado na terceira situação da pesquisa exploratória, utilizamos, assim
como nos outros exemplos o Geogebra para traçar duas retas paralelas. Uma ao lado MESSI-
SOARES, tocando no vértice DANIEL, e outra ao lado MESSI-DANIEL, passando no vértice
SOARES. Isso cria o paralelogramo MESSI-SOARES-G-DANIEL (G é encontro das duas
retas traçadas). De acordo com a figura 31, o paralelogramo é formado pelos triângulos
∆MESSI-SOARES-DANIEL e ∆SOARES-DANIEL-G. Como o lado SOARES-DANIEL é
comum aos dois triângulos e o lado MESSI-DANIEL ≡ SOARES-G e MESSI-SOARES ≡
DANIEL-G, temos que ∆MESSI-SOARES-DANIEL ≡ ∆SOARES-DANIEL-G, ou seja, suas
áreas são exatamente iguais
1
Por consequência, a área do triângulo ∆MESSI-SOARES-DANIEL é do
2
paralelogramo.
Logo,
(SOARES − DANIEL) ∙ (MESSI − K) (14,94) ∙ (6,26)
AT3 = = ≅ 46,75m2
2 2
Dando continuidade para calcular a área desse polígono pegamos sua diagonal RODRI-
BERNADO = 18,89 m e multiplicamos pela altura KEVIN-Z ≅ 7,18 m, relativa à essa diagonal.
Assim,
(18, 89) ∙ (7,18)
𝐴∆4 = = 67,8 𝑚2
2
Para Burak (2013, p. 24), “Esta etapa da Modelagem é um momento muito rico e
especial para analisar e discutir a solução ou as soluções encontradas. É um momento em que
se fazem as considerações e análise das hipóteses consideradas na etapa de levantamento dos
problemas”.
Em relação as triangulações dos jogadores, percebemos que são várias as possibilidades
de escolhas, uma vez que se trata de situações reais. Mesmo que distantes entre si, o
posicionamento de três jogadores sempre irá resultar em um triângulo, ficando a critério dos
alunos a escolha dos lances.
Quanto a utilização do Geogebra e do Google Earth para encontrar as distâncias entre
os jogadores e, posteriormente, a altura dos triângulos, desencadeou vários outros assuntos,
hipóteses e questões. Dentre as quais, podemos destacar o quão importante é tecnologia para o
processo de ensino e aprendizagem atualmente. Durante todo processo, as TDIC’s foram
ferramentas essenciais para realizar a atividade, pois facilitaram várias etapas da Modelagem.
Com relação ao problema de encontrar as áreas dos triângulos formados pela
46
Após cada solução, os alunos podem perceber que área de um triângulo qualquer é dada
𝑏 ∙ℎ
por , pois a construção dos paralelogramos no Geogebra mostra que eles são formados por
2
dois triângulos que possuem áreas iguais. Sabendo que a área do paralelogramo é o produto do
comprimento de um de seus lados pelo comprimento da altura relativa a este lado, logo a metade
dessa área é igual à de cada triângulo.
47
5 CONCLUSÃO
deduzir o posicionamento de cada jogador, uma vez que, para que a dedução esteja mais
próxima da realidade, é necessário levar em consideração alguns elementos do campo.
Assim, devido às lacunas percebidas, surgiram outras indagações quanto à utilização do
futebol como temática para a Modelagem Matemática, suscitando assim, pesquisas futuras, tais
como: como abordar a área de outras figuras geométricas por meio do futebol, se é possível o
estudo de área de triângulos que não seja pela triangulação de jogadores ou se é possível
encontrar triângulos com medidas dos lados iguais no futebol, dentre outras possibilidades.
49
REFERÊNCIAS
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organizador de recursos tecnológicos para o ensino e aprendizagem da matemática em uma
formação de professores. Ensino da Matemática em Debate, São Paulo, v. 4, n. 2, p. 136-
144, 2017. Disponível em: https://revistas.pucsp.br/emd/article/view/35160. Acesso em: 5
mar. 2023. Acesso em: 19 out. 2022.
BAIRRAL, Marcelo Almeida; MAIA, Rafael Cardoso Ofredi. O uso do Google Earth em
aulas de matemática. Linhas Críticas, Brasília, v. 19, n. 39, p. 373-390, 2013. Disponível em:
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BARBOSA, Jonei Cerqueira. Modelagem matemática: O que é? Por quê? Como? Veritati, n.
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