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Lys Esther Rocha Raquel Maria Rigotto José Tarcisio Penteado Buschinelli (Organizadores) IsTO E TRABALHO DE GENTE? Vida, Doenga e Trabalho no Brasil i< Peipoie 908 Dados Internacionais de Catalogagio na Publicagio (C1?) {Camara Brasileiza do Livro, SP. ‘sto 6 Habalho de gente? : vida, doenga trabalho no Brasil/ Lys ‘Bether Rocha... Jet al. organtzadores. ~ Sao Paulo : Vozes, 1993, | | ISBN 85-326-0989-9 1 Higiene do trabalho 2, Trabalho e classes trabalhadoras — Doengas 3. Trabalho e classes trabalhadoras - Cuidados médt- ‘cos 4. Medicina do trabalho - Brasil I. Rocha, Lys Rsthes 199-1332 ‘cpp 616.98030801 fnaices para catilogo sistematico: 1. tran: Doengas oeupacionls 626. 980008 2. ues, Medcne do tababo 636 8000881 4. Brot:Tabaladores: Doses ttarent : Moin otetsho 68. 980000 eee Capitulo 4 PROCESSO E ORGANIZAGAO DO TRABALHO Amélia Cohn Regina G. Marsiglia 1. PROCESSO E ORGANIZAGAO DO TRABALHO “As distintas escolascléssicas da teoria sootal encontram na categoria trabalho o elemento contral para a compreensio das sociedades moder. war p contempordneas, até 0 momento entendidas como “sociedade do Tabalbo". Eo que se encontia em Marx, Durkheim e Weber, para citar somente alguns cldssicos da teoria soci 'f Marx quem afirma em © Capital: "Prescupomos o trabalho numa formaem que pertence excusivamente ao homem. Uma aranha exocutat ‘operagoes semelnantes ds do toeldo, ea bela envergonha mais de mp srgoiteto humang com a construgSo dos favos do suas colméias, Maa 9 amy distingue, de anterso, pio arqiteto da mlner abet # que ele Fre ral o fav ein sua caboga, antes de constra-io em cota” ‘Mas se a especifcidade co trabalho humano reside na sua caracte- ristica de sor “pensado”, potanto proposital e consciente (contraposio neta caracteristica meramente biolégica, como @ 0 caso da abolha © 43 coh), taxé-lo para o ccme da explicagdo das tegularidades eociais nao sigaifea adetir a uma Gnica perspectiva de andiso, Assim ¢ ce, ‘Paquanio para Marx, por exemplo,o trabalho gora confit, para Dunk hain ele fonte de solidariedade © de coesdo socials va pat Lg "os an Pn ear » | ‘A importancia assumida pela categoria trabalho nas distintas coven- 1s te6ricas dave-se A expansio do “uahalho livre” no decomrer do século ‘XGX, separanco-so as esferas da produgéo e domésticas, a propriedade privada ¢ © trabalho remunerado, © progressivaménte orientado pelo mercado. Afitma Offe: “O trabalho ‘vie’, solto dos vinculos feuds, orientado pelo mercado, cula utlizagao concreta é determinada exterior monte © que, por causa do ‘agoito da fore’ (Max Weber), surge jf ‘macigamente como uma coagae estrutural, ¢ por assim dizer 0 ponto de prtida empirco para as consiragoos teébricas dos soci6logos cléssicos" ainda Offe quem assinala que, enquanio para Saint Simon a sociedade estruturada pela diligéncia aumentariao bem-estar e aboliria as classes ‘mprodutivas, para Darkheim o wabalho se constitul numa fonte de solidariedade (orgénica), ¢ portanto de imtegrapao soctal, enquanto para ‘Marx e Weber 0 trabalho live esté associado & ordem capitalista de podugdo, num processo de crescente racionalizago formal das socie ddades capitalists, desvinculando-se o tabalho da releréncia imediata ‘20 universo doméstien ~ ou de valor de uso ~ assim como do ritmo da fome e da satisfagao’* 7 (Ora, as suceesivas revolugées Lecnologicas na produgao, as trans magdes da ordem econéinica do apés-suetra, as tevolugbes Cubana © CChinesa, os recentes acontocimentos do Leste Europeu, a perspectiva ‘da unifigagdo do Mercado Comum Buropeu em 1992 trazem consigo urn continuo repensar sobre 0 processo de tabalho e sua organizayao nas sociedades modernas, sobretuco sobre o tipo de trabalho que o deson- | volvimento capitalist gera ‘Nesse sentido, a catoyoria trabalho implica uma gama extremamente iversificaca de dimens6es, nucleadas nas concepgdes do homem como | ator ou como auior da sua pidptia historia. Assim sendo, estudar 0 pprocesso e 2 orgenizayia do trabalho implica om contemplar a dimensio tecnoligica, a dimensdo organizacional, e portanto do controle do pprocesso de trabalho, e a dimensio, dente outias, da consirugo dos _- sujeitos coletivos 1L1. 0 detorminismo tecnolégico Semelnangas veenices ent 0 processo de trabalho e a organtzacéo éo trabalho om dstintas sociedades ~ capitalsias, socialists, peniféicas “em reforgado a concepgio do que no ha outto modo de se organizar 2. ote 0. Tubao oo lata ies ane? fr eb & Seca — Peps sear Racca ar © Puta da Sospinh do be. BOA Fe iver ah Tempo tes, iss oot, 19,0. » * osm w gmat doo ‘0 trabalho no mundo modemo: o emprego da modema tecnologia impbe @ Sitar modo do produeso como “inewtaveleetomo™, sto & a tacnoloaia ‘laterminera os processos © a organizaco do tebalho suas. ‘nts des quotes raves ao ebulo, oda camps, "] jd em 1004 es economies capitalist © socialistas, coneindo que | ‘apresentam um denominador comurh, advindo do processo ‘tecnico areeematico da socledado indusol. “parece que as economies / Plunfendas do tipo sonic, ncusive a das democracas dos pow 2 | Raora Onentale cada vez mais ra China Comunista, encom | crepe ela oe quale 0 progreaso técnica multipican 9 vicalo Ge tanbos simplitendas no trabalho, iicou assim, o est ampliando, rire separagéo ent planciament .sxecugso hue pareco uy, eft wee dm um dendiinedor Conn de odes as saciedades indus, ‘conquanto diferentes suas populagdes & estruturas”*,- JF. Nocentamo, sla Braverman que psa cscs eta use, to dfn: aide Syte igo, empresirios eté mesmo cienistas ¢ profissonas toma-se necessétio utilizar a seguinte estratégia: primelramento fazer cea cpalse concreta¢ histica gobo o desenvolvimento da teeanioia ‘e da maquingria; aprofundar a investigagao @ tespelto GS Telagoes: | SoGaeTne octodade modeme, por tlio, relacionar 0 esto da | feenolgla © dag rola enc nae eoiedades tus. 0 exon \, olor cet reogear o carte histone social da voto do eelonia so, | Boon empuog nee zur soian altapco conn oe ® | inevitabilidade ¢ eternidade da organizagi social’. isso porate, 380 proceso hisuico determina os formas coneetat que aaah ni soiedoSes, a determing istrica no temo cate sein imposig, nem arin do uma regio quimica Q modo de ee taal pela qual os pocime de trabalho oo organizadns re donno dapondo apenas co tecologia enraged, man é erent 0 produto nstnco daa flaps sctatsdominanas nessts oie? “Muito embora se reconhega que em grande parte as caracteristicas: : do mats do taal e 6a organzagio do tabalo empregadas 10 3 este também o fox em outta socedades, como 0 soviticn, ae Ngo dave levara concust de que eas sejam carataisticns do todes de ayer indytras as feat cada istoicamerte pel cepta- aaa elo socialise, embota lanham sido Incorporadas também g 4 Pimimann, Coorg. © Tabane en Migs, Expocsnardo © Lente, S Fa, Bl ene, ea Pr neat any, babe # Capa! doops ~ A Dende do Pao no ss sex Zar Batre, Ra e181, enue, Hany pc 63. » ae in ove avo bom, oat e ‘pelos paises do bloco soviético, sempre obedecende a suas especificida- des, ‘Mas se a evoligie histirica do proceso e da: organizagao do ‘trabalho, de crigem capitalista, por si 6 jusificasse cou estudo, 0 fato ‘de o Brasil ser uma soctedade da perlfetia do sistema capitaista reforga ‘a necessidade de buscar eompreender o “mundo do trabalho” nessas Sociedades. Parafraseando Braverman, "a dogradagio do trabalho no ‘século XX" é fendmeno encontrado também nes sociedades poriéricas. 41.2. O Trabalho na Sociedade Capitalista ‘As transformagbes do procosso de trabalho no capitalismo expres sam a necessidade de ampliar Constantemente a produtividade tendo em, ‘Vista a acumulagdo do capital, ao mesmo tempo que procuram enirentar € resistencia dos trabalhadoros para que a propria acumulagao se efetive (© processo de trabalho 6, portanto, ao mesmo tempo um proceso thonioo, social e econémico, sendo os instrumentos do trabalho © resultado de detemminadas relagies de classe € do desenvolvimento ‘ientitico-tecnologico’ ‘0 advento do capitalismo transforma radicalmente a relagio do homer com a natureza e dos homens entre si, possiblitando a apropria- ‘gao privada dos meios de prociugo apenas por uma parte da soctedade, Fexplocagao do trabalko de sogmentos sigrificativos de poptulagio, e, ‘onseqientemente, a apropriagao por parte dos proprievrios dos meios de prodiugdo do trabalho excodente realizado polos trabalhadores. ‘essa forma, a acumulegdo de capital domanda: =o contiole do processo de trabalho para que 0 tabla produza através de formas cada vez mais avancadas de divis6o do trabalho. Reto ‘controle 6 obtido separando se as tarefas de concencéo das tarefas. de fexecugSo do trabalho, e portanto desqualificando 0 taballadot ao expropris-lo de seu “saber fazer", transferindo sou: conhecimento © {nieiativa para a maquina’ — 0 ineremento da produtividade do trabalho, desenvolvendo pare {sto os instruments de trabalho, Para analisar, pottanto, o& diferentes processos de trabalho que 6° dosenvaivem no interior da ordem capitalista fa2-se necesséiro estudar, “tae, As ete tao Mask, Bir Bia Mon, DH, 182918 {enn anes see ‘3 mvemas, op ct p20, > « occ eegsniago tabla ‘em cada etapa, a diviséo @ organizagio do trabalho, bern como a5 ‘caracteristicas da tecnologia empregada. ‘Mare aponta para ti6s momentos bom caracteristicos do procaos0 de tabatho na histria do modo de produgao capitaista: a cooperagdo ‘Simpleo, a manuiatura, a waquinéria. &. Fieyssonet acrescenta que @ automagao pode ser detinkda, hoje, como un quarto momento esse processo, 1.21. Cooperagéo Simples ‘A cooperagio simples baseia-so no ofici, com uma divisio incipten: te do trabalho: o trabalhador executa tarefas variadas correspondentes ts do artesdo, utlizando as ferramentas deste. Mantém-se preservada a tundade entre a concepgo ea execuyéo do trabalho, pois 0 controle do capitalista sobre 0 processo do trabalho nfo se di pela apropriagio do Sabor do trabathador, mas sim pela relagdo de propriedade. A propriedado see teioe do producAo factita eo dono dispor do produto e utilizar a forga de tabalho por ele comptada. Nesse caso o controle fonmal sobre ‘o proceaso de trabalho € substituide pelo controle despoticn diets sobre O trabalhador pafa que este produza mais, prolongando a jomada de Glabalho e preseionando a queda do salério. Configura-se, assim, a ‘axtragéo da mais-valia absoluta!. ~ 1.22, Manufatura ‘A manufatura apresenta alguns pontos em comusn coma cooperagio simples, mas se distingue desta por uma nova diviséo do trabalho: 05 aelos dos antigos aries so agore decompastos em varias avidades, Cty parr da cada tabalhadorralzataetas parcializadas. Com sso tora {nici a descualificagdo do trabalho, que ser4 aprofundada nos momentos postetiores. A paroializagio, por outzo Tado, possbita o aumento da Tntensidade do trabalho, e por consequéncia sua produtividade, fA que & docomposigio, hierarquizaglo e reorganizagéo das atividades permitem ‘Giminutt of chamados “tempos motos", Isto é, tempos em que & ftabalhador abanvdona uma arefs pare fazer outra. trabalho parcilizado 4 ing pt, a 3, pan iia, Xi 10 Mar On trad aptlets orale, OMS ia eto ds Hes, uncer. ewe Uma comnovse: acho, owabato a ‘combina os trabalhos individualizados para compor um trabalho caletivo, «que consome menos tempo que o trabalho complete realizado por cada tuabalhador tndividualmenta. ‘Ao contidrio ta cooperacio simples, tem-se aqui a separecio entre ‘2 concepeo @ a execugdo do tiahalho: alguns trabathadores deverso ‘organizar 9 trabalho coleivo e f26-lo ser exocutado pelos demais. Com isto tem-se un aumento de controle do capital sobre 0 provesso de twabalho. Neste procesto, alguns tabalhiadoses se sobrequalificam, na ‘modida em que tém 0 conhecimonto do todo o proceseo de trabalho, tenquanto os demais se desqualifiam, porque passam a concentrar a sua ago no desempenho de algumas poucas atividades parcializadas. © controle do capital sobre 0 processo de trabalho, nesse caso, permite aumentar a produlividade, isto é, cada trabalhador passa a produzit mais na mesma unidade de tempo; nesta subsungio real do- trabalho.ao capital, a forma dominante de exploragéo & a mais-valia relativa™ 1.23. Maquindria Neste terceiro momento a mquina substitu as ferramentes artesa- nai, ¢& fonte energética deixa de ser a forga humana, Na divisio do trabalho, aprofunda-se ainda mais a separagao entre a sua concepyao sua execugéo: o trabalho 6 dividido em varias fases que se sucedem Siio detarminadas pelas operacdes da maquindtia. © trabalhador desaua- Ifica-se ainda mais porque passa a fazer algumas tarefas isoladas que {mpedem de tor um conhecimento sobre a totalidade do piocesso de ‘wabalho no qual esta envolvido, ‘A maquinévia, por sua vet, aprosenta duas eituagbes no que diz respeita a divisio e & organizagae do trabalho: = @ maquinéria simplos, na qual 0 tabelhador mantém algun controle, ainda que bastante veduzido, sobre a realizagao da sua tareta "Na medida om quo é ele quem aciona, prepara e afusta a maquina. 1s80 Ihe permite certa margem para regular sou ritmo de trabalho e tomar algumas decisses a respeito de como realizar sua tarefa, Neste caso, 0 12 Lave AC, Op a. 2224, Maes: °O meabin mate cu apenas ar scons pr ne ihre oo xr ann pa ‘tua tara to pom de ato, Zama ae rec erp de table soos He ‘Scatny po ec une nen. cuosm esr qa enue aera prs [gras un calender aa eas pera (nip co tbat cno de usta mss ease qu, oo cmt, ovate ‘Sates Sout ake ee een cao obras oa eer tents dats de ung cans deans ata” Ma Opp 20-25, > e room ergo doable copital busca incentivar a produtividade criando a sermuneragio por Yolume de produgao na tntativa de fazer 0 vabslhador aumentat Yoluntarlamente o sou nitmo de trabalho. Da mesma forma, porque @ Tnquindsia exige um grande volume ce inversdo de capital © tem vida iii Iintada pela concoaéacia capitalist, tomando-se rapkdamente Ubsoleta, exte a tendencta para a intoxiugdo de novos usos de tempo, como $6 caso da intodao do taba pot tres. “A onpanizagiio cientica do wabalho,yepresentada polo taylorismo «pelo fordismo-nao promove miudangas dobstaneiais na base tecnica do ‘rocesso de trabalho, mas convert © trabalhador, de sujtto, em objeto Be produgio. Os movimentas do ttabalhador so detorminados pela maquina, hé uma intenificagdo do trabalho, aumenta a parciaizagdo, ond ja estabeecido de anteméo para otrabalhador o que e como i622 Isto significa a separagdo extra ene a coneepo © a execucdo do ‘Pabalho encanto o taylors busca rectzit a0 mnxio 0 vempe gasto ha exeeugao de cada tarefa,facionando 0 processo de tabelio mt Tarefas onda vez mais simples, 0 fordismo busca um ordenamento Sectiencial em cadeia do processo de produgio, utlizando-se de uma Setnira, que define oitmo do tabalho. Noste wine cas, a questo da forga do tiabaiho assume uma forma especifica, que compreonse © Pino do tabahador através de nivelssalarais mais elevados, © sour de masa e tentativas pattonas de organizare controlar vida pecria fore da planta indus", 1.24, Automagéo [Na automagio ocore uma redugo acentuada da participagio da foxga de trabalho no processo de procugto: sua participagio praticamon te be rostringe As fungbes de vigilincia do processo produtivo. Mas 6 Ge un lado um nimero reduzido de trabalhadores esta envolvido no processo do produgao propriamente dito, por outro aumenta o mimeo Ue trabaliadores qualifiados para astarefas de manuteayio~ eletricistas fe soldadores, por exemplo. ‘Enoontiam-se, aqui, dos tipos de procestos de product = ptocassos de fuxo continuo, nos quais todo o processamento & transformagio da matéria-prima, desde o inicio att 0 produto final, 6 {ao sem a intervengdo humana airota. Neste caso 0 trabalho humane ua csr: 9 oe, ba s consiste apenas em acompanar¢ controlar os eupamentos automat ads (indies quimieas, de papel e cellose, de pete, et) ~processns descontinuns ou sem automatizadas, nos qunis mest00 havendo incorporagao do maquinas para substitu grande parte do ‘mabalho humano, este ainda & nsubotuvel nas agbes de integragto © linentagdo das méquinas indistiaeutomebilitica,constugéo naval, metal mectnic,eletotéenica, et), Neses casos, o imo da producto epg aagon to reno gba cos in (Freysoeneoponta para os efeitos da automagao: se de umn lado ela ‘sutnentacosideravelimente a produtividade e suprime mumerosas tare fas repativas de outo ela aca or exci o operat do entzole dos pardmettos de produgdo, Sua fungio é redwzida 20 campo tiitado da vigléncia de operacies precisas de ajuste sobre um processo no qual 0 tuabathedor ndo tem mats intervengéo det B ainda esse mesmo autor quem conch ie e388 quatiomamen- tos do desenvolvimento do processo de trabalho no capitalism impr mom uma pera progtesiva do contole do trabalhador sob processo produtivo, e consegiientemente sobre séu tabalho: na cooperagio simples o tabelhador perde para o capital o controle sobre o proceseo do produgio, na manufatura elo pordeo contole sobre 0 seu propo trabalho, uma vez que 6¢ méquina que esiabeace au mimo de aba, © ox i, na antomacio, ee se toma apenas um vig do process, 1.3. Trée dimensGes do trabalho soos distintos momentos compsemn o processo de desenvolvimento tecnolbgico © gua incorporagao pelo procosso de produgao, que Per su ‘vez acompanha as alteragdes no padio de acumulagao do capital Destaquo so, ainda, dentro inimeras outtas, tr8s questoes relativas ‘a0 processo do trabalho da ética nda da divisio técnica do trabalho stricto ‘sensu, mas das questbes relativas ao process do trabalho que repercu- tem na axganizagdo do trabalho propriamente dita. Retoma-se, assim, 0 proceso de trabalho enquanto um pracesso simultaneamente técnico, ‘social e econdmico, ressaltando as questdes da qualficagao/desqualil: ceagio do trabalho, da divisio saxual do trabalho e do Wabalho no setor tercario de produgio. 16, Prat M. Opt» 6. a osetia abe 1.3.1, Qualficagdo/desqualiicagao do trabalho ‘No passado, o aprendizado dé tim ofco raramente levava menos de 4 anos, poten atiigit até 7 anos. Hoje, 0 tabalhador precisa apenas senngahe cas ov até de algusias horas pra set weinado, Braverman Speanh atengi para ofato da que se éverdade que 6 “contetido mitig” senimbato hoje é mais qualificado, sw no significa quo cosa qualifies: ho soa homogenoa, Ao conto, o autor delende a tee de cue ae cevomente ests havendo uma “polorizagto das qualiicagbes" Ranta nas a cieia 6 incosporeda no prooesso de trabalho, mene © ‘Tabalhadar compreande « proceso de forma mals-pinla, e a0 mesmo Teen crezao 9 dominio dos engenhels e gerentos sobre o préprio processo de trabalho”. Por outo lado, se 0 nivel de. escclaidade-dos {rabalhadores tom efetivamente aumontado, es na ex! df prooatoprodtvo ext seco, nas dopoconto de acumucaa ‘getal, promovendio uma selativid g Seip pes ie °. Nao obstante, 6 exatamente sobre a8 conseqdancias do desenvol- mento e do parcelamento do trabalho sobre & ‘qualificagao profissional se trabathador que vern so concentrando 0 debate ent os estudiosos Ge proceso de tabalho. Ito signifi repensar o que eta assonts Ta. Seenda de 30, quando se acredtava que a mecanizagio aumentaria @ cence quslleagao exigia do Wabalhador, pos o abalbo industri rete ee cogo excatrio oagiram tabalhadores mais instruidos o mais ‘ jusados, Por outa lado, hoje éaseonte que o parcelamento do trabalho destraiu.os conceites tadicion: ‘de qualificagie baseados ne dominio de ap toonhocimento de mavetas, process o habiidade manval Era Gesempento de uma determinada fungSo)levando, ao conto, aero an damanvelvimento de una hablidade especica para wna ‘operagao limitada © ropetitiva de tarefas simples € parciais, Como ceereruénela oq estar ocorendo hoje sera um movimento ent Hea ae dosqualificagso do trabalho de algins pola superqualiicarao ‘do trabalho de outros na otica da "polarizagao' ;das qualificagées" tal como: ‘ropocta por Braverman, 1.82. Divisio sexual do trabalho [A diviséo do tabalto que acompanha oo processos de prosugéo cespeciticas sobrepbe-se um outro upo de dlvisio: @ divisdo sexua) 49 ftaboino. Ito significa que a organizagao do processo de produgan © de 17 Ravermat H Op tb » ‘wabalho incorpora, no interior da empresa, 0 padréo dominante de relagbes socials entre o¢ soxos existante na sociedade em qeral, nd sendo portanto exciusivo do ambito familiar. ‘Assim, a ditegao da emprica pode aporat-se em muitos pressuposios da socializagéo recebida pelos trabalhadores, tanto na escola quanto na familia, que favorecem comportamentos de submissio ¢ obodiéncia das subees potas dtu, ce de ueban, pss “Nests “E6s, Und Sere de medidas que a garéncia adota em relagdo és ttabalhadocas do sexo feminine nio so adotadas quando oo tata de Utabalhadores Go oexo masoulino: obnigar as operduias a usarem. patins Invites pata deslocamento mais acolerado no interior da fabric, tonttolares tempos de pausae de ida 20 banbeio, marcar ngtdamente {2 prodativdade a oot atingida constituem exemplos deese fendmeno, Como conseqisncia, se os tabalhos considerades “masculinos) podem ter caactaristicas tals como a insalubridade, a pariculosidade, a ‘adgénicla do uso deforca fisioa bastante mais acentuados, os “femininos" ‘ho caracterizados pela loveza,repeticao, melicucsidade, sodentarsrno, te, Ba propa loge do capital age a manutengéo mais ou menos ‘igida dossas derencas de uabalto e soqdos da emprosa com o objetivo e ovitar a exst2ncia de uma eituagdo em que ao fangées femininas fossa sor comparaveis as masculinas. 1590, entre outas Yazbe8, posst pita: ” ocular as diferongas de salio, de citrios de promogao © de regime lscplnar entre os wabelhadores do ambos cs 9x0: ifonltac @ unido das revindicagbes ene todos os rabalnadores co amesrma intense pare todas aa roivindcagoes: se as abalhadores Scncontrarn se nas inhas de montagom, onde a exigéncia da produ Saude so fez ds custas do um atmento da intensidade do trabalho, tutar por ava dimnuigo se toma una teivingiagdo pariculat @ rest && rulhores: ~ justiicar mulias’ das disciminagdes 0 dae pendlidades a que as uabathadoras edtao sujetas, porque a interrelacéo ene otera domés- iano esfra da piodugao 6 cistinta para ambos os sexos: As mulheres tabom mais as responsablidades do trabalho domstico e do culdado emmasfhoe, 9 Gue enn tese pode ocasiona atrasos emaiorabsentoitmo no wabalho @ Roos crpanzagio tthe 1.333, Trabalho no setortercitio Nias itimas décadas a proporeao de trabalhadores emprogados no setor terri vem crescendo continuamente quando comparada & de ttabalhadores incerporados na atividade indus Segundo 0s economistas clssicos, a diviséo social do trabalho pod 0, da perspeciva da distancia entre a prougo material ealizada pelos homens ea natureza, distinguida entte atividades primérias,secundisias ‘etorcérias, Na agriultura ena extzagao mineral, por exemplo, o trabalho hhumano esta em contato diroto com anstureza, consttuindo-se portanto cin atividades primdvies, Pogroseivamente, na indistria @ nos servigos {tered}, 0 Vabalo vai se distanciando das relogdes dietas com a habureza, carzcterizando-se este setot como realizando um produto ‘mated, som corporalidade". No entanto, 6 importante sallontar que o setorteretario & dbeto de polémica entze os economistas e clentistas socials de distintas esoolas {de ponsamento: hé estudiosos que defendem a tese de que 08 servi909 conattuom ua forma especial da produgdo materal, ba outzos ave alitmamn que o sotortercirio no produz morcadoria, como também ha aqueles que enfatiram que 0 desenvolimento eoente das sociedades ‘contompordneas implicon numa divisdo nada igkla entre os ibs setores de atvdade. Mas apecar dessa polémiea sobre o setor terciéro, estucos a seu respeito aio reativamente poueo numeress, inclusive, € come conse- ‘auéncia, sobre tzabalho e sae no setor do sorvigos., ‘A questio toma-se ainda mais complexa quando se veritica que, além de exist uma tondéacia em aloca-se no tecciro todas aquelas atividedes que néo se enquadram claramente nos outros setores porque nfo produzom moroadotia, seu procossp e organizagio de trabalho 380 tespecificos em que pese incorporar um amplo leque We varagSes. Basta Jombrar que no terciari, caractertzado em. esséncia pelas atvidadea Iigadas & circulagSo, dstibuigdo consumo de mercaderas, encontren- se.0 comércio, 0 setor fnanceiro,o transporte, a comunicapio, a sate, a educagéo, dente outros ‘Agiega-se isso ainda um outro fatr: a natureza das empresas dessa setor Singer considera que no torcirio coexistem empresas de caréter hidamente capitalise, entdades exstais ou privadas oem fins cre 18. wate F. tema Thnk de Dao Sado Pao. sdb Cet, 24 » Wea ooo: ais, obs oxnbao o vos e prodtutores simples de mercadotias (servigos pessonis como cabo lairoio, fotograto, otc.) Da mesma forma, o trabalho no setor de servigas, tal como o trabalho na produgio, vem soliendo um processo de perda de seu controle pot parte os wabalbadores. Nos momentos iniciais, por exemplo, 0 trabalho fom escritios das ffbricas se constitnia como uma ocupagao integral, ‘em que mestres do ofici tinnam 0 controle da toialidade do process, @ fensinavam-no aos aprendizos. Com o desenvolvimento da sociedad Ccapitalista, uma parcela dasses escitérios é separada das empresas, ‘constituindo-se eles proprios em empresas autonomas, transformando af também o trabalho em atividados parceladas, organtzadas e burocrat zadas. Constituem exemplos dasse fendmeno os bancos, as agéncias de ‘crédito, 08 carries, as agencias de publicidade, a redacéo de jomais, (08 servigos de saide e educagao, dentre outros ‘A incorporagde de novas técnicas de procesios do trabalho no terciio segundo os principias aplicados as fébricas ¢ de tal order que hoje 6 possivel Kientifcar, na maiotia dos escritérios, provsssos de fuxo ‘contin, que roduzom o tablho @ uma atividade manual e a um ritual ‘burocratlzado. ‘Mas ¢ Offe quem chama a atengdo para a especificidade da organi- zagio do processo de tuaballo am servigos: concibar @ preservacao, 0 Tespeltoe o teoonhectmento da vatiagio das situagbes © nocessidades do seus clientes com a obediéncia a regres, regulamentagies ¢ valores {gerais. Assim, quando os meios 9 os fins do trabalho neste setor estio menos especiicados, b4 a poasiblldade de um espago maior pata a {nterpretagdo e a criapo do wabalhador, podendo ele fugit da estandar- dizagéo exoessiva™, 1.4 Organizagao do Trabalho 0 processo de produglo, absorvendo uma determinada tecnologia @ cexigindo uma diviséo técnica do trabalho, vai crescentomente impondo 4 economia de tempo na execuedo das tarefas como elemento essencial para garants a produtividade. Surgem e aperfeigoam-se as técnicas de ‘xganizagio que transformam as relagies socials no interior da produgao” fom objeto de enicas especiicas: coordenagao, planejamento, finangas, 19m. F A Konami de Sev, Bate aso,» 2, lo 168, 8, Pas, 20 Oe, Op.e p. 195-18, » Rs a rome eorgannio oo eso markoting, material e métodos, geréncia, administragio, recursos huma- hos, etc., para as quale o aporte das ciéncias humanas ¢ significativo. ‘Gorontes @ administiadores vim como fungio controlar e planejar pottanto organizar ~0 processo de produpio buscando sua maximnizag30 f impestindo que confites projudiquem os objetivos essenciais da om- ‘rosa, Nesta dinamica ocorte também uma crescent especializagso do {melas ¢ fungbes, que ha empresa familiar eram desempenhadas pelos proprics proprietrios, e que hoje vio sendo amphiadas e desempenhadas por um corpo gerencial"™ ‘Mesmo no momento da cooperagdo simples, reunindo artesdos ern ‘urn mesmo local de trabalho, @ necessidade da geréncia ja ce faz sentir, finda que de forma rudimentar, para coordenax as atividades, centralizar fs suprimentos de matéria-prima, registrar 08 custos, 05 produtos aca Dados, lucros, petdas, etc. Mas enquanto nessa época essas fungbes train exercidas pelo proprio dono do empreendimento, j4 na segunda, Ietade do século XIX moitos capitalistas nfo eram mals o empresecor immodiato da muitos de seus trabalhadores, nem 0 coordenador de todas as atividadoa, ulizando-se de tabalhadores especializados como inter- Imedidtios n@ subcontiatago de empregados © de capatazes para & supervisio™. 14,1, Bscola cientifica ou cléssica ‘Tem como principais formuladores F. Taylor, H. Fayol ¢ H, Ford. De ee ease tabotnador, como ts home, 6 implsonado pat a soonmico compoxtve,betanéo portant recompensso aan ea ausnos do acordo com aia produ pa que 0 oats cor vos da unidage de produ e a resitincns da trabalbadres San ongentzagdes sindons soja ebminadas, Ssgundo ema esol, aoxgarizagao do proceso produsvo dove set foro’ veongunada, alton ratonalzada para maximiza! a po- sera Mond erator tn nic} ido sobre 0 tabalto, det are ce er na 2 SRO ica ~ pla alo abvidade deve ane ti Noto exon tal como defends Taylor, organiza; oe outa dove obecoterparmewos Gentoo «Sense, estabek oan ots eo, 0 mahottoGtodo do Wabalbo pelo eatido do cao oN ante, selogio 0 toinamento cos taballadotes d= Ta eetpadroe ena dafaiges, Em conzaparsce, a grea 21. ome, MLM. A Fungo da Tn: Bub, Le Seca, ©. on Ormsara, ‘nat tren Ed ts 5. Pee, 195,» 10 nerve Op, P 61 » ae Reuse eve exercer a vigiléncia constante sobre os trabalhos de niveis hierar ‘quicos inferiores: estes tendem & "vadiagem no trabalho", devendo a selegdo spontar os trabalhadores que malhor se adajyem aos métodes & ritmos determinados pela geréncia, « que portanto conseguirdo acompa- har a produtividade padronizade™, (© Tayloriamo ¢ o Fordismo atuam, assim, na consoidago da etapa da maquinéra, viabilzando uma mudanga na base técnica do trabalho fe uma divisio extrema do mesmo no‘ interior da planta industrial, ‘ansformando 0 trabalhador em objeto © nao sujeito da produgao. E Viabilizam, igualmente, a intensficagao do trabalho ¢ @ redugdo das ‘opgdes dos trabalhadores sobre como tealizar suas taefas. O trabalhador ‘passa a ter sous movimentos ditados pela méquina e pela organizag2o ‘specifica do trabalho, 1.4.2, Bscols de Relagées Humanas ‘Tondo como principal formulador E. Mayo, defende a tese da necestidade peicol6gica do homem de sentir-se como membro da um ‘grupo social. Conseqtientemonto, além da ecompensa financeira, enten {de que 0 tabalhador nacessita encontrar na organizagio da prociucéo situagdes que favoiegam a cooporagao © a sua integragao. Ganham fnfase, nessa vertente, as recompensas sociais © simbélicas, o respeito ‘08 grupos que vio se estabelocendo no inter.or da planta industrial, 8 aspactos emocionais, em suma, as Yelagtes humana, Busca-se, Nessa parspectiva, o aumento da produtividade em decor-—) ‘4+ tenia da matt adeio dos aad a mmr de rina do ‘confit no set interior, problema io resolvido pelo taylorsmo @ pelo y% fordismo, De falo, enquanto estes aciram o confito entre capital @ ‘trabalho pela sue intensifiagdo, pela wnonatonia e desqualificagces das -y"- tarelas, a escola de rolagdes humanas favorece a cooptagao das lideran- (gas dos trabalhadores buscando integra os grupos informas As empre- sas®, ia 1.43. Teetias Modemas de Administeagio Estas podem ser resumidas. na Teotia Bstruturalista, na Toocia Comportamental ¢-na-Abordagem Socio-Técnica. Em tesumo, elas ‘concebem o trabalhador como tm individuo que, além das necessidades 2. Vorm ope, Soy. 1 Tp Un Anse i. Brno, 1 Saeco, cop ap 2 nvr, HO 9 289 Ll, A. Op. PD. 2 Set, ©. ne HF Nowe Tucncs de Orpnugtov «Te ne Coal, once oe > ” recess eorpgtn do saab ésieas, wn tambtm necessidades psicossoctas, Propoem. ent, £0 ee sonicas de eniquecimonto do cargo ecnicas de envotiron'9 Indo do re do participagdo do tebalhadar na orgaizagéo da producto, Parem elas do principio de que o confit ete capita © taba © inovianat es que ese pode ser at potivo quando bem administado © ‘que implica na abertura de Canais de comunicagao e de participagse dos que implca* que potom. lever a muadanyas © desenvolvimento, Se ser agao da preugdo. Proptem. eno, a usa do veesese So Sea oe motivagao no tebalto, a descentalzagéo nas docks dean do atoidade, a conauta 2a paricinago dos trabainadore rompiiicam esse coniunto de propastas afomagio, noni ‘empresas, de Grupos de Trabalho (G1), Grupos Somi-Auronomos (GSA), Sere Console de Qualidade (COO). Ressate-so, no ensanio, es Circus oe enclas em eno aproximam os wabalbadores 40 poae O oe ego, no cepresentam em absouto o console deste POST pelo orga eee ois ole permanoce sempre sob o conse do capi Se. Pa elnino nodose peat, 20 ambit prollns para ania, et. Hse gripes pod e reun 0 inten trabalho, ano, maya ounjoes nao implica ef, ules te 0 fae oor lboradas a sugestes, ls Jovem Set eee, nero On, Or er qula foal da eros, ntanci om, Ue Soe minhados Pt aaa converuencin do sua wnplanaio, Mas come § avalide a orraglo dos grupos, sua esa © OSS a emt en CGD doa de or um espao ca wabaadones, oe agi, rio ols das vezed,doxrundo a3 relages informal es até acabar, rando num mocaniamo que, para lém 0204 ES ie propos trabaiaccres Pr pate da erro. averO Feumenta da produtvidade ; ecard easconte do conto} os eabaladres sobre o Does a name d tbo 6 oa mals aguda no moreno a oa organi lom de intoduzt novasténicas ce produ, dose autores Po Spmptadorzadas de contole do proceso de ve mr quo o conole comptadotzado “signin ie 0 SO), pont Laine th converido ein objezo do processo do taal 1 nado ee taalne, cco vambén fi astad de tarlos Atos ec otis prin ate oma cei detracts, Dna ee me os jon eo condva o movimento da maquina € Pegmgntan o conju do processo™ 26. taeh AC. Opt... ‘una cma: # ia, @ hem, oABINO ” 2, PROCESSO DE TRABALHO E SAGDE Fazer essa incursio sobre processo © organizagao do trabalho per: mite deste ogo esclarecer que o trabalho em si ndo é nocivo ¢ perigoso, ‘pomo se intinseeamente possuisse esses atrbutos. Ao contrat, 0 que ‘Soma nocivo e perigoso é exataunent a forma pela qual ele é organizado pelo prépti hormem. Entende-sb, pois, aadveriéncia de Dejours segundo ‘qual, 990 tabalho fose ements escpinido e sua organizago flexvol, orrabalhador poderia edapté-lo a seus desojos, ds necessidades de seu ‘compo e é2 varlagtes de seu espirto", o que tomaria 0 traballo 10 35 biervel como até mesmo fevorével a saide fisica e mental do trabalha dor, sempce que realizado em outras condigies que no aquelas preve~ Jescentes atualmente”. Trmerquia intema dos trabalhadores, ao controle por parte da empresa do ritmo e pauses de trabalho © padrdo de sociabilidade interna = © wo rite para a saice mental do wabahador, eusando soiments Palguco, doongas mentait¢ fics. mbora a compreensio da relago entre trabalho e satide comporte ipimms inferprotagoes, ume colse € cara: a questio das doengas dress plas condigoos Go wabano tem sido obeto do, acslorada rect eaae os pofsconals de sade os estsonas do proceme do Span dos props trabaladres, estes sobxetudo @ ptt de suas ‘entidades sindicais. Por outro lado, elas também ‘vm sido objeto de reguiamentagéo através de lagislagso especifica, ‘No entamo, antes mesmo quo se idenquem © comparem 25 rolagbes entre uma.especifica condigso de ‘tabalho.ou desempenho de sees cao © 0 suiginonto cle determinadas patologias entre 0s aba: Fe seere neceasitio rogsrar que © tabalo prowooa no tabalhador ara plceauete Soo e paso”, a como se refere Laurel ao revinicar © ardor coda! do proceso iopsigoco humanoM ‘peor Cavum Nove Coc de ae. vt rns de Sai Oospacoal . sod elt 96,910 “pL AC. Op. ct 8. >» 2 Pere eon do tatiho RReivindicar esse carter soca mplion om nogar que 0 desgaste do hhomem ooja provocado apeties por proceasos naturas, como o envelie= aera oa enfermidade tomados somente em sua dinensio bioegica (iret a sun eapeciicidade em distintas épocashistioas o clase Socits, Basta registrar que na ordem capitalist trabalhadr 6 radial sont cferento daquele homom pré-captalista regido ee movendoppelo cicio natural, 0 wabalhador no capita oe po ‘com o tempo natural © va” ‘© odvento do cxpialsmo transforma também a elaed0 do homer come natura, 6 conseqientemente 0 proceseo de deagaste © Pett $e tnorbidade mortalidade dos ailorentes gropos socials ¢ dos vérios Seamentos de tabalnadores.Vejames do que ta C1) men a nao anes tee, 9 bebe erage com wre nmneto Basan limita de objetos naturals dispen- seeeaty efor fico, apresentando tm gasto cabrio bastante leva: oe terogao com objotos naturals qu podem ter propredadesrocvad ses anide nfo chega a aterar om demasia 0 ambiente qunico geral: ae iRaruinentoe do trabalho por serem rudimentares exigem grande ‘iopenaio de eaforgo fisico © a ampliogao da yomada de trabalho pare a ceeego da rentabidade do capital. No ontanto, dada a autonomia do cererfegor em tarmos de mobildade e Hberdade de movimentos no sera de produgao, o trabalho néo sa caractariza pola menotonia © Bictauieaco, AS puincpais fontee de desgaste dos wobalhadores $oiciom no grande eéloig fico Alspondido na extenso da jomada de Tabalho eno contate com algumas matérias-primas nocivas ©) No momento da manuatura a aneo 0 paar de eases proweado pelo wabalio deve, fundamenaimente, & nova dvisto Trowica do taba, ie concentra grupos de tabalhadores em pouoas cares, lmitande sta mobilidade e intodazindo a monotonla © @ Staueao. A rupture entre a concepgio ¢ a execugdo db trabalho ree srcate no equliio pxiqico do tabalador,aavado pls exiéncla seer concentiapao his mesma atvadade durante uma foreda de tuabalho prolongada, YS), No montéhto da: maquindria@ fonte enérgética dovxa de seta ores -) umana coma sboiaipis as fenementasartasanais pels uina de mo mecanlca, Se 0 gasto cabrico agora é mend Suge ROVE aaeaate desgaste: 0 predaminio quase absoluto de movimentos ete, sara dose rpotitivos, o wabalho por tumos rtatves com implies cence creedian (wanstomos gastcintestinals, senna, distt- 29, last, AS Op. 9.38 » bios do sono, ete) e sobre « vida toca e familia do teabalbacor. Os Qhetos natives do takalno S80 bastante mais dversiicades; com seiento doo tacos Histon qumicos, niensica-e oxtmo ce trabalho, © ‘as técnicas taylorista, fayolista fordista de gestdo, provocam a fadiga __ sea e mental dos tabalbodaes Qe Finalmente, na automnga, 20 introduzi-se 0 controle computado: do do proceed de taboo, 0 Sebalho val sondo progresstvaente Trutaco eponas a attndades ce viglincia, Inceduzem a automagio ‘nos de podugdo como a quimica,apetroquinicaeametairgico, que go exptom 6 uaelhedor a objetos do tebalho de aka perculosdade taminaglo, como espraiam esses soos para. as populacoes CCU $iSrinas& pnts induaial e contaminam o meio ambiente, Alem disso, cee atomagio os trabalhadores so submeties a formas de organt Sotto do tabelno que umpicam ne sia imbikdade,aseociada & ono. wear ct endace do grande concentagio de sua parte, gexando ‘Shuacoes de gran tensio. A redagio da exigéncia de esfrco fisico seen ompaniada, ssim, de significative desgaslepsiquico do wabe Tendo errzosg em sintomatlogias do foiga, estes e domais pato- Jogias psicossométicas @ nervosas. Poe 3, CONSIDERAGOES FINAIS Flat em crganizagio do trabalho implica em falar na relagao capi: tabttabalho, Bstes, por sia ver, nao slo entidades da natureza, mas Telagies socials entre determinados atores socias, autores do sua hist- ‘ha. £ como tla vealidade social 6 dindmica, contraditéria e conflituoss, B nocoseirio enfatizar que no decorer dessa histéria do eapitalismo, os trabathadores apresentam rsisiéncias ds formas de exploragéo do cepttal sobre o trabalio. ‘Do mesmo modo que 0 capital busca disciplinar @ contolar os trabalhadores para garantir a reprodugéo das reiagbes sociais de produ: {Po e portanto do capital, os trabelhadaes resistom a esse controle e se Siganizam para tanto, Sao exomplos disso as organizagbes sindicals. as fnegoctagbos trabathistas, as groves, 96 resistencias no Interior das preprlas emprosas (como 2 opetacéo tartaruga), 0 voto, ett "E90 nos momentos iniciais os trabelhadores Iutam pela dminigdo dia jomada de trabalho e por aumentas salaiais, quando ainda detinham contoie sobre a execugo das suas tarelas, progressivamente essa futur vao se desiocando tatbém para a meinoria das condigbes de tuabolho. Ag lutas e Teivindicagbes pertinentes & satide, como por > n ecm gana 2 ames exemple 0 reconhecimento de determinadas doongas como doenga ‘profssional, io bastante mais recentes, ee osse processo nao é homogéneo, © muito menos uniforme, dependendo do grau de organizagi0 dos pibprios tabalhadores @ da fcapacidade de reagio do capital, no geral quanto mais perifrioa @ Soviedade maiot a tendéncia de a sobrevivencia cotidiana e a garantia ‘de emprogo oe sobreporem &s Tutas por melhores condigoes de vida © Gabalho. Antes, por exemple, da automapio ser uma ameaga & salde tos trabalhadores, ela 6 uma ameaga de redugdo da oferta de oportuni- ades de trabalho, e portanto a sua sobrevivéncia imediata Tnadores, maior a dificuldade de eles se organizarom om tomo das ‘questhes do trabalho e sade, pois sobre eles pesa sempre a amoaga haiot do desemprego e da fore, num mercado de trabalho crescente- ‘monte selotivo. BIBLIOGRAFIA BRAVERMAN, Hany. 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