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Módulo 03 Constitucional
Módulo 03 Constitucional
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CURSO DE
DIREITO CONSTITUCIONAL
Aluno:
AN02FREV001/REV 4.0
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CURSO DE
DIREITO CONSTITUCIONAL
MÓDULO III
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contrapesos”. A divisão dos poderes, no entanto, não é absoluta, sendo que cada
um dos poderes exerce, em menor ou maior grau, todas as funções. Por exemplo, o
Legislativo julga os crimes de responsabilidade do Presidente da República, o
Executivo legisla quando cria medidas provisórias e o judiciário administra quando
gerencia seu próprio orçamento.
Com a criação do Conselho Nacional de Justiça, muito se discute a respeito
de uma possível quebra no esquema constitucional de tripartição dos poderes, já
que teríamos um órgão externo fiscalizando, controlando o Poder Judiciário. O
Constituinte derivado, ao editar tal emenda, não inseriu, na composição dos
conselhos, membros componentes do Executivo ou do Legislativo, o que contribui
para a tese de constitucionalidade da Emenda Constitucional nº 45/2004.
De qualquer forma, somente o tempo e o STF poderão nos dizer,
exatamente, qual o papel, a importância e o reflexo do CNJ. Em relação aos três
poderes, ao Poder Legislativo compete elaborar as Leis, ao Executivo em executar
as leis e administrar o País, ao Poder Judiciário compete o poder de julgar os
conflitos que surjam no país em face das leis elaboradas pelo Poder Legislativo.
Cabe ainda aplicar a Lei, que é abstrata, genérica e impessoal, a um caso específico
que envolva algumas pessoas em um conflito qualquer e decidir, de forma isenta e
imparcial, quem tem razão naquela questão.
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sua organização e operacionalidade interna, provimento de cargos, promoções de
seus servidores, enquanto a segunda ocorrerá, por exemplo, no processo e
julgamento do Presidente da República por crime de responsabilidade.
Nosso sistema adotou, no caso do Legislativo Federal, o sistema bicameral,
no qual o processo legislativo engloba a atividade de duas Casas Legislativas, que
são: Câmara dos Deputados, representando o povo; e Senado Federal,
representando os Estados (só o legislativo federal segue o bicameralismo,
decorrência direta da opção pelo Federalismo).
Ou seja, sistema bicameral se divide em duas casas (Câmara dos
Deputados e o Senado Federal), sendo o Congresso Nacional um órgão
representativo do poder legislativo nacional. Não há predominância, influência, de
uma Casa sobre outra. Não há interferência de uma Casa para outra, nem de
qualquer outro órgão governamental.
Sendo assim, o sistema no Brasil é bicameral por força da adoção do
sistema federalista, e não como ocorre em outros países, nos quais o bicameralismo
existente não provém da estrutura federal, mas sim de outras circunstâncias, como a
divisão histórica da Câmara dos Lordes e da Câmara dos comuns, na Inglaterra.
Assim, o poder legislativo de âmbito nacional biparte-se em sua estrutura interna,
sendo por isso considerado bicameral.
No exercício de suas funções, os membros do poder legislativo estão
resguardados por um protetivo rol de prerrogativas e imunidades, bem como por
algumas incompatibilidades, tratadas no art. 53 e seguintes da CF. No Brasil atual, o
Poder Legislativo é exercido pelo Congresso Nacional, que se compõe da Câmara
dos Deputados e do Senado Federal.
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eleitos pelo sistema proporcional. O sistema é proporcional quando a distribuição
dos mandatos ocorre de maneira que o número de representantes em cada
circunscrição eleitoral seja dividido em relação com o número de eleitores, de sorte
que resulte uma proporção.
A finalidade básica do sistema de representação proporcional, portanto, é
garantir a representação das minorias nas diversas circunscrições eleitorais,
segundo o número de votos recebidos, ou seja, pretende-se reproduzir na divisão do
número de cadeiras do Parlamento, de maneira mais próxima e fiel possível da
realidade, as diversas facções políticas.
O Senado Federal previsto no art. 46 da CF, é a Casa legislativa que
representa os Estados, sendo que, em vez de seguir o sistema proporcional, segue
o princípio majoritário. O sistema majoritário é aquele em que será considerado
vencedor o candidato que obtiver o maior número de votos.
Esse sistema está ligado ao sistema presidencialista, pois é o método que
busca um vencedor e, consequentemente, a formação de um governo centrado na
figura do Presidente da República, em que a força deriva da legitimidade popular,
porém é o método por excelência para a escolha dos Senadores da República.
O sistema majoritário, em regra, divide-se em duas espécies básicas:
sistema majoritário puro ou simples e sistema majoritário de dois turnos. Pelo
sistema majoritário puro ou simples, será considerado eleito o candidato que obtiver
o maior número de votos.
Uma das principais garantias de independência do Poder Legislativo é a
capacidade de auto-organização das Casas legislativas. A Câmara dos Deputados,
o Senado Federal e o Congresso Nacional terão regimentos internos próprios, que
seguirão algumas regras previstas na própria constituição. O legislador constituinte
brasileiro concedeu ao Senado Federal a mesma relevância e força dada à Câmara
dos Deputados, adotando o bicameralismo norte-americano e contrariando, assim, a
tendência britânica do bicameralismo.
As atribuições do Congresso Nacional vêm definidas nos artigos 48 e 49 da
CF. No artigo 48, exige-se a participação do Poder Executivo por meio da sanção
presidencial, enquanto no artigo 49, por se tratar de competências exclusivas do
Congresso nacional, serão tratadas somente no âmbito do Poder Legislativo, por
meio de Decreto legislativo.
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O decreto Legislativo é a espécie normativa destinada a veicular as matérias
de competência exclusiva do Congresso Nacional previstas basicamente, no artigo
49 da CF. Também é de competência do Decreto legislativo a regulamentação
exigida no artigo 62, parágrafo único da citada Carta Magna.
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longo das investigações, descubra que um fato B, também ilícito, esteja conexo ao
caso A, ela poderá investigar o fato B sem ferir o § 3° do art. 58 da CF, que limita a
investigação a fato determinado.
Exemplificando, imagine que uma CPI é criada para investigar compra de
votos e, ao longo das investigações, descubram-se indícios de que o dinheiro
utilizado no suborno é público. Nesse caso, o fato de o Poder Legislativo estar
investigando de onde veio o dinheiro não significa que houve um desvirtuamento do
objeto inicial da investigação, já que se trata de um fato conexo.
Ao final dos trabalhos, a comissão parlamentar de inquérito, se for o caso,
enviará suas conclusões ao Ministério Público, para que esse promova a
responsabilidade civil ou criminal dos infratores. Ou seja, a CPI não julga, somente
encaminha seus relatórios ao MP, que poderá, ou não, buscar, no Judiciário, a
condenação do infrator.
É bom lembrar que há limitações em relação às comissões parlamentares de
inquérito. Assim como ocorre com qualquer outro órgão do Estado ou com qualquer
dos demais Poderes da República, submetem-se, no exercício de suas prerrogativas
institucionais, às limitações impostas pela autoridade suprema da Constituição.
Exige-se do Poder legislativo, no exercício da função fiscalizadora, por meio
de CPIs, pleno respeito ao princípio da dignidade da pessoa humana e à previsão de
direito e garantias fundamentais, sob pena de flagrante inconstitucionalidade de
suas condutas e perda da legitimidade popular que sustenta a atuação fiscalizadora
dos parlamentares. Sendo assim, os poderes das Comissões Parlamentares de
Inquérito, não são absolutos, sofrem restrições impostas pela Constituição.
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Na independência harmoniosa que rege o princípio da Separação dos
Poderes, as imunidades parlamentares são institutos de vital importância, por
buscarem, prioritariamente, a proteção dos parlamentares, no exercício de suas
nobres funções, contra abusos e pressões dos demais poderes, constituindo-se,
pois, um direito instrumental de garantia de liberdade de opiniões, palavras e votos
dos membros do Poder Legislativo, bem como de sua proteção contra prisões
arbitrárias e processos temerários.
Muito se discute a respeito das imunidades parlamentares e demais regras
especiais aplicáveis àqueles que detenham um cargo político, em sentido amplo.
Muitas vezes, ouvimos trocadilhos envolvendo as palavras imunidade e impunidade,
em clara referência ao abuso de tais prerrogativas. Mas será necessário que o
parlamento ostente ampla e absoluta liberdade de convicção, pensamento e ação,
por meio de seus membros, afastando-se a possibilidade de ficar vulnerável às
pressões dos outros poderes do Estado para o bom desempenho de seus
mandatos, assim, serve para o bom desempenho de seus mandatos.
Desta forma, é imprescindível a existência das imunidades parlamentares à
prática da democracia. Além das imunidades, os deputados e senadores ainda
possuem outras prerrogativas que lhes garantem a independência necessária ao
exercício de suas funções. Tais como: inexistência de obrigação de testemunhar
sobre informações obtidas no exercício de seu mandato; obrigatoriedade de
prestação de serviço militar sujeita, ainda que em caso de guerra, à prévia
autorização de sua Casa legislativa.
Assim, podemos concluir que a existência de prerrogativas exclusivas dos
parlamentares é algo inerente à própria Tripartição de Poderes. Cabe à sociedade
avaliar como tais prerrogativas estão sendo usadas por seus representantes eleitos,
e compete ao Poder Constituinte Derivado adaptar a Constituição de modo a
eliminar prerrogativas que não sejam amparadas em um pressuposto lógico, racional
e fático, ou seja, que não encontre mais razão de ser.
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O termo processo legislativo pode ser compreendido com duplo sentido,
jurídico e sociológico. Juridicamente, consiste no conjunto coordenado de
disposições que disciplina o procedimento a ser obedecido pelos órgãos
competentes na produção das leis e atos normativos que derivam diretamente da
própria constituição, enquanto sociologicamente pode ser definido como o conjunto
de fatores reais que impulsionam e direcionam os legisladores a exercitarem suas
tarefas.
Assim, entende-se por Processo Legislativo o conjunto de atos realizados
pelos órgãos legislativos visando à formação das leis constitucionais,
complementares e ordinárias, resoluções (de efeitos internos) e decretos legislativos
(de efeitos externos). Compreende: iniciativa, emenda, votação, sanção e veto.
Iniciativa de Leis
Emenda
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Quando o projeto de lei é encaminhado às Mesas, abre-se prazo para a
propositura de emendas, ou seja, alterações aos projetos de lei.
Discussão e Votação
Serão feitas nas duas Casas legislativas. O projeto é iniciado na Câmara dos
Deputados, salvo quando sua iniciativa venha de um senador ou de Mesa do
Senado. Temos, assim, a atuação de duas Casas na votação do projeto, a Casa
iniciadora e a revisora.
Sanção ou Veto
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apreciado posteriormente pelo Congresso Nacional, que poderá derrubar esse veto
desde que assim o entenda por maioria absoluta de seus membros.
Promulgação e Publicação
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O legislador constituinte de 1988, ao prever a possibilidade de alteração das
normas constitucionais por meio de um processo legislativo especial e mais
dificultoso que o ordinário, definiu nossa Constituição Federal como rígida, fixando-
se a ideia de supremacia da ordem constitucional.
Emendar, na linguagem popular, significa colocar, num tecido, por exemplo,
um pedaço que lá não existia. Da mesma maneira ocorre com as emendas à
Constituição, visto que inserem no texto constitucional novas determinações,
estando o legislador atuando como poder constituinte derivado. A EC está prevista
na CF em seu artigo 60.
A emenda à Constituição (EC), enquanto proposta é considerada um ato
infraconstitucional sem qualquer normatividade, só ingressando no ordenamento
jurídico após sua aprovação, passando então a ser preceito constitucional, de
mesma hierarquia das normas constitucionais originárias.
Podem dar início a uma emenda um terço, no mínimo, dos membros de
qualquer das Casas legislativas (Câmara ou Senado), o Presidente da República ou
mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades da Federação,
manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros.
A proposta de emenda constitucional (PEC) será discutida e votada em cada
uma das Casas legislativas e será considerada aprovada se obtiver voto favorável
de pelo menos três quintos dos votos de seus parlamentares em dois turnos em
cada Casa. Trata-se de limitação procedimental do processo de emenda.
Como exemplo de proposta de emenda constitucional (PEC), poderemos
citar a polêmica PEC 33, que foi aprovada em 24 de abril de 2013 pela Comissão de
Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados. Sua intenção é reduzir os
poderes (limites) do STF. Isto é, o STF deixaria de dar a última palavra sobre
mudanças na CF. No dia seguinte a essa PEC, o Presidente do STF, Joaquim
Barbosa, afirmou que essa proposta fragilizará a democracia, caso seja aprovada e
o Ministro Gilmar Mendes disse que se aprovada é melhor que feche o tribunal, com
certeza, que essa PEC ofende a tripartição e a autonomia dos poderes.
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É primordial a importância das emendas constitucionais para a sociedade,
pois a Constituição tem que se ajustar aos fatores sociais, econômicos, religiosos,
por isso tem que ser revista ou emendada, como vem acontecendo há muito tempo,
para ajustar os seus preceitos às novas realidades sociais e corrigir os equívocos ou
exageros do constituinte de 1988.
Emenda é o processo formal de mudanças das constituições rígidas, por
meio da atuação de certos órgãos e mediante determinadas formalidades,
estabelecidas nas próprias constituições para o exercício do poder reformador.
Sendo assim, a Emenda Constitucional é um instrumento do poder constituinte
reformador.
Como exemplo de EC, poderemos citar a EC Nº 72/ 2013 onde altera a
redação do § único do art. 7º, parágrafo único da CF para estabelecer a igualdade
de direitos trabalhistas entre os trabalhadores domésticos e os demais trabalhadores
urbanos e rurais.
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Não poderá haver emendas à Constituição nos casos de intervenção federal,
estado de sítio e estado de defesa, visto que não existirá, nesses casos, a
tranquilidade essencial à sua elaboração. Essas são as chamadas limitações
circunstanciais do processo de emenda da Constituição.
Existem certos tópicos em nossa Constituição que não poderão ser extintos
por emenda constitucional, dada a sua enorme importância. Esses tópicos são as
chamadas cláusulas pétreas, que de forma alguma serão objeto de emenda que vise
a extinguir o que está ali contido, configurando, assim, uma limitação material do
processo de emenda constitucional.
Dispõe o art. 60, § 4º, que não será objeto de votação a emenda que queira
extinguir: “a forma federativa do Estado; o voto direto, secreto, universal e periódico;
a separação dos Poderes; os direitos e garantias individuais”. Dizer que algum
dispositivo constitucional é uma cláusula pétrea não significa que ele não poderá ser
objeto de emenda constitucional. O que a Constituição proíbe é que seja objeto de
deliberação uma proposta de ementa tendente a abolir essas cláusulas, o que não
significa que possa existir uma emenda que implique em modificações que não
levarão à extinção da cláusula. Esse posicionamento ainda não é completamente
aceito, mas é o que mais se coaduna com o texto da norma, já tendo sido levantado
perante o STF.
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maioria como mais da metade de todos os seus membros (maioria simples é mais
da metade dos presentes).
Parte da doutrina atribui uma hierarquia maior às leis complementares, já
que exigem mais dificuldade em sua aprovação e só tratam das matérias
determinadas expressamente pela Constituição, concepção que vem sendo
progressivamente abandonada. Como exemplo de Lei Complementar, poderemos
citar a Lei Complementar n° 135 de 2010, denominada Lei da Ficha Limpa, que
ampliou as hipóteses de inelegibilidade e as sanções decorrentes da prática de atos
violadores da probidade no exercício do mandato eletivo, foi aprovada, após ampla
mobilização nacional, por uma lei de iniciativa popular, com a finalidade de
purificação do mundo político, habitat dos representantes do povo.
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CF), as que dispõem sobre telecomunicações e radiodifusão (art. 48, XII, da CF),
dentre outras.
Leis Federais são as que regulam matérias que só aproveitam à União, ou
seja, não se aplicam aos Estados, aos Municípios e à população de uma forma
ampla. Como exemplo, podemos citar as leis orçamentárias (art. 48, II, da CF), a que
fixa ou modifica o efetivo das Forças Armadas (art. 48, III, da CF) e a lei que fixa o
subsídio dos Ministros do Supremo Tribunal Federal (art. 48, XV, da CF).
Existem basicamente duas limitações às leis ordinárias, quais sejam não
podem dispor sobre matérias reservadas a lei complementar, nem tratar sobre
assuntos de competência privativa das Casas legislativas, como por exemplo,
decretos legislativos e resoluções.
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ao conteúdo e à eficácia, tem sua natureza jurídica idêntica às demais previstas no
artigo 59 da CF, qual seja, espécie ou ato normativo primário, derivado de pronto da
Constituição.
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Depois de publicada, a medida provisória é encaminhada ao Congresso
Nacional, com votação iniciada na Câmara dos Deputados, para que decida se a
converte em lei ou se a “derruba”, ou seja, se rejeita a medida provisória e sua
conversão. Antes de o plenário e cada uma das Casas do Congresso Nacional
analisarem o mérito da medida provisória, essa espécie legislativa será examinada
por comissão mista (deputados + senadores), que deverá emitir parecer prévio.
A faculdade de que o Presidente da República dispõe de expedir medidas
provisórias permite a ele que tome medidas com força de lei (sujeitas à condição
resolutiva) quando houver uma grande urgência e relevância (art. 62 da CF). Esses
requisitos de relevância e urgência, em regra, somente deverão ser analisados,
primeiramente, pelo próprio Presidente da República, no momento da edição da
medida provisória, e posteriormente pelo Congresso Nacional, em cada uma de
suas casas legislativas, que poderá deixar de convertê-la em lei, por ausência dos
pressupostos constitucionais.
A medida provisória, enquanto espécie normativa definitiva e acabada,
apesar de seu caráter de temporariedade, estará sujeita ao controle de
constitucionalidade, como todas as demais leis e atos normativos.
Por fim, sabemos que a medida provisória é um instrumento normativo
necessário, a ser utilizado em circunstâncias excepcionais. No entanto, ela tem sido
utilizada, de modo abusivo, pelos sucessivos presidentes da República. Desta
forma, em nova orientação jurisprudencial, o Supremo Tribunal Federal passou
examinar a existência dos requisitos de relevância e urgência. Nesse novo contexto,
medidas provisórias poderão vir a ser declaradas inconstitucionais, quando não
atenderem os requisitos específicos para sua edição.
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Casas Legislativas, tendo sempre uma força normativa para toda a sociedade
(externa).
As resoluções são elaboradas pelo Congresso Nacional ou por cada Casa
Legislativa de forma isolada, sempre por maioria relativa. São atos de caráter
interno, que regulam o bom funcionamento das atividades legislativas, regulando,
portanto, as competências privativas das Casas. Há casos excepcionais em que
uma resolução gera efeitos externos, ou seja, influenciam diretamente a sociedade e
a ordem jurídica.
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direitos políticos. São em nosso regime, meros auxiliares do Presidente, que os
pode livremente nomear ou demitir.
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Emigração e imigração;
Nacionalidade, cidadania e naturalização;
Diretrizes e bases da educação;
Registros públicos;
Licitação e contratos na administração pública;
Defesa nacional;
Propaganda comercial.
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Sendo assim, o Poder Judiciário está vinculado aos fundamentos do Estado
Democrático de Direito arrolados no artigo 1º da CF (I — a soberania; II — a
cidadania; III — a dignidade da pessoa humana; IV — os valores sociais do trabalho
e da livre iniciativa; V — o pluralismo político). E mais: está o Poder Judiciário
também atrelado aos objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil
estipulados no artigo 3º da Carta Magna (I — construir uma sociedade livre, justa e
solidária; II — garantir o desenvolvimento nacional; II — erradicar a pobreza e a
marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; IV — promover o
bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer
outras formas de discriminação).
Um dos comandos constitucionais que conferem essa tarefa fundamental ao
Poder Judiciário brasileiro está consagrado, com dignidade constitucional de
cláusula petrificada, no capítulo dos direitos e garantias constitucionais
fundamentais, mais precisamente no artigo 5º, inciso XXXV, que estabelece: “a lei
não excluirá da apreciação do poder judiciário lesão ou ameaça a direito”. Em artigo
substancioso sobre o direito constitucional à jurisdição.
A função típica do Poder Judiciário é a jurisdicional, ou seja, julgar, aplicando
a lei a um caso concreto, que lhe é posto, resultante de um conflito de interesses. O
Judiciário, como os demais Poderes do Estado, possui outras funções, denominadas
atípicas, de natureza administrativa e legislativa.
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Caberá ao Poder Judiciário, aplicando a lei e todas as fontes de direito,
solucionar conflitos existentes na sociedade ou conflitos entre os próprios poderes.
O Judiciário é autônomo, não se subordina a nenhum outro poder. Por conta disso,
ele mesmo elabora seus orçamentos.
Para que o Judiciário possa exercer, eficientemente, a função que lhe é
atribuída se faz necessário que esteja devidamente estruturado e aparelhado, isto é,
precisa de estrutura material e humana para desempenhar a sua tarefa. Eis o
grande problema do nosso Judiciário, porquanto não basta que haja leis boas e
eficazes, mas também pessoas especializadas e em número suficiente para aplicar
a lei, além, é claro, de uma estrutura material adequada. Afinal, pior do que não ter
leis é tê-las e não aplicá-las.
3.8.1 Os Magistrados
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OAB e a outra metade para membros do MP, cujos órgãos superiores encaminham
ao Tribunal de Justiça uma lista sêxtupla para a elaboração da lista tríplice.
A regra do “quinto constitucional” se aplica aos Tribunais Regionais Federais
e aos Tribunais de Justiça e determina que um quinto das vagas nesses tribunais
seja ocupado por membros do Ministério Público, com mais de dez anos de carreira,
e de advogados com notório saber jurídico e de reputação ilibada, com mais de dez
anos de efetiva atividade.
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3.8.2 Garantias e Vedações dos Magistrados
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Quanto às Vedações, aos magistrados é proibido:
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Receber e conhecer as reclamações contra membros ou órgãos do
Poder Judiciário, inclusive contra seus serviços auxiliares, serventias e órgãos
prestadores de serviços notariais e de registro que atuem por delegação do Poder
Público ou oficializados, sem prejuízo da competência disciplinar e correcional dos
tribunais, podendo avocar processos disciplinares em curso e determinar a remoção,
a disponibilidade ou a aposentadoria com subsídios ou proventos proporcionais ao
tempo de serviço e aplicar outras sanções administrativas, assegurada ampla
defesa;
Representar ao Ministério Público, no caso de crime contra a
administração pública ou de abuso de autoridade;
Rever, de ofício ou mediante provocação, os processos disciplinares de
juízes e membros de tribunais julgados há menos de um ano;
Elaborar semestralmente relatório estatístico sobre processos e
sentenças prolatadas, por unidade da Federação, nos diferentes órgãos do Poder
Judiciário;
Elaborar relatório anual, propondo as providências que julgar
necessárias, sobre a situação do Poder Judiciário no País e as atividades do
Conselho, o qual deve integrar mensagem do Presidente do Supremo Tribunal
Federal a ser remetida ao Congresso Nacional, por ocasião da abertura da sessão
legislativa.
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Conquistou, ainda, garantias inerentes à magistratura, quais sejam, a
vitaliciedade, a inamovibilidade e a irredutibilidade de subsídio, para que atuasse de
forma autônoma. Por conta de sua autonomia funcional e administrativa, o Ministério
Público poderá propor ao Legislativo a criação e a extinção de seus cargos,
provendo-os por concurso.
Não devemos confundir a iniciativa de lei com a própria criação desses
cargos. Quem cria o cargo é o Legislativo, quem inicia o projeto de lei e provê o
cargo é o próprio Ministério Público. O MP também é autônomo sob o ponto de vista
orçamentário, já que ele mesmo elabora sua proposta orçamentária dentro dos
limites estabelecidos na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).
Sendo assim, as garantias constitucionais do MP foram-lhe conferidas pelo
legislador constituinte, objetivando o pleno e independente exercício de suas
funções. Assim, essas garantias e prerrogativas dos membros do MP, da mesma
forma que as imunidades parlamentares, não são privilégios, nem quebram o
princípio da isonomia. É essa a razão pela qual se pode falar da vitaliciedade,
inamovibilidade e irredutibilidade de vencimentos dos promotores e dos juízes como
prerrogativas, visando à defesa do Estado democrático de Direito e dos direitos
fundamentais.
O parquet, como é chamado por alguns, é uma instituição permanente e
essencial à função jurisdicional do Estado. Por conta disso, defende-se não ser
possível a edição de emenda constitucional que venha a extingui-lo ou diminuir-lhe a
função, constituindo, portanto, verdadeira cláusula pétrea implícita (entendimento
controverso).
Muito se discute sobre qual seria o poder a que pertence o Ministério
Público. Essa ideia se baseia principalmente no fato de o MP não estar
hierarquicamente vinculado a nenhum outro Poder e pelo fato de ser tratado, em
vários artigos, como se fosse um quarto poder (vide, por exemplo, o art. 85, II). Uma
tendência doutrinária muito forte busca enquadrar o Ministério Público como uma
entidade à parte, não vinculada a nenhum Poder.
A melhor e mais segura posição, no entanto, é aquela que classifica o
parquet como pertencente ao Poder Executivo, como se depreende da leitura dos
artigos 61, §1°, II, d, e 84, parágrafo único.
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As principais funções do Ministério Público são:
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O ingresso na carreira de Defensor Público é a mesma dos Magistrados e
Ministério Público e só ocorrerá mediante concurso de provas e títulos. Uma lei
complementar deverá definir a organização da Defensoria Pública da União, do
Distrito Federal e dos Territórios, bem como traçar linhas gerais para as Defensorias
Públicas dos Estados.
Os Defensores Públicos são inamovíveis (não podem ser transferidos de
forma livre) e não podem exercer a advocacia. A proibição de exercer a advocacia
se mostra inteiramente harmônica com o princípio da moralidade administrativa, já
que sua ausência poderia levar a certos absurdos, como a utilização da defensoria
pública para a captação de clientela para seus escritórios particulares, sob a
promessa de uma defesa mais eficiente, ou ainda o desestímulo do defensor quando
fosse atuar em uma causa que não lhe rendesse honorários.
Os Defensores Públicos também recebem remuneração mediante subsídio.
As Defensorias Públicas Estaduais possuem autonomia funcional e administrativa.
Como consequência disso, detêm, por exemplo, poder de iniciativa de sua proposta
orçamentária, dentro, obviamente, de certos limites constitucionalmente impostos.
Já a advocacia não é apenas um pressuposto da formação do Judiciário, é
também indispensável à administração da justiça (art. 133 da CF). Em outras
palavras, diz não ser possível que o Poder Judiciário funcione sem a atuação de um
advogado. Isso não impede que, excepcionalmente, haja ações que possam ser
ajuizadas sem advogados, como, por exemplo, os Habeas Corpus, as reclamações
trabalhistas e as ações dos juizados especiais cíveis até determinado valor.
No Brasil, para ser advogado, é preciso que, além do título de graduação
como bacharel em Direito, obtenha a aprovação no exame da Ordem dos
Advogados do Brasil (OAB) e sua regular inscrição nos quadros da ordem. O
advogado possui a chamada inviolabilidade material, que significa ser ele inviolável
por seus atos e manifestações no exercício de sua profissão.
Essa inviolabilidade, não é absoluta, sujeitando-se aos limites legais,
devendo sempre apresentar relação de causalidade com o exercício profissional.
Portanto, não alcança atos que exorbitem o exercício profissional, como, por
exemplo, ofensas ao juiz ou ao advogado da outra parte. Nesses casos, haverá a
possibilidade de responsabilidade civil, penal e administrativa (junto à OAB).
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A Advocacia-Geral da União (AGU) foi criada em 1993, por meio de lei
complementar, tendo nascido da necessidade de distinguir as atribuições de defesa
do Estado daquelas de defesa da sociedade e de fiscalização da lei, antes
concentradas no Ministério Público. A partir da criação da AGU, o Ministério Público
deixou de fazer a representação da União, que costumava ser feita por um órgão
denominado Consultoria Geral da República.
O Advogado-Geral da União é o chefe da AGU, está prevista no art. 131,
que diretamente ou por meio de órgãos vinculados, representa a União judicial e
extrajudicialmente; tem por chefe o Advogado-Geral da União, de livre nomeação do
Presidente dentre cidadãos maiores de 35 anos, de notável saber jurídico e
reputação ilibada; serão organizados em carreira, em cuja classe inicial ingressará
por concurso. Não pode ultrapassar os 70 anos, que é a idade máxima para o
exercício de cargos público no Brasil.
AN02FREV001/REV 4.0
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