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HISTÓRIA GERAL
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Anne Frank e seu diário - Os relatos de uma vítima


do holocausto nazista
Túlio Vilela P UB L I CI DA DE

Em 3 de abril de 1946, o mundo conheceu a tragédia de


Anne Frank, que se tornou um dos símbolos do holocausto:
artigo intitulado Kinderstem ("A voz de uma criança")
publicado no jornal holandês Het Parool contava trechos do
diário da menina que havia sido morta em campo de
concentração.

Anne nasceu na Alemanha em 1929. Seu verdadeiro nome


era Annelies Marie, mas todos em sua família a chamavam
carinhosamente de "Anne". Ela era a segunda filha do casal
Otto e Edith Frank. Sua irmã, Margot, era quatro anos mais
velha.

O pai era um homem de negócios e um oficial condecorado


que lutou no exército alemão durante a Primeira Guerra
Mundial. Em 1934, quando o nazismo fez aumentar as
perseguições aos judeus na Alemanha, a família mudou-se
para Amsterdã, na Holanda.

As filhas do casal foram matriculadas em escolas locais,


onde se saíram muito bem nos estudos: Margot
demonstrava maior aptidão para matemática, enquanto
Anne demonstrava maior interesse em leitura e redação.

Em 1938, Otto Frank e um sócio, Hermann van Pels,


fundaram uma empresa nova. O sócio também era um
judeu que havia fugido com a família para a Holanda. Em
1939, a avó materna de Anne Frank veio morar com a
família e permaneceu com eles até sua morte em janeiro de
1942.

Ocupação da Holanda

Em maio de 1940, a Alemanha nazista invadiu e ocupou a


Holanda. Sob a ocupação nazista, os judeus que viviam na
Holanda passaram a ser alvo de leis segregacionistas.
Crianças judias ficaram proibidas de estudar nas mesmas
escolas onde estudavam crianças não-judias. Por causa
P UB L I CI DA DE

dessa proibição, Anne e Margot tiveram que ser transferidas


das escolas onde estudavam para um colégio judaico.
No dia 12 de junho de 1942, quando completou 13 anos,
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Anne Frank ganhou de presente de seu pai um livro. Esse
livro era o mesmo que estava na vitrine de uma loja em que
ela e o pai passaram e que havia lhe chamado a atenção.
Embora fosse um livro para autógrafos, Anne começou a
usá-lo como diário quase que imediatamente.

Nele, a jovem começou a registrar fatos corriqueiros na vida


de qualquer adolescente. Pouco a pouco, Anne começou a
registrar com frequência cada vez maior as dificuldades
enfrentadas pelos judeus por causa da ocupação nazista.

O esconderijo

No mês de julho de 1942, a família Frank recebeu a notícia


de que seria obrigada a se mudar para um campo de
trabalhos forçados. Para fugir desse destino, a família
transferiu-se para um esconderijo no prédio onde
funcionava o escritório do pai.

Para deixar a impressão de que haviam fugido


apressadamente, Anne e seus familiares deixaram o
apartamento todo desarrumado. Além disso, o pai deixou
um bilhete, tratava-se de uma pista falsa com o intuito de
levar os nazistas a acreditarem que a família estava
tentando viajar para a Suíça.

O prédio comercial onde Anne e sua família se esconderam


tinha dois andares, com escritórios, um moinho e depósitos
de grãos. O esconderijo consistia em alguns cômodos num
anexo que ficava nos fundos do prédio. Para disfarçar o
esconderijo, uma estante de livros foi colocada na frente da
porta que dava para o anexo.

Na montagem do esconderijo, Otto Frank contou com a


ajuda dos quatro funcionários em quem mais confiava:
Victor Kugler, Johannes Kleiman, Miep Gies e Bep Voskuijl.
Eles mais o pai de Johannes e o marido de Miep eram os
únicos que sabiam da existência do esconderijo.

Vida clandestina

Essas pessoas mantinham os Frank informados com


notícias da guerra e da perseguição dos nazistas aos
judeus. Também os ajudavam trazendo comida que
compravam no "mercado negro", tarefa que foi se tornando
cada vez mais difícil e arriscada com o tempo. Os cidadãos
não-judeus que ajudavam judeus a se esconderem corriam
o risco de ser executados imediatamente pelos nazistas
caso fossem descobertos.

No final de julho daquele ano, outros judeus buscaram


abrigo no mesmo esconderijo: a família van Pels, que era
composta por Hermann, o sócio de Otto Frank, sua esposa,
Auguste, e o filho Peter, um jovem de dezesseis anos.

No começo, Anne não se interessou pelo tímido PPeter


U B L I C I Dpor
A DE

achá-lo desajeitado demais, mas depois mudou de opinião e


ambos iniciaram um romance. Em novembro, um amigo
judeu da família de Anne também passou a morar no
esconderijo: o dentista Fritz Pfeffer. Como era de se esperar,
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com tantas pessoas vivendo juntas e em condições
precárias, problemas de convivência começaram a surgir.
Para piorar, estava cada vez mais difícil conseguir comida.

Anne passava a maior parte do tempo escrevendo seu


diário ou estudando. Todo dia, logo após o almoço, ela fazia
atividades de matemática, línguas, história e outras
matérias.

Na manhã de 4 de agosto de 1944, a polícia nazista invadiu


o esconderijo, cuja localização foi descoberta por um
informante que jamais foi identificado. Todos os refugiados
foram colocados em caminhões e levados para
interrogatório. Victor Kugler e Johannes Kleiman também
foram presos, ao contrário de Miep Gies e Bep Voskuijl, que
foram liberados.

Esses últimos voltaram ao esconderijo onde encontraram os


papéis de Anne espalhados no chão e diversos álbuns com
fotografias da família. Eles reuniram esse material e o
guardaram na esperança de devolver à Anne depois que a
guerra terminasse.

Auschwitz

Anne Frank e sua família foram mandadas para o campo de


Auschwitz, na Polônia. Mais do que um campo de
concentração, era também um campo de extermínio.
Idosos, crianças pequenas e todos aqueles que fossem
considerados inaptos para o trabalho eram separados do
demais para serem exterminados de imediato.

Dos 1.019 prisioneiros transportados no trem que trouxe


Anne Frank, 549 (incluindo crianças) foram separados dos
demais para serem mortos nas câmaras de gás. Mulheres e
homens eram separados. Assim, Otto Frank perdeu contato
com a esposa e as filhas.

Junto com as outras prisioneiras selecionadas para o


trabalho forçado, Anne foi obrigada a ficar nua para ser
"desinfetada", teve a cabeça raspada e um número de
identificação tatuado no braço. Durante o dia, as
prisioneiras eram obrigadas a trabalhar. À noite elas eram
reunidas em barracas geladas e apertadas. As péssimas
condições de higiene propiciavam aparecimento de
doenças. Anne teve sua pele vitimada pela sarna.

No dia 28 de outubro, Anne, Margot e a senhora van Pels


foram transferidas para um outro campo, localizado em
Bergen-Belsen, na Alemanha. A mãe, Edith, foi deixada para
trás, permanecendo em Auschwitiz. Em março de 1945,
uma epidemia de tifo se espalhou pelo campo de Bergen-
Belsen.

Estima-se que cerca de 17 mil pessoas morreram por causa


da doença. Entre as vítimas estavam Margot e Anne,
P U B L I C I que
DA DE

morreu com apenas 15 anos de idade, poucos dias depois


de sua irmã ter morrido. Seus corpos foram jogados numa
pilha de cadáveres e então cremados.
O sobrevivente
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Otto Frank foi o único membro da família que sobreviveu e


voltou para a Holanda. Ao ser libertado, soube que a esposa
havia morrido e que as filhas haviam sido transferidas para
Bergen-Belsen. Ele ainda tinha esperança de reencontrar as
filhas vivas.

Em julho de 1945, a Cruz Vermelha confirmou as mortes de


Anne e Margot. Foi então que Miep Gies entregou para Otto
Frank o diário que Anne havia escrito. Otto mostrou o diário
à historiadora Annie Romein-Verschoor, que tentou sem
sucesso publicá-lo. Ela o mostrou ao marido, o jornalista Jan
Romein, que escreveu um texto sobre o diário de Anne.

O diário foi finalmente publicado pela primeira vez em 1947.

A obra teve tal sucesso, que os editores lançaram uma


segunda tiragem em 1950. O "Diário de Anne Frank" foi
traduzido para diversas línguas, com mais de 30 milhões de
exemplares vendidos em todo o mundo. O livro que
começou como um simples diário de adolescente
transformou-se num comovente testemunho do terror
nazista

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