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Avaliagao de métodos de aplicacao de fungicidas no controle da sigatoka-negra da bananeira Luadir Gasparotto', Alexandre J.T. dos Santos* 'Embrapa AmazOnia Ocidental, CP 319, CEP 69011-970, Manaus, AM., Iracemapolis, SP. e-mail: plantec@ uol.com.br, ata de chegada: 03/05/2004. Aceito para publicagio em: 10/11/2004, ‘Autor(a) para correspondéncia: Luadir Gasparotto José Clério R. Pereira, Mirza C.N. Pereira’ mail: gasparot@cpaa.embrapa.br; *Plantec, CP 39, CEP 13495.000, ‘paa.embraps, 1071 RESUMO Gasparotto, L; Santos, AJ-T. dos; Pereira, J.C.R.; Pereira, M.C.N. Avaliagdo de métodos de aplicagdo de fungicidas no controle da sigatoka-negra «da banancira, Summa Phytopathologica, v1, p.181-186, 2005, A sigatoka-negra, causada pelo fungo Mycosphaerella fjiensis, & ‘uma doenga muito destrutiva, cujas perdas na produgdo podem chegar «4 100%. Instalaram-se dois ensaios para avaliar métodos de uplicagio de fungicidas no controle da doenea. No primeiro ensaio, testaram-se (gi a/plantay futriafol 0,125; 0,250; 0,375 e 0.5 e triadimenol 0,7 ‘depositados na axa da > fo Mutriafol 0,250 injetado no pseudocaule 4a planta; flutriafol granulado 0,225 e 0.5 e triadimenol granulado 0.75, depositado no orificio efetuado para remogio do perfilho; utriafol granulado 0.45, distribuido num suleo de 20 em ao redor da planta-mae; flutriafol 0,375, diluido em 5 mL de éguae pulverizado na axila da I*e triadimenol granulado 0,75, depositado na axila {da 2 folha: propiconazole 100 ma, aplicado via pulverizagio; ea testemunha. No segundo ensaio, avaliaram-se os tratamentos (gi. a planta): flutriafo 0,250 a cada 30, 45 € 60 dias; fluriafol 0,375 a cada 30, 45, 60.¢ 75 dias, flutriafol 0,5 a cada 45, 60¢ 75 dias; triadimenol 0,75 a cada 30 dias; depositando-os na axila da 2* folha; Mutriafol 0.250 a cada 30 dias, injetado no pseudocaule; propiconazole 100 mL, ha, via pulverizagdo a cada 15 dias; €atetemunha, No primeito ensaio, Palavras-chave adicionais: Mycosphaerella fjiensis, Musa spp., controle de doenga ‘quantificou-se a severidade da doenga aos 7, 15, 30, 45, 60 ¢ 75 dias pos a aplicaco dos fungicidas. No segundo, no florescimento, regis traram-seo nimero de folhas vidveis ea severidade da doenga na folha nimero 10 e, na colhcta, © nimero de folhas vidveis e 0 peso dos ‘eachos, das pencase dos frutos. No primero ensaio, fltriafol 0,125: 0250; 0,375 ¢ 0.5, depositado na axila da 2* folha;flutriafol 0,250, injetado no pscudocaule, e Mutrafol granulado 0,225, distribuido em suleo, mantiveram as plantas com mais de 10 folhas vidveis até 75 dias aps a aplicagdo. No segundo ensaio,o futriatol 0,250, depositado na axila da 2 folha aintervalos de 45 dias, ¢ 0,375 a cada 60 dias foram cficientes no controle da doenga. O futriafolinjetado no pseudocaule 0 triadimenol depositado na axila eausaram severafitotoxidez, Nos menores intervalos, o flutriafol depositado na axila induziu escurecimento e descolamento das bainhas, predispondo a planta a0 fombamento, apés a emissdo do cacho; porém, 3 medida que se am: pliou o intervalo, os sintomas de fitotoxider foram reduzidos. Nos que o fungicida foi depositado na axila no houve necessidade de continuar as aplicagdes apds a planta emit © eacho, tratamenos e tecnologia de aplicacao, produgao vegetal ABSTRACT Gasparotto, L: Santos, A.J. dos: Perera, J.C.R.; Pereira, M.CLN. Evaluation of application methods of fungicides to control of black sigatoka of banana. Summa Phytopathologica, v:31, p.181-186, 2005, Black Sigatoka (Mycosphaerella fijiensis) may cause up to 100% losses in banana production. Two experiments were carried out in ‘order to evaluate the methods of application fungicides for controlling this disease. In the first experiment, the following products were tested (g a, i/plant): flutriafol 0.125; 0.250; 0.375 and 0.5, and ‘wiadimenol 0.75, applied in the axils of the leaves; luriafol 0.250 injected into the pseudostem of the plant; fluriafol granulated 0.225 and 0.5, and triadimenol 0.75, applied in a hole made with a tool used for removing suckeres; utriafol granulated 0.45, distributed ina furrow ‘of 20 em deep; fltriafol 0.375, diluted in 5 ml of water and sprayed into leaves axils; triadimenol granulated 0.75, applied inthe axl of the leaf; propiconazole 100 mL/ha, sprayed and a control. In a second ‘Summa Phytopathol, Bowweatu, v.31, n. 2, p. 181-186, 2005 experiment, the treatments evaluated were (g a. iJplant): flutriafot 0.250 applied every 30, 45 and 60 days; flutriafol 0.375 applied every 30, 45, 60 and 75 days, futrafol 0.5 every 45, 60 and 75 days: and triadimenol 0.75 every 30 days, applied in the axils of the leaves. Flutriafot 0,250 applied every 30 days, was injected inthe pseudostem, and propiconazole 100 mLsha was sprayed every 15 days. la the First ‘experiment, discase severity was evaluated on 7, 15, 30,45, 60 and 75 days after the application of fungicides. In the second experiment, the number of functional eaves and the severity of disease onthe leaf ni? 10 were assessed durig flowering. By the harvest, there were evaluated the number of functional eaves and the weight of bunches, hhands, and fruits. In the first experiment, the following treatments: 181 ‘utriafol 0.125,0.250, 0.375 and 0.5, applied in the axils of the leaves: flutriafol 0.250, injected in the pseudostem, and fMutriafol granulated (0.225, distributed in the furrow, resulted in plants with more than 10, functional leaves, until the 75 days after application. In the second ‘experiment, the lutrafol 0.250, applied in the axils at intervals of 45, ‘days, and 0.375 at each 60 days were efficient to control the disease, ‘The flutriafol, applied in the pseudostem, and tiadimenol, applied in the axils, showed intense fitotoxicity. In the shorter application intervals, the futriafol induced the darkening and detachment ofthe sheath, predisposing the plants to bend, after the emission of the bunches; however with longer intervals between applications, the fitotoxicity symptoms were reduced. In the treatments where the fungicide was applied in the ail, it was not necessary to continue the applications after the emission of the bunch. ‘Additional keywords: Mycosphaerella fijiensis, Musa spp. disease control, application technology, crop production. A sigatoka-negra, causada pelo fungo Mycosphaerella Jiliensis Morelet (fase anamérfica: Paracercospora fijiensis (Morelet) Deighton), €a doenga mais grave da bananeira (Musa spp.). Os sintomas iniciais sAo pequenas pontuagdes claras ou {reas despigmentadas na face abaxial, que progridem formando estrias marrom-claras, que podem atingir2.a3 mm de comprimento. ‘Com o progresso, as estrias expandem racial e longitudinalmente «, ainda com coloragio marrom-clara, podem ser visualizadas na face adaxial, podendo atingir até 3 cm de comprimento. Nos estos finais da doenga, as lesGes apresentam-se com © centro deprimido e de cor branco-palha, AS les®es apresen- tam um halo interno proeminente marrom-escuro, circundado por um pequeno halo amarelo. No centro das lesdes, eventual mente, podem-se visualizar pontuagbes escuras representadas pelas frutificagdes do patégeno. As lesbes coalescem e causam 0 secamento de todo o limbo foliar. Devido ao fato de a bananeira nao mais emitir folhas apds 0 florescimento ¢, portanto, no haver compensagio, a doenca toma-se extremamente severa ap6s a emissio do cacho, com reflexos na produtividade da planta. Cerca de 40 dias apés 0 florescimento, as plantas encontram-se com as folhas totalmente destrufdas; os frutos ficam pequenos, desuniformes © com maturagdo precoce, cujas perdas nas cultivares suscetiveis podem atingir 100% da produgao. ‘Apesar de existirem varias cultivars rsistentes & doenga, a medi dade controle mais prontamentedisponivel €o controle quimico. Tra- balhos desenvolvidos no Amazonas indicam que, naquelas condi- ‘es, no controle quimico da doenca, os fungicidas sistémicos deve ser aplcados a intervalos de 14 ase as proetore a cada sete dias (10), No Amazonas, onde as condigdesclimiticas sao altamente favo riveis a sigatoka-negra, So nocessirias até52 pulverizagdevano,quan- do se utilizam fungicidas protetores, e/ou 26 pulverizagdes com sistémicos. Esse fato determina o aumento do custo de proxiugao,, da contaminagao ambiental, ds riscos de intoxicagdo dos operiti- (8 € favorece a pressio de selego de estirpes do patégeno re tentes com a quebra da efetividade dos fungicidas. A forma mais pritica de evita esses problemas € reduzir o niimero de aplicagoes no decorrer do ciclo da cultura ‘Neste trabalho avaliaram-se diferentes métodos de aplica- ‘glo de fungicidas no controle da sigatoka-negra da bananeira, s ensaios foram desenvolvidos na drea experimental da Embrapa Amazdnia Ocidental, em Manaus-AM, em plantas da cv. Prata Ana, no 4° ciclo da cultura, Foram instalados dois ensaios. © primeiro, desenvolvido no perfodo de 11 de julho a 19 de setembro de 2002, para avaliar diferentes formas de aplicagio do flutriafol, propiconazole © triadimenol; 0 segundo, desenvolvido no periodo de 12 de no- vemnbro de 2002 a 30 de julho de 2003, para definir a dosagem & © intervalo de aplicagio do flutriafol na axila da * otha 182, Em ambos os enssios, os tatamentos foram distibuidos em 50%. ‘A partir dessa avaliacdo, computaram-se: 0 ntimero de fo- Ihas vidveis/planta, considerando-se como vidveis as folhas {que apresentavam o limbo foliar com drea lesionada correspon- dente até a nota 3 da escala de Stover modificada (9): a SM correspondendo a severidade da doenga na folha mimero 2, marcada no dia da aplicacao do fungicida, e a SS/11 correspondendo a severidade média da doenga nas folhas de rimero S até a nimero 11 no dia da avaliacao, Ensaio n® 2: Aplicacio do futriafol na axita das folhas para definir dosagem eintervalos entre as aplicagies Foram avaliados os tratamentos: testemunha sem aplicagio de fungicidas; lariafol SC-0.250 mL /plantaaintervalos de 30, 45.€60 diay; lariafol SC-0,375 mL/planta a inervalos de 30,45, 60 ¢ 75, Summa Phytopathol, Botucatu, v.31, n.2, p. 181-186, 2005 dias; futriafol SC-0,500 ml /planta aintervalos de 45, 60€ 75 dias; ‘riadimenol CE-0,75 mL planta aintervalos de 30 dis, todos de_po- sitados na axila da 2 folha com auxilio de uma seringa dosadora; flutriafol SC-0,250 mL planta a intervalos de 30 dias, injetado no pseudocaule da planta a 1 m do solo, com auxiio de uma seringa dosadora;¢ propiconazole-100 mi. /ha aplicadoaintervalos de 15 dias ‘com um pulverizador costal motorizado, utlizando 400 L de iguana. As aplicagdes foram efetuadas até a emissio do cacho, exceto a pul- verizagio com propiconazole, efetuada até a cotheta do cacho . As avaliagdes foram efetuadas nas trés plantas centrais de «cada parcela, computando-se, na época do florescimento, 0 ni- ‘mero de folhas vidveis ea severidade da doenca na folha nime- 10 10¢, na colheita, o niimero de folhas vidveis e o peso dos cachos, das pencas e dos frutos. 0s resultados obtidos no primeiro ensaio encontram-se nas Tabelas 1 € 2. A severidade da doenga passou a mostrar diferen- ‘Tabela 1. Efeito de diferentes formas de aplicagio de fungicidas no controle da sigatoka-negra da bananeira. Manaus, AM, 2002. Tratamentos (dose/planta) 1 Avaliagio -7 dias 2" Avaliagao- 15 dias 3* Avaliaglo — 30 dias NEV) SMe? Ss" NEV SM ‘SHAT NEV SM__SS/IT ‘Testemunha 82a 0 S65ab The 0 628 a 79 det 1,584 5.83 ab Fiutriafol SC-0,125 mL? 74.5 b 06.03 a Td 0 592 ab 9.7 be 0716 3.10cde Flutriafol SC-0.250 mL! 7,9 ab «0 S,66ab BS ede | S27 abe 10S ake O73 251 de Flutriafol SC-0,375 mL! 82 ab 0549 ab OL abcd 0 420b a O71b 1,796 Flutriafol SC-0,500 mL! «89 a0 4.86 ab OH aH 359¢ 108 ab O81b 2.20de Flutriafol $C-0,250 mL? 9.1.a ATL ab OD ae 0 377 ¢ 97 be O71 2.90ede Flutriafol G-0,225 g* 75b 05878 wren ees see 17 of LOb 6198 Flutiafol SC-0,500 mL! 7.16 0G Lda pene ee see Sf 093 6450 Flutriafol G-0,450 g* 89a 0-496 ab OS ah 395 be Dede 0B A.M Fluuiafol SC-0375 mL! 9.280423 a 0 369¢ 10.0 abe ORS BAR ed ‘Triadimenol G- 0,75 ab 0S S5ab BO ce 518 abe 9.1 cde O78 438 be ‘Triadimenol CE-0,75 mL! 8,1 ab OG I a 79 cle 0 5ST abe 76 of O77 S81 ab ‘Triadimenol CE-0.75 mL) 74 0 5.96.4 eee on ead 76 ef 188a 6034 Propiconazole-100 mLiha" 8.4 ab 0___—S.78.ab_——86 ede 0 S64 abe 93 bed 8B _3.76ed =NEV: Niimero de folhas vidvei ‘doenga nas Fothas de n?S até n* 11 no dia da avaliagao da doenga ***#Nak raiz quadrada de x + 0,5) 'Depositado na axila da 2 folha, com auxstio de no pseudocaule da planta a 1 m do solo; \Colocado no orificio feito com a : Severidade da doenga na folha n® 2 mareada no dia da aplics do fungicida; **#S5/11: Severidade da jo avaliado devido 3 fitotoxidez. SM e S5/11 (Dados transformados para ‘uma seringa dosadora; “Injetado, com auxiio de uma seringa dosadora, lurdinha para remogio do perfilho; ‘Depositado no solo num suleo de 20.em feito ao redor da planta; ‘Diluido em 5 mi. de gua e pulverizado nas axilas das folhas I 2; ‘Aplicagéo via pulverizagao das folhas. Médias, dentro de cada coluna, seguidas pela mesma letra, 1 diferem entre si pel o teste de Tukey ao nivel de 5% de probabilidade. ‘Tabela 2. Efeito de diferentes formas de aplicago de fungicidas no controle da sigatoka-negra da banancira. Manaus, AM, 2002, ‘Tratamentos 4 Avaliagao - 45 dias 5 5 Avaliagio ~ 60 dias 6 Avaliagio ~75 dias (dose/planta) NEV SM S5/1I9** NEV SM SSI NEV SM SST Testemunha 79f 457a 4.884 BAC T8la 467 10a 5288 Flutriafol SC-0,125 mL! 10.9abe 0.79 —.73de 16 ab (2.09 3.04ed 3.11 bode Flutriafol SC-0.250mL! 11.2ab 073g 149e 14 ab 166 12d 2.36 der Flutriafol SC-0,375 mL! 10a 1.25delg 1.25 0128S 174d 201F Flutriafol SC-0,500 mL! 11,7ab 1,13 delg 2.36ede 12.2 ab LB 246d 2.23 of Flutriafol SC-0.250 mL? 10,Sabed 1,06efg 203de 14 ab 1.966 415 bed 2,93 bode Flutriafot G-0,225 ° BSc 413 ab BSc 715A 7,68 ab 3,42 cdf Fluuiafol SC-0,500mL?—8.2ef 3.14 83e 670a 7.74 ab 3,56 bed Flutriafol G-0,450 g* 9Sede 1,70 def 115 ab 2,526 521 bed 2,42 odef Flutiafol SC-0,375 mL’ 10,4bed 2.05 d 119 ab 2.93 6.74 ab 3,19 bedef Triadimenol G-0.75 9! 9,3def 1,96 de 117 ab 2.236 625 be 2,99 bode Triadimenol CE-0,75 mL! ete Sees. eee toe eee eee Triadimenol CE-0,75 mL’ 7,9f 3,46 be Ble 7058 9.0 fe 3.96 b Propiconazole-100 mL/ha’ 10.2bed 1,71 det 3b 216b 107 def__2.70.ed 3,69 be NPV: Niimero de folhas vidveis; "SM: Severidade da doenga na folha n°. sdoenga nas folhas de n° 5 até an® 11 no dia da avaliago da doengas **#*Nio riz quadrada de x + 0,5). ‘Depositado na rho pseudocaule da planta a 1 m do solo; ‘Colocado no orifiio feito com a 20cm feito ao redor da planta; ‘Diluido.em 5 mL de égua e pulverizado nas: dentro de cada coluna, seguidas pela mesma letra, no diferem entre si pel ‘Summa Phytopathol, Bowcatu, v.31, n.2, p. 181-186, 2005 2 mareada no dia da aplicago do fungicida ***S5/11: Severidade da o avaliado devido a fitotoxidez. SM e 85/11 (Dados transformados para

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