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Tema B - Da Terra à Lua

1. Interações à distancia e de contacto. Terceira lei de Newton e Lei da Gravitação


Universal.

1.1 Interações à distância e de contacto. Forças fundamentais da Natureza

As interações entre corpos, e consequentemente, as forças podem ser:

 de contacto: quando o corpo que exerce a força está em contacto com o corpo que
sofre a ação desta – por exemplo, a força exercida pelo pé de um jogador sobre a bola
de futebol – e que deixa de se manifestar quando o contacto deixa de existir.

 à distancia: quando a interação se manifesta, quer os corpos estejam em contacto


quer a uma certa distância entre eles - por exemplo, a força gravítica, a força elétrica e
a força magnética.

As quatro interações fundamentais na Natureza às quais se deve a estrutura do universo são:

 interação gravitacional: manifesta-se entre todas as partículas com massa e é sempre


atrativa.

 Interação eletromagnética: manifesta-se entre partículas com carga elétrica e pode ser
atrativa ou repulsiva.

 Interação nuclear forte: manifesta-se entre os quarks, é responsável pela coesão do


núcleo atómico, ou seja, mantém unidos os protões e os neutrões nucleares.

 Interação nuclear fraca: manifesta-se entre os quarks, é responsável pelo decaimento


radioativo de certos núcleos, em que o neutrão passa a um protão ou vice- versa com
emissão de radiação beta e neutrinos.
1.2 Terceira lei de Newton ou lei da Acção- Reação

Sempre que um corpo exerce uma força sobre o outro, este reage, exercendo sobre o
primeiro uma força com a mesma intensidade e direção mas com sentido oposto.

Estas forças, que constituem um par ação reação, apresentam as seguintes características:

 Têm a mesma linha de ação, a mesma direção

 Têm a mesma intensidade, o mesmo módulo

 Têm sentidos opostos

 Têm pontos de aplicação em corpos diferentes

1.3 Lei da gravitação universal

As forças atrativas que se verificam entre dois corpos têm intensidade diretamente
proporcional ao produto das suas massas e inversamente proporcional ao quadrado da
distância existente entre os seus centros de massa.

Fg – intensidade da força gravítica

G – constante de gravitação universal

M e m- massa dos corpos que interatuam

d- distancia existente entre os centros de massa dos corpos

A direção da força é a linha que une os seus centros de massa e o sentido é dirigido
para o centro de massa do corpo que exerce a força.
2. As interações e os movimentos. Segunda lei de Newton e Lei da Inércia

2.1 Efeitos das forças sobre a velocidade. A aceleração

Quando dois corpos interatuam, a s forças que atuam durante a interação provocam efeitos
que podem ser:

 Deformação

 Alteração do seu estado de movimento ou de repouso.

A alteração do estado de movimento verifica-se quando a velocidade com que o corpo se


movimenta varia. AS alterações na velocidade podem ser relativamente ao módulo, sentido
e/ou direção, podendo o corpo ficar em repouso.

A alteração do estado de repouso ocorre sempre que um corpo esta em repouso e por
ação de uma força adquire velocidade.

O modo como a velocidade varia, com o decorrer do tempo, quer em sentido, quer em
direção, quer em módulo, é traduzida pela aceleração.

A aceleração média é a taxa de variação temporal da velocidade

A aceleração média, é definida como o limite para que tende a variação de velocidade quando
o intervalo de tempo tende para zero.

A unidade SI de aceleração é ms-2

2.2 Segunda Lei de Newton ou Lei fundamental da Dinâmica

A força resultante de um sistema de forças que atua sobre um corpo, considerando-o como
uma partícula material, é diretamente proporcional à aceleração imprimida, tendo a mesma
direção e sentido.

Da análise desta expressão conclui-se:

 A aceleração e a resultante das forças têm a mesma direção e o mesmo sentido;

 Para a mesma resultante das forças, quanto maior for a massa do corpo menos será a
aceleração que adquire – maior será a resistência à alteração da sua velocidade, maior
será a sua inércia;

 Como a massa é a medida da inércia do corpo, designa-se por massa inercial.


2.3 Primeira lei de Newton ou lei da inércia

Um corpo, considerado como partícula material, permanece em repouso ou com movimento


retilíneo e uniforme se sobre ele não atuar qualquer força ou se atuar um sistema de forças
cuja resultante é nula.

2.4 Descrição de movimentos retilíneos

O movimento de um corpo, num dado intervalo de tempo, Δt, é determinado quer


pelas condições quer pela resultante das forças que sobre ele atuam.

Considere-se um corpo de massa m, que se desloca sobre uma superfície horizontal

com velocidade constante no instante, , em que sobre ele passa a atuar uma força
constante, , paralela a superfície de apoio.

A resultante das forças que sobre ele atuam, , é:

Como , então:

Donde se conclui que é constante e, consequentemente, a aceleração , é também

constante , pois . Mas como:

A aceleração e a velocidade inicial do corpo têm a mesma direção. A velocidade varia apenas
em valor e o corpo fica animado de movimento retilíneo uniformemente variado.
A expressão que relaciona o valor da aceleração e o valor da variação da velocidade,
no intervalo de tempo é:

Considerando o instante inicial t0=0, a expressão anterior vem sob a forma

Esta equação traduz a lei das velocidades do movimento retilíneo uniformemente variado.

O gráfico velocidade-tempo para este movimento é um segmento de reta cujo declive é o valor
da aceleração.

Recorrendo ao gráfico v=v(t), determina-se o deslocamento da partícula durante o intervalo de


tempo Δt, através da área contida sob o segmento de reta.

A partir do gráfico representado na figura e fazendo coincidir o eixo dos xx com a direção da
trajetória, pode concluir-se que o valor do deslocamento, Δx, é dado por:

Dado que v=v0+at , substituindo na expressão anterior, tem-se :

E como , onde x0 é a coordenada da posição inicial da partícula, vem:

Esta expressão traduz a lei das posições do movimento uniformemente variado, onde
x0 e v0 são as condições iniciais do movimento.

Mas, caso a resultante das forças que atuam sobre um corpo , que se desloca com

velocidade , seja nula, a aceleração do movimento é nula, e o corpo deslocar-se-á com


velocidade constante, animado de movimento retilíneo uniforme.
Assim, paro um dado intervalo de tempo a lei da velocidade do movimento retilíneo uniforme
é dada pela expressão:

E a lei das posições por:

Em conclusão:

O movimento retilíneo diz-se:

 Movimento retilíneo uniformemente variado se o módulo da velocidade aumenta,


isto é, se a velocidade inicial e a aceleração tiverem o mesmo sentido;

 Movimento retilíneo uniformemente retardado se o módula da velocidade diminui,


isto é, se a velocidade inicial e a aceleração tiverem sentidos opostos;

 Movimento retilíneo uniforme se o módulo da velocidade é constante

3. Movimentos próximos da superfície da Terra

3.1 Lançamento na vertical e queda considerando a resistência do ar desprezável

Durante o movimento no ar, segundo a vertical, o corpo fica sujeito a duas forças: a
força gravítica e a resistência do ar ao movimento.

Se considerarmos a resistência do ar desprezável, o corpo só fica sujeito à força


gravítica que é uma força constante.

Quando o corpo se encontra próxima da superfície da Terra, a força gravítica é o seu


peso e é dado por:

Em que é a aceleração gravítica

Sendo o seu valor médio 9,8ms-2 .

Quando a resultante das forças é constante, a aceleração também, o que provoca uma
variação uniforme da velocidade e o movimento é retilíneo uniformemente variado.

Lei da aceleração:

Lei das velocidades:

Lei das posições:


hmax = y-y0 variação máxima da altura

3.2 Lançamento vertical e queda com resistência do ar não desprezável

Nas situações em que não é possível desprezar a resistência do ar, a força de atrito
existente entre o corpo e o ar vai aumentando à medida que a velocidade aumenta. À medida
que o corpo desce, a intensidade da força resultante vai diminuindo e quando a força de atrito
adquire uma intensidade igual à do peso do corpo, a força resultante anula-se.

Durante a queda, ate que a resistência do ar anule o peso do corpo, o movimento é


retilíneo acelerado. O módulo da velocidade aumenta com o decorrer do tempo, contudo a
sua variação é cada vez menor. O módulo da aceleração a que o corpo está sujeito vai
diminuindo.

Quando a resistência do ar anula o peso do corpo, a aceleração anula-se e o corpo passa a


movimentar-se com velocidade constante - o movimento é retilíneo uniforme.

As expressões que caracterizam o movimento são:


Da análise do esquema representado podemos concluir:

 Na subida, a intensidade da resultante é superior à da força gravítica, o módulo da


aceleração é superior ao da força gravítica;

 Na descida, a intensidade da resultante é inferior à da força gravítica, o módulo da


aceleração é inferior ao da aceleração gravítica.

3.3 Lançamento horizontal com resistência do ar desprezável

Se um corpo for lançado horizontalmente com velocidade, fica submetido apenas a penas à
ação da força gravítica, caso se despreze o efeito da resistência do ar, descrevendo uam
trajetória parabólica no plano, resultante de dois movimentos independentes, um segundo o
eixo dos xx e outro do eixo dos yy.

NOTA: o tempo de queda de um corpo que é lançado horizontalmente é igual ao tempo de


queda na vertical de outro corpo, quando ambos partem da mesma altura, considerando a
resistência do ar desprezável.
4. Movimento circular e uniforme

Uma partícula esta animada de movimento circular e uniforme quando a resultante das
forças que sobre ela atuam é uma força centripta, pois, em cada instante, é perpendicular a
velocidade, de módulo constante, radial e dirigida para o centro da trajetória.

A aceleração do movimento circular e uniforme, aceleração centripta, é pois, radial,


dirigida para o centro da trajetória e de módulo constante.

Para estudar o movimento é preciso definir algumas grandezas que o caracterizam:

 Período(T): tempo que a partícula demora a completar uma rotação - a unidade SI


é o segundo;

 Frequência(f): numero de rotações executadas na unidade de tempo - unidade SI


é o hertz

O período e a frequência relacionam-se por:

 Velocidade angular (ω): é o ângulo descrito pela partícula na unidade de tempo -


unidade SI é o rads-1:

Se a partícula descrever uam volta completa, Δθ=2π e Δt=T, então:

 Velocidade(v): como o módulo da velocidade coincide com o da celeridade média,


é igual ao arco descrito na unidade de tempo:

Onde R representa o raio da trajetória.

 Aceleração centrípeta(ac) : o módulo da aceleração centrípeta, responsável pela


variação da direção da velocidade , é:
5. Características e aplicações de um satélite geoestacionário

Um satélite geoestacionário é um satélite artificial que:

 Orbita em torno da Terra;


 Descreve uma trajetória circular constante;
 Acompanha o movimento da Terra com velocidade de módulo constante, direção
tangente a trajetória e sentido de oeste para este;
 Demora 1 dia a completar uma volta em torno da Terra;
 É atuado pela força gravítica;
 Tem um movimento circular e uniforme.

Os satélites geoestacionários utilizam-se para:

 Observação do Planeta para investigação e meteorologia;


 Comunicações;
 Determinação de posição – GPS.

Para se lançar um satélite artificial é necessário imprimir-lhe uma velocidade inicial elevada, de
modo a conseguir escapar à ação da força gravítica e atingir a altitude desejada.
Na altitude de órbita é-lhe imprimida uma velocidade horizontal - velocidade de órbita – cujo

valor é dado por .


A velocidade de escape e a velocidade de órbita são-lhe comunicadas através de foguetões
apropriados.

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