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CONSIDERAÇÕES SOBRE O MUNDO BOM

Todos nós queremos viver em um mundo bom. O que é isso? É um mundo sem fome, sem pobreza, sem doença,
sem guerras, sem ódio, sem nada de ruim. Isso é possível? Sim, mas não facilmente. Há muito o que se mudar para
alcançar tal estágio. A origem de todos os males é o egoísmo. Para que ele não exista é preciso que todos disponham
de tudo que precisem para viver bem e, até, bem satisfatoriamente. Assim não haverá cobiça. Um dos empecilhos
para atingir tal ideal é a existência do dinheiro. Não havendo dinheiro, tudo é de graça e ninguém ganha nada por
seu trabalho. Mas todos têm que trabalhar com denodo e afinco, sem nenhuma preguiça. Então todos terão tudo,
não por compra e venda e nem por troca. Simplesmente por doação. Essa “Economia de Doação”, absolutamente
não financeira, se focará na produção mais eficiente e eficaz, de modo a atender o mundo inteiro. Não é fácil chegar
lá, mas isso pode ir sendo levado adiante com as pessoas fazendo o máximo que conseguirem de graça. Do mesmo
modo que abolindo a propriedade privada, sendo tudo compartilhado e distribuído (exceto, talvez, as dentaduras e
óculos e, até mesmo, maridos e mulheres). Não é preciso haver residências particulares, veículos particulares,
roupas particulares. As pessoas moram em falanstérios em que há refeitórios coletivos, lavanderias coletivas,
vestuários coletivos, veículos para uso coletivo e assim por diante, com horta, pomar e outras facilidades. Em termos
internacionais, o ideal é não haver nações, estados, fronteiras e governos. Países pode haver, sendo a terra em que
habita um povo com seus costumes. Todas as atividades são realizadas por “comissões ad hoc”, desfeitas logo se
tenha atingido o objetivo. Como construções de ferrovias, falanstérios e tudo o mais. Nesse “Mundo Bom” o nível
educacional será o mais alto possível. Mas não só instrucional, e, sim, educacional mesmo. Todo mundo
exemplarmente muito bem educado. Cada um de nós pode dar a sua contribuição para que cheguemos lá em
poucos milênios. Esse compartilhamento em escala global ensejará uma imensa economia. Pense em que não vai
haver uma casa para cada família, com sua cozinha e tudo o mais. O atingimento de tal nível social será alcançado
gradualmente, não por decretos e leis, mas por que todos irão abraçar essa situação de bom gosto, por sua própria
conta, sem nenhum constrangimento. Todos nós podemos dar nossa contribuição a partir de agora. E só refletir que
se vai concluir como isso é muito melhor. Nada de posse, nada de mando, nada de obediência, nada de punição,
nada de prêmio. Só o esclarecimento, a consciência e a responsabilidade. De cada um segundo sua capacidade, a
cada um segundo sua necessidade. É só abolir inteiramente o egoísmo do mundo. Vamos começar?

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