CONSTITUICAO DAS SOCIEDADES COMERCIAIS
sociedade tem efeitos constitutivos da personalidadejuridca da soiedade pois
jp sua falta, nem entre as partes podem ser invocados os efeitos que si0
jnorentes aguela”®,
Por outro lado, nos termos do n® | do art. 15°, 0 registo definitivo do
contrat de sociedade determina a assuncio de pleno direito dos negécios
juicos at referidos”. Jé 0s negécios referenciados no n? 2 do art. 19° 6
serio assumidos pela sociedade se houver uma decisao da administragio,
que deve ser comunicada a contraparte” no prazo de 90 dias posteriores
Nosentido do caricter consttutivodo registo, RAUL Viwruna, Alterapbsdo contrat. cit,
pi2UjJ-M.COUTINHO DE ABREU, Cu.» vol Ih elt, p. 13k MANUEL ANTONIO PITA,
Ongine da sciedade iregula.. cit, p. 461; PAULO OLAvo Cunt, Direita das sociedades
tap 2MiJ. ENGRACIA ANTUNES, Ditito das sociedades, cit p. 171, Ao falarse de r
constittivo querse significar que s6 com ele a sociedade adquite personalidade uri
‘ln significa que antes dele o ato constituinte nio produza quaisquer efeitos. José Dx
OuivetRa AscENsXo, Direitocomercial..cit, p.171,¢ JOSE PEDRO FazENDA MARTINS, O5
aftes do esto das publica; obrigatéras na consttuigto dassociedadescomercais, Lex, Lisboa,
994 pp.71¢ss, defendem que asociedade vem personalidadejuridica antes do registo doseu
sod constituigio, assumindo aquele a natureza decaraiva, Também ANT6w10 MENEZES
Conot1no, Diet. eit, p. 588, sustenta que oregistondo é constitutive da personalidade
iurdca. DioGo Costa GoNcatves,Pesoacoletsa...cit,p- 612, considera que “oregistonio
suibuicapacidade jure”, A eapacidade juridca, na opinido deste A, tem a sua génese na
“vontade das partes”, por isso, deriva do ato constituivo. Segundo esta A. deve serajustada
a distngio entre personalidade juridicae capacidade jurdica e 6 de capacidade juridica se
dese alr (. cit, p. 553).
* Sabre asungio de pleno direito,v. MARIA ELisawere Ramos, Artgo 1% in Cio das
Savelades Comers em Comentério (coord. de J. M. Coutinho de Abreu), vol. I, Almedina,
Coimbra, 2010, pp. 328, ss V. tb. MANUEL ANTONIO Pita, Or fet doregisto comercial a
img do capita sca, Estudosem Homenagem ao Profesor Doutor Carls Fereira de mei,
tol 1, Almedina, Coimbra, 2011, pp. 247, s- Dioco Costa GoNcatves, Pesoacoletia.
cit. 623 fala em “continuidade absoluta (.): assituagéesjuriicasconstituidasem momento
anterior ao registo so imputadas ab initio mesma e tnica sociedad"
* Levante problema de saber se ser exigivel oacordo da “contraparte” Respondendo
«neta acordo, prévioou subsequente, Gexighel,ANTGNIo MENEZES ConDEtRO, Manual
yok et, p $92, Opinito diversa € manifestada por PAULO DE TARso Domtcuss, Do
«pial p. 130, pars quer nos 90 dias posterlorsaoregisto, “a assungio do negscio pela
soviedade nto neceesta do consentimento do tercero afectado”, ANA MARIA PERALTA,
it, p629, considera que os efeitos da assungio ocorem por mera
opcioda administragios no sendo o eredorchamadoa prestar qualquer consentimento,nem
Podendo deduzir qualquer oposigio. A comunicagio & contraparte tem. suscitado entendi-
entosdivergentesnajurisprudéncia. O Acéndio do ST} de 14 de Dezembro de 1994, EM),
4442995), p. 295, decid que so mulos os contratos de arrendamento por a socieadearren-{UDOS DE DIREITO DAS SOCIEDADES
ungio se verifique de pleno direito quer se verig,
do drgio de administracio, sempre ela retrornt
efeitos data da celebracio dos negécios em causa e iberaas pess,
fedicadas no art, 40° da responsabilidad af prevista (n° 3 do art, 19977
‘A assungto pelasociedade dos negéciosreferidos nos ns le 2doart. i:
eainerente desresponsabilizagao das pessoas referidas no art. 40° podem
dleterminar que a sociedade, no momento em que adquire personalidade
juridica, fique a dispor de um patriménio Iiquido inferior ao montante dg
capital social. Esta consequéncia é aceite por quem considera que, dep
de celebrado o acto constituinte, mas antes do registo, o fundo patrimonial
passa a responder em primeira linha pelos negécios concluidos em nome
da sociedade. Ji os que defendem que a sociedade, no momento em que
adquire personalidade juridica, deve possuir um patriménio correspon-
dente ao capital social tém de conciliar essa posigao com as solugées dos,
n’s 1e 2do art. 19°. Em ordem a cumprir este objectivo, Nogueira Serense
Ferrer Correia retomama distingao entre “negécios necessirios” e outros®,
Deacordo com esta posi¢ao doutrinal, com o registo definitivo do contrato,
asociedade assume de pleno direito os efeitos dos “negécios necessirios’,
referidos na al. a) do n* | do art. 19°, ou seja as despesas ou custos de cons-
tituigdo. E liberam-se as pessoas indicadas no art. 40° da responsabilidade
af prevista, ainda que dessa assungao resulte uma vinculagao do patrimo-
nio em termos de este deixar de corresponder ao capital social nominal.
Jd a assungao pela sociedade dos negécios enumerados nas als. ) €¢) 4
ast
ago registo™. Quer aass
em virtude de decisi0
dataria, depois de efectuado o egisto definitive do contrato de sociedade, nao ter cumpride
o dsposton art. 19% n° 2.0 Acérdto do ST} de 10 de Dezembro de 1997, BM) 472 (998)
508, sustentou que o art. 19° nao estabelece “qual 4 Ita de cumpriment?
ee stabelece “qualquer sangio para a falta de cumprimen®)
dedever de comunicaraassungio,designadamentea de ndo operar a liberagio” das ess
‘s ne HI. Vetb. Maria ELIsABETE RAMOS, Artigo 19? a Cit» PP- 339
ndendo que o art. 19°, n?2, nose aplicaa soal, RICARPO
ae aplica a sociedade por quotas unipessoal,
Coan nde por uta ups cit, p. 510; Marta Buisapets RaMmos/RICARS
de Abe) USUIDS in Cig das Socedades Comerciaisem Comentério (coord de J. M-Cous”
4c Abrev) vol.1,Almedins, Coimbra, 2010, p. 390,
aalceager bee . ye do art. 40° deve ser interpretada extensivamem
95 ca80s(raros)em que,
‘qUe, nos termos do art, 38%, 2, e 39%, 3, os gerentes
Sejam responsives, bese
a ec M.Courinuo pe ABREU, Cutson, vol yc, P1330 277 oy
ERENS, Notas... pp. 30,31, FERRER CORREIA, O proces?
Sobre a distingio ent 6
Catto, Ange nt’ MeBscios necessitios e outros, v. FERRER CORREIA
CAEIRO, Anteproject..cit, pp. 91692 ie
te, de mod?
nto séeis
jantos?
6con
“ONSTITUIGAO DAS SOCIEDADES COMERCIAIS.
ptldoart. 19%, 86 libera as pessoas indicadas no art. 402, se ena medidaem
ques integridade | do capital social permita. Esta posigio defende que,
se por forca de tais vinculagdes assumidas pela sociedade, 0 patriménio
Geinar de cortesponder ao capital, funcionaré a parte final do n° 3 do art
19%, ou seja, aS pessoas indicadas no art. 40° continuam responsiveis na
exacta medida em que se mostrar necessirio para salvaguardar a corres-
ndéncia do patriménio em relacao ao capital social”,
Parece-nos que on® I do art. 19° nao acolhe a distingio entre a categoria
dos“actos necessirios” ¢ outros®. Por isso, realizado o registo definitivo do
contrato,a sociedade assume de pleno direito todos os negécios referidos no
n®Idoart. 19%, liberando-se as pessoas indicadas no art. 40%, “a ndo ser que
porleiestas continuem responsiveis” (n? 3 do art. 19*). Defende Coutinho
de Abreu que este segmento normativo se aplica, por exemplo, aos casos
emque por lei ou por contrato, os sécios permanecem responsaveis pelas
dividas sociais, depois de registado o contrato de sociedade. Serao exem-
plo disso, 0 caso do sécio comanditado de uma sociedade em comandita
por acgdes (n° 1 do art. 465°), ea hipétese admitida no n* I do art. 198%.
> M.NocveIRa SERENS, Notas. cit, p. 3I-Na opinido deste Autor, solugio descrita no
texto também vale para os negécios cujatransferéncia para a sociedade depende de decisio
dadministragdo (n° 2 do art. 19°) Paulo de Tarso Domingues, partindo da texe da respon~
‘abilidade solidéria entre o fundo patrimonial eo patriménio dos s6cios, defende que com
oregsto defintivo do contrato de sociedade, esta assume as dividas enumeradas no ar. 197
Para dividas que esto fora do art. 1%, haveré uma responsabilidade exclusiva das pessoas
previstas no a? Ido art. 40%, Contudo, se em virtude dessa responsabilidade do patriménio
focal no momento do registo definitivo do contrato,asocledade surgir com um patriménto
diminuido relativamente a0 capital octal, Paulo de Tarso Domingues admite, com algumas
reservas,apossiblidade de as pessoas referidasnon® Ido art 40" eontnuarem responsdvels
pa exata medida do necessrio para asseguraraigealdade
cntreopatiménioe ecapital social, Segundo PAULO DE TARSO DOMINGUES, Do capt
ppl2Lesss1D, Ovegimefurc..citpp-987 8, oar. 19%n83, constitu um afloramenso
Ancol darerponeabidade pela diferenga (Diferenzhafung) do deta lento, Neganeo
tallerpretagio do art 19%, n¢3,].M.COUTINHO DB ABREU, Ces. 01 is PES
i Desctvoisidasasiee sobe’o soneldo da parts Snal do ni3 do artildt Mastnts ANTS:
N10 Pita, O regime da soctedade regular. it» Pp. S47, 8» QUE FEI 2 responsabilidade
Pel diferenga
Neste sent
~ecxclusivamente responsiveis~;
Curso. vol Heit, p.134;Pavto DE TARSO
Dot eat ets pe 119: MARIA BLisaBETE RAMOS, Atgo 19". CltsP 336
Wid Gaeta cagaat Care go Miscieap' 135 tim neko Mario