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FONTES DO DIREITO TRIBUTÁRIO

A expressão “fonte do direito” retrata o ponto de origem da norma jurídica.

Fontes reais (ou materiais): suportes fáticos das imposições tributárias (patrimônio, renda,
serviços) FATOS

Fontes formais: constituem o Direito Tributário Positivo (disposições legislativas ou


regulamentares) gama de disposições legislativas. NORMA POSITIVADA;

Art. 96. A expressão "legislação tributária" compreende as leis, os tratados e as


convenções internacionais, os decretos e as normas complementares que versem,
no todo ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes.

- Leis em sentido amplo


- Tratados de matéria tributária

DIFERENÇA ENTRE LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA (ART. 96 CTN) X LEI TRIBUTÁRIA (Art


97)

Art 96- a expressão “lei” é em sentido lato (EXTENSO/AMPLO) considerando todo o


ordenamento jurídico tributário: normas legais (lei em sentido formal) e normas infralegais
(atos legislativos, como LO, LC, MP, decretos regulamentares, portarias, etc e a EC)

Art 97- Já o art 97 trata a lei em sentido ESTRITO, lei originária, trata de todas as
características para que uma lei tributária seja válida. Atos normativos aprovados pelo poder
legislativo, através de um quorum qualificado (LC) ou por maioria simples (LO).

É o comando normativo que registra os elementos estruturais para a definição da lei


tributária, alíquota, base de cálculo, sujeito passivo, multa e fato gerador- proteção ao
contribuinte! (princípio da legalidade)

Art. 97. Somente a lei pode estabelecer:


I - a instituição de tributos, ou a sua extinção;

II - a majoração de tributos, ou sua redução, ressalvado o disposto nos artigos 21,


26, 39, 57 e 65;

III - a definição do fato gerador da obrigação tributária principal, ressalvado o


disposto no inciso I do § 3º do artigo 52, e do seu sujeito passivo;

IV - a fixação de alíquota do tributo e da sua base de cálculo, ressalvado o


disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65;

V - a cominação de penalidades para as ações ou omissões contrárias a seus


dispositivos, ou para outras infrações nela definidas;

VI - as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de créditos tributários, ou de


dispensa ou redução de penalidades.

§ 1º Equipara-se à majoração do tributo a modificação da sua base de cálculo,


que importe em torná-lo mais oneroso.

§ 2º Não constitui majoração de tributo, para os fins do disposto no inciso II deste


artigo, a atualização do valor monetário da respectiva base de cálculo.

TIPOS DE FONTES FORMAIS

FONTES FORMAIS PRIMÁRIAS: Lei em sentido amplo; constituição federal, emenda


constitucional, lei ordinária, lei complementar, lei delegada, medida provisória,
decreto regulamentar, resolução, tratados e convenções internacionais e decretos
legislativos. (Até o MOMENTO DO RESUMO FOI TRATADO SOBRE AS FONTES
FORMAIS PRIMÁRIAS!)

1) Constituição Federal- Normas constitucionais: estão no topo da pirâmide jurídica,


consideradas como o fundamento de validade de todas as demais normas jurídicas
internas.
- Estabelece as limitações do poder de tributar
- Delimita a repartição das receitas tributárias
- Outorga competência tributária: a constituição vai determinar “quem é que
pode fazer aquilo” “quem é que pode criar aquilo” “quem é que tem a
competência tributária”.
- As constituições estaduais possuem limites na CF.

2) Emenda constitucional: prevê o procedimento legislativo de reforma do texto


constitucional. A EC, uma vez aprovada, incorpora-se à CF, com igual hierarquia, e
tem validade como se a CF fosse, desta forma, indo para o topo da pirâmide
legislativa.

NÃO ESQUECER que a CF possui uma característica importante que são as


CLÁUSULAS PÉTREAS, matérias que não podem sofrer alterações nem por EC
(Art. 60 §4).

3) Lei ordinária (LO): É a lei comum, de formulação das casas legislativas, exigindo-se
no processo de votação a maioria simples: primeiro número inteiro acima da meta
dos presentes na sessão.

A LO É A LEI APTA A CRIAR TRIBUTOS- PRINCÍPIO DA LEGALIDADE- ART. 97


CTN, A EXCEÇÃO É O ART QUE VAI TRATAR DAS LEIS COMPLEMENTARES A
SEGUIR;

4) Lei complementar (LC): Visa complementar o texto constitucional, exigindo-se no


processo de votação a maioria absoluta: metade do total de membros das 2 casas
(Congresso Nacional e Senado Federal) mais um. (Art. 146 )

A LC PODE CRIAR ALGUNS TRIBUTOS- PGF (IMPOSTO SOBRE GRANDES


FORTUNAS), EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO, IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES
SOCIAIS RESIDUAIS.

- Então verifica-se que todos os outros tributos são criados por lei ordinária
mas houve UMA EXCEÇÃO de se utilizar a lei complementar que é um
processo MAIS RÍGIDO para a criação.

5) Lei delegada (LD): Diferente das demais, é um ato normativo de confecção do


Poder Executivo que recebe, para tanto, uma delegação (função) do Legislativo.
Art. 68. As leis delegadas serão elaboradas pelo Presidente da República, que
deverá solicitar a delegação ao Congresso Nacional.

§ 1º Não serão objeto de delegação os atos de competência exclusiva do


Congresso Nacional, os de competência privativa da Câmara dos Deputados ou do
Senado Federal, a matéria reservada à lei complementar, nem a legislação sobre:

I - organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia


de seus membros;

II - nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos e eleitorais;

III - planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamentos.

§ 2º A delegação ao Presidente da República terá a forma de resolução do


Congresso Nacional, que especificará seu conteúdo e os termos de seu exercício.

§ 3º Se a resolução determinar a apreciação do projeto pelo Congresso Nacional,


este a fará em votação única, vedada qualquer emenda.

6) Medidas provisórias (MP): Substitui a figura do decreto-lei, disposto na Constituição


anterior- teoria da recepção

Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar


medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso
Nacional.

7) Decreto regulamentar: Ato normativo emanado da autoridade máxima do Poder


Executivo (Presidente) e visa regulamentar o conteúdo das leis.
- Regulamentando, portanto, o conteúdo da lei
Seu conteúdo e alcance restringem-se aos das leis em função das quais sejam
expedidos- art. 99 CTN.

8) Resolução: Ato legislativo emanado do Congresso Nacional (ou de uma de suas


casas)
Em matéria tributária, a importância fica com as Resoluções do Senado Federal,
que tem força de lei.

9) Tratados e convenções internacionais: Art. 84 da CF. Cujo objetivo é favorecer o livre


comércio.
- acordo entre Estados soberanos, com o objetivo de estabelecer normas
comuns de direito internacional.
- Visa cobrir a bitributação internacional- II, IE e renda.

10) Decretos legislativos: Ato emanado do Congresso Nacional, não estando sujeito à
sanção do Presidente.

- A importância no direito tributário: meio idôneo à aprovação dos


tratados internacionais, demarcando sua aceitação e integração na
ordem jurídica interna e para disciplinar os efeitos das medidas
provisórias não convertidas em lei.

FONTES FORMAIS SECUNDÁRIAS: atos normativos secundários do art. 100 do CTN.


São complementares.
- Pertencem ao rol de instrumentos integrantes da legislação tributária- fonte formal
- Normas que complementam o direito tributário: complementam os tratados e
convenções internacionais, os decretos e as leis em sentido amplo, normas menores
de cunho instrumental e operacional.

Art. 100. São normas complementares das leis, dos tratados e das convenções
internacionais e dos decretos:

I - os atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas;

II - as decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição administrativa, a


que a lei atribua eficácia normativa;

III - as práticas reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas;

IV - os convênios que entre si celebrem a União, os Estados, o Distrito Federal e


os Municípios.

Comentários sobre os incisos:

I - os atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas;

- São comandos dos órgãos do Poder Executivo diferentes autoridades e diferentes


níveis de cargos. Cujo objetivo é propiciar a correta aplicação da lei, do tratado ou
do decreto, conferindo orientações gerais, esclarecendo dúvidas, instruindo
servidores públicos.
- O ato normativo vincula o agente público e o contribuinte, mas não vincula do Poder
Judiciário. Possui força normativa, logo, no caso de descumprimento, há a
imposição de sanção.

II - as decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição administrativa, a que


a lei atribua eficácia normativa;

- Decisões prolatadas em processo administrativo tributário, respeitando o


contraditório.
- O poder executivo detém estruturas julgadoras semelhantes ao poder judiciário.
- Há instâncias de julgamento: singulares (sessões de julgamento) e colegiadas
(câmaras e conselhos).

Situações:

A última decisão administrativa é tida como irrecorrível no âmbito da administração, mas


não faz coisa julgada material, pois o contribuinte ainda poderá discutir a matéria no
judiciário.

O contribuinte não está obrigado a recorrer na via administrativa, podendo optar direito pela
via judicial

As decisões administrativas podem ser revistas pelo judiciário, salvo quando forem
favoráveis ao contribuinte (extintivas do crédito tributário).

A decisão individualizada, em virtude de sua eficácia normativa, possui efeito erga omnes-
juris administrativa- Sistema de decisões vinculantes.

III - as práticas reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas;

“usos e costumes interpretativos”- adoção de procedimentos de forma reiterada pela


administração

IV - os convênios que entre si celebrem a União, os Estados, o Distrito Federal e os


Municípios.

Os entes tributantes podem celebrar convênios de cooperação para a prática ou omissão de


determinados atos, para aprimoramento da arrecadação e fiscalização.

Os convênios fiscais objetivam a assistência mútua e a atuação integrada: permuta de


informações e a uniformização de obrigações acessórias.

Art. 199. A Fazenda Pública da União e as dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
prestar-se-ão mutuamente assistência para a fiscalização dos tributos respectivos e permuta de
informações, na forma estabelecida, em caráter geral ou específico, por lei ou convênio.

Parágrafo único. A Fazenda Pública da União, na forma estabelecida em tratados,


acordos ou convênios, poderá permutar informações com Estados estrangeiros no
interesse da arrecadação e da fiscalização de tributos. (Incluído pela Lcp nº 104, de 2001)

Art 100. Parágrafo único. A observância das normas referidas neste artigo exclui a
imposição de penalidades, a cobrança de juros de mora e a atualização do valor
monetário da base de cálculo do tributo.

Preservação da segurança jurídica e da boa-fé.

O contribuinte não pode ser penalizado por ter seguido as instruções do Fisco, ainda que
posteriormente passe a repudiá-las.

Revogação da norma complementar: exige-se o tributo, excluindo-se as penalidades,


juros de mora e correção monetária.

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