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Material

Estruturado

LÍNGUA PORTUGUESA - 3ª série


Versão do Professor
UNIDADE ESCOLAR _______________________________________________________________
PROFESSOR (A): ________________________ TURMA: _____________ TURNO:
_____________
PERÍODO: 11 A 15/09

MATERIAL ESTRUTURADO DE LÍNGUA PORTUGUESA

oral, a Estilística tem relevante função no uso de


Caro professor, recursos expressivos, que envolve o uso de
Continuamos o trabalho intensivo figuras, vícios e funções de linguagem. Esses
recursos estão presentes, principalmente em
com os descritores que ainda estão
textos poéticos/literários e publicitários. As
com a proficiência baixa, ao tempo que figuras de estilo se caracterizam pela função de
introduzimos a abordagem de um descritor dar expressividade e ênfase no processo
ainda não contemplado de uma forma mais comunicativo. Observe:
diretiva. Texto 1
Neste material, aprofundaremos o estudo do
descritor D18-Reconhecer o efeito de sentido
decorrente da escolha de uma determinada
palavra ou expressão.
Cada texto possui uma intenção comunicativa.
Para isso, os autores podem utilizar diversos
recursos para atingir um determinado objetivo:
apresentar ironia, humor, ambiguidade, etc. Os
recursos utilizados podem ser estilísticos ou
morfossintáticos.
ESTILÍSTICA
Ramo da linguística que estuda a língua no que
tange à expressividade, isto é, à capacidade de Texto 2
emocionar e sugestionar, analisando o uso dos
aspectos fônicos e sintáticos, bem como a É pau, é pedra, é o fim do caminho
criação É um resto de toco, é um pouco sozinho
de significados que caracterizam o estilo É um caco de vidro, é a vida, é o sol
individual. Arte de escrever de forma apurada, É a noite, é a morte, é o laço, é o anzol.
com elegância e requinte. (Águas de Março - Tom Jobim) Disponível em:
Seja na linguagem escrita, ou na linguagem https://www.letras.mus.br/tom-
jobim/ entre as
49022/ palavras
No cartum, num
assim como sintagma e/ou numa frase)
na letra da música, é possível observar o Observe nos exemplos abaixo, diferentes
emprego de uma figura de estilo: a anáfora, que intenções de uso do sufixo diminutivo nas
consiste na repetição de palavras, causando palavras:
ênfase aos textos. Exemplo 1
Outra figura de estilo que podemos destacar é ‘’Um cantinho e um violão Esse amor, uma
o pleonasmo, usada com intuito de intensificar canção Pra fazer feliz a quem se ama’’.
o sentido de um termo/expressão, por meio da (Tom e Vinícius)
repetição da mesma palavra ou da ideia que se “Preta, preta, pretinha...” (Moraes Moreira)
deseja expressar. Veja o exemplo abaixo: “Estava triste, tristinho...” (Zeca Baleiro)
Iam vinte anos desde aquele dia Exemplo 2
Quando com os olhos eu quis ver de perto Dois amigos se encontram e um deles convida o
Quanto em visão com os da saudade via. amigo para conhecer a sua “casinha”
(Alberto de Oliveira) (diminutivo afetivo, de aconchego).
Exemplo 3
a) “Esse doutorzinho não acertou um
No caso do poema escrito pelo por Alberto de
diagnóstico sequer” Esse diminutivo revela
Oliveira, houve uma repetição de palavras com
ironia, desprezo, antipatia.
significação próxima intencionalmente.
b) “Esse povinho não tem muita coragem”
Somente enxergamos com os olhos, mas o
Povinho- revela um grande desprezo pelas
autor quis dar ênfase à ideia da percepção
pessoas, por esse povo.
visual em seu texto. Por isso, usou as palavras
c) “Ele nos serviu um vinhozinho qualquer”
“olhos” e “ver”.
“vinhozinho” conota desprezo, depreciação.
Caro (a) professor (a), importante discutir
sobre a diferença entre a anáfora e o
Caro (a) professor (a), discuta com os
pleonasmo. Embora seja utilizado o recurso de
estudantes sobre as diversas possibilidades de
repetição, há diferença quanto ao objetivo e
sentido que o mesmo sufixo pode provocar, de
emprego de palavras e/ou termos para se obter
acordo com o contexto e a intenção do autor.
um efeito de sentido esperado. ❖ Nos exemplos anteriores, pode-se perceber:
IMPORTANTE consultar e explorar outras Ex.1 - A ideia foi provocar certa expressividade,
figuras de estilo. refletir sentimentos e intenções; Ex.2 - Foi
Fica a dica utilizado com a intenção de significar
A repetição de uma palavra ou expressão, cuja aumentativo; Ex.3 - Nesse caso, o uso do
ideia já esteja expressa em outro termo - diminutivo já assumiu um caráter
normalmente por falta de conhecimento crítico/ofensivo.
gramatical e sem intenção, deixando o texto Veja outro exemplo:
redundante - representa o pleonasmo vicioso.

A repetição do termo que no 2º, 3º e 4º versos


do poema, produz o efeito de (A) ênfase (B)
continuidade (C) dúvida. (D) hesitação.
❖ Professor (a), importante discutir com os
estudantes que a repetição da palavra “que” nos
3 versos do poema apresenta uma intenção de
MORFOSSINTAXE
enfatizar o desejo, a vontade de realização.
Parte da gramática que estuda as categorias
Antes de entregar o material estruturado aos
gramaticais segundo critérios oriundos da
estudantes, faça todas essas análises com eles.
morfologia e da sintaxe. Estrutura linguística
Aprofundando as habilidades
que engloba a morfologia (estudo das formas) e
a sintaxe (estudo das relações combinatórias
Leia o texto para responder às questões 1 e
2.
Feliz por palavra
nada sugere
intensidade.
Geralmente, quando uma pessoa exclama estou tão 2. A expressão presente no texto’’ Feliz por nada,
feliz! é porque engatou um novo amor, conseguiu nada mesmo? A repetição do termo nada produz o
uma promoção, ganhou uma bolsa de estudos, perdeu efeito de
os quilos que precisava ou algo do tipo. Há sempre (A) ênfase.
um porquê. Eu costumo torcer para que essa
(B) dúvida.
felicidade dure um bom tempo, mas sei que as
(C) hesitação.
novidades envelhecem e que não é seguro se sentir
(D) Intensidade.
feliz apenas por atingimento de metas. Muito melhor
(E) continuidade.
é ser feliz por nada.
Digamos: feliz porque maio recém começou e
Leia o texto para responder às questões 3 a 10
temos longos oito meses para fazer de 2010 um ano
memorável. Tentação
Feliz por estar com as dívidas pagas. Feliz porque
alguém o elogiou. [...] Ela estava com soluço. E como se não
Esquece. Mesmo sendo motivos prosaicos, isso bastasse a claridade das duas horas, ela era
ainda é ser feliz por muito. ruiva.
Feliz por nada, nada mesmo? Na rua vazia as pedras vibravam de calor – a
Talvez passe pela total despreocupação com essa cabeça da menina flamejava. Sentada nos
busca. Essa tal de felicidade inferniza. [...] degraus de sua casa, ela suportava. Ninguém
Particularmente, gosto de quem tem compromisso na rua, só uma pessoa esperando inutilmente
com a alegria, que procura relativizar as chatices no ponto do bonde. E como se não bastasse
diárias e se concentrar no que importa pra valer, e seu olhar submisso e paciente, o soluço a
assim alivia o seu cotidiano e não atormenta o dos interrompia de momento a momento, abalando
outros. Mas não estando alegre, é possível ser feliz o queixo que se apoiava conformado na mão.
também. Não estando “realizado”, também. Estando Que fazer de uma menina ruiva com soluço?
triste, felicíssimo igual. Porque felicidade é calma. Olhamo-nos sem palavras, desalento contra
Consciência. É ter talento para aturar o inevitável, é desalento. Na rua deserta nenhum sinal de
tirar algum proveito do imprevisto, é ficar bonde. Numa terra de morenos, ser ruivo era
debochadamente assombrado consigo próprio [...]. uma revolta involuntária.
Pois é, são os efeitos colaterais de se estar vivo. Que importava se num dia futuro sua marca
Benditos os que conseguem se deixar em paz. Os ia fazê-la erguer insolente uma cabeça de
que não se cobram por não terem cumprido suas mulher? Por enquanto ela estava sentada num
resoluções, que não se culpam por terem falhado, não degrau faiscante da porta, às duas horas. O que
se torturam por terem sido contraditórios, não se a salvava era uma bolsa velha de senhora, com
punem por não terem sido perfeitos. Apenas fazem o alça partida.
melhor que podem. [...] Ser feliz por nada talvez seja Segurava-a com um amor conjugal já
isso. habituado, apertando-a contra os joelhos.
Martha Medeiros Foi quando se aproximou a sua outra metade
Disponível:https://avaliacaoemonitoramentopernambuco.caeddigital.net/
resources/arquivos/colecoes/SAEPE_2019/PE%20SAEPE%202019%20RP neste mundo, um irmão em Grajaú. A
%20LP%20WEB.pdf FRAGMENTO. possibilidade de comunicação surgiu no ângulo
quente da esquina, acompanhando uma
1.Nesse texto, no trecho “Estando triste, felicíssimo
senhora, e encarnada na figura de um cão. Era
igual.”, a terminação “-íssimo” na palavra destacada
um basset lindo e miserável, doce sob a sua
sugere
fatalidade. Era um basset ruivo.
(A) a duração da felicidade.
Lá vinha ele trotando, à frente de sua dona,
(B) a intensidade da felicidade.
arrastando seu comprimento. Desprevenido,
(C) a maneira de ser feliz.
acostumado, cachorro.
(D) a razão de ser feliz.
A menina abriu os olhos pasmada.
(E) a repetição da felicidade.
Suavemente avisado, o cachorro estacou diante
dela. Sua língua vibrava. Ambos se olhavam.
Professor (a), você pode reforçar aos estudantes que
Os pelos de ambos eram curtos, vermelhos.
os sufixos são morfemas colocados após o radical,
Eles se fitavam profundos, entregues, ausentes
que modificam a classe gramatical da palavra e
de Grajaú. Mais um instante e o suspenso
podem demonstrar valores e intenções do falante.
sonho se quebraria, cedendo talvez à gravidade
Nesse caso, há uma intenção ao modificar a palavra
com que se pediam.
feliz, acrescentando o sufixo “íssimo”. Portanto, a
Mas ambos eram comprometidos.
alternativa B, gabarito da questão, revela que a
Ela com (B) “Sentada
sua infância nos
impossível, degraus
o centro da
de sua casa, ela suportava.”
inocência que só se abriria quando ela fosse
uma mulher. Ele, com sua natureza aprisionada. (C) “Que fazer de uma menina ruiva com
A dona esperava impaciente sob o guarda-sol. soluço?”
O basset ruivo afinal despregou-se da menina e (D) “Na rua deserta nenhum sinal de bonde.”
saiu sonâmbulo. Ela ficou espantada, com o (E) “Foi quando se aproximou a sua outra
acontecimento nas mãos, numa mudez que metade neste mundo, um irmão em Grajaú.”
nem pai nem mãe compreenderiam.
Acompanhou-o com olhos pretos que mal
7.Identifique o trecho que comprova que o
acreditavam, debruçada sobre a bolsa e os
joelhos, até vê-la dobrar a outra esquina. narrador é também personagem:
Mas ele foi mais forte que ela. Nem uma só vez (A) “A possibilidade de comunicação surgiu”.
olhou para trás. (B) “Olhamo-nos sem palavras, desalento contra
Disponível em: https://contobrasileiro.com.br/tentacao-conto-de-clarice-lispector/
desalento”.
(C) “Ela olhava-o sob os cabelos, fascinada,
3.O tema do texto é séria”.
(A) O sublime encontro entre uma menina ruiva
(D) “Também ela passou por cima do soluço e
e um cachorro carente.
(B) A solidão sentida pela menina e pelo continuou a fitá-lo”.
cachorro. (E) “Mas ele foi mais forte que ela. Nem uma só
(C) A dificuldade da menina de fazer amigos vez olhou para trás”.
por ser ruiva.
(D) Os benefícios decorrentes de ter um 8.No trecho “O que a salvava era uma bolsa
cachorro por perto. velha de senhora, com alça partida.” Do que a
(E) O preconceito sofrido pela menina ruiva em
bolsa a salvava?
um lugar que só tinha pessoas morenas.
Da solidão, já que a bolsa era sua companhia.
4.Identifique o trecho que expressa uma 9. Qual o significado do trecho “Foi quando se
opinião: aproximou a sua outra metade neste
(A) “Ela estava com soluço. E como se não mundo...”?
bastasse a claridade das duas horas, ela era Significa que ela encontrou uma companhia que
ruiva[...]’’.
pudesse completar a parte que lhe faltava.
(B) ‘’ Lá vinha ele trotando, à frente de sua
dona[...]’’. 10. Explique, com base no texto, o trecho “Mas
(C) “Sentada nos degraus de sua casa, ela ambos eram comprometidos.”
suportava[...]”. Ela estava comprometida com sua infância e o
(D) “A possibilidade de comunicação surgiu[...]”. cão, com sua natureza aprisionada. Isso
(E) Acompanhou-o com olhos pretos que mal significa que eles não podem ficar juntos, pois
acreditavam, debruçada sobre a bolsa[...] têm naturezas diferentes, não podem fazer
companhia um ao outro.
5.De acordo com o texto, depreende-se que
(A) a menina se sentia só e o cachorro se sentia
livre. Leia o texto para responder às questões 11 a
(B) o cachorro se sentia só e a menina se sentia 13.
aflita.
(C) a menina se sentia só e o cachorro se sentia
preso.
(D) o cachorro se sentia bem e a menina se
sentia triste.
(E) a menina se sentia assustada e o cachorro
se sentia mal.

6.O trecho que apresenta o conflito gerador do


enredo é:
(A) “E como se não bastasse a claridade das
duas horas, ela era ruiva.”
Leia o texto
a seguir
para
responder às questões 14 a 17.

14.A fala que apresenta o conflito gerador do


enredo é:
(A) “Sério?”
(B) “Consegue parar de filmar?”
11.O objetivo do cartaz acima é
(C) “Pessoal, estou com um paciente”.
(A) narrar um fato.
(D) “E chamar um médico?”
(B) entreter o leitor.
(E) “Pessoal, meu irmão está deprimindo ao
(C) ensinar as pessoas.
(D) descrever uma cena. vivo”.
(E) informar o público-alvo.
15.Por que se deu o conflito?
12.Em “A vida não é uma causa perdida, Pelo fato de um rapaz estar deprimido e seu
porque as coisas essenciais da vida a gente irmão, em vez de chamar o médico, começa a
encontra a cada momento”, a palavra destacada gravar e transmitir ao vivo nas redes sociais.
expressa ideia
(A) adversativa. 16.O fator que provoca humor na tirinha é
(B) conclusiva. (A) os gestos do rapaz que está deprimido.
(C) explicativa. (B) a atitude do irmão, que filma e transmite ao
(D) temporal. vivo.
(E) aditiva. (C) a inércia do irmão do doente, que demora a
chamar o médico.
13.Responda aos questionamentos a seguir. (D) a expressão facial do irmão que está
a) Qual é o tema do cartaz? filmando.
A campanha Setembro Amarelo. (E) O fato de o médico, em vez de examinar o
b) Em qual trecho é apresentada uma ideia de rapaz, ficar filmando também.
condição?
No trecho: “Se a gente puder prestar atenção”. 17.Em que consiste a crítica implícita na tirinha?
A conjunção “se” introduz uma condição. Trata-se de uma crítica relacionada a um
c) Qual é o propósito da campanha Setembro comportamento muito comum atualmente, em
Amarelo? que as pessoas, em vez de ajudar outras diante
Essa é uma campanha em prol da saúde de uma necessidade, preferem filmar e postar
mental. O objetivo é quebrar os tabus e nas redes sociais, para ganharem likes e mais
estigmas que ainda rodeiam as pessoas que audiência.
sofrem de alguma doença mental. A ideia é
conscientizá-las a buscar e oferecer ajuda.

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