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‘Titulo original: em questo (sées. XIX-XX). Poderes,saberes einstituicies, 0 Império Colonial © os autores dos textos € Edigdes 70 (ver pag. 581) Capa de FBA Depésito Legal n." 352535/12 Biblioteca Nacional de Portugal - Catalogacao na Publicagdo | _ 0 IMPERIO COLONIAL EM QUESTAO (SECS. XIX-XX) 0 Império Colonial em questio (sécs. XIX-XX), Poderes, saberes ¢ instituigées / org. Miguel Bandeira ‘Jeronimo. ~ (Historia & sociedade) ISBN 978-972-44-1723-3 I -JERONIMO, Miguel Bandeira CDU 94(469)"18/19"(042) 325 indices: Pauta Gongatves Paginacao: Riva Lynce i Impressio ¢ acabamento: i PAPELMUNDE, SMG, LDA. para ‘ EDIGOES 70, LDA. E em Novembro de 2012 Direitos reservados para todos os paises de lingua portuguesa por Edicées 70, uma chancela de Edigées Almedina, S.A. EDIGOES 70, Lda. Rua Luciano Cordeiro, 123 ~ 1.2 Esq. ~ 1069-157 Lisboa / Portugal Telefs.: 213190240 ~ 13190249 e-mail: geral@edicoes70-pt www.edicoes70.pt partes Esta obra est protegida pela lei, Nao pode ser reproduzida, no todo ou em Pr o qualquer que seja 0 modo utilizado, inchuindo fotocépia € xerocépia, sem P' autorizagiio do Editor. Qualquer transgressio A lei dos Direitos de ANCT ‘sera passivel de procedimento judicial. | 4 Dah ds APrenerenh LOM Kern Acesuniiknls, hi Fenn wre. TSE jocdvwiko ds. Caco. el bouae oil WnWrrncibnods , Qyron di Dorin, site 2 wing £ © SONNE 2o oe 2 ee ges Us Juulbodudlennsbeh “Ea Dragdach dao len a2 SSS — gO cov ba: Kruger Gyan’ Mocormlsv aunt Pee CCN be mone opehecech vormno Lomi DAS «DIFICULDADES DE LEVAR — , OS INDIGENAS A TRABALHAR»: 7 0%%* O «sistema» de trabalho nativo no império de colonial portugués (') t-da, 7 fake MIGUEL BANDERA JERONIMO » # Jost; PEDRO MonTEIRO Introdugio ( prbaden on dor prblle- rene do Prabetlo Yh Gado wo tm pr? em er) Henry Rowley, membro da Univé?sities’ Mission topes Central Afriéa ¢ da primeira expedigio missionaria ao Zambe escrevia que «as instrugé m do governo cen- ve do ( sio invocadas numa frascologia eloquente, o dever de as difundir Tespeitado com urgéncia. A escravatura, é um facto, é reconheci¢ istianismo. _() Este texto sintetiza investi 5 que os autores tém vindo a desenvol ho interior de projetos individuais ¢ coletives. Comegando pela Dirsert Mestrado Livros rancas, Almas Negras, O Colanialima Portugués: Programas e Dive U708 (1860-1930) (Lisboa: FCSH/UNL, 2000), que deu origem a Miguel Bandei ta Jerdnimo, Livros Brancos, Abas Negras. A "missin cvilizadora” do colonialismo bortugués (.1870--1930) (Lisboa: ICS, 2010), Confirany se ox dois projetos, ambos financiados pela Fundagao p ra a Cidncia 6 Tecnologia: Par tugal Naa Eo um Pais no: O Fim do Impéria Colonial Portugués numa Perspetiva Comparada e Construine ; ido-Impéria: Uma Sorilogia Histériea da Colonialisma Portuynés, Nejase ainda 0 projeto internacional Infernacianaliamo ¢ Hpi Av Politicas da Diferenca a 10 Colonial Portugués numa Perspetiva Comparada (1920-1974), coondenade 2 Por Miguel Bandeira Jeronimo. ae ae jp pwpente COLONEAE EXEQUESTAO SEES. MIN) Q haa poueos como ann necessitade par ouera até by ay coldnias, mas ol CWS Tels ae, ee reonduta do senhor ett telago ao ESCA Sho de fy wna benevofenterente formuladas que, estudando-as isoladanen, seria dificil eseapar 2. CONVIEGTO TUE OS ESEEIVOS POTLUR HESS ey, pe methor, em todos os SentdOS, qUE OS SCUS LEMOS livre My Te ser melhor que a presenga, 18 pollen, nada pode yp ricamente, tada pode h fJeaniter dos portugueses em Attica (.) Na priti (pior ¢ wyaieunithantes(. : En{le )a sCraz Negras, ot seja, 0 Bureau International py lie Defense des Indigenes (BUDD, instituigio liderada pelo conhecidy filantropo René Claparéde ¢ que ganhara projecio no debut prblico em torno das atrocidades no Congo de Leopoldo I denun vatura em Africa erefra Mogambique como um dos casos demonstrativos do predominio de trabalho forgado. Em 1924, a Anti-Slavery and Aborigines Prt tion Society (ASAPS) entregou um relatério feito por G. A. Morton, antigo oficial britanico e antigo consul em Mogambique, na Coni sio Temporiria de Eseravatura (CTE) da Sociedade Das Nagis | (SDN). As autoridades portuguesas eram acusadas de organize reproduzir um «sistema» de recrutamento forgado de afticams para trabalharem em empreendimentos publicos ¢ privados. 0 ssistemar inclufa métodos violentos contra a familia ¢ descend gf2 caso os trabalhadores ousassem fugir A indiscriminada ans AS" riacdo. Um ano depois, Edward Ross publicou o seu Report Employment of Native Labor in Portuguese africa, que foi meee y 2 VI Comité da Assembleia cla SDN. O relat6rio tinha 0 0bie 49, de capturar «a experiéncia real da populagio nativar, fugind Fy We +o sistem; arava vf cutars, isto 6, , ciavaa perseveranga do fendmeno da e a legal definia ou o que 08 oficiais dec eutral; ie . ental di Xo ae heutralizando o tradicional uso instrument!" Mmeros textos legais que, pretendendo cons fF cazes de suprin ! yy ede suprimir modatidades de escr > mai Primeiro, e de promover um « MS nao fazia i et ivziam s legalies je ae compelido no j n do que legalizar ¢ legitimar o ws dO 9 *progressi Ro terior do império. A incapacidade pas ssismow hele : nov da legislagio era salientada pelo soe sten O Mery Re 7 YR Wiley, Africa Unverled (Londves: SPCR, 1876). P ™ DAS -DIFICULDADES DE LEVAR 8 INDIGENAS A TRABALEA 7 quem, o-sistema de trabalho» era uma forma de -servidio wo Esta dow, sem remuneracac companhada por intimeros mecanismos de extragao fiscal (como 0 «imposto da palhota-) € por uma con- eomitante submissio da autoridade administrativa aos interesses privados(?)- No seu relatério sobre as condigées laborais em Angola, Mocam- bique € © iné-Bissau, apresentado a Asse1 ia Nacional numa sessio secreta dat i ‘omissao das Colénias e1 (194), ena interpelac: feita um ano mais tarde ao governo, Henrique Galvao, deputado por Angola entre 1946 ¢ 1949 ¢ Inspetor Superior da Administra- gio Colonial, declarava que, a par da «decadéncia fisica dos povos- s, da «assisténcia sanitaria inexistente, a situagéo da mao africana era «insustentivel>. «S6 0s mortos» estavam «real- mente isentos da compulsao ao trabalho», num processo em que © Estado colonial era 0 protagonista, especialmente em Angola. Este «hdbito», decorrente do processo de legalizacao do trabalho forgado, iniciado em finais de oitocentos, era rimposto em dreula- res ordens oficiais de carater confidencial- apesar de «condenado pela leis ¢ dos «discursos e tropos de propaganda, politica ¢ pro- pésitos de humanidade» que se pregavam em foruns nacionais € s grave que a criada pela escra- colon de obr: internacionais. A situaGao era «ma vatura puras, na medida em que nesta 0 «preto comprado, adqui- rido como animal, constitufa um bem» a «manter sao € escorreito» pelo «seu dono», Com o «contracto», esse mero varrebanhar de gente», 0 «preto nao € comprado ~ é simplesmente alugado ao Estado, embo- raleve o r6tulo de homem livre». O pendor supostamente benévolo, ¢ protetor do «patrao» desaparecera em conformidade. O ntimero de trabalhadores voluntarios era ¢, «A sombra dela», os «mais barbaros crimes contra esses miseraveis» eram cometidos, com o «conhecimento das mais altas autoridades administrativas». Ainda em torno da convengao supracitada, que era vista como uma «convengiio bem feita (,..) sem menosprezat 3 condig6es especiais dos territérios coloniais», Fortunato de Almer da concordava pelo menos num ponto com um parecer de José de Cias, (*) Henrique Galvao, Relatério. Sobre Problemas Nativos nas Colénias Port gue ; le Adem, Por Angola: Quatro Anos de Actividade Parlamentar 1946-49 (Lisbe a alts erald Bender, Angola under the Portuguese: The Myth and the Re Heinemann, 1978), pp. 143-144; “1 alvao Repatt and Perspectiv 115 Vol. 16, n.° 1 (2009). PP: plo- ©) Fortunato de Almeida, 11 de fevereiro de 1953, Arquivo H orion &e Fundo MNE (AHDMNE), 2° Piso, Armrio 51, Mago 38: Comte speecio Superior de Administragdo Ultramarina ~ 1953. AN" = bi! es ae His "See DE LEVAR OS INDIGENAS A TRABALHAR- | 163 pas -DIFICULDADE: ada (25 de janciro de 1948): perante a evidente continuidade Alm: do desrespeito pelas mais clementares regras do «tal sistema do em muitos aspetos pior do que a propria escravaturay, “eontracto”, seria melhor néo subscrever um acordo internacional que servisse «para aumentar @ campanha que contra nés se tem desenvolvido Gominio» (9). Uma coisa era 0 incumprimento do Cédigo de (CTI, que constitu‘a uma «lei internay; a outra, ante, era o previsivel incumprimento de um ‘As autoridades portuguesas nao podiam que- “Jeia-se, a persisténcia de praticas andlogas de “contracto”», por via da ratifica~ gitimidade da neste Trabalho Indigena bem mais preocupa aato internacional». rer «iludir 0 problema», Aescravatura sob um «sistema ao da convengao. O aumento do alcance e da le; erificacdo» internacional (facilitada pela suspenso parcial, por jim dizer, do principio estrito da soberania) acarretava conse- igs, A solucdo 86 poderia ser uma: «Ha pois que sancar sobretudo quencias obvi assa nos territérios ultramarinos, e moralizar 0 que se P: em Angola» (’). Entre muitas outras que podiam ser invocadas com 0 intullo desublinhar a persisténcia do problema do trabalho forcado, nas suas miiltiplas modalidades e manifestag6es, n° império colonial portugués, estas quatro incursoes historicas revelam alguns dos petos centrais que este texto abordara de seguida. Uma transicao civilizada? 0 turbulento processo histérico éransigao 3a contiguracio imperial luso-brasileira para uma confightFaGao Imperial que tinha Africa como objeto e destino foi inegavelmente mareado pela per- severanga da escravatura ¢ de outras modalidades de trabalho compelido, Tal como noutros impérios, os processes Gao ¢ institucionalizagio do balho forcado foram decisivos para a formagao de uma nov pmia moral ¢ politi a, exigida pelos ova €6 pe a convengdo: Miers, « Fontumato de Almeida, H1 de fevereira de 1953. P. Slavery, pp. 184-151; Lars Thom: Steps to Compliance with Internal } Labour Standards (Wiesbaden: VS, 2011). pp. 189-194 3, AHDMNE, 2.° Piso, Arma ©) Fortimato de Almeida, 11 de fevereiro de 195: rio 51, Mago 33. orntrxi0 COLONIAL EXE QUESTAO SECS. LIQ «ros de construgio de reves Brasis, Na sequéncia do so do trifico de escravos. Novos problemas ej Wray iy re sugses: sea profuunda transigdo exigia uma abotigig yy ® . a ac ‘ant NO efit implicou, na realidade, uma mudanga na continuidade, Osea. ; c ia de pla S esfongy nvolvimento de uma economia de plantagio ¢ dee a de dese! ae Jecimento e alargamento da soberania colonial - ou Sea, ae a arretavamilattiicale! une lidagdo do império que acarretavam a paralela CONStILUICig de fia da taxagao, colocaram a questio do trabalh ‘tbalhy ado programa imperial (), Meaty, uma nova geogral Como Sa da Bandeira identificou em 1836, 86 uma trang, macio fundacional da natureza econdmica © a correspondene tyansfiguragio da natureza e fungio do trabalho nativo podetan oreo qualquer designio de construcio imperial), Aindagy oo com diferencas politico-ideolégicas de realce, sempre domi ones Civilizacional fortemente racializada, as i SB Poruma retorica Civ ada, as ima oF cnagbes pomracoreconSmicas da configuragio imperial, promoviix S52 por figuras como Sa da Bandeira, Actirsio das Neves, Sebasin © Xavier Botelho, José Lopes de Lima ou, mais tarde, Andrade Cono, ) foram sustentadas pela formulagio de um sistema» de recrutamen . controlado pela administragin aos interests. oF 4p € emprego de mio de obra nativ. Ree = = = «®* tolonial e capaz de corresponder As necessida volonial e capaz de corresponder as necessidades e aos interes 226° piblicos e privados, da expansio europeia. Este «sistema «on eg sila una Condicao sine qua non da renascenca imperial ("). Sees <7 tiam fissuras em relagao ao sentido e aos mecanismos apropriai ere yr — e a s ) James Duffy, A Question of Slavery: Labour Policies in Portuguese 4 ra ntsh Protest, 1850-1920 (Oxford: Oxford University Press, 1967), maxine PP Jerénimo, Livras Brancos. : _ ( S4 da Bandcira, -Relatério do Secretério de Estado dos Nes farinha e Ultramare, Arquivo das Colénias, n2 1 (1836), pp: 13-18- rin OH Actirsio das Neves, Consideragées politicas, ¢ commerciaes 130) pe bewessies dos Portuguezes na Africa, ena Asia (Lisboa dae pe 312-206, pp. 235-239: Sehastizo Xavier Botelho, Esa: ral provi ds nosas pases dria da prohiicdo dagutlle eeeers de José B. Morando, 1840), pp. 18-83; José Joag Shin Onde ttistica das possesses portuguezas na Africa Qrcidenia, ane A China, ¢na Oceania (Lisboa: Imprensa Nacional Ificang 9 pitti do Secreténio de Estado>, pp. 13-18: Hew. ogy amas Andrea trie Colonial (Lisboa: Imprensa Nacional. a Academia Rat orvo, Estudos sobre as Provincias Ultramarinas das Sciencias, 1883-7), maxime vol. 3, «Civilizagie: scios Impress? ura Lopes@*| VAR OS ENIIGENAS \ PRARY lizador — em muitore: antes da emergeneia de ograma cv do progr mo coloniats. epitomizados pela obra vm pragmatismo ¢ utilit de Oliveira Martins, € decorrentes, ho essencial, das dinanicas politicas. econémicas ¢ socioculturais da situagio colonial =, pou- Piceram as dissensdes relativamente a fundamental necessidade de elevar o trabalho nativo a instrumento prineipal da formagio imperial, «sem escripulos, preconceitos, nem quimerasy, como Oliveira Martins propugnava para a estratégia de desenvolvimento econémico colonial, assente na explora lo da fazenda como eixo (e os holandeses como exemplo) !"). Como declarou em 1864 o Ministro da Marinha e do Ultramar, Mendes Leal, de 1875 em gy 1 yelo inicio da questao dos servigais, Que atingiria 0 apogey 5, p veada de Novecentos, tornaram este processo inexer ansionistas ¢ os principios d. a . i 5 Sore justificados 7 pre —velase 2 Wee econdmico-comercial es Veja-se 0 caso exemplar Pe eee rieadoras, apesar da sua relativa inconsequénca yn europeia até asd Ihadores, demons mx ps % YS) no requeriam a formulagio de liga de co 2 « de mio de obra nativa.e de novas m ades de Jegitimars \"Y as fundamentos, procedimentos ¢ pr Ssitos morais ¢ exallih oe os. que pudessem responder a constranj gimentos internos (res rantes do projeto de construcio imperial) € externos (pu competigio interimperial ¢ da renovada atencao dos vigilante 4 caja combinagao fazia sobressair a debilidade de capacidades inf estruturais do Estado-império, da escassez de recursos econini- limitac6es da soberania colonial, passando ‘acdo projetada(”). Seo os € financeiros até 3 pelas realidades demograficas da coloni novo imperialismo reforcou o lugar da ret6rica civilizacional cox mecanismo de legitimacao fulcral das novas configuragdes impe riais € elevou o argumentério juridico a instrumento central, ts da sua regulacao internacional como da proclamada regeneras® moral e do apregoado progressismo sociocultural no seu st.” plural projeto imperial portugués acomodou de modo instsume™ tal essas diretrizes, no plano ideolégico e no que A formulasio® politicas coloniais dizia respcito. Assim sendo, o projeto impe™ faso constituiu um inequivoco exemplo do fundamentado om pcos? tario de Paul Lovejoy: se o trabalho forcado foi proclamade ) Augusto Nascimento, «Sao Tomé ¢ Princi e-em Alexandre Di s 7 . Pp. 269-318; € «A “crise bragal” de 1875 em S40 Tone poke Ciencias Sociass, 34 (1992), pp. 317-329. 4 od maria do hapa, pakhes Ciilizadorase veja-se Miguel Bandera Jeri 56, Oto, Wake Religia na Partilha de Africa (Lisboa Face 16>, 166-175, 200.210. Para as scondicbes ansloges * “ooper, «Conditions Analogous to Slavery’: Impert™ ”4} S n Africas, em Frederick Cooper, Thon aC. Holt Re oe ye “7: Explorations of Race, Labon and Citizenship 1 a 07 Ch hapel Hill: Un i 4 Hill: University of North Carolina Press, 2000) P re DAS -DIFICLLDADES DE LEVAR OS INDIGENAS A TR IGENAS A TRABALHAR. 187 jnaceitavel enquanto bem de troca, foi igualmente pro: nivel enquanto modo de producio de be 2 * yA cmergencia de formas de trabalho (alegadamente) contratado, re cantando justificagbes ideol6gi “_ nado S antigas, que acompanharam a disseminagao da escravatura € a resisténcia & sua efetiva abolicac faseadas em expedientes maltiplos de legalizacao do trabalho _compuisorioe da condigio servile assentes na constituiggo jurt- 2 Sea de um mecanismo legal que 6 contemplasa a voigio de uma das partes, constituiu um dos pilares do novo inperialismo europeu. fo raciocinio € as justificagGes mudaram, a terminologia apresentou. egitimadas pela doutrina da missio civilizadora, fanaa por principio cet. 24 8 aneden! elebrado como um dos mais importantes eventos do naciona- me lismo imperial de finais de oitocentos, protagonizado ¢ alimenta- oes do pela chamada Geracao de 1895, ¢ apresentado como uma das 3.2" putativas demonstracoes da ocupagio como condicgao sine qua non Dreco¢- da moralizacdo ¢ da civilizacao dos impérios informais ¢ formais, 0 Ae? momento inaugural de uma soberania de facto ~ as campanhas de ~ pacificacio — correspondeu ao instante de constituigio do mais eli az principio de preservagio da economia politica ¢ moral da con- figuracdo imperial, mormente no que diz respeito a0 use de mio de obra nativa. Por um lado, porque permitiu a recorrente imv9- cacao do principio de soberania, sempre ancorada na producio de abundante legislacdo, cujo articulado contraditayay 0! rigor, otom 0 teor humanildrio € progress jsta dos seus preambulos. Por _— _ rerralismo Europe, (%) Para o novo impervatisma vejacse Andes Portes, 0 esott), Para o dir 1660 Pols (Licbon: Eaicbes 70. Colegao Historia Soe semi, The curso juridico internacional do nowaimperialione a 1960 (Cat Gentle Civilizer of Nations: The Rise and Fall of Pee ony Argh, Impere> bridge: Cambridge versity vr. sr Law (cambridge: Cambridge lism, Sovereignty and the Making J aa i ~ are poe ae Les a “pert biiograco vite ME ee Teeeaatet easton Guilds: Race and Le Peeks eds, Racism Empire ¢.1870-1930-, em Fra isco Bethenconst 14 (Londres: ‘Oxford University and Ethnic Relations in the Portugue se Speaking Press/British Academy, 2012). PP 173.199. E. i681 O IMIFERIO COLONIAL EM QUESTAQ (ECS, XI 95 a ) outro, porque a natureza © 0 aleance da domin, colonial, bascada pareialmente na delepacio ¢ © mareada peli tray tis, deixavam amplo ey lipo de arbitrariedade, legitimada pela legislagae hativo, ¢ resultante das negociages e colig Ices de europeus e alricanos, Como as denincias de ¢ 0 dof to Esta it soberanj ite privatizagio da autoridade liclacle ¢, 0 para oun belo ¢ int ‘ . r capacidades infraestruty S Stas SHE esse 7 Zalvao de vam, to insistir na sobreposigiio de autoridade que locas Mons, 4 acomp,. extragio de expan nhada por uma duplicagio dos mecanismos de peto perdurou para li da fase de relho do Estado colonial (), Ja cece® & promulgacio de{decreto §9°Bp Seto um marco importante na legalizagio de trabalho forcade ove na legitimi 0 civilizacional, humanivni SG yr € econdmico justificative da formagio ¢ reprodug, de trabalho nativo de obra, este 180N repre. jo de um argumenté 40 do «sistema. ascado em mecanismos coercivos v llidade na dita politica indigena persistiria até quase ao fim do império, A preservacio, com consubstanciagdes retoricas e defy] ‘A nigdes instrumentais diversas, da antiga ideologia da escravatury | foi evidente, como se pode depreender das palavras de Antonio oo 25/ Hines, sobretudo aquelas que determinavam a necessidade de pro- 52 cduzir uma legislacdo ¢ um sistema politico-econémico correspon: “37 dente que conservassem ¢ garantissem os «habitos de trabalho» x gue a eseravatura teria inculcado nos nativos. A necessidade dese Wisp gespeitarem «o cdigo ¢ a morale, o ebom senso» ¢ as «necessida- as sis econdmicas» das sociedades coloniais e da empresa colons: YG, dora e civilizadora, algo que era ignorado pelas «proclamagées eh | liberais © humanitarias» que defendiam a «liberdade da ocioside- Ti0s,euja cont 3 a : . a. da go *de», devia determinar a filosofia de tudo, as pri os LF Kovernacio no império, (Cédigo de 1898 ofereceu o idioma : y pr emma tle See aise / ol6gico primacial, os instrd Stificativos primordiai ae zy imorades mos juridicos fundamentais que, aprimor catilogo de mecani nto no que diz © adequacos contextos hist6ricos espectficos (| j it i acional), ors" respeito 4 dimensio metropolitana como a internaciona i why i Se Pi () René Pélissier, Historia das Campanhas de Angola: Resistencia 67 PI do, 18 2941 (Lisboa: Extampa, 1986) ¢ Historia de Mocambique: Formacda apa: Yoo (Lgabow stampa, 1987 QRS). 9 ys os . a) ast ye = AY a | Ae . I (2 HmManw hdd Oe “ oe Pree. iat Ray 1432) ig Sy sper Ko of IST yas -DIFIEULDADES DE LEVAR OS INDIGENAS ATRABALHAR- | 169 Me sna politica indigena, a politica colonial ea diplomacia do iam jy em diante. Q-objetivo essencial do empreendimento ro everia ser aclevacdo do nativo ao =giémio da civilizacior ismo privilegia pizaria om ‘ disciplinadora, a conquista menos exposta a revol- ue pode ocupar os sertdes invios, a tinica policia a religiio que rebateré 0 mao- tas, 0 exército q! que hi de reprimir 0 eseravismo, a rel metanismo, a educagao que conseguira metamorfosear brutos em homens. O selvagem que pegou no trabalho, rendeu-se cativo ac | Jaco, ela que o disciplines. $6.0 trabalho, imposto como a escra- yatura, podia «obliterar carateres de raga € neutralizar influxos “imatéricos ¢ do meio sociale, contrariamente ao que diziam todos psque reclamavam esse papel para a educacao ou paraa religio("). Outras duas importantes figuras da Geracao de 1895, Eduardo Ferreira da Costa e Henrique de Paiva Couceiro, secundavam Enes € Oliveira Martins nesta desvalorizacao de mecanismos civilizadores alternativos, no interior de um programa mats geral de de uma politica da diferenca, marcada pela privagao econémica, afirmacio pela discriminagao sociocultural e pela exclusio politica que, tam- bém elas, persistiram, no essencial, até ao fim do império. Se Costa definia «as razdes antropologicas» e «as raz6es sociais» que deviam conduzir a um sistema dual de administragao ¢ a dois -estatutos divis e politicos» distintos, em que a tutela dos nativos era indispen- sivel, Paiva Couceiro sublinhava que o reconhecimento do colonial como objete escrutinio Tico, ainda que fortemente condicionado pelos interesses das poténcias colonials. Consolidados com 0 processo abolicionista ¢ oven legado doutrinario, as suas modalidades de organizagao € métodos de protesto, ¢ revitalizados com 0 nove imperialismo, no qual a expansao era apresentada como um imperativo ético, estes debates patenteavam a gradual definigio de standards de morali- © dade imternacional (incluindo o da civilizagao, da tutela, dos direi- e tos humanos ou do principio da autodeterminagao nacional), a partir dos quais as formagées imperiais deviam ser avaliadas, € © que propiciaram ¢ foram alimentados pela institucionalizagio de ‘ um reformismo imperial advogado por clites europeias, africanas casiaticas, Revelam ainda processos de constrangimento da defi- nigio das politicas coloniais que se situam para ki das dindmicas o° —— estritamente metropolitanas ou coloniais, ainda que estas estejam a interrelagao. O conhecimento € a comparabilidade de ravatura, ao trabalho compelido ou con- tratualizado, ao trafico de armas ou de alcool, 40 trafico de crian- gas ou de mulheres, & educagio, aos sistemas de propriedade e de ‘anizacao administrativa no interior dos impé- gerando pressoes acentuadas no aque tomavi a dominagio. em estrel informacées re ativas a € satide pablica € orf rios aumentou drasticamente, ; © Jerdnimo, Levrue Brancos, pp- B11 ss: Miers, Sia pp. 58-178 2, Reta 4°) Ernesto de Vasconce J Calémias, ane 1. 02-1 (1925), pp. 10-12, turaz+, Boletim da Agencia Ger 74 (c IMPERIO COLONIAL EM QUESTAO (SEics XIX-XX) seid da adosio de reformaslegislativas © adm icionando a evolugao das politicas indigenas @). aa uéritos que decorreram dos debates Centrados n, - a atribuigoes dos mandatos (cujos efeitos eXxtravas a limite estrito dos territorios sob mandato) e das resolu esa ° das pelo Conselho da SDN no decurso dos Primeiros anos de Im, despoletaram processos de recolha, tratamento e avaliacao dasrey, lidades coloniais ao longo da burocracia imperial, com especi incidéncia no problema da escravatura do trafico de Escravos,¢ inquérito de janeiro de 1924, da autoria da CTE © composto oito questées essenciais, € disso prova. A meméria Portuguesa res}, ,/ tante, cujo contetido foi habil e reiteradamente advogado por Frei. & te de Andrade enquanto Tepresentante Portugués na Comissio, wre Tecuperava com vigor o argumentdrio ivilizador, assente na pro. @°F mocio da prova juridica, e declarava a inexisténcia do trafico de EY sscravos ¢ da escravatura. Este Panorama era contraditado pelas ve. informacées provenientes das periferias do império e compulsa- 2 Pe “4; das nos relatorios dos governa MIStrativa, Gs "Con, dores, tanto no que dizia Tespeito’ Y¥ ” escravatura doméstica africana (na qual, segundo estes, o Estado av colonial nao devia imiscuir-se, pois as crengas, 0s usos € costumes p Nativos deviam ser respeitados, e assim preservados, evitandoa of perturbacio do equilibrio social e politico da situacio colonial como no que se reportava a multiplicidade de formas compulsé- tias de trabalho ¢ de condigdes andlogas a escravatura, apesar dt torrente legislativa que supostamente as reduzira, desde 1875,# tin estatuto marginal). A memédria era igualmente contrariatt Pelos relatérios de Claparéde, de Morton € de Ross, ou pelost* We2s da Aftican Education Commission, lilerad por TH Jesse-Jones, que confirmavam, na mesma altura, ¢ por vezes 8 Fecurso aos mesmos Pressupostos, testemunhos € propésios 9 desenyoly imento de tod, * pant! ‘a a iguel bs e as estas questoes veja-se Migue! BI Os€ Pedro, Mor rig n scald 5 Meir, «Confrontand nternacionalismos 3 ‘lho forgado no império colonial pom? gouvernement Nations - pIFICULDADES DE LEVAR OS INDIGENAS.ATRABALIIARS | 175 psd veis de reerutamento e utilizagio de mao mentos conden ai pera inaigens — deobra Tjemeria alerta para a importincia dle compreende ‘cao das politicas indigenas de cada poténcia imperial em arti- evolugto dai similar esforgo de ansilise da transforma culagio CON" ios que deveriam regular a justa administragio formas de legitimagio gumentos ial que nao traduzem ape i dos impéTios. Do mesmo modo, € imperioso reconstituir a histo- i onjunta da criagio de fora de debate, regulagio ¢ avaliagio vernacional; da respetiva produgio de convengdes intergovern mnentais; e da transformagao das politicas de mio de obra indige- tr de cada império colonial, tragando similitudes, diferencas ¢ fariagoes, intra ¢ interimperiais. Relacionadas com os esforcos de jatensificacao da exploragdo econémica nos mundos coloniais, epi- tomizados no conceito de mise en valeur (ainda que nao mise en pra- tigue) de Sarraut, a criagio da Convengio sobre Escravatura da SDN (1926) e da Convengio n.? 29 sobre ‘Trabalho Forgado da OIT novas (1930); a constituigdo do Native Labour Code - um conjunto de con- sencées (para além da ja citada, as n.° 50 de 1936; n.° 64 de 193: n? 65 de 1939) e de recomendagées (por exemplo, an 35 sobre Forced Labour (Indirect Compulsion) Recommendation, de 1930) sobre as condigées de recrutamento e utilizagio de mao de obra nativa entre 1930 e 1939, que incorporava 0 discurso das circunstdncias especiais dos mundos coloniais mas Ihes impunha novos standards de administragdo -; e, mais tarde e numa conjuntura diferente, a aprovagio da Declaragdo de Filadélfia (1944) e a Convengio n.° 82 de Politica Social nos Territérios Nao-Metropolitanos (1947); todas ¢stas iniciativas constitufram instrumentos importantes de condi- cionamento das politicas de trabalho indigena, apesar de todas limitagdes das suas disposicdes e competéncias ("). A relagao entre () Jeronimo, Livros Brancos, pp. 152-161 (1) Albert Sarraut, La mise en valeur des colomes feamgaises (Paris: Payot, 1923) Faraas condigées ideoldgicas gerais ver Frederick Comper, Decolonization and Afr i Soriety. The Labor Question m British and Frenci. frted Ganmibeidge Cambridge University Press, 1996), pp. 25-108. Para os estorcos le regtiagie internacional {Sse Miers, Slavery, pp, 100-151, 197-288, 278-209: Daniel Math Uh Interna ree ahour Organization and the Strggle against Forced Labour from 118 ta Tesents, Labor History, val. 4, 1.2 48 (2007), pp. 477-500; Susan Zinumer Tamas Pecial Circumstances in Geneva: The ILO and the World of Non-Metropolttamiagy » Os tyro COLONIAL EMQUESTAG (FCS XIK KX) omen vet mentoy HOFMALIVES, AOELOS 4 i mM stes UnsttU s anulangas 1: stiosoy Ohh, sformagans ¢ tis relativas & justificabilidade ¢ av emergent estes opto étice crn Oe angumen colonials ¢ 4 do trabalho forge exp provisbes legals £0 Athy To, existiu, fot importante a diversos niggi, Jorada, através do estudo inteygrado de Vain precisa de rvdlise (* escalas de ( O proc sso politico i 1930 teve repercussoes varias rio. O questionario da OFT, rel sssociadtoa discussion da Convencion.) ey, jay no interior do aparelho do Estado inyyg ivo a aplicagio da clita convengio, foi recebido como revelando un atendéncia para internacionalizay a administragio indigenas, levando a redefinigho da soberanig colonial sobre o problema do trabalho indigena, como salientayy 29 o Ministro dos Negécios Estrangeiros, Jaime rucial «tratar 0 assunto com uma gran. emnovembro de 19! da Fonseca Monteiro. E de reservar e, acima de tudo, «com todo o conhecimento de causas, 6 que implicou que se determinasse a inquirigaio de toda a buro: cracia colonial, com o intuito de perceber a doutrina «inexequivel que tinha inspirado o CTI de 1928. Uma questio assumia especial se-d sustentar que © concurso das autoridas tamento? Em abril de 1929, importancia: «pod des é dispensdvel> no processo de rec Jodo Pinto da Cunha Andrade, Diretor dos Servigos ¢ Negécios Indigenas de Angola, apresentara uma visio idilica das operagées de engajamento em Angola, sustentada na invocagio das disposi goes legais pela evidéncia do seu humanitarismo racionalizado, ou seja, pela existéncia de preceitos, mecanismos ¢ insténcias admi- histrativas que velariam pelos interesses laborais dos nativos. De 1929 em diante, mihiplos relatos denunci precariedade desses preceitos © mecanismo: Anténio Leite de Magalh Ministro das Colonias, da am A resposta do Governador da Guiné. , a0 Telegrama-Circular 1.” 1107 do Ja de 7 de novembro e baseada num Labour in the lnteec; thour in the Inter-War Years», em M. Rodriguez, J. Van Dacle, M Van der Linder (eds, The ILO: Pastant Py : ox pe went Herma: Peter Lang, 2010), pp. 2202 ae 9. Jase Babacar Fall, Le travail force en le Francars. 900 1940 (aiv: Karthala, 1903) travail forcé en Afrique Occidentale Frang "MLO, Social Pa Otfice, 194 i Paliy i De endent Territories (Montreal: Internatio Mininm Standeah nye 16. eit. pp. 32; LC, Tinentp-siath Sesion of Soctal Policy in Defrendent Territories «Montreal: LO: © Report of the Com dations, 1962, Porn Petes act seo U0 4 ee: Forced labour (Genebra; WO, 16 ’ about eet rn) fp | f DAS -DIFICULDADES DE. LEVAR OS INDIGENAS A-TRARAL HAR. 7 “rio do Diretor dos Servicos e Negécios Indigenas, declarava seas hesitacio que -os acanhados limites marcados no aaa Gédi- ode Trabalho- tinham conduzido ao reforco da vida octbatlitde qoro indigena gozava, atribuindo-the «foros de legalidade queas disposigbes apliciveis aos povos civilizados» nao possuitine: ° CTI touxera «a dificuldade no angariamento da mio de obra, que o -imposto de palhota» nao resolvia. A intensificaco de meios indiretos, nomeadamente o sugerido « uumento progress imposto», deveria reforcar os meios dire necessiria «compulsio dos indigenas do em relagio as disposig quase todos os relatérios da tos disponiveis para a a0 trabalho». Este desagra- s reguladoras do «sistema», visivel em autoridades coloniais, que sublinha- vamas dificuldades de natureza psicossocial de levar o indfgena asrabalhar, criava condigdes étimas para o incumprimento cele. tivo de uma legislagdo que, por si s6, jé propiciava imimeras for. mas de arbitrariedade (*), Do Ministério dos Negécios Estrangeiros 4 Sociedade de Geo- grafia de Lisboa, passando pela Junta Central do Trabalho ¢ Emic sragio (CTE), a contribuicao para a producio de «conhecimento de causa+ foi prédiga. Ao apreciar as disposiges do projeto de con- engio de 1929 na OFT, José de Almada ponderava os efeitos nega- tivos do «isolamento» portugués na Conferéncia Internacional do ‘Trabalho, que «podia fazer convergir sobre a nossa administragio colonial as criticas dos reformadores sociais». Sublinhava ain que, embora as «leis indigenas» fossem das «mais liberais» ¢ «a lerancia de racas de cor» excedes ¢ «a de todos os paises colo- iais-, a realidade do mundo imperial apresentava evidentes saspe: {0s vulnerdveis». Apontava ainda um relatorie do «Curador de Sao Tomé: que revelava «factos ¢ anomalias» que demonstravam que “Aescravatura» fora «substituida pelo regime do trabalho forgado OU compelidos, processo no qual a intervengio das antoridades fora decisiy vesta intervengio ativa da admtintstragao m0 © , . enedo de 1930 proc Hamento de bragos» que a projetada convengio de 1930 p entre es colonial Combater. Eva necessario um «entendimento entre pases cc + 1909, Jodo Cunta Andrade ©) Montetro a tvens Ferra, Ede novembro de 1929 | Joma de Angela, V2 ate abuil de W820, Spesigdo Acérea do Trabatho Indigena na Coloma im Lene 20 dle abril de L080, em Convencdo do T "Edo ow Obrigatinie (1929-1937), AMDMN' og fOMERIO COLONIAL EM QUESTO Urey 1 defendido pelo ICI, também vigorosament! COM Ay as ciras dessa Classe de gentes ~ os humanitérios iyleses ricanos~ comp a spropaganda rassits, CO PropOsito ey Jecer a anvargutia em Africa c na Asiae, Kate ALO aspeto vy, sublinhado como um poderoso instrumento para re nn, anne Mahe al : He Hing, nitarismos excessivos por parte da Inglaterra, dit smeynyy iy Ong que anos mais tarde viria a ser mobilizado com o objetivo de ay on xar discursos anticoloniais no contexto da guerra fri tados variaveis. A JCTE defendia a necessid: 4, COM beau) ide de se profongaren varias formas de trabalho» forgado, sublinhando que D OCONIFy seria cum ato de ma administragio colonials. Por sa ver, 3 Sub. comissio da Gomissio de Protegio aos Indfycenas da Sociedade Geografia de Lisboa (CP-SGL) sublinhay: la eseravatur al, aconvengao sob apreciagio transformava o «sentimentalisne hums que, se Na conveng 1 -a obrigagiio dos governoss era apenas de orden nun, nitirio» num projeto de regulagio internacional. A soberania imperial seria violada, acarretando «graves perigoss que spe conheciam «os melindres e delicadezas da obra da colonizagic © 05 factos © anon Era fundamental defende desses instrumentos se ficarem de fora ou yerem a aplic aplicada com reservas ou modificag ridades portuguesay afirmavam, numa detalhada respost idade © dos dire ye pad fry 2s, Por consequent. a a0 que nde Hiondri, a defesia do primade da «digg Estados, enquanto advogavam que era «demasiado ced determinar um praro concreto para a extingdo do waballie do, pois is condicgées Jocais que tornaram esse Hpa de! necessario nado podian ser mod ieadas devin dia pal muta aver C5 Jose de Almada, Consiteragies sobre 0 Projecto de HAT 2) de abril de 19), Pareceres da [OTE € da CPE SGL A Sete 19 da SDN, 20 de nmvernbie e 24 de dezembro de 1929, Ieponse dt worl Hertupnis au Questwonnare adopts ta downieme seston de tn Conpereme™ du Veovall, ABDMNE, 3 Bases, Armavio 1, Mi oe Ott eal Calor | EP rrbes MNO Ont OM ade Danes BAA Co a COwere gt Dormemorn 7) DAs DIFFCRUDADES De UEVAR OS INDIGENAS A. TRABALIIAR. | 9 \ ta lusa tinha dois objetivos. Primero, a existéncia de um consenso Seneralizado no interior da burocracia imperial e diplomitica em rel; dade de uma harmonizagio de posigde: De um ponto de vist Vestraté; 10. A necessi- 8 nos foruns internacionais Aexcecioda promovia trocas de informagio & estimulava zagio dos regimes de iio de obra indigena em por parte dos portugueses. Em 1936, por rio etnogriifico» elaborado por Samy entre as poténcias coloniais, talvez com 1-Bretanha, 4 constante monitori- n col6nias estrangei xemplo, o «questiona- yo ¢ Mello para averiguar 0 vidio» inspirou-se de modo evi- nhado pelo Institut Royale Segundo, esta enecessidade de formar ¢ cimentar o bloco colonial» era acompa- nhada pela defesa do combate cionalizagdo em matéria coloni em 1932. Jd em julho de 1996 Geral dos Negocios Polit iros, que Portugal dev: liza problema da sescravidio ou s te no de de Belg «tudo 0 que represemte interna- I+, como escrevia L.. de Samp; 9 se podia ler, num oficio d 8 do Ministério dos 1 «opOr-se © contrari la Directo Negocios Estran- r tudo que tenda a 10 de regras, exames, inquéritos, etc, de cariter io tomada em conformidade com » Na sequéncia da XI Confer nebra, ¢ publicamente defendida pelo ( has reunides do Instituto Colon feréncia da OIT'C*), Num longo relatorio sobre a «proibigio do trabalho indigena obrigat6rio, considerado estado andlogo A escravatura», Penha Garcia clarificava o que estava em jogo. A «frente tinica de paises Coloniais» ja fora atingida em 1929, quando Portugal, Franca, Bél- gica, Italia © Holanda concordaram em resistir 3 intengdes de Lord Cecil no interior da SDN, evitando 0 manifesto «aumento da internacionalizacio em mi |», despoletado pels “instituigio dos mandatos». A transigio de uma natureza mera Mente «consultiva» para uma orientada para o estabclecimento de as posigées de neia da OIT em sonde de Penha Garcia Internacional ¢ na referida con- ria coloniz (°) Oticios: da PNP para o Minitio de Portal cB pac Se uo de 1929, ¢ paraa Seeretaria Portuguesa da Sociedade das Nayies, 9 de jul wae Parecer ae a nn rade marge de 193% ATDMNE, Mago 161. Par 2 de L, de Sampayo, 31 de marg © Vitor Rodrigues, «No ‘Westionsrio etnogriificn veja-se Maria Madeira Santos © Vit e Africana Stu {ealdo da escravatura: As ciéncias sociais chamada @ lca nos anos 30>, iano 8 (2005), pp. 259-278 0.97; spre COLON AE QUEST deny wot ) de fisealizagao e inquérite. dey dos, ja septidos pelos a todos ( ot POMP, goes do Sr, Morton de Dublin, dys v la Any, Jamento eH perigos #™ goes eles " i International pour fa Defense des tidy, ' ene ham de ser prevenidos € evitadon, A 1, 4 2 tng ada em relagio a OFT © a0 BI «, eregu bloqueada- Os comas inform slavery, do Burest do Professor Rossy, ee trian dever ia ser t ra inercolonial para manter a Vausula colonial anya na ap vo de norms inter Talula a opps oe ¢ Uma «oposigio (..) de natureza juridicar era a ery, fio usa, que Penha Garcia prossesuain orn ey, restratagemias varios, Reconhy Hope acion ca impérios. Uma angular da posig siasmo € com TeECUrso i zador © as suas polenciais Consequéencias, Penh, ‘endo 0 momen, fun internacionali Garcia recomendava ainda que as autor idades portuguesas ey. assem «las questdes do trabalho indigenas, cumprindo os regu. Jamentos existentes ou «modificando-os» de modo a que a situa portuguesa nao fosse «pior» do que a existente nos territérios colo- hiais das outras poténcias». Sobre a comissio consultiva da SDN, Penha Garcia era claro: «sera um organismo de estudo, e como tal adevemos aproveitar, para esclarecer 0 problema de certos usose cor tumes sociais das ragas primitivas, que a Convengao de 1926 quis assimilar a escravatura. O relatorio de Penha Garcia assemelhava- -se a um programa de governo imperial. Dois aspetos mereciam especial destaque. Por um lado, era necessdrio que se procedese a formagao de uma nova ordem da informagao colonial articulan- do, «de modo permanente, com seguras ¢ rapidas informagoes ¢ com inteligente colaboragio, 0 nosso Ministério das Colénias € 0 governos coloniais com 0 Ministério dos Estrangeiros> ("). Por outro, «mantendo dentro da Comissio a politica de colaboragi0 (os aaa on aproveiti-la em beneficio da pa rs nroblema.de El Estados, reduzindo anaes dita. O burton “m d ; vifico e da escravatura a rae wins (coin ia cf me centrado nas «sobreviv cias da ena) sorsciarn cates Almada classificaria 0 problema ea . portuna desvalorizagio de estados andlog’® © ‘ise Migue Sd Linpetialtntormaien eanteits Jersnimo e Joxé Pedro Monteltes susie ‘ation: International Change, Colonial (Disi( rrder aod Fostis® Policy inthe py ‘OMhuguese Colonial Empire (1925-1975) (a publicah DAS -DIFTCULDADES 19 t DAS -DIFTICULDADES DE LEVAR OS INDIGENAB A Hevnriine Tt grientar o trabalho compelide e sossegaria ox sinker na tepnghias sy Mos perigososs C7). NU Camo Sampavo sintetizon, o que era necessarig eng tna poll na qual os Portugueses fossen aide menored cars tica de enfrentar ¢ diseu tir o asstnto dt Lades nie interven pata portuguesas, era «pret xar avolumar a suspeita que as autor is Como conchifa, num passaged longa on poder elarificador, 6€ mais do que “Jobolo” como cm gradualmente oy extinguits que aqui reproduzimos pelo s¢ provivel que em Angola subsistam formas de Mocambique. F também mais do que plasivel que exitany em) Angola formas de pagamento ce didasenate ineligensay, 29! de trabatho, quer do de 2 familia ou dos seus jas formas svedior, quer da st Portuguesa deve subststit vs de pagar dividas, cont modahidades cam na Nigeria ou ne Senegal, Na as dle usura semelthantes as dependentes. Na Guin de assegurar 0 casamento ¢ semelhantes as que se ver! india Portuguesa devem subsistir form da india Inglesa. Em Macau o sistent las mui tsais deve reyestt Em Timor pte dlecem costumes anal 1. O servic doméstteo de crianya + menores da Chinas @ Pages sstrighes ¥ Std trate at Os uma modalidade qualquer. gos aos do arquipélago de Sondi 08 casamentos chineses, it mento de dividas por meio de 4 individual sao reminiscénents (Ue comissiio, por forma a deixar immpressiio mine adogio dk abatho, as 1 mnmito intere La de que nadatt ra hide of Ras nossas colonias a mais do que e% outros». Ps " bro de 1982), AUDMNE ) Relatéra do Conde da Penka Ca" (26 de outnl + Penba Gare Os snblinhados sio da antoria de I (© IMPERIO COLONIAL EM QUESTAO (SECS. XIX-xx) 182 sstencia de outros «estados andlogos» no interior das co} ° ee edese omitir qualquer participacao das adminisiae Ponits navariedade de modalidades de escravatura e de trabalhg compelido, cuja distingao terminologica € empiri a acompanhaya co resultado de amplos debates na arena Internacional € obscure. cia os pontos de contiguidade eas relacoes de Co-constituicao his. térica entre ambas as praticas, este argumentario mobilizaya ° exercicio comparativo como meio de suavizar as apreciacées sobre o caso portugués. A suposta excecionalidade imperial lusa era assim suspensa de modo instrumental. Simultaneamente, a isténc da escravatura e «estad como produto Um Desenvolvimentismo repressivo? lonias Se ainda se encontra por estudar, de modo aprofundado ¢ comparativo, o real impacto da segunda Guerra Mundial nas rea- Jidades laborais das configuragées imperiais (tanto por via do Tecrutamento militar, como em resultado do aumento da procurade 3 matérias-primas e da correspondente subida dos seus Ppregos), 0} periodo imediatamente posterior & conflagracao global continuo a ser marcado pela produgaio copiosa de documentos comprova~ tivos da persisténcia de trabalho forcado no império colonial por P wes A estabilidade juridica propiciada pelo Estatuto Politica vil e Crimi dos Indf a0 Belo (1926, com revisées 929} com Bacelar Bebiano, 41964) com Sarmiento Rodrigues) c 1 (1928) ¢ pela Reforma Attra mamas (3) 3" ~tudo num quadro constitucional desenhado pelo Ato Colonial de 1980, integrado na Constituicao Politica em 1951 —foi decisiva. 5° estes documentos jé denunciavam uma reagao legal a pressoes inter nacionais ¢ transnacionais, sendo o CTI um bom exemplo, a0resttit 8 0 uso do trabalho obrigatério a fins piblicos (artigos 295°-30! Plasmando as 1 ecomendagées da Convengio sobre Escravatura (© é de Parecer de Jos () Parecer de L. de §; - de Sampa es 5 sfio daa Almada, 11 de ayo, 31 de marco de 19 abi rR ae eee Fil de 1935; AHDMNE, Maco 164. Os sublinhado al 0, 183 i Bee eda Convencio n° 29 da OIT, o enguadramento legislativa— “ Y ntinuava a possibilitar uma significativa arbitrarieds 4 YF dasautoridades coloniais, tanto no recrutamento como na distribui ciode mao de obra nativa. O caraiter vago da definigao do que eram as formas legitimas de coacao e persuasao a empregar com 0 fito de Jevar o indgena a cumprir o dever moral, ainda que na teoria nao legal, de trabalhar, contido no Cédigo, assim o demonstrava. Como o preambulo do Estatuto de 1926 declarava, era imperioso pro- mover os «deveres morais e legais de trabalho» por parte das popu- lagdes indigenas, assim como a sua «educag4o» e «aperfeigoamento». Mas a educacio pelo trabalho era, na maioria das vezes, a tinica forma de aperfeicoamento disponibilizada pelo Estado-império (). | Testemunhos varios revelavam as consequéncias prticas dos processos de legalizacio do trabalho forcado e comprovavam a persisténcia de um antigo argumentario racializado como elemen- to primordial no debate sobre o problema do trabalho indigena! apontando para a centralidade do Estado colonial e do seu appa- ralus na reproducao do «sistema» da administracao daquele. Como escreveu Marcelo Caetano a Oliveira Salazar em 1944, a persis- téncia “oficializada» de uma «industria de engajamento de mao de obra indigena, com o seu cortejo de violéncias e misérias morais» era indesmentivel (#9), Se em 1951 se reafirmava que, em Mogambi- que, o nativo «s6 compelido» aceitava trabalhar e que a intervenciio das autoridades coloniais nos recrutamentos era uma «necessida- de impreterivels, gerando no proceso «desvios do dever por parte de algumas autoridades administrativas», em Sao Tomé e Princi- Pe, a necessidade de circulagao de servicais de Angola e Mocam- bique permanecia imperiosa, preservando antigas caracteristicas, Nomeadamente no que dizia respeito ao processo de repatriacio © 4 duracio do contrato. Como consequéncia, um parecer entio Produzido declarava que o nativo «como contratado, s6 obrigado». ) Douglas Wheeler, | 185 associagées filantrépicas como a ASAPS a acées individuais que ultrapassavam as filiagdes aos governos nacionais), é tao essencial como compreender a persisténcia do fenémeno do trabalho for- gado no interior do império, O desfasamento portugués em rela- ao ao ritmo e€ ao sentido das normas internacionais do trabalho no imediato pés-guerra nao pode elidir a existéncia de movimentos criticos e reformistas, por mais débeis, inconsequentes ou instrumen- tais que tenham sido. Alids, a resisténcia das elites portuguesas em aderir ao reformismo internacional s6 pode ser compreendida se se levar em linha de conta o temor da exposicao publica das desumanidades constatadas nos territérios sob administracao por- tuguesa. Mesmo nos organismos de cooperacio onde as poténcias coloniais assumiam preponderdncia, como, por exemplo, a Comis- sao de Peritos de Politica Social nos Territérios Na&o-Metropolita- nos da OIT (CPPS), a relutancia portuguesa em afinar o reformismo imperial -tomado que era como um poderoso instrumento de legi- timacdo da segunda ocupagdo colonial - era lamentado e a lamenta- vel realidade do trabalho forgado era constantemente notada, como, por exemplo, no ja referido relatério da Comisso Especial de Trabalho Forgado de 1953 (“). Em conjunto com o gradual reconhecimento dos custos politicos de um reformismo refreado e da manutengao do statu quo impe- rial, assim como da institucionalizagao de doutrinas desenvolvi- mentistas — um desenvolvimentismo repressivo no caso portugués (*) ~ede um welfare colonialism, a crescente pressao internacional para areforma do «sistema» de trabalho nativo reforcou debates em torno da necessidade de uma maior conformidade do regime imperial portugués com o regime normativo internacional associado & ques- () Compilagdo de Pareceres da Inspeccio Superior de Administragio Ultra- marina ~ 1958, AHIPAD. Douglas Wheeler ¢ René Pélissier, Histéria de Angola (Lisboa; Tinta-da-China, 2009), pp. 202-213. Sobre o espirito reformista veja-se Alexander Keese, «Proteger o Preto. Havia uma mentalidade reformista na Admi- nistragéo portuguesa na Africa Tropical (1926-1961)?», em Africana Studia, n.° 6 (2003), pp. 97-195, Veja-se ainda o Report of the Ad Hoc Committee on Forced Labour (Genebra; Imprimeries Réunies S. A., 19 pp. 62-63. () Miguel Bandeira Jerénimo ¢ Antonio Costa Pinto, «A Repressive Deve- lopmentalism? An Anatomiy of the Late Colonial State in the Portuguese Colonial Empires, conferéncia The Late Colonial State in Africa. Politics, Economy and Cultu- 7, Brown University (20 de abril de 2012) (a publicar, 2013). | a os 136 | © IMPERIO COLONIAL EM QUESTAO (SEs, XIX-XX) tao da mao de obra nativa, debates esses que nao se limitavam } esfera do trabalho. A visita as colénias portuguesas de Rober Gavin, responsavel pela Divisao de Territérios Naio-Metropolitany, da OIT, no inicio da década de 1950; a realizagdo, em Lisboa, Fs 3? Sessio da CPPS, entre 7 19 de dezembro de 1953, come senca de Wilfred Jenks, sub-diretor da OIT; 0 éncontro da Comis. sao Consultiva Africana em Luanda, entre 30 de novembro e 19 de dezembro de 1959; e ainda a visita de David Morse, diretor-geral do BIT a Portugal, em fevereiro de 1960, foram sinais de uma gra. dual convergéncia, se nao de agendas, pelo menos de vontade em dialogar. Ap6s intimeros debates no interior da burocracia impe- rial desde 0 inicio da década de 1950, que gradualmente colocavam a ratificagao de algumas das convenges dirigidas aos territérios nao-metropolitanos como imperativos politicos, Alvaro Neves da Fontoura, na sua condicao de perito da CPPS e de presidente da Junta Central de Trabalho e Emigracao do Ministério do Ulramar (1937-1960), insistia, em 1957, como j tinha feito em 1951, que Por- tugal ratificasse algumas das convengoes internacionais que regu- lavam o trabalho nativo, tendéncia apoiada anos antes por Anténio Gomes Almendra, funcionrio portugués do Conselho de Admi- nistragdo da OIT. A 16 de junho de 1956, a Convencio n.° 29 foi ratificada, tendo entrado em vigor em junho de 1957. A 13 de julho de 1959, a Convengao n.° 105 foi ratificada, por ocasiéo da 43° onferéncia Internacional do Trabalho, entrando em vigor em25 de novembro de 1960. Apesar das intimeras declaragoes de bene” voléncia ¢ modernidade dos regimes coloniais e das promesss de reforma politica das regras laborais no seu interior, a ratificas?? das convengées nao produziu uma mudanga no plano juritiee interno, num contexto em que o Estado portugués reafitm sua unidade pluricontinental perante as vagas de transferena?”” poder em Africa. A constancia do CTI do Estatuto 40s Indl nas, sem esquecer a continuidade das desumanidades const ndo deixou de suscitar o escrutinio critico da CPPS(": 5 0 151 a atsrios Comissao Politica Social nos Territérios Nao-Metropern os 51 © 1957, AHU, MU-GM-GNP, Sé ic 170, Pasta n° 4, Para os debates rata? (1933-1974) Coimbr "de de Col PP. 185-189, 191-199, _m es, Portugal ea Organ ‘ese de Doutoramento-Unive DAS

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