You are on page 1of 16

INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA ALBERTO CHIPANDE

(Delegação de Maputo)

CURSO: PSICOLOGIA

Tema: Demência

Discente:
Dania Nhamposse
Maria Félix Mata
Ana Luís Limpava

Maputo: Janeiro de 2023


4

Discente:
Dania Nhamposse
Maria Félix Mata
Ana Luís Limpava

Demência
Trabalho de carácter avaliativo a ser
entregue na cadeira de Psicopatologia,
leccionado pelo docente: Dra Anastácia
Hélio Lucas

Maputo: Janeiro de 2023


Índice
1. Introdução..........................................................................................................................................3

2. Objectivos..........................................................................................................................................4

2.1. Geral...............................................................................................................................................4

2.2. Específicos......................................................................................................................................4

2.3. Metodologia....................................................................................................................................4

3. Conceito da Demência.......................................................................................................................5

4. Surgimento da demência....................................................................................................................6

5. Tipos de demência.............................................................................................................................6

6. Sintomas de demência.....................................................................................................................10

6.1. Alterações cognitivas....................................................................................................................10

6.2. Alterações psicológicas................................................................................................................11

6.3. Perda da coordenação motora.......................................................................................................11

7. Tratamento.......................................................................................................................................12

8. Conclusão........................................................................................................................................14

9. Referências bibliográficas...............................................................................................................15
3

1. Introdução
O termo demência serve para descrever um grupo de condições que afectam o cérebro e causam um
declínio progressivo do funcionamento mental global da pessoa, comprometendo a memória, o
pensamento, o comportamento e, consequentemente, o desempenho na vida diária e nas actividades
sociais. Estima-se que no presente existam 47,5 milhões de pessoas em todo o mundo a viver com
demência, e que esse número venha a dobrar a cada vinte anos, passando para 75,6 milhões em 2030
(OMS, 2015).

Esta realidade tem vindo a criar um profundo impacto na qualidade de vida e na economia das
famílias e das nações, representando nos últimos anos um dos maiores desafios/prioridades de saúde
pública a enfrentar. Ao número estimado de pessoas com demência acresce um número muito maior
de pessoas com défice cognitivo ligeiro (DCL) - 9,9% a 21,5% de novos casos por ano, em pessoas
com mais de 65 anos, com DCL amnésico, com uma taxa de progressão para demência entre 10% a
15% por ano e um número correspondente de cuidadores primários e famílias sobrecarregadas e em
risco de doenças físicas e psicológicas.

Portanto, os custos das demências dizem respeito à assistência médica, mas também aos cuidados
prestados. Nos países de elevado rendimento, nos quais, segundo dados do Banco Mundial, os custos
médicos directos (consultas médicas, exames médicos, medicamentos, entre outros) constituem a
menor parte de todos os custos associados às demências
4

2. Objectivos
2.1. Geral
 Abordar sobre Demência

2.2. Específicos
 Definir demência;
 Descrever sobre surgimento da demência;
 Mencionar os tipos de demência;
 Indicar os sintomas de demência;
 Abordar sobre as formas de tratamento da Demência;

2.3. Metodologia
Para o alcance do objectivo proposto, a metodologia empregada foi a revisão bibliográfica ou
pesquisa em fontes secundárias, que consiste no levantamento do material já elaborado e publicado
em documentos, tais como livros, teses, e dissertações, com vista a explicar um problema a partir de
referências teóricas. De acordo com Vergara (2006), a pesquisa bibliográfica é o estudo
sistematizado desenvolvido com base em material publicado em livros, revistas, jornais, redes
electrónicas, isto é, material acessível ao público em geral.
5

3. Conceito da Demência
Vários são conceitos que explicam em relação a demência, portanto, as visões de autores conceituam
tentando explicar de maneira clara sobre esta temática. Portanto a demência não é uma única doença,
é um conjunto de doenças com características comuns. Sendo assim, é peculiaridades de sua
apresentação clínica dependerá de sua etiologia.

Demência pode ser definida como uma síndrome caracterizada pelo declínio progressivo e global de
memória, associado ao deficit de uma ou mais funções cognitivas (linguagem, agnosia, apraxias,
funções executivas), com uma intensidade que possa interferir no desempenho social diário ou
ocupacional do indivíduo (Machado et al., 2006, Caramelli & Barbosa, 2002)

Nesta vertente, considera Cummings (1997) que a Demência é um termo genérico, utilizado para
designar um conjunto de doenças nas quais existe deterioração do desempenho cognitivo e
comportamental, condicionando a autonomia. A demência é uma diminuição, lenta e progressiva, da
função mental, que afecta a memória, o pensamento, o juízo e a capacidade para aprender. A
demência difere do delirium, que é caracterizado por uma incapacidade de prestar atenção,
desorientação, incapacidade de pensar com clareza e flutuações do nível de alerta.

Para Deroff (2003), a demência é uma categoria genérica de doenças cerebrais que gradualmente e a
longo prazo causam diminuição da capacidade de raciocínio e memória, a tal ponto que interfere
com a função normal da pessoa. Outros sintomas comuns são problemas emocionais, problemas de
linguagem e diminuição da motivação.

Enquanto Mendes et al., (2018) consideram a demência é uma deterioração mais grave das
capacidades mentais, que piora com o tempo. As pessoas com um envelhecimento normal podem
perder coisas ou esquecer detalhes, mas as que sofrem de demência podem esquecer por completo
alguns acontecimentos. As pessoas que têm demência têm dificuldade de fazer tarefas diárias
normais como dirigir, cozinhar e lidar com as finanças.

Em função destes autores mencionados, podemos considerar a demência como um termo amplo que
descreve um conjunto de sintomas que pode incluir perda de memória, mudanças de humor e
dificuldades com pensamentos, solução de problemas e linguagem. Embora eles possam parecer
leves no início, eles podem afectar a vida diária das pessoas com demência.
6

4. Surgimento da demência
A demência é causada por danos às células cerebrais, impedindo a comunicação entre elas. Quando
os neurónios não conseguem se comunicar normalmente, o pensamento, o comportamento e os
sentimentos podem ser afectados. O cérebro é dividido em várias regiões distintas, sendo cada uma
das quais responsável por diferentes funções, tais como, memória, julgamento e movimento.

Diferentes tipos de demência estão relacionados a diferentes tipos de danos aos neurónios em
distintas regiões do cérebro. Por exemplo, na doença de Alzheimer, altos níveis de certas proteínas,
principalmente beta amiloide e tau, acumulam-se entro e fora das células cerebrais causando sua
degeneração e morte.

As células do hipocampo, região do cérebro que é o centro da aprendizagem e da memória,


costumam ser as primeiras a serem danificadas. Por isso, a perda de memória é frequentemente um
dos primeiros sintomas da demência da doença de Alzheimer. A demência, portanto, costuma surgir
sempre que há um processo degenerativo dos neurónios que impede a comunicação entre as células
cerebrais e leva, a longo prazo, à atrofia e morte de tecidos do cérebro.

5. Tipos de demência
A demência é uma condição que provoca alteração progressiva de áreas do cérebro, resultando em
alterações da memória, comportamento, linguagem e personalidade, que podem interferir
directamente na qualidade de vida. Embora o aparecimento da demência possa ser causado por
diversos factores, está mais frequentemente associado ao envelhecimento. Ainda assim, é normal
que as causas variem de acordo com o tipo de demência apresentada. (Caramelli & Barbosa, 2002).

De acordo com Abreu, Forlenza & Barros, (2005) a demência pode ser classificada em vários tipos,
sendo os principais:

 Alzheimer
O Alzheimer é o principal tipo de demência, caracterizado pela degeneração progressiva dos
neurónios e comprometimento das funções cognitivas. Portanto, a possível causas relacionada a este
tipo de demência podem ser: consequência de um conjunto de factores, como genética,
envelhecimento, sedentarismo, traumatismo craniano e tabagismo, por exemplo. (Carvalho, 2000).

Sendo assim, os sintomas tendem a desenvolver-se por fases, sendo os sintomas inicias relacionados
à dificuldade em encontrar as palavras para falar e de tomar decisões, falta de atenção e
7

comprometimento da memória, concentração, atenção e raciocínio. Em função disso, como meio de


diagnóstico, o Alzheimer é feito por meio da avaliação dos sintomas apresentados pelo paciente e
história clínica e da família. Além disso, o neurologista pode solicitar exames que permitem
identificar alterações cerebrais, além de análise do líquido cefalorraquidiano para verificar o
acúmulo de proteínas beta-amiloide que ocorre no Alzheimer. (Carvalho, 2000).

 Demência vascular
A demência vascular é o segundo tipo de demência mais frequente, ficando atrás apenas do
Alzheimer, e acontece quando o suprimento sanguíneo do cérebro é prejudicado devido a problemas
cérebro-vasculares ou cardiovasculares, resultando em alterações cerebrais e, consequentemente, na
demência. Sendo assim, a principal causa deste tipo de demência é o AVC. E isto verifica-se a partir
do comprometimento cognitivo, sendo muito difícil para a pessoa realizar actividades simples do
dia-a-dia, resultando em dependência. (Machado, 2006, Gallucci et al., 2005).

Além disso, com a progressão da doença, a pessoa pode ficar desnutrida, ter maior susceptibilidade a
infecções e ter dificuldade para engolir, por exemplo. Portanto, como forma de diagnosticar
demência vascular, deve ser feito por meio de exames neurológicos de imagem, como a ressonância
magnética e a tomografia computadorizada, em que são verificadas alterações cerebrais decorrente
da diminuição do suprimento sanguíneo para o cérebro (idem).

 Demência por Parkinson


A demência por Parkinson surge à medida que a doença de Parkinson piora, sendo uma
consequência das alterações que ocorrem a nível cerebral, pois há alterações relacionadas com a
cognição e comportamento da pessoa. Portanto, as possíveis causas desta demência acontecem em
pessoas com Parkinson avançado. Ainda não se conhece porque motivo este tipo de demência surge,
mas é possível que esteja relacionado com o desgaste de regiões do cérebro responsáveis pela
produção de neurotransmissores (Caramelli & Barbosa, 2002).

Diante a isso, como principais sintomas, verifica-se tremor e rigidez muscular, que tem ocorrido
durante a perda progressiva da memória e alteração dos reflexos devido ao desgaste de regiões do
cérebro responsável pela produção de neurotransmissores. Sendo assim, o diagnóstico do mal de
Parkinson é feito pelo neurologista por meio dos sinais e sintomas apresentados pelo paciente e de
exames de imagem, como ressonância magnética e tomografia computadorizada do crânio, por
8

exemplo. Além disso, podem ser solicitados exames de sangue que possam excluir outras hipóteses
diagnósticas (Caramelli & Barbosa, 2002).

 Demência senil
A demência senil ocorre com mais frequência em pessoas a partir dos 65 anos e é caracterizada pela
perda progressiva e irreversível das funções intelectuais, como memória, raciocínio e linguagem,
sendo portanto uma das principais causas de incapacidade em idosos. Embora possa surgir
naturalmente, este tipo de demência é muitas vezes consequência de doenças neuro-degenerativas,
como o Alzheimer ou a doença de Parkinson. Gallucci et al., 2005).

Além disso, pode ser resultado do uso frequente de alguns medicamentos, como soníferos, anti-
depressivos e relaxante musculares. Os principais sintomas relacionados à demência senil são
desorientação, perda da memória, dificuldade em tomar decisões, esquecimento de coisas simples,
perda de peso, incontinência urinária, dificuldade para dirigir ou fazer actividades sozinho, como
fazer comprar, cozinhar ou tomar banho, por exemplo (Machado, 2006, Caramelli & Barbosa, 2002).

O diagnóstico desse tipo de demência é feito por meio de exames laboratoriais, para excluir outras
doenças, e exames de imagem, como tomografia computadorizada do crânio e ressonância
magnética, por exemplo, para avaliar o funcionamento cerebral. Além disso, o diagnóstico deve ser
feito baseado na história clínica completa do paciente e de testes para avaliar a memória e o estado
mental, além do grau de atenção, concentração e comunicação. (Machado, 2006, Caramelli &
Barbosa, 2002).

 Demência fronto-temporal
A demência fronto-temporal ou DFT é um tipo de demência caracterizada pela atrofia e perda de
células nervosas, de um ou ambos os lobos frontais e temporais do cérebro. Os lobos frontais são
responsáveis pela regulação do humor e comportamento, enquanto os lobos temporais estão
relacionados com a visão e a fala. Assim, dependendo do local em que há degeneração cerebral, os
sintomas podem variar (Carvalho, 2000, Bottino, 2003).

Os principais sintomas relacionados à DFT são alterações no comportamento social, variação da


personalidade, alterações na linguagem, apresentando um discurso limitado. Além disso, a pessoa
pode repetir frases faladas por outras pessoas várias vezes e não lembrar de nomes de objectos,
conseguindo apenas descrevê-los. A DFT é diagnosticada por meio de avaliação psiquiátrica, em que
9

são verificadas as alterações comportamentais e relacionadas à percepção social. Além disso, podem
ser solicitados alguns exames, como imagiologia cerebral e eletroencefalograma (Carvalho, 2000,
Bottino, 2003).

 Demência de Pick
A demência ou doença de Pick, também conhecida como PiD, é um tipo de demência frontotemporal
caracterizada pelo excesso de proteínas Tau nos neurónios denominados copos de Pick. O excesso
de proteínas normalmente acontece nos lobos frontais ou temporais e é uma das principais causas de
perda de memória precoce, podendo ter início a partir dos 40 anos. (Engelhardt et al., 2001).

Portanto, a doença de Pick tem como principais sintomas a diminuição da capacidade de raciocínio,
dificuldade para falar, confusão mental, instabilidade emocional e alterações da personalidade. O
diagnóstico da doença de Pick é feito por meio da análise dos sintomas comportamentais
apresentados pela pessoa, que normalmente é feito por meio de testes psicológicos, além de exames
de imagem, como a ressonância magnética (Engelhardt et al., 2001).

 Demência com corpos de Lewy


A demência com corpos de Lewy corresponde ao comprometimento de regiões específicas do
cérebro devido à presença de estruturas proteicas, conhecidas como corpos de Lewy, que se
desenvolvem dentro das células cerebrais e provocam sua degeneração e morte, resultando na
demência. Esse tipo de demência é mais comum em pessoas acima dos 60 anos e pode acontecer
simultaneamente com a Doença de Alzheimer (Engelhardt et al., 2001).

As pessoas diagnosticadas com esse tipo de demência apresentam como principais sintomas perda
das capacidades mentais, confusão mental, desorientação, alucinações, tremores e rigidez muscular.
Normalmente as alterações mentais surgem primeiro e à medida que há maior comprometimento
cerebral, surgem as alterações de movimento e os quadros de confusão mental ficam mais graves.
(Engelhardt et al., 2001).

O diagnóstico da demência com corpos de Lewy deve ser feito por um neurologista por meio da
avaliação dos sintomas, história clínica do paciente e da família e exames de imagem, como a
tomografia computadorizada ou a ressonância magnética, com o objectivo de identificar degeneração
em algumas partes do cérebro.
10

 Demência por álcool


A associação entre consumo excessivo de bebidas alcoólicas e maior predisposição à demência
precoce ainda está em estudo, no entanto já é comprovado que o consumo excessivo de bebidas
alcoólicas interfere na memória, capacidade cognitiva e comportamental. Isso porque o álcool pode
ter efeito nocivo para as células nervosas, alterando o seu funcionamento e resultando nos sintomas
de demência, por exemplo (Mansur et al., 2005).

Além disso, caso o consumo de álcool em excesso esteja associado a uma dieta pobre em vitamina
B1, pode haver danos cerebrais irreversíveis. Como sintomas, podemos encontrar a dificuldade de
aprendizagem, alterações da personalidade, diminuição das competências sociais, dificuldade no
pensamento lógico e alteração da memória a curto prazo são sintomas característicos da demência
causada por álcool (Caramelli & Barbosa, 2002).

6. Sintomas de demência
Diferentes formas de demência podem se apresentar com diferentes tipos de sinais e sintomas. Dois
pacientes com a mesma forma de demência também podem ter quadros clínicos bem diferentes. O
paciente demenciado não costuma ser capaz de reconhecer os sintomas em si, geralmente é a família
e os amigos próximos que notam as alterações.

Como a doença é de instalação gradual, o reconhecimento dos sintomas costuma ser demorado, pois
é muito comum que a família em um primeiro momento atribua incorrectamente os sinais inicias ao
processo normal de envelhecimento. Muitas vezes, só quando o paciente deixa de dirigir, torna-se
incapaz de controlar as finanças da casa, não consegue mais tomar os medicamentos de forma
correcta sem ajuda ou se perde ao sair de casa é que as pessoas mais próximas reconhecem que algo
mais sério está ocorrendo.

A quantidade de sintomas, as funções prejudicadas e a velocidade com que a doença progride podem
variar muito de uma pessoa para outra. Em algumas, a demência grave ocorre dentro de cinco anos
após o diagnóstico; para outros, a progressão para estágios mais avançados pode levar mais de 10
anos. Em geral, as demências apresentam três grandes grupos de sintomas:

6.1. Alterações cognitivas


 Perda de memória.
11

 Dificuldade de se comunicar ou encontrar palavras.


 Perda da orientação no espaço, fazendo com que o paciente se perca mesmo em locais
conhecidos.
 Perda da orientação no tempo, fazendo com que o paciente não saiba em que dia, mês ou ano
se encontra.
 Dificuldade de raciocínio ou para solucionar de problemas.
 Dificuldade em lidar com tarefas complexas.
 Dificuldade em planejar e organizar.
 Confusão e desorientação.

6.2. Alterações psicológicas


 Mudanças de personalidade.
 Depressão.
 Ansiedade.
 Comportamento inapropriado.
 Paranoia.
 Agitação.
 Alucinações.
 Alterações motoras

6.3. Perda da coordenação motora.


 Dificuldade para realizar tarefas habituais, como comer, vestir-se ou tomar banho sozinho.
 Incontinência urinária ou fecal.
 Tremor (não é um sintoma típico da demência, mas está presente em várias das suas causas).

A perda de memória é o sintoma mais comum e mais característico das demências. Na imensa
maioria dos casos, a queixa de perda de memória não é relatada pelo próprio paciente, mas sim por
seus amigos e familiares. A perda de memória autorreferida, ou seja, aquela que é relatada pelo
próprio paciente, não parece estar relacionada ao desenvolvimento subsequente de demência.

Por outro lado, quando a perda de memória é um sintoma que chama a atenção das pessoas ao redor
do paciente, isso costuma ser um forte indício de problema cognitivo. A deterioração da memória
12

ocorre de forma lenta e progressiva. Inicialmente, o paciente esquece-se apenas de coisa simples e
sem importância.
Com o passar do tempo, eventos recentes e informações novas começam a ser esquecidos com
facilidade. O paciente pode contar a mesma história várias vezes, porque não se recorda de já tê-la
contado antes. Em fases mais avançadas, o paciente demenciado pode não conseguir nem mais
reconhecer os próprios familiares.

7. Tratamento
O principal objectivo do tratamento é controlar os sintomas da demência. O tratamento costuma
variar de acordo com a causa subjacente dos sintomas. Algumas pessoas necessitam ser internadas
por um curto período para realizar o tratamento. É necessário tomar medicamentos para controlar os
problemas comportamentais causados pela perda da capacidade de julgamento, maior impulsividade
e confusão.

Algumas drogas podem ser usadas para evitar a piora rápida dos sintomas, principalmente em casos
de demência degenerativa. No entanto, o benefício trazido por essas drogas é pequeno e os pacientes
e suas famílias podem não perceber muita diferença (Gallucci, 2005).

 Tratamento Fisioterapêutico

Na assistência ao paciente com demência a fisioterapia pode contribuir muito com a melhora da
qualidade de vida do paciente e da família. A intervenção fisioterapêutica envolve a facilitação dos
movimentos e planeamento motor e o desenvolvimento ou refinamento de pistas ambientais e
cognitivas para ajudar a realizar tarefas complexas. O fisioterapeuta é parte chave da avaliação,
tratamento e assistência contínua ao paciente com demência.

Porém, é importante que todo o planeamento de assistência seja elaborado como parte em uma
equipe multidisciplinar, onde o paciente, a família, os cuidadores, o médico, a enfermagem, a
fonoaudiologia e a fisioterapia participem de modo a garantir a consistência do tratamento (Gorzoni,
2013).

 Conduta fisioterápica
Consiste basicamente na fisioterapia motora, que engloba desde exercícios activos, passivos, auto-
assistidos, contra-resistência, isométricos, metabólicos, isotônicos, nesse caso qualquer tipo de
movimento é bem-vindo no tratamento (O’sullivan, 2003). Quando chega a uma segunda fase esta
13

patologia, deve-se estimular actividades para que o paciente não fique o tempo inteiro na cama,
evitando assim escarras de decúbito, comummente relatadas. Alongamentos e actividades de
relaxamento podem ser realizados.

A parte de exercícios para o condicionamento aeróbico, como estimular o paciente a realizar


caminhadas, tanto por percursos diferentes, ou dependendo pelo mesmo percurso, estimulando assim
concomitantemente a memória do paciente. Bicicletas estacionárias também são de grande valia,
assim como se possíveis trabalhos de hidroterapia (O’sullivan, 2003). Exercícios para próprio
equilíbrio são fundamentais para a desenvoltura do paciente, como exercícios com bastões, bola,
descarga de peso gradual, andadores, percursos.

Pode-se realizar actividades em que se estimule o raciocínio do paciente, como actividades de


escrever, decorar palavras, nomear objectos, que levam a um estímulo da memória (O’sullivan,
2003). Porém a principal atitude a ser tomada é a companhia que este paciente precisa, nunca deixá-
lo no abandono, por isso a conversa com familiares sobre o assunto é importante, para que assim este
paciente possa conviver normalmente num meio familiar, eliminando o risco de passar o resto de sua
vida num asilo.
14

8. Conclusão
Em função das abordagens mencionado no decorrer do trabalho, deu-nos a entender que a demência
é um termo amplo que descreve um conjunto de sintomas que pode incluir perda de memória,
mudanças de humor e dificuldades com pensamentos, solução de problemas e linguagem. Embora
eles possam parecer leves no início, eles podem afectar a vida diária das pessoas com demência e
isto é causada quando o cérebro é lesionado por doenças ou por uma série de acidentes vasculares
cujas várias condições podem causar demência, sendo a doença de Alzheimer a mais comum.

Seja qual for a causa, a demência pode ser assustadora, o que dificulta encontrar o auxílio adequado.
Portanto, este tipo de doença é caracterizado por declínio cognitivo ou modificações
comportamentais (neuropsiquiatrias) em relação a um nível prévio de desempenho que causa perda
da independência para as actividades de vida diária.

Concluindo, percebeu-se claramente que o primeiro sinal/sintoma é a perda da memória seguida de


declínio cognitivo e funcional. Podem ser divididas em estágios conforme o acometimento. O
diagnóstico é realizado por meio de história clínica, exames laboratoriais e de neuroimagem, exame
clínico neurológico e exames neuropsicológicos. Conclui-se que ainda não se tem a cura das
demências e que os estudos de células-tronco podem contribuir nesse sentido.
15

9. Referências bibliográficas
Carvalho, A.M. (2000). Demência como factor de risco para queda seguida de fractura grave
em idosos. Mestrado, Fundação Osvaldo Cruz, Escola Nacional de Saúde Pública, São Paulo (SP),
Brasil.

Christofoletti, G. et al. (2006, outubro-dezembro). Risco de queda em idosos em doença de


Parkinson e demência de Alzheimer: um estudo transversal. Revista Brasileira Fisioterapia, 10 (4).

Dourado, M. et al. (2006). Consciência da doença na demência. Rev. Psiquiatra. clínca,


33(6): 313-21.

Engelhardt, E. et al. (2001, Dezembro). Doença de Alzheimer e espectroscopia por


ressonância magnética do hipocampo. Arq. Neuropsiquiatria., 59 (4): 865-870.

Forlenza, O.V. (2005, junho). Tratamento farmacológico da Doença de Alzheimer. Rev.


psiquiatr. clín., 32(3): 137-48.

Gallucci Neto, J., Tamelini, M.G.G. & Forlenza, O.V. (2005, junho). Diagnóstico diferencial
das demências. Rev. psiquiatr. clín., 32(3): 119-30.

Gorzoni, M.L. & Pires, S. L. (2006). Aspectos clínicos da demência senil em instituições
asilarem. Rev. psiquiatr. clín., 33(1): 18-23.

Luzardo, A.R., Gorini, M.I.P. & Silva, A.P.S. (2006, Dezembro). Características de idosos
com Doença de Alzheimer e seus cuidadores: uma série de casos em um serviço de neurogeriatria,
15(4): 587-94.

Mansur, L.L. et al. (2005, Dezembro). Linguagem e cognição na Doença de Alzheimer.


Psicol. Reflex. Crit., 18 (3): 300-7.

Nitrini, R. et al. (2005, Setembro). Diagnóstico de Doença de Alzheimer no Brasil: avaliação


cognitiva e funcional. Recomendações do Departamento Científico de Neurologia Cognitiva e do
Envelhecimento da Academia Brasileira de Neurologia. Arq. Neuro-Psiquiatr., 63 (3): 720-7.

Teixeira Jr., A.L. & Caramelli, P. (2006, Setembro). Apatia na doença de Alzheimer. Rev.
Bras. Psiquiatr., 28 (3): 238-41. Recebido em 20/04/2010 Aceito em 20/05/2010

You might also like