Professional Documents
Culture Documents
LUCRO PRESUMIDO
Wallace Hardy y Martin1
RESUMO
A distribuição de lucros ou dividendos pelas pessoas jurídicas tributadas com base no lucro
presumido é o objeto do presente artigo. Dados estatísticos examinados nesse estudo
demonstram que um quantitativo bastante significativo de empresas adota a sistemática do
lucro presumido, que, então, revela-se vantajosa para os contribuintes em comparação com a
tributação com base no lucro real. Em sentido contrário, os dados mostram que a arrecadação
tributária concentra-se nas empresas que se sujeitam a essa última sistemática. Em outro
prisma, o vigente regime legal permite às pessoas jurídicas optantes pela tributação com base
no lucro presumido que distribuam a seus sócios ou acionistas sem a incidência do imposto de
renda, o valor correspondente à diferença entre o lucro efetivo, apurado por meio de
escrituração contábil completa, e o valor da base de cálculo do imposto (o lucro presumido) a
que se sujeitou a pessoa jurídica. Este trabalho procurou demonstrar que isto é uma anomalia
que privilegia de modo extraordinário os beneficiários desses rendimentos; e conclui ser
necessária uma alteração legal para a correção dessa distorção.
INTRODUÇÃO
Esse trabalho procura mostrar que o regime acima atribui aos sócios ou acionistas das
empresas tributadas com base no lucro presumido (ou arbitrado) que apurarem mediante
escrituração contábil completa lucro efetivo superior à base de cálculo do seu imposto de
renda, isto é, o lucro presumido ou o arbitrado, uma vantagem extraordinária, que extrapola os
próprios objetivos desse regime.
Existem três regimes para a determinação da base de cálculo do imposto de renda das
pessoas jurídicas: o lucro real, o lucro presumido e o lucro arbitrado. Esse último regime, em
geral, somente é utilizado em casos excepcionais, sendo aplicado especialmente pelas
autoridades fiscais quando o contribuinte, sujeito a (ou optante) por uma das outras duas
formas, deixa de escriturar ou de apresentar os livros e documentos a que está obrigado (Art.
530, do Decreto 3.000, de 23 de março de 1999 – RIR/1999).
A tributação com base no lucro real é a regra geral e pode ser adotada por qualquer
contribuinte, já que o lucro real nada mais é que o lucro efetivo (contábil) da empresa,
apurado com a observância da legislação comercial, das normas de contabilidade e dos
princípios contábeis; ajustado pelas adições, exclusões e compensações previstas na legislação
fiscal.
Prevê ainda inciso I, do Art. 14, da Lei nº 9.718/1998 que estão também obrigados à
apuração do lucro real as empresas cuja receita total no ano-calendário anterior seja superior
ao limite de R$ 78.000.000,00 (setenta e oito milhões de reais)2 ou proporcional ao número de
meses do período, quando inferior a 12 (doze) meses.
2
Este limite era de R$ 24.000.000,00 (vinte e quatro milhões de reais), entre 01/01/1999 e 31/12/2002 (redação
original da lei); e passou para R$ 48.000.000,00 (quarenta e oito milhões de reais), de 01/01/2003 a 31/12/2013
(redação dada pela Lei nº 10.637/2002).
canceladas e dos descontos incondicionais concedidos, de percentuais estabelecidos em lei,
segundo o tipo de receita ganha.
O que deve ficar claro até aqui é que o regime de tributação com base no lucro
presumido é sempre uma opção do contribuinte a ser exercida por aqueles que não estão
obrigadas à apuração do lucro real. A sua utilização que, pela simplicidade de cálculo,
prescinde da confecção de escrituração contábil completa, reduz os custos operacionais dos
contribuintes em comparação com o regime do lucro real, que, como já visto, exige a
existência de um complexo e rigoroso sistema de contabilidade.
Levando-se em conta os optantes pelo simples nacional, verifica-se que, neste período,
pelo menos 90% (noventa por cento) do total de contribuintes pertenciam a um desses
regimes simplificados de tributação.
Por outro prisma, conforme o mesmo estudo, quando se analisa a arrecadação tributária
essa proporção se inverte: as empresas tributadas com base no lucro real respondem por pelo
menos 79% (setenta e nove por cento) do total arrecadado, cabendo aos optantes pelos
sistemas simplificados algo em torno de 18% (dezoito por cento) da arrecadação.
3
Na receita bruta não se incluem os tributos não cumulativos cobrados destacadamente e incluem-se os tributos
sobre ela incidentes e os valores decorrentes do ajuste a valor presente (§§ 2º e 3º do Art. 3º da IN RFB nº
1.515/2014)
4
O imposto de renda das pessoas jurídicas será determinado com base no lucro real, presumido, ou arbitrado, por
períodos de apuração trimestrais, encerrados nos dias 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de
dezembro de cada ano-calendário (Art. 1º, da Lei nº 9.430/96).
5
No RIR/99 está matéria está disciplinada nos artigos 518 (cuja base legal é o artigo 15, da Lei nº 9.249/1995 e
os artigos 1º e 25, inciso I, da Lei nº 9.430/1996) e 519.
Atividade Exercida Percentual
Revenda, para consumo, de combustíveis derivados de petróleo, álcool etílico 1,6%
carburante e gás natural
Indústria e comércio; 8%
Prestação de serviços hospitalares e de auxílio diagnóstico e terapia, patologia 8%
clínica, imagenologia, anatomia patológica e citopatologia, medicina nuclear e
análises e patologias clínicas, exames por métodos gráficos, procedimentos
endoscópicos, radioterapia, quimioterapia, diálise e oxigenoterapia hiperbárica
Serviços de transporte de cargas 8%
Atividades imobiliárias relativas a loteamento de terrenos, incorporação 8%
imobiliária, construção de prédios destinados à venda, bem como a venda de
imóveis construídos ou adquiridos para revenda
Atividade de construção por empreitada com emprego de todos os materiais 8%
indispensáveis à sua execução, sendo tais materiais incorporados à obra
Serviços de transporte de passageiros 16%
Serviços de profissionais legalmente habilitados 32%
Intermediação de negócios (corretagem, representação comercial etc.) 32%
Administração, locação ou cessão de bens imóveis, móveis e direitos 32%
Construção por administração ou por empreitada unicamente de mão de obra ou 32%
com emprego parcial de materiais
Construção, recuperação, reforma, ampliação ou melhoramento de 32%
infraestrutura, no caso de contratos de concessão de serviços públicos,
independentemente do emprego parcial ou total de materiais
Prestação de qualquer outra espécie de serviço não mencionada anteriormente 32%
Fonte: Art. 4º, da IN RFB nº 1.515/2014
Convém destacar ainda que os percentuais de presunção acima listados não sofrem
quaisquer alterações há quase vinte anos, posto que vigoram desde 1996. Antes dessa época
esses percentuais eram constantemente atualizados. Reproduzimos abaixo tabela elaborada
pela Receita Federal do Brasil (disponível em
https://www.receita.fazenda.gov.br/PessoaJuridica/DIPJ/2003/PergResp2003/pr628a668.htm,
acesso em 13/01/2015) em que constam os percentuais de presunção aplicados entre 1992 e
1996:
De todo modo, é racional esperar que as empresas não obrigadas ao regime do lucro real
só optem pela sistemática do lucro presumido se isto lhes trouxer vantagens financeiras
significativas e que esta decisão tem impacto direto na arrecadação tributária.
Por seu turno, o Conselho Federal de Contabilidade (CFC), mediante a Resolução CFC
nº 750/93, de 23 de dezembro de 1993 (alterada Resolução CFC nº 1.282/10, de 28 de maio
de 2010) estabeleceu os Princípios de Contabilidade (PC), cuja observância é obrigatória no
exercício da profissão e constituem condição de legitimidade das Normas Brasileiras de
Contabilidade (NBC).
Assim, e não poderia ser de outra maneira, a escrituração contábil, obrigatória para
qualquer empresa, deve seguir os preceitos da legislação comercial, as Normas Brasileiras de
Contabilidade e os Princípios de Contabilidade.
Finalmente, convém ressaltar, que, em relação aos fatos contábeis ocorridos a partir de
1º de janeiro de 2014, as pessoas jurídicas tributadas com base no lucro presumido, que
distribuírem, a título de lucros, sem incidência do Imposto sobre a Renda Retido na Fonte
(IRRF), parcela dos lucros ou dividendos superior ao valor da base de cálculo do imposto,
diminuída de todos os impostos e contribuições a que estiver sujeita, estão obrigadas à adoção
da Escrituração Contábil Digital (ECD), conforme o art. 3º da IN RFB nº 1.420/2013.
Nos sistemas tributários clássicos a tributação dos lucros ocorre tanto nas empresas
quanto nos sócios ou acionistas beneficiários desses lucros. Como sintetiza Almeida (2004,
pág. 7), os lucros das empresas inicialmente são tributados após a sua apuração contábil e
quando são pagos a seus sócios ou acionistas são novamente tributados.
Essa chamada dupla tributação dos lucros sofreu várias críticas a partir da segunda
metade do século XX pois se passou a afirmar que ela desestimula as pessoas a investir seus
recursos nas empresas, restando então a essas como forma de financiamento de novos
empreendimentos o endividamento, que, assim, tenderia a se tornar crescente e insustentável a
longo prazo (Almeida, 2004, págs. 7 e 8).
No Brasil, ao longo dos anos, foram sendo adotadas diversas medidas legais para
contornar esse problema, o que culminou, na edição das normas contidas no Art. 10, da Lei nº
9.249, de 26 de dezembro de 1995 que, conforme a Exposição de Motivos nº 325/MF, de 31
de agosto de 1995, referente ao Projeto de Lei nº 913/95, assinada pelo então Ministro da
Fazenda, Sr. Pedro Malan, visaram, estabelecer a completa integração entre a pessoa jurídica
geradora de lucros e os seus sócios ou acionistas e estimular o investimento produtivo,
conforme abaixo reproduzido:
7
A escrituração contábil completa é importante meio de prova perante os Poderes Executivo e Judiciário.
8
Sobre a forma de escrituração com base no regime de caixa ver o Art. 129, da IN RFB nº 1.515/2014.
12. Com relação à tributação dos lucros e dividendos, estabelece-se a completa
integração entre a pessoa física e a pessoa jurídica, tributando-se esses rendimentos
exclusivamente na empresa e isentando-os quando do recebimento pelos
beneficiários. Além de simplificar os controles e inibir a evasão, esse procedimento
estimula, em razão da equiparação de tratamento e das alíquotas aplicáveis, o
investimento nas atividades produtivas.
Por sua vez o Art. 10, da Lei nº 9.249/1995 tem a seguinte redação:
Art. 10. Os lucros ou dividendos calculados com base nos resultados apurados a
partir do mês de janeiro de 1996, pagos ou creditados pelas pessoas jurídicas
tributadas com base no lucro real, presumido ou arbitrado, não ficarão sujeitos à
incidência do imposto de renda na fonte, nem integrarão a base de cálculo do
imposto de renda do beneficiário, pessoa física ou jurídica, domiciliado no País ou
no exterior.
Como adiante se verá, as normas contidas nesse artigo concedem uma vantagem
desproporcional e injustificada, que ultrapassa o seu próprio escopo, aos sócios ou acionistas
das empresas tributadas com base no lucro presumido (ou arbitrado) que apurem lucros
efetivos (contábeis) superiores à base de cálculo do imposto de renda determinada pela
utilização desses regimes.
9
Após ser rejeitado pela Comissão de Finanças e Tributação, esse projeto foi arquivado por despacho do
Presidente da Câmara dos Deputados (Diário da Câmara dos Deputados de 28/11/2013, pág. 56513).
10
Levando-se em conta, claro, todos os tributos e contribuições administrados pela RFB (IRPJ e adicional,
CSLL, PIS e COFINS) a que se sujeitam as pessoas jurídicas.
Pois bem. Há quem sustente que o artigo Art. 10 da Lei 9.249/1995 autoriza a não
incidência do imposto de renda sobre a distribuição dos lucros ou dividendos apurados pelas
pessoas jurídicas tributadas seja com base no lucro real, seja com base no presumido ou
arbitrado somente quando esses lucros já tenham sido efetivamente tributados por essas
pessoas jurídicas. É o que se depreende do trecho abaixo:
O sistema tributário deve, além de ter base legal, ser lógico. O sistema tributário
vigente, instituído pela Lei nº 9.249/95 no que diz respeito à distribuição dos lucros,
mostra-se lógico: se a empresa já pagou imposto de renda incidente sobre os lucros,
sua distribuição aos sócios pode ser isenta de tributação, ou esta renda estaria sendo
tributada duas vezes. Ou seja, a isenção para o sócio que recebe os lucros pressupõe
que estes já tenham sido tributados na empresa. Este seria, num sistema lógico e
racional, espírito da lei (mens legis) (Cunha, Albino Joaquim Pimenta da, Evasão
fiscal com abuso de direito – Pessoa física e pessoa jurídica, com isenção quase total
de tributos, disponível em http://www2.unafisco.org.br/institucional/conaf/
conaf2008/CD/download/tese/IV_EvasaoFiscal_AlbinoJoaquim.pdf, acesso em
15/12/2014, grifos do autor).
Ocorre que, a interpretação acima não foi a adotada pela Receita Federal. Com efeito, a
leitura mais acurada do Art. 10 da Lei nº 9.249/1995 leva a concluir que o texto legal se refere
a lucros ou dividendos calculados com base em resultados apurados pelas pessoas jurídicas e
não a resultados tributados efetivamente nessas pessoas. Esse detalhe, como se verá, é crucial
no tocante às empresas tributadas com base no lucro presumido ou arbitrado.
Art. 141. Não estão sujeitos ao imposto sobre a renda os lucros e dividendos pagos
ou creditados a sócios, acionistas ou titular de empresa individual, observado o
disposto no Capítulo III da Instrução Normativa RFB nº 1.397, de 16 de setembro de
2013.
§ 1º O disposto neste artigo abrange inclusive os lucros e dividendos atribuídos a
sócios ou acionistas residentes ou domiciliados no exterior.
§ 2º No caso de pessoa jurídica tributada com base no lucro presumido ou
arbitrado, poderá ser distribuído, sem incidência de imposto:
I - o valor da base de cálculo do imposto, diminuída de todos os impostos e
contribuições a que estiver sujeita a pessoa jurídica;
II - a parcela de lucros ou dividendos excedentes ao valor determinado no item I,
desde que a empresa demonstre, através de escrituração contábil feita com
observância da lei comercial, que o lucro efetivo é maior que o determinado
segundo as normas para apuração da base de cálculo do imposto pela qual houver
optado, ou seja, o lucro presumido ou arbitrado. (Grifos de agora).
O lucro efetivo (contábil) é o resultado apurado referido no Art. 10 da Lei nº 9.249/1995
e basta que a distribuição de lucros ou dividendos se limite ao seu valor para que os
rendimentos pagos ou creditados a esse título, relativos à parcela de lucros excedentes referida
no inciso II acima, não se sujeite à incidência do imposto de renda, nem na empresa (fonte
geradora dos lucros), nem nos beneficiários dessa distribuição.
Saliente-se que em relação às empresas sujeitas à tributação com base no lucro real, as
normas do artigo acima se coadunam perfeitamente com seu objetivo original, isso porque,
nesse caso há identidade entre os resultados apurados (fundamento dos lucros ou dividendos
distribuídos) e a base de cálculo (lucro real) sobre a qual incide o imposto de renda devido
pela empresa.
Isto é, para a ciência contábil, o lucro que pertence aos acionistas (ou sócios) e pode ser
adicionado ao patrimônio líquido da empresa ou distribuído a eles é aquele de que já se
deduziram todas as participações sobre os lucros e a despesa com o Imposto de Renda11,
logicamente incidente sobre a totalidade do lucro apurado antes desse imposto.
Na verdade, no caso das empresas optantes pela tributação com base no lucro presumido
ou arbitrado que distribuem a parcela de “lucros excedentes” acima vista, a combinação de
recolhimento a menor pela empresa (via não tributação da integralidade dos lucros do
negócio) e ausência de qualquer incidência do imposto de renda sobre essa distribuição
introduz uma séria distorção no sistema. Primeiro, porque o recolhimento a menor da empresa
significa que o Estado está perdendo receita e financiando (a fundo perdido!) a atividade
empresarial; segundo porque, neste caso, a distribuição de lucros ou dividendos acarreta
injustificadamente ganhos extraordinários aos sócios ou acionistas dessas empresas.
(Almeida, 2004, pág. 8 e 10).
11
Atualmente no Brasil desconta-se também o Adicional do IRPJ e a CSLL.
Existe também um outro aspecto importante, esse de natureza não tributária, que não
deve ser olvidado: no caso de empresas constituídas sob a forma de sociedades limitadas, em
que as deliberações sociais dependem substancial e exclusivamente da vontade de seus sócios,
os ganhos extras acima apontados podem, em alguns momentos, estimulá-los a superestimar o
montante de lucros distribuídos, colocando em risco a própria continuidade dessas empresas.
Outro aspecto relevante referente ao regime fixado pela Lei nº 9.249/1995, no caso de
empresas tributadas com base no lucro presumido possuidoras de parcela de “lucros
excedentes”, diz respeito à verificação pela administração tributária da efetiva existência
desses lucros.
Ocorre que a parcela de “lucros excedentes” para gozar do benefício fiscal em estudo
tem, como antes visto, de ser demonstrada por meio de escrituração contábil completa, e
somente mediante o exame aprofundado dessa escrituração pode-se verificar a sua efetiva
procedência.
Como se sabe, a escrituração contábil fica de posse da empresa. Deste modo, somente
mediante um procedimento administrativo formal a administração tributária poderá analisá-la,
ou seja, não há quaisquer controles internos que de per si possam concluir acerca da
existência e legitimidade dessa parcela de “lucros excedentes” distribuídos sem qualquer
incidência do imposto.
Quando se recorda o número de empresas que optam pelo regime do lucro presumido
(mais de 1.010.000, em média, entre 2009 e 2012) em comparação ao número das que
tributam seus resultados com base no lucro real (pouco mais de 150.000, no mesmo período) e
se relembra que, a partir de 2014 a tendência é a elevação do número de pessoas jurídicas
optantes pela tributação com base no lucro presumido, afere-se a dimensão desse problema.
Por outro lado, é perfeitamente razoável supor que, para usufruir indevidamente do
regime fixado pelo Art. 10 da Lei 9.249/1995, as empresas optantes pela tributação com base
no lucro presumido possam estar distribuindo como se lucros fossem valores que não têm essa
natureza, ou melhor, estas empresas podem estar distribuindo lucros ilícitos ou fictícios,
figuras previstas no art. 1.009 da Lei nº 10.406/2002 (Código Civil) ou dividendos de forma
irregular, conforme previsto nos §§ 1º e 2º, do art. 201 da Lei nº 6.404/1976.
Para que o acima previsto ocorra, basta que a escrituração contábil onde se encontra a
parcela de “lucros excedentes” tenha sido feita, por erro ou mesmo por má fé, sem se levar em
conta a legislação comercial, as normas brasileiras de contabilidade ou os princípios
contábeis. Ressalve-se que há sanções, tanto civis como penais, para aqueles que distribuem,
e, conforme o caso, para aqueles que receberem lucros ou dividendos nas condições previstas
no parágrafo anterior (ANDARADE FILHO, 2013, págs. 172 a 175).
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
ANDRADE FILHO, Edmar Oliveira. Imposto de Renda das Empresas. 10. ed. São Paulo:
Atlas, 2013.
COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de Direito Comercial, Volume 1, 6. ed. São Paulo: Saraiva,
2003.
CUNHA, Albino Joaquim Pimenta da. Evasão fiscal com abuso de direito – Pessoa física e
pessoa jurídica, com isenção quase total de tributos. Disponível em
<http://www2.unafisco.org.br/institucional/conaf/conaf2008/CD/download/tese/IV_EvasaoFi
scal_AlbinoJoaquim.pdf>. Acesso em 15 jan. 2015.
LIMA, Mariana Miranda. A natureza jurídica dos juros sobre o capital próprio e as
convenções para evitar a dupla tributação. São Paulo, USP, 2009. 159p. Dissertação
(Mestrado em Direito). Faculdade de Direito, Universidade de São Paulo, 2009. Disponível
em: <http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/2/2133/tde-20102011-134923/pt-br.php>.
Acesso em: 07 jan. 2015.