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Saúde Pública

Saúde Pública

 É a arte e a ciência de prevenir a doença, prolongar a vida, promover a saúde e


a eficiência física e mental mediante o esforço organizado da comunidade.
Abrangendo o saneamento do meio, o controle das infeções, a educação dos
indivíduos nos princípios de higiene pessoal, a organização de serviços médicos
e de enfermagem para o diagnóstico precoce e pronto tratamento das doenças e o
desenvolvimento de uma estrutura social que assegure a cada indivíduo na
sociedade um padrão de vida adequado à manutenção da saúde

 A Saúde Pública (conceito social e político) tem como objetivos:

- A melhoria do estado de saúde

- O aumento da longevidade

- Prevenção da doença e outras formas de interação em saúde

- A melhoria da qualidade de vida da comunidade, através de estratégias de promoção


da saúde, prevenção da doença e outras formas de intervenção em saúde

Promoção da Saúde

 A promoção da saúde atua ao mesmo tempo no modo de vida da pessoa e no


ambiente físico, social, económico e político em que a pessoas vive

Características da promoção de saúde (OMS)

 Deve envolver toda a população no contexto da sua vida quotidiana

 Intervém sobre as variáveis da saúde

 Utiliza vários métodos e abordagens, incluindo educação para a saúde

 Tem que ter a participação dos indivíduos e dos grupos a que se dirige

 É uma atividade de todos e não só dos profissionais de saúde

Duarte M. Miguel Enfermagem de Saúde Pública Enfermagem TL38


Prevenção da doença

 É o conjunto de medidas destinadas a prevenir o aparecimento da doença.


Devemos identificar, reduzir e eliminar os fatores de risco, para atenuar as
consequências

Principais áreas de intervenção

 Saúde Ambiental
 Saúde Ocupacional
 Saúde Escolar
 Epidemiologia/ demografia
 Nutrição
 Administração da saúde
 Saúde mental

Saúde Ambiental

 Estuda os problemas resultantes dos efeitos que o ambiente exerce sobre a


saúde das populações e o seu estado fisiológico e metal. Engloba os aspetos de
saúde e doenças humanas determinadas por fatores ambientais.
 Tem como finalidade:
 Promoção do equilíbrio nas inter-relações entre o homem e os
fatores de risco
 Prevenção das disfunções do ambiente, por agentes:
o Biológicos: contaminação
o Físico-químicos: poluição
 Contribuir para fortalecer o Sistema de Saúde
 Melhorar a transparência e responsabilidade no uso do saber científico para a
decisão política

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Principais áreas de intervenção
 Água
 Ar
 Avaliação impacto ambiental
 Biotoxinas marinhas
 Frio
 Habitação
 Radiações não ionizantes
 Resíduos hospitalares, industriais e sólidos urbanos
 Riscos químicos e biológicos
 Alimentos

Efeitos nocivos do desenvolvimento industrial no ecossistema

 Chuvas ácidas
 Alterações climáticas
 Poluição dos solos
 Poluição hídrica
 Extinção das espécies
 Falhas na camada de ozono
 Poluição atmosférica

Desertificação
Fenómeno de desidratação, precipitação é cada vez menor e de forma menos
ordenada. Um terço da superfície do planeta corre risco de desertificação. Os
especialistas alertam que apenas as ações conjuntas com as comunidades locais
poderão evitar catástrofes sociais.

Aquecimento Global
 O aumento no consumo dos combustíveis fósseis, os fogos florestais e as
atividades vulcânicas provocaram alterações nas concentrações dos gases de
estufas, como o dióxido de carbono, metano e óxido nitroso, elevando a
temperatura média da atmosfera do planeta.

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Atividades Responsáveis pelo aquecimento global
• A energia para eletricidade e aquecimento (25%),
• A indústria (21%),
• Os transportes (14%). O CO2 da queima de combustíveis fósseis e
processos industriais,
• O CO2 que se liberta durante a deflorestação e mudanças de usos
de solos (11%),
• A agricultura, a pecuária e as florestas (24%),
• O metano da agricultura, da pecuária, da queima de combustíveis
fósseis, da queima de biomassa (16%)

Possíveis consequências para o séc. XXI


 Possibilidade de aumento na temperatura média do planeta em até 5,8ºC em 2100
 Mudanças drásticas no clima global, com intensa diminuição dos icebergs a nível
dos polos
 Aumento médio de até 60cm no nível dos oceanos

Doenças transmitidas pela água


A reduzida disponibilidade de água pode levar a doenças como:
 Esquistossomose
 Leptospirose
 Amebíase
 Cólera
 Ascaridíase

Protocolo de Quioto

 Discutido e negociado em Quioto no Japão em 1997, foi aberto para assinaturas


em 16 de março de 1998 e ratificado em 15 de março de 1999. Assinado e
retificado por 172 países
 . Resulta da convenção-quadro das nações unidas sobre a mudança climática
 Aberto para assinaturas 16 de março de 1998 em Quioto
 Entrada em vigor 16 de fevereiro de 2005, depois da Rússia o ter retificado em
novembro de 2004

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Acordo de Paris 2015

 Objetivo: Subida da temperatura 1,5ºc, até 2100.


 Manter o aumento da temperatura média global abaixo de 2ºC
 Ajuda financeira aos países meridionais, para criarem fontes de energia limpas
 Indemnizações a países vulneráveis
 Transparência
 Cada país realizará um esforço de conter a suas emissões pararespeitar aqueles
valores

Principais problemas relacionados com o meio ambiente:

• Impacto das alterações climáticas na saúde

• Acidentes de viação ou transporte de produtos perigosos

• Qualidade e disponibilidade de água

• Desreguladores endócrinos

• Impacto do ruído na saúde

• Impacto das nanopartículas na saúde

• Poluição do ar (indoor e outdoor)

• Fatores de risco ambientais ou ocupacionais no cancro e alergias

• Migrações e saúde ambiental

• Impacto dos resíduos na saúde

• Doenças infeciosas e parasitárias

• Insalubridade dos alimentos

• Doenças devido à concentração urbana

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Riscos emergentes em saúde ambiental/ocupacional

 “Novos” microrganismos
 Nanotecnologias
 Tecnologias de DNA
 Campos eletromagnéticos
 Alterações climáticas
 Alterações devidas às necessidades e fornecimento de energia
 Alterações nos processos de gestão de resíduos

Educação ambiental
 Ramo da educação cujo objetivo é a divulgação do conhecimento sobre o
ambiente, a fim de ajudar à sua preservação e à utilização sustentável dos seus
recursos
 Tem como finalidades dar oportunidades à aquisição de:
 Conhecimentos, valores e atitudes face ao ambiente
 Novos padrões de comportamento individual, coletivo face ao ambiente
 Atitudes e preocupação com a defesa do ambiente

Saneamento do Meio

 Saneamento: processo de recolha, transporte, tratamento e eliminação ou


reutilização de excreções humanas ou águas residuais domésticas, tanto através
de sistemas coletivos como de instalações ao serviço de um único agregado
familiar ou de uma empresa
 Saneamento básico: conjunto dos setores de águas de abastecimento público,
águas residuais urbanas e resíduos sólidos urbanos relacionado com a prevenção
e controlo de doenças transmissíveis
 Saneamento específico: dirigido para o controlo de situações de desequilíbrio
originadas pelo progresso “material” das sociedades
 Nos países subdesenvolvidos existem doenças infeciosas e parasitárias e carência
e insalubridade dos alimentos. São dependentes de medidas de saneamento básico.
 Nos países industrializados há doenças causadas pela concentração urbana e pelo
crescimento industrial. São dependentes de medidas de saneamento específico.

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Atividades de saneamento do ambiente:
• Sistema de remoção de resíduos sólidos em zonas urbanas e rurais e a sua
transformação, bem como as atividades de controlo e vigilância destas operações
• Medidas de prevenção e controlo da poluição de águas superficiais (fluviais,
estuarinas e marinhas) e subterrâneas
• Medidas de prevenção e controlo da poluição atmosférica (gases e poeiras)
• Medidas de prevenção e controlo da poluição acústica ou sonora
• Medidas de prevenção e combate contra roedores, insetos e plantas nocivas
• Salubridade das habitações, escolas, locais de concentração de pessoas
(aquecimento, iluminação e ventilação) e espaços de lazer (piscinas, praias e
parques)
• Prevenção de acidentes no domicílio
• Medidas sanitárias de controlo de resíduos tóxicos e perigosos
• Medidas sanitárias de proteção contra radiações ionizantes e não ionizantes
• Salubridade hospitalar
• Salubridade industrial

Monitorização sanitária
É a realização de observações sistemáticas relativas a parâmetros de saúde e do
ambiente, assim como o seu registo

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Vigilância sanitária
Análise e interpretação dos dados dos programas de monitorização ou de outras
fontes disponíveis, tendo em vista a deteção de situações dignas de intervenção

Abastecimento de água
Em relação à salubridade da água, esta contém impurezas como: gases (óxido
de carbono, azoto, metano e anidrido sulfúrico), sais minerais (cálcio, magnésio, ferro,
sódio e manganês) e agentes em suspensão (bactérias, protozoários e algas)
Água potável
o Água que pode ser consumida sem riscos de adquirir doenças por contaminação
da mesma. O tratamento da água visa reduzir a concentração de
poluentes até que não apresentem riscos para a saúde pública.
o Requisitos de potabilidade utilizando critérios físicos, químicos e bacteriológicos:
• Ausência de agentes biológicos patogénicos
• Ausência de substâncias tóxicas
• Sem quantidade excessiva de substâncias orgânicas e minerais
• No período de 1 ano, a percentagem de amostras de água (100mL), sem
coliformes deve ser superior ou igual a 95%
• Em nenhuma amostra de água (100mL) se pode encontrar Escherichia coli
• Os coliformes não podem encontrar-se em duas amostras consecutivas de água

Água de abastecimento
Água potável distribuída aos consumidores através de uma rede de distribuição
pública.

o Qualidade Físico-química:

 Impurezas químicas:  Impurezas químicas:


- Cor (incolor) - Dureza
- Turvação (ausência) - Alcalinidade
- Sabor (insípida) - Salinidade
- Odor (inodora) - Agressividade
- Temperatura

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Doenças de veiculação hídrica

Poluentes químicos e
Resíduos sólidos e líquidos
radioativos

Água insalubre

Ingestão direta de Contacto com a pele e


alimentos mucosa

Doenças bacterianas

Cólera
Doenças víricas:
Diarreia infantil
Enterite
Febre tifóide/paratifoide
Faringite
Gastrenterite
Hepatite
Giardíase
Poliomielite (rara)
Leptospirose

Tularémia

Tratamento de resíduos sólidos

 Incineração

 Compostagem

 Aterro sanitário:

o Local destinado à deposição de resíduos urbanos não recuperáveis


o Local escolhido com cuidado, solo impermeabilizado, para evitar poluir o
solo, o ar ou as águas
o Os resíduos são cobertos diariamente com uma camada de terra

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Cidades saudáveis

 A cidade é vista como um organismo que vive, respira, cresce e está em


mudança
 Expande os seus recursos
 Possibilita a relação entre as pessoas
 Tem compromisso político e consciência que a saúde constitui uma questão
urbana
 Visa a melhoria da saúde
 A missão da rede portuguesa de cidades saudáveis consiste na divulgação e
promoção a nível nacional do Projeto Cidades Saudáveis e conceitos que o
sustentam. Tendo como objetivos:

• Zelar pelo cumprimento dos princípios da SPT

• Trabalhar em parceria com a OMS

• Articular-se com o Ministério da Saúde, e DGS para a concretização dos


objetivos da rede

Demografia

 Porque razão a demografia é importante para a Saúde Pública?

Para conhecer o universo a que presta cuidados, percebe a oferta de cuidados a oferecer
(se é uma população + mais jovem ou + idosa), ou seja, direcionar os programas de
saúde para a população

 O tamanho da população é influenciado pela taxa de natalidade. e mortalidade,


as migrações (entrada e saída das pessoas)
 200 pessoas são o número mínimo de pessoas que deve existir para a população
não se extinguir
 População estacionária  que não aumenta nem diminui, mantém um número
fixo
 O excesso de população leva a que haja guerras, fome, pobreza, problemas de
saúde, escassez de alimentos…

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 Os gregos (Aristóteles e Platão) diziam que as populações deviam ter um
número + ou – fixo de modo a não gerar muitos problemas
 Bolívia – Defende que a população deve crescer livremente
 Romanos – Tinham uma política expansionista para fazer o seu número crescer

Idade média
 Cruzadas (igreja católica) – Período nem estacionário nem expansionista.
Prezavam o celibato e o casamento para haver uma descendência. No período da
peste negra morreu cerca de 1/3 da população
 Renascimento/iluminismo – O homem é o centro do mundo. O Homem devia
povoar a terra. Na época dos descobrimentos (século 15/16), Portugal e Espanha
defendiam o expansionismo
 Hoje em dia, políticas económicas, socias e culturais influenciam o crescimento
da população. Com a emancipação económica das mulheres, as mulheres em
idade fértil não têm tantos filhos. As mulheres e o governo são os maiores
controladores da população hoje em dia. Em meados dos anos 60, surgiram os
métodos contracetivos que permitiram o controlo da população sobretudo pelo
controlo das mulheres
 Áreas de intervenção populacional – Controlo da população
 Vício – 1ª área:
o Aborto
o Infanticídios
o Utilização de métodos contracetivos
o Abandono

 Miséria – 2ª área
o A criança devia ser exposta a mais climas
o Trabalho penoso
o Se necessário enviá-las para a guerra

 Obrigação moral – 3ª área


o Celibato
o Castidade

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 Legislação das leis – 4ª área
o Proibido os casais terem filhos se não tiverem condições. Os
casais deviam adiar a idade do casamento
o Limitar o número de filhos por mulher

 1948 – Declaração Universal dos Direitos Humanos

Teoria de crescimento populacional de Thomas Malthus


Numa dada população e região, os alimentos e recursos crescem em proporção
aritmética, enquanto a população cresce em proporção geométrica. Ao fim de 25
anos há um ponto de equilíbrio entre os recursos e a população, ou seja, o número
da população iguala-se ao número de recursos.
Criando um maior número de produção e mais exploração é exercida uma maior
pressão sobre os recursos naturais, o que permite que se eleve a linha dos
alimentos no gráfico. O governo cria métodos através da tecnologia para combater
a miséria, pobreza, conflitos e fome tal como optando pela exploração ou
importação de outras áreas.

3 variáveis no cálculo das taxas:

- Tempo

- Lugar

- Pessoa

Gerações

 Geração biológica: começa com a fecundação até ao momento em que o ser se


deixa de ser capaz de reproduzir, biologia (14/15), socialmente inaceitável
 Geração social: quando a sociedade permite que haja reprodução (por volta dos
30 anos)

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Demografia

 Estudo das populações do ponto de vista matemático. Taxas de natalidade,


mortalidade, fecundidade…. Em sentido amplo abrange a história natural e
social da espécie humana; em sentido restrito, abrange o conhecimento
matemático das populações, dos seus movimentos gerais, do seu estado físico,
intelectual e moral
 Demografia Social – Preocupa-se com as causas e consequências dos
fenómenos demográficos

Análise Demográfica

 Colheita de dados
 Avaliação da qualidade
 Cálculo de indicadores
 Análise macro: volumes, crescimentos e estruturas populacionais
 Análise micro: fecundidade, mortalidade, migrações

Acontecimentos demográficos/ Fenómenos demográficos

 Nascimentos
 Óbitos
 Casamentos
 Divórcios
 Podem ser:
 Renováveis -Podem ocorrer várias vezes para cada indivíduo (Exs:
casamento e divórcio)
 Não renováveis - Só podem ocorrer uma vez (Exs: nascimento e morte)

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Fontes de dados tradicionais para a demografia:

 Estado da população – Recenseamentos (fotografia)


 Dá a imagem da população num determinado momento do tempo,
nomeadamente o volume da população e a sua estrutura (idade, sexo,
estado civil, profissão e instrução).
 Movimento da população – estatísticas demográficas (filme)
 Dá informação anual relativa aos vários fenómenos demográficos de
uma população, ou seja, nascimentos, óbitos, casamentos e migrações.

 A maioria dos indicadores demográficos obriga a compatibilizar a informação


referente ao estado e ao movimento da população, à exceção de indicadores de
volume, crescimento e estrutura, que dependem só dos recenseamentos.

Equação de concordância

Baseia-se na comparação dos resultados dos recenseamentos com os valores do


movimento natural e migratório (também referida como o método do seguimento
demográfico)

População final = População inicial + (nascimentos – óbitos) + (imigrantes –


emigrantes)
População final – População inicial = (nascimentos – óbitos) + (imigrantes –
emigrantes)

Saldo total = saldo natural + saldo migratório

Conceitos demográficos

 Nascimento (produto de fecundação) – expulsão ou extração completa do


corpo materno de um produto de fecundação, com uma determinada idade de
gestação. Implica a existência de dois indivíduos em idade de procriar, um do
sexo masculino e outro do sexo feminino. O nascimento ocorrido até ao final da
36ª semana de gestação designa-se "nascimento de pré-termo", e o ocorrido a
partir da 42ª semana completa de gestação designa-se "nascimento de pós-
termo"; se ocorrer entre a 37ª e a 41ª semana completa de gestação designa-se
"nascimento de termo".

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 Nascimento vivo (nado-vivo) – expulsão ou extração completa do corpo
materno, independentemente do tempo de gravidez, de um produto da
fecundação que respira ou manifesta quaisquer outros sinais de vida, como
batimentos cardíacos, pulsações do cordão umbilical ou contração efetiva de
qualquer músculo sujeito à ação da vontade, quer o cordão umbilical tenha sido
cortado ou não e quer a placenta esteja ou não retida.

 Óbito (morte) – cessação irreversível das funções do tronco cerebral. Também


pode ser definido como o desaparecimento permanente de qualquer sinal de vida
em qualquer momento após o nascimento com vida.

 Óbito fetal (feto-morto) – morte de um produto da fecundação antes da


expulsão ou extração completa do corpo da mãe, independentemente da duração
da gravidez; depois da separação materna o feto não respira nem manifesta
quaisquer sinais de vida, como batimentos cardíacos, pulsações do cordão
umbilical ou contrações de qualquer músculo sujeito à ação da vontade. O óbito
ocorrido até ao final da 21ª semana de gestação (período fetal precoce) designa-
se "óbito fetal precoce" e o ocorrido a partir da 28ª semana (período fetal tardio)
designa-se "óbito fetal tardio".

 Emigrante (E) – indivíduo (nacional ou estrangeiro) que, no período em


análise, saiu de um país ou região depois de aí ter permanecido continuamente
durante, pelo menos, um ano. Será um "emigrante temporário" se tencionar
residir no estrangeiro por um período inferior a um ano. Será um "emigrante
permanente" se tencionar residir continuamente no estrangeiro por um período
igual ou superior a um ano.

 Imigrante (I) – o indivíduo (nacional ou estrangeiro) que, no período em


análise, entrou num país ou região depois de ter residido continuamente no
estrangeiro durante, pelo menos, um ano. Será um "imigrante temporário" se
tencionar residir no país ou região por um período inferior a um ano. Será um
"imigrante permanente" se tencionar residir continuamente no país ou região por
um período igual ou superior a um ano.
 Migração (M) – deslocação de um indivíduo num determinado espaço, com a
intenção de alterar a sua residência. Será uma "migração temporária" se a
deslocação tiver como objetivo a fixação de residência por um período inferior a
um ano. Será uma "migração permanente" se a deslocação tiver como objetivo a
fixação de residência por um período igual ou superior a um ano. A migração
pode ocorrer entre países − migração internacional − ou no interior de um país −
migração interna.

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 Taxa bruta de natalidade (TBN) – também é designada "taxa geral de
natalidade". Corresponde ao número de nados-vivos numa determina região,
para um determinado período de tempo (geralmente um ano civil), relativamente
à população dessa região calculada para o meio do período considerado.
Geralmente é expressa por 1000 habitantes.

NV: total de nados vivos durante o período em análise


TBN- Taxa bruta de natalidade
Pm: população a meio do período em análise
(𝑁𝑉 ÷ 𝑃𝑚) × 1000

 Taxa de fecundidade (f) – relação entre os nascimentos (dos dois sexos) e o


número de mulheres em idade de procriar (estatisticamente: mulheres entre 15 e
49 anoscompletos). As taxas de fecundidade podem ser calculadas para o grupo
inteiro (geral), por grupos de idades (específica).

f- Taxa de fecundidade
f= (NV/Mulheres 15-49) x 1000

 Relação de masculinidade – relação entre o número de indivíduos do sexo


masculino e os do sexo feminino. Em geral a relação de masculinidade à nascença
costuma ser de 105. Ou seja, para 105 crianças do sexo masculino nascem 100 do
sexo feminino.

(Nº de crianças de s. masculino/ nº de crianças do s. feminino) x100

 Taxa de feminidade – relação entre o nascimento de cada 100 raparigas e o nº.


total de nascimentos (rapazes + raparigas).

[Nº de raparigas /nº total de nascimentos (rapazes + raparigas)] x 100

 Esperança de vida à nascença (EVA) – número médio de anos que uma pessoa
à nascença pode esperar viver, se as taxas de mortalidade por idade observadas
no momento se mantiverem.

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 Esperança de vida numa determinada idade (EVI) – número médio de anos que
uma pessoa que atinja a idade "x" ainda pode esperar viver, se as taxas de
mortalidade por idade observadas no momento se mantiverem.

 Saldo natural (SN) – também é designado "saldo fisiológico". É a diferença


entre o número de nados-vivos e o número de óbitos, num determinado período
de tempo (geralmente um ano civil).

𝑁𝑣 − 𝑂𝑏 NV: total de nados vivos durante o período em análise

Ob: total de óbitos ocorridos durante o período de análise

 Saldo migratório (SM) – diferença entre o número de entradas e saídas por


migração (imigrantes e emigrantes), num determinado país ou região, num
período de tempo específico (geralmente um ano civil). O saldo migratório
também pode ser calculado pela diferença entre a variação populacional e o
saldo natural.
I: total de entradas por migração
SM= I-E= VP- SN
E: total de saídas

VP: variação populacional no período de análise

SN: saldo natural no período de análise

 Variação populacional (VP) – diferença entre os efetivos populacionais em


dois momentos de observação, geralmente em 31 de dezembro de dois anos
consecutivos (entre os momentos "0" e "t"). A variação populacional também
pode ser calculada através do somatório do saldo natural e do saldo migratório.
Traduz o "crescimento efetivo da população" (positivo ou negativo).

Pt: população no momento “t”


VP= Pt- P0 ou VP= (NV-Ob)+ (I-E)
P0: população no momento “0”

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 Taxa de crescimento efetivo (TCE) – variação populacional observada num
determinado período de tempo (entre os momentos "0" e "t" − geralmente um ano
civil), relativamente à população média desse período. Geralmente é expressa por
100 ou 1000 habitantes.

TCE= (Pt- P0)/ [(P0+Pt)/2] x100


Ou
TCE= (Pt- P0)/ [(P0+Pt)/2] x 1000

 Taxa de crescimento migratório (TCM) – saldo migratório observado num


determinado período de tempo (entre os momentos "0" e "t" − geralmente um ano
civil), relativamente à população média desse período. Geralmente é expressa por
100 ou 1000 habitantes.

TCM= SM/[(P0+Pt)/2] x 100


Ou
TCM= SM/[(P0+Pt)/2] x 1000

 Taxa de crescimento natural (TCN) – saldo natural observado num determinado


período de tempo (entre os momentos "0" e "t" − geralmente um ano civil),
relativamente à população média desse período. Geralmente é expressa por 100
ou 1000 habitantes.

TCN= SN/[(P0+ Pt)/2]x100


Ou
TCN= SN/[(P0+ Pt)/2]x1000

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 Taxa bruta de mortalidade (TBM) – também é designada "taxa geral de
mortalidade". Corresponde ao número de óbitos ocorridos numa determina região,
para um determinado período de tempo (geralmente um ano civil), relativamente
à população dessa região calculada para o meio do período considerado.
Geralmente é expressa por 1000 habitantes.

TBM= (Ob/Pm)x1000

 Taxa de mortalidade infantil (TMI) – número de óbitos em crianças com


menos de um ano de idade, ocorridos num determinado período de tempo
(geralmente um ano civil), relativamente ao total de nados-vivos no mesmo
período. Geralmente é expressa por 1000 nados-vivos.

TMI= (Ob/Nv) x 1000

 Taxa de mortalidade neonatal (TMN) – número de óbitos em crianças com


menos de 28 dias de idade, ocorridos num determinado período de tempo
(geralmente um ano civil), relativamente ao total de nados-vivos no mesmo
período. Geralmente é expressa por 1000 nados-vivos.

TMN= (Ob/Nv) x1000

 Taxa de mortalidade neonatal precoce (TMNP) – número de óbitos em


crianças com menos de 7 dias de idade ocorridos num determinado período de
tempo, relativamente ao total de nados-vivos no mesmo período (geralmente um
ano civil). Geralmente é expressa por 1000 nados-vivos.

TMNP= (Ob/Nv) x1000

 Taxa de mortalidade perinatal (TMP) – quociente entre a soma aritmética do


número de óbitos em crianças com menos de 7 dias de idade, com o número de
fetos-mortos com mais de 22 semanas de gestação, e a soma aritmética do
número de nados-vivos com o número de fetos-mortos com mais de 22 semanas
de gestação, ocorridos num determinado período de tempo (geralmente um ano
civil).

TMP= [(Oc +FM)/ (NV+FM)] x 1000 Oc: total de óbitos em crianças com menos de 7
dias de idade

FM: total de fetos-mortos com mais de 22 semanas


de gestação

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Índices demográficos

 É o valor estimável que mais se aproxima de uma taxa (é a melhor estimativa


possível da taxa correspondente)
 É idêntico a uma taxa, mas no denominador não se coloca a "população alvo"
do fenómeno considerado no numerador
 Na apresentação do seu valor, o resultado pode ou não ser multiplicado por uma
potência de 10 (10n)

 Índice de Dependência de Idosos (IDI)- É a relação entre a população idosa e


a população em idade ativa. Habitualmente definido como o quociente entre o
número de pessoas com idade igual ou superior a 65 anos e o número de pessoas
com idades compreendidas entre os 15 e os 64 anos. Geralmente é expresso em
percentagem (por 100 pessoas com 15-64 anos).
P1: população com idade igual ou superior a 65
anos
IDI = ( P1 ÷ P2 ) x 100
P2: população com idades compreendidas entre os
15 e os 64 anos

 Índice de Dependência de Jovens (IDJ) - É a relação entre a população jovem


e a população em idade ativa. Habitualmente definido como o quociente entre o
número de pessoas com idades compreendidas entre os 0 e os 14 anos e o
número de pessoas com idades compreendidas entre os 15 e os 64 anos.
Geralmente é expresso em percentagem (por 100 pessoas com 15-64 anos).

P1: população com idades compreendidas entre os


0 e os 14 anos
IDJ = ( P1 ÷ P2 ) x 100
P2: população com idades compreendidas entre os
15 e os 64 anos

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 Índice de Dependência Total (IDJ) - É a relação entre a população jovem e
idosa, e a população em idade ativa. Habitualmente definido como o quociente
entre o somatório de pessoas com idades compreendidas entre os 0 e os 14 anos
e as pessoas com idade igual ou superior a 65 anos, e o número de pessoas com
idades compreendidas entre os 15 e os 64 anos. Geralmente é expresso em
percentagem (por 100 pessoas com 15-64 anos).

P1: população com idades compreendidas entre os 0 e


os 14 anos

P2: população com idade igual ou superior a 65 anos


IDT = [( P1 + P2 ) ÷ P3 ] x 100
P3: população com idades compreendidas entre os 15 e
os 64 anos

 Índice de Envelhecimento (IE) - Também é designado "índice de vitalidade". É


a relação entre a população idosa e a população jovem. Habitualmente definido
como o quociente entre o número de pessoas com idade igual ou superior a 65
anos e o número de pessoas com idades compreendidas entre os 0 e os 14 anos.
Geralmente é expresso em percentagem (por 100 pessoas com idades entre os 0
aos 14 anos).
P1: população com idade igual ou superior a 65
anos
IE = ( P1 ÷ P2 ) x 100
P2: população com idades compreendidas entre os
0 e os 14 anos

 Índice de Juventude (IJ)- É a relação entre a população jovem e a população


idosa. Habitualmente definido como o quociente entre o número de pessoas com
idades compreendidas entre os 0 e os 14 anos e o número de pessoas com idade
igual ou superior a 65 anos. Geralmente é expresso em percentagem (por 100
pessoas com idade igual ou superior a 65 anos).
P1: população com idades compreendidas entre os
0 e os 14 anos
IJ = ( P1 ÷ P2 ) x 100
P2: população com idade igual ou superior a 65
anos

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 Índice de Juventude da População em Idade Activa (IJPA)

É a relação entre a metade mais jovem e a metade mais idosa da população em idade
ativa. Habitualmente definido como o quociente entre o número de pessoas com idades

compreendidas entre os 15 e os 39 anos e o número de pessoas com idades


compreendidas entre os 40 e os 64 anos. Geralmente é expresso em percentagem (por
100 pessoas com idades entre os 40 e os 64 anos).
P1: população com idades compreendidas entre os
15 e os 39 anos
IJPA = ( P1 ÷ P2 ) x 100
P2: população com idades compreendidas entre os
40 e os 64 anos.

 Índice de Longevidade (IL) - É a relação entre dois grupos de população idosa:


um com idade igual ou superior a 65 anos e outro com idade igual ou superior a
75 anos. Habitualmente definido como o quociente entre o número de pessoas
com idade igual ou superior a 75 anos e o número de pessoas com idade igual ou
superior a 65 anos. Geralmente é expresso em percentagem (por 100 pessoas
com idade igual ou superior a 65 anos).
P1: população com idade igual ou superior a 75
anos
IJ = ( P1 ÷ P2 ) x 100
P2: população com idade igual ou superior a 65
.
anos

Estruturas populacionais

 Estudam a forma como se reparte a população segundo o sexo e a idade num


determinado momento do tempo
 Na análise das estruturas populacionais uma das questões mais importantes é a
análise do envelhecimento demográfico
 Alguns conceitos associados são nomeadamente:
 Pirâmides etárias,
 Relações de Masculinidade
 Grupos etários e índices resumo

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Pirâmides de idade (etárias, demográficas ou populacionais)

 Representação gráfica da estrutura populacional, segundo o sexo e a idade. As

pirâmides demográficas situam-se entre dois modelos/tipo:

• Acento circunflexo – países em desenvolvimento, com natalidade e mortalidade


muito elevadas, têm uma base larga e um topo reduzido. Em formato de triângulo.

• Urna – países desenvolvidos, com baixas natalidade e mortalidade, têm uma

base reduzida e um topo relativamente largo

Idade mediana

Separa a população em duas metades: 50% mais novos e 50% mais velhos

Envelhecimento demográfico

 Segundo a ONU, estima-se que até 2050, o número de pessoas com mais de 60
anos será maior do que os menores de 15
 Atualmente 21% da população mundial são idosos
 O envelhecimento da população é devido à melhoria da qualidade de vida, à
redução da natalidade, confinada aos países desenvolvidos.
 O envelhecimento é uma alteração da estrutura populacional que resulta dos
efeitos conjugados do:
 movimento natural:
o nascimentos
o óbitos
 movimento migratório:
o emigração
o imigração

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Efeitos das Migrações sobre o Envelhecimento

 Emigração - Acentua o envelhecimento: diminui o centro e, em consequência a


base da pirâmide
 Imigração - Contraria o processo de envelhecimento: aumenta a base e o centro
da pirâmide

Transição demográfica

 A passagem de um estado de equilíbrio em que a mortalidade e a natalidade


apresentam elevados níveis, para um outro estado de equilíbrio, em que a
natalidade e a mortalidade apresentam baixos níveis
 Modelo das grandes transformações demográficas que ocorreram ou estão a
ocorrer nos países desenvolvidos

Teoria da transição demográfica


Perspetiva sobre a evolução da população humana nos últimos 2 séculos, onde há uma
evolução de acordo com 4 fases.
Fases da teoria da transição demográfica
Fase de equilíbrio:

 Mortalidade elevada, muitas flutuações, crises

 Fecundidade e natalidade elevadas

 Crescimento populacional pequeno e irregular

1ª fase da transição:

 Declínio da mortalidade deve-se a vacinas, aos antibióticos, saneamento


básico e à melhoria da qualidade de vida

 Crescimento demográfico elevado

2ª fase da transição

 Declínio da fecundidade devido a métodos contracetivos (ex: pílula) e às


consultas de planeamento familiar

 Crescimentos populacional desacelera progressivamente

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Fase de equilíbrio

 Mortalidade baixa e esperança de vida elevada

 Fecundidade baixa

 Crescimento nulo

Ideia Central da Transição Demográfica

 Modernização influenciou os comportamentos demográficos


 Revolução sanitária (anos 90) quase não há países com esperança
de vida à nascença inferior a 50 anos
 Países com esperança de vida inferior a 50 anos situam-se na
África Subsariana
 Revolução Contracetiva que originou um baixo nível
de natalidade e fecundidade

Recenseamento ou censo

 Têm como objetivos:


 Determinar o número da população
 Número de habitantes (população presente e residente)
 Densidade populacional
 Crescimento populacional
 Determinar a estrutura qualitativa da população:
o Sexo, idade e nacionalidade
o Ocupação, escolaridade, estado civil e agregado familiar

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o Incapacidades para atividades de vida diária
 Efetuam-se de 10 em 10 anos para planeamento e resolução de problemas
económicos, sociais e de saúde
 O censo é o valioso instrumento de diagnóstico, planeamento e intervenção social:
 Na definição de objetivos e prioridades para as políticas globais de
desenvolvimento
 No planeamento regional e local
 Nos estudos de mercado e sondagens de opinião
 Na investigação em ciências sociais
 Atualmente, o método mais utilizado é a internet
 O método mais clássico na recolha de dados consiste em questionários à
população, recrutando-se agentes recenseadores que vão de porta em porta
entregar os questionários e as instruções de preenchimento dos mesmos. Mais
tarde, os questionários são recolhidos, após terem sido preenchidos pelos
indivíduos

 Conceitos relacionados:
 Identificação geográfica
 Composição da família,
 Questionário individual
 Questionário de edifício ou alojamento

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