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Semana I Guia de Estudo
Semana I Guia de Estudo
1. Pertinência do estudo
Por isso, pretende-se com este tema contribuir para moralização da sociedade
moçambicana, dos nossos estudantes na Universidade Licungo projectando a construção
de relações sociais mais harmoniosas e inclusivas, que atendem a diversidade dos sujeitos.
Neste sentido, a proposta de trabalho com este tema surge como uma forma de contribuir
para a valorização desta diversidade existente na sociedade moçambicana orientando-se
por princípios éticos, morais, democráticos e de cidadania.
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Uma tal perspectiva, sensível à diversidade dos educandos, também deve prever medidas
especiais destinadas aos grupos vulneráveis ou marginalizados e à melhoria dos ambientes
educacionais e escolares, particularmente no que respeita a meninas, com o objectivo
último de contribuir para o reforço da autonomia por meio da promoção dos direitos
humanos, do aumento do espírito cívico e do fomento do desenvolvimento sustentável.
Alcançar uma educação que leve em conta a cultura requer indivíduos que possuam os
conhecimentos necessários e respeitem as diferenças culturais.
O mundo em que vivemos é um mundo marcado pelo relativismo, onde o certo e o errado
nunca foram tão banalizados. Para a maioria das pessoas, os padrões morais e valores
sociais ficam a critério de cada um. Por isso, vivemos num mundo altamente
individualista que prevalece nas relações sociais, educacionais, económicas, na religião e
no trabalho.
O Ser Humano é um animal racional; diferencia-se dos demais animais por ter a
capacidade de pensar. Por isso quando olhamos o mundo que nos cerca percebemos que
não existe propriamente “a ética’’, mas “éticas”, e os filósofos que vieram depois dos
gregos da era clássica aproveitaram-se daquelas reflexões, alterando-as conforme a época
em que viveram.
Por que estudar as diferentes teorias éticas? O estudo da Ética está associado à
necessidade de se estabelecer limites nos desejos e ambições individuais, dirigindo-os
para uma relação equilibrada com as necessidades sociais.
Muitas vezes utilizamos os termos ética e moral como sinónimos, ou seja, termos com o
mesmo significado. Para (Cortina & Martinez; 2005) o termo ética vem do grego ethos;
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tem o significado de “carácter”, “costume. Moral vem do latim mor, moris, significa
“maneira de se comportar regulada pelo uso”; daí relacionarmos o termo “moral” com
“costume”; moralis, morale, adjectivo referente ao que é “relativo aos costumes”.
Ora, a palavra costume se diz, em grego, ethos – donde, ética – e, em latim, moris –
donde, moral. Em outras palavras, ética e moral referem-se ao conjunto de costumes
tradicionais de uma sociedade e que, como tais, são considerados valores e obrigações
para a conduta de seus membros. Embora etimologicamente, os termos ética e moral
sejam sinónimos, conservam alguma diferença. ou seja, ética e moral só podem ser
considerados como sinónimos a partir do significado etimológico, mas conservam suas
diferenças.
Ética é o estudo dos juízos de apreciação que se refere à conduta humana susceptível de
qualificação do ponto de vista do bem e do mal.
Moral é o conjunto das regras ou normas, de conduta admitidas por uma sociedade ou por
um grupo de homens em determinada época. Assim, o homem moral é aquele que age
bem ou mal na medida em que acata ou transgride as regras do grupo. A moral, ao mesmo
tempo que é o conjunto de regras que determina como deve ser o comportamento dos
indivíduos do grupo, é também a livre e consciente aceitação das normas. Isso significa
que o acto só é propriamente moral se passar pelo crivo da aceitação pessoal da norma.
Conjunto dos costumes e juízos morais de um indivíduo ou de uma sociedade que possui
carácter normativo (regras do comportamento das pessoas no grupo).
Ética ou Filosofia moral, disciplina filosófica que se ocupa com a reflexão a respeito das
noções e princípios que fundamentam a vida moral. De acordo com Cortina(2005), essa
reflexão pode seguir as mais diversas direcções, dependendo da concepção de homem que
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se toma como ponto de partida, podendo ser vista ou percebida como: a) reflexão a
respeito das noções e dos princípios que fundamentam a vida moral; b) disciplina teórica
sobre a prática humana (o costume ou o comportamento humano).
A ética é uma filosofia prática, ou seja, uma reflexão sobre a práxis (acção prática) em
todos os sectores da vida humana. Ética estuda os valores morais e os princípios ideais da
conduta humana.
3. 2. Divisões da ética
A ética divide-se em três campos: meta-ética, ética normativa e ética aplicada. A ética
normativa pretende responder a perguntas tais como “O que devemos fazer?” ou de forma
mais ampla “Qual a melhor forma de viver bem?”. As respostas a estas questões são
dadas, seja através da determinação da ação ou regra correta, seja através da determinação
mais ampla de um caráter moral.
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Podemos dividir as correntes da ética normativa em três grandes linhas: éticas teleológicas
e deontológicas e de virtudes.
As éticas de virtudes são baseadas no caráter moral ou virtuoso do indivíduo. Virtude tem
a ver com o equilíbrio entre o excesso e a falta e é a guia para a personalidade. Por
exemplo, a virtude da coragem é o equilíbrio entre a covardia e a temeridade.
3. 3. Funções da ética.
•A ética tem uma tripla função: 1) esclarecer o que é a moral, quais são seus traços
específicos; 2) fundamentar a moralidade, ou seja, procurar averiguar quais são as razões
que conferem sentido ao esforço dos seres humanos de viver moralmente; 3) aplicar aos
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diferentes âmbitos da vida social os resultados obtidos nas duas primeiras funções, de
maneira que se adopte uma moral crítica em vez da subserviência a um código.
A moral dogmatiza com seus códigos, enquanto que a ética argumenta criticamente. Não
há totalitarismo em exigir argumentação, mas é totalitário o dogmatismo da mera
autoridade, das pretensas evidências, das emoções e das metáforas. Filosofar é
argumentar. Este é o modo de proceder da filosofia moral. Os métodos para argumentar
podem ser muitos: empírico-racional (Artistóteles), empirista e racionalista (era moderna)
transcendental (Kant), dialético-absoluto (Hegel), dialético-materialista (Marx),
genealógico-desconstrutivo (Nietszche), fenomenológico (Husserl, Scheler), análise da
linguagem (Moore, Stevenson, Ayer), neocontratualista (Rawls).
O debate sobre a inclusão remonta na década de 90 e a partir daquela época a escola passa
a ser vista como o local de todos, segundo a Declaração Mundial de Educação para Todos.
Quem não respeita o outro, o diferente, o estranho não respeita a diversidade; cria
estereótipos, o que leva a discriminação. O processo de inclusão é a construção de uma
sociedade para todos (Freire; 1987).
As diferenças ajudam na aprendizagem, uma vez que não existe uma forma única nem
modelo de educação. O modelo de homem só pode vivenciado, percebido e
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O aluno de uma escola inclusiva é outro sujeito que não tem uma identidade fixada em
modelos ideais, permanentes e essenciais. De acordo com Sassaki (1997) a inclusão é o
processo pelo qual a sociedade se adapta para poder incluir, em seus sistemas sociais
gerais, pessoas com necessidades especiais, e simultaneamente estas se preparam para
assumir seus papéis na sociedade. A inclusão social constitui, então, um processo bilateral
no qual as pessoas, ainda excluídas, e a sociedade buscam, em parceria, equacionar
problemas, decidir sobre soluções e efetivar a equiparação de oportunidades para todos.
Desse modo, incluir é despojar de preconceitos, discriminações, aceitar as diferenças,
respeitar a diversidade. Incluir é garantir espaços, abrir horizontes, respeitar o outro, o
diferente, enfim, possibilitar que todos possam mesmo sendo diferentes gozar de direitos
sociais, políticos e culturais.
Referências bibliográficas