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Artigo Tributario Imunidade Tributária de Templos
Artigo Tributario Imunidade Tributária de Templos
ABSTRACT
This article sought to analyze the positive and negative aspects of Tax Immunity to
the temples of any cult. Religious immunity is present in CF / 88, article 150, item VI,
paragraph b. The data obtained favor the understanding of the opinion of several authors on
the subject and on the importance of religion for society. After analyzing the data, it was
concluded that immunity over temples is very important, as it helps to reduce the maintenance
costs of the entities that contribute positively to society, helping the most needy, as well as
helping the faithful in a way psychological and spiritual.
A limitação de tributar sobre os templos tem por objetivo a proteção aos locais de
culto, bem como suas liturgias e tutela também quaisquer atos que venham a causar esbulho
ou embaraço ao seu funcionamento. A grande problemática que temos na atualidade, é para
com a aplicação da extensão da imunidade tributária em determinadas situações. Vista para
alguns como um benefício, a não incidência fiscal para os templos religioso, no que diz
respeito à sua extensão usada por líderes de instituições religiosas, bem como determinadas
situações, pois, como já dito anteriormente, a imunidade tributária, por ter sua natureza
subjetiva, seu entendimento dependerá, em determinados casos, de interpretação.
2. REFERENCIAL TEÓRICO
2.1. Tributos
Na realidade, como aponta José Souto Maior Borges, a competência tributária “já
nasce limitada”. Em suas palavras, a competência é “como que um perfil resultante de um
desenho constitucional, não só com as normas autorizativas que definem positivamente o
exercício do poder fiscal, mas também com normas limitativas, quer dizer, as normas que
determinam os limites em que esse poder poderá ser exercido, ou deverá ser exercido”.
Importa salientar que o Supremo Tribunal Federal (ARE n. 928575) já entendeu que
tais imunidades são aplicáveis somente aos impostos, e não às outras espécies tributárias,
como taxas e contribuições.
2.3. Religião
É esta necessidade de explicação que vai gerar a busca por um mundo metafísico, ou
seja: além da física, além daquilo que posso ver e tocar. Assim, como um fenômeno inerente à
cultura humana, as religiões se configuram como conjunto de sistemas culturais e crenças.
Possuem conteúdo Metafísico, nos quais se busca relacionar a humanidade com o mundo
espiritual. De toda forma, esta é uma definição ocidental. Isso porque não existe uma palavra
equivalente na cultura oriental (no hinduísmo e budismo, Dharma é o conceito mais
aproximado).
3. METODOLOGIA
Demo (2003, p. 19) diz que Metodologia “(...) é uma preocupação instrumental. Trata
das formas de se fazer ciência. Cuida dos procedimentos, das ferramentas, dos caminhos”.
Segundo Prodanov e Freitas (2013, p. 192) “a metodologia é compreendida como uma
disciplina que consiste em estudar, compreender e avaliar os vários métodos disponíveis para
a realização de uma pesquisa acadêmica.”
De acordo com YIN (2005) o estudo de caso pode ser descritivo que dá a possibilidade
ao investigador descrever os fenômenos contemporâneos dentro do contexto real. O estudo de
caso está além de uma simples estratégia de coleta de dados, mas de uma estratégia de
pesquisa integral.
Segundo Marconi e Lakatos (2001) “as fontes de dados podem ser: documentos;
literatura existente; estatísticas (documentação indireta de fontes primárias ou secundárias;
documentação direta, com os dados escolhidos pelo autor); observação; entrevista;
questionário; formulário etc.”
O gráfico que descreve a carga tributária por família no Brasil foi feito da seguinte
forma: as famílias foram divididas por faixa salarial até dois salários mínimos, de dois a três
salários mínimos, de três a cinco salários mínimos e assim por diante até uma renda familiar
com mais de trinta salários mínimos. Foi utilizado o valor da carga tributária por cada faixa
salarial, valores disponibilizados no site do IPEA, valores esses multiplicados pelos dias do
ano para achar os dias trabalhados destinados ao pagamento de tributos, os devidos
arredondamentos foram feitos. Os dados utilizados para a produção do gráfico foram do ano
de 2008.
O gráfico de setores utilizado no presente artigo para explicar a porcentagem das
Religiões no Brasil de acordo com o número de habitantes no ano de 2010, dados retirados no
site do IBGE. Porcentagem de pessoas que têm religião e quais são as religiões por elas
seguidas. Foi utilizado o software Excel® para fazer os cálculos e os gráficos utilizados no
artigo.
4. RESULTADO DA PESQUISA
Segundo o art. 145, I, II, III da CF - Os tributos são divididos em três partes que são os
impostos, as taxas e a contribuição de melhoria, enquanto que os impostos são divididos entre
Impostos diretos e indiretos. Os Impostos diretos, que são os que incidem diretamente sobre a
renda pessoal do cidadão, por exemplo o Imposto de Renda, seguem o princípio da
capacidade contributiva que segundo o §1º do art. 145 ele terá sempre que possível caráter
pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte.
Segundo Pereira (2015) “Os impostos indiretos são aqueles, que devido a sua
natureza, podem ter o ônus tributário transferidos do contribuinte à outra pessoa, que
suportará este ônus.” Essa transferência de ônus tributário é suportada pelo Imposto sobre
Produtos Industrializados e pelo Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços
(Ibidem, p, 3), sendo assim os impostos indiretos que são os Impostos sobre consumo, não
contém caráter pessoal, portanto não seguem o princípio da capacidade contributiva, uma vez
que onera o consumidor final de determinado bem ou serviço, independentemente de seu
poder econômico (D'ARAÚJO, 2015).
Segundo Gassen, D'Araújo, Paulino (2013) “Do total da carga tributária brasileira, os
tributos incidentes sobre o patrimônio representam 3,52%, sobre a renda 24,14%, e sobre o
consumo 68,20%”, ou seja, a maior parcela da Carga tributária bruta brasileira vem dos
Impostos sobre consumo o que faz com que as pessoas com a menor capacidade contributiva
arquem com a maior parte dos tributos arrecadados em nosso país, por causa disso pode-se
observar que o brasil apresenta uma matriz tributária altamente regressiva. (Gassen, D'Araújo,
Paulino, 2013)
Como podemos ver na tabela abaixo, no ano de 2008 um trabalhador que recebe até
2 salários mínimos destina 53,9% de sua renda para o pagamento de tributos, ele passa 197
dias para pagar todos os tributos enquanto que aqueles com renda mensal maior de 30 salários
mínimos tiveram uma carga tributária de apenas 29% de sua renda e passaram 106 dias para
pagarem os tributos.
Em paralelo a essa situação, as igrejas evangélicas no brasil têm uma renda, por meio
de doações dos fiéis, de mais de R $1 bilhão por mês em sua totalidade, enquanto que as
igrejas católicas arrecadam cerca de R $680 milhões.
Gráfico 1 - Porcentagem das Religiões no Brasil em 2010
Fonte 2 – IBGE
Percebe-se então que a renda bilionária das igrejas é paga por aqueles que além de
terem pouca renda, ainda possuem uma carga tributária maior, enquanto que essas entidades
que estão recebendo bilhões de doações não são obrigadas a pagar tributos sobre essas
receitas.
As Entidades Religiosas não possuem fins lucrativos, toda a sua renda é destinada
única e exclusivamente ao patrimônio da própria instituição, ou seja, todo o seu lucro é
empregado de volta na respectiva entidade, então com essa imunidade todo o dinheiro que
seria empregado no pagamento de tributos, poderá ser usado para trazer benefícios a própria
instituição como também a sociedade.
Então, um dos aspecto positivo da Imunidade a templos de qualquer culto é que ela
facilita a concepção e manutenção das instituições religiosas, que apesar de existência das
entidades religiosas que possuem uma renda milionária como dito anteriormente, existem
também as outras instituições em regiões mais pobres que possuem uma renda muito pequena
e que se não fosse por essa imunidade, elas passariam por dificuldades para se manter,
podendo acabar até fechando, prejudicando assim aquelas pessoas que são ajudadas por essas
entidades.
A religião também tem uma grande importância para aqueles que estão encarcerados
nos presídios, pois ela contribui para uma maior expectativa de futuro, na promoção da
esperança e da motivação para a mudança, além de criar laços para o momento pós-
encarceramento ajudando assim na ressocialização dos presos (ibidem, p, 10)
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O grande aumento no número de religiões e ordens religiosas fazem com que se torne
difícil o controle e a justa aplicação da lei. São observadas diversas polêmicas envolvendo
autoridades religiosas em caráter de desvio de valores, lavagem de dinheiro, sonegação de
impostos e diversos crimes, em que utilizam dos templos e instituições religiosas para
praticarem ilícitos em favorecimento próprio. Os casos não são exclusivos de uma religião, no
entanto, tais eventos são desprezíveis e, não apenas por causar danos financeiros aos fiéis
doadores e pagadores de impostos, configuram um grande rombo para os cofres públicos
devido a tais "estratégias" usadas para driblar a Lei. Os valores são desviados para contas
particulares, favorecendo o crescimento de quadrilhas organizadas compostas por membros
das próprias instituições.
O principal intuito da imunidade tributária dos templos de qualquer culto tem o dever
favorecer toda e qualquer denominação religiosa. Os fiéis e adeptos são devem ser os
principais beneficiários, e segundo seriam os alvos dos projetos estabelecidos pelos templos,
tudo em favor da sociedade. Os delitos cometidos com a utilização das denominações
religiosas precisam ser apurados e tratados com severidade, pois os transtornos causados vão
além das ofertas deixadas no altar, são roubos do salário de muitos, enriquecimento para o
bolso de uma minoria, causando demérito para as religiões envolvidas em escândalos e para a
nossa Constituição.
6. REFERÊNCIAS
BERNARDI, Clacir José; CASTILHO, Maria Augusta de. A religiosidade como elemento do
desenvolvimento humano. Interações (Campo Grande), Campo Grande, v. 17, n. 4, pág. 745-
756, dezembro de 2016. Disponível em:<http://www.scielo.br/scielo.php?
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maio de 2021.
GASSEN, Valcir; D'ARAÚJO, Pedro Júlio Sales; PAULINO, Sandra Regina da F. Tributação
sobre Consumo: o esforço em onerar mais quem ganha menos. Sequência (Florianópolis), n.
66, p. 213-234, 2013. Disponível em: < https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S2177-
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OLIVEIRA JUNIOR, Afonso Carlos Paulo de. A imunidade tributária dos templos de
qualquer culto: um olhar sob o prisma da constituição. 2010. 132 f. Dissertação (Mestrado) -
Universidade Federal do Pará, Instituto de Ciências Jurídicas, Belém, 2010. Programa de Pós-
Graduação em Direito. Disponível em:<http://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/7298>.
Acesso em 11 de maio de 2021.
RIBEIRO, Fernanda Mendes Lages; MINAYO, Maria Cecília de Souza. O papel da religião
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RIBEIRO, José Aparecido Carlos et al. Receita pública: quem paga e como se gasta no Brasil.
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