Legislação Do SUS Saúde Pública e Epidemiologia para Concursos e

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LEGISLACAO DO SUS SAUDE PUBLICA E EPIDEMIOLOGIA Ue tte) CIRO PASSOS PYECSESIAZY ae CLT OLIVIA BRASILEIRO Brasileiro & Passos Riou LO LEGISLACAO DO SUS SAUDE PUBLICA E EPIDEMIOLOGIA PARA CONCURSOS E RESIDENCIAS OORDENADOR E AUTOR ROMULO PASSOS AUTORES CIRO PASSOS DIMAS SILVA LaiS HELENA LIMA OLIVIA BRASILEIRO Paine = Romy © 2018, Editora Brasileiro & Passos. EDITORA Brasileiro & Passos Editora Brasileiro & Passos. Av. Epitacio Pessoa, n° 753, Sala 714 — Bairro dos Estados — Jodo Pessoa ~ PB CEP: 58030-904 - E-mail: contato@romulopassos.com.br. Projeto Grafico: Editora Brasileiro & Passos. Editoragio Eletrénica: WM Design e Rodolfo Nascimento da Silva. llustragdes: WM Design. Capa: Rodolfo de Freitas Rocha. Impressao e encadernagdo: Grafica e Editora Vozes Ltda. Revisio linguistica: Rejane Maria de Ara Revisio de contetido: Isabelita de Caldas Marques, Karla Morganna da Costa Felix Assis, Raiane Ribeiro Bezerra Passos e Sthephanie de Abreu Freitas. Ficha Catalografica elaborada pelo bibliotecario Jénatas Souza de Abreu, Me. CBR4-1823 usi4 Legislacéio do SUS, Satide Publica e Epidemiologia para Concursos e Residéncias. Rémulo Silva Passos (Coord.). — Jo%o Pessoa, PB: Editora Brasileiro & Passos, 2018. 432p. il: Color 16 x 23 cm. ISBN: 978-85-53154-04-3 Manual de estudos para concursos puiblicos em Satide Publica. Inclui esquemas, questdes de concursos ptiblicos e bibliografia. 1. Satide publica. 2. Sistema Unico de Satide 3. Epidemiologia. 4. Satide coletiva. 5. Concursos. 6. Residéncias em Satide. |. Titulo. CDU 614 (81) (076.6) 0s autores so seus professores; respeite-os: nao faca cépia ilegal. Todos os direitos reservados — £ proibida a reproducao, salvo pequenos trechos, mencionan- do-se a fonte. A violacSo dos direitos autorais (Lei n? 9.610/98) é crime (art. 184 do Cédigo Penal). Depésito legal na Biblioteca Nacional, conforme Decreto n? 1.825, de 20/12/1907. A Editora Brasileiro & Passos informa que se responsabiliza pelos defeitos graficos da obra. Quaisquer vicios do produto concernentes aos conceitos doutrindrios, as concepsbes ideo- légicas, as referéncias, a originalidade e a atualizacdo da obra séo de total responsabilidade dos autores/atualizadores. Os Autores ROMULO SILVA PASSOS Enfermeiro pela Universidade Federal da Paraiba (2007); especialista em Satide Coletiva pela Universidade Federal da Bahia (2010); mestrando em Saude da Familia pela Faculdade de Enfermagem Nova Esperanca; atuou como coordenador da Atengdo Basica do Municipio de Campo Alegre de Lourdes-BA, durante quatro anos; atuou como enfermeiro do Hospital Uni- versitério HULW-UFPB (EBSERH) por dois anos; é autor de livros nas areas de Enfermagem e Polfticas de Satide para concursos e residéncias; aprovado em oito concursos publicos na drea da Enfermagem e administrativa; atualmente é coordenador pedagdgico e professor do site: . CIRO SILVA PASSOS Graduado em Fisioterapia pela UFP8; servidor publico federal do INSS; aprovado em varios concursos publicos, dentre eles o da Receita Federal e da Secretaria Estadual de Satide do Piaui; autor dos livros Manual de Enfermagem para Concursos e Residéncias e Legislacao do SUS - Questées Comentadas. Professor do site . DIMAS DO NASCIMENTO SILVA Enfermeiro; pds-graduando em Urgéncia e Emergéncia; autor dos livros Manual de Enferma- gem para Concursos ¢ Residéncias e Legislagéo do SUS - Questées Comentadas. Professor € coordenador académico do site: . Lais HELENA DE SOUZA SOARES LIMA Enfermeira graduada pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE); doutoranda em En- fermagem pelo Programa de Pés-Graduacao em Enfermagem (PPGEnf) da UFPE; mestra em Enfermagem com énfase em Educacao em Satide pelo PPGEnf da UFPE; fez Residéncia Mul- tiprofissional em Satide da Familia pelo Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (IMIP) e especializagdo em Enfermagem do Trabalho no Centro de Formagio e Aper- feigoamento Profissional (CEFAPP) OLIVIA BRASILEIRO DE SOUZA PASSOS. Advogada. Coordenadora Pedagégica e Juridica do site Romulo Passos. Licenciatura Plena em Letras/Portugués, em 2005. Bacharel em Direito pela Universidade Estadual do Piaui, em 2010. Pés-graduacao em Direito do Trabalho e Processo do Trabalho, pelo Complexo de Ensi- no Damésio de Jesus. Oficial de Gabinete - TJ/PI, 2011. Aprovada no concurso do Municipio de Floriano-Pl, em 3° lugar para o cargo de Professor de Lingua Portuguesa. Autora dos livros de Legislagao da EBSERH - Teoria e Questdes Comentadas, Legislacao do SUS - Questées Co- mentadas e Manual de Enfermagem para Concursos e Residéncias. Apresentacdo Estudar para concursos e residéncias, na drea da satide, exige uma preparacdo continua e de boa qualidade, tendo em vista a grande variedade e a complexidade dos temas. Nesse processo, merecem destaque a Legislacao do SUS, a Satide Publica e a Epidemiolo- gia, que séo assuntos transversais para todas as profissées que atuam na satide e€ sdo a base da formacdo do profissional comprometido com a atengao integral e o fortalecimento do Sistema Unico de Satide (SUS). Para alcangar a aprova¢ao, é necessdrio estudar com foco, planejamento, motivacdo e disciplina, utilizando um material conciso e completo, alicercado em teoria e em questées comentadas. Pensando nisso, a nossa equipe de professores, especialistas em concursos piblicos ¢ campedes em aprovacao, fez um amplo estudo que resultou nesta obra com o objetivo de maximizar seu aprendizado, reduzindo o tempo de preparacgao. A fim de potencializar 0 seu desempenho, ela est estruturada com os seguintes diferen- ciais: ® contetido didatico e colorido; = 300 esquemas graticos; 346 questes comentadas; 500 questées on-line comentadas; videoaulas com os comentarios de todo 0 livro; foruns de diividas on-line para cada capitulo; atualizaco continua dos temas em seu acesso on-line exclusivo. Conte com esta equipe CAMPEA EM APROVACAO para conquistar os seus objetivos. Equipe Rémulo Passos ‘www.romulopassos.com.br vi = Legislactio do SUS, Satide Publica e Epidemiologic para Concursos e Residéncias Sumario 1. EVOLUGAO HISTORICA DAS POLITICAS DE SAUDE 1.1 - Brasil Colénia {1500-1822} 1.2 - Republica Velha (1889-1930) 13 - Era Vargas (1930-1964)...... 14 - Autoritarismo (1964-1985). 15 - Nova Reptiblica (1985-1988) 1.6 - Modelos de Atencio & Satide. 1.7 - Histéria Natural da Doenga... 2. SUS NA CONSTITUICAO FEDERAL DE 1988 33 2.1 - Seguridade Social (arts. 194 a 195). 2.2 - Contribuigdes Sociais (art. 195). 2.3 - Conceito ampliado de Saude (art. 196) 2.4 - Agdes e Servigos de Satide (art. 197). 2.5 - Principios e Diretrizes do SUS (art. 198). 2.6 - Assisténcia 4 Satide na Iniciativa Privada (art. 199). 2.7 - Competéncias do SUS (art. 200) 3. LEI N° 8.080/ 3.1 - Disposigdes Gerais do SUS (arts. 1° 2 4°).. 3.2 - Objetivos e Atribuicdes do SUS (arts. 5° a 6") 3.3 - Vigilancia em Satide (art. 6°, §§ 1° a 3" 3.4 - Principios do SUS (art. 7° 3.5 - Organizagéo, Dirego Gestio do SUS (arts. 8° a 148) 3.6 - Competéncias e Atribuices do SUS (arts. 15 a 19) 3.7 - Subsistera de Satide Indigena (arts. 19A a 19H)... 3.8 - Subsistema de Atendimento ¢ Internacao Domiciliar no SUS (art. 191). 3.9 - Trabalho de Parto, Parto e Pés-Parto Imediato no SUS (art. 19))... 3.10- Assisténcia Terapéutica e Incorporago de Tecnologia em Satide no SUS. 3.11 Servicos Privados de Assisténciaa Satide (arts. 20a 26). 3.12-Recursos Humanosno SUS (arts. 27230) 3.13-Financiamento, Planejamento e Orgamento do SUS (arts. 31.2 38). 3.14-Disposigdes Finaise Transitorias (arts. 3955) 4. LELN® 8. EET Ly, www.romulopassos.com.br Legislagao do SUS, Sadde Publica e Epidemiologia para Concursos e Residéncias = 508/1 6.1 - Organizacao do SUS... 6.2 - Regides de Satide.. 6.3 - Hierarquizaca 6.4 - Planejamento da Satide 65 - Assisténcia a Satide. 6.6 - Articulacdo Interfederativa.. 6.7 - Contrato Organizativo da Aco Publica da Satide.. 7. POLITICA NACIONAL DE ATENCAO BASICA 139 141 142 wn 149 158 163 165 167 7.1 - Principios e Diretrizes do SUS e da RAS na Atengio Basica.... 7.2 - Caracteristicas da Aten¢So Basica.. 7.3 - Responsabilidades dos Entes Federativos na Atenco Basic: 7.4 - Infraestrutura, Ambiéncia e Funcionamento da Aten¢do Bésica. 75 - Tipos de Equipe da Atencio Basica “3 7.6 - Atribuigdes dos Profissionais na Atencdo Basica. 7.7 - Processo de Trabalho na Atengao Basica 7.8 - Financiamento da Atengao Basica (Tripartite)... 7.9 - Suspensio do Repasse de Recursos do Bloco da Atencio Basie 8. POLITICA NACIONAL DE HUMANIZACAO 169 8.1 - Principios.... “ 3 170 8.2 - Principios Norteadores - 172 173 173 175 178 179 180 www.romulopassos.com.br viii = Legislagéio do SUS, Satide Publica e Epidemiologia para Concursos e Residéncias 10. NORMAS OPERACIONAIS DO SUS 197 10.1-Norma Operacional Basica do SUS (NOB-SUS) 01/1991. 198 10.2-Norma Operacional Basica do SUS (NOB-SUS) 01/1992. 10.3-Norma Operacional Basica do SUS (NOB-SUS) 01/1993. 10.4~Norma Operacional Basica do SUS (NOB-SUS) 01/1996. 10.5-Normas Operacionaisde Assisténcia a Satide do SUS (NOAS- SUS/2001/2002 11.1 Pacto pela Vida... 11.2-Pactoem Defesa do SUS, 11.3-PactodeGestéodoSUs.. 12. LEI COMPLEMENTAR N° 141/ 12.1-AcBese Servicos Puiblicos de Satid 12.1.1 - Despesas com aces e servigos pubblicos de sau 219 12.1.2 - Nao so consideradas despesas com ages e servicos ptiblicos de satide...220 12.2 Recursos Minimos em Ages e Servicos Publicos de Saud 221 Pee ais NLS NUS 229 14. DIREITOS DOS USUARIOS DA SAUDE 15. SISTEMAS DE INFORMAGAO EM SAUDE istema de Informagao sobre Nascidos Vivos (SINASC) istema de Informagao sobre Mortalidade (SIM). istema de Informaco de Agravosde Notificagdes (SINAN) istema de Informacdes Ambulatoriais (SIA). istema de Informagdes Hospitalares (SIH). .6 -Sistema Nacional de Regulacao (SISREG).. .7 -Sistema de Informacaio em Satide da Aten¢ao Basica (SISAB). 16. LISTA DE DOENCAS DE NOTIFICAGAO COMPULSORIA www.romulopassos.com. br Legislactio do SUS, Satide Publica e Epidemiologia para Concursos ¢ Residéncias = ix IDE pra 17. VIGILANGIA EM SA 17.1 - Vigilancia Epidemiolégica 17.2 - Vigilancia Sanitaria. 17.3 - Satide do Trabalhador.. 17.4 - Vigilancia Ambiental. 17.5 - Inquérito, Investigaco e Levantamento Epidemioldgico.... INTRODUGAO A EPIDEMIOLOGIA E INDICADORES EPIDEMIOL 18.1 - Introducio a Epidemiologia. 18.2 - Indicadores de Satide... a 18.3 - Processo de Transicio Demografica e Epldemiolégica no Brasi Is) ss)10) SU) 19.1 - Por que organizar as RAS no SUS’ 19.2 - Fundamentos da Rede de Atengao a Satide (RAS). 19.3 - Atributos da Rede de Atengdo a Saud 19.4 - Elementos Constitutivos da Rede de Aten¢So a Saude. 19.5 - Estrutura Operacional da RAS 19.6 - Diretrizes para implementacao da RAS... PL e) MOHD SAP La OLO NOLS 339 20.1 - Gestio Estratégica e Participativa do Sistema Unico de Saude 20.2 - Politica Nacional de Atengao Integral a Sade da Mulher. 20.3 - Politica Nacional de Atencio Integral & Satide da Crianga 20.4 - Politica Nacional de Atengéio Integral 4 Sauide do Homem. 20.5 - Politica Nacional de Satide da Pessoa Idosa..... 20.6 - Politica Nacional de Saiide Integral da Populacdo Negra.. 20.7 - Politica Nacional de Atengo 8 Satide dos Povos Indigenas. 20.8 - Politica Nacional de Satide Mental... . 20.9 - Politica Nacional de Satide Integral de LGBT... 20.10 -Politica Nacional de Satide do Trabalhador e da Trabalhadora, 20.11 -Politica Nacional de Satide Bucal 20.12 - Politica Nacional de Satide da Pessoa Portadora de Deficiéncia... 20.13 - Politica Nacional de Alimentagaoe Nutricao, 20.14-Polit.Nac. Aten. Int. &Satide das Pes. Priv. de Liberdade no Sistema Prisional...404 20.15 - Politica Nacional de Préticas Integrativas e Complementares. 20.16 - Politica Nacional de Atengdo as Urgén 20.17 - Educagao em Satide. 20.18- Educagao Popular em Sade. 20.19- Politica Nacional de Educaco Permanente em Satid: www.romulopassos.com.br eee | salir eh meine ciate I rN ale erences Capttulo | Evolugao Histérica das Politicas de Saude Rémulo Silva Passos Dimas do Nascimento Silva Lais Helena de Souza Soares Lima Olivia Brasileiro de Souza Passos Neste capitulo, fazemos um resgate histérico da evolugo da saude no Brasil. Primeiro, apresentamos os principais marcos histéricos e, em seguida, aprofundamos a tematica e comentamos detalhadamente diversas questoes. 1.1 - Brasil Colénia (1500-1822) Durante 0 periodo Brasil Coldnia, destacamos as seguintes carateristicas em relacao as ages de sade: | Familia 2 = Legislagdo do SUS, Satide Publica e Epidemiologia para Concursos e Residéncias Teoria Miasmatica (BRASIL, 2005): Brasil Império (1822-1889) 1 Agées de combate a doengas transmissiveis; 1m Era bacteriolégica: Teoria da Unicausalidade 1 Superagéo da Teoria Miasmatica: Reptblica Velha (1889-1930) = Avanco da bacteriologia; = Medicina higienista; = Planejamento das cidades; www.romulopassos.com.br Evolugdo Historica das Politicas de Saude = 3 = Doencas de destaque: célera, peste bubénica, febre amarela, variola, tuberculose, hanseniase e febre tifoide; Durante 0 perfodo da Republica Velha, a medicina higienista passou a ter énfase no Brasil e a determinar o planejamento urbano das grandes cidades. No momento em que 0s tripulantes estrangeiros receavam desembarcar nos portos brasileiros, com medo: de contrair intimeras doencas que se proliferavam aqui, o saneamento foi a solucao. encontrada para tentar melhorar a imagem do Pais no exterior (BRASIL, 2005). = Nomeacio de Oswaldo Cruz para Diretor do Departamento Federal de Satide Publica; Em 1903, Oswaldo Cruz foi nomeado diretor geral de Sauide Publica, cargo que corresponde, atualmente, 20 de Ministro da Satide, Em 1904, enfrentou um de seus maiores desafios como sanitarista: devido a uma grande incidéncia de surtos de variola, © médico tentou promover a vacinacdo da populacdo. A vacinacao era feita pela brigade Sanitaria. Os profissionais entravam na casa das pessoas e vacinavam todos os que la estivessem. Mas, essa forma de agir indignou a populacdo. O fato ficou conhecido como. Revolta da Vacina (MINISTERIO DA SAUDE, 2014). = Modelo Campanhista. ‘As campanhas contra febre amarela, peste bub6nica ¢ variola, assim como as medidas gerais destinadas & promosao de higiene urbana, caracterizavam-se pela utilizacso. de medidas juridicas impositivas de notificagao de doencas, vacinagao obrigatoria e ‘vigilncia sanitaria em geral (BRASIL, 2005). Elementos das Acies de Satide 1 Registro demografico: conhecer a composicao e os fatos vitais de importéncia da po- pulacao; = Introdugdo do laboratério como auxiliar do diagnéstico etiolégico; = Fabricaco organizada de produtos profildticos para serem usados pela populacdo; ® Orgdos especializados: tuberculose, hanseniase e doencas venéreas; www.romulopassos.com.br 4 & Legislacéio do SUS, Satide Publica e Epidemiologia para Concursos e Residéncias = Expandiram-se as atividades de saneamento para outros estados; ® Em 1923, foi celebrado 0 convénio entre o Brasil e a Fundacao Rockefeller e promulga- daa Lei Eloy Chaves > considerada 0 marco do inicio da Previdéncia Social no Brasil e que criou as Caixas de Aposentadorias e Pensées (CAP). Assistén -previdencidria 1.3 - Era Vargas (1930-1964) = 1930: Criagdo do Ministério da Educagao e Satide (MESP); Asaiide publica era de responsabilidade do MESP, ou melhor, tudo 0 que fosse: relacionado 2 satide da populacdo e que ndo se encontrava na érea da medicine previdencidria era desenvolvido no Ministério do Trabalho, Indistria e Comércio. Nesse sentido, 0 MESP prestava servicos para os identificados como pré-cidadaos: os pobres, os desempregados, os que exerciam atividades informais, ou seja, as pessoas que nao eram seguradas da previdéncia social (BRASIL, 2011) = 1933: Instituto de Aposentadoria e Pensées (IAP), organizacao dos trabalhadores em categorias profissionai 1 1953: Cria¢So do Ministério da Sauide. 1.4 - Autoritarismo (1964-1985) = A satide puiblica era de baixa qualidade e limitada; @ 1966: fusdo dos IAPs, o que resultou na criacdo do Instituto Nacional de Previdéncia Social (INPS); = 1977: Criagdo do Instituto Nacional de Assisténcia Médica e Previdéncia Social (INAMPS); ‘A persisténcia da crise promoveu um movimento burocratico administrative que tentou reordenar o sistema, dividindo as atribuices da Previdéncia em érgaos especializados. Assim, criou-se 0 Sistema Nacional de Previdéncia (SINPAS), que congregou o Instituto de Administracdo da Previdéncia e Assist&ncia Social (IAPAS), o INPS e o Instituto Nacio- nal de Assist@ncia Médica da Previdéncia Social (INAMPS) (BRASIL, 2005), A assisténcia médica previdencidria era restrita aos trabalhadores que exerciam atividade remunerada aos seus dependentes e a atencao a satide centrada na doenca ¢ em procedimentos. = 1970: Movimento da Reforma Sanitaria; © movimento pela Reforma Sanitaria surgiu da indignacao de setores da sociedade sobre 0 dramatico quadro do setor da sade. © movimento atingiu sua maturidade a partir do fim da década de 1970 e principio dos anos 1980 e mantém-se mobilizado até o presente. Ele é formado de técnicos e intelectuais, partidos politicos, diferentes correntes e tendéncias e movimentos sociais diversos. Um dos marcos dessa luta foi a realizagdo da 82 Conferéncia Nacional de Satide, em 1986 (BRASIL, 2007). www.romulopassos.com.br Evolucdo Historica das Politicas de Saude = 5 = 1978: Conferéncia de Alma-Ata, em que germinou o debate entre varios paises sobre a importancia da aten¢o priméria 2 satide e que impulsionou o debate de um novo modelo de satide no Brasil; = 1981: Instituiggo do Plano CONASP (Conselho Consultive de Administragdo da Saude Previdenciéria). O Plano se dividia em trés grandes grupos de programas, um deles eram as Acdes Integradas de Satide (AIS); = 1983: Criacdo das AIS. Essa foi uma das primeiras experiéncias com um sistema de satide mais integrado e articulado (RONCALI, 2003). Nova Republica (1985-1988) ae ela eaten ae ® 1986: 82 Conferéncia Nacional de Satide; = 1988: Institucionalizacaio do SUS pela Constituicéio Federal de 1988, com disposigées sobre a Seguridade Social nos art. 194 e 195 e, em relacdo a sauide, nos arts. 196 a 200; 1 1990: Regulamentac3o do SUS pelas Leis Organicas da Saude: Lei n® 8.080/1990, que dispBe sobre as condigdes para a promocdo, a protecdo e a recuperacao de sade, a organizagio e o funcionamento dos servigos correspondentes e dé outras providén- cias; e a Lei n® 8.142, que dispde sobre a participactio da comunidade na geste do SUS e sobre as transferéncias intergovernamentais de recursos financeiros na area da satide e da outras providéncias. Os principais marcos da saude brasileira, a partir de 1990, serdo trabalhados neste livro de forma aprofundada, 8 medida que formos estudando as teméticas em cada capitulo sobre o SUS. www.romulopassos.com.br 6 = Legislacio do SUS, Satide Publica e Epidemiologia para Concursos e Residéncias Evolugao da Medicina Previdenciaria no Brasil ‘As CAPs eram organizadas por empresas, ¢ os IAPs, por categorias profissionais. CAPs - Cada empresa tinha 0 préprio sistema de previdéncia sociale assisténcia médica, portanto, nao sofriam interferéncia externa, tampouco de outras empresas (1923-1933). Por exemplo, 0 banco Gama tinha sua CAP, assim como o banco Beta tinha a sua, e uma no sofria interferéncia da outra. IAPs - Cada categoria profissional (ex.: reuniéo de todos os bancérios em um Gnico instituto) tinha seu sistema proprio de previdéncia social e assisténcia médica, logo, seus www.romulopassos.com.br Evolugdo Histérica das Politicas de Salide = 7 componentes no sofriam interferéncia externa de outras categorias (1933-1966). Por exemplo, os bancos Gama, Beta e demais tinham um instituto prdprio - 0 Instituto de Apo- sentadoria e Pensao dos Bancérios (IAPB), 0 qual nao sofria interferéncia dos demais, como, por exemplo, o Instituto de Aposentadoria dos Porturios e Maritimos (IAPM). Em sintese, as CAPs eram custeadas pelos empregados, pelas empresas e pelos consumi- dores. Na realidade, o financiamento das CAPs era bipartite - realizado pelos trabalhadores e pelos empregadores—e o financiamento dos IAPs, tripartite, realizado pelos empregado- res, pelos trabalhadores e pelo Governo. No entanto, podemos considerar que os consumi- dores custeavam as CAPs quando compravam mercadorias ou adquiriam servicos. INPS - Todas as categorias profissionais (maritimos, comercidrios, bancarios, servi- dores ptiblicos, entre outros) passaram a ter apenas um sistema previdencidrio - 0 Ins- tituto Nacional de Previdéncia Social (INPS) - que unificou todos os IAPs. Esse instituto era gerido pelo governo e responsdvel pela assisténcia médica e pela previdéncia social de seus integrantes (trabalhadores formais e respectivos dependentes). 0 INPS durou pouco tempo (1966-1977) INAMPS - 0 INPS administrava tanto os servicos de assisténcia médica quanto os de pre- vidéncia social. Imagine como era a ‘bagunca’ desse instituto. Em 1977, por meio da Lei n® 6439/77, que instituiu o Sistema Nacional de Previdéncia e Assistncia Social (SINPAS), 0 g0- verno desdobrou o INPS em Instituto de Administragao da Previdéncia Social (IAPAS), Instituto Nacional de Previcéncia Social (INPS) e Instituto Nacional de Assisténcia Médica da Previdén- cia Social (INAMPS). 0 INAMPS passou a ser a autarquia responsdvel pela assisténcia 4 saude dos trabalhadores e seus dependentes inscritos no sistema de previdéncia social. Em resumo, a partir de 1977, a Previdéncia e a Satide reuniram-se, com a criacdo do Sistema Nacional de Previdéncia e Assisténcia Social (SINPAS), controlado pelo Ministé- rio da Previdéncia e Assisténcia Social (MPAS). Faziam parte desse sistema, entre outros, 05 institutos responsaveis pela assisténcia médica (INAMPS) e pela Previdéncia Social (INPS e IAPAS). Nessa época, sé os contribuintes e respectivos dependentes do INPS tinham direito aos servigos do INAMPS, HORA DE PRATICAR! 1. (Residéncia Médica/SES-PE/UPE/2012) Sobre o desenvolvimento das politicas de satide no Brasil, podem-se contemplar, na historia republicana, pelo menos, cinco conjunturas: a Republica Velha (1889-1930); a Era Vargas (1930-1964); 0 Autoritarismo (1964-1984); a Nova Reptiblica (1985-1988) e a Pés-Constituinte. Sobre esses perfodos, assinale a alter- nativa INCORRETA. a) Na Repiiblica Velha, predominavam as doengas transmissiveis, como a febre amarela ur- bana, a variola, a tuberculose, a sifilis, além das endemias rurais. b)Na Era Vargas, a satide publica passou a ter sua institucionalizaco, na esfera federal, pelo Ministério da Educacdo e Satide, enquanto a medicina previdencidria e a satide ocupacio- nal vinculavam-se ao Ministério do Trabalho. ¢) No Autoritarismo, houve a unificacio dos Institutos de Aposentadorias e Pensdes (IAP), criando 0 Instituto Nacional de Previdéncia Social (INAMPS). . www.romulopassos.com.br 8 = Legislagéio do SUS, Satide Publica e Epidemiologia para Concursos e Residéncias d) As politicas de satide executadas durante a Nova Repiiblica privilegiaram o setor privado mediante a compra de servigos de assisténcia médica, 0 apoio aos investimentos e os empréstimos com subsidios. e) No periodo Pés-Constituinte, foi implantado 0 Programa Satide da Familia (PSF). COMENTARIOS: Vejamos cada um dos itens da questo: Item A - Correto. Durante o periodo da Repiiblica Velha (conhecida como Primeira Re- pliblica), a protecdo da satide era prestada pelo Estado de forma isolada e incipiente, limitando-se a campanhas de prevengdo e combate a algumas doencas transmissiveis e endemias rurais. A assisténcia médica era prestada a populacdo carente por meio de instituigdes de caridade, como, por exemplo, as Santas Casas de Misericérdia. As pessoas com alto poder econémico eram assistidas por médicos e servigos de satide particulares. Nessa época, a assisténcia a satide publica e a privada era de baixa qualidade e resolutivi- dade. Destaca-se, ainda, que, em 1923, foram criadas as Caixas de Aposentadoria e Pen- S80 (CAPs), que deram inicio a assisténcia médica previdencidria, restrita a trabalhadores de determinadas empresas. tem B - Correto. Na Era Vargas, a satide publica (que tratava do combate a doencas transmissiveis, endemias e programas especificos) ficava a cargo do Ministério da Edu- cago e Satide (MESP). Posteriormente, ficou a cargo do Ministério da Satie (MS), a0 passo que a assisténcia médica era prestada por meio dos Institutos de Aposentadoria © Pensdo (IAPs) somente para os trabalhadores que exerciam atividade remunerada de determinadas categorias profissionais. As CAPs se fundiram em IAPs a partir de 1933. Item C- Correto. Na realidade, a unificagdo de todos os IAP deu origem ao Instituto Nacional de Previdéncia Social (INPS) em 1966. O Instituto Nacional de Assisténcia Médica da Previdén- cia Social (INAMPS) so foi criado em 1977, com o desmembramento das acGes de assisténcia médica do INPS. Apesar desse erro conceitual, a alternativa foi considerada correta. Nobre concurseiro, cuidado para nao se perder com tantas siglas (CAP, IAP, INPS e INAMPS). Vamos rever, no esquema abaixo, a evolucao histérica do sistema médico-previdenciario, que ofertava, entre outros servicos, a assisténcia a satide para os empregados formais e seus dependentes. @ SUS (1988 - atualidade) ® INAMPS (1977-1993) INPS (1966-1977) lap (1933-1966) e CAP (1923-1933) www.romulopassos.com.br Evolucéo Histérica das Politicas de Saude = 9 Veja que a medicina previdencidria, que era restrita a uma pequena parcela da sociedade (trabalhadores formais e seus dependentes), foi extinta com a criacao do SUS. Fique tranquilo, pois, no decorrer deste capitulo, detalharemos cada uma dessas modali- dades do sistema médico-previdenciario. Item D - Incorreto. As politicas de satide executadas durante o periodo do Autoritarismo (Ditadura Militar), e nao, durante a Nova Republica (1985-1988), privilegiaram o setor privado com a compra de servicos de assisténcia médica, 0 apoio aos investimentos e 0s empréstimos com subsidios. Essas ages foram as principais causas de faléncia do sistema médico-previdencidrio, o que resultou em oposi¢iio da maior parte da sociedade brasileira a esse sistema de satide Veja s6 que atrocidade com a sociedade brasileira: No periodo da Ditadura Militar (1964-1985), o INPS/INAMPS patrocinou, de forma subs- tancial, a criagdo ea expansao dos servicos de satide privados, por meio de empréstimos e de convénios com os recursos da populacao. Nessa época, houve desvios de grande parte dos recursos do INPS/INAMPS para a iniciativa privada. Era uma verdadeira “festa” com o dinheiro publico. Apesar de todo esse investimento, os servicos de satide s6 eram prestados aos trabalha- dores formais e seus dependentes. Posteriormente, estenderam-se para os trabalhado- res rurais. Eram servicos de baixa qualidade e fragmentados. Um verdadeiro absurdo! Item E - Correto. O Programa de Satide da Familia (PSF) foi criado em 1994. A partir de 2006, tornou-se a Estratégia Sauide da Familia (ESF) por meio da Portaria do MS n2 648/206. Atualmente é regulamentada pela Portaria do MS n2 2.436/2017. Aalternativa D é a resposta da questao. Agora, vamos revisar 0 assunto abordado. Principais caracteristicas da historia da Satide Piiblica Brasileira — Periodo Republicano = Aassisténcia 8 satide puiblica e & privada era de baixa qualidade e resolutivi- dade; = Campanhas de prevengo e de combate a algumas doengas transmissiveis e Republica | _endemias rurais; Velha_ | = Assistncia & salide oferecida pelas Santas Casas de Misericérdia para a po- (1889-1930) | pulacdo carente; = Criagao das Caixas de Aposentadorias e PensSes (CAPs), em 1923, que de- ram inicio a assisténcia médica previdenciatia, restrita a trabalhadores de determinadas empresas. 1 Satide publica a cargo do Ministério da Saude e Educagao (MESP) e, posterior- mente, do Ministério da Satide (MS), de baixa qualidade e limitada; fermen = Assisténcia médica prestada por meio dos IAPs somente aos trabalhadores de determinadas categorias profissionais que exerciam atividade remunerada; = Os IAPs substituiram as CAPs a partir de 1933. (continua) www.romulopassos.com.br 10 = LegislagGo do SUS, Satide Publica e Epidemiologia para Concursos e Residéncias {continuacio) Principais c Tastee Efe MSM NS atide piiblica a cargo do Ministério da Satide, de baixa qualidade e limitada; 1 Unificagaio dos IAPs, que originou o INPS em 1966; = Criag&o do INAMPS, em 1977, que desmembrou as acdes de assisténcia médi- ca do INPS; 3 As politicas de satide privilegiavam o setor privado; ‘Autoritarismo | ™ Assisténcia médica previdencidria (INPS e INAMPS) restrita aos trabalhadores (1964-1985) | Que exerclam atividade remunerada e respectivos dependentes, estendida no final do periodo da Ditadura Militar aos trabalhadores rurais; = Assisténcia médica previdencidria centrada na doenga e em procedimentos, de baixa qualidade e alto custo, que culminou com a faléncia do INAMPS; = Inicio do movimento da Reforma Sanitéria na década de 1970; = Criagdo do plano CONASP (Conselho Consultivo de Administrag3o da Satide Previdencidria), em 1981, e das Aces Integradas de Saude (AIS), em 1983, = Fortalecimento do Movimento da Reforma Sanitaria; Bas = 82 Conferéncia Nacional de Satide, em 1986; Reptiblica | ® Inicio do processo de descentralizagao das ages de satide para estados € (aggs-1988) | municipios; r 1 Criagio do Sistema U SUS, em 1988. Descentralizado de Sade (SUDS), em 1987, e do = Adogao dos principios e das diretrizes do SUS; = Universalizagio da Satide: "Satide, direito de todos e dever do Estado”; = Enfrentamento de muitos problemas para a implantacao do SUS; ibs: 1 Extingio do INAMPS por meio da Lei n? 8.689/1993; Constituinte | ™ Enfrentamento de grupos corporativistas e empresariais que so contrarios a0 SUS, por questdes econdmicas e financeiras temerosas; = Entraves na consolidacdo do SUS, em decorréncia da gestio ineficaz e frag- mentada, da corrup¢do, do subfinanciamento e da hegemonia do modelo centrado na doenga e no hospital (biomédico). Coit Wola eiitse tis 2. {Residéncia Multiprofissional em Satide-UFRN/2013) O surgimento das primeiras Caixas de Aposentadorias e Pensées (CAPs) é 0 marco inicial da atividade estatal em relacdo assisténcia médica. A Lei de 1923, na qual o governo instituiu e regulamentou tais entida- des, foi a: a) Lei Carlos Chagas. c) Lei Organica da Satide n? 8.080/1990. b) Lei Eloy Chaves. d) Lei Organica da Saude n° 8.142/1990. COMENTARIOS: A Lei Eloy Chaves, promulgada em 1923, instituiu o Sistema des Caixas de Aposentadorias e Pensdes (CAPs), embridio do seguro social no Brasil. As CAPs eram financiadas pelas em- presas empregadoras (1% da receita bruta) e pelos empregados (3% do salario). Eram orga- nizadas pelas empresas, de modo que s6 os grandes estabelecimentos reuniam condicées para isso. Empregadores e empregados participavam, paritariamente, da administracao. www.romulopassos.com.br Evolugtio Histérica das Politicas de Sade = 11 ‘As CAPs previam os seguintes beneficios: assisténcia médica curativa e fornecimento de medicamentos, aposentadoria por tempo de servico, velhice ou invalidez, pensdes para dependentes dos empregados e auxilios para funeral (BRASIL, 2005). A resposta da questo é a letra B. 3. (Equipe RP) Em relacao a histéria da satide brasileira, informe se é verdadeiro (V) ou fal- 0 (F) 0 que se afirma abaixo e, em seguida, assinale a alternativa com a sequéncia correta: (_ ) Em 1930, foi criado 0 Ministério da Educago e Satide (MESP), a0 qual cabia a satide puiblica, ‘ou melhor, tudo aquilo que dissesse respeito & satide da populacSo e que nao se encontrava na rea da medicina previdencidria, desenvolvida no Ministério do Trabalho, Industria e Comércio. ( } O Ministério da Educago e Satide (MESP) prestava servicos para os que fossem con- siderados como pré-cidadaos: os pobres, os desempregados, os que exerciam atividades informais, ou seja, todos aqueles que n3o se encontravam habilitados a usufruir os servi- gos oferecidos pelas caixas e pelos servicos previdenciarios. ( ) Asatide brasileira era organizada de duas formas distintas: (a) satide publica prestada pelo MESP para toda a populacdo, especialmente a mais carente; (b) assisténcia médica previdenciéria prestada pelos IAPs ¢, posteriormente, pelo INPS e pelo INAMPS apenas aos trabalhadores com carteira de trabalho assinada e aos seus dependentes. (_ ) Apartir da nova Constituico Federal de 1946, as acdes especificas e horizontais de satide publica foram fortalecidas, com énfase nos programas de pré-natal, vacinacao, pue- ricultura, tuberculose, hanseniase, doencas sexualmente transmissiveis e outros. ( ) O Ministério da Sade (MS) foi criado em 1953 e desvinculado das aces de satide pu- blica do antigo Ministério da Educacao e Satide (MESP). a)F-V-V-V-F c)V-V—F-V-V e)V-V-V-V-V. b) F-F-V-V-V d)V-V-V-F-V COMENTARIOS: Durante 0 periodo da medicina previdencidria (CAPs, IAPs, INPS e INAMPS), era evidente a disjun¢do entre a satide ptiblica (voltada principalmente para o modelo de atencdo a satide sanitarista* e campanhista) e a assisténcia médica (exclusiva para os trabalhadores com vinculos trabalhistas formais e seus respectivos dependentes). Assisténcia a Saude no Periodo da Medicina Previdenciaria *0 modelo de atencdo a satide sanitarista surgiu a partir do inicio do Século XX e comecou a se expandir nna década de 1930. £ caracterizado, principalmente, por campanhas sanitarias e formaco por programas verticalizados e com administracao unica. www.romulopassos.com.br 12 = Legislagéo do SUS, Satide Publica e Epidemiologia para Concursos e Residéncias Gnico item falso € 0 IV, ja que as ac6es especificas de satide publica (pré-natal, va- cinagao, puericultura, tuberculose, hansenfase, doencas sexualmente transmissiveis e outros) eram verticais, ou seja, desenvolvidas sem a participacio da populacéo em sua elaboracao e condugao. Ora, durante 0 periodo da Constituicao de 1946, existiam acées especificas de sade pu- blica (pré-natal, vacinacao, puericultura, tuberculose, hanseniase, doencas sexualmente transmissiveis e outros). No entanto, essas agées eram especificas e verticais, ou seja, nao levavam em consideracao os Determinates Sociais em Satide (DSS), o acolhimento, 0 vinculo, a responsabilizacao pelo cuidado, a busca ativa etc. Perceba que essas acGes especificas de sade publica eram realizadas com a abordagem No procedimento e na técnica, e nao, centradas no individuo, em sua singularidade, na familia e na comunidade. Por outro lado, 0 SUS preconiza aces de satide publica centra- das nos principios e diretrizes da integralidade, da equidade, da universalidade, do aco- \himento, do vinculo, da responsabilizagéo com o cuidado, da humaniza¢o, entre outros. Resposta: letra D. 4. (Prefeitura de Teresina-Pl/NUCEPE/2011) A VIII Conferéncia Nacional de Satide, reali- zada em 1986, foi um acontecimento importante que influenciou a criago do SUS. Em relagao ao Movimento pela Reforma Sanitdria Brasileira, marque a alternativa CORRETA: a) A Vill Conferéncia Nacional de Satide diferiu das demais porque impulsionou a realizagao de Conferéncias Estaduais e Municipais. b) 0 Movimento pela Reforma Sanitaria Brasileira teve grande participaco popular e do movimen- to sindical, mas nao houve apoio politico. ©) 0 movimento da Reforma Sanitaria Brasileira criou 0 SUS e impulsionou a elaboracao de uma nova Constituiggo Federal. 4) A VIII Conferéncia Nacional de Satide diferiu das demais por seu carter democratico e sua dind- mica processual €) 0 SUS foi criado através da Lei 8.080 de 19 de setembro de 1990. COMENTARIOS: Com o desgaste da Ditadura Mili- tar, no final da década de 1970, os movimentos contrérios ao regime ganharam forga. Nesse contexto, a drea da satide fortaleceu o mo\ mento sanitarista, iniciado por mo- vimentos populares, nos anos 70, como forma de oposicao a politica do Estado autoritario. Nesse caminho, as principats de- liberagdes da 8? Conferéncia Na- a P cional de Satide foram instituidas _ Figura - Plendria da 8* Conferéncia Nacional de Satide, reali- na Constituigio Federal de 1988 _2ada no ano de 1986 em Brasilia, (CF/88), com a criacdo do SUS. Fonteshttp:/fernwrces aude govbefens www.romulopassos.com.br Evolugo Historica das Politicas de Souide = 13 Isso posto, vamos analisar as alternativas da questao: Item A- Incorreto. A 88 Conferéncia Nacional de Satide diferenciou-se das demais por seu carter democratico e sua dinamica processual, e no, por impulsionar a realizacao de conferéncias estaduais e municipais de satide. item B - Incorreto. O movimento pela Reforma Sanitéria Brasileira teve grande partici- pacaio popular e do movimento sindical e o apoio politico. As principais propostas dessa conferéncia serviram de base para que os constituintes criassem o SUS na Constitui¢ao Federal de 1988 (arts. 196 a 200). Item C- Incorreto. O movimento da Reforma Sanitaria Brasileira impulsionou a criacdo do SUS por meio da CF/88, A redemocratizacao do pais, na década de 1980, impulsionou a criag&o de uma nova Constituicdo Federal. Item D - Correto. A 8# Conferéncia Nacional de Saude diferiu das demais por seu caréter de- mocratico (como participacéo popular) e sua dindmica processual. As Conferéncias Nacionais de Satide anteriores eram cartoriais e burocréticas. A populacao nao participava das decisdes. Item E- Incorreto, © $US foi criado (instituido) pela Constituicao Federal de 1998 e regulamenta- do pela Lei n® 8.080, de 19 de setembro de 1990, ea 8.142, de 28 de dezembro de 1990. Resposta correta: letra D. 5. (Residéncia Multiprofissional em Satide Coletiva/SES-PE/2011) Analise as afirmativas abaixo: |. A formulagio e a implantagdo do Sistema Unico de Satide (SUS) sdo resultantes de um expressivo movimento de reforma sanitéria, inserido no movimento mais amplo de rede- mocratizacao do pais e que teve na Vill Conferéncia Nacional de Satide um de seus “I6cus” privilegiados para o estabelecimento das grandes diretrizes com vistas a reorganizacao do sistema de satide no Brasil; II. A VIII Conferéncia € significativa e representativa desse processo, pelo momento de sua ocorréncia, em marco de 1976, j4 no periodo chamado “Nova Reptiblica”, iniciado com a eleicdo indireta para a presidéncia e que marcou o fim do perfodo autoritério; lll. A sade teve um expressivo reconhecimento e insereSo na nova Constitui¢ao, pro~ mulgada em outubro de 1988. Sua incluso como um componente da seguridade so- cial, a caracterizagao dos servicos e as agdes de satide se destacaram como de rele- vancia publica Assinale a alternativa CORRETA. a) Apenas as afirmativas | e Ill est&o corretas. b) Apenas as afirmativas II ¢ Ill estao corretas. c) Apenas as afirmativas | e II estado corretas. d) Todas as afirmativas esto corretas. e) Todas as afirmativas esto incorretas. COMENTARIOS: A 82 Conferéncia Nacional de Saude ocorreu em 1986. Além disso, o periodo da Nova Republica foi de 1985 a 1988. Logo, a resposta da questdo é a letra A. www.romulopassos.com.br 14 m= Legislacéio do SUS, Satide Pablica e Epidemiologia para Concursos e Residéncias 6. (MPOG/ESAF/2012) Julgue as proposi¢des seguintes e assinale a opcao correta: |. A politica de satide instituida no Estado Novo integrou a satide puiblica e a assisténcia médica previdenciaria. II. A criaco do Instituto Nacional de Previdéncia Social (INPS) instituiu um padrao de aten- So a satide voltada para a satide publica. Ill, A extensdo da cobertura previdenciéria com a criago da Consolidagao das Leis do Traba- Iho ocorreu simultaneamente com a extensao do direito a satide para toda a populacao brasileira. IV. 0 projeto de satide, articulado ao mercado, tem como uma de suas tendéncias a conten- do dos gastos com racionalizacio da oferta a) Todas as assertivas estado corretas. b) Todas as assertivas esto erradas. c) Apenas trés assertivas esto corretas. d) Apenas duas assertivas esto corretas. e) Apenas uma assertiva esta correta. COMENTARIOS: Segue, abaixo, a analise dos itens da questo: Item | - Incorreto. Durante o periodo da medicina previdenciaria (CAPs, IAPs, INPS € INAMPS), inclusive na época do Estado Novo? era evidente a disjuncdo entre a satide publica (voltada para o modelo de atencdo a saude sanitarista ¢ campanhista) e a assis- téncia médica (exclusiva para os trabalhadores com vinculos trabalhistas formais e seus dependentes). prestada pelo MESP e, posteriormente, pelo MS para toda a populacdo; Yi Satide Publica a voltada para acbes Assisténcia a sade no campanhistas e de periodo da Medicina combate 2 endemias. Previdenciaria Sy ities exclusiva para os Assisténcia Médica_—> trabalhadores com vinculos. trabalhistas formais e seus dependentes. Portanto, a politica de sade instituida no Estado Novo fragmentou acentuadamente a satide ptiblica e a assisténcia médico-previdenciaria. Item Il -Incorreto. A unificacdo de todos os IAPs deu origem ao Instituto Nacional de Pre- vidéncia Social (INPS), em 1966. Com essa unificacao, a medicina especializada e de baixa qualidade, oferecida aos trabalhadores formais e aos seus dependentes, foi expandida. Estado Novo é o nome do regime politico brasileiro fundado por Getilio Vargas, que vigorou de 1937 até 1925, marcado pelo autoritarismo, pelo nacicnalismo e pelo anticomunismo. www.romulopassos.com.br Evolucio Histérica das Politicas de Saude = 15 A satide publica nao era priorizada e resumia-se a aces pontuais e esporédicas. Logo, a cria¢ao do Instituto Nacional de Previdéncia Social (INPS) nao instituiu um padrao de atencao a satide voltada para a sauide pablica. tem Ill - Incorreto. A extensdo do direito a satide para toda a populacao brasileira (uni- versalidade) s6 ocorreu a partir da institui¢ao do SUS, por meio da Constituicdo Federal de 1988. Item IV - Correto. Infelizmente, até os dias atuais, verificamos que o projeto de satide, articulado ao mercado, tem como uma de suas tendéncias a contencao dos gastos com racionalizagao da oferta. A insuficiéncia de recursos para a satide é um dos maiores en- traves desse setor. Aresposta da questdo é a letra E, pois apenas o item IV esta correto. 7. (HU-UFTM/EBSERH/IADES/2013) A organizagao do sistema de satide brasileiro apresen- ta diversos marcos ao longo de sua histéria, até o estabelecimento do Sistema Unico de Satide (SUS), como é conhecido hoje. Acerca desse assunto, assinale a alternativa correta: a) © Programa de Interiorizacio das Ades de Satide e Saneamento (PIASS) tinha como ob- jetivo levar assisténcia a satide aos trabalhadores rurais, até entdo excluidos das agées previdencidrias. b) As Ages Integradas de Satide (AIS), estabelecidas no final da década de 1960 do século passado, formaram um movimento assistencial com base nas equipes multiprofissionais de sade. ¢) 0 Sistema Unificado e Descentralizado de Satide (SUDS) surgiu como uma consolidacio das AIS, mas nao adotava os principios da universalidade e da participago popular como pilares importantes do sistema de satide. d) 0 SUS tem a equidade como um principio importante para buscar 0 equilibrio entre as disparidades regionais no que diz respeito a satide. €) A regionalizacao e a hierarquizacao sao principios organizativos do SUS que dependem muito da Unido, e menos, dos estados e dos municipios para serem implementadas. COMENTARIOS: Essa questao do IADES é bem interessante e nos alerta para a necessidade de estudarmos os assuntos de forma detalhada. Nao podemos negligenciar 0 que ¢ explorado nas provas pelas bancas. Devemos estudar de forma criteriosa! Vejamos cada um dos itens: Item A- © Programa de Interiorizacdo das AgBes de Satide e Saneamento (PIAS) objeti- vou estender os servicos de sade para a populacao carente de pequenos municipios, e nao, apenas, rural, até entdo excluida das agdes previdencidrias. Esse programa foi criado pelo Decreto n° $4.219/1979, que versava sobre a intensifica- 40 ea expansdo de servicos basicos de satide e saneamento, aprovou 0 PIASS para o pe- riodo de 1980 a 1985 e deu outras providéncias. De acordo com o art. 1° desse decreto, apresentou as seguintes finalidades basicas: - implantar e operar redes de Unidades Sanitdrias destinadas ao desenvolvimento de ages integrais de satide em localidades de até 20 mil habitantes; : www.romulopassos.com.br 16 = Legislacéo do SUS, Satide Puiblica e Epidemiologia para Concursos e Residéncias Il instalar e operar sistemas simplificados de abastecimento de agua e solugdes domici- liares para destino de dejetos em povoados, vilas e cidades de pequeno porte. Item B - 0 Plano do CONASP teve como fruto principal a implementacdo das Agées Inte- gradas de Sauide (AIS), em 1983 (e ndo no final da década de 1960), que tinha o objetivo de universalizar a acessibilidade da populacao aos servicos de satide. Essa proposta abriu a possibilidade de os estados e, principalmente, os municipios participarem da politica nacional de sate. Apesar de todos os problemas em sua implementacao, as AIS significaram avancos consistentes no fortalecimento da rede basica ambulatorial, na contratacao de recursos humanos, na articulagdo com os servicos publicos munici- pais, na revis3o do papel dos servicos privados e, em alguns casos, na participacaio da populacao na gestao dos servicos. Esses avancos, entretanto, ndo impediram retroces- sos (BRASIL, 2011). Item € - O Sistema Unificado e Descentralizado de Saude (SUDS), criado em 1987, adotou como diretrizes a universalizacao e a equidade no acesso aos servicos, a integralidade dos cuidados, a regionalizacdo dos servicos de satide, a implementacdo de distritos sanitarios, a descentralizagao das acées de satide, o desenvolvimento de instituicGes colegiadas gestoras e o desenvolvimento de uma politica de recursos humanos. Atencio! © SUDS foi um sistema que antecedeu a criacdo do SUS, a partir da consolida- Bo das AIS. Item D - © SUS tem a equidade como um principio importante para buscar o equilibrio entre as disparidades regionais no que diz respeito a satide. Segundo 0 principio da equidade, regiées com condicées piores de satide requerem mais investimentos do que as mais estruturadas; pessoas com mais vulnerabilidade me- recem ser tratadas com prioridade no SUS; usuarios de satide com situacées clinicas mais graves devem ser atendidos mais rapidamente do que os que estdo em situacées clinicas mais leves, dentre outras. Tegides com condi¢ées piores de satide requerem mais we investimentos do que as mais estruturadas; _, pessoas com mais vulnerabilidade merecem ser Equidade 9 — a 4 ‘tratadas com prioridade no SUS; usuarios de sade em situacdes clinicas mais graves \ devem ser atendidos mais rapidamente do que os que se encontram em situagées clinicas menos graves. Item E - A regionalizaco e a hierarquizacdo sao principios organizativos do SUS que de- pendem da integracao entre todos os entes federatives de forma equilibrada (Unido, estados, DF e municfpios) para serem implementados. www.romulopassos.com. br Evolugdo Historica das Politicos de Satide = 17 8. (Prefeitura de Sao Carlos-SP/VUNESP/2011) A consolidacao do SUS a) 6 condicdo necessaria e suficiente para a efetivacao do direito da populagio a satide. b) 0 conjunto dos fatores de ordem econémico-social e cultural exercem influéncia sobre as condigdes de satide da populacso. c) depende do crescimento econémico do pais, pois, dessa forma, tera seu financiamento assegurado. d) tem relacao exclusivamente com o sistema de assisténcia & satide da populacio. e) depende apenas da gestdo ministerial, que define o aporte de recursos a serem repassa- dos para as esferas estaduais e municipais de governo. COMENTARIOS: Para que vocé possa compreender bem mais 0 tema, vamos corrigir as assertivas erradas: Item A- Além da consolidacao do SUS, é condicao necesséria e suficiente para se efetivar 0 direito da populacdo a sade a melhoria de varios indicadores sociais, educacionais, econémicos, entre outros fatores, Item C- 0 SUS ni terd seu financiamento assegurado com 0 crescimento do pais. Enecessé- tia mais distribuigao dos recursos puiblicos para a satide, diminuic3o da corrupcdo, melhoria da gestdio e um modelo centrado nos principios e nas diretrizes desse sistema. Item D - Para a consolidacdo do SUS, sao necessarias melhorias efetivas nas condicdes econémicas, sociais, educacionais, bem como na qualidade € no acesso aos servigos de satide publica. Item E- A consolidacdo do SUS nao depende apenas da gestao ministerial. Diversas medi- das so necessdrias, com o envolvimento da sociedade e de todas as esferas de governo. A resposta da questo é a letra B. 9, (HU-UFBA/EBSERH/IADES/2014) Antes da criaco do SUS, o Ministério da Satide (MS), apoiado por estados e municipios, desenvolvia basicamente quais tipos de ages? a) Acdes de promocao da satide e de prevengdo de doengas, com destaque para as campa- nhas de vacinago e o controle de endemias. b) Assisténcia médico-hospitalar de alta complexidade e fabricagdo de vacinas e medica- mentos, com destaque para as drogas de combate ao virus da Aids. ¢) Campanhas educacionais de prevengao de doencas, com incentivo a pratica de exer @ & busca por uma alimentago saudavel. d) Fiscalizagao das acées de satide pelos estados e municipios, com a aplicagdo de multas quando encontradas irregularidades na execugdo dos orgamentos contratados. e) 0 MS foi criado juntamente com o SUS. Antes desse periodo, as agdes de sade publi- ca eram executadas pelo Instituto Nacional de Assisténcia Médica e Previdéncia Social (INAMPS). COMENTARIOS: Nobre leitor/a, uma questo como essa é resolvida facilmente por “eliminacgao”. Vejamos: Item A - Eram ag6es do Ministério da Saude (MS) realizadas antes da criagéo do SUS: www.romulopassos.com.br 18 = Legislacao do SUS, Satide Publica e Epidemiologia para Concursos e Residéncias promogao da satide e de prevencdo de doencas, com destaque para as campanhas de vacinacao eo controle de endemias. Isso ocorria, apesar de essas aces serem pontuais e fragmentadas. item B - A assistncia médico-hospitalar de alta complexidade era realizada pelo INPS/ INAMPS. Ademais, as drogas de combate ao virus da Aids comecaram a ser fabricadas pelo MS a partir da década de 2000. Item € - As campanhas educacionais de prevencéo de doengas, com incentivo a pratica de exercicios e a busca por uma alimentacdo saudavel, sé comegaram a ser promovidas pelo MS, em articulaco com os demais entes federativos, depois da cria¢do do SUS, principalmente depois de ser estruturada a Atencio Bésica. Item D - Antes da criagdo do SUS, o MS ndo fiscalizava as ages de savide dos estados e dos municipios. © perfodo foi marcado pelo total descontrole dos recursos puiblicos na satide. Atualmente, o Sistema Nacional de Auditoria (SNA) do SUS, por meio do Departa- mento Nacional de Auditoria do SUS (DENASUS) é marcado por uma atuacao incipiente, devido a insuficiéncia de pessoal e de recursos para 0 desenvolvimento das acdes. Item E-O MS foi criado bem antes da implantago do SUS, em 1953, coma desvinculago das aces de satide publica do antigo Ministério da Educagdo e Satide Publica (MESP). A resposta da questao é a letra A. (EBSERH Nacional/CESPE/2018) Em relacao a evoluco histérica da satide no Brasil, julgue oitem a seguir: 10. Antes da implantagio do SUS, as agées predominantes do Ministério da Satide eram de promocdo da satide e prevencao de doencas voltadas para campanhas de vacinacao e controle de endemias. COMENTARIO: Perceba que essa questdo de 2018 do CESPE apresenta a mesma redacdo da letra A da questiio anterior de 2014 do IADES. Por isso, sempre alertamos que é importante resol- ver questdes anteriores, inclusive de bancas diferentes. De acordo com Brasil (2002), antes da cria¢do do Sistema Unico de Satide (SUS), 0 Mi- nistério da Satide (MS), com 0 apoio dos estados e dos municipios, desenvolvia quase, que exclusivamente, ages de promocdo da satide e prevencao de doengas, com desta- que para as campanhas de vacinagao e 0 controle de endemias. Todas essas agdes eram desenvolvidas com cardter universal, ou seja, sem nenhum tipo de discriminagdo com 2 populagao beneficigria. Ademais, na érea de assisténcia a sade, o MS so atuava por meio de poucos hospitais especializados, nas areas de psiquiatria e de tuberculose, além da acdo da Fundagao de Servicos Especiais de Satide Publica (FSESP) em algumas regiGes especificas, sobretudo pare o interior do Norte e do Nordeste. Neste sentido, a questdo é certa. 11, (SESAP-RN/COMPERVE/UFRN/2018) A 82 Conferéncia Nacional de Satide (CNS), reali- zada em marco de 1986, foi um marco para as mudangas na drea da sauide depois do fim do Regime Militar no Brasil. Essa conferéncia contou com a participacao de mais de 4.000 www.romulopassos.com.br Evolugdo Historica das Politicas de Saude = 19 pessoas e reuniu institui¢des de satide e representantes da sociedade civil, dos grupos profissionais e dos partidos politicos. Dentre as principais resolugdes da 8? Conferéncia Nacional de Satide, encontram-se: a) adogao de um conceito amplo de satide, segundo o qual satide ¢ o resultado das cond Ges de alimentaco, habitacdo, educacSo, entre outros, e da organizag3o social da pro- dugao; criaco de um Sistema Unico de Satide, separando-se, gradualmente, a satide da previdéncia, com uma ampla Reforma Sanitéria; constitui¢do de um orcamento social, cuja maior parcela de recursos caberia, inicialmente, a satide, para suprir a falta dos re- cursos previdenciérios. b) adogdo de um conceito amplo de satide, segundo o qual satide é o resultado de condices dignas de vida e acesso universal e igualitério a acées e servicos de satide; criagio de um Sistema Unico de Sade, separando totalmente satide de previdéncia, por meio de ampla Reforma Sanitaria; constitui¢3o de um orcamento social que englobe os recursos destina- dos as politicas sociais. c) adocao de um conceito amplo de satide segundo o qual satide é 0 resultado de condi- Ses dignas de vida e acesso universal e igualitdrio a ages e a servicos de satide; criago de um Sistema Unico de Satide, separando totalmente satide de previdéncia, por meio de ampla Reforma Sanitaria; constitui¢éo de um orcamento social, cabendo a satide, inicialmente, maior parcela de recursos, de modo a suprir a auséncia dos recursos pre- videncidrios. 4d) adogao de um conceito amplo de satide segundo o qual satide ¢ o resultado das condigées, de alimentagao, habitagdo, educagdo, entre outros, e da organizaco social da producao; criagdo de um Sistema Unico de Satide, separando gradualmente satide de previdéncia, por meio de ampla Reforma Sanitaria; constituigiio de um orgamento social que englobe 05 recursos destinados as politicas sociais. COMENTARIOS: De acordo com o Relatorio final da 8? Conferéncia Nacional de Satide (CNS), a deliberacdo majoritdria dos participantes foi pela separacao total do setor de Previdéncia Social e Satide, 0 que ocorreu a partir da promulgacao da Constitui¢go Federal de 1988. Com base nessa defini¢do, eliminamos as letras A e D. Outro encaminhamento desse relatorio foi a sugestao para se criar um orgamento social que englobasse os recursos destinados as politicas sociais dos diversos Mi- nistérios e os distintos fundos sociais. Deliberou que esse orcamento fosse reparti- do por setor e que caberia ao de saude uma parcela de recursos que constituissem ‘0 Fundo Unico Federal de Satide (BRASIL, 1986). Nesse sentido, a letra C é errada, porque nao houve deliberacdo para se constituir um orgamento social em que fi- casse a cargo da satide, inicialmente, a maior parcela de recursos. O que houve foi a deliberacao na 82 CNS para fazer um orcamento social que englobasse os recursos destinados as politicas sociais. Considerando 0 exposto, a resposta correta é a letra B. www.romulopassos.com.br 20 % Legislacéio do SUS, Satide Publica e Epidemiologia para Concursos e Residéncias 12. (Prefeitura de Natal-RN/COMPERVE/UFRN/2018) Em meio a uma profunda crise eco- némica e politica do Estado brasileiro, surgiu, no final da década de 1970 e inicio dos anos 1980, 0 Movimento pela Reforma Sanitaria Brasileira, que defendia um sistema de satide universal, em contraposi¢ao ao modelo médico assistencial privatista, entdo vigente, que se apresentava cada vez mais ineficiente, caro e excludente. © Movimento pela Reforma Sanitéria Brasileira a) propés estratégias como as Agées Integradas em Satide para o alcance de um sistema de salide mais integrado, que foram implantadas depois da Constituic¢go de 1988. b) teve a participacio de profissionais de satide, de intelectuais da satide coletiva e de lide- rancas politicas, mas sem a colaboraco de parlamentares. ¢) teve seu ponto alto na Vill Conferéncia Nacional de Satide, realizada em 1986, a qual pro- duziu um relatério que pouco influenciou o Sistema Unico de Saude. d) gerou mudangas no sistema de satide, alcangou mudancas institucionais importantes e apontou alternativas centradas na Atencdo Primdria em Satide. COMENTARIOS: O Movimento pela Reforma Sanitaria Brasileira: a) ndo propés estratégias como as Ages Integradas em Satide (AIS). As AIS foram consideradas umas das primeiras experiéncias com um sistema de satide mais integrado e articulado (RONCALI, 2003), mas foram criadas em 1983 pelo INAMPS por meio do plano CONASP; b) teve a participacao de profissionais de satide, de intelectuais da satide coletiva'e de liderancas politicas, inclusive com a colaboracdo de parlamentares nos movimentos, na 2 CNS e na institucionalizagdio do SUS pela Constituigdo Federal de 1988; c) teve seu ponto alto na Vill Conferéncia Nacional de Satide, realizada em 1986, a qual produziu um relatério que foi a base para a criagdo do SUS pela Constituicdo Federal de 1988; d) gerou mudancas no sistema de satide, alcangou mudancas institucionais importantes © apontou alternativas centradas na Atencdo Priméria em Satide (APS); Foi levando em consideracgao as disposicdes da Declaracdo de Alma-Ata (1978), que ger- minou em muitos paises o debate sobre a importéncia da APS. Aresposta da questdo é a letra D. 13, (SES-DF/IADES/2018) Em relagao a evolugao histérica da organizacao do sistema de satide no Brasil e a construgdo do Sistema Unico de Satide, assinale a alternativa correta. a) As primeiras preocupacées do Estado brasileiro com aces relacionadas a satide da populagao, de economia eminentemente industrial, eram com atividades dirigidas a0 saneamento dos portos. b) O INPS era organizado por empresas e administrado e financiado por empresarios e tra- balhadores. c) A Lei Eloy Chaves provocou a centralizagdo crescente da autoridade deciséria, marcada pela criaco do Instituto Nacional de Previdéncia Social (INPS).. www.romulopassos.com.br Evolugdo Historica das Politicas de Saide = 21 d) 0 modelo de prestacao de servicos de assist€ncia médica esteve condicionado ao ama- durecimento do sistema previdencidrio brasileiro, com a criagio das Caixas de Aposenta- dorias e Pensdes. e) A criagdo dos Institutos de Aposentadorias e Pensdes (IAPs) marcou as preocupacdes do Estado brasileiro com a satide ptiblica, ¢ essa fase corresponde ao auge do sanitarismo campanhista. COMENTARIOS: Segue abaixo a corre¢ao dos itens da questao: ) As primeiras preocupacées do Estado brasileiro com a¢ées relacionadas a sauide da po- pulacao, de economia eminentemente exportadora rural, eram com atividades dirigidas ao controle de endemias e ao saneamento dos portos e do meio urbano, especialmente no Rio de Janeiro e Sao Paulo (RISI JUNIOR, NOGUEIRA, 2002). b) As CAPs eram organizadas por empresas e administradas e financiadas por empresd- tios e trabalhadores. ¢) A Lei Eloy Chaves criou as CAPs. Nessa modalidade inicial da medicina previdencidria (1923-1933), cada empresa tinha o prdprio sistema de previdéncia social e assisténcia médica, portanto, nao sofriam interferéncia externa, tampouco de outras empresas. e) A criagdo dos Institutos de Aposentadorias e Pensées (IAPs) fortaleceu a medicina previdencidria, com a unificacdo das CAPs por categoria profissional. Por outro lado, a satide publica era de responsabilidade do MESP. A alternativa correta é a letra D. 1.6 - Modelos de Atengao 4 Satide 0 modelo assistencial diz respeito ao modo como so organizadas, em dada sociedade, as ages de atenco a satide que envolvem os aspectos tecnoldgicos ¢ assistenciais. Nessa perspectiva, ndo ha modelos certos ou errados ou receitas que, quando seguidas, déo certo (SILVA JUNIOR; ALVES, 2007). Biomédico e Tecnicista RAOBETCST —> Hegeménicos ASSISTENCIAIS. NY 4 no Brasil Sanitarista —> Alternatives Modelo Biomédico De acordo do Pair (2008), as principais caracteristicas da medicina flexneriana (modelo biomédico), com base no Relatério de Flexner (1911), so as seguintes: 1 énfase a aten¢do médica individual, secundarizando a promocio a satide e a preven- cao; www.romulopassos.com.br 22 = Legislagtio do SUS, Satide Publica e Epidemiologia para Concursos e Residéncias = organizagao da assisténcia médica em especialidades; = valorizagao do ambiente hospitalar em detrimento da assisténcia ambulatorial; = educagdo médica separando as disciplinas do ciclo basico (Anatomia, Bioquimica, Fi- siologia, etc.) ¢ do profissional, este dltimo realizado nos hospitais de ensino. 0 modelo biomédico é fortemente associado ao diagnéstico e a terapéutica, em que no considera a complexidade do proceso de satide e doenga, bem como as caracteristicas singulares das pessoas e das familias, inseridas em um contexto socioecondmico, ambien- tal, politico e cultural. Nesse sentido, podemos destacar as seguintes caracteristicas desse modelo que, infelizmente, ainda 6 hegeménico no Brasil (PORTELLI, 2002; PAIM, 2008; FER- TONANI et. al, 2015): predominancia de aces foco no individualismo; te ory _ digndsticas e curativas; satide/doenca encarada como estimulo a0 consumismo médico e mercadoria; a medicalizacao dos problemas; desmerecimento dos fatores ag Pe i : chlaccrae Rel een determinantes sociais em satide (DSS); desvalorizacdo das agdes de participaciio passiva ou subordinada prevencdo e promogao de satide; dos consumidores/usuarios de satide. De acordo com a Portaria do Ministério da Satide n° 4.279/2010, que estabelece diretri- zes para a organizaciio da Rede de Atengao a Satide (RAS) no ambito do SUS, o modelo de atencio a salide vigente, fundamentado nas agées curativas, centrado no cuidado médico e estruturado com acées e servigos de satide dimensionados a partir da oferta (modelo biomédico), tem se mostrado insuficiente para dar conta dos desafios sanitérios atuais e insustentavel para os enfrentamentos futuros. Nesse sentido, o modelo de aten¢ao definido na regulamentacao do SUS preconiza uma contraposi¢&o ao modelo atual, que é centrado na doenca e, em especial, no atendimento & demanda espontanea e na agudizacao das condigées crénicas. Aponta para a necessidade de uma organizagao que construa a intersetorialidade para a promogdo da satide, con- temple a integralidade dos saberes, com o fortalecimento do apoio matricial, considere as vulnerabilidades de grupos ou populagdes e suas necessidades ¢ fortaleca as agées sobre as condigdes crénicas (BRASIL, 2010). Modelo Sanitarista Outro modelo de atencdo a satide ainda presente no Brasil é o sanitarista, caracteri- zado por campanhas e programas de satide ambulatoriais verticais e fragmentados (pro- gramas de pré-natal, puericultura, tuberculose, hanseniase), com énfase no atendimento www.romulopassos.com.br Evolu¢Go Histdrica das Politicas de Saude = 23 da demanda espontanea (acées pontuais), em detrimento da prevencio e da promocio da satide. Esse modelo comecou a se expandir a partir da década de 1930 e nfo valoriza os principios e as diretrizes da atenco bésica e das redes de atengSo a sade. Modelos de Satide Alternativos A partir da década de 1970, comecou um debate internacional sobre a superaco dos modelos tradicionais de atenco a satide. No Brasil, esses modelos visam superar as lacunas geradas pelo modelo biomédico € pelo sanitarista, pautados, dentre outras, nas seguintes caracteristicas: = valorizam os principios e as diretrizes do SUS (hierarquizacao e regionalizaco dos servigos de satide, atendimento universal e integral, territorializagao, humanizacSo, acolhimento etc.); = séo direcionados para atender ao individuo, a familia e 8 comunidade, levando em conta seus aspectos socioeconémicos, ambientais, culturais e politicos; ™ centram-se nas ages programaticas de satide, na atencao basica, como coordenadora e ordenadora do cuidado, nas Redes de Atencio a Satide (RAS), no acolhimento, na vigilancia da satide, na promogio e na prevencSo da saude. No esquema abaixo, apresentamos uma sintese do estudo dos modelos de atencao 3 satide: HORA DE PRATICAR! 14, (IF-PA/2016) Em relacdo aos Modelos de Atengao a Satide no Brasil, o debate pouco tem privilegiado a questao dos modelos assister is, ou seja, das formas de organizacao ‘tecnolégica do processo de prestaciio de servicos de satide. O sistema de satide brasileiro é um espaco de disputa entre modelos assistenciais diversos e do Modelo Mé Hege- ménico, que apresenta aspectos como: |. Individualismo. IV. Historicidade da pratica médica. Il. Sadide e doenca como mercadoria. V. Medicalizagao dos problemas. Ill. Enfase no biologismo. a) Todas as assertivas esto corretas. b) Apenas a assertiva IV est correta. c) Apenas a assertiva Ill esta correta. d) Apenas as assertivas | e Il esto corretas. e) Apenas a assertiva V esta correta. www.romulopassos.com.br 24 & Legislacdo do SUS, Satide Publica e Epidemiologia para Concursos e Residéncias 1.7 - Histéria Natual da Doenca Iniciaremos essa tematica definindo histéria natural da doenca, segundo Leavell & Clark (1976): Antes de abordar os conceitos inerentes 8 histéria natural da doenga, faremos um breve resgate historico do processo saide-doenga. Podemos dizer que a sadde e a doenga sempre fizeram parte da realidade e das preocu- pages humanas. Ao longo da historia, varios modelos foram criados, a fim de explicar o pro- cesso da satide e da doenga, e sempre estiveram ligados aos distintos métodos de producao e de reproducSo peculiares a cada sociedade humana (FONSECA, 2007). A visio magica dos cacadores-coletores, a perspectiva individualizante do capitalismo concorrencial ¢ a diversidade de praticas que procuram promover, manter ou recuperar a satide esto diretamente interligadas as formagBes sociais e econémicas, aos significados atribuidos e & ciéncia disponivel em cada época, como podemos observar no esquema abai- xo (FONSECA, 2007): www.romulopassos.com.br Evolugdio Histérica das Politicas de Saude = 25 relacao entre doenca e pecado; purificacdo da alma; corpo fisico menos importante; persisténcia do misticismo, revalorizacdo do saber técnico (agricultu- Ta, mineraggo, metelurgia © navegacdo); considera aspectos econémicos, sociais e culturais envolvidos na satide/doenca da populacio; surgimento do microscépio (Séc. XVII); microrganismos/patogenos (Sé¢, XIX); participacdo de Vetores, hospedeiros na transmissao de doenca (Séc. XX); modelo unicausal: a acdo é de um Gnico agente; modelo multicausal: doenca resultante do desequilibrio no sistema “Triade Epidemiol6- gica (ambiente-agente-hospedeiro)’; a “causalidade” & substituida pela “determinagdo”, hierarquia das | condic6es ligadas 4 estrutura social ~ “modos ¢ estilos de vida” — cultura, sociedade e espaco. OT Waa ait leh 15. (Residéncia Multiprofissional e Profissional em Sadde/UPE/2018) A nogao de pro- mogdo da satide remonta a vérios periodos da histéria (WESTPHAL, 2009). Enume- ram-se os diversos periodos na coluna A e algumas caracteristicas inerentes a esses periodos na coluna B. Analise qual das alternativas a seguir estd correta no estabele- cimento dos periodos as caracteristicas respectivas, enumere a coluna B e marque a alternativa CORRETA: IAA 460 a.Ca 146 a.C 1. Antiguidade: mais oumenos | ( _) Os profissionais de satide deram continuidade aos desen- co NG volvimentos cientificos tanto em medicina clinica e microbio- logia quanto em patologia ¢ fisiologia, 2. Pés -146 a.C (__ ) Conceito de individuo sadio, emancipado em meio & con- cepgio de culture cidad no ambito da polis. Os gregos valo- rizavam os aspectos fisicos da satide pessoal. Jogos, gindstica € outros exercicios foram a representacéo do ideal de forca fisica, destreza e graga. 3. Periodo medieval (0 Estado era de importancia priméria, e néo, 0 individuo. Da cultura romana resgatou-se a importancia das politicas pu- blicas integradas e intersetoriais como produtoras de satide. + (continua) www.romulopassos.com.br 26 = Legislacéo do SUS, Satide Publica e Epidemiologia para Concursos e Residéncias (continuacéo) (© Clero era a classe dominante, as acbes de governo 5 i iri tot: séculesXV.e XVI eram relacionadas ao espitito como abandone total do corpo ede todo 0 seu cuidado. : Muitos avangos na medicina e na satide publica; 0 mi- 5. Se () 4 ecules Vie xVM croscépio foi a descoberta mais importante (__ ) Nao apresentaram muitos avangos no conceito e nas pré- 6. Século XIX ticas de satide. © mundo se expandiu com o inicio da era das grandes navegacées. a)6, 1, 2,3,5,4; ¢) 1, 3,2, 6,5, 4; b)S, 6, 12,4, 3; d) 4, 1, 2,5, 6, 3. COMENTARIOS: Conforme a exposi¢do sobre o tema, vamos correlacionar as colunas do quadro da ques- to para identificar a sequéncia correta: 6. Século XIX - Os profissionais de satide deram continuidade ao desenvolvimento cienti- fico tanto em medicina clinica e microbiologia quanto em patologia e fisiologia. 4. Antiguidade - mais ou menos 460 a.C a 146 a.C. Conceito de individuo sadio, emanci- pado em meio a concepgao de cultura cidada no ambito da polis. Os gregos valorizavam 0s aspectos fisicos da satide pessoal. Jogos, gindstica e outros exercicios foram a repre- sentacdo do ideal de forca fisica, destreza e graca 2. P6s-146 a.C. O Estado era de importancia primaria, e ndo, 0 individuo. Da cultura ro- mana, resgatou-se a importancia das politicas puiblicas integradas e intersetoriais como produtoras de satide. 3. Periodo medieval - © Clero era a classe dominante, e as ages de governo eram rela~ cionadas ao espirito como abandono total do corpo e de todo o seu cuidado. 5. Séculos XVII e XVII - Muitos avancos na medicina assim como na satide publica; 0 microscépio foi a descoberta mais importante. 4, Renascimento - Séculos XV e XVI - Nao apresentou muitos avansos no conceito e nas praticas de satide; o mundo se expandiu, com o inicio da era das grandes navegacoes. Assim, a sequéncia correta da questo 6 6, 1, 2, 3, 5, 4, e aresposta a letra A. Pode-se dizer que a hist6ria natural da doenca € 0 curso da doenca que vai desde seu inicio até sua resolu¢&o, na falta de intervencao. £ o modo préprio de evoluir de toda doenga ou processo, quando ela segue seu proprio curso (OPAS, 2010). Desenvolve-se em dois perfodos sequenciados: 0 periodo epidemiolégico ou de pré-pa- togénese e 0 periodo patolégico ou de patogénese. No primeiro, ha um interesse maior em conhecer as relacdes entre o suscetivel e 0 ambiente; no segundo, o interesse é voltado para as modificacées que ocorrem no organismo do individuo acometido pela doenga (ROU- QUAYROL; GURGEL, 2013). : www.romulopassos.com.br Evolugdo Historica das Politicas de Saide 27 “9L6T L210 *8 1049") ap operdepy ‘ETO? ‘feBn9 2 jouAenbnoy :21U0y OVSNIAaUd 30 SIAIN xy eyepunsas opsuanaig "Sa4019A ap 9I011U0D “epenbape ‘yeuojednoo eides9y “sejanbas seyIna ‘syeuojsednoo apnes ogiequawiye ‘seqSeayjdwuoo seinany Je3)A9 eSez}unul ssejorsa ‘epenbape eipesow t t ' t 1 apepizedesuy ep opseywiy SvelpeUl| LUCENE eayjsadsa 2 enoraud oonsouseld opSaq01d apnes ep opsoulog © oydvay © o1nnyisa © oySvugni € omnvyisa sopinay ap sagseiay SeWOYUIS a s/eUIs/sopIDa} ap sagseiayy ODINITO ALNOZIYOH Zapiteaut ‘013580 go es auoW < SWIN3OG Sv OYIN3NRUd J TWUNLWN VINOISIH * ae | anua ogSe10u www.romulopassos.com.br 28 = Legislacéo do SUS, Satide Publica e Epidemiologia para Concursos e Residéncias Hé, ainda, outro nivel de prevengdo chamado de “prevencao quaternéria”, que é 0 mais elevado no que se refere & prevenc3o em satide. Seu objetivo é de evitar 0 “excesso de in- tervencionismo médico através da detecco de individuos em risco de tratamento - trata-se, pois, da prevencdo da iatrogeni (ALMEIDA, 2005). Cog Moat Tay 16. (Prefeitura de Fortaleza-CE/2018) Os paradigmas sobre o fenémeno “satide-doenga” modificaram-se através dos tempos, a partir da evolugo da tecnologia e dos avancos so- cioeconémicos que envolveram as civilizagées. Sobre o assunto, analise as assertivas abaixo marque com V as afirmativas que forem verdadeiras, e com F, as que forem falsas: {_)Ateoria miasmética defendia que as doencas eram causadas por fatores fisico-quimicos oriundos de emanagées do solo ou do ar que tinham grande poder de nocividade. ( ) De acordo com a teoria da unicausalidade ou microbiolégica, o adoecimento aconte- ce quando o ser humano é atingido por um agente etiolégico; assim, atuando sobre os agentes etiologicos e os seus meios de transmissio, é possivel prevenir e curar doensas. (__ )Ateoria da multicausalidade traz 0 processo “satide-doenca” como um conjunto de relacées e variéveis que produzem e condicionam o estado de satide e doenga de uma populacdo, que variam em diversos momentos historicos e do desenvolvimento cientifico da humanidade. (_ ) As intervengées em satide na triade ecoldgica (agente, hospedeiro e ambiente) podem ser realizadas por meio de prevengio priméria (medidas de promocdo da satide e prote- do especifica), secundaria (limitac3o da invalidez) e tercidria (reabilitago, diagndstico tratamento precoce). Assinale a alternativa correta, de cima para baixo: a)V,V,V,F bEV.VF FRALEY d)VV,V,V. COMENTARIOS: Oitem IV é 0 Unico falso. Na verdade, o diagnéstico e o tratamento precoce fazem parte do nivel de prevencdo secundaria (e nao, terciaria). Assim, a alternativa correta é a letra A. 17. (SABESP/FCC/2014) A historia natural da doenga refere-se a uma descrigao da pro- gressdo ininterrupta de uma doenca em um individuo desde o momento da exposicdo aos agentes causais até a recuperacdo ou a morte. Pode-se afirmar que: a) As fases de evolucao da doenga so quatro: de susceptibilidade, patolégica pré-clinica, clinica e de incapacidade residual. b) As medidas preventivas podem ser iniciadas a partir da fase patoldgica pré-clinica. c) As medidas preventivas na fase clinica sao denominadas de prevencio terciaria. d) Os fatores gerais envolvidos no processo satide e doenga so agente e hospedeiro. e) 0 tratamento adequado para interromper 0 processo mérbido e evitar futuras complica- ges e sequelas denomina-se prevengao priméria. www.romulopassos.com.br Evolucdo Historica das Politicas de Saude » 29 COMENTARIOS: Vamos corrigir as alternativas incorretas da questo: b) As medidas preventivas devem ser iniciadas antes da fase patolégica pré-clinica. c) As medidas preventivas na fase clinica sio denominadas de prevencdo secundaria. d) Os fatores gerais envolvidos no processo satide e doenca séo agente, hospedeiro e ambiente. ¢) 0 tratamento adequado para interromper 0 processo mérbido ¢ evitar futuras compli- cag6es € sequelas denomina-se prevencao secundaria. Logo, a resposta da questao é a alternativa A. 18. (Residéncia Médica/Hospital Universitario Sao Francisco de Paula/2014) Em relacao aos niveis de prevencao de doencas, primariamente estabelecidos por Leavell & Clark (1976), as ages realizadas com o intuito de remover causas e fatores de risco de deter- minado problema de satide individual ou coletivo, antes do desenvolvimento da condi¢go clinica, podem ser classificadas como nivel de prevencao: a) primordial c) secundaria e) quaterndria b) priméria. d) terciéria, COMENTARIOS: A prevengdo primaria é feita com a intercepedo dos fatores pré-patogénicos, incluindo medidas de promoco da satide e prote¢do especifica (ROUQUAYROL; GURGEL, 2013). Logo, a alternativa correta é a letra B. 19. (T-BA/FGV/2015) De acordo com o modelo de prevencio de doencas desenvolvido por Leavell e Clark, o programa de imunizacdo do trabalhador é uma ago de: a) promoco da satide; —_c) prevenco secundsria; _e) prevencao quaternéria. b) protecio especifica; _d) prevengio tercidria; COMENTARIO: Conforme debate anterior, as acdes de imuniza¢do e satide ocupacional sd medidas de Protecao especifica dentro do nivel de prevencdo primaria. Assim, a resposta correta da questdo é a alternativa B. Finalizamos o primeiro capitulo desta obra! Preparamos tudo com bastante zelo e ca- rinho. Vocé percebeu que abordamos, além da evolucao histérica da satide no Brasil, os temas de modelos assistencias de satide e histéria natural da doenga. Isso foi necessario para apreendermos a tematica de forma direcionada e abrangente. E importante destacar que todo o contetido deste capitulo e dos demais esté comentado em videoaulas. Além disso, vocé pode, agora mesmo, resolver as intimeras questdes on-line Comentadas para o aprofundamento do seu aprendizado, Tudo isso esta em sua conta exclu- siva no nosso site www.romulopassos.com.br. www.romulopassos.com.br 30 = Legislagéo do SUS, Satide Puiblica e Epidemiologia para Concursos e Residéncias ALMEIDA, L. M. Da prevencdo primordial 8 prevencao quaternéria, Rev. Port. Sau. Pub, Lisboa, PT, v.23, 1n. 4, p.91-96, 2005. BARROS, J.A.C. et al. Pensando o processo satide doenca: a que responde o modelo biomédico?, Saude soc., So Paulo, v. 11, n. 1, p. 67-84, 2002 BATISTELLA, C. Satide, doenca e culdado: complexidade teérica e necessidade histérica. In: FONSECA, A. F.; CORBO, A. M. D/A. O territério e o processo satide-doenca. Rio de Janeiro, RJ: EPSIV/FIOCRUZ, 2007. p.25-50. BRASIL. Conselho Nacional de Secretirios de Satide, Sistema Unico de Satide. Conselho Nacional de Secretérios de Satide. Sistema Unico de Satide (Coleco Para Entender a Gestdo do SUS). 1. ed. 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