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Comportamento Mecânico de Polímeros
Comportamento Mecânico de Polímeros
Centro de Tecnologia
Departamento de Engenharia de Materiais (DEMAT)
Comportamento mecânico de
polímeros
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Comportamento mecânico
O comportamento mecânico dos polímeros é muito característico e determinado pela sua
estrutura molecular.
Dentre os ensaios mais relevantes e comumente utilizado podemos citar os ensaios de tensão x
deformação.
É particularmente relevante lembrar que os seguintes fatores são muito influentes sobre as
propriedades mecânicas dos polímeros:
1. Taxa de deformação
2. Temperatura
3. Natureza química do ambiente (p. ex. umidade, solventes orgânicos, etc.)
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3
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Em resumo, os dados importantes que podem ser obtidos de
uma curva de tensão x deformação são:
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As características mecânicas dos polímeros são muito mais sensíveis a
mudanças de temperatura próximo a temperatura ambiente
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A taxa de deformação também afeta o comportamento mecânico do polímero. A
diminuição da taxa de deformação em geral afetam as propriedades de um
polímero como o aumento da temperatura, “tornando” o material mais macio.
1>2>3>4
1
2
3
4
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Os materiais poliméricos apresentam um comportamento intermédio entre o de um sólido
elástico, Hookeano, e de um líquido viscoso, Newtoniano. Apresentam frequentemente
contribuição de ambos os tipos de resposta, e a predominância de carácter viscoso ou
elástico da resposta a uma solicitação mecânica depende essencialmente da escala de
tempo da experiência:
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Viscoelasticidade
Em temperaturas mais
Baixas
altas
temperaturas
Em temperaturas intermediarias,
o polímero é um sólido com
características de borracha,
Comportamento viscoso viscoelasticidade.
ou semelhante ao de um
elástico
liquido
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Viscoelasticidade
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Viscoelasticidade
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Viscoelasticidade
Fluência e relaxação de tensão
A dependência das propriedades mecânicas dos materiais poliméricos com relação ao tempo pode ser
observada através de dois fenômenos: fluência e relaxação de tensão;
1. Fluência
As moléculas escoam umas sobre as outras para relaxar a tensão aplicada devido à sua mobilidade
natural provocando um aumento contínuo da deformação com o tempo.
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Viscoelasticidade
1. Fluência
Módulo de fluência:
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Viscoelasticidade
2. Relaxação de tensão
• Aplicação de uma deformação instantânea e constante;
Módulo de relaxação:
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Viscoelasticidade
Elasticidade da borracha
A flexibilidade das moléculas elastoméricas e a restrição imposta à deformação recuperável das ligações
cruzadas proporcionam às borrachas um comportamento único que é a ELASTICIDADE;
As borrachas, mesmo quando deformadas acima do dobro de seu comprimento inicial, ou seja, com
deformação acima de 100%, retornam instantaneamente à dimensão inicial quando aliviadas da tensão e não
proporcionam qualquer deformação permanente;
Além disso, as borrachas quando estiradas e mantidas sob uma deformação constante, exigem maior força
para se manter nessa deformação quando aquecidas. Isso ocorre porque as borrachas estiradas contraem com
o aumento da temperatura, ao contrário da maioria dos materiais.
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Fratura em Materiais Poliméricos
A resistência à fratura dos materiais poliméricos é relativamente baixa comparado aos materiais
metálicos e cerâmicos;
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Fratura em Materiais Poliméricos
As principais causas para a fratura de um material polimérico são:
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Fratura em Materiais Poliméricos
Mecanismo de fratura frágil (para materiais frágeis)
• Teoria de Griffith: baseada na capacidade do material propagar uma trinca em crescimento;
• A trinca pode ser uma falha natural do material ou pode ser gerada durante a solicitação mecânica;
• A tensão crítica (sc) para provocar a propagação da trinca perpendicular à solicitação é dada por:
s aplicada
TRINCA
E = módulo elástico, g = energia superficial
específica, c = comprimento da trinca. Propagação ⊥ à
solicitação mecânica
s aplicada
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Fratura em Materiais Poliméricos
Mecanismo de fratura frágil
• Teoria de Griffith
s aplicada
TRINCA
Propagação ⊥ à
E = módulo elástico, g = energia superficial solicitação mecânica
específica, c = comprimento da trinca.
s aplicada
• A propagação da trinca, após atingir a tensão crítica, pode levar à ruptura do material;
• Teoria de Griffith
fratura
• Energia superficial (g): energia necessária para criar novas superfícies no polímero;
• Quanto maior a energia superficial, menor é a chance da trinca se propagar (maior tenacidade).
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Fratura em Materiais Poliméricos
Mecanismo de fratura frágil
• Ensaio de tenacidade
• Uma trinca pré-estabelecida é feita no corpo de prova e mede-se a velocidade com que a trinca se
propaga no material quando uma determinada tensão é aplicada;
• Fator de intensidade de uma tensão crítica (Kc): quantifica a habilidade do polímero em resistir à
propagação de trinca. É diretamente proporcional a g.
1. Redução na temperatura;
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Fratura em Materiais Poliméricos
Mecanismo de fratura dúctil
• Mecanismo mais complexo;
• Ruptura: após ser atingido um elevado grau de orientação, inicia-se o processo de ruptura
propriamente dito.
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Ensaio de Tração
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Ensaio de Tração
Orientação Molecular a Frio durante a tração
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Ensaio de Tração
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Fratura em Materiais Poliméricos
Mecanismo de fratura dúctil
OU
Propriedades viscoelásticas;
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Fratura em Materiais Poliméricos
Mecanismo de fratura dúctil
Empescoçamento
Ensaio de tração:
do corpo de prova
MECANISMOS
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Fratura em Materiais Poliméricos
Mecanismo de fratura dúctil
- Têm capacidade de dissipar energia deformacional, sustentando a tensão até altos níveis de
deformação sem fratura, dependendo da estrutura morfológica do material.
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Fratura em Materiais Poliméricos
a) Microescoamento sob cisalhamento (shear yielding):
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Fratura em Materiais Poliméricos
Mecanismo de fratura dúctil
• Escoamento por bandas de cisalhamento: consiste na distorção de um formato sem alteração
significativa do volume;
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Fratura em Materiais Poliméricos
Mecanismo de fratura dúctil
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Fratura em Materiais Poliméricos
Mecanismo de fratura dúctil
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Fratura em Materiais Poliméricos
Mecanismo de fratura dúctil
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Fratura em Materiais Poliméricos
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Fratura em Materiais Poliméricos
- A partir de certo nível de deformação surgem microfissuras cuja propagação na direção transversal
do tracionamento é evitada devido à presença de microfibrilas poliméricas, orientadas
paralelamente à tensão aplicada.
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Fratura em Materiais Poliméricos
Mecanismo de fratura dúctil
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MICROFIBRILAMENTO - POLÍMEROS
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Fratura em Materiais Poliméricos
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MICROFIBRILAMENTO - POLÍMEROS
➢ A absorção de energia por este mecanismo de deformação ocorre por meio da energia dissipada pelo
desemaranhamento e escoamento localizado de cadeias, formando fibrilas que impedem a coalescência
prematura dos “crazes” (fissuras).
➢ A fratura do polímero ocorre quando a tensão nas fibrilas se torna tão alta que estas se rompem,
permitindo a propagação do microvazio formado que origina uma trinca macroscópica, geralmente
frágil.
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Fratura em Materiais Poliméricos
Mecanismo de fratura dúctil
Fissuramento
Fibrila
Fissura
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MICROFIBRILAMENTO SOB TENSÃO
Meyers e Chawla;
Mechanical Behavior of Materials
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Fratura em Materiais Poliméricos
2. Devido a diferenças de densidades entre regiões que já passaram pelo mecanismo de shear
yielding (mais densas) e que ainda não passaram;
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Fratura em Materiais Poliméricos
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Ensaio de Tração (Influências)
O comportamento viscoelástico do polímero faz com que parâmetros, tais como tempo e
temperatura, entre outros, afetem diretamente as propriedades dos polímeros;
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Parâmetros que Influenciam no Comportamento Mecânico
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Parâmetros que Influenciam no Comportamento Mecânico
Estrutura química
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Parâmetros que Influenciam no Comportamento Mecânico
Cristalinidade
Um polímero semicristalino é formado por regiões amorfas e cristalinas. As regiões cristalinas são
naturalmente muito mais rígidas em função da interação intermolecular das cadeias. Além disso as
cadeias da parte amorfa podem fazer parte de uma ou mais regiões cristalinas, o que contribui para
o enrijecimento do material.
Módulo de tração dos polímeros cristalinos é aumentado com o grau de cristalinidade. O material
tende a se torna mais frágil com o grau de cristalinidade. A difusão de substâncias pelos materiais
também é afetada pela cristalinidade.
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Parâmetros que Influenciam no Comportamento Mecânico
Cristalinidade
À medida que o grau de cristalinidade de um polímero aumenta, o módulo elástico, a resistência ao
escoamento e a dureza também aumentam.
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Parâmetros que Influenciam no Comportamento Mecânico
Massa molar
Em geral, à medida que a massa molar aumenta, a Tg aumenta. Com o aumento da massa molar,
um maior número de moléculas aparecerão amarrando ainda mais a estrutura, o que pode provocar
um aumento de flexibilidade e, consequentemente, aumento de tenacidade;
Para o PP, a tensão no escoamento e a dureza crescem linearmente com o aumento do grau de
cristalinidade, mas não são afetados pela variação da massa molar; por outro lado, a deformação na
ruptura e a resistência ao impacto aumentam quanto maior for a massa molar.
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Parâmetros que Influenciam no Comportamento Mecânico
Massa molar
Em geral, acima de uma certa massa molar não se observa efeito sobre o módulo de elasticidade do
polímero.
Onde: LRT∞ é o limite de resistência para uma amostra com massa molecular em número
infinito e A é uma constante.
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Parâmetros que Influenciam no Comportamento Mecânico
Massa molar
Pré-deformação por estiramento Deformação (permanente) por tração como forma de melhorar a
tanto a resistência à tração como o módulo de elasticidade.
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Parâmetros que Influenciam no Comportamento Mecânico
Tratamento térmico
• Polímeros Semi-Cristalinos:
↑E - ↑σescoamento e ↓Ductibilidade;
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Parâmetros que Influenciam no Comportamento Mecânico
A água age como um plastificante para a poliamida, tendendo a diminuir o número de pontes de
hidrogênio entre suas moléculas, reduzindo assim as forças intermoleculares.
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Parâmetros que Influenciam no Comportamento Mecânico
Se o módulo elástico da segunda fase for maior que a matriz, o resultado final poderá ser um
aumento da propriedade mecânica do compósito;
Para que ocorra aumento das propriedades mecânicas é necessário que tenha uma boa interface
entre a matriz e o reforço. A melhora da interface pode ser conseguida com a adição de agentes
compatibilizantes.
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Parâmetros que Influenciam no Comportamento Mecânico
Como exemplo têm-se o poliestireno de alto impacto (HIPS); é produzido diretamente no reator de
polimerização com a dissolução de polibutadieno no monômero estireno, procedendo-se a
polimerização do poliestireno. O meio reacional aumenta de viscosidade até ter-se a inversão de
fases, obtendo-se uma matriz de poliestireno com polibutadieno como segunda fase dispersa. Esse
procedimento aumenta muito a resistência ao impacto do PS.
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Parâmetros que Influenciam no Comportamento Mecânico
HIPS – High Impact Polystyrene
Elastômeros para tenacificação
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Parâmetros que Influenciam no Comportamento Mecânico
Elastômeros para tenacificação As diferenças estruturais e morfológicas entre resinas de HIPS
resultam de diferenças nos processos de produção e no tipo e
teor de borracha [10,11] . Existe uma grande variedade de
tipos ou grades de HIPS disponíveis comercialmente. Os mais
comuns possuem tamanho médio de partícula de borracha de
até 5 μm de diâmetro e morfologia do tipo salami, conforme
mostrado na Figura 4. Essa morfologia consiste de partículas
de diferentes tamanhos, com subinclusões de PS envoltos por
uma membrana de borracha, dispersas numa matriz de PS e é
típica de HIPS obtido em processo de polimerização em
massa. A morfologia do HIPS obtido através de processo de
polimerização em emulsão geralmente apresenta partículas de
borracha esféricas, não-desejáveis por comprometer a
transparência, e partículas com estrutura do tipo core shell, isto
é, partículas compostas por um núcleo de PS (core) revestido
por uma membrana de PB (shell). Essa morfologia não afeta
significativamente a transparência do HIPS, sendo uma resina
semitransparente utilizada na fabricação de embalagens. As
partículas de PS recobertas por borracha são da ordem de 0,2
μm de diâmetro. O HIPS com tamanho de partícula de
borracha dessa ordem não apresenta a mesma tenacidade à
fratura que o HIPS com morfologia tipo salami e apresenta
uma resistência ao impacto apenas levemente superior àquela
do PS homopolímero.
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Parâmetros que Influenciam no Comportamento Mecânico
Elastômeros para tenacificação
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Até a próxima aula
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