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Projetode Pesquisa EPPEO
Projetode Pesquisa EPPEO
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PROJETO DE PESQUISA
CURITIBA
RESUMO
Este projeto segue a linha de estudos que venho conduzindo desde 2001 e que
resultou na criação do Grupo de Pesquisa Economia Política do Poder e Estudos
Organizacionais em 2002 no CNPq e Certificado na Universidade Federal do Paraná.
Interessa investigar como os elementos constitutivos das relações sociais de trabalho
integram e constituem o recente processo de organização do trabalho nas unidades
produtivas sob o comando do capital ou cuja estrutura conforma-se à gestão coletivista,
isto é, às cooperativas, à autogestão, às diversas manifestações de associativismo, e às
Organizações Solidárias de Produção.
Estes temas, por sua relevância e atualidade, especialmente em função da
reorganização das forças produtivas no mundo do trabalho em geral, com especial
destaque para a realidade brasileira devido às suas especificidades no recente processo de
desenvolvimento, mereceram destaque no V EnEO em 2008 (foi a área temática que
mais recebeu trabalhos) e nas inscrições para o XXXII EnANPAD 2008 na Área de
EOR-C, coordenada por este proponente. São temas agrupados em torno da área de
Teoria Crítica.
Do ponto de vista internacional, a Teoria Crítica em Estudos Organizacionais
também ganhou um grande impulso, ainda que abrigada na grande área do Critical
Management Studies – CMS. A American of Management, da qual este proponente é
associado e avaliador, não apenas criou formalmente uma área para os CMS’s como tem,
hoje, em seus quadros dirigentes, um pesquisador brasileiro.
Assim, em se tratando de aprofundamento de uma linha de investigação que já
possui 07 anos e que tem uma expressiva produção, como mostrado no Quadro 01,
adiante, o que se busca, nesta fase, são novos componentes epistemológicos, teóricos e
metodológicos não disponíveis nas pesquisas até o momento levadas a efeito no Brasil. O
propósito é o de desenvolver uma rede de pesquisadores voltados à Teoria Crítica,
procedimento este que já vem sendo amadurecido, e o de promover uma interação com
centros de pesquisa internacionais, de forma a ampliar o escopo do estudo. Também esta
interação está em curso.
Com isto, pretende-se estudar como as mudanças nas relações sociais de trabalho
integram as mudanças na economia global, com ênfase no caso brasileiro, o que
permitirá, adiante, ampliar as investigações sobre a constituição de novas formas de
gestão das organizações, inscritos nas relações de poder que se lhes atravessam como
seus elementos constitutivos e estruturantes, a partir de perspectivas manifestas e ocultas
que se articulam no interior do atual processo de trabalho, de maneira a permitir
investigar as práticas organizacionais sob outra perspectiva.
I. INTRODUÇÃO
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pelo período de um ano, que foi o tempo em que fiquei afastado do País. No retorno, não
solicitei de imediato a bolsa do CNPq porque recebi uma bolsa de outra agência para
desenvolver um projeto. No ano passado apresentei proposta que foi aprovada pela
Comissão e pelo Comitê no mérito, aparentemente sem restrições, porém não me foi
concedida Bolsa Produtividade Pesquisa por problemas orçamentários. Neste ano,
reapresento a proposta, revista, ampliada, mais sólida ainda e com perspectivas de
continuidade da produção que se desenvolve no Grupo de Pesquisa conforme mostrado
no referido Quadro 01.
A solicitação de Bolsa Produtividade em Pesquisa tem por objetivo, portanto,
auxiliar na continuidade da condução dos projetos de pesquisa que venho coordenando
desde 2001 e que têm apresentado relevantes resultados, reconhecidos não apenas pelo
volume da produção do Grupo, mas pela qualidade da mesma que é respaldada e
legitimada pela receptividade na ANPAD. Minha própria produção, disponível no
Sistema Lattes, é o atestado que posso apresentar.
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O tema de pesquisa proposto, que pretende estar integrado com outros Grupos de
Pesquisa em âmbito nacional e internacional, refere-se às relações sociais de trabalho e às
formas como estas integram e constituem o processo de reorganização ou reestruturação
produtiva e suas contradições. Especificamente, trata-se de estudo que leva em conta a
configuração do sócio-metabolismo do capital (MÉSZÁROS, 2002).
Com isto, pretende-se continuar a desenvolver de maneira ainda mais aprofundada
as investigações constantes das 04 Linhas de Pesquisa que compõem o Grupo de
Pesquisa Economia Política do Poder e Estudos Organizacionais, o qual conta com 13
pesquisadores e 05 estudantes, 03 dos quais de graduação. Trata-se de uma proposta que
procura, a partir de uma concepção teórico-metodológica derivada da Teoria Crítica,
estabelecer os termos de uma investigação das formas de controle sobre o trabalho
desenvolvidas e utilizadas nas organizações, sobre as formas de gestão, sobre a
reestruturação produtiva, o emprego e a renda. Como se sabe, os estudos acerca das
organizações e das relações de poder não são propriamente novos na literatura sobre
estudos organizacionais. Entretanto, pesquisas recentes sugerem que quanto mais se
ampliam as bases teóricas, conceituais e epistemológicas, mais se expandem e
diversificam as perspectivas de desvendamento de novas interpretações e de novos
campos de investigação.
Uma destas linhas de estudo, com inegável significado para o desenvolvimento
teórico nesta área, é o que procura relacionar o processo de reorganização das forças
produtivas às mudanças nas relações sociais de trabalho. Neste sentido, é importante
observar que tal enfoque vem ganhando uma dimensão importante em vários antigos e
conceituados centros de estudo sobre o trabalho dos Estados Unidos, da Europa, do
Canadá e da América Latina voltados ao entendimento de como se estruturam os novos
arranjos decorrentes do desenvolvimento das forças produtivas tornando-os mais
flexíveis e, ao mesmo tempo, de como se dá a nova composição de forças ou, mais
propriamente, de relações de poder que afetam tanto o trabalho realizado, em termos de
condições e de procedimentos, como as expectativas de emprego.
Historicamente, a força de trabalho, como se sabe (MÉSZÁROS, 2002), interage
dinâmica e contraditoriamente com o desenvolvimento das forças produtivas, na medida
em que se constitui em um de seus componentes. Tal interação não se dá simplesmente
como decorrente da inserção de unidades de força de trabalho na produção, mas como
relação, mais apropriadamente, como relações sociais de trabalho.
Da mesma forma que as relações sociais de trabalho, bem como o capital e o
Estado Capitalista Contemporâneo, dão forma à nova organização das forças produtivas,
direcionando sua recente constituição, também esta limita as ações destes, pois se trata de
uma dupla determinação, cujas conseqüências indicam como todo este processo se
articula para recompor os arranjos econômicos, jurídico-políticos, ideológicos, sociais e
culturais, tanto no âmbito macrossocial como no âmbito organizacional. É precisamente
nesta direção que a pesquisa pretende se desenvolver.
Os estudos recentes sobre a vida nas organizações vêm sugerir que é preciso
investigar mais do que as racionalidades, as estratégias e as políticas. A análise
organizacional necessita desvendar o mundo do poder e as formas de controle social
sobre o trabalho que o mesmo impetra para se sentir autorizada a compreender as
organizações e suas finalidades. É isto que confere qualidade à teoria e que promove
intervenções capazes de criar condições de enfrentamento das conseqüências desumanas
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das recentes transformações (DEJOURS, 1994; 1999), minorando as dificuldades de
convivência em ambientes de trabalho preenchidos de competitividade de toda a ordem.
A importância do tema, portanto, pode ser caracterizada:
a. Pela realidade expressa e identificada em recentes pesquisas;
b. Pela necessidade urgente de ampliar as linhas de investigação que valorizem
os sujeitos coletivos mais do que as organizações;
c. Pela possibilidade da pós-graduação em administração, nas áreas de Estudos
Organizacionais e de Gestão de Pessoas e Relações de Trabalho, consolidadas
na ANPAD, ampliar as pesquisas sobre este tema;
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c. A forma de análise das relações sociais de trabalho deve ser buscada nas
interações que estas estabelecem com o capital (em suas diversas formas) e
com o Estado (em suas atuações de ordem jurídico-políticas e ideológicas);
d. As categorias de análise poderão ser ampliadas à medida que o campo
teórico do estudo for se tornando mais estruturado e consistente. Em princípio,
tais categorias encontram-se expostas em estudos já desenvolvidos;
e. O conceito de controle social recobre o conjunto da vida em sociedade em
todos os seus aspectos (econômicos, jurídico-políticos, ideológicos, sociais e
culturais), conforma já exposto em Faria (2004. Volume 3);
f. As organizações referidas são aquelas ditas formais ou estáveis,
independentemente de sua natureza, finalidade ou tamanho (empresas,
sindicatos, partidos e o próprio Estado e suas políticas);
g. Os dados a serem considerados são decorrentes de fontes primárias já em
curso e a serem obtidas (entrevistas, questionários e observação), de fontes
secundárias, baseadas em dados estatísticos, documentos e depoimentos (neste
caso, através de análise de discurso). Trata-se de um tema que não pode ser
totalmente submetido a um único modelo de coleta de dados, exigindo que
sejam superadas as restrições e reduções impostas, neste caso, pelo uso de um
modelo unidimensional;
h. A pesquisa refere-se a estudo de casos múltiplos de grande amplitude
tendo em vista que serão investigados ambientes sociais de diversas naturezas,
com suas especificidades, com corte social-histórico;
i. O contexto em que a pesquisa será realizada, sua instância ambiental, é o do
recente processo de organização das forças produtivas, com as suas
características largamente descritas na literatura;
j. A forma de análise dos resultados se dará através de tratamentos estatísticos
(com auxílio do SPSS), para dados objetivos, e de análise de discurso
(FAIRCLOUGH, 2001), para informações constantes de depoimentos e
documentos. Na análise dos resultados procurar-se-á fazer uma articulação
entre os dados objetivos e os subjetivos.
Entende-se por instâncias obscuras ou ocultas (conteúdo subjetivo), todas as
formas de comportamento dos sujeitos ou atitudes que o mesmo toma, baseadas no
funcionamento psicossocial. A análise destas instâncias, portanto, será baseada em
depoimentos que revelam percepções, projeções e justificações, não se tratando de uma
psicanálise social, mas de uma análise psicossociológica. As instâncias manifestas são
aquelas que se encontram no contexto econômico e social das organizações, seja o
mesmo referente ao Estado ou aos empreendimentos produtivos e políticos (sindicatos e
partidos), tais como a gestão, as estruturas, o processo e a organização do trabalho, as
estratégias e os discursos (falados e escritos) oficiais. No primeiro caso, encontram-se as
interações que os sujeitos individuais e coletivos estabelecem com os processos de
mudança no ambiente social. No segundo caso, encontram-se as regras, os
procedimentos, as exigências de qualificação, os níveis de emprego, as remodelações dos
postos de trabalho e dos deveres do cargo, os novos desenhos dos processos de trabalho
(reestruturação produtiva), etc. As complexas relações entre estas duas instâncias é que
vão dar operacionalidade à investigação proposta.
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Do ponto de vista metodológico-epistemológico a proposta de investigação segue
a orientação explicitada por Kosik (2007), para quem não há investigação sem problema.
O problema da pesquisa demanda a apropriação científica da matéria. “O conhecimento
se realiza como separação de fenômeno e essência, do que é secundário e do que é
essencial, já que só através dessa separação se pode mostrar sua coerência interna, e com
isto, o caráter específico da coisa. Neste processo, o secundário não é deixado de lado
como irreal ou menos real, mas revela seu caráter fenomênico ou secundário mediante a
demonstração de sua verdade na essência da coisa” (KOSIK, 2007. p. 18).
No caso da presente pesquisa, são os elementos constitutivos fornecidos pelo real
concreto que formam os componentes conceituais que permitem, a partir de uma
avaliação e de uma interpretação de seus sentidos e significados, elaborar a representação
deste real concreto como real pensado em forma de categorias. Não se trata, deste modo,
de partir de conceitos a priori ou mesmo de categorias a priori e, tampouco, de conceitos
e categorias a posteriori. Trata-se de, dando primazia ao real, estabelecer uma interação
entre o real concreto e o real pensado, ou seja, de encontrar no plano do real concreto
elementos constitutivos, apropriar-se deles como real pensado, categorizá-los e
conceituá-los.
III. OBJETIVOS
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h. Servir de base para a organização de seminários sobre os resultados dos
estudos a serem realizados, na UP, na UFPR e em programas de pós-
graduação em outras IES;
i. Disponibilizar os dados na forma de relatórios em um site do Grupo de
Pesquisa EPPEO.
IV. JUSTIFICATIVA
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As formas de organização do mundo contemporâneo só podem ser
compreendidas como resultados de um processo histórico, em todas as suas instâncias.
Muitos podem ser os enfoques e variadas as abordagens analíticas a que podem recorrer
os pesquisadores no sentido de investigar de que maneira estas formas de organização
ocorrem nas diversas sociedades e quais seus reflexos na vida da social e organizacional,
em diferentes aspectos. Propõe-se, aqui, dar continuidade ao desenvolvimento do
esquema teórico-metodológico denominado Economia Política do Poder. Primeiro,
porque se trata de um estudo sobre as relações sociais de produção e o desenvolvimento
das forças produtivas com o objetivo de analisar sua anatomia; segundo, porque o núcleo
central destes estudos e seu suporte teórico são as relações de poder. Resumidamente,
Economia Política do Poder é uma concepção teórico-metodológica que procura
englobar as concepções econômica, jurídico-política, sócio-cultural e ideológica,
desenvolvidas a partir da Teoria Crítica, às concepções psicossociológicas do sujeito e
dos grupos sociais, integrando-as em um arcabouço que permita relacionar o ambiente
macro social ao ambiente organizacional, remetendo a uma construção epistêmica que
trata de uma estruturação analítica com a finalidade de recobrir os diversos campos em
que se fundamenta a vida organizacional e não uma forma de vê-la.
O processo de totalização da economia, chamado genericamente de globalização
ou processo que integra completamente as economias nacionais e as organizações
produtivas, remete à forma de organização econômica, jurídico-política e ideológica
atual do modo de produção capitalista. É correto afirmar, desde esta concepção, que esta
fase recente da totalização, chamada globalismo (FARIA, 2004. Volume 1), é a forma
capitalista do processo de globalização em sua fase atual. Ambos os conceitos, portanto,
referem-se a uma mesma realidade, qual seja, a da sociedade contemporânea, porém a
observam de perspectivas teóricas diferentes. Para dar conta desta questão, pretende-se
colocar os conceitos de globalização e de globalismo no mesmo nível teórico-
metodológico, de modo que se possa desenvolver a partir daí uma adequada análise
organizacional.
Neste sentido, globalização e globalismo são processos que circunscrevem as
organizações contemporâneas de diferentes perspectivas e é desta forma que devem ser
analisados, ou seja, enquanto formas sócio-metabólicas do capital decorrentes das
relações sociais de produção, em suas dimensões econômicas, jurídico-políticas, sócio-
culturais e ideológicas, em uma perspectiva histórica.
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cientistas sociais, em todo o mundo, tenta analisar as mudanças nas bases tecnológicas, a
criação de comunidades econômicas - Tigres Asiáticos, União Européia, Nafta, Mercosul
-, a divisão internacional do trabalho e as questões sindicais, os novos rumos da história e
da cultura (DOWBOR, IANNI e RESENDE. 1998), os problemas planetários e a cultura
global (WATERS, 1995), o fim do Estado Nação e a ascensão das economias regionais
(OHMAE, 1995), as armadilhas à democracia e ao bem-estar social (MARTIN e
SCHUMANN, 1998), as práticas transnacionais (SKLAIR, 1995) e o neoliberalismo e a
crise do capital (COGGIOLA e KATS, 1996). Trata-se, assim, de um tema que, por esse
ângulo, tem recebido grande atenção. Isto não impede que se defenda a tese de que a
globalização não é a causa da transformação em curso, mas a forma materializada destas
mudanças, as quais decorrem das relações sociais de produção (constituídas pelo capital,
pelo trabalho e pelo Estado), razão pela qual é a partir destas que se deve desenvolver a
pesquisa e não daquela. Sintetizando: as relações sociais de produção constituem o
processo recente de globalização dando-lhe forma e estrutura, definindo suas
características; ao mesmo tempo, tal processo estabelece os limites destas relações, pois
constitui seu campo de ação, em uma dupla determinação.
É conveniente, neste sentido, reivindicar uma análise que considere o globalismo
enquanto processo recente da organização capitalista, enquanto materialização
contemporânea do sócio-metabolismo do capital, tendo em vista que é desde esta
abordagem que se poderá avaliar as formas como as relações sociais de trabalho o
constituem em suas interações com o capital e o Estado, ou seja, que se poderá analisar a
questão a partir não da globalização, mas das interações que se estabelecem para sua
constituição, que lhe conferem suas características, suas formas e sua estrutura. Não se
pretende, portanto, nesta pesquisa, estudar a globalização, mas reconhecer as maneiras
pelas quais as relações sociais de trabalho, em suas interações com o capital e o estado, a
configuram.
A pesquisa acerca das mudanças globais e das relações sociais de trabalho, do
ponto de vista da Economia Política do Poder, deve considerar o globalismo como um
processo que decorre das transformações produzidas no interior do desenvolvimento das
forças produtivas e, nesse sentido, como resultante do movimento próprio das relações
sociais de produção e não como sua causa. Sendo um processo resultante das relações
sociais de produção, o globalismo, em uma perspectiva dialética, limita tais relações, de
forma que se estabelece aí uma dinâmica cujas conseqüências afetam as condições de
produção da vida material em seus vários aspectos. O que há de novo nesta proposição,
além dos pressupostos já descritos que se inscrevem em uma tradição crítica, é que o foco
da análise vai considerar cinco fundamentos aparentemente distintos, mas que possuem
íntima relação: os econômicos, os ideológicos, os jurídico-políticos, os sócio-históricos e
os culturais.
Para os propósitos aqui expostos, pode-se concordar com Waters (1995: 3-4), para
quem globalização deve ser definida como um processo no qual os limites geográficos
dos arranjos sociais e culturais regridem e no qual a pessoas tornam-se cada vez mais
conscientes que tais limites estão regredindo. Este conceito pode sugerir uma concepção
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determinista em que se admite que há forças operando além do controle humano que
estão mudando o mundo. Entretanto, a globalização, de fato, é um processo que se
desenvolve a partir das relações sociais e ao mesmo tempo as afeta desde os primórdios
da história. Deste modo, pode-se perceber sua evolução com as migrações, com as
“descobertas” de novas terras e continentes, com a expansão do comércio e com a
colonização, tanto quanto com a contemporaneidade da modernização e do
desenvolvimento do capitalismo e com os recentes fenômenos associados a outros
processos sociais. O que se destaca nesta fase do processo é a velocidade com que o
mesmo se expande, o que acaba por gerar certa confusão conceitual entre o mesmo e esta
sua particular etapa, especialmente pelo rompimento de valores institucionais, cuja
magnitude, contudo poderia ser comparada às “descobertas” de novos continentes ou à
revolução industrial.
Compreender porque a globalização vem se acelerando cada vez mais nos últimos
trinta anos, exige uma análise que localize este processo como contido no
desenvolvimento das forças produtivas, nas relações e nos modelos de produção,
afetando tais relações ao mesmo tempo em que decorre de seus arranjos, ou seja, a
globalização deve ser considerada, dialeticamente, no interior da dinâmica do
desenvolvimento das relações sociais de produção. Para tanto, é preciso destacar a
evolução das forças produtivas, especialmente sua parte econômica ou material (as
relações sociais de trabalho), tanto quanto suas partes histórico-social, cultural, jurídico-
política e ideológica, as quais dão forma à materialidade do sócio-metabolismo do
capital.
Os últimos anos se constituem em um privilegiado período para que se estabeleça
um corte analítico para o estudo das relações sociais de trabalho, patrocinadas pelas
organizações no âmbito da globalização, especialmente pelo papel destacado que ocupa o
Estado Capitalista Contemporâneo nas articulações políticas que favorecem as novas
configurações destas relações e das formas específicas de produção e que servem de
garantia de sua manutenção. Assim, o processo acelerado de globalização que se verifica
atualmente é o resultado das relações de poder que dão direção política ao Estado e que
permitem a definição compartilhada de estratégias deste com os setores produtivos
dominantes. As relações sociais de produção constituem o Estado e lhe dão forma e
substância, de maneira que este passa a interpretar esses interesses dominantes ao mesmo
tempo em que administra os conflitos e as contradições presentes na sociedade. Para
afirmar sua função de coordenação, o Estado patrocina a aceleração do processo de
globalização, enquanto estratégia dos setores dominantes do capitalismo contemporâneo,
o que desencadeia impactos importantes que afetam as relações sociais de produção,
exigindo redefinição ou reforço das relações de poder e definição de novas estratégias
políticas, coordenadas pelo Estado: é aqui que se torna necessário investigar as relações
sociais de trabalho, como constitutiva da globalização e sendo definida por esta. Para
desvendar este intricado e complexo fenômeno, é necessária uma análise que contemple
três níveis interdependentes de investigação: o jurídico-político, em que deve ser
explicitado o papel do Estado em suas relações; o econômico propriamente dito, em que
deve ser destacado o atual estágio das forças produtivas na produção de mercadorias; o
ideológico, em que devem ser analisadas as transformações do imaginário social, da
ética, da identidade e da alteridade; o sócio-cultural, em que devem ser examinadas as
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redes de inclusão e exclusão social, a violência, as estruturas do emprego e toda a infra-
estrutura urbana e social.
Para melhor compreender porque o processo de globalização acelerou-se de forma
tão intensa, é necessário entender o papel que desempenha o Estado na sociedade
contemporânea. A questão que precisa ser colocada neste momento é: como o Estado
Capitalista Moderno conecta as estruturas econômica, jurídico-política, sócio-cultural e
ideológica que atendem os interesses dominantes ao mesmo tempo em que articula a
garantia institucional do poder político que lhe corresponde?
As recentes teorias do Estado capitalista certamente podem ajudar a entender esta
complexa relação. Não é propósito destas rápidas considerações discuti-las amplamente,
mas convém indicar que a mesma se encontra bem elaborada em muitos textos com
diferentes pontos de vista (JESSOP, 1996; SCHWARZMANTEL, 1994; SPULBER,
1997; JESSOP, 1982, entre outros). O conceito que orientará a análise que subsidiará a
pesquisa é que o Estado é um fator de coesão das muitas contradições sociais ao mesmo
tempo em que aparece como o principal intérprete dos interesses dominantes
(POULANTZAS, 1977). Formalmente, o núcleo do aparato estatal, de acordo com Jessop
(1996: 341), compreende distintos grupos de instituições e organizações cuja função
social aceita é definir e fazer cumprir decisões coletivas dos membros da sociedade em
nome do interesse comum e da vontade geral. A questão que precisa ser entendida é que
se o Estado, ele mesmo, é o lugar privilegiado no qual as decisões coletivas podem ser
realizadas, ele é também o lugar onde a bem sucedida organização do bloco hegemônico
do capital pode definir e realizar seus interesses específicos, a despeito dos interesses de
outros grupos ou classes sociais. Isto significa que as decisões estratégicas não são
submetidas aos membros da sociedade em nome da vontade geral, pois que se trata de
decisões estratégicas privadas.
Este conceito indica que o Estado é uma propriedade social apenas aparentemente.
Como observa Jessop (1996: 342), o interesse comum é sempre assimétrico,
marginalizando e definindo certos interesses ao mesmo tempo em que privilegia outros.
Não é o interesse geral que contem todos os interesses particulares. O propósito do
Estado Capitalista Moderno é representar os interesses dominantes e simultaneamente
assegurar a coesão social. Neste sentido, o Estado Capitalista reproduz as conexões
econômicas e sociais que caracterizam o modo de produção capitalista e o faz através de
ações e projetos que compreendem desde investimentos na infra-estrutura urbana e social,
até mecanismos de financiamento da iniciativa privada, acordos internacionais, política
financeira e orçamentária, disseminação de compostos ideológicos e política econômica
em seu sentido mais amplo.
O Estado, em relação à sociedade, tendo em vista seu papel de articulação, deve
assumir uma face pública legível e legitimada, decorrente da forma como se organizam as
forças políticas. Neste sentido, o Estado atual vem sendo identificado de acordo com esta
nova face que assumiu após o que se denominou o fracasso do chamado socialismo real, do
liberalismo e do keynesianismo, medido pelas dificuldades destes modelos de Estado em
gerar crescimento e desenvolvimento econômico, ou seja, pelo esgotamento dos paradigmas
do sócio-metabolismo do capital. Esta nova face tem sido identificada como de natureza
neoliberal, ou seja, um modelo que retoma a concepção dos liberais acerca da intervenção
do Estado na economia, ampliando, entretanto seu escopo na medida em que procura extrair
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da experiência socialista e keynesiana, especialmente da social-democracia e do Estado de
bem-estar social, algumas vantagens econômicas e sociais relevantes.
O surgimento de uma nova sociedade informacional em que a produção do
conhecimento e sua disseminação, aliadas às tecnologia físicas de informação, ganham
destaque, favorecem o modelo deste Estado neoliberal, que assentará suas bases políticas
nas novas economias e modelos organizacionais, representados pela sociedade em rede,
através de cooperações, fusões, aquisições e alianças estratégicas, capazes de conferir
vantagens políticas e também econômicas, marcadas pela competitividade no mercado
internacional (CASTELLS, 1999). Este modelo, segundo seus críticos (KATZ e
COGGIOLA, 1996; LAURELL, 1997; SOUZA, 1995; WAINWRIGHT, 1998), acentua as
diferenças sociais tornando cada vez mais presente os extremos de riqueza e pobreza. De
qualquer modo, para os propósitos desta pesquisa, pode-se concordar com Kurz (2001) que
se vive hoje um processo de mercantilização da alma e, pode-se acrescentar, que este
processo é magistralmente operado pelas organizações com o patrocínio do Estado
Capitalista Contemporâneo.
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MATTOSO et alii, 1994). Isto não significa que tal tecnologia seja determinante dessas
transformações, pois elas compõem o desenvolvimento das forças produtivas, mas não há
dúvida de que as mesmas representam um aspecto importantíssimo nas modificações que
ocorrem no processo de trabalho industrial. No entanto, a percepção do trabalhador,
forjada no espaço do trabalho e nas relações dele com o mundo do trabalho, que produz
processos objetivos e subjetivos, que produz, enfim, o modo de ser do trabalhador
enquanto tal tem merecido menos atenção do que poderia, ainda que as contribuições
oferecidas sejam de grande importância teórica (LOYOLA, 1999).
A reestruturação produtiva, em termos de seus impactos sobre as unidades
produtivas, isoladas ou em seu conjunto, ou seja, como elos de uma cadeia produtiva ou
como rede do complexo de produção, vai afetar as ocupações tradicionais, o
conhecimento de ofício, a organização, o processo e as condições de trabalho. Nos dois
primeiros casos, o impacto maior será, certamente, sobre o nível de emprego que
depende, em linhas gerais, da forma de desenvolvimento das forças produtivas e de
políticas macroeconômicas de governos, de maneira que o desalojamento de ocupações e
a diminuição de postos de trabalho podem vir a ser compensados com a criação de novas
ocupações e postos, desde que a evolução das referidas forças produtivas e as ações
políticas apontem nesta direção.
Como observa Castells (1999:298), a utilização de "poderosas tecnologias de
informação e das formas organizacionais facilitadas pelo novo meio tecnológico de
comunicação" possibilitou uma redefinição histórica das relações capital-trabalho. "A
capacidade de reunir mão-de-obra para projetos e tarefas específicas em qualquer lugar, a
qualquer momento, e de dispersá-la com a mesma facilidade criou a possibilidade de
formação da empresa virtual como entidade funcional. Daí para frente, foi uma questão
de superação da resistência institucional para o desenvolvimento dessa lógica e/ou de
obtenção de concessões dos trabalhadores e dos sindicatos sob a ameaça potencial de
virtualização [...]. A produtividade e a lucratividade foram aumentadas, mas os
trabalhadores perderam proteção institucional e ficaram cada vez mais dependentes das
condições individuais de negociação e de um mercado de trabalho em mudança
constante".
A globalização, expressão chave destes confrontos, demanda atitudes cada vez
mais individualizadas e menos solidárias. A competitividade passa a ser não apenas um
valor econômico, mas um valor humano, um orientador de condutas e de, como sugere
Morice (1996), motivação subjetiva de dominação, em que uns consentem em padecer de
sofrimento, enquanto outros consentem em infligi-lo. Participar do sistema de competição
implica, assim, em aceitar o sofrimento no trabalho, o qual vai minando resistências e
retirando, sutilmente, as esperanças de que as condições possam melhorar, ao mesmo
tempo em que vai propiciando o desenvolvimento de estratégias de defesa, tão
engenhosas e criativas que escondem para os sujeitos as suas próprias armadilhas.
Há, no entanto, uma concepção, muito difundida atualmente, decorrente dos altos
índices de desemprego que afetam as economias do mundo todo, que sugere que o
sofrimento pertence ao terreno do desemprego e que é melhor ter um emprego, qualquer
que seja, do que não ter nenhum. É certo que, analisando a questão do ponto de vista do
indivíduo em si mesmo, tal assertiva pode parecer verdadeira, mas analisando-a do ponto
de vista do trabalhador, é falsa, porquanto, de um lado, a segurança no emprego não
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existe, de maneira que a ameaça do desemprego não exclui ninguém, e de outro lado, o
benefício individual não contribui diretamente com a ação coletiva.
Os levantamentos feitos por institutos de pesquisa mostram a situação cada vez
mais alarmante do desemprego. A mídia tem divulgado reportagens chocantes que
contam os dramas de desempregados e de excluídos. Ninguém pode, portanto, esconder-
se atrás da ignorância. Contudo, não são raras as opiniões que asseguram que este
fenômeno é resultado natural do mundo econômico, que será solucionado ou pelo
reequilíbrio das forças do mercado ou após estarem garantidas todas as condições de
estabilização. Desde esta concepção, que dissocia o sofrimento da injustiça, a alternativa
adequada que cabe aos sujeitos é a da resignação e de uma auto imputação de
responsabilidade pela situação, até que o "equilíbrio sistêmico" se restabeleça.
A literatura sobre as vantagens obtidas pelas novas tecnologias, pela produção
flexível ou enxuta, pela revolução toyotista, tentam fazer crer que o sofrimento no
trabalho foi bastante atenuado ou até mesmo eliminado, tomando por base os acidentes
no trabalho, o ambiente físico em geral (higiene, iluminação, espaço, etc.) e as diversas
formas de poluição (HIRATA, 1993). Por detrás desta fachada esconde-se o sofrimento
dos que trabalham, não aqueles predominantemente físicos, que caracterizavam os
processos produtivos anteriores, mas psicológicos. Agora não é mais o medo de acidentes
que se impõe soberanamente, não se trata mais apenas de perder os dedos ou a mão, de
morrer intoxicado, ainda que os riscos representados pela radiação, por fungos ou
produtos químicos estejam presentes nos novos processos produtivos. Atrás da cortina a
nova dimensão do emprego, do ambiente e das condições de trabalho aponta para novas
formas de sofrimento.
Quando se examinam os efeitos causados pela introdução de novas tecnologias
sobre o processo de trabalho, é preciso, antes de tudo, observar que não se trata de jogar
sobre o desenvolvimento tecnológico a responsabilidade pela injustiça e pelo sofrimento
dos trabalhadores. Da mesma maneira, não se pode atribuir ao desenvolvimento
tecnológico a função de panacéia do mundo do trabalho e da sociedade. Tal
desenvolvimento é próprio da natureza humana, tanto quanto seus benefícios. O que
determina as novas dimensões apontadas é a forma como se articulam as relações sociais
e os processos de trabalho.
VI. PLANO DE TRABALHO
15
d. Quarta Fase: discussão com outros pesquisadores e apresentação dos resultados
encontrados para submetê-los à crítica e aperfeiçoar e aprofundar a análise;
e. Quinta e Sexta Fases: elaboração de relatórios e dos produtos acadêmicos
descritos nos objetivos secundários.
Fases/PeríodosMar. 2009 –Set. 2009 – Mar. 2010 - Set. 2011 – Mar. 2011 – Set. 2011 –
Set. 2009 Mar. 2010 Set. 2011 Mar. 2011 Set. 2011 Mar. 2012
Primeira XXXXXX
Segunda XXX XXXXXX XX
Terceira XXXX XXXXXX
Quarta XXXXX XXX
Quinta XXX XXXXXX XXXXXX
Sexta XXX XXXXXX
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