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E-Book - Janeiro
E-Book - Janeiro
Janeiro
MÓDULO: ORDEM
Sumário
INTRODUÇÃO 01
EXTRA - MASTERCLASS 59
Olá, minhas queridas!
Neste mês, iremos tratar de um tema fundamental para começarmos o
nosso ano esclarecendo as ideias e definindo nossas metas de modo consci-
ente e preciso.
O tema do mês de janeiro é a Ordem.
Vamos abordá-lo sob diferentes perspectivas, desde a sua ausência na
nossa atual condição espiritual até formas concretas de recuperar a ordem na
nossa casa e na nossa aparência.
A primeira aula é fundamental para entendermos qual é o motivo pelo
qual nos custa tanto conseguir um equilíbrio em todas as áreas da nossa vida,
as quais veremos discriminadas e hierarquizadas na aula sobre a virtude da
ordem.
Também falaremos sobre a educação da afetividade e como devemos
lidar com o nosso mundo emocional, já que as paixões e todos os nossos esta-
dos de ânimo se situam em uma área meio nebulosa da nossa personalidade,
da qual temos pouco controle.
Essa “área”, ou melhor, essa dimensão da nossa personalidade é a nossa
afetividade, mas que será devidamente orientada se buscarmos adquirir vir-
tudes e agir segundo um bem maior racionalmente escolhido, ainda que não
estejamos espontaneamente inclinados àquela boa ação.
A melhor forma de educar nossos afetos é consolidar bons hábitos em
nossa vida. No casamento, em especial, não podemos ficar à mercê dos
nossos humores, disposição física e empolgação, porque sabemos que, na
rotina puxada de profissionais, donas de casa e mães, raramente estamos
com “aquele gás” que gostaríamos – e ainda assim nossos maridos precisam e
esperam de nós carinho, atenção e cuidado.
Pensando nisso, preparei para esse mês uma aula muito especial sobre
o 5 hábitos básicos que devemos cultivar todos os dias para não perder a in-
timidade com nossos maridos, para estarmos sempre muito ligadas a ele,
mesmo que as diferentes forças que atuam sobre nós nos puxem em direções
distintas que tendem a nos distanciar daqueles que são, como ouvimos e pro-
metemos no Altar, uma só carne conosco.
Se tiverem dúvidas ou quiserem fazer qualquer comentário, manifestem-se
aqui na plataforma ou mesmo no canal do Telegram e vamos conversando.
Um abraço e vamos às aulas!
01
EIXO I
VIDA INTERIOR
A ORIGEM DA
INQUIETUDE DA
ALMA FEMININA
02
EIXO I VIDA INTERIOR
essa dualidade do bem e do mal, essa experiência de ausência do bem que nos
leva a perceber que o mal é o afastamento do verdadeiro sentido por detrás de
todas as coisas.
Assim, conseguimos perceber que as coisas foram pensadas para serem
03
boas, mas, por algum motivo, não são. Ou pelo menos não totalmente, e, certa-
mente, não sempre.
EIXO I VIDA INTERIOR
“13 Deus não fez a morte, nem tem prazer com a destruição dos
vivos. 14 Ele criou todas as coisas para existirem, e as criaturas
do mundo são saudáveis: nelas não há nenhum veneno de morte,
nem é a morte que reina sobre a terra: 15 pois a justiça é imortal.
2,23 Deus criou o homem para a imortalidade e o fez à imagem
de sua própria natureza; 24 foi por inveja do diabo que a morte
entrou no mundo, e experimentam-na os que a ele pertencem”.
04
EIXO I VIDA INTERIOR
05
Deus a fim de que o homem pudesse manifestar a sua livre escolha pelo amor
dEle.
EIXO I VIDA INTERIOR
06
EIXO I VIDA INTERIOR
07
EIXO I VIDA INTERIOR
Após a Queda, com a posse do fruto da árvore do bem e do mal, o ser humano
passa a experimentar a realidade de forma dual, na sua multiplicidade. Onde antes
havia união, há hoje separação. Temos correntemente a sensação de que as coisas
são independentes, atomizadas, e encontramos muita dificuldade de harmo-
nizá-las e ver que todas se unificam em Deus de forma hierarquizada.
Por isso é tão atraente e necessário o tema da virtude de ordem, porque sen-
timos que é o que carecemos para poder crescer em vida interior e, também, em
harmonia na nossa vida ordinária, em casa, com o marido, os filhos, os estudos, o
emprego.
Se antes a realidade era um espelho que refletia a unidade , a beleza, a verdade
e a bondade de Deus, agora emerge sem um sentido explícito, que nos inquieta,
que arrasta nosso olhar para o mundo, por várias forças dispersas e até contrárias.
Para reverter esse caminho, precisamos, antes de tudo, tomar consciência de que
estamos buscando repouso no mundo externo, nas coisas passageiras, nas nossas
fantasias, que, concretizem-se ou não, não vão pacificar nossos corações.
Só que, ao tomarmos consciência disso, sentiremos dor, sofreremos, porque
nossa vida já está na dependência dessas coisas finitas. Será difícil abrir mão delas.
Também sofremos porque nos damos conta de que traímos o sentido de nossas
vidas e quem nos criou para Ele.
Por isso, para seguir adiante, precisaremos lutar contra as nossas inclinações
atuais. Isto é, teremos de escolher o que é o certo e fazer o bem, procurando sincera
-mente a Deus na nossa vida, mesmo sem sentir um prazer persistente, mesmo
que não estejamos “a fim de”.
Esse esforço nos levará a buscar as virtudes necessárias para, fortalecendo
nosso caráter, realinharmos nossa afetividade e começarmos a gostar de fazer o
bem, a ganhar inclinações para não sermos arrastado pelo mundo.
A inquietude não se cura só pelo pensamento. Não será uma aula ou um livro
que preencherá o coração e a vida de vocês de sentido. É inegociável retificar a
nossa alma por meio de atos virtuosos reiterados. E para isso todas as outras aulas
vão ajudá-las a, tendo clareza do porquê devemos nos empenhar pelo bem, mesmo
que custe inicialmente, concretizar essa luta em ações concretas.
Por onde começar? Pelo cumprimento da Lei de Deus, os 10 mandamentos.
Depois, frequentar os sacramentos, a começar por uma boa confissão e permane-
cer em estado de graça, para que as virtudes teologais, que são virtudes infusas,
cresçam e animem as virtudes humanas.
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EIXO I VIDA INTERIOR
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EIXO II
FORTALECIMENTO DO CARÁTER
A VIRTUDE DA ORDEM
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EIXO II FORTALECIMENTO DO CARÁTER
Olá, queridas!
Após termos compreendido a origem da desordem que experimentamos na
nossa alma, na nossa vida e na própria realidade, vamos refletir sobre a Ordem.
1. Considerações Gerais
Tudo o que existe, existe, de algum modo, porque tem uma ordem subjacen-
te. E nós intuímos isso. Tudo o que é, é por ser ordenado, por estar em relação com
outras coisas. A ordem é um atributo do mundo, do universo. O mundo existe
porque tem uma articulação interna que lhe dá consistência orgânica e finalidade.
O termo de origem grega kósmos designa o Universo como ordem, como um
todo organizado, um sistema bem ordenado em oposição ao caos e à desordem. É
a palavra grega que significa "ordem", construção, e que possui uma dimensão de
beleza e bondade, de uma realidade que tem um propósito em que cada parte se
integra a um todo, a um conjunto interdependente e autônomo – uma unidade,
uma integridade.
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EIXO II FORTALECIMENTO DO CARÁTER
2. Nossa Vida
A conquista da virtude da ordem nos ajuda a obter um bem de valor ines-
timável, que é a unidade de vida.
Nós, mulheres, temos uma quantidade infinita de coisas para lidar, adminis-
trar, decidir. Mas precisamos emergir desse turbilhão de modo sereno, seguro, es-
tável. Integrar todas as muitas coisas em uma só vida.
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EIXO II FORTALECIMENTO DO CARÁTER
A ordem é mais do que uma aliada, ela é a fiadora para a realização dos nossos
objetivos. Com ordem, aprendemos a priorizar, nos tornamos muito mais ativos, ad-
quirimos senhorio de nós mesmos, dos nossos planos e projetos.
Ordem é essencial na educação moral, na aquisição das demais virtudes. A
virtude da ordem está sediada na prudência, mas mobiliza virtudes paralelas na
luta por obtê-la, como constância, temperança, autodomínio, coragem.
Por que devemos lutar para conquistar hábitos virtuosos, perquirir as virtudes?
As virtudes nada mais são que “bom hábitos” e os hábitos são a segunda natureza
do homem. De modo que, se tivermos virtudes, termos uma segunda natureza que
pode atuar e corrigir a primeira natureza marcada pelo pecado original.
A aquisição de virtudes nos leva a promover a nossa realização integral como
Pessoa, como ser vivo dotado do pleno uso das faculdades humanas, sobretudo as
nossas faculdades superiores da vontade e razão, que são as que permitem que o
homem se torne efetivamente livre.
Em síntese, qual a finalidade da ordem? Obter a paz, a serenidade, a tranqui-
lidade de quem está vivendo bem, escolhendo bem, agindo bem conforme essas
escolhas. Sem ansiedade ou nostalgia, porque se vive plenamente o presente.
A virtude da Ordem é uma verdadeira engenharia do Espírito, pois ela esta-
belece os alicerces, aquilo que não aparece, mas estrutura o homem no espaço e no
tempo, sendo que sua origem e seus fins estão fora do tempo e do espaço – são
uma liberdade interior que nos abre para nosso sentido transcendente.
Importante esclarecer que a Ordem não se resume à mera organização de
coisas materiais e ocupações sociais, embora se manifeste no tempo e no espaço; a
virtude da ordem é o reflexo de uma unidade fundamental, interior, que devemos
assimilar com a razão e buscar viver por meio de hábitos concretos:
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EIXO II FORTALECIMENTO DO CARÁTER
São os princípios divinos da Ordem, uma sinalização dos deveres essenciais que
garantem os direitos humanos fundamentais. Os marcos da verdadeira humanidade
do homem. Como vimos, com o Pecado, sofremos uma corrupção, desfiguração na
nossa natureza. A desordem é causa e efeito de nossa fragilidade, diretamente ligada
ao mau uso de nossa liberdade, que nos afasta de quem nós somos por nos tornar
menos livres, menos racionais e menos integrados.
Devemos, portanto, desfazer esse equívoco, essa torção na nossa natureza, de
modo pessoal, consciente e livre. Devemos buscar uma “ordem pessoal”, uma atua-
lização desse princípio ordenador presente na realidade em cada passo da nossa vida.
O trabalho de ordenar consiste em: priorizar, subordinar, hierarquizar; colocar
as coisas em relação e proporção com o fim último da existência.
3. Ordem material
É o pontapé que mobiliza nossa estrutura anímica para crescer em virtudes.
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EIXO II FORTALECIMENTO DO CARÁTER
2- Faz o que deve e está no que fazes: viver o momento presente com in-
teireza. Temos de estabelecer antes o que devemos fazer e nos entregar plena-
mente. Caso contrário, vem a ansiedade, a culpa. Muitas pessoas não sabem des-
cansar, porque sabem que não fizeram o que deveria ser feito na hora e olham para
o tempo de descanso como um tempo para “sanar” essa falha, mas gera uma nova
desordem
3- Instrumentos (cuidado com o fetiche de achar que algo concreto, com-
prável, vai resolver a sua vida)
1- Relógio
2- Agenda: São Josemaria dizia que era 4ª potência do homem e fiadora dos
outros 3 (memória, inteligência e vontade) .
- Anotar: véspera/início do dia
- Conferir: meio/fim do dia
3- Objetos de organização espacial: gavetas, nichos, pastas, fichários, cabides,
caixas, estantes;
4. Decisões práticas
- Fazer o que se deve fazer hoje: não procrastinar.
- Definir o momento exato de cada coisa e para cada decisão (não ser impulsivo)
- Realismo na avaliação do tempo, contando com a possibilidade de imprevistos e,
principalmente, o tempo para fazer “bem feito”, lembrando que a finalidade última
de todas as nossas ações é o próprio Deus, que nos criou para elas. E ele não é uma
energia ordenadora impessoal, mas uma Pessoa que se importa com os detalhes e
com o carinho colocado em tudo o que fazemos.
- Dividir racionalmente o tempo, definindo metas a médio e longo prazo.
- Abolir focos de caos: quarto da bagunça, depósito, pastas com “pendências” eter-
nas.
- Destralhar: a maior causadora da bagunça é o excesso de objetos, que não têm
onde ficar. Todo acúmulo gera desordem.
- Momentos de observação da agenda: não adianta ter a agenda e checá-la; se
necesário, podemos reorganizar o dia.
- Balanço diário: fundamental fazer exame de consciência para saber onde pode
melhorar e definir metas concretas para o dia seguinte.
- Não fazer os outros perderem tempo.
- Todos os deveres são igualmente importantes se devem ser feitos – fazer aquilo a
que nos comprometemos.
- Todo dever de caridade se torna prioridade, como Cristo nos ensina nas “Bodas de
Caná” (antecipou a hora dele para atender a necessidade de uma família).
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EIXO II FORTALECIMENTO DO CARÁTER
Dedo mais importante – o maior: médio. Ora, a matéria deve ser subordina-
da ao Espírito; esse é um princípio elementar, central da Ordem:
Aprender a ordem pelo trato íntimo com Deus é o que vai formar em nós um
espírito de reflexão, que nos leve a hierarquizar e ordenar nossas ocupações correta-
mente e todos os dias.
Para S. Josemaria, ter ordem significa ter um Plano de Vida, ou seja: definir
momentos de encontro com Deus, ao longo do dia e com horário.
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EIXO II FORTALECIMENTO DO CARÁTER
Esses momentos de encontro com Deus ser o eixo do nosso dia, coesão dos
nossos atos, princípio de ordem, porque aí estará garantida uma perspectiva corre-
ta e sobrenatural, definição de prioridades e metas concretas, porque os compro-
missos são assumidos diante de Deus. Como ensina o Padre Francisco Faus:
E também conta-se que S. João Paulo II, em certa ocasião, foi interrompido
durante a leitura do Breviário e teria dito: “é muito urgente? Então agora mesmo
que tenho que rezar” e seguiu fazendo a sua oração para somente depois se inteirar
do problema sério que haviam ido lhe contar.
As práticas de piedade, como o terço, a leitura espiritual, a oração mental e
mesmo a Santa Missa, devem se converter em um costume, que é o hábito refleti-
do, consciente, é a facilidade de se fazer naturalmente uma coisa que, a princípio
exigia luta e esforço.
Para reflexão:
“Gasta-se o mesmo tempo em ter uma vida santa do que em ter uma vida vulgar”
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EIXO II FORTALECIMENTO DO CARÁTER
O homem é um ser social por natureza, que se realiza como pessoa em sua
relação com os outros.
Fonte de responsabilidade: na família, com os conhecidos do trabalho, velhos
amigos, os próximos são “irmãos”, um fim em si mesmo, e não instrumentos ou
meios para alguma coisa.
Temos que nos ocupar dos que nos cercam. Realizar um apostolado eficaz de
amizade e confidência, preocupar-se, dar conselhos, ouvir. Procurar ter conversas a
sós, bem conduzidas, que possam abrir novos horizontes às pessoas. Interessar-se
sinceramente pelos outros e criar espaço e tempo para as amizades.
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EIXO II FORTALECIMENTO DO CARÁTER
“Não se ama o que não se conhece e pouco se ama o que pouco se con-
hece”. É importante conhecer a Deus! Por isso, sugiro que incorporem nas suas
rotinas, realizando tanto uma meta espiritual quando cultural, a leitura de livros
espirituais. Singelos 10 minutos por dia nos garantem, ao mesmo tempo, culti-
var o saudável hábito da leitura e nos aproximar de Deus.
Outra forma de descansar é cultivar o corpo e a mente por meio do esporte.
Sobretudo para quem tem uma atividade profissional mais intelectual, mexer o
corpo renova as ideias e ajuda muito a espairecer e a recuperar as energias.
5º P = PACIÊNCIA
Agora chegou a hora de revelar o quinto “P” que eu disse que teríamos para
adquirir a virtude da ordem. É o “P” de “paciência”.
Paciência para começar e recomeçar, pois, como já vimos, apesar de a ordem
ser o princípio de tudo o que existe, a natureza das coisas foi ferida na sua matriz e
a realidade tende ao caos e a perda dessa ordem originária a cada momento. Não
devemos nos entristecer por isso, mas ver nessa luta o caminho para a nossa matu-
ridade, nossa liberdade e, por fim, da nossa felicidade:
Forja, 806: “A ordem dará harmonia à tua vida [...]. A ordem proporcionará
paz ao teu coração e gravidade à tua compostura”
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Page No - 08
EIXO III
EDUCAÇÃO DA AFETIVIDADE
AUTOCONTROLE E
SENHORIO:
ORDENANDO
OS AFETOS
23
EIXO III EDUCAÇÃO DA AFETIVIDADE
Eu preparei essa aula com muito carinho para que vocês entendam, desde
o princípio, que este eixo de educação da afetividade tem como objetivo
ajudá-las a ordenar os seus afetos para aprenderem a desfrutar do Bem e serem
verdadeiramente felizes.
Para sermos felizes, precisamos cuidar de todas as nossas dimensões da
nossa alma e do nosso corpo. A afetividade é justamente a zona da nossa alma
que nos ajuda a coordenar, integrar nossa natureza pessoal, ou seja, liga, vincula
a nossa sensibilidade em sentido estrito (natureza orgânica) à nossa razão, en-
tendida como a potência superior do homem, que comporta sua memória, sua
inteligência e sua vontade.
1. O que é a Afetividade?
A afetividade é o nosso “coração”, o locus da nossa alma que se relaciona
com os outros e com o mundo por meio da compaixão, da empatia, da alegria,
mas também onde habitam a antipatia, a irritação, o medo.
Não confundam afetividade com vontade. Elas são duas dimensões dis-
tintas da alma.
A afetividade é aquela zona intermediária da alma, que se comunica com
a sensibilidade e a razão, integrando-as. É a dimensão anímica em que se unem
o sensível e o intelectual e na qual podemos experimentar pessoalmente que
o homem é verdadeiramente unidade de corpo e alma. É como se fosse a nossa
sensibilidade interior.
A vontade, por sua vez, é intelectiva. Está para o intelecto, como a afetivi-
dade está para os sentidos. O “querer” da vontade é deliberativo, fruto de uma
decisão livre e racional; já o movimento próprio da afetividade é mais próximo
do que, em português, traduzimos com a expressão “estar a fim” de algo.
“Querer” é diferente de “estar a fim”, concordam?
O “querer” tem raízes mais profundas, expressa um esclarecimento maior
acerca da ação e do bem que se almeja com essa atitude.
O “estar a fim” da afetividade diz respeito a um apetite, a uma inclinação dos
sentidos, ainda que seja uma sensibilidade interior, imaterial.
É todo o mundo das paixões, emoções, que está muito ligado à nossa sensi-
bilidade corpórea, à influência dos hormônios e dos nossos estados fisiológicos.
Na afetividade habitam diferentes formas de perturbação da subjetividade:
afetividade. 25
EIXO III EDUCAÇÃO DA AFETIVIDADE
Usei as aspas de modo intencional para frisar que esses querer que exper-
imentamos não se trata necessariamente de atos da vontade. A natureza dessa
inclinação depende da profundidade e da racionalidade desse “querer”.
De todo modo, nossos bons sentimentos precisam de raízes, de se fincar
em dimensões mais profundas da alma, como a vontade e a razão – “queres de
verdade?”, como pergunta São Josemaria no ponto 316, de Caminho. Uma de-
cisão que precisa passar por uma compreensão do que é de fato.
Por outro lado, também temos que saber desviar os sentimentos ruins.
Se uma ideia ruim fica passando pela nossa cabeça, não podemos alimentar
vinganças, ciúmes, afetos desordenados por outras pessoas.
A vida humana é uma vida encarnada, dotada de emotividade... só sere-
mos íntegros quando nossa razão e nossa vontade estiverem alinhadas aos
nossos afetos. É necessário que a contemplação das verdades espirituais, morais
e intelectuais penetre nos nossos corações.
Por isso, uma linha que negue os sentimentos estará incompleta.
A escola racionalista é um exemplo desse equívoco, que considera os
sentimentos próprios de seres frágeis. Ela repousa em um falso dualismo
(corpo versus alma) que desnatura o humano, negando a verdadeira antropo-
logia. Essa indiferença fria ao núcleo caloroso, ardente da nossa alma provoca a
morte do que é animado, vivo.
Ao mesmo tempo, a via do sentimentalismo, muito em voga na nossa
sociedade hoje em dia, especialmente na nossa sensibilidade latina, enfatiza
de maneira excessiva a importância dos sentimentos, atribuindo aos afetos até
mesmo o fundamento de instituições e vínculos.
Essa abordagem equivocada da afetividade reforça a desordem da nossa
alma, porque não temos domínio dos nossos sentimentos e não podemos con-
siderá-la a base de estruturas ordenadoras da sociedade, como o casamento, a
paternidade, a família ou o Estado.
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EIXO III EDUCAÇÃO DA AFETIVIDADE
A prática das virtudes não é uma mera negação das nossas inclinações,
nosso ideal não é de indiferentismo.
Inteligência, vontade e afeto devem crescer juntos, de mãos dadas, a integri-
dade do ser humano exige essa integração, essa unidade da personalidade que
nos leva a ordenar nossos interesses e afetos.
A formação da nossa personalidade deve encher o nosso coração de um
amor tão forte que nos capacita a considerar os sentimentos em um contexto
mais amplo, dando-nos recursos para enfrentar os nossos desafios diários e aju-
dando-nos a captar o sentido positivo e transcendente dos acontecimentos
mais agradáveis (ou seja, aprender a gozar e das realidades humanas e estar
nelas com sentido superior, mais profundo)
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EIXO III EDUCAÇÃO DA AFETIVIDADE
6. Luta ascética
Quando estamos lutando, devemos saber que não estamos nos habituando
a sofrer com resignação; não se trata de uma mera conformidade com o que
nos é árduo, mas de um processo de aprendizado a nos deleitar com o bem,
ainda que, por enquanto, essa luta ainda nos contrarie.
Crescer nas virtudes faz com que a afetividade de volte e se fixe no que pode
satisfazer verdadeiramente as aspirações profundas e a finalidade do ser
humano; e a deixar em segundo plano desejos que não são relevantes para a
nossa realização pessoal
Deixar-se guiar pelas virtudes permite que a nossa afetividade desfrute do
que é verdadeiramente grandioso. Inicialmente, a luta ascética é mais operativa
do que afetiva, porque as virtudes nos levam a fazer o bem e assim nos ensinam
a sentir corretamente, mas o primeiro passo é a continência. É o “se aguentar”,
“resistir”, “não ceder”, porque já sabemos que é o melhor para a gente não ceder.
Como já vimos na aula sobre a desordem da alma, nós sempre buscamos o
bem, mas muitas vezes o que nos parece bom, não o é; inclinamo-nos a algo que
nos apetece mas não por uma escolha racional, objetiva, pensada, mas simples-
mente por um movimento emotivo, sentimental.
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EIXO III EDUCAÇÃO DA AFETIVIDADE
O que a virtude faz é escolher o que vamos fazer, como vamos operar, con-
forme o critério e a hierarquia definida pela razão.
Se a afetividade estiver bem ordenada, ela ajuda a razão a sentir alegria e
prazer com os bens mais valiosos e desejáveis; se ela está desordenada, ela
ofusca a razão.
Uma afetividade ordenada ajuda a atuar bem e uma boa atuação ajuda a or-
denar os afetos: é um círculo virtuoso.
Não podemos controlar diretamente nossos afetos. Não está totalmente sob
nosso controle ser mais corajosos, menos irados, mais alegres, menos ciumen-
tos, porque o medo, a ira, a alegria e os ciúmes são algumas emoções de base do
nosso ser. Mas podemos refletir porque elas surgem, quando surgem e como
devemos reagir caso surjam.
A etapa da reflexão e do autoconhecimento é tão importante que foi o que
coloquei no Planner como meta do ano:
* Autoconhecer-me para saber qual virtude devo buscar para orientar adequada-
mente aquele afeto.
30
EIXO III EDUCAÇÃO DA AFETIVIDADE
31
EIXO III EDUCAÇÃO DA AFETIVIDADE
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EIXO VII
INTIMIDADE
CONJUGAL
5 HÁBITOS
BÁSICOS DO
CASAMENTO
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EIXO IV INTIMIDADE CONJUGAL
1 - Sorrir habitualmente
3- Conversar cotidianamente
20 segundos
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EIXO V
BELEZA E
FEMINILIDADE
DETOXIFICAÇÃO
DA IMAGEM:
A BELEZA CURA
*Roteiro de ectoscopia gentilmente cedido pela
médica e consultora de imagem Paula Serman
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EIXO V BELEZA E FEMINILIDADE
OBSERVAÇÃO INTEGRAL
DO ASPECTO EXTERIOR
2. DENTES:
- Muito amarelados, com placas.
- Halitose – difícil abordar esse assunto, mas pode explicar muitas
questões sociais e comportamentais. (No instagram do Entre Esposas,
há um guia para o tratamento desse problema.)
3. PELE
- Muito oleosa, acne, descamações. Isso pode ou não ser devido à pato-
logias orgânicas que podem afetar o âmbito psíquico. É um fato que tran-
stornos dermatológicos afetam muitíssimo a imagem e a autoestima. Por
isso, esses achados não devem ser vistos como coisa de pouca importân-
cia
- Pelos na pele, manchas
ACESSÓRIOS
- Brincos, colares, cordões, relógios, botões, cintos, ferragens de bolsas,
calçados e pastas descascados, lascados, foscos, com elos abertos
- Couro descascado, quebrado, aspecto envelhecido (desde que não seja
próprio da peça), desbotados.
- Salto/sola descolados, soltos, descascados.
- Adereços muito barulhentos e excessivamente grandes.
- Óculos sujos, quebrado, riscado
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EIXO V BELEZA E FEMINILIDADE
PEÇAS DE ROUPA
- Peças gastas (com “bolinhas” de desgaste).
- Peças puídas, rasgadas, desbotadas, furadas, manchadas, desfiadas.
- Botões soltos.
- Zíper aberto.
- Bainha mal feita, se desfazendo. Bainha muito curta ou muito comprida.
- Camisas que abrem na região do busto/peitoral com o movimento de aber-
tura dos braços. Isso é um sinal de que a peça está pequena e/ou tem cai-
mento ruim.
- Camisas claras com manchas amareladas na região das axilas.
- Manchas brancas de desodorante em peças escuras.
- Peças escuras esbranquiçadas por desgaste.
- Peças muito justas, que marcam excessivamente o corpo.
- Decotes, fendas profundos, transparências exuberantes – transmite men-
sagem de muita facilidade, descuido com a intimidade, falta de conteúdo.
UNDERWEAR
- Peças que devem ficar embaixo da roupa.
- Evite alças de sutiãs aparecendo, bem como outras peças íntimas.
- Evitar que peças íntimas sejam excessivamente marcadas.
PROPORÇÃO
- Cintura muito baixa que expõe regiões muito próximas das partes íntimas.
- Blusas muito curtas que expõem a barriga quando os braços são levanta-
dos.
- Blusas muito compridas com mangas que cobrem demais as mãos.
- Decotes e fendas muito profundas.
- Transparência excessiva.
UNHAS
- Sujas, quebradas, descascadas.
- Muito grandes – alongadas.
- Unhas decoradas – em alguns ambientes, é inadequado. Eu, particular-
mente, não gosto, pois me passa uma mensagem infantil e esteticamente
não me agrada.
- Unhas do pé também devem estar bem cuidadas, bem feitas.
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EIXO V BELEZA E FEMINILIDADE
- Caimento
- Estrutura do tecido sem marcar muito o corpo – alfaiataria
- Roupas bem passadas com bainha feita
- Poucos detalhes : cuidado com estampas - clareza na forma estampada e
visualizar o fundo
- Cores: monocromáticos - tom sobre tom - cores análogas
- Simetria
- Lavagem das peças
- Ausência de buracos e puídos (ou com parcimônia)
HÁBITOS
- Ficar de pijama o dia inteiro: desânimo, falta de foco, produtividade. Trocar
de roupa marca o dia, armadura para a batalha da vida. Mesmo em
home-office, mesmo para quem mora só.
- Ficar de roupa de academia o dia inteiro, a não ser que você seja profis-
sional do ramo. Homens e mulheres. Impressão de pessoa que não tem
nada para fazer.
CONCLUSÃO
- Todos esses são aspectos que empobrecem a imagem precisam ser
eliminados.
- Eles podem ser sinais de comportamentos ruins (desleixo, preguiça)
ou até mesmo de transtornos psíquicos/orgânicos.
- Eliminar essas peças/hábitos é um auxílio importantíssimo para a
beleza, na imagem, e para a virtude, no fortalecimento do caráter. A
“sujeira” precisa ser retirada por meio de um processo constante.
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EIXO VI
CUIDADO DO LAR
ANAMNESE DO LAR:
REPARANDO AS JANELAS
QUEBRADAS
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CADERNO DE REPAROS
- Guia para anamnese da sua casa: marque o que precisa ser feito e se
programe para realizá-la com prazo certo no Planner
1- SALA CRISTALEIRA
Limpeza
Equipamentos Conserto
Troca
AR CONDICIONADO
J A N E L A ( e s p e c i fi c a r c a d a )
Limpeza filtro
Limpeza
Lavagem profissional
Conserto
Conserto/Manutenção
VENTILADOR Móveis
Limpeza
MESA JANTAR
Conserto
Troca
Limpeza
ADEGA Conserto
Troca
Limpeza
Conserto/Manutenção
MESA CENTRO
CERVEJEIRA
Limpeza
Limpeza Conserto
Conserto/Manutenção Troca
MESA Limpeza
Conserto
Limpeza
Troca
Conserto
Troca
E S P E L H O S ( e s p e c i fi c a r c a d a )
Estofados
Limpeza SOFÁ
Conserto Limpeza
Troca Conserto
Troca
Piso
CORTINA
Limpeza
Limpeza
Cera
Conserto
Rejuntes
Troca
Teto
TAPETE
LUSTRES
Limpeza
Conserto Limpeza
Troca
L ÂMPADAS
CADEIRAS Troca
Limpeza
Limpeza
Conserto
CRISTAIS
Troca
Troca
P O LT R O N A S
Limpeza
Limpeza
VENTILADOR DE TETO
Conserto
Troca Limpeza
Conserto
ALMOFADAS Troca
Limpeza
Conserto
2- COZINHA/
COPA
Troca
Biblioteca/Estante de livros
Equipamentos
Limpeza do livros e dos objetos
de decoração GELADEIRA
Organização dos livros
Limpeza
Paredes
Conserto/Manutenção
Troca
Limpeza FOGÃO
Lavagem
Limpeza
Pintura
Conserto/Manutenção
Troca
FORNO Vidros/Espelhos
Limpeza MESA
Conserto/Manutenção
Limpeza
Troca
Conserto
Troca
MICROONDAS
Limpeza ESPELHOS ( e s p e c i fi c a r c a d a )
Conserto/Manutenção
Limpeza
Troca
Conserto
Troca
DEPURADOR
AR CONDICIONADO Móveis
Limpeza do filtro
MESA/BANCADA
Limpeza profissional
Conserto/Manutenção Limpeza
Conserto
Troca
MÁQUINA DE LAVAR
Pia
LOUÇAS
Limpeza externa
CUBA
Limpeza interna
Limpeza do filtro Limpeza
Conserto/Manutenção Conserto
Troca
F I LT R O D E Á G U A
TORNEIRA
Limpeza externa
Limpeza interna Limpeza
Troca do filtro (a cada 4/6 meses) Conserto
Conserto/Manutenção Troca
ENCANAMENTO TAPETE
Limpeza
Limpeza
Conserto
Conserto
Troca
Troca
CADEIRAS
LOUÇAS
v e r i fi c a r s e e s t ã o c o m a s b o r d a s Limpeza
quebradas e se os jogos estão
Conserto
completos
Troca
-Xícaras
-Pires
-Pratos sobremesa
Paredes
-Pratos rasos Limpeza
-Pratos fundos
Lavagem
-Taças
-Jarras Pintura
-Bule
-Leiteira
-Chaleira
Piso
Limpeza
PANEL AS Cera
v e r i fi c a r s e o s j o g o s e s t ã o Rejunte
completos e se é necessário
renovar ou complementar
Teto
TALHERES
LUSTRES
v e r i fi c a r s e o s j o g o s e s t ã o
completos e se é necessário Limpeza
renovar ou complementar
L ÂMPADAS
-Café
-Jantar Limpeza
-Serviço
Troca
CORTINA
VENTILADOR DE TETO
Limpeza Limpeza
Conserto Conserto
Troca Troca
Têxteis 3. ÁREA DE
PANOS DE PRATO SERVIÇO/
Lavagem LAVANDERIA
Costura
Troca
Equipamentos
BATE-MÃO
Lavagem
Costura
Vidros/Espelhos
Troca
JANELA ( e s p e c i fi c a r c a d a )
GUARDANAPOS DE TECIDO
Limpeza
Lavagem Conserto
Costura
Troca Paredes
LIXEIRA Limpeza
Lavagem
Lavagem
Pintura
Troca
Piso Guarda roupa/Closet
Limpeza CLOSET-CLEANING
Cera
Rejuntes Doação
Reparo
Teto GAVETAS
LUSTRES Limpeza
Arrumação
Limpeza
PRATELEIRAS
L ÂMPADAS
Limpeza
Troca
Arrumação
Limpeza
HASTES/CABIDEIRO
VENTILADOR DE TETO
Limpeza Limpeza
Conserto Arrumação
Troca Verificação dos cabides
Cama Livros
Objetos de decoração
COLCHÃO Papéis
Documentos
R e c i b o s e n o t a s fi c a i s
Aspiração (Pasta: Imposto de Renda)
Inversão
Limpeza
Móvel de TV Conserto
Limpeza Troca
Organização
JANELA ( e s p e c i fi c a r c a d a )
Têxteis Limpeza
Conserto
TOALHAS
Paredes
Verificação de rasgos,
manchas, bainhas desfeitas Limpeza
Conserto Lavagem
Troca Pintura
LENÇÓIS Piso
Verificação de rasgos,
Limpeza
manchas, bainhas desfeitas
Cera
Conserto
Rejunte
Troca
FRONHAS
Teto
LUSTRES
Verificação de rasgos,
manchas, bainhas desfeitas Limpeza
Conserto
L ÂMPADAS
Troca
Limpeza
TAPETES
Troca
Verificação de rasgos,
manchas, bainhas desfeitas
CRISTAIS
Conserto
Troca
Troca
Limpeza
CÚPULAS
5. BANHEIROS
Troca
(verificar cada um)
Limpeza
Louças
VENTILADOR DE TETO
Limpeza
AR CONDICIONADO
ASSENTO
Limpeza filtro
Lavagem profissional Troca
Conserto/Manutenção Conserto
DESCARGA
VENTILADOR
Troca
Limpeza
Conserto
Conserto
Troca
Armários e
TELEVISÃO E APARELHOS
ELETRÔNICOS
gavetas
Limpeza
Limpeza
Organização
Conserto
Retirar excessos
Troca
FRIGOBAR Metais
Limpeza DUCHA HIGIÊNICA
Conserto
Limpeza
Troca
Conserto
Troca
CHUVEIRO
Paredes
Limpeza
Limpeza
Conserto
Lavagem
Troca
Pintura
TORNEIRAS
Piso
Limpeza
Conserto Limpeza
Troca Cera
Rejunte
Box
RALO Lixeira
Limpeza
Limpeza
Troca
Troca
Cesto de
Limpeza
Retirar excessos
roupa suja
VIDRO
Limpeza
Limpeza
Troca
Conserto
Troca
Vidros/Espelhos
ESPELHOS ( e s p e c i fi c a r c a d a )
Limpeza
Conserto
Troca
JANELA ( e s p e c i fi c a r c a d a )
Limpeza
Conserto
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EIXO IV
FORMAÇÃO
C U LT U R A L
OS NOIVOS –
ALESSANDRO
MANZONI
EIXO VII FORMAÇÃO CULTURAL
INTRODUÇÃO
ENREDO
Enredo: História de dois jovens que querem se casar, mas são impedidos
pelo desejo fútil de um nobre mau, que aposta com um primo que conquistaria
Lucia e pela covardia do pároco da Diocese que se deixa intimidar.
50
EIXO VII FORMAÇÃO CULTURAL
D. Abbondio
- Padre – “um olho no breviário e outro na paisagem” → isso resume a per-
sonalidade dele: meio pau, meio tijolo – está desconectado da sua missão espiri-
tual – excepcional covardia – ícone da literatura pela imagem da covardia – “não
nasceu com fígado de leão” – decisão de acovardar-se (“salvar a minha pele”) –
ele não quer enfrentar o D. Rodrigo – falta total da capacidade de cumprir a sua
missão
- Cura paroquial tem a função de casar os paroquianos daquela circun-
scrição (O Bispo só se submete ao Papa – Padre diocesano apenas ao Bispo)
- Modelo de fraqueza humana, de falta de coragem; de falta de decisão
D. Rodrigo
- Nobre mau – D. Rodrigo – motivo fútil: uma aposta com o primo (não a
ama de verdade) – e por isso quer atrapalhar o Casamento dos dois.
- Teimosia – vício oposto à constância – aferrado ao mau, má honra, desejos
vis – como o próprio Herodes ao matar João Batista – “já tinha prometido a
Salomé e não pode descumprir” – ninguém está obrigado a perseverar no mal
(nem a cumprir o que não foi livre para assumir como compromisso); absurda a
ideia de que ele estava obrigado a cumprir a aposta. Tema da Promessa → vai
ressurgir em Lucia, que, em desespero para salvar a própria vida, promete
sua virgindade à Nossa Senhora se ela for libertada do Inominado.
- Em Rodrigo e o Inominado, Manzoni nos apresenta dois tiranos temíveis,
cada um dos quais tiranizou os fracos no exercício do poder para seus próprios
fins. No último, ele também nos mostra um dos exemplos mais poderosos e
palpáveis de conversão espiritual em toda a literatura.
Renzo
- Princípio ativo masculino (arquétipo da virilidade): busca agir, tomar
medidas. Ativismo: quer fazer as coisas, convencer-se de que sua ação sobre o
mundo é eficaz; demonstrar a sua capacidade de fazer dar certo – mas se
descobre impotente.
- Virtudes: coragem; tem honra, hombridade; não tem medo nem desejos
mesquinhos. É bom, seus desejos são nobres e os fins benéficos e justos.
- Vícios: audácia (seu primeiro impulso é querer matar D. Rodrigo, quer
casar por meio de artifícios, se mete em confusão em Milão); impetuosidade
(Cabeça quente, precipitado em seus julgamentos, e apressado em suas ações
– Falta de prudência e temperança que, muitas vezes, piora as coisas.
- Apesar de sua fraqueza, ele é bom e forte, e não carece de coragem nem
astúcia. Por esta razão, o leitor gosta dele, apesar de sua irritante falta de julga-
mento. Desejamos-lhe bem e desejamos-lhe sucesso em se reunir com a
mulher de quem ele é tão evidentemente inferior.
- A mulher espiritualmente forte é superior ao homem, porque sua força
está em se saber conduzir. Renzo é o princípio ativo do casal, mas Lucia não se
submete a ele enquanto a Providência não cumpre o seu papel.
- Ele quer ser o Protagonista, mas quem os conduz é a Providência, que,
afinal, faz sempre o bem e prepara os dois para Casamento → Fugindo de Milão,
ele invoca a figura da Providência → “Lucia é tão boa, não pode padecer muito
tempo”.
52
EIXO VII FORMAÇÃO CULTURAL
“Omnia in Bonum”
53
EIXO VII FORMAÇÃO CULTURAL
Lucia
- Logo que sabe do empecilho à realização do casamento, nega-se ao sub-
terfúgio: não quer começar a vida de casada dela assim e acredita na justiça aos
pobres.
- Modelo da inocência e de docilidade à vontade de Deus: Confia na vonta-
de de Deus
- Princípio feminino passivo virtuoso: lunar. O feminino representado em
Lucia é aquele que recebe e reflete a luz do sol. A natureza feminina é a condição
essencial para a realização humana, porque seu rosto humilde é capaz de enxer-
gar a Deus. A ação da providência é invisível para quem é solar.
- Só com a humildade seremos capazes de ver a face de Deus
- Princípio da paixão – que padece.
- É uma heroína digna na tradição das grandes heroínas literárias:
- Ela nos lembra a Penélope de Homero em sua fortaleza fiel em meio a
grandes provações e tribulações, exibindo uma força espiritual santa no próprio
coração da escuridão em que ela se encontra com muita frequência. Como
Penélope, ela é assediada pelos avanços indesejados de homens perversos e as-
solada por problemas que não são de sua própria autoria.
*Sobre esse tema, um livro excelente é o Três para Casar. Sheen, Fulton. J., Ed. Molokai.
- Ela exibe o poderoso silêncio da Cordelia de Shakespeare em sua res-
olução de se abster do caminho de menor resistência, mantendo sua virtude
em meio à maldade.
- Ao fazê-lo, ela também nos lembra a Beatrice de Dante, na medida em
que ela representa um ícone de feminilidade idealizada, digna do amor de
qualquer pessoa e garantindo grande sacrifício por parte do amante na busca
por ganhar sua mão;
- Preservação da virtude em meio às tribulações. Ela é flexível, se deixa guiar,
mas não cede, não sucumbe. Sua matéria espiritual é robusta, mas sua matéria
humana é dócil. Vamos trabalhar muito este tema no módulo da Liberdade.
- Biografia do Papa João XXIII – Voltou-se agora, como fizera tantas vezes
no passado, para aceitação orante e às palavras da heroína de Manzoni, Lúcia, en-
quanto se prepara para enfrentar o Inominado: “Aquele que te deu tanta
alegria está em toda parte; e ele nunca perturba a felicidade de seus filhos,
exceto para preparar para eles uma felicidade mais segura e maior.”
54
EIXO VII FORMAÇÃO CULTURAL
- Beleza de Lucia: Normal – ao final a família que abriga Renzo meio que
se surpreende. Não é a beleza estética que mobiliza grandes amores, mas uma
alma íntegra, convicta, reta. Ela não é feia, se arruma (ver a descrição logo no
início), mas isso não é o principal e, inclusive, nos damos conta que, ao longo do
livro inteiro, isso não é destacado, mas a riqueza e beleza dos seus movimentos
interiores.
Complementaridade
- Lucia confia em Deus e Renzo tenta agir. Existe uma dicotomia, mas que
revela uma complementaridade.
- A existência humana não é uma alternativa entre ação e passividade/ ativ-
idade e contemplação. A vida humana é a composição dessas duas forças o
tempo todo.
- É preciso ter, ao mesmo tempo, a capacidade de ação sobre o mundo e a
capacidade de deixar a Providência agir sobre si.
- Renzo aprende que, para deixar isso acontecer, é preciso permitir que a luz da
Providência o ilumine... o que requer a perda de todo o orgulho, toda a soberba,
toda a pretensão humana.
- Povo inocente: Lúcia (princípio feminino, passivo, espera) e Renzo
(princípio masculino, ativo, ativo, ação, justiça pessoal e social – revolução)
- Questão central do livro: papel da Providência na vida humana e o livre ar-
bítrio. Não se pode negar a existência da liberdade nem a ação de forças in-
sondáveis, que estão para além do tempo e do espaço.
- Quais as forças que atuam sobre nós?
- Herança: o ser humano herda uma série de circunstâncias que indepen-
dem dele. A maioria das coisas que nos dizem respeito não escolhemos.
- Liberdade e Responsabilidade moral: a nossa vida real repousa sobre as
decisões concretas que tomamos e, portanto, sobre as escolhas que fazemos
tendo em vista as circunstâncias que recebemos e não controlamos;
- O determinismo é um engodo, pois o homem não é produto do meio –
por mais que você herde tendências comportamentais (assim como herda car-
acterísticas físicas)
55
EIXO VII FORMAÇÃO CULTURAL
Para refletir
-Se a nossa vida fosse:
(1) apenas o resultado de nossas ações concretas, do que deriva do livre arbítrio
seria totalmente controlada, o que é absurdo (na prática, existem coisas que resul-
tam de modo diferente do que planejamos – A vida é aquilo que acontece quando
estamos planejando) ou
(2) do que recebemos (vida humana seria parecida com a de um bichinho – per-
spectiva darwinista – seres sem nenhum mérito moral, carimbado pro sucesso ou
fracasso) – as circunstâncias não definem a nossa vida de modo absoluto;
- Interferências espirituais – contigenciam a minha vida e o meu livre
arbítrio → Mistério da Vontade Divina - limite da inteligência humana.
- Mesmo uma pessoa com grande capacidade de tomar decisões livres,
ainda assim não tem nas mãos a capacidade de mudar todas as circunstâncias ao
seu redor. O esforço não dá conta de tudo. A maioria das pessoas, por mais esforça-
da que seja, vai continuar tendo a vida muito parecida com a sua situação inicial.
O livre arbítrio não garante a sua vida, mas define seu acolhimento interior com
relação as acontecimentos e suas ações e o parâmetro com que você vai ser julga-
do moralmente.
- Nosso Juízo Final não será com base no resultado de nossas ações, mas
na intenção com que fizemos as coisas.
56
EIXO VII FORMAÇÃO CULTURAL
Outros personagens
Monja de Monza
- Na confusão gerada pela tentativa de casar clandestinamente e de escapar
o rapto tentado pelo D. Rodrigo, o casal é ajudado pelo Fra Cristoforo e foge da
aldeia. Renzo vai para o Mosteiro da porta Oriental em Milão e as mulheres (Inês
com D. Agnese) vão se refugiar em um convento em Monza, onde vai depender de
a Senhora aceitar o compromisso de cuidar de Lucia.
57
EIXO VII FORMAÇÃO CULTURAL
-Forçada a entrar na vida religiosa, a Monja de Monza vive uma vida amarga,
sucumbindo à fornicação e suas sórdidas ramificações.
Essa figura foi tão marcante na literatura italiana, que deu origem a um estilo de
folhetim erótico com freiras pervertidas, com orgias de lésbicas, sadomasoquis-
tas.
- A freira de apenas 25 anos dá a impressão de uma extraordinária formosura,
mas de uma beleza triste e sem viço. Cultiva uma amargura interior, um ressenti-
mento vingativo, que quer revidar todo o ódio que sente pela situação em que se
encontra. É a antípoda de Lucia, que está ali e guarda a sua liberdade interior de
não se revoltar e permanecer confiando em Deus.
Inominado
- Outro libertino, que representa um arquétipo de perversidade, enquanto
Lucia representa um arquétipo de inocência.
Ele aceita a missão de Rodrigo de raptar Lucia do convento, mas se dá conta da
diferença entre a sua vida e a daquela menina e, pelo contraste, fica atormentado
e não consegue dormir.
- Experimenta um choque disruptivo e pesa-lhe a vida como um libertino.
Sua conversão é o verdadeiro ponto de inflexão do livro, pois muda o destino da
história toda. Ele se confessa e rompe a cadeia de perseguição, passando a agir
como o protetor de quem era o algoz.
Cardeal Borromeo
- Figura histórica real, o Cardeal é o retrato de uma santidade viril – e não
adoçada.
- Servidor santo da Igreja, incansável e corajoso em seu zelo pelas almas. Um
home que efetivamente dedicou seu tempo e sua vida à contínua prática do bem
58
59
EXTRA
MASTERCLASS
CASAMENTOS QUE
NÃO DEVERIAM
TER EXISTIDO:
SOBRE DECLARAÇÃO DE NULIDADE
MATRIMONIAL
EXTRA MASTERCLASS
O SACRAMENTO DO MATRIMÔNIO
- CIC, 1601 . «O pacto matrimonial, pelo qual o homem e a mulher constituem
entre si a comunhão íntima de toda a vida, ordenado por sua índole natural ao (1)
bem dos cônjuges e (2) à procriação e educação da prole, entre os batizados foi el-
evado por Cristo Senhor à dignidade de sacramento».
*CIC = Catecismo da Igreja Católica*
61
EXTRA MASTERCLASS
62
EXTRA MASTERCLASS
O MATRIMÔNIO NO SENHOR
- CIC, 1612. A aliança nupcial entre Deus e o seu povo Israel tinha preparado
a Aliança nova e eterna, pela qual o Filho de Deus, encarnando e dando a sua
vida, uniu a Si, de certo modo, toda a humanidade por Ele salva, preparando
assim as «núpcias do Cordeiro».
- CIC, 1613. No início da sua vida pública, Jesus realiza o seu primeiro sinal –a
pedido da sua Mãe – por ocasião duma festa de casamento. A Igreja atribui uma
grande importância à presença de Jesus nas bodas de Caná. Ela vê nesse fato a
confirmação da bondade do matrimônio e o anúncio de que, doravante, o mat-
rimônio seria um sinal eficaz da presença de Cristo.
- CIC, 1614. Na sua pregação, Jesus ensinou sem equívocos o sentido original
da união do homem e da mulher, tal como o Criador a quis no princípio: a per-
missão de repudiar a sua mulher, dada por Moisés, era uma concessão à dureza
do coração: a união matrimonial do homem e da mulher é indissolúvel: foi o
próprio Deus que a estabeleceu: «Não separe, pois, o homem o que Deus uniu»
(Mt 19, 6).
- CIC, 1615. Esta insistência inequívoca na indissolubilidade do vínculo mat-
rimonial pôde criar perplexidade e aparecer como uma exigência impraticável.
- No entanto, Jesus não impôs aos esposos um fardo impossível de levar e
pesado demais, mais pesado que a Lei de Moisés. Tendo vindo restabelecer a
ordem original da criação, perturbada pelo pecado, Ele próprio dá a força e a
graça de viver o matrimônio na dimensão nova do Reino de Deus.
- É seguindo a Cristo, na renúncia a si próprios e tornando a sua cruz, que
os esposos poderão «compreender» o sentido original do matrimônio e vivê-lo
com a ajuda de Cristo. Esta graça do Matrimônio cristão é fruto da cruz de Cristo,
fonte de toda a vida cristã.
- CIC, 1616. É o que o Apóstolo Paulo nos dá a entender, quando diz: «Mari-
dos, amai as vossas mulheres, como Cristo amou a Igreja e Se entregou por ela, a
fim de a santificar» (Ef 5, 25-26): e acrescenta imediatamente: «"Por isso o homem
deixará o pai e a mãe para se unir à sua mulher e serão os dois uma só carne". É
grande este mistério, digo-o em relação a Cristo e à Igreja» (Ef 5, 31-32).
- CIC, 1617. Toda a vida cristã tem a marca do amor esponsal entre Cristo e a
Igreja. Já o Baptismo, entrada no povo de Deus, é um mistério nupcial: é, por
assim dizer, o banho de núpcias que precede o banquete das bodas, a Eucaristia.
O Matrimônio cristão, por sua vez, torna-se sinal eficaz, sacramento da aliança de
Cristo com a Igreja. E uma vez que significa e comunica a graça desta aliança, o
63
EXTRA MASTERCLASS
A CELEBRAÇÃO DO MATRIMÔNIO
- CIC, 1621. No rito latino, a celebração do Matrimônio entre dois fiéis católi-
cos tem lugar normalmente no decorrer da santa Missa, em virtude da
ligação de todos os sacramentos com o mistério pascal de Cristo. Na Eucaris-
tia realiza-se o memorial da Nova Aliança, pela qual Cristo se uniu para sempre à
Igreja, sua esposa bem-amada, por quem se entregou. Por isso, é conveniente
(não essencial, mas expressa o que é o casamento) que os esposos selem o
seu consentimento à doação recíproca pela oferenda das próprias vidas, un-
indo-a à oblação de Cristo pela sua Igreja, tornada presente no sacrifício eu-
carístico, e recebendo a Eucaristia, para que, comungando o mesmo corpo e
o mesmo sangue de Cristo, «formem um só corpo» em Cristo.
- CIC, 1622. «Enquanto ação sacramental de santificação, a celebração litúr-
gica do Matrimônio [...] deve ser por si mesma válida, digna e frutuosa». Por isso,
é conveniente que os futuros esposos se preparem para a celebração do seu
Matrimônio, recebendo o sacramento da Penitência.
- CIC, 1623. Segundo a tradição latina, são os esposos quem, como ministros
da graça de Cristo, mutuamente se conferem o sacramento do Matrimônio, ao
exprimirem, perante a Igreja, o seu consentimento.
- CIC, 1624. As diversas liturgias são ricas em orações de bênção e de epiclese,
pedindo a Deus a sua graça e invocando a sua bênção sobre o novo casal, espe-
cialmente sobre a esposa. Na epiclese deste sacramento, os esposos recebem o
Espírito Santo como comunhão do amor de Cristo e da Igreja. É Ele o selo da
aliança de ambos, a nascente sempre oferecida do seu amor, a força pela qual se
renovará a sua fidelidade.
O CONSENTIMENTO MATRIMONIAL
- CIC, 1625. Os protagonistas da aliança matrimonial são um homem e uma
mulher batizados, livres para contrair Matrimônio e que livremente exprimem o
seu consentimento.
- «Ser livre» quer dizer: não ser constrangido e não estar impedido por nen-
huma lei natural nem eclesiástica.
* CIC, 1626. A Igreja considera a permuta dos consentimentos entre os es-
posos como o elemento indispensável «que constitui o Matrimônios.
* Se faltar o consentimento, não há Matrimônio.
64
EXTRA MASTERCLASS
- CIC, 1627. O consentimento consiste num «ato humano pelo qual os es-
posos se dão e se recebem mutuamente»: «Eu recebo-te por minha esposa. Eu
recebo-te por meu esposo».
- Este consentimento, que une os esposos entre si, tem a sua consumação
no fato de os dois «se tornarem uma só carne».
- CIC, 1628. O consentimento deve ser um ato da vontade de cada um
dos contraentes, livre de violência ou de grave temor externo. Nenhum poder
humano pode substituir-se a este consentimento. Faltando esta liberdade, o
matrimônio é inválido.
- CIC, 1629. Por este motivo (ou por outras razões, que tornem nulo ou não
realizado o casamento), a Igreja pode, depois de examinada a situação pelo
tribunal eclesiástico competente, declarar «a nulidade do Matrimônio», ou
seja, que o Matrimônio nunca existiu. Em tal caso, os contraentes ficam livres
para se casarem, salvaguardadas as obrigações naturais resultantes da união
anterior.
- CIC, 1630. O sacerdote (ou o diácono), que assiste à celebração do Mat-
rimônio, recebe o consentimento dos esposos em nome da Igreja e dá a bênção
da Igreja. A presença do ministro da Igreja (bem como das testemunhas) ex-
prime visivelmente que o Matrimônio é uma realidade eclesial.
- CIC, 1631. É por esse motivo que, normalmente, a Igreja exige para os seus
fiéis a forma eclesiástica da celebração do Matrimônio.
- O Matrimônio sacramental é um ato litúrgico. Portanto, é conveniente
que seja celebrado na liturgia pública da Igreja;
- O Matrimônio introduz num ordo eclesial, cria direitos e deveres na Igreja,
entre os esposos e para com os filhos; uma vez que o Matrimônio é um estado de
vida na Igreja, é necessário que haja a certeza a respeito dele (daí a obrigação de
haver testemunhas); – o carácter público do consentimento protege o «sim»
uma vez dado e ajuda a permanecer-lhe fiel.
- CIC, 1632. Para que o «sim» dos esposos seja um ato livre e responsável, e
para que a aliança matrimonial tenha bases humanas e cristãs sólidas e dura-
douras, é de primordial importância a preparação para o matrimônio:
O VÍNCULO MATRIMONIAL
- CIC, 1639. O consentimento, pelo qual os esposos mutuamente se dão e
se recebem, é selado pelo próprio Deus. Da sua aliança «nasce uma instituição,
também à face da sociedade, tornada firme e estável pela lei divina». A aliança
dos esposos é integrada na aliança de Deus com os homens: «O autêntico amor
conjugal é assumido no amor divino».
- CIC, 1640. O vínculo matrimonial é, portanto, estabelecido pelo próprio
Deus, de maneira que o Matrimônio ratificado e consumado entre batizados não
pode jamais ser dissolvido.
- Este vínculo, resultante do ato humano livre dos esposos e da consumação
do Matrimônio, é, a partir de então, uma realidade irrevogável e dá origem a uma
aliança garantida pela fidelidade de Deus. A Igreja não tem poder para se pro-
nunciar contra esta disposição da sabedoria divina.
«Onde irei buscar forças para descrever, de modo satisfatório, a felicidade do Matrimônio
que a Igreja une, que a oblação eucarística confirma e a bênção sela? Os anjos procla-
mam-no, o Pai celeste ratifica-o [...] Que jugo o de dois cristãos, unidos por uma só esper-
ança, um único desejo, uma única disciplina, um mesmo serviço! Ambos filhos do mesmo
Pai, servos do mesmo Senhor; nada os separa, nem no espírito nem na carne; pelo con-
66
trário, eles são verdadeiramente dois numa só carne. Ora, onde a carne á só uma, também
um só é o espírito».
EXTRA MASTERCLASS
68
EXTRA MASTERCLASS
3. TIPOS:
IMPEDIMENTOS: casar violando alguma lei divina, natural ou da Igreja → são
dispensáveis pelo Bispo (necessário verificar se houve dispensa)
São 12:
1- Idade: mulher antes dos 14 e a mulher antes dos 16 – presume-se que não
são capazes, mas o homem antes dos 18 e a mulher antes dos 16 ainda exigem
dispensa → se, mesmo assim, for provado que não tinha maturidade quanto ao
compromisso que assumiriam e seus deveres essenciais, o casamento é nulo. “É
imaturo o homem (ou a mulher) que age como se fosse solteiro: namora com
outras mulheres, volta tarde da noite sem justo motivo, não compartilha a vida
com a esposa, não se preocupa em sustentar a casa e os filhos e coisas semel-
hantes”.
5- Ordem Sagrada
8- Assassinato de Cônjuge (colaboração dos dois, mesmo que não seja para
casar, ou um dos dois o faz para casar)
9- Parentesco de Consanguíneos:
- Pais com filhos ou netos
-Irmãos
- Primos (filhos de irmãos)
A maior parte dos vícios de se encontra aqui: ninguém pode casar com
sua liberdade minimamente forçada, seja por forças externas seja por forças in-
ternas; casar sem vontade; casar sem capacidade de assumir os compromissos
- Hábil, capaz: não pode ser criança ou incapaz mentalmente
- O ato deve ser totalmente livre de qualquer condicionamento que lhe di-
minua a vontade (querer racional):
São 10
1- Falta do uso da razão
5- Erro de pessoa
8- Simulação (por fora diz “sim”, mas por dentro diz “não” – casa, mas não
quer ter filhos, está disposto a divorciar-se, não quer formar uma comunhão de
vida...)
4. PROCESSO
- É dispendioso, como todo processo;
- Tornou-se mais célere com o Papa Francisco, porque antes só o Papa
mesmo sentenciava. Agora, após a instrução, o próprio Bispo com dois asses-
sores dá a sentença.
- Casos claros de nulidade são julgados diretamente pelos Bispos, mas, em
geral, são encaminhados ao Tribunal de 1a Instância, que inicia o processo, recol-
her as provas e profere a sentença.
- Depois vai pra 2a Instância que reexamina o processo, confirmando a sen-
tença ou proferindo uma nova.
* Caso sejam iguais, o processo acaba
*Caso dOs Noivos.
* Se diferentes, a parte interessada pode apelar ao Tribunal da Rota
Romana, submetido diretamente ao Papa (e arcar com as despesas)
71
BIBLIOGRAFIA