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Resenha Crítica Do Filme Hans Staden
Resenha Crítica Do Filme Hans Staden
O filme é narrado por Hans Staden, um viajante alemão, que vindo ao Brasil como
artilheiro em navios espanhóis teve sua embarcação naufragada. Para sua sobrevivência,
Staden foi viver em São Vicente e serviu como instrutor de artilharia para os portugueses.
Quando estava prestes a voltar para a Europa, Staden foi capturado pelos índios
tupinanbás, aliados dos franceses, em uma caçada a procura de seu escravo. Mesmo
clamando não ser português, ele foi levado para a aldeia de Koniambebe, com a
finalidade de ser morto e alimentar os povos indígenas, pois os tupinambás eram adeptos
a antropofagia. Em Koniambebe, Hans Staden viveu durante nove meses.
Várias foram as tentativas para matar Hans Staden, mas de alguma forma a sorte estava
com ele. Durante o período que esteve preso a sua fé foi essencial para que pudesse
resistir às situações de extrema privação. Ele acreditava que, através de suas orações, o
seu Deus o mantinha vivo. A religiosidade era muito forte em toda narrativa, pois o autor
sempre fala da presença de Deus e que o mesmo sempre o salvara, deixando-o sempre
agradecido por está dádiva. Existia uma intolerância religiosa presente em ambos os
lados: o alemão considerava seu deus o único, já os nativos tinham muitos deuses e não
acreditavam na existência do deus de Staden.
Foi nesse mesmo tempo que esteve cativo que ele pode conhecer aspectos importantes
da organização daqueles índios. Ele observou seus ritos, crenças, seus hábitos e
costumes. Com muita estranheza ele foi incorporando informações sobre uma sociedade
que vivia da caça, pesca e colheita. Uma sociedade em que não existia dinheiro ou
riquezas, não se acumulavam terras e no qual todos viviam para o bem da natureza. Uma
sociedade sem privilégios, onde todos eram respeitados.