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Aula 03

Administração Pública
AFRFB 2009
7. Governo eletrônico e transparência.

8. Qualidade na Administração Pública.

Prof: Rafael Encinas 9. Novas tecnologias gerenciais e organizacionais


e-mail: raencinas@uol.com.br e sua aplicação na Administração Pública.

1 2

Planejamento Estratégico Existem três tipos de


planejamento:
Quatro funções administrativas:
Estratégico Tático Operacional
1. Planejamento
Prazo Longo Médio Curto
2. Organização
Determinada
Amplitude Toda a organização Determinado Setor
Atividade
3. Direção
4. Controle Nível
Alta Cúpula Gerências Setoriais Operacional
Hierárquico

Riscos Maiores Intermediários Menores


Princípio da precedência: o planejamento vem antes
das outras funções administrativa.
3 4

Definições de Planejamento Estratégico:


• Maximiano caracteriza o planejamento
Philip KOTLER: “O Planejamento Estratégico é uma estratégico como “o processo de elaborar uma
metodologia gerencial que permite estabelecer a estratégia (ou plano estratégico), com base na
direção a ser seguida pela Organização, visando análise do ambiente e nos sistemas internos da
maior grau de interação com o ambiente”. organização”.
• Bateman e Snell argumentam que o
Mosimann e Fisch, “a finalidade do planejamento planejamento estratégico “envolve a tomada de
estratégico é estabelecer quais serão os caminhos a decisões sobre os objetivos e estratégias de
serem percorridos para atingir a situação desejada. É longo prazo e que afetam a organização como
a arte da passagem do estágio onde estou para o um todo”.
estágio onde quero ir”.

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Características Principais dos planejamento (CESPE/PETROBRAS/2007) Na elaboração do
estratégico: planejamento estratégico da PETROBRAS, o
1. É responsabilidade da cúpula da organização; funcionário responsável por esse trabalho deverá
2. Envolve a organização como um todo; considerar
ANULADA o princípio da precedência do
planejamento, segundo o qual essa função
3. Planejamento de longo prazo.
administrativa deve vir antes das demais.
Segundo o Chiavenato:
O planejamento estratégico está relacionado Anulado por possibilitar dupla interpretação. O
com os objetivos de médio e longo prazo que emprego da expressão “o funcionário responsável”
CERTA
afetam a direção ou a viabilidade da empresa. pode ter induzido a erro os candidatos, em razão de
o processo de planejamento estratégico ser
(CESPE/PRODEST/2006) O horizonte temporal do
conduzido pela alta gerência e, especialmente em
planejamento estratégico deve ser de longo prazo.
uma empresa da dimensão da Petrobras, por
7 equipes capacitadas. 8

Características do Planejamento Tático:


Segundo Chiavenato: • (CESPE/SGAPROC/2004) O planejamento
tático traduz os objetivos e planos estratégicos
Os planos táticos referem-se a cada
mais amplos em objetivos e planos específicos
departamento ou unidade da organização e
relevantes para uma parte definida da
seu foco é no médio prazo, isto é, no
organização, geralmente uma área funcional,
exercício anual.
como a gerência de marketing ou a gerência de
1. Desenvolvido em níveis organizacionais RH. Portanto, é correto afirmar que o
intermediários, como as gerências de recursos planejamento tático ou gerencial é desenvolvido
humanos, de marketing, financeira, etc. e aplicado nesse nível organizacional.

2. Setorização do planejamento estratégico.


3. Médio
ERRADA Prazo
9

Características do Planejamento Operacional:


Bateman e Snell ressaltam que “o planejamento operacional
identifica os procedimentos e processos específicos
requeridos nos níveis inferiores da organização”. (CESPE/SGA-AC/2008) O planejamento
De acordo com Maximiano, estes “definem as ações operacional engloba o detalhamento das
específicas que permitem realizar os objetivos dos níveis atividades, recursos e formas de controle
anteriores”
necessárias para a implantação das
1. Desenvolvidos nos níveis mais baixos da organização; estratégias e táticas escolhidas.
2. Para especificar as etapas de ação para realização
das metas operacionais e para sustentar os planos CERTA
táticos.
3. Curto Prazo

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Dos três tipos de planejamento, resultam três produtos
diferentes: – Projeto: é o documento que sistematiza e
estabelece o traçado prévio da operação de
Plano: é um documento utilizado para o registro de
uma unidade de ação. É, portanto, a unidade
decisões do tipo: o que se pensa fazer, como fazer,
quando fazer, com que fazer, com quem fazer. O
elementar do processo sistemático da
processo de tomada de decisões começa com a racionalização de decisões. Constitui-se da
adoção de postulados gerais que depois são proposição de produção de algum bem ou
desagregados e especificados. serviço, com emprego de técnicas
determinadas e com o objetivo de obter
Programa: é, basicamente, um aprofundamento do
plano: os objetivos setoriais do plano irão constituir os
resultados definidos.
objetivos gerais do programa. È o documento que • Podemos dizer que o plano contém o programa,
detalha por setor, a política , diretrizes, metas e que contém o projeto. Assim, os planejamentos
medidas instrumentais. É a setorização do plano. inferiores devem estar de acordo com os
superiores.
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Não há unanimidade em relação às fases do


planejamento estratégico. Djalma de Oliveira afirma
que, quando se trata da metodologia para o
desenvolvimento do planejamento estratégico nas
organizações, têm-se duas possibilidades:
1. Primeiro se define onde se quer chegar e
depois se estabelece como a empresa está
para se chegar a situação desejada. Isto
significa que primeiro se estabelece a missão
para depois ser feito o diagnóstico estratégico.
2. Primeiro verifica-se como se está para então
se estabelecer onde quer chegar. O
diagnóstico estratégico vem antes da definição
da missão 15 16

Djalma de Oliveira criou um modelo com as


seguintes etapas: (CESPE/TJDFT/2008) No processo de
planejamento, a definição da nova missão da
1) Diagnóstico estratégico organização deve ocorrer após a etapa de
2) Definição da missão diagnóstico estratégico.
3) Definição de instrumentos prescritivos e
quantitativos
4) Controle e Avaliação ANULADA - Justificativa:
(CESPE/INSS/2008) A primeira fase na elaboração de
um planejamento de longo prazo voltado para uma
possível mudança no modelo de previdência social seria
a fixação dos novos objetivos.
ERRADA

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(CESPE/SEBRAE03/2008) O primeiro passo para o
processo de planejamento é desenvolver premissas
Embora a seqüência apresentada no item seja quanto às condições futuras do mercado, para só então
sugerida por muitos autores, não é definir os objetivos da empresa
obrigatória, especialmente quanto à
procedência da definição da missão ERRADA
organizacional. Além disso, deve-se Segundo Chiavenato, há seis passos no processo de
considerar as peculiaridades de cada planejamento:
organização para a adequada definição das 1. Definir os objetivos;
atividades do planejamento.
2. Verificar qual a situação atual em relação aos
objetivos;
3. Desenvolver premissas quanto às condições
futuras;
20

(ESAF/EPPGG/2005) As frases a seguir referem-se


ao
F processo de planejamento estratégico. Classifique
• 4. Analisar as alternativas de ação; as opções em Verdadeiras (V) ou Falsas (F).
• 5. Escolher a melhor entre as várias
(V ) O planejamento estratégico é capaz de
alternativas;
estabelecer a direção a ser seguida pela organização
• 6. Implementar o plano e avaliar os com objetivos de curto, médio e longo prazo e com
F
resultados. maneiras e ações para alcançá-los que afetam o
ambiente como um todo.
V
( ) O planejamento estratégico, de forma isolada, é
insuficiente,
V
sendo necessário o desenvolvimento e a
implantação dos planejamentos táticos e
operacionais de forma integrada.

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Planejamento Estratégico Situacional


• ( ) O planejamento estratégico é o
desenvolvimento de processos, técnicas e Para o setor público, temos a metodologia do
atitudes políticas, os quais proporcionam uma Planejamento Estratégico Situacional (PES), que foi
conjuntura que viabiliza a avaliação das
implicações presentes de decisões a serem sistematizado originalmente pelo Economista chileno
tomadas em função do ambiente. Carlos Matus.
• ( ) O planejamento estratégico é, normalmente, O planejamento deve ser situacional, isto é, o sujeito que
de responsabilidade dos níveis mais altos da planeja está dentro do objeto a ser planejado e existe o
organização e diz respeito tanto à formulação
de objetivos, quanto à seleção dos cursos de outro que participa com ele do sistema. No planejamento
ação a serem seguidos para sua consecução. há, portanto, uma relação entre sujeitos. Assim, toda
• ( ) O planejamento estratégico é uma explicação é dita por alguém a partir de uma situação
ferramenta que tem como fases básicas para específica.
sua elaboração e implementação o diagnóstico
estratégico, a definição da missão, a elaboração Conseqüentemente, o planejamento é necessariamente
de instrumentos prescritivos e quantitativos, político. A dimensão política é uma variável do plano, não
além do controle e da avaliação. um dado externo.
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(CESPE/ANVISA/2004) Segundo Carlos Matus, o
método PES (Planejamento Estratégico Situacional) • Divide-se em quatro momentos:
qualifica a gestão do governo segundo os resultados – Momento explicativo: compreende-se a
e as condições fora do controle do ator nas quais os realidade identificando-se os problemas que
os atores sociais declaram.
resultados são alcançados.
– Momento normativo: momento em que os
CERTA envolvidos dizem como deve ser a situação
ideal, a partir do momento explicativo.
– Momento estratégico: trata do modo de
examinar a viabilidade política do plano e do
processo de construção de viabilidade
política das operações não viáveis na
situação inicial.
– Momento tático-operacional: é o momento
do fazer
25

Balanced Scorecard Segundo Kaplan e Norton:


Segundo Kaplan e Norton: O Balanced Scorecard preserva as medidas
O Balanced Scorecard é basicamente um financeiras tradicionais. Mas as medidas
mecanismo para a implementação da estratégia, financeiras contam a história de acontecimentos
não para sua formulação [...] qualquer que seja a passados. Elas são inadequadas para orientar e
abordagem utilizada [...] para a formulação de avaliar a trajetória que as empresas da era da
sua estratégia, o Balanced Scorecard oferecerá informação devem seguir na geração de valor
um mecanismo valioso para a tradução dessa futuro investindo em clientes, fornecedores,
estratégia em objetivos, medidas e metas funcionários, processos, tecnologia e inovação. O
específicos. Balanced Scorecard contempla as medidas
financeiras do desempenho passado com
medidas dos vetores que impulsionam o
desempenho futuro.
27 28

Financeira: Clientes:
Para sermos bem-sucedidos Para alcançarmos nossa
financeiramente, como visão, como devemos
• Quatro Perspectivas: deveríamos ser vistos pelos aparecer para nossos
nossos acionistas? clientes?
• Financeira;
• Clientes;
• Processos Internos; Visão
• Aprendizagem e Crescimento. Estratégica

Processos Internos: Aprendizado e Crescimento


Para alcançarmos nossa
Para satisfazer nossos
visão, como sustentaremos
acionistas e clientes, em quais
nossa habilidade em mudar e
processos de negócios
melhorar.
devemos alcançar a
excelência?
30
Segundo os autores, as quatro perspectivas têm-se
revelado adequadas em diversas empresas e setores de • O Gespública usa um BSC com cinco
mercado, mas elas devem ser consideradas um modelo, perspectivas:
não uma camisa-de-força. – Ganho Social - Criar valor público para o
cidadão
(CESPE/TCU/2008) O balanced scorecard é uma – Usuários - Órgãos e entidades públicos
ferramenta gerencial que reflete o desafio que uma participantes do GESPÚBLICA
organização tem de enfrentar para harmonizar os – Processos – Construir organizações de alto
desempenho
interesses de vários grupos em torno de objetivos
– Pessoas e Aprendizado - Ter pessoas motivada
diversos. Neste sentido, o desempenho social
e comprometidas
poderia ser objeto de um parecer de auditoria social,
– Sustentabilidade - Garantir a expansão do
paralelamente ao tradicional parecer de auditoria GESPÚBLICA
financeira, aplicável ao desempenho financeiro.

CERTA 31

As quatro perspectivas não • Os processos das perspectiva interna e de


trabalham de forma isolada. Há toda aprendizado e crescimento impulsionam a
uma cadeia de relações de causas e estratégia; mostram como a organização
efeitos. O sistema de medição deve implementará a estratégia. As perspectivas do
tornar explícitas as relações cliente e financeira serão conseqüência do que
(hipóteses) entre os objetivos (e as é feito nas outras duas perspectivas,
medidas) nas várias perspectivas, determinam o que deve ser feito, quais são os
para que elas possam ser objetivos.
gerenciadas e válidas. A cadeia de
causa e efeito deve permear todas
• O modelo básico para o mapa estratégico
as quatro perspectivas. definido pelos autores é o seguinte:

33

1) Perspectiva Financeira:
Kaplan e Norton descrevem esta perspectiva com a
seguinte frase:
Para sermos bem-sucedidos financeiramente,
como deveríamos ser vistos pelos nossos
acionistas?
Portanto, a perspectiva financeira representa os
interesses dos acionistas, dos proprietários da empresa.
Ela é a mais importante das quatro, já que o objetivo final
das empresas é o lucro. Segundo os autores:

35 36
2) Perspectiva dos Clientes:
Kaplan e Norton descrevem esta perspectiva com a
• No final, todos os objetivos e medidas das
seguinte frase:
outras perspectivas do scorecard deverão
Para alcançarmos nossa visão, como devemos
estar associados à consecução de um ou
aparecer para nossos clientes?
mais objetivos na perspectiva financeira. A
relação com os objetivos financeiros Esta perspectiva se baseia em como a organização é
reconhece explicitamente que a meta de vista pelo cliente e como ela pode atendê-lo da melhor
longo prazo da empresa é gerar retornos maneira possível.
financeiros para os investidores, e que Exemplos de indicadores:
todos os programas, estratégias e
• Satisfação dos clientes; .Participação de mercado;
iniciativas devem permitir que a unidade de
• Retenção dos clientes;
negócios alcance seus objetivos
financeiros. • Conquista de clientes;
• Rentabilidade dos clientes;
38

3) Perspectiva dos Processos Internos:


Kaplan e Norton descrevem esta perspectiva com a
seguinte frase:
• Kaplan e Norton classificaram os
Para satisfazer nossos acionistas e clientes, em
processos internos em:
quais processos de negócios devemos alcançar a – Processos de gestão operacional;
excelência? – Processos de gestão de clientes;
(CESPE/TCU-TI/2007) Assumindo-se a implantação de – Processos de Inovação;
um planejamento estratégico de TI embasado no método
de balanced scorecard (BSC) em uma organização que – Processos regulatórios e sociais.
ERRADA
faz prestação de serviços de TI, uma métrica que indica
o tempo necessário para desenvolvimento e implantação
de novos serviços de TI é mais adequadamente
localizada na perspectiva de aprendizagem e
crescimento que na perspectiva de processos de
negócios internos. 39

4) Perspectiva do Aprendizado e Crescimento:


Kaplan e Norton descrevem esta perspectiva com a • Capital da Informação: banco de dados,
seguinte frase: sistemas de informação, redes e infra-
Para alcançarmos nossa visão, como devemos estrutura tecnológica.
aparecer para nossos clientes? • Capital Organizacional: cultura, liderança,
alinhamento dos empregados, trabalho em
Esta perspectiva trata dos ativos intangíveis da
equipe e gestão do conhecimento.
organização e seu papel na estratégia. Os ativos
intangíveis podem ser classificados em três
categorias:
•Capital Humano: habilidades, talento e
conhecimento dos empregados;

41
Key Goal Indicators X Key Performance Indicators
Key Goal Indicators (KGI) – Indicadores de Objetivo, • Key Performance Indicators (KPI) – ou
Indicadores de Resultado. Para as perspectivas indicadores de desempenho – para as
financeira e dos clientes. Indicam o que deve ser perspectivas processos internos e aprendizado
cumprido. São medidas que refletem se a meta foi e crescimento. São orientados ao processo,
atingida, ou seja, dizemos que são indicadores de focam o como. São medidas que refletem as
passado por que são medidas após o fato ocorrido. tendências em termos de atingir ou não a meta
Por exemplo, um indicador de Retorno Sobre o no futuro, são medidas antes do fato. Um
Capital Investido olha para trás, para o que aconteceu indicador de qualidade do processo refletirá em
no passado. melhor desempenho futuro, na conquista de
mais clientes e mais lucratividade.

43

BSC no Setor Público


Segundo Silvio Ghelman: Para que isto ocorra, é necessário elaborar
O Balanced Scorecard é uma ferramenta de uma proposta de implementação do
gestão estratégica que vem sendo, Balanced Scorecard que preserve as
exaustivamente, utilizada em Sistemas de Gestão especificidades da área pública e
das empresas privadas. Contudo, sua aplicação considere os preceitos de uma gestão
em cenário diferente - o da administração pública - pública moderna focada em resultados.
é um desafio a vencer, exigindo especial atenção
para sua customização exitosa, pois esta
ferramenta além de contribuir de maneira
significativa para criação de uma cultura de
medição e avaliação do desempenho no serviço
público permite à organização aumentar a sua
capacidade de reação face às demandas externas.
45

Modelo de Kaplan e Norton para um BSC do setor público: Nas empresas privadas, a perspectiva financeira é
colocada no final da relação de causa e efeito, ou seja, no
topo do BSC. Já no setor público, Silvio Ghelman sugere
que ela seja colocada na base:
O orçamento é um fator limitador das ações de
governo e, sem uma boa execução orçamentária,
dificilmente um órgão de governo conseguirá obter
recursos para aquisição de máquinas e equipamentos,
para manutenção da sua infra-estrutura (água, luz,
telefone, pagamento de contratos, etc.) e para
qualificação de seus recursos humanos. Por isso, a
perspectiva financeira ao ser colocada na base do
BSC, permite um melhor funcionamento da
organização. Um bom andamento dos objetivos
financeiros impacta positivamente nas outras
47 48
perspectivas.
Reengenharia
• O termo reengenharia foi usado pela primeira
(CESPE/TCU/2007) A reengenharia, concebida como um vez no mundo dos negócios em 1990, no artigo
aprimoramento ou redesenho de processos, está voltada “Reengineering Work: Don´t Automate,
para a automação e robotização dos processos de
Obliterate”, de Michael Hammer. Traduzindo o
trabalho, com vistas à substituição de mão-de-obra por
nome do artigo temos “Reengenharia do
equipamento, e conseqüente redução dos custos de
produção e venda dos bens e serviços. trabalho: não automatize, elimine”.
• Hammer apresentou a seguinte definição oficial:
• Reengenharia é o repensar fundamental e o reprojeto radical
ERRADA dos processos empresariais para obter melhorias drásticas
em desempenho.

49

Segundo Hammer:
Reengenharia é mudar a forma com que o trabalho é – As pessoas, com freqüência, dizem que estão
fazendo a reengenharia do seu departamento de
feito. Reengenharia é começar novamente da estaca vendas ou de contabilidade ou na região tal.
zero... É rejeitar os critérios convencionais e Nenhuma dessas afirmativas faz qualquer
suposições recebidas do passado... É inventar novas sentido. Não se pode fazer a reengenharia de
abordagens para a estrutura do processo que tolerem uma organização, mas sim dos processos de
negócio, e nada mais. A reengenharia é feita na
pequena ou nenhuma semelhança com abordagens de forma de trabalhar, de como as saídas (outputs)
situações anteriores. são criadas a partir das entradas (inputs).
• Reengenharia de Processos: visa inovar processos
Reengenharia de Processos X Reengenharia de específicos dentro da empresa, normalmente não
Negócios gerando grandes ganhos de performance na
corporação como um todo.
Segundo Hammer, não se faz reengenharia de uma • Reengenharia de Negócios: visa transformar o
organização ou unidade. negócio da empresa através da inovação de
macroprocessos fundamentais com base na nova
estratégia corporativa da empresa.
51

O que reengenharia não é: Segundo José Gonçalves :


− Não é automação, robotização; A Reengenharia é uma combinação de técnicas
− Não é downsizing: de engenharia industrial, métodos de pesquisa
Reengenharia não é downsizing. Downsizing significa operacional, teoria da administração e métodos de
livrar-se de pessoas e cargos para melhorar os análise de sistemas de informação, usando o
resultados financeiros a curto prazo. A reengenharia
poder da Tecnologia da Informação para
não tem nada em comum com este tipo de resposta
superficial e reativa a problemas. A reengenharia é o transformar os processos de negócios das
repensar do trabalho desde as suas bases até o final, a organizações, tornando-as mais competitivas
fim de eliminar todo trabalho desnecessário e de
encontrar melhores formas de realizar o que é Princípios da Reengenharia
necessário.
Hammer enumerou sete princípios da reengenharia:
− Não é reestruturação:
− Não é imprescindível a aplicação de TI: 53 54
2. Colocar aqueles que vão utilizar o output do processo
a executá-lo:
• 1. Organizar os processos com base nos Aqueles que usam o resultado (output) do processo
resultados e não nas tarefas: executem o processo. Um departamento de produção
• Uma pessoa ou equipe deve executar deve ter suas próprias compras e sua própria
contabilidade.
todos os passos de um processo. A
pessoa ou equipe deve ser responsável Os departamentos especializados passam a
disponibilizar aos outros não os produtos que aqueles
pelo resultado do processo total. necessitam, mas a informação necessária para que de
uma forma mais eficiente e eficaz os obtenham.

56

4. Tratar os recursos dispersos geograficamente como se


• 3. Colocar o processamento da informação nas estivessem centralizados
mãos de quem a produz: Descentralizar um recurso (humano, equipamento, ou
• A moderna tecnologia do computador torna matéria prima) oferece um melhor serviço a quem o
possível processar um trabalho e processar a utiliza. No entanto os custos da redundância, da
informação simultaneamente. É o caso dos burocracia e a perda de economias de escala muitas
vezes não o compensam. O uso de Bases de Dados,
leitores óticos dos caixas de supermercados
Redes de Telecomunicações, permitem atualmente às
que processam simultaneamente as compras do empresas recolher os benefícios de flexibilidade e serviço
consumidor e registram dados para a da descentralização, mantendo a coordenação e controle,
contabilidade e controle de estoques, em tempo como se fosse um sistema centralizado.
real.

58

6. Colocar o ponto de decisão onde o trabalho é


• 5. Ligar atividades paralelas em vez de integrar executado, permanecendo o controle implícito no
apenas os seus resultados: processo:
• Se houver problema em um ou mais dos Este princípio assegura que as pessoas que fazem o
processos, ele somente se tornará aparente na trabalho devem também tomar as decisões. O vendedor
etapa final, quando já é tarde para solucioná-lo deve ter autoridade e responsabilidade para aprovar
em tempo hábil. A solução é juntar e coordenar crédito para o cliente.
os vários processos para evitar tais problemas. Por outro lado, o controle pode ser incluído no próprio
Devem ser criadas ligações entre funções processo. Os critérios de aprovação de crédito podem
paralelas de modo a coordená-las enquanto as ser colocados em um programa de computador que dá
suas atividades decorrem. ao vendedor a orientação específica para sua decisão.

60
Podemos enumerar ainda outra característica da
• 7. Recolher a informação apenas uma vez e na reengenharia.
fonte:
8. É uma abordagem top-down:
• Quando havia dificuldade na transmissão de
informação, fazia sentido recolhê-la Segundo Hammer:
repetidamente. As empresas tinham de viver Uma liderança forte e comprometida de um executivo é
com os atrasos associados, erros de entrada e uma condição sine qua non absoluta para a
custos. Hoje em dia, quando se recolhe uma reengenharia. Somente um executivo sênior que acredite
peça de informação, ela pode ser na causa da reengenharia pode, de fato, fazê-la
imediatamente arquivada numa base de dados acontecer. Os funcionários dos níveis inferiores da
para ficar disponível a qualquer um que dela organização, não obstante quão inteligentes ou bem
necessite. intencionados, não têm a perspectiva necessária para ver
os processos como um todo e seus pontos fracos, nem a
autoridade para instituir os tipos de mudanças de longo
alcance que a reengenharia requer. A reengenharia
nunca se faz de baixo para cima (bottom-up). Ela é um
fenômeno de cima para baixo (top-down). 62

Downsizing
• Segundo Coulson-Thomas, entre os
(CESPE/BOAVISTA/2004) O downsizing surgiu em
fatores de sucesso na implantação da decorrência do crescimento desordenado de grandes
reengenharia é: empresas, ocorrido nos anos 80 do século XX, por meio da
– A visão da RPE deve ser ambiciosa e diversificação para novos negócios. Foram criadas
transparente; os objetivos das mudanças estruturas gigantescas para competir em uma era em que a
devem ser amplamente divulgados e o velocidade e a flexibilidade são os dois requisitos-chave. Por
programa deve contar com a participação e o isso, nos anos 90 essas empresas foram forçadas a
apoio dos empregados. Não existe nenhuma reestruturar-se — processo designado downsizing (termo
técnica capaz de substituir a falta de objetivos importado da informática). A aplicação desse termo à gestão
e de motivação. significa a redução radical do tamanho da empresa,
geralmente por meio do delayering (redução dos níveis
hierárquicos) ou da venda de negócios não-estratégicos. As
empresas ganham flexibilidade, perdem burocracia e ficam
mais próximas do mercado e dos clientes.
CERTA
64

Qualidade Total

• Achatamento: Eras da qualidade:


I . Inspeção em Massa
– Vertical – delayering
II . Controle Estatístico da Qualidade
– Horizontal – outsourcing
III . Gestão da Qualidade Total.
– Rightsizing: pode ser traduzido como
“tamanho certo”. Para alguns autores, o
rightsizing funciona como uma forma de Definições de qualidade:
feedback do downsizing. Ishikawa: qualidade é “o desenvolvimento, projeto,
produção e assistência de um produto ou serviço que
seja o mais econômico e o mais útil possível,
proporcionando satisfação ao usuário”.
Juran: qualidade é “adequação ao uso”,
satisfazendo as necessidades do usuário. 66
(CESPE/TRE-MA/2005) Quando o órgão público de
Deming: define qualidade como “atender controle do governo é capaz de, por intermédio dos
continuamente às necessidades e relatórios e dos controles de saída de recursos, apurar
expectativas dos clientes a um preço que eles os mínimos erros e desperdícios na construção de uma
estejam dispostos a pagar”. ponte, por exemplo, é correto afirmar que tal governo
possui gerenciamento de qualidade total.

ERRADA

68

Ishikawa:
• Princípios Básicos da Qualidade Total:
Círculos de Controle da Qualidade: conjunto de
– Quem define qualidade é o cliente; colaboradores que voluntariamente realizam reuniões
– A qualidade deve ser um compromisso de toda a regularmente em busca da qualidade em suas
organização; organizações.
– O controle deve ser feito de forma
descentralizada e por equipes; Sete Ferramentas da Qualidade
– A qualidade deve ser buscada continuamente; 1. Gráfico de Pareto.
– Custos menores e eliminação de desperdício. 2. Diagrama de causa-efeito.
3. Histogramas.
• Segundo Richard Daft: 4. Folhas de verificação.
– A gestão da qualidade total é um esforço de toda 5. Gráficos de dispersão.
a organização para infundir a qualidade em todas
as atividades por meio da melhoria contínua. 6. Fluxogramas.
7. Cartas de controle.
70

Gráfico de Pareto: Diagrama Causa e Efeito:

O Diagrama de Pareto constitui uma das ferramentas O Diagrama de Ishikawa é conhecido também como
utilizadas no controle de qualidade e foi inicialmente Diagrama de Causa e Efeito, ou ainda como Diagrama
definido por Joseph Juran em 1950. Na sua base está o Espinha de Peixe, ou então como Diagrama 6M (já foi 4M
Princípio de Pareto que refere que um pequeno número e 5M).
de causas (geralmente 20%) é responsável pela maioria Este sistema permite estruturar hierarquicamente as
dos problemas (geralmente 80%). causas de determinado problema ou oportunidade de
100%
melhoria, bem como seus efeitos sobre a qualidade. Por
isso chamado de Causa e Efeito. Em sua estrutura, todos
% DE DEFEITOS

80%
60% os tipos de problemas podem ser classificados como
40% sendo de seis tipos diferentes (por isso 6M):
20%
0%
A B C D E D
Tipo de defeito
71 72
(CESPE/MMA/2008) Considere que, para analisar as
reclamações generalizadas dos passageiros da aviação
comercial brasileira na época do chamado apagão aéreo,
Método Matéria-prima Mão-de-obra
as autoridades tenham elaborado um diagrama de
Ishikawa — também conhecido como espinha de peixe.
Nesse caso, seria correto representar pelas linhas
Efeito inclinadas do referido diagrama, entre outras causas
identificadas, os atrasos nos embarques, a falta de
informações pelas companhias e as longas esperas sem
Medição Meio Ambiente Máquinas
o fornecimento de refeições aos passageiros.

CERTA

74

Histograma: Folhas de verificação:


Representação gráfica da distribuição de freqüências de Formulário estruturado para coleta de dados que torna
determinados eventos, normalmente um gráfico de barras fácil o registro e a análise de dados.
verticais.

75 76

Gráficos de Dispersão:
O gráfico de dispersão constitui maneira de visualizar a
relação entre duas variáveis quantitativas. Através da
coleta de dados aos pares de duas variáveis
(causa/efeito), busca-se checar a existência de relação
entre essas variáveis.

77
Fluxograma:
Representação esquemática de um processo, muitas • Carta de controle:
vezes feita através de gráficos que ilustram de forma
• O gráfico de controle é um tipo de gráfico
descomplicada a transição de informações entre os
elementos que o compõem.
em linha utilizado para avaliar e manter a
estabilidade do processo. Uma linha
central e limites de controle, superior e
inferior, são desenhados no gráfico. Os
dados são coletados no decorrer do
tempo e os valores são plotados no
gráfico.

79

Kaizen:
A qualidade é algo que deve ser buscada continuamente. • Ciclo de Deming ou Ciclo PDCA
Não podemos achar que uma vez que alcançamos a • a) to Plan = planejar a mudança
qualidade, devemos reduzir nossos esforços. A mudança
é algo que todos dão por certo, mas no Japão ela é um • b) to Do = implementá-la
modo de vida. Após ter sido arrasado pela guerra, o país • c) to Check = verificar o resultado
precisava se levantar. A partir daí, eles implantaram não
só nas empresas, mas também em suas vidas, a filosofia • d) to Act correctly = agir corretivamente
do Kaizen, onde nenhum dia deve passar sem que ocorra
algum melhoramento. P D

A C
81

Benchmarking:
Os Japoneses têm uma palavra para o fenômeno: • Outra forma de se usar o benchmarking é
dantotsu. Isso significa lutar para tornar-se o "melhor do como um parâmetro de desempenho com
melhor", com base num processo de alto aprimoramento
o qual a empresa pode se comparar.
que consiste em procurar, encontrar e superar os pontos
fortes dos concorrentes. • Existem alguns tipos de benchmarking:
Ela foi introduzida em 1979 pela Xerox, que a define – Benchmarking Interno;
como: – Benchmarking Competitivo;
O processo contínuo de avaliar produtos, serviços e – Benchmarking Funcional.
práticas dos concorrentes mais fortes e daquelas
empresas que são reconhecidas como líderes
empresariais.

83
5S ou Housekeeping:
(CESPE/PETRONM/2004) O principal
O 5S, ou housekeeping, também é uma filosofia que veio
do Japão. A origem do nome do programa vem das
objetivo de um programa fundamentado
palavras japonesas: nos 5S é a manutenção da ordem no local
de trabalho e sua aplicação em uma
Seiri = Seleção indústria visa manter a produtividade das
Seiton = Organização linhas de produção.
Seisoh = Limpeza • ERRADA
Seiketsu = Padronização
Shitsuke = Autodisciplina.

85

6σ ou Seis Sigmas:
Os princípios de qualidade dos seis sigmas foram – Nível Sigma DPMO
inicialmente introduzidos pela Motorola, a partir da década – 6 sigma 3,4
de 1980. Baseado na letra grega sigma ((), que os
estatísticos usam para medir quão distante as coisas se – 5 sigma 233
desviam da média, seis sigma é um padrão de qualidade – 4 sigma 6.210
altamente ambicioso que especifica uma meta de não – 3 sigma 66.807
mais do que 3,4 defeitos por milhão de peças (DPMO =
– 2 sigma 308.537
defeitos por milhão de oportunidade), ou 99,99966% de
perfeição. O nome é seis sigmas porque, com base em – 1 sigma 691.462
uma função estatística, é com 6 que se chega ao 3,4 por
milhão. Vejamos uma tabela com a o nível de sigmas e de
erros por milhão.

87

Terceirização e Outsourcing: Just in Time:


Vimos o Downsizing, que é também uma das ferramentas A metodologia de administração da produção Just in Time
da qualidade. Ele busca concentrar os esforços da surgiu no Japão, no princípio dos anos 50, na fabricante
organização naquilo que ela faz melhor, achatando a de veículos Toyota. Quando a Toyota decidiu entrar no
empresa tanto horizontal como verticalmente. O ramo de fabricação de carros, depois da Segunda Guerra
outsourcing é a transferência de atividades desenvolvidas Mundial, com pouca variedade de modelos de veículos,
pela organização para outras empresas. era necessário bastante flexibilidade para fabricar
Segundo Chiavenato: pequenos lotes com níveis de qualidade comparáveis aos
conseguidos pelos fabricantes norte-americanos. A
É uma das tendências recentes mais marcantes que se
empresa procurava um sistema de gestão que pudesse
nota na grande maioria das empresas. É uma
coordenar a produção com a procura específica de
decorrência da filosofia de qualidade total. A
diferentes modelos de veículos com o mínimo atraso.
terceirização dá-se quando uma operação interna da
organização é transferida para outra empresa que
consiga fazê-la com qualidade superior, no sentido de
melhorar a qualidade e reduzir custos. 89 90
Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade
(1991): – A inserção do Brasil no contexto das
Governo Collor: economias desenvolvidas é função da
capacidade de modernização da indústria, ao
- Setor público ineficiente;
lado de profundas transformações de ordem
- Indústria: não fabricava carros, mas carroças. interna que contemplem, entre outros
- Abertura comercial – pressão das empresas sobre aspectos, a redução da participação do
o governo Estado na atividade produtiva, um amplo
processo de desregulamentação da
economia e também a busca de uma maior
eficiência do aparelho governamental.

91

Bresser Pereira, comentando o programa em 1997:


• Objetivo: Ainda que considerada a debilidade do desempenho
no setor público frente aos resultados da iniciativa
– Apoiar o esforço brasileiro de privada, o saldo alcançado pelos esforços de
modernidade através da promoção da sensibilizar as organizações públicas foi positivo. A
qualidade e da produtividade, com vistas posição, hoje, não é mais de 'marco zero',
a aumentar a competitividade dos bens e registrando-se inúmeras instituições públicas federais,
estaduais e municipais que já aderiram à prática de
serviços produzidos no país. implantar programas de Qualidade, recebendo, por
• Subprograma Setorial: Programa da isso, manifestação positiva da sociedade.
Qualidade no Serviço Público.

94

• Programa da Qualidade e Participação da Objetivos Gerais:


Administração Pública (1995): Contribuir para a melhoria da qualidade dos serviços
• Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado, públicos, por meio da institucionalização dos seus
três dimensões:
princípios, com ênfase na participação dos servidores.
– Institucional-legal;
– Cultural; Apoiar o processo de mudança de uma cultura
– De Gestão burocrática para uma cultura gerencial, fortalecendo a
– A estratégia da reforma, nesta dimensão, prevê, delegação, o atendimento ao cidadão, a racionalidade
ainda, a retomada do programa de qualidade, no modo de fazer, a definição clara de objetivos, a
que deverá enfatizar não apenas o aspecto motivação dos servidores e o controle de resultados.
qualidade total mas também o aspecto
participação, essencial para o aumento da
eficiência dos serviços no nível operacional. O
Programa da Qualidade e Participação na
Administração Pública estará voltado para o
aprimoramento e melhoria da qualidade e
eficiência na prestação de serviços pelo setor
público.
96
Programa da Qualidade no Serviço Público (1999):
• Princípios: Plano Plurianual 2000-2003 - Avança Brasil:
– Satisfação do Cliente; Programa Melhoria da Qualidade dos Serviços
– Envolvimento de Todos os Servidores; Prestados aos Cidadãos, que ficou conhecido como
– Gestão Participativa; Programa da Qualidade no Serviço Público - PQSP:
– Gerência de Processos;
Decreto 3.507/2000:
– Valorização do Servidor Público;
Órgãos e entidades públicas federais deveriam
– Constância de Propósitos;
estabelecer padrões de qualidade do atendimento
– Melhoria Contínua; prestado aos cidadãos.
– Não aceitação de erros;
Principal indicador do PQSP: índice de satisfação dos
usuários

98

Programa Nacional de Gestão Pública e


Desburocratização – GesPública:
Fusão do PQSP com o Programa Nacional de
Desburocratização.
O GESPÚBLICA é uma política pública, formulada
para a gestão, alicerçada em um modelo de excelência
que trata do sistema de gestão das organizações como
um todo, contemplando as dimensões técnicas
tradicionais, como pessoas, planejamento, orçamento
e finanças, entre outras, e, também, as dimensões
sociais da gestão, como participação e controle social,
orientação para os cidadãos, interação organização-
sociedade e, principalmente, a produção de resultados
que agreguem valor à sociedade.
99 100

• Principais características dessa política de gestão 2. Estar focada em resultados para o cidadão:
pública são:
• Ser essencialmente pública: Sair do serviço à burocracia e colocar a gestão
– O Gespública é uma política formulada a pública a serviço do resultado dirigido ao cidadão
partir da premissa de que a gestão de tem sido o grande desafio do Gespública.
órgãos e entidades públicos pode e deve Entenda-se por resultado para o setor público o
ser excelente, pode e deve ser comparada
com padrões internacionais de qualidade atendimento total ou parcial das demandas da
em gestão, mas não pode nem deve sociedade traduzidas pelos governos em políticas
deixar de ser pública. A qualidade da públicas.
gestão pública tem que ser orientada para
o cidadão, e desenvolver-se dentro do
espaço constitucional demarcado pelos
princípios da impessoalidade, da
legalidade, da moralidade, da publicidade
e da eficiência.
102
• Ser federativa:
• a melhoria da qualidade dos serviços públicos
prestados aos cidadãos e o aumento da
competitividade do País pressupõem a melhoria
da qualidade da administração pública como um
todo, em todos os poderes e esferas de governo,
e implicam em uma atuação cada vez mais
coordenada e integrada entre os diversos entes
e instituições públicos. Assim, o Gespública atua
junto às organizações públicas federais,
estaduais, municipais, do legislativo e do
judiciário, transcendendo, portanto, ao Executivo
Federal.

104

Instituído pelo Decreto 5.378 de 2005.


Art. 1° Fica instituído o Programa Nacional de Gestão – I - eliminar o déficit institucional, visando ao
Pública e Desburocratização – GESPÚBLICA, com a integral atendimento das competências
finalidade de contribuir para a melhoria da qualidade constitucionais do Poder Executivo Federal;
dos serviços públicos prestados aos cidadãos e para – II - promover a governança, aumentando a
o aumento da competitividade do País. capacidade de formulação, implementação e
avaliação das políticas públicas;
Art. 2° O GESPÚBLICA deverá contemplar a – III - promover a eficiência, por meio de melhor
formulação e implementação de medidas integradas aproveitamento dos recursos, relativamente aos
em agenda de transformações da gestão, necessárias resultados da ação pública;
à promoção dos resultados preconizados no plano – IV - assegurar a eficácia e efetividade da ação
plurianual, à consolidação da administração pública governamental, promovendo a adequação entre
meios, ações, impactos e resultados; e
profissional voltada ao interesse do cidadão e à – V - promover a gestão democrática, participativa,
aplicação de instrumentos e abordagens gerenciais, transparente e ética.
que objetivem:
105

Modelo de Excelência em Gestão Pública


O Decreto 5.378 de 2005 determina que: – III - orientar e capacitar os órgãos e entidades
Art. 3º Para consecução do disposto nos arts. 1° e 2°,
da administração publica para a implantação
de ciclos contínuos de avaliação e de
o GESPÚBLICA, por meio do Comitê Gestor de que
melhoria da gestão; e
trata o art. 7º, deverá:
– IV - desenvolver modelo de excelência em
I - mobilizar os órgãos e entidades da administração gestão pública, fixando parâmetros e critérios
pública para a melhoria da gestão e para a para a avaliação e melhoria da qualidade da
desburocratização; gestão pública, da capacidade de
II - apoiar tecnicamente os órgãos e entidades da atendimento ao cidadão e da eficiência e
administração pública na melhoria do atendimento ao eficácia dos atos da administração pública
cidadão e na simplificação de procedimentos e federal.
normas;

107
Sustentação do Modelo de Excelência em Gestão
• Pensamento sistêmico.
Pública
O Modelo de Excelência em Gestão Pública tem
• Aprendizado organizacional
como base os princípios constitucionais da • Cultura da Inovação
administração pública e como pilares os
fundamentos da excelência gerencial
• Liderança e constância de propósitos
• Orientação por processos e informações
Princípio Constitucionais: Legalidade, Moralidade,
Impessoalidade, Publicidade e
• Visão de Futuro
Eficiência;

Fundamentos:

109

• Geração de Valor
• Comprometimento com as pessoas
• Foco no cidadão e na sociedade
• Desenvolvimento de parcerias
• Responsabilidade social
• Controle Social
• Gestão participativa

112

O primeiro bloco – Liderança, Estratégias e Planos,


• O terceiro bloco – Resultados – representa o
Cidadãos e Sociedade - pode ser denominado de controle, pois serve para acompanhar o
planejamento. Por meio da liderança forte da alta atendimento à satisfação dos destinatários dos
administração, que focaliza as necessidades dos serviços e da ação do Estado, o orçamento e as
cidadãos-usuários, os serviços, os produtos e os finanças, a gestão das pessoas, a gestão de
suprimento e das parcerias institucionais, bem como
processos são planejados conforme os recursos o desempenho dos serviços/produtos e dos
disponíveis, para melhor atender esse conjunto de processos organizacionais.
necessidades. • O quarto bloco – Informações e Conhecimento –
representa a inteligência da organização. Nesse
O segundo bloco – Pessoas e Processos - representa a bloco, são processados e avaliados os dados e os
execução do planejamento. Nesse espaço, concretizam- fatos da organização (internos) e aqueles
se as ações que transformam objetivos e metas em provenientes do ambiente (externos), que não estão
resultados. São as pessoas, capacitadas e motivadas, sob seu controle direto, mas, de alguma forma,
influenciam o seu desempenho. Esse bloco dá à
que operam esses processos e fazem com que cada um organização a capacidade de corrigir ou melhorar
deles produza os resultados esperados. suas práticas de gestão e, conseqüentemente, seu
desempenho.
113
• Estratégias e Planos – Este critério examina como a
Liderança – Este critério examina a governança pública organização, a partir de sua visão de futuro, da
e a governabilidade da organização, incluindo aspectos análise dos ambientes interno e externo e da sua
missão institucional formula suas estratégias, as
relativos à transparência, eqüidade, prestação de contas desdobra em planos de ação de curto e longo prazos
e responsabilidade corporativa. Também examina como e acompanha a sua implementação, visando o
é exercida a liderança, incluindo temas como mudança atendimento de sua missão e a satisfação das partes
cultural e implementação do sistema de gestão da interessadas.
organização. O Critério aborda a análise do desempenho • Cidadãos – Este critério examina como a
organização, no cumprimento das suas competências
da organização enfatizando a comparação com o institucionais, identifica os cidadãos usuários dos seus
desempenho de outras organizações e a avaliação do serviços e produtos, conhece suas necessidades e
êxito das estratégias. avalia a sua capacidade de atendê-las, antecipando-
se a elas. Aborda também como ocorre a divulgação
de seus serviços, produtos e ações para fortalecer
sua imagem institucional e como a organização
estreita o relacionamento com seus cidadãos-
usuários, medindo a sua satisfação e implementando
e promovendo ações de melhoria.
115

Sociedade – Este critério examina como a organização


aborda suas responsabilidades perante a sociedade e as
Pessoas – Este critério examina os sistemas de
comunidades diretamente afetadas pelos seus trabalho da organização, incluindo a
processos, serviços e produtos e como estimula a organização do trabalho, a estrutura de cargos,
cidadania. Examina, também, como a organização atua os processos relativos à seleção e contratação
em relação às políticas públicas do seu setor e como de pessoas, assim como a gestão do
estimula o controle social de suas atividades pela desempenho de pessoas e equipes. Também
Sociedade e o comportamento ético. examina os processos relativos à capacitação e
ao desenvolvimento das pessoas e como a
Informações e conhecimentos – Este critério examina
organização promove a qualidade de vida das
pessoas interna e externamente ao ambiente de
a gestão das informações, incluindo a obtenção de trabalho.
informações comparativas pertinentes. Também examina
como a organização identifica, desenvolve, mantém e
protege os seus conhecimentos.

117

Processos – Este critério examina como a organização


Governo Eletrônico
gerencia, analisa e melhora os processos finalísticos e os
processos de apoio. Também examina como a organização
gerencia o processo de suprimento, destacando o O Governo Eletrônico caracteriza-se pela utilização de
desenvolvimento da sua cadeia de suprimento. O Critério tecnologias de informação e comunicação para melhorar
aborda como a organização gerencia os seus processos a informação e os serviços oferecidos aos cidadãos,
orçamentários e financeiros, visando o seu suporte. aumentar a eficiência e a eficácia da gestão pública,
além de incrementar substantivamente a transparência
Resultados – Este critério examina os resultados da do setor público e a transparência do cidadão nas suas
organização, abrangendo os orçamentário-financeiros, os relações com o Estado.
relativos aos cidadãos-usuários, à sociedade, às pessoas, aos
processos finalísticos e processos de apoio, assim como aos Em termos gerais pode-se pensar nas seguintes
relativos ao suprimento. A avaliação dos resultados inclui a relações sustentadas pelo governo eletrônico:
análise da tendência e do nível atual de desempenho, pela
verificação do atendimento dos níveis de expectativa das
partes interessadas e pela comparação com o desempenho
de outras organizações.
120
119
Governo Eletrônico no Brasil:

O marco inicial foi a criação do programa “Sociedade da • Também em 2000 foi criado o Grupo de
Informação”, em dezembro de 1999, com o objetivo de Trabalho em Tecnologia da Informação – GTTI
“viabilizar a nova geração da Internet e suas aplicações com a finalidade de examinar e propor políticas,
em benefício da Sociedade Brasileira”. diretrizes e normas relacionadas com as novas
Em 2000 foi elaborado o Livro Verde, que contém as formas eletrônicas de interação.
metas de implementação do Programa Sociedade da • Em outubro de 2000 foi criado o Comitê
Informação e constitui uma súmula consolidada de Executivo de Governo Eletrônico (CEGE),
possíveis aplicações de Tecnologias da Informação. responsável pela gestão do Programa Governo
Eletrônico.

121

No Brasil, a política de governo eletrônico segue um


conjunto de diretrizes que atuam em três frentes • Os sítios e serviços on-line do Governo
fundamentais: junto ao cidadão; na melhoria da sua Federal devem priorizar a prestação de
própria gestão interna; e na integração com parceiros e serviços para as classes C, D, E.
fornecedores. • o governo eletrônico deve promover a
centralização e simplificação do acesso.
Princípios: • Os serviços on-line devem ser oferecidos
1. Promoção da cidadania como prioridade: com base nos “eventos da vida” do cidadão,
ao invés do critério departamental.
a)Universalização do acesso aos serviços públicos.

b)Priorização os serviços básicos de interesse dos


cidadãos que cubram amplas parcelas da
população.

123

2. Indissociabilidade entre inclusão digital e o governo


eletrônico:
– 3. Utilização do software livre como recurso
a) Segmentação de públicos: Escolas e crianças são estratégico
públicos prioritários e indispensáveis, mas não
• a) O software livre deve ser entendido como
exclusivos, sem haver prejuízos para a
opção tecnológica do governo federal. Onde
universalização
possível deve ser promovida sua utilização.
b) As iniciativas de inclusão digital devem privilegiar a • b) A opção pelo software livre não pode ser
utilização de software livre, devendo ser este entendida somente como motivada por
utilizado como a opção tecnológica de inclusão aspectos econômicos, mas pelas
digital do governo federal; possibilidades que abrem no campo da
produção e circulação de conhecimento, no
acesso a novas tecnologias e no estímulo ao
desenvolvimento de software em ambientes
colaborativos e ao desenvolvimento de
125
software nacional.
4. Gestão do Conhecimento como instrumento
estratégico de articulação e gestão das políticas
públicas: – 5. Racionalização dos recursos;
• O governo eletrônico não deve significar
• A Gestão do Conhecimento é compreendida aumento dos dispêndios do governo federal na
como um conjunto de processos sistematizados, prestação de serviços e em tecnologia da
articulados e intencionais, capazes de incrementar informação. Ainda que seus benefícios não
a habilidade dos gestores públicos em criar, coletar, possam ficar restritos a este aspecto, é
organizar, transferir e compartilhar informações e inegável que deve produzir redução de custos
conhecimentos estratégicos que podem servir para unitários e racionalização do uso de recursos.
a tomada de decisões, para a gestão de políticas
públicas e para inclusão do cidadão como produtor
de conhecimento coletivo.

127

6. Adoção de políticas, normas e padrões comuns:


– 7. Integração com outros níveis de governo e
• A arquitetura e-PING – Padrões de
com os demais poderes;
Interoperabilidade de Governo Eletrônico – define
um conjunto mínimo de premissas, políticas e • A implantação do governo eletrônico não
especificações técnicas que regulamentam a pode ser vista como um conjunto de iniciativas
utilização da Tecnologia da Informação e de diferentes atores governamentais que
Comunicação (TIC) no governo federal, podem manter-se isoladas entre si. Pela
estabelecendo as condições de interação com os própria natureza do governo eletrônico, este
demais poderes e esferas de governo e com a não pode prescindir da integração de ações e
sociedade em geral. de informações.

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