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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO


COMARCA DE CAIEIRAS
2ª VARA
Avenida Dr. Armando Pinto, 360, Centro - CEP 07700-175, Fone: (11) 2189-9203, Caieiras-SP - E-
mail: caieiras@tjsp.jus.br

TERMO DE AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO - VIRTUAL

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1501233-62.2022.8.26.0106 e código C35BF69.
Processo nº: 1501233-62.2022.8.26.0106
Classe - Assunto Ação Penal - Procedimento Sumário - Ameaça
Autor: Justiça Pública
Réu: SILAS JUVÊNCIO DOS SANTOS, RG 360859318, com endereço
à Rua Tereza Mommenshon, 61, Laranjeiras, rua tereza
momenshon, CEP 07743-160, Caieiras - SP, Fone (11)
99173-5223
Data da audiência: 05/10/2023 às 14:30h

Aos 05 de outubro de 2023, às 14:30h, por meio de videoconferência, no

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por DANIEL NAKAO MAIBASHI, liberado nos autos em 06/10/2023 às 07:59 .
Juízo da 2ª Vara Judicial da Comarca de Caieiras, Estado de São Paulo, sob a
presidência do(a) MM. Juiz(a) Dr(a). DANIEL NAKAO MAIBASHI, comigo Escrevente
ao final nomeado, foi aberta a audiência de instrução e julgamento, nos autos da ação
entre as partes em epígrafe. Com as formalidades legais, e apregoadas as partes,
compareceram o(a) Dr(a). Guilherme Silva de Deus - Promotor(a) de Justiça, o(a)s
réu(ré)s SILAS JUVÊNCIO DOS SANTOS, acompanhado(a) de seu(sua)s
Advogado(a)s Dr(a). Antonio Fredson Chaves Bitencourt OAB 336848/SP, bem
como a(s) testemunha(s) comum Levino Gomes da Silva (vítima), e as testemunhas de
defesa Valdir dos Anjos e Flavio Paulim Martins. A presente audiência foi realizada por
videoconferência. Foi dada ao(à)s réu(ré)s e ao(à)s seu(sua)s defensor(a)es
oportunidade de diálogo privado antes de começar a audiência. Iniciados os trabalhos,
pelo MM. Juiz foi(ram) colhido(s) o(s) depoimento(s) da(s) testemunha(s) presente(s),
bem como interrogado(a)s o(a)s réu(ré)s, conforme termo(s) que segue(m) em
apartado. O(s) arquivo(s) com a(s) gravação(ões) da audiência deverá(ão) ser salvo(s)
nos autos digitais, e uma cópia será gravada em mídia digital, a qual permanecerá no
cartório, por segurança. Terminada a inquirição e voltando-se ao termo, pelo(a) MM.
Juiz(a) foi dito: "Vistos. Não havendo outras provas a serem produzidas, dou por
encerrada a instrução". A seguir, pelo(a) Dr(a). Promotor(a) de Justiça, foi dito em
debates orais: Declarações colhidas através de sistema audio-visual. A seguir, pelo(a)
Advogado(a) do(a) réu(ré) foi dito também em debates orais: Declarações colhidas
através de sistema audio-visual. Após, pelo(a) MM. Juiz(a) foi proferida a seguinte
sentença: "Vistos. Trata-se de ação penal ajuizada pelo MINISTÉRIO PÚBLICO DO
ESTADO DE SÃO PAULO em face de SILAS JUVÊNCIO DOS SANTOS. Em breve
síntese, o acusado foi denunciado como incurso no art. 129, caput, e no art. 147, caput,
do Código Penal, pois no dia 24 de julho de 2022, por volta das 07h00min, na Rua
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Francisco Mommenshon, nº 61, nesta cidade e comarca, teria ofendido a integridade

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corporal de Levino Gomes da Silva, causando-lhe lesão corporal de natureza leve.
Constou também que, nas mesmas circunstâncias de tempo e local, o acusado teria
ameaçado, por palavras, a vítima Levino Gomes da Silva, de lhe causar mal injusto e
grave. Recebida a denúncia, o réu foi citado e apresentou a defesa prévia. Afastada a
possibilidade de absolvição sumária, durante a instrução foram ouvidas a vítima e duas
testemunhas, bem como, ao final, o réu foi interrogado. Em alegações finais, tanto o
Ministério Público quanto a defesa requereram a absolvição do acusado. É o relatório
do essencial. FUNDAMENTO E DECIDO. A pretensão punitiva é improcedente. Com

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efeito, durante a fase inquisitiva foram angariados elementos capazes de sustentar o
oferecimento da denúncia e seu recebimento. Esses elementos, porém, não foram
suficientemente confirmados durante a instrução probatória, não tendo sido
demonstrados os fatos imputados ao acusado. Sobre a prova oral produzida, a vítima
Levino Gomes da Silva afirmou que pegou seu carro para ir à padaria, quando, ao
passar na frente de Silas, ele parou o carro. Disse que também parou, pois achou que
ele iria cumprimenta-lo. Afirmou que ele lhe disse que havia criado problemas, por ter
chamado a polícia em razão de um cão rottweiler. Relatou que respondeu que os
cachorros estavam lá para agredi-lo, quando então o réu lhe deu um soco na cabeça e
danificou seu carro. Disse que estavam somente ele e o réu Silas. Afirmou que o réu
disse que lhe mataria, assim como a mulher e as filhas. Disse que, no dia, não viu nem
Valdir dos Anjos nem Flavio Paulim Martins, que não estavam presentes no local.
Relatou que, na data dos fatos, esquivou-se da agressão e foi à delegacia para registrar
o boletim de ocorrência. Disse que foi ao IML, onde foi constatada a lesão de natureza
leve, bem como teve sua blusa apreendida na delegacia de polícia. Disse que anda
com uma foice porque seu terreno é muito grande e precisa se defender de bichos, mas
isso nada tem a ver com a causa. A testemunha Valdir dos Anjos afirmou que conheceu
o senhor Levino quando ele foi construir sua casa, tendo o auxiliado. Disse que depois
ele mudou e começou a agir de forma diferente, de forma agressiva com as palavras.
Relatou que já viu a vítima ameaçando pessoas com uma foice, tendo, inclusive,
acertado seu genro. Disse que conhece o réu faz pouco tempo, mas parece uma boa
pessoa e nunca teve problemas com ele. A testemunha Flavio Paulim Martins afirmou
que conhece a vítima Levino porque ele é vizinho do terreno que tem com seu sogro.
Disse que, inicialmente, tinham um bom convívio, mas, com o tempo, ele foi mudando e
mostrou como realmente era. Afirmou que já viu discussões da vítima com outras
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pessoas, em razão de lotes de terra, e, inclusive, já registrou um boletim de ocorrência

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contra ele, por ter derrubado seu galinheiro e o atacado com uma foice. Disse que
apenas ouviu falar sobre a confusão envolvendo o réu e a vítima. Em seu interrogatório,
o réu Silas Juvêncio dos Santos afirmou que, na verdade, já tinha um desentendimento
com a vítima, por ter comprado um terreno dele. Afirmou que, quando ocupou o terreno,
o réu mudou sua atitude. Disse que o réu ligou para a polícia alegando que seus
cachorros estavam na rua, sendo que, na verdade, eles estavam trancados. Afirmou
que a vítima reclamou que seus cachorros o estavam perturbando. Disse que o réu
pegou o carro e foi embora, sendo que, depois, soube da ocorrência registrada pela

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vítima. Afirmou que em todo momento a vítima registra um boletim de ocorrência em
seu desfavor. Disse que o réu costuma ameaçar seus vizinhos com uma foice, bem
como registra boletins de ocorrência por qualquer motivo. Sendo essas as provas
colhidas, entendo recair dúvida razoável acerca das circunstâncias do episódio. Como
sustentado pelo Ministério Público em suas alegações finais, a versão apresentada pela
vítima no que toca à lesão que teria sofrido foi demasiadamente genérica, sendo
igualmente frágil o exame de corpo de delito juntado a fls. 10/11, que apenas constatou
“eritrema traumático localizado na região parietal superior direita”. Fora isso, verifica-se
que nos autos há basicamente duas versões sobre os fatos, uma prestada pela vítima e
outra pelo acusado, não havendo prova suficiente para demonstrar, indene de dúvidas,
a prevalência de uma sobre a outra. Ao que consta, a relação entre a vítima e o
acusado é belicosa, em razão de causas diversas das que constam na denúncia. Não
se tem dúvidas de que, na data dos fatos, houve uma discussão entre os envolvidos,
restando dúbia, porém, a ocorrência das ameaças e da lesão corporal que teriam sido
sofridas pela vítima. No caso em tela, apesar da dúvida, não se tem certeza absoluta
da versão prevalecente prestada pela vítima. Sabidamente, o Direito Penal não trabalha
com ilações e conjecturas. Apenas um acervo probatório robusto e incontroverso tem
força para sustentar um édito condenatório. Nesse passo, não tendo sido provado e
havendo dúvidas sobre a prática do crime descrito na denúncia, deve ser aplicado o
principio do in dubio pro reo, impondo-se a absolvição. Ante o exposto, JULGO
IMPROCEDENTE a pretensão punitiva para ABSOLVER o réu SILAS JUVÊNCIO DOS
SANTOS da acusação de ter praticado os crimes previstos no art. 129, caput, e no art.
147, caput, do Código Penal, com fulcro no art. 386, VII, do Código de Processo Penal.
Sem custas. Transitada esta em julgado e feitas as devidas anotações e comunicações,
arquivem-se os autos. P.I.C." As parte afirmaram que não querem recorrer da r.
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Sentença. Diante disso, pelo MM. Juiz foi dito: "Vistos. Ante à renúncia à interposição

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de recurso pelas partes, declaro de imediato o trânsito em julgado. Comunique-se e
expeça-se o necessário, e, após, independentemente de nova conclusão arquivem-se
os autos,c om a respectiva movimentação no sistema". Publicada esta em audiência,
saem os presentes intimados. Nada mais. Lido e achado conforme, vai devidamente
assinado pelo Juiz, conforme impressão à margem direita, nos termos do Art. 1.269 das
NSCGJ. Eu,_____________________Paulo Sergio de Araujo, escrevente digitei e
subscrevi.

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MM. Juiz(a):
DOCUMENTO ASSINADO DIGITALMENTE NOS TERMOS DA LEI 11.419/2006, CONFORME IMPRESSÃO À MARGEM DIREITA

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