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Instituto Superior Mutasa

Instituto de Educação à Distância

Tema: A organização politica

Maria Pedro Chinoreua

Curso: Licenciatura em Administração Pública

Disciplina: Ciências politica e sistemas politicas

Msc. Cristina Siriro

Turma: B

Ano de Frequência: 1º

Dondo, Setembro de 2023


MARIA PEDRO CHINOREUA

A ORGANIZAÇÃO POLITICA

Trabalho de pesquisa bibliográfico, a ser entregue ao docente


da cadeira de Ciências politica e sistemas politicas no
– 10 Ano, como requisito parcial de avaliação sob a
orientação da docente:

Msc. Cristina Siriro

Dondo

2023
Índice
Capítulo I............................................................................................................................................. 4

1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................................. 4

2. OBJECTIVOS ................................................................................................................................. 5

2.1. Geral ............................................................................................................................................. 5

2.2.Especifico ...................................................................................................................................... 5

3.METODOLOGIA ............................................................................................................................ 5

Capítulo II - fundamentação teórica .................................................................................................... 6

Capítulo III ........................................................................................................................................ 19

3. CONCLUSÃO .............................................................................................................................. 19

4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................................... 20


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Capítulo I
1. INTRODUÇÃO

O presente trabalho que aborda sobre a organização política, vi que a organização


politica é qualquer organização que se envolva no processo político, incluindo partidos
políticos, organizações não-governamentais, e grupos de interesse. Organizações políticas são
aquelas envolvidas em atividades políticas (por exemplo, lobismo, organização comunitária,
publicidade de campanhas etc.) destinadas a atingir objetivos políticos claramente definidos,
que normalmente beneficiam os interesses de seus membros.

Embora os partidos sejam um tipo de organização política que possa se envolver em algumas
ou todas essas atividades, eles são distintos, pois geralmente se concentram em apoiar
candidatos a cargos públicos, vencer eleições e controlar o governo.[
5

2. OBJECTIVOS
2.1. Geral
 Conhecer a organização politica;
2.2. Especifico
 Conceituar a organização politica;
 Identificar as características da organização politica.
 Explicar os diferentes tipos da organização politica.
3.METODOLOGIA
Durante o trabalho usou-se o método de pesquisa bibliográfica, segundo Lakatos e
Marconi (91987,p.66) a pesquisa bibliográfica trata-se do levantamento, seleção e
documentação de toda bibliografia já publicada sobre o assunto que esta sendo pesquisado em
livros, revistas, jornais, boletins, monografias, tese, dissertação, material cartográficos, com
objetivo de colocar o pesquisador em contacto directo com todo material já escrito sobre o
mesmo.

Segundo Cervo e Bervian (1976, p.69) qualquer tipo de pesquisa em qualquer área do
conhecimento supõe e exige pesquisa bibliográfica previa, quer para o levantamento da situação
em questão, quer para fundamentação teórica ou ainda para justificar os limites e contribuições
da própria pesquisa. Assim, afirma o que a pesquisa bibliográfica e um excelente meio de
formação e juntamente como técnica de resumo ou revisão de literatura, constitui geralmente o
primeiro passo de toda pesquisa cientifica por isso usamos o mesmo método.
6

Capítulo II - fundamentação teórica

2.1. Organização politica

A organização política de um povo abrange o conjunto de instituições através das quais se


mantêm a ordem, o bem-estar e a integridade do grupo, sua defesa e proteção. Essas instituições
regulam e controlam a vida da sociedade, garantindo a seus membros:
 Direitos individuais - ao mesmo tempo em que exige o cumprimento de suas obrigações;
 Organização do governo local - aldeia, cidade;
 Sistema de governo - tribal, nacional, estatal;
 Defesa e proteção - contra inimigos externos, por meio da organização militar.

Hoebel e Frost (1981 :321) definem organização política como "aquela parte da cultura que
funciona explicitamente para dirigir as atividades dos membros da sociedade em direção às
metas da comunidade", entendida esta como a depositária dos valores e idéias comuns a um
grupo humano, que encontra correspondência na sociedade mais ampla.

Nadel vê no político urna organização para a paz interna e a guerra externa.

A organização política é um aspecto da cultura, encontrado em todos os grupos humanos,


simples ou complexos. A condição necessária para a sua existência é a formação de grupos e
subgrupos, cujas relações requerem controle social. Parentesco, sexo, religião e associações
outras que servem de base para a segmentação das sociedades.

A característica essencial da organização política é o exercício do poder. Outros aspectos têm


igual importância: participação, lealdade, tradições e símbolos comuns, governo e sistema de
relações externas.

2.1.2. Elementos da organização política

Três elementos são considerados básicos na constituição do aspecto político das


sociedades ágrafas: o parentesco, a religião e a economia.

2.1.3. Parentesco

A descendência, as regras de residência, os arranjos matrimoniais, os clãs, as linhagens,


enfim, as relações de parentesco que unem as famílias formam um conjunto significativo e
atuante no controle político. Quanto mais acentuados são os laços de parentesco mais se
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estreitam os laços políticos, fortalecidos sempre pela atuação da religião. As sociedades simples
fundamentam-se quase que exclusivamente no parentesco.

2.1.4. Religião
A religião exprime-se através das crenças, da mitologia e determina a visão de mundo
das sociedades. Tem função política ou é o instrumento do político que regula as relações
sociais. Torna-se necessário o conhecimento dos diferentes tipos de manifestação religiosa em
face da inter-relação entre o político, o religioso e o social.
2.1.5. Economia
Indivíduos e grupos participam das múltiplas formas de produção que as sociedades
apresentam, desde a coleta e a caça rudimentares, praticadas pelos aborígenes australianos,
passando pela agricultura e criação intensivas até as complexas economias de Estado dos Incas
e Astecas. Através dessas formas organiza-se o trabalho, a produção e a distribuição dos
recursos existentes (terra, água e outros bens). Esses elementos propiciam prestígio, poder e
status que resultam em desigualdades no interior das sociedades, dando origem ao Estado.

2.2.1. Natureza da organização política

A organização política surge em qualquer sociedade segmentada em subgrupos, sendo


um sistema que regula as relações entre os grupos e seus membros, que compartilham padrões
e idéias em comum. Toda sociedade territorial participa de um sentimento de união, gerando
interesses comuns entre os quais estão os interesses políticos.

Os conceitos de Estado e de Governo são considerados básicos na análise da organização


política.

2.2.2. Estado

Costuma-se defini-lo como a nação politicamente organizada. Copans (1970:27) afirma


que o Estado é uma forma não primitiva de governo, um meio de governar sociedades, devendo
ser compreendido em termos de território, população e governo. O território e a população são
anteriores ao Estado, e o governo é o próprio Estado.

Território - uma unidade territorial corresponde a uma unidade política. São áreas definidas,
menores ou maiores, ocupadas respectivamente por pequenos agrupamentos (bandos ou hordas)
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ou por organizações maiores (tribos, confederações, impérios), ligados por padrões e idéias
comuns.

População - grupos de indivíduos ligados por uma cultura comum. As populações formam
sociedades, portadoras de interesses individuais e grupais.

Governo - consiste no instrumento executivo da organização política. Representa a autoridade


que controla os membros da sociedade, através de normas preestabelecidas e dentro de um
território definido. Ele se concretiza por meio de órgãos, onde pessoas especializadas exercem
funções ligadas ao poder e se preocupam em executá-las, valendo-se da força e de poderes
coercitivos.

Segundo alguns autores, o Estado é um elemento universal da organização social


humana. Krader (1970:27) defende a idéia de que o governo é universal, enquanto outros
aspectos da cultura, como o Estado, não o são.
Consiste, pois, em uma instituição de governo, mas não a única instituição política
existente para governar sociedades. Nem todos os grupos humanos possuem um Estado político.
Segundo Copans (1970:8), "ele tem um papel que é uniforme em toda parte: controlar e dirigir
as vidas das pessoas sob seu império, por meio de poder social centralizado nas mãos de uns
poucos".
Para Lowie, o Estado existe potencialmente em todas as sociedades, concretizando-se
em algumas delas. Em outras, encontra-se em forma incipiente. Sua presença indica ter a
sociedade atingido certa complexidade.
A perspectiva histórica demonstra que os Estados, mesmo assumindo formas diferentes,
apresentam uma base comum: território definido, população estável, grupos diferenciados,
instituições governamentais etc. A partir dessa base comum, o Estado acha-se em condições de
cumprir seus objetivos: dirigir e assegurar as vidas dos cidadãos; controlar as relações entre os
diversos Estados; garantir o bem-estar dos membros da sociedade.
Na história da humanidade surgiram diferentes tipos de Estados (alguns já
desapareceram e a maioria transformou-se em Estados modernos): cidades-Estado; Estados
imperiais e teocráticos; tribos-Estado; Estados tribais consanguíneos; Estados nacionais e
numerosas outras formas estatais.
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O Estado Nacional, característico das sociedades modernas, originou-se na Europa


desenvolveu-se na América, Ásia e África, sendo, hoje, uma forma dominante de Estado,
adaptando- se às diferentes ideologias (democracia, socialismo, comunismo).

2.2.3. Governo
Entende-se por Governo a autoridade individual ou grupal que controla determinado
território e que exerce poder sobre ele. Pode também ser definido como a administração oficial
dos negócios públicos, regidos por pessoas especializadas, com delegações de poderes. Em
todas as sociedades, o governo atua por meio de arranjos políticos e processos legais e judiciais.

2.2.4. Características
Todo governo desenvolve relações formais e informais nas sociedades em geral. Nos
grupos simples, o governo é informal, enquanto nas sociedades complexas é formalizado e
relaciona-se diretamente com o Estado.
A característica fundamental consiste na concentração da força física nas mãos da autoridade
central. Há uma série de restrições aos membros dos grupos no que tange aos seus direitos,
como, por exemplo, tirar a vida do outro. Entretanto, essas restrições não atingem o Estado que
tem o poder de vida e morte, confisco de bens e propriedades, sanções etc.
Nas sociedades sem Estado, a proteção e o controle são executados, quando necessários, pelo
próprio grupo. Cessa quando a necessidade desaparece.

A mais elementar forma de governo encontra-se nos bandos ou hordas. São grupos de
subsistência, nômades, com um conselho de homens que exercem o poder político.
Exemplos: Os Esquimós e Bosquímanos.
Nas aldeias (populações sedentárias), a vida política torna-se mais complexa e mais
interdependente. Os líderes são os responsáveis pelo controle social, pela ação coletiva e pela
preservação da lei e da ordem.
O mesmo acontece nas associações, compostas de membros unidos por um fim comum,
praticamente independentes da organização de parentesco e de vizinhança da sociedade.
Exemplo - Os índios crow, das planícies dos Estados Unidos, organizam-se em associações.
Entre as sociedades ágrafas, o governo é sempre democrático; raramente aceitam lideranças.
políticas ditatoriais.
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Exemplos - A liga dos Iroqueses, chamada As Cinco Nações; os grupos tribais do Alto Xingu
(Brasil), em sua aculturação intertribal, conservaram sua autonomia.

O controle político assume formas diferentes, de acordo com as culturas onde se manifesta.

2.3.1.Formas de governo encontradas nas sociedades em geral:

 Oligarquia - poder nas mãos de uma classe social pequena.

Exemplo - Triunvirato militar na Grécia (1967-73).

 Monarquia - poder atribuído à pessoa de um rei.

Exemplos - Holanda, Suécia, Ilhas Polinésias.

 Gerontocracia - governo de homens idosos.

Exemplo - Os Andamaneses (negros da Baía de Bengala).

 Democracia - poder investido no povo que o exerce direta ou indiretamente.

Exemplos - Suíça, Finlândia.

 Teocracia - governo por direção sobrenatural (sacerdotes).

Exemplos - Antigo Egito, Havaí, Tibete.

De todas essas formas de governo, a mais frequente entre os povos ágrafos é a gerontocracia.
O governo de mulheres em sociedades não civilizadas parece nunca ter existido. Matriarcado e
matrilinearidade são formas de organização social que não devem ser confundidas com governo
de mulheres.

23.2.Níveis de desenvolvimento

Ao analisar os níveis de desenvolvimento sociocultural, os antropólogos distinguem os


seguintes tipos:
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2.3.3.Bandos ou hordas

O bando patrilocal, a mais simples e rudimentar forma de estrutura social, encontra-se


em todas as partes da Terra. Os bandos constituídos por poucas famílias nucleares aparentadas
(100 pessoas no máximo) são nômades, com economia de subsistência: coleta, caça e pesca.

"Não existe lá vida política separada, nem governo ou sistema legal acima da modesta
autoridade informal dos chefes de família e dos líderes efêmeros", afirma Service (1970: 120);
e conclui: a família e o bando são a única organização econômica, política e religiosa e suas
relações não são formalizadas, são apenas familiares.

Exemplos – Os Esquimós do Alasca; os Pigmeus da África.

O nível tribal de organização sociocultural das tribos e nações é mais complexo do que
o do bando, do qual conservam ainda algumas características. São "organizações segmentares",
marcadamente familiares, igualitárias, com laços baseados no parentesco.

Nesse nível surgem instituições propriamente tribais que levam à integração das partes
num todo cultural mais amplo e controlam as relações entre os vários grupos - etários, religiosos,
econômicos etc. Entre esses outros grupos menores, como linhagens, anciãos, homens,
mulheres etc., estabelece-se uma hierarquização não institucionalizada.

Exemplos - Os Tiv da Nigéria, estudados por Balandier; a tribo ou "nação" Tupi-guarani, da


costa brasileira, do século XVI.

Nação é um povo fixado em determinada área geográfica possuindo certa organização,


sentimentos de união, identidade de língua, etnia, religião etc. A formação de nações encontra-
se com mais frequência no âmbito das sociedades civilizadas.

2.3.4.Chefaturas

Consistem em um tipo de organização política, mas ainda não estatal, embora tenham
já certa autonomia em nível político e condições de passarem a Estado. Colocam- se entre os
bandos e as tribos e o Estado. Em vários aspectos da cultura _ economia, arte, religião, política
– contrastam com as tribos.
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Politicamente, constituem-se em um regime governativo, primitivo, ainda baseado no sistema


de parentesco, mas este assume importância secundária. Têm, entretanto, um território mais
definido e uma autoridade legitimada.
As sociedades de chefaturas acham-se segmentadas em grupos distintos, baseados em
critérios socioeconômicos e religiosos. Por exemplo: nobres, escravos, homens livres.
São sociedades não mais igualitárias; não têm propriamente um governo, mas possuem
autoridade centralizada. Não há propriedade privada, nem mercado, nem classes
socioeconômicas definidas. Faltam-lhes urna hierarquia propriamente política e uma
administração específica.

O que caracteriza fundamentalmente as chefaturas é a acentuada desigualdade entre os grupos,


na sociedade. No alto da pirâmide social encontra-se o chefe; abaixo dele, sucessivamente, as
demais pessoas, com grande rivalidade de status.

As chefaturas encontram-se em muitas localidades da Terra.


Exemplos - As civilizações arcaicas do Peru; os Ashanti da África

2.3.5.Estados

Nas sociedades organizadas em Estado persistem muitas características das chefaturas,


mas o que as distingue é uma nova forma de integração socioeconômica, que envolve a
burocracia e a força legitimada. Tem urna existência legal, que interfere e regula as relações
entre indivíduos e grupos.

2.4.1.Tipos de organização política

Há um consenso entre os antropólogos em considerar o comportamento político presente


em todas as sociedades. Costumam fazer a distinção entre sociedades sem Estado e sociedades
organizadas em Estado.

Inúmeras são as formas reguladoras da sociedade, e a tipologia, aqui relacionada, baseia-se na


apresentada por Hoebel e Frost (1981: 323 ss).
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Mesmo os grupos humanos mais simples e isolados possuem alguma forma de governo.
Por isso, o mundo primitivo oferece exemplos de diferentes e numerosos tipos. Nas sociedades
sem Estado, o governo é informal, sem autoridade centralizada, onde as funções políticas são
exercidas por subgrupos, não havendo propriamente um chefe.

Nesse tipo de organização, as relações sociais acham-se intimamente ligadas ao


parentesco e são comumente encontradas nas hordas e bandos. Entre estes, a família, geralmente,
é patriarcal, a descendência patrilinear e o governo gerontocrático (de homens idosos).

Exemplos - Os Esquimós do Alasca; os Bosquímanos do Sul da África.

2.4.5.Linhagem segmentária

Nesse sistema de organização política, atribui-se o poder de decisão às linhagens, ou


seja, aos grupos de parentesco que se consideram descendentes de um ancestral comum. As
tribos dividem-se em segmentos e esses em linhagens. São formações sociais baseadas também
no parentesco.

Exemplo - Os Nuer do Sudão, segundo Evans-Pritchard, vivem em uma "anarquia organizada",


sem instituições legais e onde os valores políticos são relativos.

Sistema político pouco difundido, sendo o grupo de idade a base da organização e cujos
chefes têm a direção dos assuntos de governo e a responsabilidade da integração política.

Exemplo - Os Nyakyusa.

Conselhos de aldeias e associações

Tipo de organização política em que a autoridade emana dos conselhos das aldeias que
constituem o próprio governo tribal.

Exemplos - Os Pueblos dos Estados Unidos; os Ibos da África.


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2.5.2.Aldeias com chefes

O papel do chefe ou líder ganha grande projeção nesse tipo de organização política,
onde o parentesco tem importância secundária. O indivíduo, investido de autoridade política,
goza da confiança e recebe o apoio dos grupos vizinhos, responsabilizando-se pela união e pelo
controle do seu grupo local. Suas qualidades pessoais permitem-lhe exercer essa liderança.

Exemplo - Os Shoshones dos Estados Unidos.

À medida que as sociedades se tomam mais complexas, em função da estabilidade


económico-social e da fixação em aldeias permanentes, vão exigindo lideranças mais estáveis
e instituições governamentais mais efetivas.

Estabelecem-se as sociedades de Estado nas quais a autoridade é exercida por chefes, reis,
conselhos e mesmo por associações de caráter apolítico, e abrange toda a sociedade.

2.5.4.Chefias

A necessidade de liderança faz surgir o chefe, que se distingue socialmente pela


autoridade a ele conferida. O exercício da chefia, assim como suas funções e poderes, varia
entre os diferentes grupos humanos, podendo ser hereditário ou não.

Muitas vezes faz-se a distinção entre chefes de paz e chefes de guerra, Com atribuições
específicas nas relações tribais internas e externas.

Exemplos - Os lroqueses e os Cheyennes dos Estados Unidos.

Em algumas tribos africanas a função do chefe é múltipla: legisla, controla a distribuição e o


uso da terra, organiza caçadas, cerimônias religiosas, como também orienta o grupo na defesa
e na guerra.

Portadores de privilégios, os chamados chefes cerimoniais gozam de grande prestígio e são os


promotores dos festins cerimoniais, contando ainda com a aprovação de todos os membros do
grupo.

Exemplo - Os Trobriandeses.
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2.5.5.Reinos

Não é mais a linhagem ou outro segmento que retém a autoridade, mas um governo
central, com chefe supremo exercendo o poder sobre a sociedade toda. É sempre hereditário e
tem como função garantir a lei e a paz através da estabilidade na administração do governo. Se,
por um lado, representa segurança para os membros da sociedade, por outro pode levar à tirania,
à corrupção, em decorrência da possível incapacidade e incompetência de chefes que a
hereditariedade colocou no poder.

Na Polinésia e na África é comum a primogenitura, ou seja, o filho mais velho ser o sucessor
do pai.

Considerando que nas sociedades ágrafas o mundo material acha-se em perfeita conexão com
o sobrenatural, os chefes políticos e os chefes sacerdotais agem de forma harmoniosa e o
controle das ações dos indivíduos está relacionado com o sobrenatural.

Nas sociedades de horticultores, os chefes têm poderes não apenas políticos, mas são
responsáveis também pelo bom desenvolvimento da economia e pela segurança religiosa do
grupo.

Exemplo - Os Ashanti.

2.6.1.Conselhos

Acham-se presentes em todas as sociedades e compõem-se de um conjunto de


conselheiros, geralmente homens adultos.

Quando formado de homens idosos, chama-se gerontocracia.

O conselho tem caráter democrático e é integrado pelos chefes dos bandos que participam das
decisões.

Exemplos - Os Aborígenes australianos; os Astecas.

2.6.2.Associações

São grupos não políticos, extra-estatais, que colaboram na determinação e na execução


das normas políticas: grupos de homens, sociedades secretas (África, Melanésia), sociedades
militares (Índios das Planícies, Estados Unidos), conselhos tribais, castas (Índia) e outros.
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2.6.3.Processo político
A estrutura política caracteriza-se por tendências próprias, que permitem sua fácil
identificação em relação à sociedade mais ampla.
A função das diferentes estruturas políticas atinge vários aspectos da cultura em termos de
atividades e deveres, expectativas e obrigações, podendo ampliar sua atuação.

2.6.4.Funções
As funções do processo político consistem em:
 Definir as normas comportamentais de conduta aceitável;
 Tribuir força e autoridade;
 Decidir as disputas;
 Redefinir as normas de conduta;
 Organizar os trabalhos públicos grupais (caçadas tribais, construções, consertos, hortas
etc.);
 Ocupar-se do mundo sobrenatural através do controle religioso
(rituais e cerimoniais);
 Organizar a economia (manter mercados e desenvolver o comércio);
 Responsabilizar-se pela defesa do território e promover a guerra contra o inimigo.

A política é comportamento social não isolado, mas integrado aos demais aspectos da cultura:
organização econômica, sistema de parentesco, hierarquização social, organização religiosa etc.,
como se pode inferir ao se proceder à análise das funções que o processo político deve
desempenhar no interior das sociedades.

2.6.4.Atributos

Atributos específicos que permitem a fácil identificação do processo político: Público e


não privado - sua ação atinge toda a sociedade, amplamente considerada, tendo poder de decisão
nas ocorrências de âmbito público, não sendo, portanto, um assunto nem individual, nem
familiar.

Orientado para uma finalidade - tem o objetivo de satisfazer os interesses públicos em


detrimento dos interesses individuais ou grupais. Preocupa-se com os meios e os fins para
atingir os seus propósitos, ou seja, compete à política a tomada de decisões pertinentes, de
definições das normas sociais e dos valores da cultura.
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Atribui e centraliza o poder - as pessoas que tomam decisões e exercem o poder na esfera
pública estão investidas de autoridade política, presente mesmo nos grupos mais primitivos. É
a autoridade que obriga o cumprimento das normas estabelecidas; para tanto, lança mão de
sanções e de coerções.

Nas sociedades simples, o poder e as lideranças surgem naturalmente, enquanto nas sociedades
complexas, os mecanismos de controle do cargo, do poder de decisão, da legitimidade da
administração política requerem maior complexidade, dadas as exigências impostas pela
própria cultura.

A liderança política consiste no controle interno e externo de um grupo por um chefe ou


por um conselho de homens. Essas pessoas são investidas de autoridade, que é uma forma de
liderança institucionalizada.

A liderança política pode ser permanente e temporária. A primeira, denominada "chefia", pode
ser hereditária ou eletiva. Quando hereditária, a indicação do chefe implica muitos problemas
relacionados a sua legitimidade, capacidade, qualidades pessoais, poderes sobrenaturais etc. A
segunda tem caráter temporário e age em casos de necessidade. Na guerra, por exemplo, o
indivíduo é nomeado para assumir a direção e o poder na sociedade, transitoriamente, em face
da sua eclosão.

Em geral, nomeia-se um indivíduo graças a suas qualidades pessoais de liderança ou de


seus supostos poderes sobrenaturais. Quando o perigo desaparece, a chefia também se desfaz.

Ao desempenhar o seu papel, o chefe torna-se portador de direitos e deveres em relação a sua
comunidade.
No setor religioso - atribui-se ao chefe possíveis poderes sobrenaturais e mágicos, que
o vinculam à comunidade através de obrigações rituais. Por exemplo: quando ocorrem
calamidades públicas. Somente o chefe, com seus poderes mágicos, pode afastá-las.
No setor econômico - concede-se ao chefe uma série de prerrogativas: monopólio sobre frutos,
caça, pesca; recebimento de dádivas, geralmente em espécie, como também dízimos, tributos;
direito à terra e aos seus recursos; direitos preferenciais a esposas.
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Aos chefes atribui-se a responsabilidade de hospitalidade, despesas rituais, assistência aos


necessitados e outras obrigações, como os arranjos relacionados às atividades econômicas, ou
seja, preparo da terra, plantio, colheita etc.
No setor jurídico - o chefe é o juiz supremo da comunidade, cabendo-lhe decidir ou
encontrar soluções para os conflitos.
Nas sociedades simples, sem Estado, o governo atua mais pela persuasão que pela força. A
partir do Estado de Conquista, o governo passa a ser exercido através da força e da coerção.
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Capítulo III

3. CONCLUSÃO

Conclui-se que a Organização Política é organizada com base em sua política e, portanto,
com base nas situações em que as pessoas pensam e declaram, e a partir das quais a democracia
de um lugar pode ser considerada. Enquanto todos falam em seu nome, todos também medem
o que fazem, entendendo que nosso princípio é que devemos assumir as consequências daquilo
que declaramos fazer. Em outras palavras, um militante da Organização Política está na
disciplina de seu pensamento e de suas consequências na situação, e não na disciplina formal
da Organização. Não somos um partido, nem parlamentar, nem stalinista. Se alguém escreve
um folheto, é porque está convencido da necessidade deste folheto. Ele discute e distribui. E se
ele fala em uma reunião de trabalhadores (talvez ele próprio seja um trabalhador), é porque ele
acha que, se ele não tivesse falado algo estaria faltando no resultado político da reunião.
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4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 MARCONI, M. de A.. Fundamentos de Metodologia Cientifica. 5ª Edição. São Paulo.


Editoraatlas S.A.. 2003.

 FERREIRA, Abel. Organização politica.

 Lisboa. ISG. 2004.http://diariodaorganizacao.blogspot.com/2010/04/organização politica-


definicao-e.html, acessado aos 02 de Setembro de 2023, 21:31H

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