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Segregação racial nos Estados Unidos

A segregação racial nos Estados Unidos foi um tipo de discriminação racial que teve
início com a colonização e a escravidão e que se tornou uma crise sistêmica
durante os séculos XIX e XX. Sustentada pelas leis Jim Crow, que impuseram a
separação entre brancos e negros em escolas, transportes públicos e praticamente
todos os aspectos da vida cotidiana. Ocorreram vários movimentos contrários à
segregação racial nos Estados Unidos, que só teve fim na década de 1960 por meio
de ações legais e legislativas.

Origem da segregação racial nos Estados Unidos


A origem da segregação racial nos Estados Unidos remonta à colonização europeia,
quando os colonos europeus começaram a trazer africanos como escravos para
trabalhar nas plantações. A escravidão se tornou um sistema econômico e social
fundamental nos Estados Unidos durante o século XVIII e XIX, com a população
negra sendo subjugada e tratada como propriedade.

Contexto histórico da segregação racial nos Estados Unidos


O contexto histórico da segregação racial nos Estados Unidos remonta aos séculos
XVI a XX. Foi um fenômeno profundamente enraizado na história do país e deve ser
entendido dentro de um contexto histórico mais amplo. Os principais elementos
desse contexto histórico são:
● Guerra Civil Americana (Guerra de Secessão) e Abolição da Escravidão:
também conhecida como Guerra de Secessão, a Guerra Civil dos Estados
Unidos, ocorrida entre 1861 e 1865, foi um marco importante na história dos
Estados Unidos, e uma das principais questões em jogo foi a escravidão. A
vitória da União levou à emancipação dos escravos com a promulgação da
13ª Emenda à Constituição dos Estados Unidos em 1865, que proibiu a
escravidão.
● Período da Reconstrução: Após a Guerra Civil Americana, houve um curto
período conhecido como Reconstrução, durante o qual foram promulgadas
leis e políticas para garantir os direitos civis e políticos dos afro-americanos
recém-libertados. No entanto, essa época foi seguida por uma reação violenta
e a ascensão do movimento supremacista branco, que resultou na
implementação de leis segregacionistas.

Formas de segregação racial nos Estados Unidos


No contexto dos séculos XIX e XX, os Estados Unidos tiveram várias formas legais
de segregação racial, principalmente no Sul do país, em um período que ficou
conhecido como a era da segregação racial ou era Jim Crow. As principais formas
de segregação racial nos Estados Unidos foram:
● Leis Jim Crow: um conjunto de leis estaduais e locais promulgadas
principalmente no Sul dos Estados Unidos após a Reconstrução, a partir da
década de 1870 e até a década de 1960. Essas leis institucionalizaram a
segregação racial em quase todos os aspectos da vida, incluindo escolas,
transporte público, restaurantes, hotéis, teatros e até mesmo bebedouros e
banheiros públicos. As leis Jim Crow decretavam a separação “separados,
mas iguais”, o que significava que as instalações para brancos e negros eram
legalmente separadas, mas deveriam ser de qualidade igual. No entanto, na
prática, as instalações para negros eram frequentemente de qualidade
inferior.
● Segregação nas Forças Armadas: as forças armadas dos Estados Unidos
também eram segregadas racialmente durante grande parte do século XX.
Foi somente após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) que o presidente
Harry S. Truman emitiu uma ordem executiva, em 1948, para eliminar a
segregação das Forças Armadas.
● Redlining: foram práticas discriminatórias usadas pelas agências
governamentais e instituições financeiras para negar empréstimos e serviços
a bairros predominantemente negros. Isso contribuiu para a segregação
residencial e desigualdades econômicas.

Movimentos contra a segregação racial nos Estados Unidos


Os movimentos contra a segregação racial nos Estados Unidos recebem o nome de
Movimento dos Direitos Civis e ocorreram no século XX. Liderado por ativistas,
muitos dos quais eram afro-americanos, para combater a segregação racial e a
discriminação sistemática, o movimento culminou na década de 1960 na aprovação
de leis importantes, como a Lei dos Direitos Civis de 1964 e a Lei de Direito ao Voto
de 1965, que proibiram a discriminação racial e expandiram os direitos de voto. Seus
principais líderes foram:
● Martin Luther King Jr. (1929-1968): pastor cristão e ativista que liderou o
movimento de não violência e desempenhou um papel central na luta pelos
direitos civis na década de 1950 e 1960. Seu famoso discurso “I Have a
Dream”, de 1963, é um marco histórico. King foi assassinado em 1968.
● Rosa Parks (1913-2005): conhecida como a “mãe do movimento dos direitos
civis”. Em 1955, ela se recusou a ceder seu assento em um ônibus público a
um homem branco em Montgomery, Alabama, desencadeando o boicote aos
ônibus de Montgomery, liderado por Martin Luther King Jr.
● Malcolm X (1925-1965): foi um líder carismático e influente que advogou pela
autodefesa e empoderamento da comunidade negra. Ele foi uma figura
central na luta pelos direitos civis na década de 1960.

Fim da segregação racial nos Estados Unidos


O fim da segregação racial nos Estados Unidos ocorreu principalmente por meio de
uma série de ações legais e legislativas ao longo das décadas de 1950 e 1960.
Dentre as principais legislações, destacam-se:
● Lei dos Direitos Civis de 1964: legislação abrangente que proibiu a
discriminação racial em locais públicos, como escolas, restaurantes, hotéis e
instalações de transporte interestadual. Ela também proibiu a discriminação
em programas e atividades financiados pelo governo federal.
● Lei de Direito ao Voto de 1965: legislação fundamental que eliminou as
barreiras que dificultavam o registro de eleitores negros. A lei proibiu práticas
de discriminação no processo de votação.
● Lei dos Direitos Civis de 1968: legislação que proibiu a discriminação na
venda ou aluguel de habitações com base na raça, cor, religião ou origem
nacional. Ela também tornou ilegal ameaçar, intimidar ou interferir nos direitos
de uma pessoa de habitar uma habitação justa.

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