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REI EDIPO Vuk PROLOGO. (Diante da porta do palicio enconira-se um altar em eujos degraus estd sentado um grupo constitutdo por jovens e por ancidos ¢ acompanhado peto sacerdote de Zeus, que se encontra de pé. Sustentan na méo ramos de suplicantes [vide n. 2] Edipo surge, entretanto, @ porta do palicio. EDIPO Meus filhos, nova geragao do antigo Cadmo (*) nascida, que quereis sentados neste lugar, com ramos de suplicantes adomna- dos (*)? A cidade esta, a um tempo, repleta de incenso, de pea ©) Segundo a lenda, Cudmo € 0 fundador da cidade de Tebas, Enviado por seus pais 8 Grécia para procurare libertar Europa, sua imma, raptada por Zeus, onlenow-Ihe 0 orioulo de Delfos que, no local onde se detivesse uma vaca que se encontrava no préprio templo, deveria fundar wma cidade. Tal {como the tnha sido indicado, fundow na Fécida, no lugar onde se desenvolve- ria Tebas, a sun cidade, Cadmeia. Tendo desposado uma filha de Ares € Afrodite, Harmonia, dew origem a descendéncia de govemantes da eiklade, ddos quais destacamos seu bisneto Laio, filho de Lalxdaco © pai de Edipo Neste verso damios razdo a Pearson ao considerar «nova geraci...» aposto de ‘emens filhos ©)Constitufa um hibito religioso helénico que todo aquele que se ‘aproximasse dos altares dos deuses como suplicante levasse na mio um ramo 7 10 20 nes (°) € de gemidos. O que entendi no bastar conhecer pela boca dos mensageiros, vim sabé-lo em pessoa, filhos, eu, de nome Edipo, para todos glorioso. Mas vamos, anciio, fala, pois ati compete falar por eles: em que disposigao vieste, por que medos ou anseios? Pois € meu Gesejo em tudo vos ajudar. Insensivel eu seria, se me nao apie~ (¥.211, crtaente pe tom rave da es ( Kamerbeek, p. 68), A sua shundante eabeleira em ancis sparc’ fegen tementecingida por faxas douradas dato epitelo chrysomnron S09), ue edu or ae deo dadomam. Tobey hase ir qe aco tem o nome, v. 210 —& também chanaaBaceheta, em hoa de de Vie Stools, Tau, 510. Sefer icacanonsds ds o;Deo8e menino, Hace é acompanhado pelas Ménades, divintades. mic toldgicns que em conejo, thiasos, peas montanhas 0 sepuem: fe ceed, hourando-o como scu deltio, aos gritos de cnet (evee!) wend lence Unies, ou peles de animus, adomadas de cachon de uvas ow cobra ¢ ‘gitando 0 tso, com que geralmente aparecem represenadas ha cesta No seu dei, a forgu que Baco thes inspira lomavaras eapazes de ratar alias mesmo potentes, ews membros devoravam, Eecanheeidoo ito de fete aque por sg de Bae, a Bice ilacrara, conflo-9 ©) Referéncia a Ares, ™ convém neste flagelo, poderas obter um socorro € um lenitivo ppara 0s teus males. Dos factos eu me procuro informar alheio & historia ¢ alheio a0 ocorrido; € que nio posso, por mim, trilhar pista segura sem um indicio a que me atenha. E agora, por possuir cidadania (*) mais recente em rela dios, a todos v6s, filhios de Cadmo, fago conhecer 0 meu edicto: ‘Aquele que entre vés acaso haja sabido as mos de quem pereceu Laio, filho de Labdaco, a esse ordeno que tudo me revele. E se alguém recear a punigao, que seja esse mesmo, por si, aminorar a sua culpa; pois nada mais duro sofrer do que afastar- -se, ileso, desta terra. Ou se alguém, por seu turno, conhece um estranho, de outra regiao, como assassino, que nao guarde silén- cio, pois um prémio Ihe pagarei e ganharé o meu favor. ‘Mas se, pelo contrario, vos calais e alguém, por medo, se recusar @ denuncia de um amigo, ou de si proprio, tomarei as seguintes medidas que tendes de escutar: ‘A esse homem ficara proibida, quem quer que ele seja, a residéncia nesta terra de que mantenho o trono e o poder; nin- ‘guém o receberd ou Ihe dirigiré a palavra; nao poderd participar nas preces dos deuses ou nos sactificios; ndo poderé comparti- Thar da égua lustral ("); € que todos o expulsem das suas casas, por ser para nds a prépria poluicao, conforme 0 oréculo pitico do deus acaba de 0 mostrar a meus olhos. Deste modo, do deus & desse homem que morreu me tomo aliado. E fago votos solenes para que 0 assassino, quer tenha sido uum 56, que passou despercebido, quer tenha tido ciimplices, cconsuma infeliz a sua vida, no infortnio e na desgraga. Desejo, também, se ele viesse habitar no meu pakicio com meu conheci- ‘mento, Softer eu mesmo os castigos que agora anunciei (") €)Literalmente © v.222 dizz «pagar imposto como cidadion, dat spossuir cidadania. (€°) V. 240: Quando uma familia ou fratria oferecia um sacrificto, com tum dos tgBes do altar, depois de mergulhado em gua, que por esse processo ficava consagrada, aspergiam-se os participantes da cerimdnia e @ altar. Por cesta expressio afusta Edipo 0 assassino da vida social (v. 238), da vida religiosa e urbana (vy. 239-240) e familiar (v. 240). Para esclarecimento do sentido teligioso de chernips («igua lusiral») v. Burkert, op. cit.p, 125, (1 Vide supra nota 13, A proibigao de o assassino andnimo participar na vida de Tebas coin cide com, a maldigdo dos wy. 246 sq. ¢vird a coincidit com o castigo que a si préprio Faipo ameaga imputar, se desobedecer, Essa suprema itonia trigica n 220 25 230 235 240 24s 250 265 270 25 280 Quanto a v6s, recomendo-vos que tudo isto cumprais, por iim, pelo deus ¢ por esta terra assim destrogada, ester e male i Pots ainda que esta acgao no tivesse sido inspirada pelos deuses, nao era conveniente deixt-la assim inexpiadla; um veo ‘morto um homem excelente — e que era 0 vosso rei devinen indagar-se 0s factos. E agora, que me encontro senhor do poder {ueantes the pertencia, na posse do leito e da mulher por ambos fecundada— e nele seriam comuns filhos de ambos nascidos, ve 8 esse homem a geragdo niio fosse inimiga (mas sobre a sun cabega caiu a adversidade) — por tndo isto irei vingé lo, como sg for meu prOprio pai e ici a todo o lado procurando capturar 0 autor do assassinio do filho de Labdaco, descendente de Poliders & mais remotamente de Cadmo, filho de Apenor, Para aqueles que me no obedecerem, pego aos deuses que no Thes fagam brotar da terra cotheita alguma, nem filhos deg mulheres, mas sim que peregam da moléstia presente ou doutra inda mais odiosa. Quanto a vés outros, filhos de Cadmo, que acatais estas palavras, que a justiga, nossa aliada, © os outios deuses vos acompanhem para sempre. coro Conforme me atingiste com as tuas imprecagdes, assim, senhor, irei falar. Nao cometi homicidio nem posso, sequer, apontar 0 homicida, De resto, 0 objecto da procura foi Febo quem © designou; a ele compete esclarecer quem foi o criminose EDIPO F Justo © que dizes; mas forcar os deuses contra a sua vontade homem algum o podera fazer, desenvolve-se ainda um outro plano: € que, descobrinda 0 assassino © Punindo-o (iso é, punindo-se), nfo ¢ obrigado, pela coincidencs de annees ‘9 na su pessoa, a sofrer ele mesmo os cas ia Prope uma ontem diferente na suoessio de vos ' Snr” gue OS verses 269-272 se sueedriam imedialamente 8 243'¢ gos Gii251 seriam proeridos entre 268 e 273. No seu comentario hetigaettc Cambridge defende a propost em nome dua sequencia Nipiea hate cag Refutamos a alteraeko na nossa dissenagio de Doutorunento, Lis © Trey ‘no Teatro de Sfoces, Coimbra, Fac. de Letras, 1988, p. 72 La n coro ‘Uma segunda observago poderia acrescentar que me parece justa., EDIPO E uma terceira, se a houver; nao te refugies no siléncio. ‘coro venerdvel Tirésias, em dotes de vidéncia, creio eu sero 285 mais préximo de Apolo venerivel; junto dele, alguém que o queira poderd, senhor, ver desvendado este mistério com clareza. EDIPO Pois nem ficaram por tomar tas diligéncias, nem eu deixci de executi-las. Por conselho de Creonte, duas vezes enviei ji emissérios; estranho mesmo que ainda nio esteja presente, coro Decerto! E 0 resto sio palavras vas, velhos rumores. sep EDIPO Que espécies de rumores? Toda a hist6ria eu pretendo averi- ‘guar, coro Que Laio foi morto — ao que se diz — por uns viajantes. EDIPO B 295 300 305 310 Também 0 ouvi; mas a quem o fez, ninguém conhece, coro Pois se ji esti tomado por um certo receio, ao ouvir as tuas impreeagdes ndo se poderi conter. eDIPO Para quem nio ha medo na acco, menos medé Ihe trazem as palavras, coro Mas hii um homem que o poderd confundir. 4 aqui estio os gue conduzem o adivinho sagrado, 0 tinico de entre os homens em quem a verdade langou raizes, (Entra Tirésias conduzido por um jovem.) EDIPO (0 Tirésias, que tudo conheces, o que foi revelado e 0 que 6 cculto, o que habita o céu c o que pisa a terra! Se nlo ves. mb teu estilo std, contudo, presente a cidade e a espécie de fagelo a uc cla se vé entregue. Por isso em ti eu reconhego, 6 venerivel, 0 seu tinico protector e salvagio. Febo— se acaso nio conhessis 2 ite for anunciado —emitiu uma resposta aos nossos emissirios: um s6 remédio poderia curar este flagelo: que aos assassinos de Laio, uma vez conhecidos, os executassemos ou da Nossa terra os banfssemos para 0 exilio, Nao nos recusaras, certamente, 0 pressigio das aves ou ‘outro caminho da profecia, se o possuis (). Salvace a ti mesmo 1%) Outo dos métados de profecia padera ser pelo fogo (vide v. 21), ‘Lembra Jebb (p. 52) 0 v. 1005 de Antigann " © a cidade, salva-me a mim também, salva-nos de toda a mancha deste assassinio — € que nds estamos nas tuas mos; ¢ socorrer ‘um homem pelos meios de que se dispoe e gragas ao seu poder & a mais nobre das acgoes. ‘TIRESIAS Oh, oh! como é terrivet o saber quando ni traz vantagem possui-lo— este é um facto que eu bem conhego, mas havia-me esquecido; de outro modo, nio teria vindo aqui DIO Que aconteceu? Como vens abatido! TIRESIAS Permite-me regressar a minha casa, pois mais fécil serd suportares tu os teus fardos e eu 0s meus, se em mim confiares. DIPO 0 que dizes nfo € justo nem revela aprego por esta cidade que te criou, ao intentares privé-la desse oréculo. TIRESIAS Pois eu vejo que as tuas patavras nag correm a teu favor, € Para que o mesmo comigo se nio passe... Epipo Nao, pelos deuses, se algo sabes, no te vis, quando todos aqui estamos a teus pés como suplicantes! 315, 320 325 330 TIRESIAS Ninguém de vés 0 sabe... Nao, jamais falarei dos meus ‘ordculos para nav revelar os teu males ("). EDIPO izes?! Sabes e nao falas, enquanto pensas trair-1 perder a cidade? HNO ES eos TIRESIAS Eu nema mim nem a ti quero fer Porque me acusas injus- tamente? De mim nada saber. " EDIPO Entio tu, malvado dos malvados, tu que serias capaz de enfurecer uma rocha, no falarés?! Preferes mostrar-te duro ¢ inflexivel? TIRESIAS Verberas a minha firia e, em contrapartida, no vés a que em ti habita. E € a mim que vens injuriar! EDO Quem poderia deixar de sentir c6lera a0 ouvir tais palavras de desprezo que agora langas sobre a cidade? sea Enigndemos 0 pla neato come corespontent a 04 meus xéeulo» ni a sos meus males», como communes trp, 2 tragéia nto nec Tras. Vejase M,C: Fila ase Freva no Foae Séfoctes, pp. 85-86, n. 30, - hacen a 16 TIRESIAS Hao-de vir por si, 0s factos, mesmo que eu guarde siléncio. EDIPO Decerto. E 0 que hé-de vir € necessério que mo reveles. TIRESIAS ‘Nada mais posso dizer. Depois disto, se quiseres, que o teu Animo se entregue mais 3 furia selvagem, EDIPO Pois nada calarei entio, ja que a cdlera me assalta, Por 345 aquilo que depreendi fica, portanto, a saber que que me parece <é que foste tu que engendraste o crime e o realizaste, somente que aio mataste por twas maos; e se porventura néo fosses cego, et diria, até, que serias tu s6 0 criminoso. “TIRESIAS De verdade? Exorto-te a que mantenhas a proclamagao que 350 anunciaste ¢ que a partir deste dia ndo dirijas a palavra nem estes anciaos nem a mim, pois desta terra tu foste a poluigao sacrilega ("), EDP Assim deixas, sem pudor, escapar essas palavras? E como pensas que desta situagao te iris salvar? 355 4 Vide supra nota 13. n 360 TIRESIAS Estou salvo, pois sustento a forga da verdade. i EDPO ‘Com quem aprendeste? Nic te vem, certamente, da tua arte, TIRESIAS. Contigo (*); foste tu quem me incitou a falar contra von- tade. DIO Por que palavras? Repete, para que eu entenda melhor. TIRESIAS Nao compreendeste jé ou intentas por-me & prova nas pala- vras? (*) EDPO ‘Nao, pelo menos de modo a dizer que as entendi. Repete, entio, () Foi ainssténcin a violencia das palavras de Epo que levaram Ticésias arevear a verdae conta ose proprio deseo, Fest 0 sentido das palavras do divin, (C) Seguimos nov. 360 aligioynoips. Neve aceite, ene outros, por Ellendte Mazon. 8 TIRESIAS Oassassino desse homem, que intentas encontrar, afirmo-te que és tu! EDO Nao irds ter 0 prazer de proferir tais infamias duas vezes! TIRESIAS Direi isto e mais ainda, para aumentar o teu furor! EDIPO O que quiseres, pois falaras em vio. 365 TIRESIAS Afirmo que tu, sem que disso te apercebas, vives nas mais infames relagGes com os teus intimos (*") eno vés a desgraca a que chegaste, EDIPO Pensas que has-de ter sempre o prazer de proferir tais acusa- TIRESIAS Sim, se ha na verdade algum poder. (7) Ao usar o plural aie @edtsieouc— «com 06 seus sntimos» — (v. 366) que cobre um singular real — Jocasta — Tirésias volla a usa, nova- ‘mente, o fom genérico e impreciso,tipicamente oracular. p £DRO 370 E cert i o que hi, mas no para te para ti ndo hs, porque 280 (%) de ouvidos de espirta ede hon,” NM Porat és TIRESIAS desventurado, quem me censura , venturado, "or aquilo qui enum dos que aqui estdo deixard de te censurarem becy® em breve? EDIPO A noite, e s6 ela, te tem criado: de vem noite te te % de modo que nem a m 375 nem aninguém, quem quer que veja a luz, tu poderds prejudicar, TIRESIAS ! Apolo é Poderoso que baste; a ele incumbe tais golpes desfechar. ‘TIRESIAS Creonte no € motivo de ruina para ; smnetd do sentido de phos — see Edipo (cf. 0 sentido de «nc tn a sequined iesis, oma parr dala ne pao cana saréninealiade de que Rehan ae 0»— efectuado por © verso J74), que val sr explora na fle 40 EDIPO O riqueza, 6 poder, 6 sabedoria acima do comum, nesta vida por cobicas agitada, como é grande a inveja que vos espreital Pois se é por causa deste poder — doado, e nao reclamado — que a cidade nas minhas maos depés, pois se é por causa dele que Creonte, o eal, 0 amigo de sempre (”), me quis ludibriar, com a ambigéio de me depor, subornando um feiticeiro, um forjador de embustes como este, um charlatao enganador (®) que 6 para 0 lucro tem olhos, mas para a sua arte & cego! Mas afinal, vamos, dize, em que é que tu és um adivinho seguro? Quando a cantora, aquele cio de fila, aqui se encontrava, porque nao pronunciaste as palavras que trariam a este povo & libertagai E, contudo, 0 enigma ndo era para 0 primeiro que viesse desvendé-lo: era preciso ter artes divinatérias; delas te niio mos- traste possuidor nem por auspicio nem por revelagio dos deuses, mas fui eu, a0 chegar, eu, Edipo, que nada conhecia, quem a reduziu ao siléncio por intuigao do espirito, nfo pela ciéncia dos auspicios; eu, que tu agora tentas arredar, julgando obter lugar {junto ao trono de Creonte. De ligrimas me parece ser 0 prego que tue quem urdiu esta intriga irdo pagar, e, nao fosse a tua figura de velho, um bom correctivo far-te-ia tomar conscigncia da tua insensatez, coro A nés se nos afigura que as tuas palavras foram proferidas sob o império da célera, mas também as tuas, Edipo. E nio é disso que nés carecemos, mas dt melhor solugdo para 0 ordculo do deus; a ele & que devemos encarar. (@%) Note-se o valor profundamente irénico conferido pelo artigo eos stvibutos — «o leal, o amigo de sempre» — (¥. 385) (©)0 tipo do adivinho charlatio, movide pela ganancia, deviam os sgregos conhecé-lo, conforme podemos ver pelas palavras de Herédoto, Vil, 6. Vide Introdugio, p. 16, nota 2 81 380 385 390 395 400 405 410 41s 420 425 430 TIRESIAS. Ainda que sejas tu 0 rei, deve ao menos ser igual o direito de resposta; dele também eu sou senhor. & que nao vivo ao-teu servigo, mas ao de Léxias (*); assim como nao estou inscrito no rol dos protegidos de Creonte (*). Irei, entao, falar, ji que me insultaste pela minha cegueira. ‘Tu vés ¢ nao tens olhos para a miséria a que chegaste (*), nem para o lugar que habitas, nem para aqueles com quem convives, Acaso sabes de quem procedes? Pois, sem que o saibas, 65 um inimigo para os teus, tanto para os que ja esto sob a terra, ‘como para os que vivem sobre ela. Uma maldigao de dois gumes, ade teu pai e a de tua mae, te hé-de arrastar para fora desta terra no seu terrivel passo, @ ti, que agora vés bem e dentro em pouco 86 verds a treva. Que porto de abrigo haverd para o teu clamor, que monte Citéron (") que possa servir-Ihe de eco, quando co. nheceres 0 himeneu inabordavel para que neste palicio navegaste apés uma feliz. viagem? E da multidao de outros horrores, nao te apercebes — horrores que hao-de pdr-te em igualdade a ti e aos teus préprios fillos? Depois disto, insulta Creonte, insulta as minhas palavras, Nao hé homem algum que fosse um dia espezinhado por miséria maior do que a tua £DIPO Poderd acaso tolerar-se ouvir falar assim este homem? Que © que dizes te desgrace! E nio volies aqui tio cedo! Retira-te, deixa este palacio! (A Edipo, por um lado, © Creonte, por outro, contra ‘Loxias. Este eptteto de Apolo parece telacionar-se com a sua aiibuigao de deus dos oréculos, rolacionando-se etimologicamente com laxos «abliquon significando o que di respostas nao directas, ambieuas, CY V.AN 0 Kesoveos mpoaedray yeveddoua. J. Kamerbeek tra due «I shall not stand registered under Creon as ngoavécrg ». comentande: «The contents of Teitesias’ words ean be paraphrased as follows | am & sitizen in my own right and do not stand in any need of Creon as patronusy, {que todo.a metecotinha em Atenas de registar,juntamente oom o'scu Homes ‘de um cidadio ateniense, seu patrono, o prastatés. (9) Vide supra not 38 (90 Citéton € uma montanha situada entre a Ati ssamente onde Eaipo foi exposto, 2 TIRESIAS Eu, por mim, ndo teria vindo, se tu me no chamasses. DIP E que eu no sabia que irias proferir palavras loucas: de contrério, teria tempo de te chamar ao meu palécio. TIRESIAS Eu, tal como aqui me vés, nasci louco, segundo o teu jufzo; 435 ‘mas sensato, segundo aqueles que te geraram, DIO Segundo quem?! Espera! E quem foi dos mortais que me gerou? TIRESIAS Este dia te hé-de gerar e destruir(*). EDIPo | Como sempre, so enigmiticas e obscuras as tuas palavras! TIRESIAS E nao és tu perito em decifrar enigmas?. 440 . me ter um sentido © Ess plavasambiguas de Tiras paecem-me trum sent mis prelindo do qu vis por Schntdevit-Nauck (¢ Kanetbeck) «Die tar Tag wid in, dom Valens, een Vater gehen popori a sui pera: este i, a Huminar aun etd e dete 83

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