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28 [MARIA GUADALUPE PEDRERO-SANCHEZ cronol6gica. A sintese que apenas apresente uma segio estitica des- ligada da historia resultaré necessariamente nio-hist6rica.* ‘Neenhuma dessas consideragSes € nova, como destaca Barraclough, porém, elas ndo passaram do estudo do historiador profissional & bstéria que se epresenta ao homem comum. Ele propée una nova nomendlanuca, ima cronologia mais “racional” que contemplaria qua- ‘to perfodos principais: o primero, “pré-hist6ria dos povos europeus”, estendendo-se ao ano 800 ou 900; 0 segundo, o perfodo de “forma- io das sociedades européias”, entre 900 2 1300; em seguida, a “Ida- de Média da Europa”, que abrange de 1300 a 17895 ¢ logo apés, nossa “Histéria Moderna”, iniciada na Revolugio Francesa e estesi- dendio-se & nossa frente “sabe-se l4 por quantos séculos fsturos”.” Contudo, longo periodo de mil anos compreendido entre os limites convencionalmente accitos para a Idade Média nfo repre~ senta uma situagio estitica e homogénea. O teago mais bvio da Idade Média nfo é a unidade, mas a dicotomia, a mobilidades consi derando ainda que jamais compreenderemos o desenvolvimento da Earopa medieval se ignorarmos a interagio Oriente e Ocidente. As uiferengus econOmieas, poltticas, socials, ¢ as menralidades dos homens do século Vil, por exemplo, tornam esses homens consideravelmente diferentes dos homens do século XIV. E por isso, alis, que se estabelecem as subdivisses: Antigiiidade Tarcia ou Primeira Idade Média (IV-VI); Alta [dade Média (VIN-X), Idade ‘Média Centra ou Plena Idade Média (XI-XIN}) e, finalmente, Baixa Tdade Média (XIV-XV). Mais do que uma diviséo on ruptura, essas denominagées servem de referéncia, de parimetros para a locali- zacio espago-temporal dos homens. E nessa perspectiva que aceitaremos a referéncia tradicional, para determinar 0 infcio da Idade Média, marcada pela desagrega- ‘sio do Império Romano, pela implantagao do cristianismo e pela migragdo dos povos germanicos, todas eles fatores do proceso de gestagio da sociedade feudal. E como referéncia final, considerare- ‘mos 0 século XV, embora reconhecendo a continuidade de nume- rosos elementos de longa dutragio que dificaltam determinar limi- tes exatos entre o Medievo e a Moderniciade. idem, p:356. 7 BARRACLOUGH, op. cit, 1964, p45. 1 © MUNDO MEDITERRANEO. NA IDADE MEDIA A HERANCA ROMANA 1 EDITO DE MILAO (313) Bu, Constantino Augusto, ¢ eu também, Licino Augusto, reuni- dos felizmente em Miléo para tratar de todos os problemas que se relacionam com a seguranga ¢ 0 bem piblico, cremos ser o nosso dever tratar junto com outros assuntos, que metecem a nossa aten- ‘so para o bem da maioria, tratar também daqueles assuntos nos quais se funda o respeito a divindade, ‘Assim temos tomado ‘a fim de que a suprema divindade a cuja reli ido prestamos esta livre homenagem possa nos conceder o seu favor € benevoléncia, Por isso é conveniente que vossa exceléncia saiba que temos resolvido anular completamente as disposig6es que lhe foram enviadas anteriormente com relagio ao nome dos cristéos, 28 [MARIA GUADALIPE PEDRERO.SANCHEZ ‘por encontri-las hostis e pouco apropriadas & nossa Cleméncia, temos resolvido permitir a todos os que queitam observar a reli- gido cristi, de agora em diante, que 0 fagam livremente sem ter que softer nenhuma inquietacio ou moléstia. Assim, pois, acredi- ‘tamos set 0 nosso dever dar a conhecer com clareza estas decis6es a vossa solicitude, para que saiba que temos concedidlo aos cristios aplenac livre facilidade de praticar sua religido ... Levou-nos a agir assim o desejo de nao aparecer como responsiveis por diminuit em nada qualquer religido ou culso “Gm ee presnera ce deine Eom consta que 0s crstios possufem nao 36 locais de reunsio habitwal, mas também outros pertencentes a sua comunidad ... 0 ... Em todo o dito anteriormente (vossa exceléncia) deverd prestar 0 apoio mais eficiente A comunidade dos cristaos, para que as nossas ordens sejam cumpridas o mais depressa possfvel e para ‘que também neste assunto a nossa Cleméncia vele pela tranquilida- de piblica, Desta maneira, como ja temos dito anteriormente, 0 favor divino que em tantas € tio importantes ocasiées nos tem sido propfcio, continuaré a0 nosso lado constantemente, para 0 @xito das nossas empresas ¢ para a prosperidade do bem pablico ... Lactancio. (De mortibus persecutorum) Sobre la muerte de los perseguidores. Inttod., trad. espanbola ¢ notas de R. Teja. Madrid: Gredos, 1982. XLVIIL, p.2-3. 2. EDITO DE TESSALONICA (380) Osimperadores Graciano, Valentiniano ¢ Teodésio Augustos: édito a0 povo da Cidade de Constantinopla. -leintrodrida tem prosperado até os nosos dts F evidente que HISTORIA DA IDADE MEDIA 28 esta 6 a religido que professa também o pontifice Daimaso, ¢ Pedro, bispo de Alexandria, homem de apostélica santidade; no ano do quinto consulado de Graciano e do primeiro consulado de Teodésio Au- gusto, (28 de feverciro de 380). Cédigo Teodosiano. XVI, 1-2. In: Tufén de Lara, M. Textos y documentos de Historia Antigua, Media y Mederna, Barcelona: Labor, 1984. p.17.7 (Historia ‘de Espaita XI) [AS INVASOES BARBARAS 3. PERFIL DE ATILA (406-453) Homem vindo ao mundo em um entrechoque de ragas, terror de todos 0: patses, nao sei como ele semeava tanto pavor, a nao set pela ligagio que se fazia de sua pessoa com um sentimento de serror. Tinha um porte altivo ¢ um othar singularmente mével, se ‘bem gue cada um de scus movimentos traduzisse 0 orgulho de seu poder. Amante da guerra, era senhor de sua forga, muito capaz de reflexio, acessivel as petigées, fiel palavea dada; sua pequena ‘estatura, seu peito largo, sua cabeca grande, seus olhos mindisculos, sua barba rala, sita cabeleira erigada, seu nariz muito custo, sua tez ‘escura eram sinais de suas otigens. Embora fosse de sua natureza usar sempre grandes coisas, sua audécia aumentava ainda mais

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