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Marcelo possuía uma dívida fruto da utilização do cartão de


crédito com o Banco Boa Poupança , no valor de R$ 679,36. No dia
31/10/2016 o Requerente dirigiu-se a empresa, buscando negociar a
dívida, o que foi feito, havendo o pagamento integral.

Passado tempo depois, o requerente foi até uma loja para efetuar
uma compra, mas no mome nto em que precisou efetuar um crediário
para parcelamento foi informado pelo atendente que, por meio de uma
consulta no SER ASA, serviço de p roteção ao crédito, constatou que o
nome do Requerente constava no cadastro de inadimplentes,
inviabilizando a aquisição almejada.

Devido a RESTRIÇÃO INDEVIDA no SERASA, Marcelo está


impedido de estabelecer contrato com Bancos e de realizar comp ras a
prazo, ou qualquer outra operação que exija a informação de seu CPF,
situação esta extremamente co nstrangedora e embaraçosa para que m
se mpre honrou com tod as as ob rigações de forma pontual, sem que
existissem registros que pudessem abal ar a sua dignidade.

No plantão de hoje, você n a condição de advogado(a) faça a pe ça


processual cabível ao caso concreto, utili zando a lei , jurisprud ência e
doutrinas, fundamente sua peça processual.
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AO DOUTO JUIZO DA ____ VARA DO J UIZADO ESPECIAL CÍVEL D A


COMARCA DE MACAPÁ, ESTADO DO AMAPÁ.

MARCELO, nacionalidade..., estad o civil ..., profissão...; portador do


RG nº...e devidamente inscrita no CPF sob o nº..., residente e
domiciliado na...; CEP:...;com endereço eletrônico...; por in termédio do
seu advoga do que esta subscreve, vem respeitosamente perante Vossa
Excelência, propor a presente:

AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR COBRANÇA IND EVIDA C/C


REPARA ÇÃO POR DANOS MORAIS

1 – GRATUIDADE DE JUSTIÇA

Preliminarmente o Au tor escla rece que não está em condições


de arcar com os ônus processuais sem prejuízo de seu própri o
su stento, razão pel a qual requer a co ncessão do benefício da
Ju stiça Gratuita nos te rmos do art. 5º, LXXIV CF de 88 , e art.99 CPC
de 2015. Nesse sentido segu e Declaração.

2 – DA AUDIÊNCIA DE CONCILIA ÇÃO

O A utor , manifesta interesse pel a realização da audiência de


conciliação, ou mediação.

3- D OS FATOS

O Au tor possuía uma dívida po r utilização do cartão de crédito com o


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Banco Boa Poupança, no valor de R$ 679,36. No dia 31/10/201 6


dirigiu-se a empresa buscando negociar a dívida, o que foi feito
havendo o pagame nto integral. Passand o-se algum te mpo, foi até
uma loja para efe tuar uma co mpra, mas no momento em que precisou
efe tuar um crediári o para parcelamento foi informado pelo atendente
que, por meio de uma consul ta no SERASA, (serviço de prote ção ao
crédito), co nstatou qu e seu o nome constava no cadastro de
inadimplentes, inviabilizando a aquisiçã o tão alme jada. D evido à
RESTRIÇÃO INDEVIDA no SERASA, o Auto r se encontra i mpedido de
estabelecer contrato com Bancos e de realizar compras a prazo, ou
qualquer outra operação que exija a informação de seu CPF, situação
está extremame nte con strangedora e emb araço sa p ara que m semp re
honrou com todas as obrigações de forma pontual, sem que
existissem registros que pudessem abal ar a sua dignidade.

4- FUNDAMENTOS JURÍDICOS

I- Trilha no mesmo enredo a defini ção de JOSÉ EDU ARDO


CALLEGARI:

“Ora, o homem constrói reputação no curso d e sua vida , atra vés


de esforço, regu lar comportamento respeitoso aos outros e à
própria comunidade. A probidade do ci dadão no passar do temp o
angaria a ele créditos sociais de difícil ap reciação econômica ,
mas que constituem um verdade iro te souro . É certo que a
honorabilidade da pessoa lhe pro picia felicidade e permite a ela
evoluir no comércio, n a ciência, na política e em carreiras
múltiplas. Uma ún ica maledicência, porém, pode, com maior ou
menor força, dependendo, às vezes, da co ntribuição do s me ios de
co municação, produzir ao ho mem d esconforto íntimo, diminuir o
seu avanço vocaciona l ou até acabar com ele”. (RT 702/263).

Dois, foram os ilícitos cometidos pel a Ré, vejamos:

I- DA COBRANÇA INDEVIDA E DO DEVER DE IN DENIZAR

A Ré faz cob rança in devida ao AUTOR, poi s até apresente dada


não se di gnou a fazer a retira da do nome do consumidor do banco
de dados do SERASA em consequência devendo perman ecer em
outros birôs de créditos, vejamos o que disciplina o artigo 43 (...)
§ 3 ° CDC.
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O cons umidor, sempre que encontrar


inexa tidão nos se us dados e cadas tros,
poderá exigir sua imediata corre ção,
de vendo o arquiv ista, no prazo de cinco
dias úte is, comunicar a alteração a os
eventuais des tinatários das informações
incorretas.

Ainda no mesmo código o artigo 73 do capt nos diz que:

Deixar de corrigir imediatamente


informaç ão s obre c onsumidor constante de
cadastro, banco de dados, fichas ou
regis tros que sabe ou deveria saber ser
inexa ta:

Pena D etenção de um a seis mes es ou


multa.

Portanto, impõe-se a Ré a obrig ação de indenizar o Autor, de


acordo com os mandamentos legais, vejamo s o que nos ensina o
Código Civil Brasileiro:

Art.186 . Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência


ou imprudênci a, viol ar di rei to e causar dano a outrem, ainda que
exclusivamente moral, comete ato ilícito.

O código civil também disciplina no seu artigo 940 em verbis.

Art. 940 . Aquele que demandar por dívida


já pa ga, no todo ou em parte, sem
ressa lvar as quantias recebidas ou pedir
mais do que for devido, ficará obrigado a
pa gar ao devedor, no primeiro caso, o
dobro do que houver cobrado e, no
segundo, o equivalente do que dele exigir ,
salvo se houver prescrição.

Na mesma linha, vem se manifesta ndo alguns de nossos


tribunais:

(...) Portanto, inexigível a quantia indicada no demonstrativo


de dé bito. A restituição em dobro do que foi indevidamente
exigido é igua l cabível, nos termos do ar t. 940 do Código
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Civ il, não havendo qualquer justificativa para isentar a par te


da penalidade imposta? (Proc. Nº 54/ 2004, Itu -SP, 7 de junho
de 2.004, J.D. ANDREA R IBEIRO BORGES, fonte: Revista
Cons ult or Jurídico).

II. DO DANO MORAL

De imediato, pe rcebe -se que a Ré delibe rada mente atin giu e


molestou a integrid ade moral em razão do co nstrangimento
amargurado sofrido pelo Autor.

A Constituição Federal de 1988, em seu art. 5º, consagra a tutela


do direito à i ndenização por dano material ou moral decorrente da
violação de direi tos fundamentais, ta is como a honra e a imagem
das pessoas:

" Art. 5º (...) X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a


honra e a imagem das pessoas, assegurado o dir eito a in
de nização pelo dano material ou moral decorrente de sua
violaçã o;(...) ".

O Código Civil ag asalha, da mesma forma, a reparabilida de dos


danos morai s. O art. 186 trata da repa ração do dano causado por
ação ou omissão do agente:

"Art. 186. Aquele que, p or ação ou omissão voluntária,


negligência ou imprudênci a, viol ar di reito e causar da no a outrem,
ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito".

Dessa fo rma, o art. 186 do novo Códi go define o que é ato ilíci to,
entretanto, observa-se que não disciplina na o de ver de indenizar,
ou seja, a responsabil idade civil, matéria tratada no art. 9 27 do
mesmo Código.

Sendo assim, é p revisto como ato il ícito aquele que cause dan os,
ainda que, exclusivamente moral.

Fa ça-se constar preluzivo art. 927, cap ut:

"Art. 927 . Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar
da no a outrem, fica obrigado a repara -lo."

É importante ressaltar que existem circunstâncias em q ue o ato


lesivo afeta a personalidade do indivíduo, sua honra , sua
integridade psíquica, se u bem-estar íntimo, suas virtud es, en fim,
causando -lh e mal-estar ou uma indisposição de natureza
espiritual. Sendo assim, a repa ração, em tais casos, reside no
pagamento de uma soma pecuniária, arbitrada pelo consenso do
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juiz, que possi bilite ao lesad o uma satisfação compensatória da


sua dor ín tima, compen sa os dissabore s sofridos pela vítima, em
virtude da ação ilícita do lesionador.

A personalidad e do indivíduo é o repo sitório de be ns ideai s que


impul sionam o homem ao trabalho e à criativida de. As ofensas a e
sse s bens imateriais redundam em dano extrapatrimonial,
su scetível de reparaçã o. Observa - se que as ofensas a esses
bens causam sempre no seu titular, aflições, de sgostos e mág oas
que interferem grandemente no comportamento do indivíduo. E,
em decorrência dessas ofensas, o indivíduo, em razão das
angústias sofridas, reduz a sua capacidad e criativa e produtiva.

O artigo 944 preceitua o mod us op erandi p ara se estabe lecer o


quantum indenizatório, como facilmente se pode inferir:

"Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano.”

Dessa forma, a indenização pecuni ária em razão de dano moral é


co mo um lenitivo que aten ua, em parte, as con sequências do
prejuízo sofrido, superando o déficit acarretado pelo dano.

Os Tribunais pátrios já decidira m casos análogos ao presente,


consolidando entendimento no sentido ao cabimento da
indenização.

5. PROVA

O STF tem proclamad o que "a indenização, a título de dan o moral,


não exige comprovação de prejuízo" (RT 6 14/ 236), por ser e ste
uma co nsequência irrecusável do fato e um "direito subjetivo da
pessoa ofendida" (R T 124/ 2 99) . As de cisões partem do princípio
de que a prova do dano (moral ) está no próprio fato, "nã o sendo
co rreto desacreditar na existência de prejuízo diante de situaçõ es
potencia lmente capazes de infringir dor moral. Esta não é passível
de prova, pois está ligada aos sentimentos íntimo s da pessoa.
Assi m, é correto admitir -se a responsabi lidade civil, p. ex., na
maiori a dos casos de ofensa à honra, à imagem ou ao conceito da
pessoa, pois subentendem -se feridos seus íntimos sentimentos de
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autoestima (CR JEC, 3ª Turma , Rec. 228/ 98, rel. Jui z Demócrito
Reina ldo Fil ho, j. 20.08.98, DJ 21 .08.98). Como já proclamava
Jo sé de Aguiar Dias, nesses casos" acreditar na pre sença de dano
é tudo qu anto h á de mais n atural "(Da Responsabilidade Civil, vol.
II, p. 368).
No caso sub judice, u ma vez que fora escol hido o pro cedimento da
Lei 9.099/ 95, deve-se ter como o pa râmetro para a fixação d o
quantum indenizatório o valor máximo admitid o no art. 3º, inc. I, da
refe rida, ou seja, 40 (qua renta) salários mínimos, como
desestímu lo a situações como esta.

6. DOS PEDIDOS
Ante o exposto, REQUER a V. Exa.:

a) A citação da Ré, na forma do art. 1 9, da Lei nº 9.09 9/9 5, para


co mparecer à audiência pré-designada, a fim de re sponder à
proposta de con ciliação ou querendo e podendo, conteste a
presente peça exordial, sob pena de revel ia e de
confissão quanto à matéria de fato, de acordo com o art. 20 da
Lei 9.099/ 95;

b) Que se julgue pro cedente a p resente demanda, condenando -se


a Ré a restituir em dobro o valor cobrado indevidamente, acrescidos de
juros e co rreção monetá ria, bem como, a condenação, ao pagamento
de valor pecuniário de 40 (qu arenta) salá rios-mínimos ou a ser
arbitrado por V. Exa., a título de rep aração pelos dano s morais
causados aos Autores;

c) Requer, desde já, a execução do acordo ou sentença, caso não


haja cumprimento voluntário por parte da Ré.

d) Requer, desde já, a execuçã o do acordo ou sentença, caso não


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haja cumprimento voluntário por parte da Ré.

e) SEJA DETERMINADO QUE A RÉ/… NO PRAZO DE 48 (q uarenta


e oito horas) do recebime nto d a intimação desse r. deci sum EXC LUA O
NOME DO Autor, bem como comuni cando ne ste sentido em ratificação
aos termos do pleito de tutela antecipada. Por se tratar de obrigação de
faze r acaso descump rida a ordem aci ma emanada desse d. juízo no
prazo estabelecido por V. Exa., sej a a ré condenada ao pagamento de
multa cominatória diária em favor do Autor, no valor de R$ … (…), a
partir do rece bimento da intimação jud icial, na forma preconizada pelo
art. 537 do Código de Processo Civil e art. 84, §4º da Lei 8.078 de
1990;

f) Se ja remetido os autos para o MP, afim que seja que a R É


responda nos termos do art. 73 caput CDC.

Reque r, outrossim, a produção de todos os mei os de prova em


direito admitido s, e m especi al o depoimento pessoal do represen tante
legal da Ré , sob pena de confesso, oitiva de te stemunh as que serão
arroladas oportunamente.

DO VALOR DA CAUSA
Dá-se à causa o valor de R$ 5.000 (Cinco mil re ais).
Pede deferimento.

Macapá, 04 de abril de 2022.

Advogad o OAB/nº XXXX

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