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|apenas, modalidades miltiplas da subyersto do cumpo tite lrério, Dai que ndo nos seja permitido esperar encontrar nestas paginas nem wm estudo sobre 0 exotismo, nem a nogto de liceratura wpopidars, nem a de literatura megro-africana, mas do somente um esame, a partir de wm certo wimero de sleuagies, dos processos susceptivels de levar a uma efectva- to da subverséo no campo literdri. Também no nos have- ‘mos de admirar com o facto de os exemplos utiizados serem tirados quer dos textes aliterdioss, quer dos outros. nosso propsito ndo era tracar wm quadro das contratiteraturas {que fosse correspondente ao que farlamos para a literatura», ‘mas mostrar mecanismos de contestacao tal como eles se Imenifestam nos textos. dcrescentemos para concluir— julgames que estas pale: vas ndo serdo initets— gue ndo terlamias encetado este tra batho, se ndo tivéssemos tido previamente uma experiéneta directa com una forma precisa de voontralteraturas: a lite ratura negrojricana. Nestas condicoes, partindo de um dos aspectos que consiiiwem a etapa altima do proceso aqut escrito, seria mais fécil reencontrar, 3 se efectuasse prick rramente um percurso em ordem inversa d-seguida na expo- sigdo, a imagem que a nossa coviedade propée de slteraturas. Poderd alguém ver neste facto um exemplo ilustrativo do bemfuudado da pedagogia do wcontarnar a questdo»: nto ‘ra expressamente essa a nossa tntenedo, mas também reco. nhecemos que nio temos motivos para deploréto, “ CAPITULO 1 A HERANCA Caps Ale I PP hennisn 1. A cLITERATURA> COMO REPRESENTAGAO E VALOR Huxley, no seu Brave New World, © Truffaut, no seu Fahrenheit 451, descrevem cada um a seu modo, um mundo em que a literatura» & condonada & prolbicio, porque considerada como uma sobrevivéncia barbara dos antigos tempos, indigna da era inaugurada por Ford, e Incompativel com as exigéncias de uma planificagio racional. Talvez nos sintamos tocedos por esta fabula totalitéria, mas tal mundo, jimaginado quer pelo romancista, quer pelo cineaste, no € mals do gue mer flo. 0 cero ¢ dul eSNg IRE f¢ nada nos indica que um dia venha a sélo, como ce ir tr cates ae Wein inrben sounde © que profetiza Mac Luhan, ao desaparecimento da «Galéxia Guttembergs. EB que esta iltima pode mesmo ainda vir a ter um belo futuro, E, na realldade, quando stentamos na imagem que @ nossa sociedade—t80 frequentemente. qualificada de «teen cistas ou de stecnocratica»—consirdi da sua propria cultura, verificamos i ‘ie, em Na realidade, a literatura continua ser um telagdo a0 qual se ordenam algumas das tendéncias ¢ das \Kesies que aqui all se menfeam no seo dn sociedad slobal. Deste modo, os estudos Iiterdrios acupam no nosso Sistema de ensino, tantojsecunditio como Superior um lugar ‘ fotalmente desproporcionado, se tivermos em linha de conta fas mediocres possbilidades de integracio social a que eles conduzem, © lento aparetimenta do ensino «moderao» — dur rate muito tempo denominado especial» —, a negligencia ea depreciagdo de que, desde as suas origens, ¢ objecto 0 fensino secundario téenico em relagio 20 ensino secundério clissico sf0 muito significativas a este respeito. 0 vigor dos ffrontamentos 2 que, por outro lado, dao logar periodic. mente os debates sobre o latim oto francés, para os quals nos perguntamos se deve ser ensinado como uma lingia svivas ‘ow como uma liga wliterdrias— debates que deveriam na realidade permanccer a um nivel esteitamente téenico: qual ser a melhor formacio que convém proporcionar, se tivermos ‘em linha de conta 08 objectivos que nos propomos atingir? — ‘mostra igualmente a importincia a wliteaturas nas mosses representagées colectivas, As miliplas interveng6es dos pode- es piblicos contribuem, por outro lado, para dar a este tipo de problemas uma dimensao verdadeiramente nacional. Assim, continuando uma tradigio ilustrada nomeadamente por Fran: isco T a0 promulgar 0 édito de VillersCotteréts, por Riche- ss 20 fundar a Academia Francesa e por Napoledo ao orga nizar a Universidade, os dirigentes actuais também entendem

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