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INTRODUÇÃO
Revista
Multiverso
INSTITUTO FEDERAL
219 SUDESTE DE MINAS GERAIS
Campus Juiz de Fora
A INFLUÊNCIA DE RECURSOS VISUAIS NA ASSIMILAÇÃO DE CONHECIMENTOS NAS Ensino de Física
AULAS DE FÍSICA
aplica a muitos dos cursos de graduação mundo da alta tecnologia, que é dono de
em ciências, pois muitos dos alunos não todas as realizações do progresso científico
ingressam na graduação diretamente e técnico. Algumas propostas como
ao término do Ensino Médio, ou mesmo, aplicativos e sobre o uso do computador
passaram por um Ensino Médio sem poder em ambientes educacionais podem ser vistos
vivenciar grande parte dos processos que nos trabalhos de Valente (1999); Honorato
regem um bom ensino de Física de acordo et al (2015) dentre outros e discussões
com as recomendações dos PCN. sobre a Cibercultura (LÉVY, 1999), e nas
Assim se define a necessidade da intervensões do espaço de aprendizagem
utilização, nas aulas, das relações entre o da sala de aula, nas chamadas “future
processo histórico e técnico, exemplos do classrooms”.
cotidiano, a vivência dos estudantes sobre Mesmo não estando amparados por
as relações com ciência e com a tecnologia. mobiliários e por espaços físicos que dão
Fatores relacionados ao lado funcional da suporte a essa metodologia, podemos
ciência (RYDER, 2001) e que podem ser adaptar o processo aos nossos espaços
inseridos diretamente na prática de sala formais de ensino. Isto é, possível com um
de aula, assim como nas resoluções de professor que torne suas aulas mais vivas,
problemas. Existe uma vasta literatura mais interessantes, e com significado para
sobre os métodos e técnicas de Ensino a geração atual. Em uma carta Landau
de Física na escola exemplificando os disse:
“A principal coisa, é fazer tudo com
objetivos didáticos e os recursos da ciência paixão! Isto é o fator essencial para
Física (GOLUB, 1999; DISTERVEG, 1956; decorar nossas vidas!”1
KONSTANTINOV, 1982; PESTALOZZI,
1909; USHINSKY, 1950; VYGOTSKY, Estas palavras estão melhorando
1999). Estes trabalhos abordam o caráter com sucesso o processo de aprendizagem,
experimental da Física, a validação de leis, criando uma atmosfera de colaboração
e como o estudo dos fenômenos é feito na sala de aula, o aluno e o professor são
experimentalmente. colegas entusiasmados.
Amparada por discussões
relacionadas com a Natureza da “Há uma relação entre a alegria ne-
Ciência (Clough, 2008), o experimento cessária à atividade educativa e a
demonstrativo pode ser uma ferramenta esperança. A esperança de que pro-
fessor e alunos juntos possam apren-
poderosa para criar interesse no assunto der, ensinar, inquietar-nos, produzir
e iniciar o processo de construção do e juntos igualmente resistir aos obs-
conhecimento (RAMOS, 2011; MICHA et táculos à nossa alegria.” (FREIRE,
2006, p.29)
al, 2011; FIGUEIRA, 2011).
Para a organização de uma aula
MÉTODOS
moderna de Física, não podemos somente
nos apegar aos estudos teóricos. É
Metodos de ensino
necessário manter um interesse na Física,
e o modo de utilização de uma variedade
O século XXI é denominado o século
de métodos para estimular as atividades
da “sociedade eletrônica” e da idade da
de aprendizagem.
civilização informação. Assim é preciso
Há uma diversidade de técnicas e
um novo professor com os requisitos
ferramentas que são utilizadas em sala de
modernos para ensinar, e assim procurar
aula como métodologias de aprendizagem:
gerar espaços dentro do processo de
verbal; demonstração e ilustrativo
ensino para que o estudante possa
(visual); laboratório; trabalho com um
vivenciar dentro do ambiente escolar o
1 Disponível em: http://ega-math.narod.ru/Landau/Dau2003.
htm, acesso em 01/08/2016.
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A INFLUÊNCIA DE RECURSOS VISUAIS NA ASSIMILAÇÃO DE CONHECIMENTOS NAS Ensino de Física
AULAS DE FÍSICA
“Tudo o que é possível, para assegu- de como somos capazes de inspirar nossos
rar a percepção dos sentidos, ou seja,
o visível - para a percepção da visão, alunos, e como seremos capazes de atrair e
da audição - audição, olfato - cheiro, manter a atenção durante todo o processo
o que você pode provar - o gosto, o de aprendizagem.
tato está disponível - através do sen-
tido do tato. A partir desses itens é É importante ressaltar que a
imediatamente possível perceber al- atividade demonstrativa não tem o objetivo
guns sentimentos, deixá-los aprovei- de ocupar o lugar do laboratório de Física
tar vários sentidos ao mesmo tempo”
(KONSTANTINOV, 1982). no qual o aluno manuseia o experimento,
mas sim proporcionar um ensino teórico
A visibilidade na compreensão para mais consistente e significativo. A
Comenius está associada com a percepção visibilidade da experiência Física contribui
de objetos (eventos) pelos sentidos e para a clareza da experiência informativa,
envolve a assimilação do conhecimento permite aos alunos visualizar com atenção
através da observação direta de objetos os detalhes do experimento e assim
e fenômenos através de sua percepção ligar o novo conhecimento com a teoria
sensorial. estudada na aula. Utilizando-se material
O coração dos ensinamentos didático experimental nas aulas de Física
de Comenius sobre a visibilidade é a permitimos aos alunos compreender com
epistemologia materialista sensacionalista, facilidade os assuntos mais difíceis.
que pode ser observada em sua obra,
Didactica Magna, publicada originalmente “A análise do papel das atividades
em 1627. experimentais desenvolvida ampla-
mente nas ultimas décadas revela
Para justificar a visibilidade de que há uma variedade significativa
Comenius, muitas vezes citamos uma de possibilidades e tendências de uso
frase: “Nada está na mente sem que o dessa estratégia de ensino de Física,
de modo que essas atividades podem
avanço não fosse dado na sensação”. ser concebidas desde situações que
J.A.Comenius determinou a visibilidade e focalizam a mera verificação de leis e
o valor da seguinte forma: se queremos teorias, até situações que privilegiam
as condições para os alunos refleti-
transmitir aos alunos o conhecimento rem e reverem suas ideias a respeito
verdadeiro e sólido das coisas em geral, dos fenômenos e conceitos aborda-
deve ser ensinado tudo através da dos, podendo assim atingir um ní-
vel de aprendizado que lhes permita
observação pessoal e prova sensorial, efetuar uma reestruturação de seus
a escola deve favorecer todos os seus modelos explicativos dos fenôme-
sentimentos. O aluno deve ouvir, tocar, nos” (ARAÚJO & DOS SANTOS ABIB,
cheirar, provar tudo o que pode e deve ser 2003)
visto, em um processo onde o olhar pode
Portanto, não é desejavel
se reencontrar com a natureza quando esta
somente a aula chamada “Física do giz”.
se revelasse aos nossos sentidos. Desta
É necessária a plena implementação
forma podemos nos livrar da natureza
de um programa com experimentos
humana das ambigüidades intermináveis
demonstrativos associados ao trabalho dos
e alucinações. Assim em vez de ele se
alunos nos laboratorios. O experimento de
restringir a um processo exagerado de
demonstração é, portanto, particularmente
explicações e repetições, o aluno pode
importante no ensino da Física. Além de seus
contemplar o conhecimento científico
valores fundamentais, os experimentos
através dos próprios olhos.
demonstrativos são indispensáveis
Isto mostra que para J.A. Comenius a
para o desenvolvimento acadêmico dos
visibilidade é considerada não só o princípio
alunos e para despertar o interesse pelo
básico da aprendizagem, mas também um
assunto, desenvolvemento nos alunos as
facilitador da aprendizagem. O efeito da
habilidades experimentais mais simples,
pratica de qualquer observação depende
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BIBLIOGRAFIA
ARAÚJO, Mauro Sérgio Teixeira; DOS SANTOS ABIB, Maria Lúcia Vital. Atividades
experimentais no ensino de Física: diferentes enfoques, diferentes finalidades.
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CLEMES, Glenda; GABRIEL FILHO, Hilson José; COSTA, Samuel; Aula como estratégia
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FIGUEIRA, J.S. Movimento browniano: uma proposta do uso das novas tecnologias no
ensino de Física. Revista Brasileira de Ensino de Física. v. 33, n. 4, 4403. 2011.
FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 25.ed.
São Paulo: Paz e Terra, 2002. 54p.
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Something from Doing Experiments?. Journal of Research in Science Teaching. v.
37, n. 7, p. 655- 675. 2000.
USHINSKY, K.D. O homem como objeto de educação. v.1, Ed. Moscou, 1950.
VALENTE, José. A. Análise dos diferentes tipos de Software usados na Educação In:
José Armando Valente (org.). O Computador na Sociedade do Conhecimento.
1ed. Campinas: Nied Unicamp, v. 1, p. 89-99. 1999.
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