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T Picos em Ergo e Seguran A Do Trabalho 1698195012
T Picos em Ergo e Seguran A Do Trabalho 1698195012
(organizador)
Tópicos em Ergonomia e
Segurança do Trabalho
Volume 1
1ª Edição
Belo Horizonte
Poisson
2017
Editor Chefe: Dr. Darly Fernando Andrade
Conselho Editorial
Formato: PDF
ISBN: 978-85-93729-24-9
DOI: 10.5935/978-85-93729-24-9.2018B001
CDD-658.8
www.poisson.com.br
contato@poisson.com.br
Apresentação
As marcas do desenvolvimento econômico, das inovações tecnológicas somadas às novas
exigências do mercado, a partir da década de 90 do século passado, trouxeram muitas opções, as
quais incidiram sobre as exigências de transformações nas formas e no comportamento dos gestores
atuarem nas organizações, quer sejam elas privadas ou públicas.
Hoje, a realidade deste cenário é de exigências práticas e rápidas nas resoluções de
problemas que estão interconectados com a economia, modernidades tecnológicas, mercado e nas
relações do comportamento com o mundo do trabalho.
A otimização dos processos e o aumento da produtividade são preocupações constantes nas
organizações, requerendo cada vez mais a aplicação de ferramentas e métodos que permitam atingir
níveis mais elevados de desempenho nesses aspectos. Em paralelo a isso, é crescente a
preocupação das empresas e dos pesquisadores com os efeitos do trabalho na saúde, satisfação e
segurança dos operadores.
Essas ações de mudanças de ordem tecnológica conduzem suas aplicações às relações de
complexidade do trabalho, as quais tendem a aumentar, tornando indispensável para os gestores das
organizações e pesquisadores repensarem novos estilos dos processos de trabalho. Assim, compete
aos gestores das organizações e pesquisadores refletirem sobre as formas de processos de trabalho
quando do desenvolvimento de projetos, onde a cada dia são agregadas novas definições de
informações e de controle, repercutindo, diretamente nos trabalhadores e nas suas ações tanto físicas,
organizacionais como cognitivas na atividade real de trabalho.
A Ergonomia e Segurança do Trabalho busca a compreensão desses fatores através da
utilização de ferramentas adequadas para identificar problemas em situações de trabalhos e
implementar melhorias.
Pesquisas em Ergonomia e Segurança do Trabalho tem se ampliado de forma volumosa,
desde seu início, nos primórdios da Revolução Industrial. Este crescimento é notório de verificação
tanto pelo aumento no número de programas de pós graduação stricto e lato sensu, quanto pelo
elevado número de eventos e congressos que apresentam trabalhos relacionados ao tema.
O livro Tópicos em Ergonomia e Segurança no Trabalho, em seu primeiro volume, aborda
investigações dos pesquisadores da área, procedente das diversas regiões do Brasil. O livro é
dividido em vinte capítulos, nos quais são comtemplados as três grandes áreas da Ergonomia, a
saber: Ergonomia Física, Ergonomia cognitiva e Ergonomia organizacional, juntamente com as
reflexões sobre Segurança do Trabalho.
Isto posto, os capítulos do livro são compostos por temas que abrangem pesquisas, tais como:
na Ergonomia física, onde análises apontam às características da anatomia humana, antropometria,
fisiologia e biomecânica em sua relação a atividade física, além de assuntos relevantes que incluem o
estudo da postura no trabalho, manuseio de materiais, movimentos repetitivos, distúrbios músculo-
esqueletais relacionados ao trabalho, projeto de posto de trabalho, segurança e saúde.
Há capítulos de afirmações de análises da Ergonomia cognitiva: na qual se refere aos
processos mentais, como percepção, memória, raciocínio e resposta motora conforme afetem as
interações entre seres humanos e outros elementos de um sistema, acrescido de estudo da carga
mental de trabalho e tomada de decisão.
Existem também capítulos que comtemplam a Ergonomia organizacional: onde são
compartilhados estudos de pesquisas referentes à otimização dos sistemas sóciotécnicos, incluindo
suas estruturas organizacionais, políticas e de processos, bem como, projeto de trabalho, organização
temporal do trabalho, trabalho em grupo, projeto participativo, novos paradigmas do trabalho, trabalho
cooperativo, cultura organizacional e gestão da qualidade.
Por fim, espero que os conteúdos apresentados sejam inspiradores para continuidade e
futuras análises de produções científicas na área ergonômica e, que possam ser aplicados em
organizações privadas, públicas e de prestações de serviços, bem como nos cursos de graduação e
pós-graduação.
Os temas apresentados falam por si sobre sua relevância. Desejo, portanto, que a leitura seja
proveitosa e que os conceitos aqui abordados, por alunos de graduação, graduados, mestres,
mestrandos, doutores, doutorados, bem como pós-doutores e renomados pesquisadores, possam
servir de base e repercutir de modo positivo em futuras pesquisas da área.
Autores ....................................................................................................................................
203
CAPÍTULO 1
MTM E ERGONOMIA NA ANÁLISE DO TRABALHO DE UM
OPERADOR DE SOLDAGEM DE PLACAS ELETRÔNICAS DE
UMA EMPRESA DE COMUNICAÇÃO DIGITAL DE
FLORIANÓPOLIS-SC
Alexandre Tsuyoshi Kobayashi
Wellington Renan Holler
Lizandra Garcia Lupi Vergara
Mirna de Borba
Fonte: Os autores
Fonte: Os autores
A análise das atividades executadas pelo Para utilização do protocolo RULA, foram
operador no posto de trabalho na realização analisadas as filmagens da postura assumida
da tarefa de soldagem da placa eletrônica foi pelo operador durante a realização da
feita através da avaliação Ergonômica e do atividade de trabalho, classificando-as de
método MTM-1. acordo com o método de avaliação postural
aplicado. O método RULA classifica as
posturas por partes do corpo (braço, punho,
3.3.1 ANÁLISE ERGONÔMICA pescoço, pernas, antebraço, rotação de
punho, tronco) e a atividade, em relação à
Para identificar e quantificar os principais postura estática, ações repetitivas e carga. A
fatores de riscos devido à sobrecarga Tabela 1 mostra os dados obtidos para a
biomecânica dos membros superiores foram etapa pegar placa eletrônica.
aplicados o questionário nórdico de sintomas
Fonte: Os autores
Fonte: Os autores
Fonte: Os autores
Para cada uma das etapas operacionais foi etapa operacional tem-se o tempo total para
feita a descrição usando os símbolos dos realização da tarefa. O tempo total para a
movimentos básicos de acordo com a tabela tarefa foi de 1,06 min/placa. A Tabela 4
MTM-1. Para cada movimento foi atribuído o apresenta, como exemplo, a descrição dos
valor do parâmetro de influência (extensão movimentos, parâmetros de influência e o
dos movimentos) e o valor de tempo obtendo- valor de tempo da etapa pegar placa
se dessa foram o tempo de cada etapa eletrônica.
operacional. Somando-se os tempos de cada
Fonte: Os autores
que o operador faça pausas durante a distância maior que a fibra e o resistor, pois o
realização da tarefa. mesmo atrapalhava o movimento até a fibra. A
pinça foi colocada em um local fixo, a uma
O método de trabalho foi padronizado e as
distância menor que os componentes. O
ferramentas, componentes e materiais
layout proposto para a bancada de soldagem
auxiliares foram dispostos de forma adequada
pode ser visto na Figura 3.
na bancada. O estanho foi colocado a uma
Fonte: Os autores
P-value Padrão
Processo de Tratamento Conclusão
bicaudal (nivel de confiança)
Reajuste por fórmula 0,65 0,05 P-value>0,05: aceita-
paramétrica se a Ho
Aditivo de Prazo e valor 0,14 0,05 P-value>0,05: aceita-
se a Ho
Aditivo de Prazo 0,108 0,05 P-value>0,05: aceita-
se a Ho
Fonte: Andrade (2013)
Com base no teste, aceita-se a hipótese nula dispersão nos tempos de ciclos operacionais,
e não se pode comprovar estatisticamente como se dá na indústria.
que haja diferença entre as médias do lead
Para avaliar esta premissa, novamente com
time para diferentes faixas de valor contratual.
técnicas de estatística descritiva, foi utilizado
Do ponto de vista da atividade de trabalho,
o grau de curtose. A curtose avalia o grau de
não se justifica o uso de índices de
dispersão de determinada amostra, podendo
produtividade diferentes para valores de
ser: “platicúrtica (alta dispersão caracterizada
faixas contratuais distintas.
por uma curva achatada) ou leptocúrtica
A outra premissa escolhida para avaliação foi (baixa dispersão caracterizada por uma curva
a de baixa variabilidade da atividade da MDS alongada)” (BRUNI, 2011, p.80). Foram
e a consequente possibilidade de escolhidos os operadores mais experientes
padronização, repetição de ciclos em cada processo de contratação. Para cada
operacionais e seu controle sob a forma de comprador, foi calculado a curtose real do
Volume/unidade de tempo. Caso esta conjunto de valores do lead time de
premissa estivesse correta, do ponto de vista tratamento de suas requisições, comparando
da atividade de trabalho real, em situação de com o valor teórico de classificação da
funcionamento normal, haveria uma baixa dispersão (KTEÓRICO = 0,263).
Reajuste por fórmula parámetrica Comprador 2 0,279 Platicurtica 0,279 > Kteórico
O que se depreende da identificação dos bater o lead time, ou pelo menos não ter um
fatores de interveniência acima revelados é lead time tão maior”.
que não houve uma preocupação em projetar
os parâmetros de desempenho que avaliam o
trabalho na MDS com foco na real atividade 4. ALGUMAS INDICAÇÕES PARA UM
de trabalho ali realizada. Isso gera distorções PROJETO ORGANIZACIONAL NA MESA DE
severas. Por um lado, no caso de Trabalho SERVIÇOS
Externo ou Trabalho Bloqueado, a imprecisão
A pesquisa termina por sugerir elementos de
de cálculo do lead time incorpora na
orientação de uma reconfiguração do projeto
avaliação do trabalho do operador diversas
organizacional das medidas de desempenho
ineficiências de outros setores da companhia
utilizadas na avaliação do trabalho na MDS.
que podem distorcer a percepção de
As indicações permitem avançar o projeto
qualidade de seu trabalho. Por outro lado, a
organizacional em dois princípios: 1) Maior
desconsideração dos fatores de Trabalho
adequação das medidas de desempenho
Suplementar afeta o dimensionamento da
(métrica e meta) em relação à realidade da
meta de 21 dias utilizadas para o lead time,
atividade de trabalho na MDS e 2) Ampliação
incorporando trabalho à atividade do
da avaliação do trabalho também para itens
operador sem computar esse acréscimo na
de Qualidade da tarefa em relação ao
meta projetada.
desempenho organizacional como um todo.
Do ponto de vista do desempenho
A primeira proposta baseia-se na ideia de que
organizacional, fatores como a negociação de
devem existir dois lead time: a) o lead time
valores de reajustes contratuais não são
final – refere-se ao tempo total do processo a
valorizados na meta. Ao não considerar o
partir da criação da requisição até a
tempo de negociação na previsão da meta,
conclusão do tratamento pela área de
sugere-se que não é importante investir tempo
compras e b) lead time do operador – usado
nessa atividade para obter o menor reajuste,
para medir a atividade de trabalho apenas do
pois isso aumentaria o lead time e impactaria
comprador durante o tratamento da
negativamente na percepção de valor do
requisição, excetuando-se todos os fatores de
trabalho do operador. Um outro aspecto
Trabalho Externo e Trabalho Bloqueado.
relevante é que, diante da impossibilidade de
Assim, o lead time final, avaliando a
gerenciar os fatores de TE e TB que fazem
velocidade de todo o processo, passaria a ser
avançar o lead time, a única estratégia
uma meta conjunta de todas as áreas
possível ao operador da MDS é a
envolvidas. O operador seria medido apenas
intensificação da jornada de trabalho. Como o
pelo lead time específico de seu trabalho.
lead time é medido em dias, e não em horas,
aumentar o “tamanho” do dia ajuda a reduzir Com relação à incorporação da dimensão da
o impacto destes efeitos no lead time. De fato, Qualidade na avaliação do trabalho da MDS,
a pesquisa pôde perceber a utilização este projeto pretendeu interrogar sobre o que
sistemática de hora-extra (não remunerada) seria um “BOM” resultado do trabalho do
no setor, como sugere um operador: “a única operador da MDS. Do ponto de vista da
maneira é realizar hora-extras para tentar operação, o trabalho deve ser capaz de
Processos com
Média dos lead times do operador, negociação:
excetuando-se os fatores de 21 dias
Lead time do operador
Trabalho Bloqueado e Trabalho
Externo Demais processos:
14 dias
Quantidade de requisições
SLA (Service Level entregues no prazo acordado com
85%
Agreement) o cliente/ Quantidade total de
Requisições tratadas
Percentual de vezes que a
prestação dos serviços
% Serviços Interrompidas contratados foram interrompidos 0%
por problemas na manutenção
contratual
Resumo: Este trabalho consiste num estudo ergonômico de uma operação logística
em um supermercado de peças de uma montadora. Com o objetivo de melhorar a
produtividade da operação, observando não só oportunidades de redução de
tempo e aplicação de medidas 5S, mas também as questões de saúde e
segurança que afetam a produtividade, foi realizado um estudo para avaliar as
condições em que as operações estão sendo realizadas atualmente e proposto
sugestões de melhorias para reduzir riscos de integridade física a que os
operadores estão expostos. As análises foram realizadas com o auxílio do software
Ergolândia, especialmente desenvolvido para análises ergonômicas aprofundadas
e diversas, e os resultados foram discutidos ao final, conflitando com as exigências
da NR 17 e com os conhecimentos adquiridos nas aulas de Ergonomia e na
bibliografia pesquisada sobre o assunto.
Fonte: Os autores
Índice de Moore e Garg = FIE x FDE x FFE x FPMP x FRT x FDT (1)
Fonte: Os autores
O somatório dos pontos equivalente a oito Por último, em Posto de Trabalho e Esforço
indica a improbabilidade de risco, porém não Estático foi atribuída mais uma penalização
descarta sua existência. O principal devido à falta de regulagem de altura no
contribuinte para este resultado foi o tópico posto de trabalho, que no caso é
Postura no Trabalho. A existência do esforço representado pelas prateleiras e pelo basket.
estático das mãos e do ombro durante a
jornada de trabalho já garantiram dois pontos 3.2.3 MOORE E GARG
nas duas primeiras perguntas. Além dos
O método Strain Index foi utilizado porque,
esforços estáticos, há o desvio ulnar forçado
devido às características da atividade
dos punhos no momento de se colocar a
analisada, as principais partes do corpo do
bandeja sobre o basket ou de retirá-la da
operador sujeito a riscos ergonômicos são os
prateleira, o que adicionou um ponto ao
membros superiores. Devido ao fato da
somatório.
massa da caixa com as peças variar entre
O quarto ponto da Postura de Trabalho foi
3,920kg e 6,635kg, o Fator de Intensidade do
devido à necessidade de se levantar os
Esforço foi considerado “algo pesado”.
braços acima da altura dos ombros, esforço
Analisando o resultado encontrado com a
que, apesar de não ser exigido em todas os
aplicação do método Cálculo de Força, a
níveis da prateleira, não pode ser
força necessária para o transporte das cargas
desconsiderado por fazer parte da rotina de
entre os limites de massa citados varia entre
trabalho da função, e da frequente abdução
38,455N e 65,089N e a classificação da
do braço acima de 45 graus.
intensidade do esforço levou em
Analisando os demais tópicos, a Sobrecarga
consideração a não concentração de peso
Física contribuiu com um ponto devido à
das cargas nos limites.
massa da caixa com as peças ser superior a
O Fator Frequência do Esforço é de quatro a
300g. A Repetitividade e Organização do
oito minutos, determinado através do
Trabalho foi o segundo colocado em relação
acompanhamento da atividade e do vídeo
às penalizações. A não existência de
gravado em 07/03/2013. Estas medidas
alternância de grupamentos musculares e o
também foram importantes para a
não estabelecimento de um tempo de
classificação do Fator Duração do Esforço em
descanso superior a cinco minutos por hora
“maior ou igual a 80% do ciclo”. O Fator
renderam mais dois pontos ao somatório.
Postura da Mão e Punho, assim como o Fator
Um índice acima de sete, além de indicar um Como a carga transportada pela operadora se
alto risco, informa que este é proporcional ao encontra entre 6,64% e 11,25% do seu peso,
valor obtido. Este resultado, apesar de ruim, e o limite seriam 23kg que representam
poderia ser muito pior caso a caixa possuísse 38,98% do seu peso, podemos afirmar
uma amplitude de peso maior. também que a saúde ou a segurança da
operadora não seria comprometida por se
4. DISCUSSÃO tratar de pesos inferiores ao limite para a
execução da atividade.
4.1 CÁLCULO DE FORÇA
O resultado da análise com esta ferramenta 4.2 CHECK LIST DE COUTO
possibilitou certificar que a atividade de
A Figura 5 ilustra a representatividade de
levantamento de carga está atendendo as
cada tópico na composição do somatório do
exigências da NR 17 que dizem respeito a
resultado final da análise.
esse ponto, bem como os itens 17.2.2 a
17.2.5.
Fonte: Os autores
Para atingir a inexistência de risco, algumas utilizados por todos os trabalhadores durante
medidas corretivas devem ser tomadas. as pausas das atividades em que os trabalhos
Dentre as possibilidades mais viáveis devam ser realizados de pé. Não há assentos
destacam-se o estabelecimento de uma para descanso nesse posto de trabalho, e a
pausa de cinco a dez minutos por hora e a colocação dos mesmos amenizaria os riscos
atribuição de atividades no restante da devido a fatores biomecânicos.
jornada de trabalho que façam uso de outros
grupamentos musculares. Estas medidas, se 4.3 MOORE E GARG
tomadas em conjunto, já seriam suficientes
Na análise com a ferramenta de Moore e
para que o somatório do método caísse para
Garg, caso o limite inferior de massa do
seis pontos, passando para uma situação de
conjunto caixa mais peças, 3,920kg, fosse
fatores biomecânicos significativos, porém
levemente reduzido ao ponto de ser
com ausência de risco.
considerado um esforço de intensidade leve,
É importante ressaltar que, neste caso, a
e se observasse uma concentração de caixas
Postura no Trabalho passaria a representar
com massas próximas a este valor, o índice
2/3 da pontuação total, devido ao fato de as
estaria no intervalo ]3;5], onde o a existência
ocorrências penalizadas neste tópico serem
de risco é considerada incerta.
características da atividade e, portanto,
A evolução do índice em função do Fator de
dificilmente poderão ser alteradas.
Intensidade do Esforço pode ser observada
Em relação a NR 17, verificamos que a
na Figura 6, com os demais fatores fixados, a
atividade atende o item 17.3.2, que trata das
cor amarela indica o risco duvidoso e a azul a
características do mobiliário dos postos de
proporção de risco dentro da classificação
trabalho, porém não atende o item 17.3.5 que
alto risco.
exige a colocação de assentos para
descanso em locais em que possam ser
REFERÊNCIAS
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Universidade Candido Mendes. Pós Graduação dimensionamento de supermercados na indústria".
“Lato Sensu”, 2012. Universidade do Porto. Mestrado Integrado, 2012.
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3.0." Retrieved 09/03/2013, from
http://www.fbfsistemas.com/screenshots.html
Improvável Baixa
Provável Média
Rotineira Alta
Fonte: Adaptado de Seiffert (2010)
Consequência
Probabilidade Alta Média Baixa
Improvável Gerenciável Negligenciável Negligenciável
Provável Gerenciável Gerenciável Negligenciável
Rotineira Não tolerável Não tolerável Gerenciável
Fonte: Adaptado de Seiffert (2010)
Segundo a autora, o risco é classificado como adicional sobre o processo seja necessário. É
negligenciável caso nenhum controle gerenciável caso as probabilidades e
Essa descrição revela que o trabalho das Falta troco demais. Tem gente que chega
operadoras de caixa é uma atividade que aqui com R$ 100,00 para comprar duas
requer forte componente visual, assim como caixas de leite de R$ 2,00. O pior é que
exigência de um esforço mental e cognitivo quando a gente não está trabalhando no
intenso (atenção, concentração, resolução de caixa 1, está no caixa 4. São os dois mais
problemas, memória imediata e de médio complicados. Sempre tem clientes.”
prazo). É constituída de ciclos variáveis de 15 (Verbalização espontânea coletada em
segundos a 5 minutos de duração. Como foi observação durante a realização do trabalho).
descrito na ficha acima, entre um atendimento
e outro, no horário de pico, há pequenos
intervalos e às vezes não há intervalos para 5. RESULTADOS
autoregulação (um pequeno descanso mental
Os resultados revelam algumas questões da
e também para recuperação da musculatura
organização do trabalho que ocasionam
dos membros superiores) o que comprova
sobrecargas às trabalhadoras, como por
que, do ponto de vista da ergonomia, a
exemplo:
atuação no caixa denominado prioritário (para
gestantes, idosos e deficientes) é muito a) Dificuldades de as operadoras fornecerem
desgastante para a funcionária. o troco aos clientes quando eles realizam o
pagamento das mercadorias compradas.
Lembramos que cada funcionária ocupa esse
Muitos desses revelam impaciência e
caixa uma vez por semana com intuito de não
queixam diretamente com elas. Uma
sobrecarregar nenhuma das operadoras, visto
funcionária verbalizou:
que esse caixa funciona ao longo da jornada
de trabalho quase que ininterruptamente ou “Se não temos dinheiro trocado, os clientes
com pequenos intervalos entre um cliente e acham que a culpa é da gente. A empresa
outro. Quando não há gestantes, idosos ou tinha que colocar dinheiro trocado com a
deficientes, outros clientes fazem opção por encarregada para ela passar para a gente.
serem atendidos nesse caixa. Sobre essa Falta troco todo dia e ela finge que não vê a
questão, uma operadora relatou: gente chamando por ela. É muito cansativo.
Tem vezes que a gente troco com as
“ficar nesses dois caixas é cansativo demais.
colegas”. (Verbalização espontânea coletada
A gente não tem um minuto de descanso.
Planejamento e
Recebimento Vendas / Aprovação do
Controle de Projeto
do pedido Orçamento cliente
Produção
Planejamento e
Ordem de
Transporte Expedição Controle da Operador
Serviço
Produção
Fonte: Autores
No setor escolhido para essa pesquisa, (JOB), em seguida, ele analisa as informações
recorte da demanda, os funcionários que contidas nesse documento e inicia o setup da
trabalham na máquina centro de usinagem máquina.
CNC possuem escolaridade técnica e
Primeiramente, ele utiliza um guindaste para
executam suas atividades em três turnos.
colocar um apoio de metal para a peça dentro
Atualmente, existem dois funcionários com
da máquina. O uso do guindaste requer
mais experiência e outro em treinamento.
constante movimentação, o que se torna
O processo de trabalho do operador inicia-se complicado pela presença de um desnível
com o recebimento da ordem de serviço acentuado e sem sinalização (Figura 1).
Figura 1 – Utilização do Guindaste para apoio da peça na máquina e desnível no chão sem
sinalização adequada
Fonte: Autores
Em seguida, utilizando o mesmo que será usinada na máquina CNC (Figura 2).
equipamento, ele faz a colocação da peça
Fonte: Autores
Para a máquina CNC iniciar o processo de suas atividades que foram previamente
usinagem, ela precisa reconhecer as peças definidas. Assim que o download está
com as mesmas medidas que foram definidas completo, ela pede um reconhecimento das
na sua programação. Após a checagem das ferramentas que serão utilizadas durante o
ferramentas, ele começa um processo de processo de usinagem.
medição para que a máquina reconheça o
Após a inserção das ferramentas na máquina,
ponto (0, 0, 0) dos eixos (x,y,z) que devem
utilizando apenas um pedaço de papel, o
coincidir com o centro da peça a ser usinada.
operador verifica se as mesmas estão
Este processo demanda muita atenção,
posicionadas corretamente em relação à
resposta de curta duração e carga cognitiva,
base. Essa é uma estratégia desenvolvida
visto ser minucioso. Apenas com as medidas
pelo operador para verificar se as medidas
corretas a máquina poderá iniciar o processo
anteriores estavam corretas, já que a folha de
de usinagem.
papel tem menos de 1mm. Ele desce a
Quando todo o processo de medição está ferramenta enquanto movimenta a folha de
concluído e a identificação do centro da peça papel de um lado para outro na máquina
já foi feito, a máquina faz o download das (Figura 3).
Fonte: Autores
Quando a folha para de se movimentar é “É como uma faca cega serrando uma peça
porque a ferramenta está devidamente de carne, ela passa, mas não corta”.
posicionada e pronta para o uso. Essa
Quando isso acontece, o som é mais agudo
estratégia foi desenvolvida pelo operador
em relação ao ruído normal emitido pela
mais experiente da máquina CNC para que
máquina normalmente. Os ruídos emitidos
ele saiba quando a ferramenta toca a base
pela máquina também dependem da dureza
fixa, sem que desça demais e cause possíveis
da peça, ou seja, o metal muitas vezes chega
danos à ferramenta.
à empresa com uma dureza padrão
Quando questionado sobre esse determinada, entretanto, verifica-se que ele
procedimento, ele verbalizou que o faz está mais ou menos duro, e isso também vai
porque é a maneira mais fácil e rápida de influenciar no ruído emitido pela ferramenta
saber se a ferramenta está bem posicionada e durante o trabalho, mas o operador afirma não
firme, já que a distância desta com a base conseguir descrever esse som e que isso
seria menos de 1mm, medida considerada deve ser acompanhado no campo e
satisfatória. Essa estratégia realizada pelo assimilado com o tempo.
operador é de extrema importância na
O “grito” acontece quando a máquina corta
realização do trabalho, mas nem sempre é
duas paredes ao mesmo tempo, ou seja, num
repassada aos outros.
ângulo de 90 graus. De acordo com essa
O operador mobiliza saberes para efetuar seu situação, o operador verbalizou:
trabalho e muitas vezes nem sabe que o
“Ah, parece com o barulho de uma máquina
utiliza, o que foi comprovado também pela
de trem em baixa velocidade num trilho,
utilização do computador CNC, pois, as teclas
aquele grito fino, mais estridente”.
do mesmo estão todas apagadas e mesmo
assim ele sabe suas funções e posições. O operador também se refere à fluidez com
que a ferramenta corta a peça que está sendo
Após confrontarmos essa informação com o
trabalhada. Se o som e a vibração forem mais
trabalhador, vimos que além do treinamento
fortes, também quer dizer que a ferramenta
era necessário um conhecimento específico
está desgastada.
que só era aprendido com o tempo, já que a
máquina demandava o que ele verbalizou “Tudo depende da vibração, do ruído e do
como sendo “malícia”, ou seja, um balanço da ferramenta, eu sinto se ela está
aprendizado adquirido com o tempo, mas de indo ou não, através da vibração”.
difícil explicação e que demanda tempo e
Por meio desses parâmetros o operador
conhecimento das operações gerais para
consegue entender o que acontece durante o
serem adquiridos.
processo de usinagem e isso geralmente não
A máquina trabalha de uma maneira é compartilhado nem sequer gerido pela
específica para cada tipo de material, peça e empresa. Foi perguntado ao operador se o
trabalho a ser feito e nem sempre as mesmo conseguiria treinar uma pessoa nova
especificações de materiais e ferramentas a no trabalho, ele relatou que conseguiria, mas
serem utilizadas são suficientes para que o que a pessoa teria que o acompanhar durante
trabalho seja realizado de maneira satisfatória, os processos para entender cada ruído
portanto, o trabalhador necessita de específico de cada processo da máquina e
conhecimentos específicos para concluir seu também para sentir a vibração. Ele disse
trabalho e esse conhecimento não é explícito. também que não consegue explicar o
Isso pode ser comprovado na maneira que a trabalho dele em termos específicos,
máquina se comporta em diversas situações, principalmente no que se refere ao ruído e a
emitindo diferentes ruídos ou tipos de vibração típicos da máquina.
vibração. O trabalhador chamou esses ruídos
A partir dessas observações fizeram-se
de “choro” e “grito” da máquina, dependendo
algumas recomendações com as quais se
da peça que é trabalhada naquele momento.
acredita que com o gerenciamento e
O choro da máquina é um ruído que está compartilhamento do conhecimento do
relacionado com a vibração e ao som e, ao operador de máquina CNC será possível
mesmo tempo, com o desgaste da ferramenta acelerar o processo de aprendizagem dos
(se ela está afiada ou não). novos operadores e propiciar um ambiente de
trabalho mais saudável e seguro.
REFERÊNCIAS
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Legislação: Normas Regulamentadoras. NR-17 knowledge and expertise. Phenomenology and
Ergonomia. Disponível em: the Cognitive Sciences, p. 1-31, 2012 (b).
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regulamentadoras-1.htm>. knowledge and expertise acquisition.
[2] CÂNDIDO, M. S.; FERREIRA, C.; GRAPEGGIA, Phenomenology and the Cognitive Sciences, p.
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[10] RIBEIRO, Rodrigo. Tacit knowledge
management. Phenomenology and the
Cognitive Sciences, p. 1-30, 2012 (a).
tarefa simples. Não adianta a elaboração de setor sobre os temas abordados. A partir
documentos e registros de instruções de dessa análise, foram sugeridas
processo, quando não há implementação e recomendações ergonômicas a fim de gerar
colocação prática dos mesmos. mudanças significativas no setor estudado,
visando um aumento de produtividade e
3. METODOLOGIA melhor conforto ao operador no seu posto de
trabalho.
Primeiramente, foi realizada uma revisão
bibliográfica a fim de levantar as informações
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
que seriam necessárias para desenvolver este
estudo. Em seguida, foi construído um 4.1. POSTO DE TRABALHO
questionário de 14 questões (Anexo 1) com a
O objeto de estudo selecionado foi o setor de
finalidade de levantar informações
polimento, que é responsável pela
necessárias relacionadas à ergonomia
preparação das peças para serem
cognitiva.
encaminhadas ao setor de pintura. Este posto
Em visitas à fábrica, através da aplicação do
de trabalho possui dois colaboradores, que
questionário e de um diálogo com membros
trabalham de maneira conjunta em uma
da gestão e da operação, foi possível obter as
mesma bancada, conforme mostrado na
informações desejadas.
Figura 1.
Por fim, foram analisados o questionário e as
outras informações coletadas para a
realização de um diagnóstico ergonômico do
Fonte: Os autores
[11] WEILL-FASSINA, A. L’Analyse des aspects Enjeux et formes (pp.193-198). Paris: Cereq,
cognitifs du travail. Em M. Dadoy, C. Heenry, 1990.
B. Hillau, G. de Terssac, J.-F. Troussier & A. [12] WEILL-FASSINA, A.; RABARDEL, P.; DUBOIS,
Weill-Fassina (Orgs.), Les analyses du travail. D. Représentations pour l’action (1ª ed.).
Toulouse: Octarés Éditions, 1993.
ANEXO 1
4) Existe alguma dificuldade de saber como será feito o polimento, ou qual lixa se utilizará?
a) Não
b) Raramente
c) Poucas vezes
d) Com certa frequência.
e) Muito frequentemente.
7) Em caso de uma situação perigosa como um incêndio ou outra situação de risco, como o
operador ficará sabendo na fábrica?
a) Alerta sonoro.
b) Alerta visual.
c) Alerta visual e sonoro.
d) Aviso informal de colegas de trabalho.
8) O operador sabe como reagir em caso de uma situação crítica, como um incêndio?
a) Sim.
b) Sim, mas não existem um procedimento padrão ou treinamento, só uma orientação.
c) Não.
10) O operador sabe qual caminho percorrer para sair da fábrica em situação de emergência?
Ele também acha que esse caminho está bem sinalizado?
a) Sabe o caminho e acredita que está bem sinalizado.
b) Sabe o caminho, mas não acha que esteja bem sinalizado.
c) Não sabe o caminho.
11) Para o operador, existe alguma rota alternativa caso o caminho principal esteja bloqueado?
Acha que é de fácil acesso?
a) Sim e o operador acha que é de fácil acesso.
b) Sim e o operador acha que não é de fácil acesso.
c) Apesar de existir um caminho alternativo o operador desconhece.
d) Não existe caminho alternativo, ou é de difícil acesso.
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Blucher.
2011. Sendo assim, o setor é relevante para o numa área de 19,26m2 (4,63m x 4,16m),
crescimento da indústria nacional. Aliado a detém um pé direito de 3 metros, piso de
esse cenário encontram-se condições de cerâmica, teto de gesso e a iluminação é
trabalho suscetíveis a riscos ambientais basicamente artificial.
evidentes, como condições acústicas O setor de adonização abrange os serviços
inadequadas, elevadas temperaturas, de adonizaçao dos perfis de alumínio como
iluminação insuficiente e exposição a forma de garantir uma maximização da
substâncias químicas. resistividade do alumínio, bem como
Os aspectos acústicos tem reflexo em todo proporcionar cor aos perfis (fosco, preto,
organismo e não apenas no aparelho auditivo, natural ou branco). Este setor possui quinze
ambientes com ruídos intensos e trabalhadores efetivos no local de
permanentes geram uma gama de efeitos operacionalização das atividades, o galpão
negativos, como alteração do humor, de produção é construído em alvenaria, com
capacidade de concentração, inferências no um pé direito de 8 metros, piso de cimento,
metabolismo e riscos de problemas cobertura de estrutura metálica com telhas de
cardiovasculares, além de perda auditiva resina translucidas, iluminação natural e
muitas vezes irreversível. O calor excessivo é artificial e ventilação natural.
introduzido pelas atividades desenvolvidas e
pelos equipamentos utilizados nos processos, 3.2. CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA
assim como pelas características do ambiente
Visando o cumprimento dos objetivos de
e a sua capacidade de manter condições
pesquisa foram abordados quatros aspectos
internas adequadas no que se refere ao
metodológicos principais: revisão
conforto térmico. As condições lumínicas
bibliográfica, quantificação e comparativo
precisam considerar fatores como o ambiente,
entre os setores avaliados no que abrange os
dimensões, funcionalidade, cores
agentes acústicos, térmicos e lumínicos, a
predominantes e a idade dos trabalhadores, e
identificação qualitativa dos riscos ambientais
podem prejudicar efetivamente a saúde do
por meio da aplicação das folhas de
trabalhador, e afetar sua produtividade.
verificação de inspeção de segurança
(cheklist) e a percepção do nível de
3. ASPECTOS METODOLÓGICOS
usabilidade dos EPI’s por partes dos
3.1. CARACTERIZAÇÃO DO trabalhadores de ambos os setores.
EMPREENDIMENTO Em relação à pesquisa bibliográfica utilizou-se
como parâmetro a consulta a fontes primárias
O trabalho foi realizado numa indústria
e secundárias provenientes de livros
metalúrgica que trabalha na produção de
reconhecidos da área, artigos e periódicos
alumínio e suas ligas em forma primária e na
técnicos e científicos, assim como sites
transformação do alumínio em chapas, para
relacionados a temática abordada. Além
perfis de alumínio. Localizada no município de
disso, a pesquisa bibliográfica foi aliada a
Campina Grande – PB - Brasil, admite duas
pesquisa de campo, no intuito de
filiais e detém 96 trabalhadores, além disso,
proporcionar dados e resultados mais
tem o segmento da construção civil como
concisos.
principal mercado de atuação. Seu processo
No que concerne a abordagem quantitativa,
produtivo abrange as seguintes etapas:
empregou-se procedimentos experimentais
recebimento e estocagem de matéria-prima,
mediante o uso do aparelho termo – hidro –
transporte de matéria-prima, esteira, corte,
decibelímetro – luxímetro, referente a marca
extrusão, estiramento, forno de
Instrutherm, modelo THDL - 400. O referido
envelhecimento, anodizaçao, secagem,
instrumento consiste num dispositivo que
embalagem, estocagem e expedição.
operacionaliza as medições inerentes aos
A pesquisa foi centralizada em dois setores
aspectos níveis de ruído (decibéis), índices
da referida organização: o setor administrativo
de iluminância (lux), temperatura (°C) e
e o setor de anodização. O setor
umidade (%). O mesmo estava calibrado
administrativo trabalha com os serviços de
corretamente. As medições relativas a níveis
coordenação da produção e demais serviços
de ruído e temperatura foram realizadas no
inerentes a administração. É composto por
ciclo de 8 horas de trabalho corridas,
cinco trabalhadores: um auxiliar
correspondendo a um turno produtivo, tendo
administrativo, dois encarregados de
em vista que a operacionalização do
produção e um técnico de segurança do
processo exige tal especificação. Os
trabalho. O mesmo encontra-se disposto
intervalos entre as medições de ruído e
100
80
60
40
20
0
Administrativo
Anodização
Faixa inferiror do Limte de Especificação NR 17
Faixa superiror do Limte de Especificação NR 17
40
30
20
10
Em relação ao aspecto iluminação do setor amplas do galpão, além disso, ainda detém
administrativo, a iluminância artificial do paredes de cor clara.
mesmo é feita mediante uma luminária Ambos os setores possuem índices de
embutida do tipo calha com duas lâmpadas iluminância inadequados para as atividades
fluorescentes. Apesar da existência de uma realizadas, segundo a NBR 5413. Tal
janela, o local não conta com iluminação evidência constata a efetivação de um
natural, uma vez que esta incide para outra ambiente de trabalho insalubre que pode
área da empresa. O fato das cores das ocasionar doenças ocupacionais ao longo
paredes e do teto serem claras eleva o nível dos anos, a depender do tempo de exposição
de refletância do ambiente. O setor de a essa inadequação, e exige maior esforço e
anodização possui iluminação artificial e atenção do trabalhador na condução de suas
principalmente natural devido às portas atividades. Tal comparativo segue
exemplificado no gráfico 3.
600
500
400
300
200
100
0
pela sensação de aperto que alguns EPI’s de uso é aceitável, cerca de 60% dos
proporcionam, tanto em relação à cabeça colaboradores afirmam usar sempre os
quanto ao ouvido do trabalhador. Essa equipamentos de proteção individual, porém
constatação de desconforto efetivamente mediante os riscos ambientais inerentes ao
influencia a condução do trabalho e o setor de trabalho, esperava-se que a
desempenho do colaborador. A figura 2 frequência de uso fosse mais efetiva. Cerca
abrange os resultados sobre essas assertivas. de 26,67% admitem usar os EPI’s algumas
Uma possibilidade de amenização desse vezes durante a rotina de trabalho, resposta
desconforto laboral poderia consistir na justificada, segundo os próprios
junção de treinamento adequado quanto ao trabalhadores, pela pressa em operacionalizar
uso dos EPI’s e de uma política educacional o processo produtivo ou pelo esquecimento
da empresa que vise conscientizar a dos mesmos. Apenas 13,33% não tem
essencialidade do uso de tais equipamentos. nenhuma frequência de uso dos EPI’s, o
Apesar de todos os trabalhadores afirmarem a motivo principal desse fato é relacionado ao
importância e estarem dispostos a usar os desconforto associado a utilização dos EPI’s,
EPI’s, é preciso incentivar, ensinar, ratificar onde mesmo alguns deles cientes do riscos
que esses instrumentos existem para que a aos quais estão submetidos, optam por
rotina de trabalho seja mais agradável e continuar não utilizando os equipamentos que
segura, e que podem evitar danos podem prevenir acidentes mais graves ou
substanciais a saúde dos trabalhadores. doenças ocupacionais futuras. O gráfico 4 faz
O último segmento de avaliação quanto ao um apanhado geral sobre os aspectos
uso dos EPI’s abrange a frequência de uso principais concernentes a usabilidade dos
por parte dos trabalhadores avaliados. Diante EPI’s.
dos resultados, verificou-se que a frequência
80,00%
60,00% 46,67%
40,00%
20,00%
20,00%
0,00%
A Ergonomia (ou Fatores Humanos) é uma ergonomia, seu conceito traz uma série de
disciplina científica relacionada ao benefícios para as empresas: como economia
entendimento das interações entre os seres e redução de custos, além de aumento da
humanos e outros elementos ou sistemas, e à produtividade para funcionários e
aplicação de teorias, princípios, dados e comodidade para as pessoas em geral, e
métodos a projetos a fim de otimizar o bem diminui ainda o número de afastamentos por
estar humano e o desempenho global do ordem médica, que por sua vez aumenta o
sistema. Os ergonomistas contribuem para o índice de produtividade e reduz despesas
planejamento, projeto e a avaliação de (CHOOBINEH et al, 2004).
tarefas, postos de trabalho, produtos,
ambientes e sistemas de modo a torná-los 2.2. ANÁLISE ERGONÔMICA DO TRABALHO
compatíveis com as necessidades, (AET)
habilidades e limitações das pessoas.
A Análise Ergonômica do Trabalho (AET) é um
método elaborado para estudar o
Nos dizeres de Iida (2005), a ergonomia é o
funcionamento real das situações de trabalho:
estudo da adaptação do trabalho ao homem,
as condutas realizadas no trabalho constituem
onde o trabalho não está designado apenas
seu objeto principal, permitindo identificar os
àquele executado com máquinas e
processos que regem a relação entre elas e o
equipamentos utilizados no processo
sistema de constrangimento nos quais elas se
produtivo, mas também como todas as outras
desenvolvem. Este método contribui para
possíveis relações entre o homem e uma
identificar, de um lado, a diferença entre o
atividade produtiva. Podendo não envolver
"dever-fazer" (a tarefa prescrita) e o "fazer" (a
somente o ambiente físico como também
atividade real) e, de outro lado, como o
envolver os aspectos organizacionais. A
indivíduo faz reajustamentos, chamados de
ergonomia tem uma visão ampla onde
regulação (TERSSAC, 1990).
abrange atividade de planejamento e projeto,
que ocorrem antes do trabalho ser realizado, A Análise Ergonômica do Trabalho (AET) visa
e aquelas de controle e avaliação, que aplicar os conhecimentos da ergonomia para
ocorrem durante e após esse trabalho. analisar, diagnosticar e corrigir uma situação
Percebe-se que a ergonomia considera a real de trabalho. Ela foi desenvolvida por
análise integral do projeto como necessária pesquisadores franceses e se constitui em um
para que o trabalho possa atingir os exemplo de ergonomia de correção (IIDA,
pretendidos resultados. 2005).
Lima (2003) aponta na sua bibliografia que a Além de permitir a identificação do trabalho, a
ergonomia admite analisar a adaptação do AET, também proporciona à descrição de
trabalho ao homem e, por isso, sua todos os modos operatórios, assim como os
importância referente ao ambiente de agravantes, as comunicações, o coletivo de
trabalho. Desta forma, essa ciência tem por trabalho, as competências requeridas pela
objetivo, de acordo com Abrahão et al (2009), função e as competências que os operadores
ajustar a atividade às características já possuem, neste contexto, verifica-se que
peculiares do trabalhador, tornando este diagnóstico serve de subsídio para
apropriada e salutar a interação entre ele e o adequar os treinamentos à realidade (SOUZA,
processo produtivo em que atua. 1994).
A Ergonomia tem duas finalidades primordiais A aplicação desta metodologia pressupõe a
que é o melhoramento e a conservação da participação do trabalhador no processo de
saúde dos trabalhadores e a concepção e intervenção ergonômica, bem como prioriza o
funcionamento satisfatórios do sistema estudo da situação real de trabalho
teórico, do ponto de vista da produção e da (VASCONCELOS et al., 1999).
segurança (SHUVAL; DONCHIN, 2005).
Segundo Santos e Fialho (1997), a AET é
Atualmente, as finalidades da ergonomia composta por três fases: análise da demanda,
levam a uma preocupação por parte dos a análise da tarefa e a análise das atividades,
fabricantes, em deixar a opção de regulagens que devem ser abordadas para garantir uma
de assentos, controles, etc., de acordo com o consistência metodológica. Na prática
tamanho do operador. Até no caso de ergonômica estas fases podem acontecer de
calçados industriais, começam a surgir uma forma simultânea, sem que prejudique a
numeração intermediária aos números sequência metodológica.
padrões. Com a preocupação de atender a
Fonte: Autor
Fonte: Autor
As ilustrações acima demostram o local exato doença pelo esforço repetitivo que ela
da medição da temperatura, mostrando sua produz, seja ela LER (Lesão por esforço
iluminação e as condições de temperatura do repetitivo) ou até mesmo uma DORT (Distúrbio
ambiente onde o mesmo apresenta de uma osteomuscular relacionado ao trabalho). Já no
ventilação escassa. que diz respeito ao alto nível de temperatura
no posto de trabalho de higienização dos
4. RECOMENDAÇÕES ERGONÔMICAS E utensílios, uma medida mitigadora urgente
CONSIDERAÇÕES FINAIS para esse problema é a utilização e
colocação de ventiladores, exautores ou até
Baseando-se na Análise Ergonômica do
mesmo aparelhos condicionadores de ar.
Trabalho (AET), este estudo possibilitou
relacionar os fatores e as causas das queixas O objetivo do trabalho foi alcançado, ou seja,
mais constantes que interferem na saúde dos análise ergonômica teve êxito na sua
funcionários do posto de trabalho avaliado. A aplicação. Conseguiu-se estudar o posto de
utilização do método RULA juntamente com o trabalho e as recomendações ergonômicas
software ERGOLÂNDIA possibilitaram uma foram propor melhorias aos problemas
melhor identificação dos riscos aos quais os identificados no ambiente em estudo,
funcionários estão expostos, neles viu-se que permitindo ao colaborador executar as
é necessário um plano de melhoria urgente atividades com o mínimo de exigência física e
para que o colaborador não adquira uma evitando a sobrecarga muscular.
doença ao executar sua função de forma
De forma complementar, esse trabalho
repetida por várias horas de trabalho. Esse
agregou valor tanto para o restaurante da
plano de melhoria seria de forma rápida e
Universidade quanto para a classe
eficiente acatando a ideia de uma rotação de
trabalhadora, pois se entende que este
funções para cada funcionário que exerce
estudo contribuiu para a prevenção de
essa tarefa fazendo com que o mesmo não
doenças ocupacionais e para que o
fique somente naquela função de
colaborador execute sua tarefa de forma
característica repetitiva para não adquirir uma
3.1 ANÁLISE DA ATIVIDADE depois para dar o formato, o padeiro usa uma
forma circular aberta no meio. Por fim, o
Foi acompanhada a produção dos salgados,
salgado vegetariano é produzido, com
a qual se iniciou às 6 h. Todos os salgados
alteração apenas do recheio (queijo, palmito,
são feitos com a mesma massa, havendo
requeijão e tomate). Vale salientar que o
apenas variações quanto ao tipo de recheio e
salgado vegetariano é o único a ser cortado
o corte da massa. Primeiramente, são
depois de assado, pois isso evita perda do
separadas as matérias-primas (trigo, ovos,
recheio.
fermentos, manteiga, etc.) a serem utilizadas.
Todo o corte é realizado de forma manual
Como padeiro possui experiência quanto à
(com exceção do hambúrguer que utiliza o
produção diária, o mesmo produz a
auxílio do aro). O padeiro afirma que é
quantidade aproximada a ser consumida no
necessário seguir uma determinada ordem de
dia. É relevante ressaltar que ele se diz
corte, para que os produtos fiquem uniformes
preocupado com a qualidade “Produzir todo
e para reduzir desperdício de massa.
dia para ter um produto fresco para nosso
cliente”. Outra observação feita pelo padeiro é
sobre como a temperatura e a umidade do dia 3.2 PRÉ-DIAGNÓSTICO E DEMANDA
afetam principalmente a produção do pão EMERGENTE
francês. Nos dias frios esse pão cresce
Com uma jornada de trabalho extensa (de 2
menos, assim em dias como esse ele é
às 22h) o padeiro alterna suas posturas e o
colocado em um armário e com ele uma
tempo de descanso ao longo do dia. Nas
panela com água fervendo para tentar
primeiras horas, das 2 às 5 h 30 min, ele
amenizar o efeito da temperatura sobre o
trabalha de pé, nessa etapa de preparação, a
produto. E nos dias de calor a panela contém
postura do padeiro é curvada nos momentos
água fria.
em que ele usa a bancada para preparar e
Os ingredientes da massa são colocados na abrir as massas, e também enquanto ele
masseira. Embora essa etapa de mistura recheia e corta os salgados; o que demonstra
exclua o esforço braçal, apenas o padeiro que o dimensionamento das mesas e
pode determinar o ponto certo em que a bancadas não estão compatíveis com a altura
massa deve ser deixada em repouso, para do trabalhador. Esta questão antropométrica
que reações químicas ocorram entre os acaba por gerar contração estática da coluna
ingredientes e influencie a percepção e consequentemente dores musculares. É
sensorial pelo consumidor (textura, aroma, importante mencionar que durante a
sabor, cor, homogeneidade). execução das tarefas, o padeiro sempre se
encontra posicionado de pé. Em nenhum
Depois de obter a massa nos padrões
momento ele senta, seja para descansar, seja
desejados, é iniciada a produção dos
para executar alguma tarefa.
salgados. O padeiro retira porções da massa
O primeiro, e breve intervalo, acontece deste
da masseira e assim começa a produção.
horário até as 6h, momento no qual ele inicia a
Primeiramente, ele elabora o salgado com
produção dos salgados até que a meta do dia
recheio de carne moída. A porção retirada da
seja atendida, o que ocorre até as 10 h. A
masseira é colocada em um cilindro industrial,
partir desse momento o padeiro pode fazer
que tem a função de reduzir a espessura da
uma pequena pausa, sendo que, em seguida,
massa. Em seguida, a massa é esticada
iniciam-se os preparativos para a produção
sobre uma mesa de inox até o ponto da
de alimentos no período da tarde. Às 11 h
montagem dos salgados. A massa é então
acontece o intervalo para o almoço,
cortada com auxílio de uma faca e no seu
encerrando às 13 h 30 min. O padeiro
centro é colocada uma porção do recheio de
permanece trabalhando na cozinha e fazendo
carne moída e uma fatia de presunto.
entregas até as 22 h, momento no qual a
De forma similar é feito o salgado de frango, padaria é fechada.
todavia recebe um recheio diferente (frango, A jornada trabalho do padeiro é considerada
mozarela, tomate e batata palha) e um corte longa e exaustiva, gerando um grande
mais simples. Este, depois de enrolado segue cansaço ao final do dia. Ela foi estabelecida
para crescimento da massa. O salgado dessa forma devido à falta de profissionais
“hambúrguer” segue os mesmos para ajudá-lo na cozinha; o padeiro relatou ter
procedimentos dos demais: estica-se a dificuldade em encontrar trabalhadores
massa, coloca-se hambúrguer, mozarela, qualificados, pois a oferta no município é
presunto e tomate, fecha-se a massa e logo pequena, o que eleva o custo. Além disso, ele
destacou que contratar uma pessoa sem com o ritmo biológico constrangimento para
experiência demanda tempo para treinamento que as metas sejam atingidas. O método de
e, devido a alta demanda do município, os trabalho adotado intensifica o desgaste físico
trabalhadores treinados deixam o posto para e mental, pois as atividades são manuais,
abrir seu próprio negócio. Soma-se a isto o repetitivas (como o corte, por exemplo),
fato do padeiro ser, também, o proprietário, o exigem esforço físico e muito tempo de pé;
que exige que ele realize atividades com um tempo de repouso se resume a
administrativas e organizacionais. poucas horas de sono o organismo pode
A sobrecarga física do padeiro é acumular o cansaço gerando o risco de
intensificada por um conjunto de fatores problemas imediatos ou futuros.
observado na pesquisa. Um dos problemas A distribuição dos equipamentos no local
identificados foi a variação da demanda, ao acaba por intensificar o desgaste físico, pois
longo do dia e do ano. A demanda da os fornos dispostos em uma área de pouca
empresa varia em relação ao público e de ventilação (sem janelas ou exaustores),
acordo com os horários, por exemplo, as 6 h o elevando a temperatura no local, o que eleva
público é de trabalhadores da cidade que a temperatura do corpo e a atividade do
tomam o desjejum antes de irem para o organismo. Além disso, há muito
trabalho e às 18 h o público a ser atendido é movimentação, como pode ser observado no
principalmente de universitários que retornam fluxo, figuras 2 e 3. Em projetos de padaria,
das suas atividades. Ao longo do ano, a além da área de atendimento ao público é
variação é decorrente da entrada anual de necessário incluir o setor de recepção de
universitários na instituição localizada próxima mercadorias, a qual dever ser localizada
à padaria, aumentando a quantidade de próxima ao estoque para que o fluxo de
moradores na cidade. Com essa variação as trabalho seja linear e a área de manipulação
máquinas, que são de pequeno porte acabam deve ocupar 50% da área total (BERTIN;
sobrecarregadas, pois não atendem a MENDES, 2011). Este excesso de
capacidade, levando a uma intensificação do movimentação se soma aos demais fatores
ritmo de produção para atender a demanda. como fonte de desgase físico e pode
O ritmo de trabalho intenso é, também, fator representar, ainda, perda de rendimento,
de risco. Uma vez que por ser incompatível devido à movimentações desnecessárias.
Figura 3 - Fluxos
Riscos Classificação
Todas as partículas que se encontram em suspensão no ar e que
podem ser nocivas à saúde. O tempo de permanência dos
Aerodispersóides aerodispsersóides no ar depende do tamanho, do peso específico e da
velocidade de movimentação do ar. Se dividem em névoas, neblinas,
poeiras, fumos metálicos e fibras
Figura 3 – Itens procedimento de segurança para avaliação, prevenção e tratamento dos riscos
Fonte: Adaptado da NBR 14785 - Laboratório Clínico - Requisitos de segurança, ABNT (2001)
Todos os tipos de riscos estão presentes em prevenir, o mais rápido possível, qualquer
um laboratório e alguns deles dependem inadequação nas atividades e o registro das
muito da estrutura do laboratório. Outros já demais atividades do laboratório, como o
envolvem a relação com reagentes e treinamento de pessoal, acidentes e
equipamentos laboratoriais e podem ser incidentes ocorridos e outros. Por fim, o
avaliados para verificação de sua importância laboratório deve seguir exigências de
na garantia da segurança (FERNANDES, arquitetura e estrutura física e meio ambiente,
2015). de forma a mitigar e minimizar os riscos que
Além das regras vistas na Figura 4, é ideal possivelmente existam no ambiente.
que se realize também, auditorias internas no Logo, é sabido que a implementação de
programa de segurança com o intuito de treinamentos, a utilização correta dos
verificar se as atividades estão em equipamentos e cuidados nas atividades
conformidade ou em não-conformidade. desenvolvidas em laboratório, tem como
Deve-se ainda, fazer o registro de todas as garantia a melhor qualidade do trabalho.
auditorias com o objetivo de se corrigir ou
Fonte: http://migre.me/soFZt
Podem-se controlar os riscos com utilização Ao passo que novas tecnologias surgem,
de Equipamentos de Proteção Individual novosparâmetros são solicitados ao setor de
(EPI). Para proteção respiratória, podem ser manutenção, os quais necessitam de
utilizadas (além da ventilação citada) ferramentas inovadoras e também técnicas de
máscaras especiais de proteção. Para planejamento e gerenciamento da produção.
proteção contra radiações e temperaturas Sendo assim, Viana (2002) nos diz que
elevadas, devem ser utilizados óculos e manutenção pode ser dividida em subáreas
máscaras de proteção (para evitar danos aos como indicadas abaixo:
olhos e face), além de avental e luvas (de Manutenção Corretiva;
couro, para evitar a incidência da radiação e
Manutenção Preventiva;
proteção contra choque elétrico).
Manutenção Preditiva;
Ficam evidenciadas, então, verificações TPM(Manutenção Produtiva Total).
imprescindíveis para garantir a segurança e a
saúde do mantenedor nessas condições do A abordagem de cada subárea de
espaço laboral: manutenção cumpre os requisitos de
confiabilidade, uma vez que
Limpeza, sinalização e organização;
compreendemmedições, análises, adoção de
Local adequado para materiais, procedimentos, monitoramentos que influem
equipamentos e rejeitos; na efetividade das práticas corretivas,
preventivas, preditivas e produtivas em geral.
Revisão e manutenção dos
equipamentos e instalações; O universo industrial que engloba as usinas
Organização de emergência, como sucroalcooleiras adota técnicas de
primeiros socorros e proteção contra manutenção em diversos níveis, expondo os
incêndios; seus funcionários constantemente a
ambientes de alto risco que possuem
Proteção coletiva através de significância relevante à saúde e à segurança.
ventilação geral;
Nesse contexto, a manutenção elétrica
Proteção individual com a utilização acrescenta fatores de risco e atividades em
dos EPI (Equipamentos de proteção condições de periculosidade com energia
individual); elétrica conforme os quadros de operações
O eletricista trabalha na montagem de leitos e transita com frequência pelo local durante a
eletro calhas (Figura7) na área do manutenção dos super postes que estão
carregamento de etanol e ao lado dos presentes em toda a planta industrial.
tanques de armazenamento. Além disso,
4.3 PROPOSIÇÃO DE MEDIDAS ATIVAS E/OU das medidas ativas e passivas de combater a
PASSIVAS MAIS ADEQUADAS OU incêndios que devem ser implantadas pela
CORREÇÃO DAS JÁ EXISTENTES casa noturna como forma de garantir a
segurança de seus funcionários e
O Quadro 1 apresentado a seguir apresenta
frequentadores.
as propostas de adequação ou de correção
Quadro 1 – Pontos de melhorias das medidas passivas e ativas de proteção e combate a incêndios
e explosões
Item Legislação Melhorias
Instrução Técnica n°. Correção das dimensões
Acesso de viaturas 06/2015 do Corpo de encontradas para acesso de viaturas na
na edificação Bombeiros Militar do Estado edificação, passando a ser 4,0 m de largura
de São Paulo por 4,5 m de altura.
Elaboração de um memorial de
cálculo hidráulico da rede de hidrantes e
seus componentes;
Instalação de dispositivo de
recalque, consistindo em um prolongamento
de mesmo diâmetro da tubulação principal;
A tubulação aparente do sistema
deve ser identificada em cor vermelha;
O alcance do jato compacto
produzido pelo sistema não deve ser inferior
a 8 m, medido da saída do esguicho ao
ponto de queda do jato;
As mangueiras de incêndio devem
ABNT NBR 13714:2000 -
ser acondicionadas dentro dos abrigos;
Sistemas de hidrantes e de
Os abrigos devem ser em cor
mangotinhos para combate
vermelha, possuindo apoio ou fixação
a incêndio.
própria, independente da tubulação que
ABNT NBR 11861:1998 -
abastece o hidrante ou mangotinho;
Mangueira de incêndio -
O acionador do esguicho regulável
Requisitos e métodos de
deve permitir a modulação da conformação
Hidrantes / ensaio
do jato e o fechamento total do fluxo;
Mangotinhos ABNT NBR 14349:1999 -
As mangueiras de incêndio para uso
União para mangueira de
de hidrantes devem atender às condições
incêndio - Requisitos e
da NBR 11861. As uniões entre mangueiras
métodos de ensaio
de incêndio devem ser conforme a NBR
ABNT NBR 5580:2015 -
14349;
Tubos de aço-carbono para
Todo e qualquer material previsto ou
usos comuns na condução
instalado na tubulação deve ser capaz de
de fluidos - Especificação
resistir ao efeito do calor, mantendo seu
funcionamento normal;
O meio de ligação entre tubos,
conexões e acessórios diversos deve
garantir a estanqueidade e a estabilidade
mecânica da junta e não deve sofrer
comprometimento de desempenho, se for
exposto ao fogo;
Os tubos de aço devem ser
conforme a NBR 5580;
Instalação de sistema de
bombeamento com bomba elétrica, a
combustão e jockey.
Quadro 1 – Pontos de melhorias das medidas passivas e ativas de proteção e combate a incêndios
e explosões (continuação)
Item Legislação Melhorias
Dimensionamento da quantidade de
extintores de incêndio observando a
população fixa da edificação, classes de
incêndio existentes, distâncias máximas a
serem percorridas e capacidade extintora
de cada extintor;
Demarcação horizontal dos
extintores;
ABNT NBR 12693:2010 –
Extintores de Substituição dos suportes de
Sistemas de proteção por
incêndio fixação;
extintores de incêndio,
Os extintores devem ser colocados
com a sua parte superior, no máximo, a 1,60
metros de altura em relação ao piso
acabado;
Os extintores devem ser distribuídos
de modo a serem adequados à extinção dos
tipos de incêndio, dentro de sua área de
proteção.
Luminárias de emergência
alimentadas por central independente
(bateria) com funcionamento mínimo de 1
hora;
As luminárias deverão ficar
dispostas a altura de 2,60m do chão;
ABNT NBR 10898:2013 –
Iluminação De O sistema de iluminação de
Sistema de iluminação de
Emergência emergência deve possuir as seguintes
emergência.
características básicas: sistemas de
iluminação por centrais independentes
(baterias), com autonomia mínima de 1 hora
de funcionamento; comutação instantânea;
funcionamento automático quando houver
queda de tensão.
ABNT NBR 9077/2001 – A sinalização básica é constituída
Saídas de emergência em por quatro categorias, de acordo com a sua
edifícios. função, descritas a seguir: a) sinalização de
ABNT NBR 13434 - proibição; b) sinalização de alerta; c)
Sinalização de segurança sinalização de orientação e salvamento
contra incêndio e pânico (fotoluminescente); d) sinalização de
Saídas de
(partes 1, 2 e 3). equipamentos de combate e alarme
emergência e
ABNT NBR 14100:1998 – (fotoluminescente);
Sinalização
Proteção contra incêndio – As saídas de emergência (portas e
Símbolos gráficos para escadas) devem ser dimensionadas em
projeto função da população da edificação;
ABNT NBR 11742:2003 – Devem ser instaladas portas corta-
Porta corta-fogo para saída fogo P-60 (duração de 60min de resistência)
de emergência nas saídas da edificação;
ABNT NBR 14276:2006 – Compor brigada de incêndio no
Brigada de
Brigada de Incêndios - local conforme as exigências mínimas (7
incêndio
Requisitos brigadistas).
Quadro 1 – Pontos de melhorias das medidas passivas e ativas de proteção e combate a incêndios
e explosões (continuação)
Item Legislação Melhorias
Adoção de sistema de detecção de
alarme do tipo endereçável;
Central - localizada na recepção da
edificação, que é área de fácil acesso e,
sempre que possível, sob vigilância humana
constante;
Acionadores – do tipo manual,
ABNT NBR 17240:2010 - quebre o vidro. Instalado a uma altura entre
Sistemas de detecção e 1,20 m e 1,60 m do piso acabado na forma
alarme de incêndio – Projeto, embutida ou de sobrepor;
Detecção e alarme
instalação, comissionamento Alarmes sonoros/visuais – Instalados
de incêndio
e manutenção de sistemas em quantidades suficientes, nos locais que
de detecção e alarme de permitam sua visualização e/ou audição, em
incêndio – Requisitos qualquer ponto do ambiente no qual estão
instalados nas condições normais de
trabalho deste ambiente;
Detectores de temperatura – a área
máxima de ação destes detectores é de
81,00 m², para instalação em tetos planos,
ambientes sem condicionamento de ar, com
altura de instalação de até 8,00 m.
ABNT NBR 14323:2013 – Adoção de compartimentação
Projeto de estruturas de aço horizontal (Portas corta-fogo, paredes corta-
e de estruturas mistas de fogo);
aço e concreto de edifícios As aberturas situadas em fachadas
em situação de incêndio paralelas ou ortogonais, pertencentes a
ABNT NBR 5628:2001 – áreas de compartimentação horizontal
Compartimentação Componentes construtivos distintas do edifício devem estar
horizontal estruturais – determinação distanciadas de forma a evitar a
da resistência ao fogo; propagação do incêndio por radiação
ABNT NBR 14432:2001 – térmica, onde foram consideradas as
Exigências de resistência ao separações entre edificações.
fogo de elementos
construtivos de edificações –
procedimento.
ABNT NBR 9442:1988 - O controle de materiais de
Materiais de Construção – acabamento e revestimento empregado na
Controle de
Determinação do índice de edificação não deve permitir o surgimento
materiais de
propagação superficial de de condições propícias do crescimento e da
acabamento e
chama pelo método do propagação de incêndios, bem como da
revestimento
painel radiante - Método de geração de fumaça.
Ensaio
Plano de ABNT NBR 15219:2005 – Implantação do PAE juntamente
Atendimento a Plano de emergência contra com profissional habilitado e Corpo de
Emergências (PAE) incêndio - Requisitos Bombeiros local
REFERÊNCIAS
[1] ABNT – Associação Brasileira de Normas [10] _________ NBR 13714 - Sistemas de
Técnicas. NBR 5580 - Tubos de aço-carbono para hidrantes e de mangotinhos para combate a
usos comuns na condução de fluidos – incêndio. Rio de Janeiro: ABNT, 2000.
Especificação. Rio de Janeiro: ABNT, 2015. [11] _________ NBR 14100 – Proteção contra
[2] _________ NBR 5628 – Componentes incêndio – Símbolos gráficos para projeto. Rio de
construtivos estruturais – determinação da Janeiro: ABNT, 1998.
resistência ao fogo. Rio de Janeiro: ABNT, 2001. [12] _________ NBR 14276 – Brigada de
[3] _________ NBR 9077 – Saídas de Incêndios. Rio de Janeiro: ABNT, 2006.
emergência em edifícios. Rio de Janeiro: ABNT, [13] _________ NBR 14323 – Projeto de
2001. estruturas de aço e de estruturas mistas de aço e
[4] _________ NBR 9442 - Materiais de concreto de edifícios em situação de incêndio. Rio
Construção – Determinação do índice de de Janeiro: ABNT, 2013.
propagação superficial de chama pelo método do [14] _________. NBR 14349 - União para
painel radiante. Rio de Janeiro: ABNT, 1988. mangueira de incêndio - Requisitos e métodos de
[5] _________ NBR 10898 – Sistema de ensaio. Rio de Janeiro: ABNT, 1999.
iluminação de emergência. Rio de Janeiro: ABNT, [15] _________ NBR 14432 – Exigências de
2013. resistência ao fogo de elementos construtivos de
[6] _________ NBR 11742 – Porta corta-fogo edificações – procedimento. Rio de Janeiro: ABNT,
para saída de emergência. Rio de Janeiro: ABNT, 2001.
2003. [16] _________ NBR 15219 – Plano de
[7] _________ NBR 11861 - Mangueira de emergência contra incêndio. Rio de Janeiro: ABNT,
incêndio - Requisitos e métodos de ensaio. Rio de 2005.
Janeiro: ABNT, 1998. [17] _________ NBR 17240 - Sistemas de
[8] _________ NBR 12693 – Sistemas de detecção e alarme de incêndio – Projeto,
proteção por extintores de incêndio. Rio de instalação, comissionamento e manutenção de
Janeiro: ABNT, 2010. sistemas de detecção e alarme de incêndio. Rio de
[9] _________ NBR 13434 - Sinalização de Janeiro: ABNT, 2010.
segurança contra incêndio e pânico. Rio de [18] ARAÚJO, Wellington Tavares de. Manual
Janeiro: ABNT, 2005. de segurança do trabalho. São Paulo: DLC –
Difusão Cultural do Livro, 2012.
ser feito de acordo com objetivos definidos. cargas, em especial o levantamento delas,
Pode estar detalhada em procedimentos, deve ser considerado como trabalho pesado,
descrição de função, ou outros documentos e o problema não é tanto a exigência dos
formais da empresa; músculos, mas sim o desgaste dos discos
intervertebrais.
c. Análise da atividade: é a forma como o
trabalhador procede para alcançar os a) Transporte de Cargas:
objetivos em sua função, estando diretamente
Segundo Iida (2008) a carga provoca dois
relacionada ao comportamento do trabalhador
tipos de reações corporais. Primeiramente, o
para realizar suas tarefas, podendo ser:
aumento de peso provoca uma sobrecarga
ações, gestos, comunicação com os outros,
fisiológica nos músculos da coluna e dos
raciocínio da pessoa ou estratégias para o
membros inferiores. Ademais, pode provocar
trabalho.
estresse postural. Ambas podem causar
Após as análises, deve-se formular um desconforto, fadiga e dores.
diagnóstico com o objetivo de descobrir as
Iida (2008) destaca algumas recomendações
causas que provocam o problema descrito na
para manter o equilíbrio do corpo: manter a
demanda. “É somente neste estágio que as
carga próxima do corpo; adotar um valor
conclusões podem ser tiradas e um
adequado para cargas unitárias; usar cargas
diagnóstico estabelecido. É necessário que
simétricas; providenciar pegas adequadas;
todas as fases tenham sido realizadas para
trabalhar em equipe; definir o caminho;
que se possa definir as conclusões”
superar os desníveis do piso; eliminar
(SANTOS; FIALHO, 1995).
desníveis entre postos de trabalho; usar
Um caderno de encargos de recomendações transportadores mecânicos e usar carrinhos.
ergonômicas deve ser elaborado, baseado
em dados normativos gerais e específicos da b) Trabalhos em Pé
situação de trabalho analisada e o analista
deve utilizar técnicas especificas para os Para trabalhos em pé, Iida (2003) elaborou
modos operativos, das posturas, das estudos de acordo com o tipo de tarefa. Em
atividades e dos deslocamentos. uma empresa do ramo madeireiro tem-se, na
sua grande maioria, trabalho pesado. Na
Figura 1 é possível verificar as alturas
2.2.1 MANUSEIO DE CARGAS recomendadas para as superfícies horizontais
de trabalho, na posição em pé, de acordo
Segundo Grandjean (1998), o manuseio de com o tipo de tarefa realizada.
trabalho (NIOSH, 1994 apud TEIXEIRA; Na segunda fase, observação in loco, foram
OKIMOTO; GONTIJO, 2011). feitas três visitas, em dias e horários
aleatórios, às instalações da empresa, onde
Uma vez calculado o limite de peso
foram coletados dados referentes ao tipo de
recomendado (LPR) compara-se com a carga
atividade, de equipamentos e máquinas
real levantada, obtendo-se então o índice de
utilizadas no setor, posteriormente, foram
levantamento (IL) (WATERS, 1993 apud
capturadas imagens das posturas adotadas
ROSSO; OKUMURA, 2007).
durante a atividade nos postos de trabalho.
De acordo com Couto (1995), a interpretação
Na terceira fase, de análise postural, foram
deste índice baseia-se nas seguintes
analisadas e interpretadas as informações
considerações:
colhidas, com o auxílio do software
se o índice de levantamento for menor Ergolândia, para a obtenção-se do grau de
que 1,0 o trabalhador se encontra risco biomecânico de acordo com os métodos
numa situação segura, tem uma NIOSH, RULA e OWAS, e através de escores
chance mínima de vir a ter uma lesão; de tabelas apropriadas, estimaram-se
se o índice de levantamento for de 1,0 mudanças, para redução de riscos
a 2,0, o risco de vir a ter uma lesão ergonômicos.
aumenta;
se o índice de levantamento for maior
que 2,0 o risco de vir a ter alguma 3.2 PROCESSO PRODUTIVO
lesão na coluna ou no sistema Atualmente a madeireira é composta por uma
músculo-ligamentar aumenta de forma linha produtiva, onde o volume de madeira
considerável. serrada produzido é determinado pelas
solicitações de venda, ou seja, de acordo
3. PROCEDIMENTOS DE PESQUISA com a demanda do mercado.
Fonte: O autor
como uma das atividades com maior número podem ser registros, comunicações oficiais,
de acidentes. relatórios e outros.
O número de acidentes no trabalho pode Os dados utilizados para a pesquisa referem-
representar perdas consideráveis, como os se ao total de trabalhadores com vínculos
que se referem aos aspectos humanos, formais e registrados no ramo da Indústria da
sociais e econômicos gerando custos construção dos anos selecionados de acordo
elevados para as empresas, trabalhadores e com os CNAE específicos do setor.
governo (GOBBO, 2011)
Os dados referentes ao número de acidentes,
doenças do trabalho e tipos de acidentes
3. MATERIAL E MÉTODOS
foram selecionados na base de dados da
O estudo foi realizado com base nos dados Dataprev, disponibilizados no site MPS/AEAT
de acidentes de trabalho e doenças da Previdência Social, através do link
ocupacionais do Ministério da Previdência (http://creme.data-
Social e publicados no Anuário Brasileiro de prev.gov.br/scripts8/netuno.cgi e no Anuário
Proteção da revista Proteção. Brasileiro de Proteção da revista Proteção.
Quanto aos objetivos, a pesquisa caracteriza-
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
se como descritiva, pois realizou a
quantificação de acidentes de trabalho
ocorridos nos anos de 2007 a 2012 Com base na análise dos dados do Anuário
especificamente na indústria da construção Estatístico de Acidentes de Trabalho e no
civil no estado do Tocantins. Anuário Brasileiro de Proteção, observa-se
que no estado do Tocantins, nos anos de
A área e população escolhida para a
2007 a 2012 houve um aumento significativo
realização desta pesquisa referem-se ao total
de 17% no número total de trabalhadores
de trabalhadores (as) formais do ramo da
registrados, e de 14% no número de
Indústria da construção.
trabalhadores de outros setores da economia.
Quanto aos procedimentos, a pesquisa Já no setor da indústria da construção, houve
caracteriza-se como pesquisa documental. uma variação ao longo dos anos, sendo que
Segundo Vergara (2005), a análise em 2011 foi registrado o maior número de
documental é uma modalidade de coleta de trabalhadores com 25.880, decaindo no ano
dados que busca informações em posterior e mantendo uma redução de 7% no
documentos conservados no interior de crescimento do número de trabalhadores,
órgãos públicos e privados de qualquer conforme mostra o Figura 1.
natureza, ou com pessoas. Tais documentos
Este aumento é decorrente principalmente brasileira, onde mostra que o PIB setorial da
dos grandes investimentos realizados em construção civil havia crescido 3,6% no
nível nacional, como por exemplo, os primeiro semestre, se comparado ao mesmo
Programas de Aceleração do Crescimento período de 2010. (CBIC, 2014).
(PAC) do governo federal. Este aumento Ainda segundo a pesquisa, o número de
justifica-se também através da disponibilidade acidentes de trabalho no estado do Tocantins
dos dados de uma pesquisa divulgada pela tem diminuído significativamente se
Câmara Brasileira da Indústria da Construção compararmos os anos de 2007 a 2012,
(CBIC) em outubro de 2011, momento conforme mostra a Figura 2.
considerado positivo para a economia
[6] CHAGAS, Leila Soares Viegas Barreto; [14] RIGOLON, Andre; NAGALLI, Andre; GILIOLI,
TEIXEIRA, Eduardo Cruz. Estudo sobre o uso Leandro Nicoletti ; CATAI, Rodrigo Eduardo.
de Equipamentos de Proteção Individual Aplicação de um check list para avaliação do
(EPI´S) na indústria da construção civil da cumprimento da NR-18 em um canteiro de
cidade de João Pessoa. XXXIVI ENEGEP - obras. XXXIVI ENEGEP - Curitiba, PR, Outubro
Curitiba, PR, Outubro de 2014. de 2014.
para se descobrir verdades parciais”. Para a obtenção dos resultados, foi utilizada
Segundo Gil (1999, p.42), “o objetivo pesquisa qualitativa e quantitativa, pois
fundamental da pesquisa é descobrir analisamos as condições de trabalho
respostas para descobrir os problemas comparando-as com as normas adequadas.
mediante o emprego de procedimentos Quanto aos fins, se classifica como uma
científicos”. pesquisa aplicada e quanto aos meios pode
ser classificada como pesquisa de campo e
As pesquisas são caracterizadas pelo tipo de
bibliográfica.
dados coletados e pelo tipo de análise que se
fará para atingir os objetivos, que pode ser Para realização da pesquisa foi feita uma
qualitativa ou quantitativa, de acordo com pesquisa bibliográfica para levantar
Chizotti (2001). Vergara (2004) sugere que se informações e fornecer sustentação ao tema.
defina a pesquisa quanto aos fins e aos meios A Figura 1 traz o fluxograma das etapas
de investigação. metodológicas realizadas.
Um ponto positivo que contribui para não Verificou-se que há uma quantidade maior de
sobrecarregar os músculos dos carregadores ruído nesse PT, em função da empresa ser
é o revezamento que fazem entre si das localizada em uma rua movimentada próxima
atividades de transportar, levantar e depositar a um centro de comércio popular com grande
as caixas. Um treinamento de conscientização fluxo de pessoas em uma rua movimentada.
sobre os efeitos da sua postura ao levantar a
carga auxiliaria no problema. A altura em que
levanta a caixa para o carregador do 4.2.3 DIAGNÓSTICO ERGONÔMICO DA
caminhão também está adequada, e como OPERADORA DE CAIXA
essa atividade é muito rápida, não apresenta
A primeira conclusão quanto aos aspectos
grandes riscos ao trabalhador. O fluxo de
ergonômicos do posto de trabalho da
atividades é flexível, apesar de trabalhos de
operadora de caixa é que o espaço de
cargas serem considerados pesados, o
trabalho, realização das atividades e
trabalhador faz no máximo oito cargas em um
circulação dentro da cabine é pequeno, não é
período de oito horas, que é uma carga
ergonomicamente adequado e ocasiona
horária adequada, então tem pausas
desconforto. A mesa de trabalho também não
importantes para o relaxamento da
está adequada ergonomicamente,
musculatura utilizada durante as operações
necessitaria de maior espaço. A mesa tem
de transporte e carregamento. As condições
altura de um metro, muito maior do que o
da instalação não são adequadas
recomendado (até 74 centímetros), não é
ergonomicamente, a área de carga do
adequado para essa operadora, que tem 152
caminhão precisaria de iluminação além da
centímetros de altura, uma estatura baixa na
natural e o depósito requer melhor iluminação
média brasileira, e nem para outro trabalhador
e ventilação. Um ponto importante é a
de estatura maior. A cabine necessita de
utilização da cinta abdominal lombar para
ventilação e iluminação própria. A área de
manter o tronco rígido. Como esse PT é
alcance ótimo (obtida girando-se os
caracterizado por atividades pesadas, o peso
antebraços em torno dos cotovelos com
e os movimentos causam sobrecarga
braços caídos ao lado do ombro) sobre a
muscular e fadiga, por isso há de se fazer
mesa também não é adequada.
pausas de no mínimo 10 minutos a cada hora
de trabalho. Como realizam as pausas e o No questionário nórdico e diagrama de áreas
revezamento das atividades, nesse sentido dolorosas, a operadora de caixa não
esse PT está ergonomicamente adequado. apresentou nenhuma queixa sobre dores.
Por meio do questionário nórdico e diagrama
A quantidade de ruído nesse posto é maior do
de áreas dolorosas, pode-se verificar que a
que encontrado na empresa Jera, devido a
maior incidência de dores desse trabalhador
sua localização ser em um grande centro de
se dá na região do dorso (superior, médio e
comércio popular.
inferior) e no pescoço.
a) Ergonomia Física – foca a carga física que de trabalho podem trazer melhorias
o corpo humano sofre em uma situação significativas;
laboral. A Ergonomia Física estuda fatores
III. Trabalhadores que possam ser afetados
como: movimentos repetitivos, manipulação
por quaisquer mudanças
de materiais, força excessiva, posturas
ergonômicas no ambiente de trabalho
desfavoráveis.
devem ser envolvidos nas discussões
b) Ergonomia Cognitiva – também conhecida antes que as mudanças sejam feitas,
como engenharia psicológica, foca o pois a Sua contribuição pode ser
tratamento do aspecto mental (percepção, muito útil para determinar as
atenção, armazenamento e recuperação de mudanças necessárias e adequadas.
memória). Pesquisa a capacidade e os
Zalk (2000) considera que os princípios
processos de formação e produção de
ergonômicos utilizam a experiência de uma
conhecimentos em sistema em geral.
força de trabalho de base e concentra-se em
c) Ergonomia Organizacional – objetiva a interpretações da ergonomia participativa de
busca de um equilíbrio sociotécnico entre as riscos quantitativos e 29 qualitativos e
pessoas, incluindo a estrutura organizacional, informações de avaliação da exposição que,
políticas e processos. É utilizada em três por sua vez, resultam em um treinamento de
níveis da organização que são: operacional, ergonomia pré-desenvolvido.
tático e estratégico.
Segundo Couto (1995), através da aplicação
No Brasil, a Associação Brasileira de dos princípios ergonômicos, pode-se
Ergonomia, adota a seguinte definição: propiciar uma interação adequada e
confortável do ser humano com os objetos
"Entende-se por Ergonomia o estudo das
que maneja e com o ambiente onde trabalha
interações das pessoas com a tecnologia, a
e ainda melhorar a produtividade, reduzir os
organização e o ambiente, objetivando
custos laborais que se manifestam através de
intervenções e projetos que visem melhorar,
absenteísmo, rotatividade, conflitos e pela
de forma integrada e não-dissociada, a
falta de interesse para o trabalho.
segurança, o conforto, o bem-estar e a
eficácia das atividades humanas." Para Wisner (1987), a ergonomia só
acontecerá se existir a oportunidade de que
Segundo Iida (2005), a ergonomia é o estudo
vários níveis de uma organização participem
da adaptação do trabalho ao homem. O
na introdução e difusão dos princípios
trabalho aqui tem uma acepção bem ampla,
ergonômicos, porque a ergonomia é
abrangendo não apenas aquelas máquinas e
participativa na essência e ela existirá se, na
equipamentos utilizados para transformar os
sua discussão, o processo for participativo.
materiais, mas também toda situação em que
ocorre o relacionamento entre o homem e seu
trabalho. Isso envolve não somente o
3. METODOLOGIA
ambiente físico, mas também os aspectos
organizacionais de como esse trabalho é 3.1. CARACTERÍSTICAS DA PESQUISA
programado e controlado para produzir os
Este estudo foi direcionado para a realização
resultados desejados.
de análises com um enfoque na ergonomia
em três postos de trabalho em um
supermercado de médio porte. O método
2.2. PRINCÍPIOS DA ERGONOMIA
adotado para o desenvolvimento da pesquisa
Sobre os princípios ergonômicos, a OIT foi o qualitativo descritivo-explicativo.
(Organização Internacional do Descritivo por ter a finalidade de observar,
Trabalho)(1996) descreve que: registrar e analisar os fenômenos ou sistemas
técnicos e explicativo pelo fato de registrar
I. Em geral, é mais eficaz para examinar as
fatos, analisá-los, interpretá-los e identificar
condições de trabalho se os
suas causas.
princípios ergonômicos forem
aplicados para resolver ou evitar A coleta de dados foi baseada em
problemas; questionários e a análise através da
concepção qualitativa do referencial teórico.
II. Às vezes, pequenas mudanças no
design ergonômico de equipamentos,
nas estações trabalho ou nas tarefas
A seguir serão detalhadas as etapas do pois identifica e analisa fatos que marcaram o
procedimento metodológico aplicado no desenvolvimento da empresa relacionados,
presente estudo. direta e indiretamente , com as atividades de
trabalho dos operadores. Outra característica
3.2.1 DESCRIÇÃO DO AMBIENTE
que deve ser observada e analisada na
Nesta atividade será realizado um empresa é se esta apresenta ou não
levantamento descritivo das características e homogeneidade (de sexo, idades,
particularidades dos postos de trabalho qualificação, etc), pois, essas informações
escolhidos. O caixa, o estoque e a padaria. podem contribuir na comunicação interna, e
Embora a crescente instabilidade econômica que podem ajudar, por exemplo, na política
e política no ano de 2015 e a retração no de organização de trabalho, atingindo fatores
setor de hipermercados e supermercados, relacionados às condições de trabalho.
aumento da inflação e decréscimo do poder
de compra do consumidor, o setor de
alimento é um dos que menos sofreu abalos, 3.2.2 COLETA DE DADOS
segundo a revista RBA (Rede Brasil Atua).
A coleta de dados foi baseada em
Pois a alimentação é uma prioridade, ou seja,
questionários respondidos pelos próprios
um gasto fixo e essencial na vida humana. O
trabalhadores de seus respectivos postos
estudo e a análise dos postos de trabalho
com o auxílio dos componentes do grupo.
visam a melhoria na realização das tarefas e
Quatro questionários foram distribuídos. Três
um melhor aproveitamento e rendimento dos
foram retirados de referências bibliográficas.
funcionários deste setor, fazendo com que a
Os quatro questionários aplicados seguem no
instabilidade econômica não afete ainda mais
anexo I.
este seguimento.
A análise histórica da empresa é fundamental
para desenvolver políticas que visam tanto a
saúde e a produtividade dos colaboradores,
da Qualidade e Segurança Alimentar (ISO 9001:2015, ISO 22000, APPCC e BPF) no setor
salineiro na cidade de Mossoró/RN
(2010).
Engenheira Civil formada pela Universidade de Franca, atualmente desenvolve projetos para a
construção civil.
Possui graduação em Engenharia Civil pela Universidade Federal do Paraná - UFPR (2011) e
mestrado em Engenharia de Transportes pela Escola de Engenharia de São Carlos da
Universidade de São Paulo - USP (2014). Atualmente é doutorando em Engenharia de
Transportes na Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo - USP e
docente na Universidade de Franca - UNIFRAN. Tem experiência profissional na área de
Engenharia Civil com ênfase em Planejamento de Transportes e Segurança Viária.
Diogo Sergio Cesar de Vasconcelos
Engenheiro Civil formado pela Escola De Engenharia de São Carlos EESC-USP (2011), possui
especialização em Engenharia de Segurança Do Trabalho pela Universidade de Franca e
mestrado pelo Programa de Pós-Graduação em Estruturas e Construção Civil - UFSCar.
Atualmente é docente em tempo integral na Universidade de Franca, ministrando disciplinas e
desenvolvendo pesquisas nas áreas de estruturas e gerenciamento da construção civil.
Hebert Roberto da Silva
Engenheiro de Produção pela Universidade Federal de Viçosa Campus Rio Paranaíba, com
enfoque acadêmico nas áreas de engenharia econômica, ergonomia, engenhara de
segurança do trabalho e gestão da qualidade, logística, planejamento e controle da produção,
pesquisa operacional e simulação da produção.
João Batista Sarmento dos Santos Neto
Possui graduação em Engeharia Civil pelo Instituto Maua de Tecnologia (1974), mestrado em
Engenharia Civil pela Universidade de Tóquio (1980) e doutorado em Engenharia Civil pela
Universidade de Tóquio (1986). Atualmente é professor associado 4 da Universidade de
Brasília. Tem experiência na área de Engenharia de Transportes, com ênfase em
Planejamento e Organização do Sistema de Transporte, atuando principalmente nos seguintes
temas: planejamento de transportes, transporte e meio ambiente, transporte rodoviário
interestadual, sistema de informação geográfica (sig), sistema ambiental monitoramento
ambiental e logística e gestão de transportes. Já foi diretor do Centro Interdisciplinar de
Estudos em Transportes CEFTRU da UnB, e por duas vezes coordenador do Programa de
Pós-Graduação em Transportes.
responsabilidade social.
Marília Neumann Couto nasceu na cidade de Santo André-SP em 31 de janeiro de 1995, hoje,
aos 22 anos, reside na cidade de Medianeira-Pr cursando Engenharia de Produção na
Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Ao longo dos anos letivos publicou artigos na
AUTORES
Nutricionista pela Universidade Federal de Viçosa (2007), mestre em Ciência da Nutrição pela
Universidade Federal de Viçosa (2009) e doutora em Biologia Celular e Estrutural pela
Universidade Federal de Viçosa (2013). Com experiência nas seguintes áreas: higiene de
alimentos, bioquímica da nutrição, avaliação da qualidade nutricional e funcional de alimentos
e dietas, nutrição experimental, desenvolvimento de softwares para atendimento clínico
nutricional e para rotulagem de alimentos.
AUTORES
Mestre em Engenharia de Produção e Sistemas pela Universidade Vale do Rio dos Sinos -
UNISINOS. Possui graduação em Superior de Tecnologia em Segurança do Trabalho pelo
Centro Universitário Luterano de Palmas (2007). Atualmente é professor ensino básico técnico
e tecnológico do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Tocantins.