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7.1 O reino Vegetal Os vegetais siio seres autotrofos fotossinte- tizantes, que diferem das algas por apresentar 0 corpo constitufdo por tecidos e drgdos bem dife- renciados. Atualmente sdo conhecidas mais de 320 mil espécies vegetais, que incluem desde plantas muito simples, como os musgos, até aquelas de organizagao corporal complexa, como as ar- vores. A diversidade de tamanho e de forma das plantas reflete os diferentes caminhos evolutivos de cada grupo e sua adaptagao aos mais ambientes. Embora a maioria das espécies de plantas viva em terra firme, existem espécies adaptadas & vida aquatica. (Fig. 7.1) As plantas desempenham um papel funda- mental no mundo vivo, pois constituem a fon te de alimentagao, direta ou indireta, de prat camente todos os animais terrestres. Além dis- so, as comunidades vegetais determinam a existéncia dos diversos tipos de habitat de ter- ra firme, aos quais estao adaptadas as espéci animais. A evolugio das sociedades huma fortemente ligada 4 domesticagao e utilizagao das plantas, Centenas de espécies so usadas diretamente na alimentag’o humana, enquanto outras fornecem matéria-prima para os mais diversos fins (madeiras, fibras para tecidos, papéis etc.). As plantas também sdo usadas, desde tempos remotos, na fabricagaio de medi- camentos. Origem e evolucio das plantas Os cientistas supSem que, ha pouco mais de 500 milhdes de anos, um grupo de primitivas al- gas verdes iniciou a colonizagio do ambiente de terra firme, originando as primeiras plantas ter- restres. g Figura 7.1 As plantas sGo organismos autétrofos fotossintetizantes e estdo ad 15 Gos mais diversos ombientes. A terra firme oferecia vantagens em relagio ‘20 ambiente aquitico: luz solar mais abundante, maior circulagdo de gases e menor turbuléncia. ‘Além disso, havia menos competidores do que no ambiente provavelmente superpovoado dos mares rasos onde as algas viviam. ‘A conquista do ambiente terrestre foi um grande desafio para os ancestrais das plantas em razio da relativa escassez de gua, tanto no solo quanto na atmosfera. A adaptagdo das plantas a0 ambiente terrestre exigiu o aparecimento de di- versas caracteristicas adaptativas diretamente re- lacionadas & obtengio ¢ economia de dgua. En- tre essas, podem-se citar: 4) 0 desenvolvimento de rizéides ¢ raizes, estruturas especializadas na absorgo de gua do b) odesenvolvimento de revestimentos im- permedyels, que diminuem a perda de égua por evaporacio; ¢) o desenvolvimento de sistemas conduto- res, especializados no transporte de égua ¢ de sais absorvidos por rizéides e rafzes a todas as partes da planta; 4d) 0 desenvolvimento de novos tipos de re- produgio sexuada, em que nio houvesse neces- sidade de os gametas masculinos nadarem em di- rego ao gameta feminino. (Fig. 7.2) Entretanto nem todas as plantas terrestres possuem simultaneamente todas essas adapta- ‘des. Como veremos a seguir, os diversos gru- pos de plantas atuais apresentam diferentes es- tratégias evolutivas de adaptago a vida no am- Diente terestre. Polinizagdio pelo vento e por animais Sistemas de transporte de seiva Figura 7.2 A conquista do ambiente torresire exigiv dos ancesirais dos plantas © aparecimento de uma série de rovas caracterisicas ligodas'& obtencio e economia de égua e & reproducio. 110 senvolvimento. Logo o jovem esporsfito desen- volve rafzes, que perfuram 0 prétalo ¢ se fixam no solo. Daf em diante, o espordfito se desenvol- ve independentemente e 0 gamet6fito degenera, (Fig. 7.16) ‘Tanto bridfitas como pteridéfitas formam aanteroz6ides flagelados, que precisam nadar para fecundar a oosfera. Nos musgos os anterozSides MEIOSE dependem de respingos de chuvas, garoas ¢ or- valhos para ctingir a planta feminina, onde se di- rigem aos arquegénios, ‘Nas samnambaias o prétalo ¢ hermafrodita, 0 que facilita a tarefa dos anterozdides, Apesar dis- so eles tém de nadar na superficie umedecida do protalo até os arquegénios. Em ambos os casos hi dependéncia de égua liquida para a fecundagao, © que leva a maioria das bridfitas e pleridofitas a habitar regides tro- picais, no interior de florestas timidas. FECUNDACAO Figure 7.16 Comporacio enre os cicles de vide de brisfitase peridéfitas. Nas brdftas a geraso esporofica 6 incipientee altomente dependente da gerasdo gametoftica, Nas pleridafils o sitvacdo se invere:o predominio 6 da gerocbo esporoftica, que depende do ‘apenas nas primeiras fases da vido. l UADRO-RESUMO BRIGFITAS E PTERIDOFITAS BRIOFITAS Diagnose das bridtitas Plantas sem sementes (criptogamas) e sem sistema condutor (avascu- ares). Podem apresentar talo ereto (musgos) ou prostrado (hepaticas e antéceros). ‘Onde encontrar bridtitas? As bridfitas so facilmente encontradas em locais umidos, vivendo no solo, sobre troncos de arvores, em barrancos, em rochas etc. Ha poucas espécies aquati- cas, de Agua doce. Sao exemplos de bristitas terrestres: Polytrichum (musgo) e Marchantia (hepatica). Classificacao As bridfitas constituem a divisao Bryophyta do reino Vegetal. Reprodugao Assexuada e sexuada. Algumas hepaticas se reproduzem assexuadamente por meio de propagulos. Na reproducao sexuada, hd alternancia de geragdes. A geracao hapldide (gametofitica) ¢ a fase dutadoura, predominando sobre a geragao dipldide (esporotitica). 122 zigoto se desenvolve no interior do arquegé- que dard origem a uma pteridfita adult. Esta forma nio, originando uma plantinha dipIside, o esporéfite, ri esporos hapl6ides, repetindo o ciclo. (Fig. 7.15) Figura 7.15 Ciclo reprodutivo de uma somambcic. Lee ee Asuicopopineas Sn a ee ew Um grupo de plantas nitidamente aparentado com as pteridotitas 0 das licopodineas, que constituem a divisao Lycophyta. Essa divisao com- preende atualmente cerca de 1.000 espécies de plantas de pequeno porte, ‘que nao produzem sementes (criptogamas) e que sao doladas de sistema condutor (vasculares) mais conhecidos das licopodineas so 0 Lycopo- dium @ a Sellaginelia, tacilmente encontrados em florestas de pinheiros. © ciclo de roprodugiio das licopodineas apresenta caracteristicas que podem ser consideradas avancadas em relacdo as pteriddfitas. As licopo- dineas representam exemplos vivos da provavel transic&o evolutiva que originou as fanerégamas, a partir de grupos primitivos de criptégamas. A Sellaginella 6 uma planta dipléide, que parece um musgo muito de- senvolvido. Na maturidade sexual essa planta forma, nas extremidades dos ramos, pequenas “espigé desenvolvem dois tipos de esporangio: megasporangios, temininos, e microsporan- gios, masculinos. (Fig. Ciclo 119 Figure 7.7 Ciclo repredutive de um musge. Caracteristicas gerais ¢ diversidade das pterid6fitas As pterid6fitas ou pter6fitas (do grego pte- ras, asa) so assim chamadas por apresentarem Figure 7.8 A maioria dos pleridditos tem pequeno @ medio porte, mas lgumas espécies podem atingir mis cde 20 m de oltura. (A) Os flos, grandes somomboias corborescentes, possuem "tronces* formados por rizomes secos e entrelacados, em alto grav de ccompactordo, de onde se obtém o xaxim.(B} Avencos 80 pteridéfitas muito utilizades como plantas ‘ornamentais. (C} Muitas samamboias habitam os ‘mesmos ombientes que liquense musgos, nesle caso, 0 fronco de uma arvore da floresta Futuro Futuro ‘gametstito, ¢ Gometstito or tn) folhas recortadas, que lembram penas ou asas. Os representantes mais conhecidos desse grupo so as samambaias e as avencas. A maioria das Dierid6fitas habita as regides tropicais, mas al- ‘gumas espécies vivem em regides temperadas € mesmo semidesérticas. (Fig. 7.8) 115 ‘gometsito As bri6fitas, por exemplo, cujos representan- tes mais conhecidos sio os musgos, no descnvol- ‘eram sistemas condutores de 4gua, e seus gametas masculinos dependem da existéncia de 4gua Iiqui- dda para nadar até o gameta feminino. Conseqiiente- mente vivem restritas a ambientes de alta umidade, ‘como harrancos 04 0 interior de florestas. Jé as plerid6fitas, cujos representantes mais conhecidos sio as avencas ¢ samambaias, desen- volveram sistemas condutores, mas seus game- tas masculinos precisam nadar para fecundar os gametas femininos. As gimnospermas, representadas pelos pi- niheiros, © as angiospermas, que sio as plantas ‘com flores, desenvolveram sistemas condutores eficientes e superaram totalmente a dependéncia de gua para a fecundagio, adaptando-se aos mais diferentes ambientes terrestres. 7.2. A classificagio das plantas Criptigamas¢ fanerdgamas Em fins do século XIX 0 reino Vegetal foi dividido em dois grandes grupos: criptégamas fanerégamas. Essa divisio leva em conta, fun- damentalmente, aspectos reprodutivos. Trata-se de uma classificagio informal, pois “criptoga- ma” ¢ “fanerégama” no representam categorias taxonémicas formais, como filo ou classe, termo “fanerSgama” (do grego phaneros, visivel, evidente, e gamos, casamento) significa ““érgiios teprodutivos evidentes”. Nesse grupo so incluidas todas as plantas que formam sementes. termo “criptégama’ (do grego kriptos, es- condido, e gamos, casamento) significa “6rgfios reprodutivos escondidos, ndo-evidentes”. As plantas criptgamas siio aquelas que nio tém flo- res nem sementes, 128/708 Cripigamas avasculares vascuares As criptégamas podem ou nilo apresentar vvasos condutores de seiva. Musgos e hepdticas so exemplos de criptégamas avasculares (do prefixo grego a, nio, ¢ do latim vasculum, vaso), ‘ou seja, sem vasos condutores de sciva. J4 as sa- ‘mamibaias, avencas, licop6dios e selaginelas so exemplos de cripiégamas vasculares, ou seja, dotadas de vasos condutores. No sistema de classificado adotado neste livro, 0 grupo das criptégamas engloba cinco di- vvisGes do reino Vegetal. Apenas uma delas com- preende as criptogamas avasculares, enquanto as ‘outras sto constitufdas por criptégamas vascula- res, (Tab. 7.1) Criptégomas avasculares (plontos som sementes o sem sistema condutor) Divisdo Bryophyta (bri6fites, hepaticos @ antéceros; 23.500 espécies) Criptogamas vasculares {elomas sem ements e com sistema condutr) rds nas; 12 ml epi) | se sp ace ‘ml espécies) Brave (cavalinhas; 40 espécies) Dwade opine lon 8 expécies) {plontos com sbiemc condor 6 com somentes) Gimnosperms (plantas som frlos) {coniferas; 550 ies) {cicas, is / eticey | spice) Angiospermes (plants com frutos) Divisdo {engiospermos) ‘dana Bonded cctleneos 236.500 exis) Soin manecoiodoen ranstnledonas, 48500 caplcn) Tabele 7.1 Classificare do’ reino Vegetal adotode neste livro. 111 130/708 Figura 7.4 Na foto, hepética: vistas de cima. Essas brides crescem "prostradas", iso é, seu tolo cresce paralelamente, 00 elo, apresertanderizéides na foc nferi No deserho dreta,acima (A), tals feminno emasculino da hepotca ‘Marchantia. Abaixo (8), talos de ontéceros, que lembram tolos de hepaticose vem not mesmos ombientes que elas por exemplo, na face superior do talo, existem cstruturas chamadas eonceptéculos, no interior das quais se formam os propagulos, pequenas estruturas multicelulares que se desprendem da planta-mae e originam novos individu (Fig. 7.5) Reprodugao sexuada Alternncia de gerbes As briéfitas apresentam alterndncia de gera- gies. A geracio duradoura, isto é, aquela que vive mais tempo e é mais desenvolvida, €a gera- lo hapl6ide, gametofitiea (forma gametas). A _gcragio diploide, esporofitica (forma esporos), cresce sobre a gametofitica e dela depende. ‘Muitas bridfitas, como o musgo Polytrichum ‘a hepdtica Marchantia, possuem sexos separa- dos, mas existem bridfitas hermafroditas, em que ee co talo produz tanto oosferas (gametas femininos) poe quanto anterozdides (gametas masculinos).. ieee 715. Aigickas! Reeiites ae reprodazom assexvadomente por meio de propégulos, estruturos: Ciclo de vida deum mus rulicadores corolodes, de forme ochatodo, qv 0 musgo Polyirichum, comumente encon- eee cones acres trado em barrancos timidos, € di6ico, isto €, POS- podem ser ransportodos pelos chuvas ou por respingos sui os sexes scparados, havende plantas gameto- de agua ote um local com luz @ umidode . fiticns masculinas ¢ femininas cede so danarwclvem a da crigam 0 new tks 13 7.3 Criptégamas avasculares: bri6fitas Caracteristicas gerais e diversidade das briéfitas As brigfitas, como as demais plantas, so se- res tipicamente terrestres. Existem, no entanto, al- ‘gumas poucas especies de ‘gua doce, mas nao se conhece nenhuma bridfita que viva no mar. AS brifitas apresentam estruturas especi zadas na absorgio de agua e sais do solo, 0s Fi ZGides, mas no possuem tecidos condutore ternos capazes de distribuir com rapide a dg 08 sais absorvidos. Por isso as bri i- Fitas sto plan tas de pequeno porte pelas quais a sigua se distri- bui, difundindo-se célula a cétula. ‘As briofitas mais popularmente conhecidas ‘08 musgos, organismos que vivem em locais timi- Figura 7.3. Musgos séo bridfitos que crescem eretas. ‘Seu corpo é chamado talo e se compe de um cauliculo, de filbides e de rizdides. (A) Ambiente tipico dos musgos. Note as rochas totalmente recobertes por eles (8) Musgos em visio mois préxima. Adirete, desenhos de plantas feminina e masculina de um musgo. 112 dose sombreados, onde formam eventualmente aveludados tapetes verdes sobre pedras, troncos harrancos. Apesar de a maioria dos musgos viver em regis tropicais, existem espécies adaptadas a regides temperadas ¢ até mesmo as regides drticas, ‘onde fazem parte da tundra, um tipo de formaciio vegetal tipico do Pélo Norte. (F As hepaiticas (do grego hepatos, figado) sio assim chamadas porque a forma de seu talo lem- bra um figado, Elas vivem geralmente né ‘mos ambientes que 0» musgos. Bridfitas menos conhecidas, que lembram hepaticas, so os an- téceros. (Fig. 7.4) mes- Reproducio nas briéfitas Reprodugio assexuada Algumas espécies de hepsiticas apresentam reprodusio assexuada. Na hepatica Marchantia, 2 Filbides Coulicule Rizsides se grupo datam do perfodo Cretéceo (entre 144€ 65 milhdes de anos atris) A partir do final do Cretéceo as angiosper- mas sofreram grande diversificagio e passaram 4 ser 0 grupo de plantas dominante do planeta. Isso ocorreu logo depois da grande onda de ex- tingio que eliminou os dinossauros e a maioria das gimnospermas da face da Terra. 8.3 Adaptagées das fanerégamas 4 vida terrestre grande sucesso das fanerégamas pode ser atribuido a duas importantes adaptagdes a0 am- biente terrestre: a independéncia da égua para a reproduciio ¢ a propagagao por meio de sementes. A independéncia da 4gua para a reprodugao As plantas fanerégamas herdaram de suas ancestrais 0 ciclo de vida alternante, Em compa- ragdo com aquelas plantas, porém, seus gamets- fitos siio to reduzidos que mais parecem peque- nos Grgiios reprodutores dos esporéfitos que uma geragiio separada. Nas angiospermas, 0 gamet6fito feminino se compe de apenas oito células, uma das quais 0 gameta. Jé 0 gamet6fito masculino é ainda mais reduzido: nfio passa de um tubo de didimetro mi- erosedpico contendo apenas dois néicleos celula- tes, correspondentes aos gametas masculinos, As adaptagdes evolutivas das fanerégamas climinaram a necessidade de 0 gameta masculi- ‘no tiadar para encontrar 0 gameta feminino. Com isso, as fanerégamas tornaram-se altamente adaptadas ao ambiente terrestre, (Fig. 8.7) O papel da semente Outra aquisigao evolutiva de fundamental importincia no meio terrestre é a presenga da se- mente, um meio de dispersio muito mais efi- cciente do que os esporos. ‘Uma semente pode ser comparada ao ovo de um réptil ou ave. Contém um embridio, um supri- dos mecanismos de fecundactio em diferentes grupos de planta. (A) Bridfites. (8) Figura 8.7 Comparagio Preridéfitas.(C) Gimrospermas. (0) 0: 08 gometos masculinos dda dua: 05 gametéftos masculinos, contides no interior dos grdos de polen, s60 transportados pelo vento ou por animais aié at proximidades do gamatéfito feninino. Ox gometas matculinas propriamente dios (célulos ‘espermaticas) afingem o gamidta feminino deslizando pelo interior do tubo polinico. 132 iospermas. Nas criplogomas hé necessidade de aqua liquida para a cm oi © gama feminin. Nas forerégomasofecndacto independ Figura 8.3 Angiospermas monocotiledéneat: (A) flor de lri omareo; (8) polmeira. Angiospermas dicotiledéreas: (C} mam@o; (0) jabuticabo. No desenho, orgonizacio exquemiétice de sementes de dicotiledéneas e monocotiledéneas. Figuro 8.4 As coniferas estéo bem edaptadas a limes frios. Suas folhas s60 revestidas por uma espesso culiculo protetora e a sive possui resins que evlam 0 congelamento dentro dos vases condulores. Essas resinas dao 6 madeira das coniferas 0 seu aroma tipico. (A) Floresta de pinheiros taiga) no Canad, (8) Floresta de araueérias no sul do Brasil 130 Dicotiledénea Monocotiledsnea vore predominante na mata de araucdrias € 0 pi- i (Araucaria angustifolia) nheito-d Fig. 8.4) As plantas angiospermas sdo as principais constituintes das florestas temperadas ¢ tropic: dos campos, dos desertos, dos manguezais etc... constituem a fonte bisica de alimento para a hu manidade. (Fig. 8.5) par 8.2 Origem e evolucio das fanerégamas A histéria evolutiva das gimnospermas O docu: plantas cv kirio fOssil indica que as primeiras 1 gimnospermas primi- tivas, que vive a de 360 milhdes de anos. Elas parecem terse originado de um grupo avanga- do de criptégamas vasculares, hoje extint, As gimnospermas se diversificaram durante fodo Permiano (entre 248 286 milhdes de is), quando passaram a constituir exten- sas florestas. Nessa época, 0 clima terrestre so- yemtes fi mhacere anos Indisio (membrana que recobre © sore) Figure 7.13 No foto acima, face inferior da folha de ‘uma samambaie mostrando 08 soros, que contém dezenas de esporéngios, A direita, acima, desenho de um soro cortado mestrande os espordngios (detae 20 lado}. Estes sS0 dotados de um reforco, o annulus, formado por ctivlas sersiveis 6 umidade. Quando © 6 s0¢0, 0 reloro dos esporéngios maduros se estica e bre, crremessondo longe os esporos inasculinas, os anteridios, e femininas, os ar- queginios. Nos anteridios formam-se os ante- roz6ides, ¢ cm cada arquegénio forma-se uma oosfera. (Fig. 7.14) 118 Folha (corte transversal) Quando maduros, os anterfdios libertam os anteroz6ides. Ap6s uma chuva ou garoa, eles na- dam sobre a superficie umedecida do prétalo até ‘oarquegénio, onde um deles fecunda a oosfera Figura 7.14 Acimo, foto de préte los de samombaia, que roramente ultrapassam 1 cm de diémetro, O desenho mostra « lacalizago dos arquegénios @ anleridios no prétalo, ¢ sais minerais da raiz até as folhas: si0 08 vasos Ienhosos ou xileméticos. Um outro sistema de vvasos conduz solugdes de agticares ¢ outras subs- tdncias organicas das folhas até o caule e razes: so oS yasos liberianos ou floeméticos. Fig. 7.11) Figura 7.11 Represeniocdo esquemética do sistema conch de sia de un plod Hoge Em cu vvas0s lenhosos ov icos; em vermelho, vases liberianos ou floeméticos. Rizoma Reprodugao nas pteridéfitas Reprodugiio assexuada , Algumas pteridofitas apresentam reprodu- ‘¢8o assexuada por um processo de brotamento. O rizoma vai crescendo e, de espagos em espa- G08, forma pontos vegetativos denominados es- toldes ou estolhos, onde brotam folhas raizes. {A fragmentago ou decomposigio do rizoma nas, regides entre esses pontos vegeta’ 5 novas plantas. (Fig. m2) sew 134/708 Reprodugio sexuada Alcan a0 AS pt fas apresentam alterndncia de geragdes. A geragdo duradoura, ao contrrio das bri6fitas, € a dipl6ide, que € esporofitica. ‘A maioria das espécies de pteridéfitas, a0 atingir a maturidade sexual, desenvolve estrutu- ras chamadas soros, localizadas na face inferior de sts folhas. Nos soros ficam abrigados os es- pordingios, dentro dos quais hi células que so- frem meiose e originam os esporos. (Fig. 7.13) Ao cair sobre um local imido, um esporo se desenvolve em uma plantinha hapldide, achata- dae em forma de coragao (cordiforme), denomi- nada prétalo. O protalo é um gametéfito herma frodita que apresenta estruturas reprodutivas Figura 7.12. Em muitos samambaias a formacéo de brotos nos rizomas origina novos individuos. Este ipo de onwards 6 wo I enpecies que viven wn grorudos, burraneas secos # até em rochaduras do chéo @ de paredes. No foto, Nevin ext ‘cxjos rizomas formom nédulos. ricos em dqua, com gamers cue anginom rower tomomboos 117 © grupo das pterid6fitas foi, no pasado, mais diversificado e exuberante do que € atual mente, As grandes florestas de 300 milhOes de anos atrés eram formadas principalmente por as. (Fig. 7.9) Figure 7.9 Os regisrosfssesindicam que os primeiras criplogomas vasculares surgirom hé aproximadamente 400 milhdes de cnos, o partir de primitivas plantos terrestres semelhanes &s brisfitas. Hé cerco de 300 milhies de ones, as pleridéfitas formaram imensos florestas, que foram soterradas e originaram grandes reservas de corvBo, hoje exploradas pelo homem. As pleridofitas apresentam raiz, eaule e fo- Thas, embora essa organizagao nem sempre seja ‘perceptivel a primeira vista. Em muitas samam- baias as folhas parecem emergir diretamente do olo, porque 0 caulle cresce bem junto a superfi- cie ou se localiza alguns centimetros sob a terra. Esse tipo de caule, que cresce paralelamente a0 solo, € chamado rizoma, rizoma nio é exclu- sividade das prerid6fitas, podendo ser também encontrado em algumas plantas angiospermas. A raiz 6 a parte do corpo da planta responsi vel pela absorgdo de digua e sais minerais do solo. As folhas so os Grgdios onde ocorre a fotos se, processo em que sio produzidas moléculas ‘orgiinicas. O caule é responsive pelo transporte de substiincias, tanto da raiz para as folhas quan- to no sentido inverso, (Fig. 7.10) As pteridofitas possuem condutos microses- pcos que se estendem das raizes até as folhas: os ‘vasos condutores. Hi vasos que conduzem iigua Figura 7.10 As semamboias 160 plantas vatculares, isto &, dolados de vases condutores de seiva. O caule & do tipo rizoma, eos folhos 580 géralmente divididos em flilos, 116 © musgo masculino forma, no pice, uma taca folhosa que contém estruturas ovéides deno- minadas anteridios, no interior dos quais se for- mam centenas de gametas masculinos, os antero- ‘éides, dotados de dois flagelos, para a natacio. © musgo feminino forma, também no dpice, ‘uma taga folhosa que contém estruturas em for- ma de garrafa, denominadas arquegOnios. No interior de cada arqueg6nio forma-se um tnico ‘gameta feminino, a oosfera. (Fig. 7.6) Durante uma chuva ou garoa acumula-se gua nas tagas folhosas dos épices das plantas masculinas. Nessas condigdes os anteridios libe- ram seus anterozGides flagelados. Os pingos que atingem as tagas masculinas esborrifam 4gua com anteroz6ides, que assim atingem os Spices das plantas femininas. ‘Uma vez na taca folhosa do musgo femini ‘no, os anteroz6ides nadam ativamente em dire- lo aos arquegénios, gracas as ondulagdes de seus flagelos. Muitos conseguem penetré-1o, mas apenas um fecunda a oosfera, originando-se 0 igoto. zigoto se desenvolve no dpice da planta feminina, formando uma plantinha constitu(da A 1 Ob ° 9 por células dipl6ides, o esporéfito. Quando ma- duro, o esporéfito forma uma capsula na sua ex- tremidade, no interior da qual existem oétulas que sofrem meiose ¢ dio origem a esporos. Os esporos se libertam da capsule so car- regados pelo vento, espalhando-se no solo, so- bre troncos de drvores vivas ou mortase nos bar- rancos. Em condigges adequadas de umidade, esporo germina, originando um filamento multi- celular chamado protonema (do grego protos, primeiro, primitivo, e nematos, fio). Do protone- ‘ma surgirio novas plantinhas haplé** "=~ 0, que, na maturidade, reinici 131/708 (Fig. 7.7) 7.4 Criptégamas vasculares As criptégamas vasculares so reunidas em quatro grupos distintos que, na classificago ado- tada neste livro, correspondem as divisies Pre- rophyta, Lycophyta, Artrophyta e Psilophyta. Nosso estudo se restringird & divisdo Pterophyta, © grupo mais importante, com maior nimero de espécies. — Oosfera Arquegénio 7.6 Orgoos reprodutivos de um musgo, No Spice da plonta mosculina localizamse os anteridios, que rn omens agen 'No dice da planta feminina localiram se 03 orquegnios, cada um com vma 114 A. TESTES Bloco 1. Briéfitas 1. (Cesesp-PE) Vegetal terrestre, sem tecidos vas- culares, que exibe metagénese com formagio de esporos na fase assexuada de seu ciclo biolégico, € classificado como: a) taldfito, b) bridfito. ¢) pteridéfito. d) gimnosperma. ) angiosperma. 2. (F. C. Chagas-SP) Considerando-se a série filo- genética vegetal, as primeiras plantas a apresen- tar vasos lenhosos sdo as: a) algas, d) gimnospermas. b) bridfitas. e) angiospermas. ¢) pteriddfitas, 3. (F.C. Chagas-BA) Os musgos que crescem nos muros timidos sao; a) gametéfitos de briéfitas. b) gamet6fitos de pterid6fitas. Cc) espordfitos de bridfitas. d) esporéfitos de pteridéfitas. €) associagGes de algas e fungos. 125 PTERIDOFITAS. Diagnose das pteridéfitas Plantas sem sementes (cript6gamas), dotadas de vasos conduto- res de seiva (vasculares ou traquesfitas). Corpo organizado em raiz, caule (rizoma) e folhas. Onde encontrar pteridéfitas? Muitas pteridofitas vivem em ambientes Umidos, semelhant ‘aos das bridfitas, mas algumas podem habitar regides relativamente secas. Samambaias e avencas sdo muito usadas como plantas omamentais. Hé poucas espécies aquaticas, de agua doce. Sao exemplos de pteridétitas terrestres: Dryopteris dentata (samambala), Adiantum (aven- ca) € Cyathea (teto arborescente ou samambaiacu). Classificagao As pteridotitas constituem a divisao Pterophyta do reino Vegetal. A classe mais representativa dessa divisdo é a Filicinae, que ratine samambaias @ avencas. Reprodugao Assexuada e sexuat is $0 reproduzem assexuadamente por meio de estol6es (brotos do ri A geracio dipléide (esporotitica) 6 a (gametofitica). Texto traduzide e adaptade do livro Biology, de Cloude A. Ville « ou- tros, 2° ed., Saunders College Publishing, Filadélfia, EUA, 1989. A sociedade industrial depende de energia obtida a partir de combustiveis fésseis. Dentre eles, um dos mais importantes 6 0 carvao mineral, que, no hemisfério norte, é usado para a obtencdo de eletricidade de uso residencial. O carvéo também é empregado na siderurgia, para a confeceao de maquinas e de outros itens constituidos de ago ou ferro. Apesar de 0 carvao ser extraido da terra, como os minerais, ele nao é um mineral ‘como 0 Ouro ou 0 aluminio: 0 carvao 6 organico, tendo-se formado a partir de restos de plantas antigas. ‘A maior parte do carvao utilizado atualmente se formou a partir de restos de primiti- vas plantas terrestres, particularmente das que viveram no periodo Carbonifero, ha aproxi- madamente 300 milhdes de anos. Cinco grupos principais de plantas contribuiram para a formagao do carvao. Trés deles cram plantas vasculares sem sementes: licopédios, equi- setos © samambaias. Os outros dois grupos foram as pteridospermas, j4 extintas, @ as gimnospermas primitivas. E dificil imaginar que licopédios, equisetos e samambaias, plantas pequenas e relati- vamente raras nos dias de hoje, tiveram tanta importancia na formagao dos grandes depo- sitos de carvéo do planeta. Nao se pode esquecer, porém, que, no periodo Carbonitero, ‘essas plantas tinham grande porte e formavam extensas florestas, em diversas regides da Terra. Durante 0 periodo Carbonifero o clima era ligeiramente quente e as plantas podiam crescer durante 0 ano todo, gracas as condiges climaticas favoraveis, As florestas ocupa- vam Areas costeiras baixas, que eram periodicamente inundadas. Quando o nivel do mar baixava, as plantas novamente se estabeleciam. Os restos de plantas submergiam no terreno pantanoso, o que impedia que fossem decompostos completamente. A condic&o anaerébica das aguas desses primitivos pantanos evitou a proliferagao de fungos e de bactérias decompositores. Camadas de sedimento cobriram os restos de plantas semide- compostos. Com o tempo, a presso e o calor converteram 0 material vegetal acumulado ‘em carvéo, e as camatias de sedimentos, em rochas sedimentares. 123 ‘A fecundagao da oostera pelo anterozside ocorre no proprio estrébilo, © que facilita a atuacao dos anterozdides, que precisa nadar apenas cu tas distancias dentro do estrdbilo para atingir seu objetivo. O zigoto se d senvolve em um pequeno espordfito, que esté mergulhado nos tecidos do ‘megaprétalo, @ 86 entdo o megaprétalo se liberta do estrdbilo e cai ao solo. ‘Apés um curto intervalo de repouso, em que o megaprétalo desenvolve Pequenos rizoides, 0 espordtito inicia seu desenvolvimento. Até entdo ele havia sido nutrido pelos tecidos do megaprétalo, Logo, & medida que o me- gaprétalo degenera, o espordfito torna-se independente, fechando-se, as- sim, 0 ciclo de vida. (Fig. Q7.1-2) Figure Q7.1-2 Cid repredutivo de Selloginello. 7.5 Comparagio entre de vida de pteridéfitas e bridfitas Fase duradoura do ciclo vital Bri6fitas e pteridéfitas apresentam ciclo de vida diplobionte, com alternincia de geragbes hapléides e diplsides, Esses dois grupos de plan- tas diferem, porém, quanto fase predominante do ciclo, que € hapléide nas bridfitas e dipléide nas pteridéfitas. : Nas briéfitas a fase predominante é o game- t6fito. O esporsfito, nesse grupo, € uma planti- nha pequena ¢ incipiente, formada por um pé, uma haste € uma cépsula, que eresce sobre a planta gametofitica. Apesar de possuir clorofila € fazer fotossintese, o espordfito das bridfitas 6, ‘em grande parte, nutrido pelo gamet6fito. Nas pterid6fitas a fase predominante € o es- pordfito. O gametéfito, nesse grupo, é uma plan- tinha pequena e de vida curta, o protalo. O espo- réfito das pteridfitas também depende do game- A6fito, mas apenas nas fases iniciais de seu de- 121 Figura Q7.1-1 As icopodineas pertencem & divisde lycophyto, eo estudo de sua reproducdo mostra os possiveis caminhos evolutvos trilhados pelos ancestrais dos plantas modernas. (A) Lycopodium e (8) Sellaginella, ambos com estrdbilos, que so seus érgos reprodutivos. O desenho mostra um estrobilo de Sellaginella com megasporéngios (femininos} e microsporangios (masculinos) Meiose no megasporangio No interior de cada megasporangio existem varias células predestina- das a softer melose. Entretanto apenas uma se desenvolve, cresce e sotre meiose, originando quatro esporos hapisides denominados megasporos. Cada megasporo se desenvolve dentro do préprio esporangio e origina Desenvolvimento um pequeno Ser haploide: o protalo feminino ou megaprétalo. O mega- da megisporo —_prétalo forma arquegénios pequenos, cada um deles com uma oostera, Meiose no microsporangio Cada microsporangio contém diversas células que sofrem meiose e of Desenvolvimento ginam os micrésporos. Os microsporos se desenvolvem dentro do proprio do micréspore _ microspordngio e cada um deles origina um reduzido prétalo masculino, 0 microprétalo. © microprétalo contém um ou dois anterideos, no interior dos quais se formam anterozdides flagolados. Isosporia versus heterosporia Enquanto as pteriddfitas formam um tinico tipo de esporo, sendo por isso chamadas isosporadas, as licopodineas formam dois tipos de esporo — megasporos e micrésporos —, sendo por isso chamadas heterospo- radas. Nas pteridétitas 0 prétalo é hermafrodita. Nas licopodineas o megas- poro origina o megaprotalo, feminino, e o micrésporo origina o microprota- lo, masculino, Desenvolvimento dos prétalos sobre o espordtito ‘0 desenvolvimento do megaprotalo e do microprotalo ocorre dentro do esponingio, sobre a planta esporofitica da selaginela, 120 As angiospermas estéio amplamente distribuidas pelo mundo e consiivem os alimenios bsicos da humonidode. (A Soja (8) Loranja. (C}Batoto- inglesa. (0) Mandioca.(E) Alface. freu grandes mudangas, tommando-se mais quen- wy te e seco. As plantas com sementes, ao contrario das criptégamas, nao necessitavam mais de égua na forma liquida para sua reproducio. Paralelamente ao declinio das criptgamas vasculares ¢ & ascensio das gimnospermas, ocor- reu 0 declinio dos anfibios, animais dependentes da gua para a reprodugo, e a ascensiio dos rép teis, animats adaptados a climas quentes e secos. (Fig. 8.6) Quando 0 clima voltou a esfriar, cerca de 65 milhdes de anos atras, novamente ocorreram grandes alteragées na fauna e na flora da Terr Os dinossauros se extinguiram e, dentre as plan- {as, apenas algumas gimnospermas persistiram, Desde entio elas formam ax grandes florestas das regides temperadas, constituindo parte importan- te da flora atual A histéria evolutiva das angiospermas N 8.6. Reconstrugo de um cendrio do periodo ‘A origem das angiospermas ainda é um mis- Permiono mostrande, em primero plano, uma gincolite tério para a ciéncia, Os f6sseis mais antigos des- e uma ave primilva (Archaeopterx) 131 Figuro 8.1 Representantes das quatro divisées de gimnospermas. (A) Conifera, pinheiro do género Thuia.(B) Cicodécea de género Cycas. (C] Detalhe do extrdbilo masculine de Cycas. (D) Detalhe do estrabilo feminino de Cycas. (E) Gnetécen com érgio reprodutivo. (F) Gincéfito; ramo com érgdo reprodutor feminino de Ginkgo biloba, inico representante atual da diviséo Ginkgophyia Figura 8.2 A diviséo Magno: lhophyta ou Anthophyta {an giospermas) engloba desde espécies com poucos mili metros de altura ofé arvo rt gigantescas, com quase 100 m. As angiospermas es 180 adaptedas 00s mais diver: sos ambientes. (A) Eucoliptos egramineos. (8) Cuscuta(cipé chumbo}, uma ongiospermo porosita de oviras plantas. (C) Detalhe do cipe chumbo sobre uma pionta hospedeira. (D) Trevo. (E) Flores de orquidea (F} Coc. 129 CAPITULO Hair ies UTE Ny aa ry 8.1 Caracteristicas gerais das fanerégamas A grande maioria das plantas que conhece- ‘mos pertence ao grupo das fanerégamas. O ter- mo “fanerégama” (do grego phaneros, visivel) refere-se ao fato de essas plantas apresentarem SrgHos reprodutores evidentes, a0 contrério do ‘que ocorre nas criptégamas. As fanerégamas 830 também chamadas espermatéfitas (do grego es- permatos, semente, € phyton, planta), pelo fato de formarem sementes. Classificagio das fane As fanerégamas compreendem dois gru- pos informais: gimnospermas (do grego gym- nos, nu, € sperma, semente) € as angiosper- mas (do grego aggeion, vaso). As primeiras apresentam sementes expostas (nuas), enquan- to as segundas tém sementes alojadas dentro de frutos. As gimnospermas sio divididas em quatro filos ou divisdes: Coniferophyta (coniferas), Cycadophyta (cicadéfitas), Gnetophyta (gnets- fitas) e Ginkgophyta (ginc6fitas). A divistio mais conhecida é a das coniferas, que compreen- de 0s pinheiros, os ciprestes ¢ os cedros. As cica- dfitas, ou cicadéceas, lembram pequenas pal: meiras, ¢ algumas espécies sio utilizadas como plantas ornamentais. J4 as gnet6fitas e gincdfitas slo pouco conhecidas. (Fig. 8.1) As angiospermas esto agrupadas em uma inica divisio, Anthophyta (ou Magnolio- nee ee ee & iephite BES ER SES phyta), composta por cerea de 285 mil espécies atuais, sendo as plantas mais abandantes do pla- neta, Esse sucesso pode ser atribuido ao desen- volvimento de diversas adaptagdes, dentre as quais destaca-se a reprodugio através das ores. 8. A divisio Anthophyta compreende duas classes: Monocotyledones ov Liliopsida (mo- nocotiledneas) e Dicotyledones ou Magno- liopsida (dicotiledéneas), principal critério para separar as angios- permas nessas duas classes é o ntimero de cotilé- ones presentes na semente, dois nas dicotiledd- neas e um nas monocotiledéneas. Os cotilédones sio folhas especiais cuja funcdo é alimentar ‘embrido quando a semente inicia seu desenvol- viento. (Hig. 8.3) Habitat As fanerdgamas estiio amplamente distri- buidas pelo mundo, ocupando tanto regides midas quanto desertos. Ha diversas espécies: aquiticas. As gimnospermas so abundantes nas re- sides temperadas do hemisfério norte, onde for mam extensas florestas chamadas taigas. No Brasil existe uma formagio vegetal de coniferas conhecida como mata de araucarias, tipica da regio sul do pafs. Essa mata, hoje bastante des- trufda pela exploragiio irracional da madeira, co- bria no passado grande parte dos estados do Pa- 4. (UFAL) Nos musgos, 0 esporsfito vive: 8) como epifita de érvores. ») sobre o gamet6fito. ‘em simbiose com outras plantas. 4) sobre rochas ou sobre 0 solo. ) como parasita de outras plantas, 5. (UCMG) Nos musgos, uma divistio meistica ori sinaré: 4) anteroz6ides. ») esporos. ©) oosferas. 4) 6vulos, ©) zigotos. Bloco 2, Pteridéfitas 6. (Mackenzie-SP) Uma samambaia corresponde a0: 8) esporsfito das preridofitas. ° 'b) gamet6fito das briGfitas. ©) espordfito das espermat6fitas. 4) gametéfito das fanerégamas. ©) espordfito das bri6fitas. 7. (Cesgrantio) As samambaias, devido a certas par- ticularidades de seu ciclo reprodutivo, proliferam ‘mais facilmente: a) nas caatingas. ') nos solos secos. ©) nas dguas oceéinicas. «) nos manguezais. €) nos solos tmidos. 8. (F. Zona Leste-SP) Na samambaia, cada esporo hhapléide dé origem a um: a) anteridio. +) gamet6fito. ©) esporsfito. ) arquegénio. ©) oosferi. 9. (Vunesp) Em um pteridéfito, a geracio esporofi- tica € representada por: a) esporos e esporiingios. ) esporos, apenas. «) raiz, emule e folhas, 4) prétalo, @) rizbide, caulbide € fildide. 10, (UCMG) Pritalo €: 1) gametingio de pteridfitos b) gametéfito de pterid6fitos. ©) esporingio de brisfitos. 4) gamet6fito de bri6fitos. ©) esporifito de bridfitos. 126 11, (Mackenzie-SP) 0 desenho representa uma folha de sa- ‘mambaia. A estrutura indi- ‘cada pela seta é chamada sendo forma- da por um conjunto de ‘Qual a alternativa que com- Pleta corretamente as lacu~ nas acima? a) soro, esporaingios. b) esporingio, soros. ©) antera, pélen. 4) esporangiforo, esporos. e) soro, pélen. 12, (Vunesp) A conquista do ambiente terrestre no reino Vegetal foi possibilitada pelo aparecimento de: a) fase gametofitica predominante em relagio & esporofitica. ») fase esporofitica predominante em relagio & gametofitica ¢) sistema de condugao diferenciado, 4) cuticula pluriestraificada, €) estmatos com mecanismos adaptativos a am- bientes com estresse hidrico. Bloco 3. Com entre bridfitas € pteridéfitas 13. (Mogi-SP) No quadro seguinte vocé encontrar caracteristicas de bri6fitas ¢ pteridéfitas. Assina- Je a alternativa errada: Briofias Prenidias 1 | Cripcdgamas avasculres, | Criptigamas vascuares 11 | Fase gamerofitca Fase espootiaes mais deseavoivida predominant Tt | Presenga de riatides. | Possuem ratzes verdadeiras. TV | Meione ocone me formagto | Meioneocoere na formagio dos games. dos espors. V | Dependem éa agua do | Dependem da sgus 60 ambiente par fecundasto | ambiente par fecundao| al bi Ml. div. eV. 14, (PUC-SP) Considerando as seguintes caracteris- tieas 1. Alternincia de geragdes com 0 esporsifite pre~ dominante sobre o gamet6fito. I. Presenga de tecidos de condugio. IML, Ocorréncia de meiose espsrica, ‘Um musgo (bridfita) ¢ uma samambaia (pteridé- fita) apresentam em comum: alell «) apenas 1. b) Met ©) apenas IIL. ©) apenas I mento de reservas alimentares e um envolt6rio protetor. As reservas de alimento serve pa nutrir 0 embrido em desenvolvimento até 0 apa recimento das raizes e folhas ¢ a aquisigao de capacidade para realizar fotossintese. (Fig. 8.8) ‘da semente € permitir a0 cembridio aguardar o melhor mo senvolver. Certas sementes, po m vivas durante a est condigdes de umidade favordveis & sua ge nagdo. As sementes das plantas de regides temperadas sio capazes de resistir ao frio inten. rento para se de~ -xemplo, perma- que sur- so do longo perfodo de inverno, germinando so- mente quando as condi tornam favordveis. Ess condigdes desf tes se espalhem eg da planta s de temperatura se idade de resist fordiveis permite que as sen 150/708 grandes dist 8.4 Reproducao nas gimnospermas 9 A moioria des espécies de pinheiro 10 OU una — MOndice: a mesma Ervore forma dois lipos de estrobilo, cica sao organismos dij s © repres¢ mest (femininos) e microstrabilos (masculinos) iea sfio organisms lip Gugepresemtam. COs dos dos paheonce en Portanto, a fase esporofitica do ciclo de vida al- O* s#mébies dos pinhsios, devido 00 sey formato ternante, Ao atingir a maturidade sexual, a forme tconore" (A) Esrobllo koceondhean hee gimnosperma produz ramos reprodutivos espe- de nus alguns meses aporo ecuncocoo (8) Esvebice ciais denominados estrébilos. (Fig. 8.9) masculinos moduros liberande polen Gimnospermas como um pil iguro 8.8 (A) Estébilo feminino madure de araucéria de ‘onde foi rticada porte das sementes (pinhSes). (8) Sementes do craucéria inleiras e cortades longitudinalmente. (C) Sementes de feijéo, uma angiosperma dicotiledénea. Uma somente contam um expordhilo over, 0 embyido, ¢ alimento ora eu deservoly mento 133 stiles Um estr6bilo apresenta um eixo central, no ‘qual estio inseridas folhas especializadas, 05 €5- por éfilos (do grego spora, esporo, e phyllon, fo- ha). Os espordfilos formam espordingigg, no in- terior dos quais so produzidos esporos. Megisporos ¢ micréspors Os esporos femininos das gimnospermas acumulam substincias nutritivas e crescem mui- to, sendo por isso denominados megsporos (do grego mega, grande). Os esporos masculinos, ‘bem menores que 08 femininos, sao os micrés- pores (do grego micros, pequenc). ‘Os megdsporos estio contidos em megaspo- ‘rngios, que, por sua vez, formam-se sobre me- gasporéfilos. Os micrdsporos, por sua vez, es- tio contides em micrespordingios, que se for- ‘mam sobre os microsporéfilos. Formagio do prio de pélen Um microsporsfilo € uma fotha fértil que forma duas estrufuras reprodutivas chamadas microsporingios, No interior destes, centenas de células sofrem meiose e originam micréspo- ros haploides. Cada micrésporo sofre entio uma divisio mitética, ociginando dias eélulas hapléides: a célula do tubo a eélula geradora. Estas duas ccélulas permanecem juntas, envoltas por uma parede protetora, constituindo 6 gro de pélen. © grio de pélen dard origem a um micros- e6pico gametéfito masculino em forma de tubo, ‘0 tubo polinico, que contém duas minisculas e€- lulas esperméticas, os gametas masculinos. Fe to ‘Um megasporéfilo€ uma folha feminina fér- til que forma geralmente dois megasporiingios. Cada um deles ¢ revestido por um tecido prote- tor resistente, o tegumento, no qual hé um oriff- cio, a micr6pila, No interior do megasporingio, uma célula dipldide acumula substincias nutritivas e cresce ‘muito, sofrendo melose em seguida. Das quatro células resultantes, trés degenéram, restando, apenas uma, denominada imegasporo. 134 © megasporo se divide centenas de vezes por mitose, originande uur conjunto de células hhapléides que ocupa 0 ifiterior do megasporin- gio © que corresponde ao megaprétalo, ou ga- ‘metéfito feminino. O conjunto formado por te- gumento, megaspordngio e gametsfito feminine €0 que se denomina 6vulo, Determinadas célu- las do gamet6fito se diferenciam, formando duas ‘ou mais estruturas alongadas denominadas ar- ‘quegOnios. Dentro de cada arqueg6nio forma-se um gameta feminino, a oosfera. (Fig. 8.10) Onailo vegetal e 6vulo animal © 6vulo formado pelas plantas nio corres- ponde_ao évulo animal, Ovulos vegetais so es- truturas multicelulares, constituidas por envolt6- +ios dipléides (tegumentos) e por um tecido ha- pl6ide interno, o gametsfitorfeminino, no qual se forma o verdadeiro gameta feminino, a ovsfera. vulos animais si0 0s gametas femininos, fun- cionalmente correspondentes as oosferas das plantas. f Forma ite em = Penne ecuso A chegada dos grios de pélen 20 évulo € chamada polinizac&o. Nas gimnospermas 0 agente responsiivel pela polinizago é 0 vento, Um gro de pélen que atinge 0 6vulo germina, produzindo um longo tubo polinico. Duas célu- las espermiticas, originadas pela divisio mit6- tica da célula geradora, deslizam pelo tubo polf- nico em diregio & micrépila do Svulo. © tubo polinico perfura © megaspordingio atinge a oosfera. Esta é fecundada por uma das Células esperméticas, surgindo, assim, o zigoto ipléide. (Fig, 8.11) Forma do embrido (0 zigoto sofre sucessivas divisdes mitoticas originando um embridio dipléide. Enquanto 0 embritio esté se formando, o tecido gametofitico a0 redor dele armazena substincias nutrtivas ¢ se transforma no endosperma primério, cuja fungao é nutrir 0 embrido, Os tegumentos do <6vulo tornam-se espessos, formando uma casca resistente. Esse conjunto, resultante do desenvol- tyre Figura 8.10 (A) Um eshébilo & um rome mediicodo cos ® fobs, chamados exporfes, foram exporengios. 8) © eri feminin dos gimnospermas choma se mepasrébilo; fe cs fos megcspordhia| forma os megasportngios (6vulos). (C) O estrébilo masculine chama-se microstrébilo; em s0as folhas(mirosporfes] omar os merosporangios. Em —a muitos espécies de pinheiro 0 envoltério do pélen forma ‘expanses que oluam como asas, 0 que foclita seu Iransporte sporingion pelo vento, Megasporéngio Ser Pree Gometsio 9 (megoprotolo) 11 (A) O desenvolvimento de gro de pélon leva & formacio do tubo pelinico, que & o gometiito masculine dos fanerogamas. (8) tube polinico conduz 108 gamotos masculinos ofé « oosfera, subsivindo © meio liquide pora a fecundogao. vimento do 6vulo fecundado, é a semente. Ao amaiurecer, ela se desprende do megasporstilo ‘cai a0 solo. Se as condigées forem apropriadas, 4 semente germina, A germinaglo da semente nada mais é do que a retomada do desenvolvimento do embrigo, ue cresce e perfura a casca da semente, dando origem a uma pequena planta diplside. Durante a germinacio, o embrido se nutre das substincias armazenadas no endosperma. Quando estas se esgotam, a jovem plantinha jé presenta raizes e folhas, sendo capaz de retirar hutrientes minerais do solo e de produzir subs- t€ncias orginicas por meio da fotossintese. (Fig. 8.12) 8.5 Reproducao nas angiospermas ‘Uma angiosperma é um organismo dipléide {que constitui a fase esporofitica do ciclo de vida Ao atingir a maturidade sexual, as angiospermas produzem estruturas reprodutivas chamadas flo- res, (Fig. 8.13) Estrutura da flor ‘Uma flor apresenta geralmente quatro con- juntos de folhas especializadas dispostas em tor no de um ramo muito curto denominado recep- téculo floral. As folhas mais exter 46 70g sépalas, geralmente de cor verde, que junto constituem 0 eélice. Situadas em posigio mais interna encontram-se as pétalas, que em cconjunto constituem a corola. Sépalas e pétalas tio folhas estéreis, isto é que no formam ele- ‘mentos reprodutivos, Suas fungdes so, respecti- ‘vamente, proteger 0 botio floral ¢ atrair animais polinizadores, O terceiro conjunto de folhas especializadas 0 androceu (do grego andros, homem). O an-

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