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TESTE DE PREFERÊNCIA
Quelimane
2023
ABDUL FAIAZE RIBEIRO
TESTE DE PREFERÊNCIA
Quelimane
2023
Índice
1. Introdução...............................................................................................................................3
2. Justificativa.............................................................................................................................4
2.1. Objectivos............................................................................................................................4
3. Metodologia............................................................................................................................4
4. Métodos afetivos.....................................................................................................................5
4.1.Testes qualitativos.................................................................................................................5
4.2.Testes quantitativos...............................................................................................................6
4.3.Teste de preferência..............................................................................................................6
4.4. Aplicações............................................................................................................................7
6.Resultados e discussão...........................................................................................................13
6.1.Testes De Aceitação............................................................................................................14
7. Conclusão..............................................................................................................................18
8. Referências bibliográficas.....................................................................................................19
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1. Introdução
A análise sensorial desempenha um papel fundamental na indústria de alimentos,
permitindo compreender as preferências e percepções dos consumidores em relação aos
produtos alimentícios. De acordo com LAWLESS E HEYMANN (2010), a análise sensorial é
definida como uma ciência que utiliza os sentidos humanos para avaliar e compreender as
características organolépticas dos alimentos, incluindo sabor, aroma, textura, aparência e até
mesmo o aspecto sonoro. A indústria de alimentos está constantemente buscando desenvolver
produtos que atendam às expectativas dos consumidores em termos de sabor, qualidade e
aceitabilidade geral. Com o objectivo principal de determinar a preferência relativa de um
grupo de pessoas por diferentes alternativas, no entanto, é importante considerar que os
resultados de um teste de preferência são baseados nas opiniões e escolhas dos participantes e
podem variar de acordo com o contexto e as características individuais de cada pessoa. Além
disso, é fundamental garantir que o teste seja conduzido de forma imparcial e que as opções
sejam apresentadas de maneira equilibrada e justa.
2. Justificativa
Os testes de preferência desempenham um papel fundamental na análise sensorial de
alimentos. Eles são utilizados para avaliar e compreender as preferências dos consumidores
em relação a diferentes produtos alimentícios. Esses testes são realizados para obter
informações importantes sobre as características organolépticas dos alimentos, ou seja, suas
propriedades sensoriais, como sabor, aroma, textura e aparência. Eles permitem que os
desenvolvedores de produtos identifiquem quais características sensoriais são mais atraentes
para os consumidores e, assim, ajustem as formulações para melhorar a aceitação do produto.
2.1. Objectivos
3. Metodologia
Para a materialização dos objectivos propostos para esta pesquisa foi necessário o uso
da pesquisa Bibliográfica e análise documental, para (GIL, 1991), a pesquisa é Bibliográfica,
quando elaborada a partir de material já publicado, constituído principalmente de livros,
artigos periódicos e, actualmente, material disponibilizado na Internet. A pesquisa
bibliográfica consistiu na recolha de informações disponíveis em diversas obras que tratam
aspectos relacionados com o tema, pois este vai permitiu que as informações fossem
recolhidas e sintetizadas com vista a produzir o quadro/referencial teórico que norteará a
pesquisa.
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4. Métodos afetivos
Os testes afetivos podem ser usados para determinar quantitativamente e
qualitativamente a opinião dos consumidores em relação aos produtos em estudo, levando em
consideração as diferenças devido à idade, ao sexo e às influências culturais. Dessa forma, os
provadores não precisam ser treinados, mas é necessário que eles sejam consumidores
regulares do produto ou representantes do público-alvo, e por esse motivo os testes afetivos
também são chamados de testes de consumidores. Eles são elementos chave no
desenvolvimento de produtos, no monitoramento da posição de mercado e no melhoramento
do processo ou otimização (KEMP et al., 2009; DUTCOSKY, 2011).
O mercado de produtos alimentícios tem-se mostrado competitivo, o que exige o
lançamento constante de novos produtos e aumenta o risco de falhas, especialmente quanto à
sua aceitação por parte dos consumidores. Dessa forma, os testes com consumidores surgem
como excepcional ferramenta para determinar a aceitabilidade sensorial do produto e
descobrir potenciais problemas antes do seu lançamento, evitando então, erros dispendiosos.
Além disso, é possível analisar as características do produto que são superiores aos dos
concorrentes e obter dados sobre os fatores sensoriais e a percepção do produto (LAWLESS,
HEYMANN, 2010).
Os métodos afetivos oferecem, como uma de suas vantagens, a flexibilidade em
relação ao local de execução, e para testes realizados com consumidores o local de realização
pode ter interferência significativa nos resultados. Além da flexibilidade quanto ao local de
realização do teste, é possível extrair informações qualitativas e/ou quantitativas, dividindo os
métodos afetivos em duas categorias, a de testes qualitativos e a de testes quantitativos.
4.1.Testes qualitativos
Os testes qualitativos produzem observações e aprendizados-chave, avaliando expectativas
relacionadas à embalagem, propaganda ou impacto de uma ideia, trabalhando com descrições,
comparações e interpretações. São testes válidos para captar a impressão dos consumidores
acerca de um produto, a maneira a qual ele se refere ao mesmo e buscam uma investigação
detalhada de costumes, comportamentos e expectativas. Esses testes visam trabalhar a opinião
do consumidor em profundidade e são aplicados quando pretende-se alcançar um
posicionamento inicial deste sobre o conceito do produto, para entender a terminologia
utilizada por eles e para compreender hábitos e atitudes em relação à categoria do produto em
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4.2.Testes quantitativos
Os testes quantitativos mensuram, numericamente, as respostas transmitidas pelos
consumidores às várias sensações originadas de reacções fisiológicas a certos estímulos, e
permite analisar produtos quanto a sua aceitabilidade e preferência (IAL, 2005). Esses testes
produzem dados numéricos e estatísticos e, de maneira geral, requerem maior montante de
consumidores provadores, usualmente entre 50 e 400 indivíduos. Uma vez que as avaliações
são realizadas por consumidores não treinados, a acuidade sensorial não é necessária, e os
resultados, que são manifestações pessoais acerca dos produtos, podem ter interpretação mais
complexa (TEIXEIRA, 2009). Essa categoria de testes é extremamente útil para as indústrias
alimentícias, e classificam-se em testes de aceitabilidade e preferência (DUTCOSKY, 2011).
4.3.Teste de preferência
O teste de preferência é uma metodologia utilizada para avaliar as preferências e
opiniões das pessoas em relação a determinados produtos, serviços, conceitos ou ideias. É
uma ferramenta comummente utilizada em pesquisas de mercado, estudos de usabilidade,
testes de produtos e desenvolvimento de novos produtos, e também os testes de preferência
são uma ferramenta valiosa na análise sensorial de alimentos, permitindo avaliar e comparar a
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preferência dos consumidores por diferentes produtos ou formulações. Esses testes podem
fornecer insignes importantes para a formulação de produtos alimentícios mais atractivos e
satisfatórios para o público-alvo (TEIXEIRA, Lilian 2009).
Os testes de preferência podem ser considerados como uma das mais importantes
etapas da análise sensorial, representando o somatório de todas as percepções sensoriais e
expressando o julgamento sobre a qualidade do produto. Eles são aplicados quando se deseja
avaliar a preferência do consumidor em relação a duas ou mais amostras comparadas entre si,
sem levar em conta o gosto pessoal de cada avaliador. São usados especificamente quando se
deseja colocar um produto em competição direta em relação a outro. O teste força a escolha
de um item sobre outro, não indicando se o indivíduo gostou ou desgostou (NORA, 2021).
Esses testes são úteis para avaliar novas formulações ou comparar o desempenho em relação
aos concorrentes, auxiliando no posicionamento de marcas.
Tem por objectivo avaliar a preferência do consumidor quando ele compara dois ou mais
produtos entre si. São usados especificamente quando se deseja colocar um produto em
competição direta em relação a outro. O teste força a escolha de um item sobre outro (s), não
indicando se o indivíduo gostou ou desgostou. Como exemplos de aplicação, estes podem ser
utilizados em situações de melhoria do produto ou de competição de igualdade. Podem ser
classificados em teste de preferência pareado ou teste de ordenação de preferência. A
Preferência pode ser definida como:
4.4. Aplicações
Comparar produtos concorrentes;
Desenvolvimento de novos produtos;
Otimização/melhoria da qualidade de produtos;
Acesso ao mercado potencial.
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Testes de preferência com escalas versus sem escalas: Os testes de preferência com
escalas utilizam uma escala numérica ou outra escala de classificação para que os
participantes indiquem sua preferência. Por exemplo, eles podem ser solicitados a
avaliar as opções em uma escala de 1 a 5. Já os testes de preferência sem escalas não
utilizam escalas numéricas, mas podem pedir aos participantes que classifiquem as
opções de acordo com sua ordem de preferência ou as comparem directamente sem
atribuir valores específicos.
Análise estatística: Após a colecta dos dados, é comum realizar uma análise
estatística para interpretar os resultados do teste de preferência. Isso pode incluir
cálculos de média, desvio padrão, análise de variância (ANOVA) ou outros métodos
estatísticos para identificar diferenças significativas entre as opções avaliadas.
Além disso, este teste pode também ser utilizado para medir o grau de preferência.
Geralmente é utilizado quando se deseja colocar um produto em competição direta com outro,
onde o atributo deve ser especificado anteriormente. A probabilidade de acertos no teste
pareada é de 50%. Apresentação das amostras: Amostras são apresentadas codificadas com
números de três (3) dígitos. Todos os julgadores devem receber simultaneamente as duas
amostras codificadas, em que metade recebe na ordem AB e a outra metade na ordem BA.
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Interpretação dos resultados: A análise estatística não paramétrica pode ser aplicada
para determinar diferenças. No entanto, a principal desvantagem é que o “grau de gostar” não
é determinado. Sendo assim, os consumidores podem não gostar de produtos e ainda ter
preferência por um quando são forçados a escolher. Além disso, outras perguntas ao
consumidor, além do gosto geral, podem ser feitas com o teste de aceitação, e a preferência
pode ser aferida a partir do teste. Em suma, com o teste de aceitação, mais informações junto
com a preferência podem ser obtidas. A análise estatística é feita da mesma forma que no teste
de diferença de comparação pareada, o qual é apresentado no capítulo de testes
discriminativos. No entanto, a tabela empregada neste caso é a tabela bilateral, onde a
preferência é avaliada.
Princípio do teste: O teste é realizado com três ou mais amostras e segue o mesmo
princípio do teste discriminativo de ordenação. Entretanto, a ordenação será realizada
conforme a preferência do julgador. Nesse caso o mesmo deve ordenar as amostras da mais
preferida para a menos preferida (FERREIRA V.L.P. 2000).
Interpretação dos resultados: O resultado é dado pela soma das ordens obtidas dos
julgadores a cada uma das amostras e a análise estatística deve ser feita pelo teste não
paramétrico de Friedman, utilizando a tabela de Newell e MacFarlane para verificar se há ou
não diferença significativa entre amostras. A condução deste teste segue a mesma avaliação
estatística apresentada no teste discriminativo de ordenação presente no capítulo de testes
discriminativos.
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6.Resultados e discussão
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6.1.Testes De Aceitação
A aceitação de um produto é dependente de diversos fatores, como estilo de vida,
condição socioeconómica e base cultural, e pode demonstrar a reacção do consumidor frente à
aspectos como preço e disponibilidade ou acesso, que transcendem a barreira do julgamento
pessoal (TEIXEIRA, 2009).
Diversas escalas são empregadas para realização dos testes de aceitação, sendo as mais
adotadas as escalas hedônicas, a de atitude e a do ideal. As escalas hedônicas são as mais
comuns, e são amplamente utilizadas desde sua criação, na década de 1940 (NORA, 2021).
Consideram-se melhores aquelas que possuem número balanceado de categorias, já que
apresentam números iguais de categorias positivas e negativas. As não balanceadas
apresentam desequilíbrio entre os lados de julgamentos positivos e negativos, e podem levar à
obtenção de resultados distorcidos (BENTO; ANDRADE; SILVA, 2013).
Método para execução teste de aceitação com escala hedônica facial, mista e
verbal: Realizar a distribuição das fichas com a escala hedônica (adequada à série), as quais
devem ser respondidas antes do estudante sair do refeitório ou em sala de aula. O responsável
pela aplicação do teste deve explicar a forma correcta de preenchimento da ficha aos
estudantes, os quais deverão julgar individualmente as preparações. Ao término, as fichas
preenchidas são recolhidas pelo responsável.
Metodologia utilizada no teste: A escala verbal estruturada pode ser aplicada tanto
em provadores treinados como não treinados, facilitando dessa forma o processo de
recrutamento para a realização da análise sensorial de um produto alimentício. A mesma é
classificada em escores numéricos que são analisados estatisticamente para determinar a
diferença no grau de preferência entre as amostras, expressando assim a opinião individual do
consumidor.
Apresentação das amostras: As amostras são apresentadas aos julgadores codificadas com
algarismos de três dígitos e aleatorizadas, onde serão avaliados o grau de gostar ou desgostar
de cada uma delas através de uma escala previamente definida, sendo a preferência obtida por
inferência. Recomenda-se que o número de julgadores seja entre 50 e 100.
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7. Conclusão
Com base neste estudo, pode-se concluir que o teste de preferência é uma técnica
utilizada para medir as preferências das pessoas em relação a diferentes opções. O teste
geralmente envolve apresentar aos participantes duas ou mais opções e pedir que eles
indiquem qual preferem. Isso pode ser feito por meio de escalas de classificação,
questionários ou outros métodos de colecta de dados. Existem diferentes abordagens para
realizar um teste de preferência, como o teste de ordenação, onde os participantes classificam
as opções em ordem de preferência, o teste de comparação pareada, onde os participantes
escolhem entre duas opções em cada rodada, e o teste de escala, onde os participantes
atribuem valores em uma escala para indicar suas preferências. Os testes de preferência são
relativamente fáceis de implementar e podem ser conduzidos de forma eficiente, permitindo a
colecta de dados de um grande número de participantes em um curto período de tempo.
8. Referências bibliográficas
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR ISO 6658. Análise sensorial –
Metodologia – Orientações gerais. ABNT: 2014.
DUTCOSKY S.D. Análise sensorial de Alimentos. 3 ed. rev. e ampl. Curitiba: Champagnat,
2011. 426 p.
FERREIRA V.L.P. et al. Análise sensorial: testes discriminativos e afetivos. Campinas, SP:
SBCTA; 2000. 127 p. (Manual: Série Qualidade).
IAL – Instituto Adolfo Lutz. Métodos físico-químicos para análise de alimentos. 4ª ed.
Brasília: Ministério da Saúde, 2005. 1081 pg.
KEMP, T.; HOLLOWOOD T.; HORT, J. Sensory Evaluation: A practical handbook.5 ed.
2009.
LAWLESS, H. T.; HEYMANN, H. Sensory Evaluation of Food. Food Science Text Series,
[S.L.], 2010.
TEIXEIRA, LILIAN. Análise sensorial na indústria de alimentos. Rev. Inst. Latic. Cândido
Tostes, Jan/Fev, n. 366, v. 64, p. 12-21, 2009.