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DOMÍNIO 2

ESTRUTURA E DINÂMICA DA GEOSFERA

2.1. Vulcanismo

2.2. Sismologia

2.3. Estrutura interna da Terra


Métodos de estudo do interior da Terra
Qual a importância do estudo do interior da
Geosfera?
O estudo dos fenómenos geológicos que ocorrem na Terra
reveste-se de especial importância, não só pelo
reconhecimento do interior da Geosfera, mas pela
prevenção e minimização de riscos. Os geólogos usam
diversos instrumentos e recolhem informações nos mais
variados pontos do globo.
O estudo da estrutura da Geosfera pode ser
efetuado recorrendo a métodos:

•Diretos – baseiam-se na recolha e análise de


elementos e no seu estudo direto, como por
exemplo o estudo das rochas;
•Indiretos – os dados obtidos são essencialmente de
natureza geofísica e fornecem a maioria das
informações referentes à estrutura interna da Terra,
principalmente as propriedades das camadas mais
internas
Métodos Diretos
Métodos Diretos
Em Portugal, nos distritos
de Beja e de Bragança,
encontram-se no interior
de uma cadeia
montanhosa, actualmente
desaparecida; no
chamado maciço de
Morais, em Trás-os-
Montes, testemunhos da
parte superior do manto e
da base da crosta
oceânica sobrepostos a
rochas continentais
( ofiólitos).
Métodos Diretos
MAGMAS

- fornecem-nos importantes
informações sobre o interior da Terra
(até cerca de 150 km de profundidade).

- A análise desses materiais (lavas,


cinzas, gases) permite-nos conhecer a
composição da parte superior da crosta
terrestre.
Métodos Diretos

Durante a ascensão,
os magmas
arrancam
fragmentos de
rochas circundantes
– xenólitos – que
podem ser depois
estudados pelos
geólogos.
Métodos Diretos
Um vulcão não nos fornece apenas a sua lava como fonte de estudo, mas
fornece-nos, também, fragmentos da chaminé e da câmara magmática – os
xenólitos.
Métodos Diretos
Métodos Diretos

Afloramentos

Grand Canyon

Permite-nos concluir acerca da existência de falhas


e de dobras, qual o tipo de rocha e respectiva
idade, com o inconveniente de esta observação se
limitar a poucos metros de profundidade.

Blocos de granito
Métodos Diretos

Exploração de jazigos minerais

Interior de exploração mineira.

Mina de diamantes a céu aberto em Sakha, Rússia


SISMOLOGIA
Investigando o interior da Terra…
Como é que as ondas sísmicas se A velocidade e trajetória das ondas
comportavam se a Terra fosse sísmicas, variam em profundidade
homogénea? consoante a rigidez, a densidade e a
-A velocidade devia manter-se incompressibilidade dos materiais que
constante; atravessam
- A trajetória seria retilínea.
Variação da densidade e da Velocidade das
ondas sísmicas através do Globo

interno

Atividade: Página 178


Profundidade (Km)
 Mas para que a velocidade das ondas aumente com a profundidade temos
que supor que o interior da Terra não é homogéneo e que as grandezas que
influenciam a propagação das ondas devem variar, de tal modo, que
condicionem este aumento de velocidade.

Recordar
:
A velocidade de propagação das ondas sísmicas depende de(pág.144):

 Rigidez (r) – resistência à variação de forma;


Ondas S
 Densidade (d);
Ondas P
 Incompressibilidade (k) – resistência à variação
de volume;
O recurso às fórmulas da velocidade das ondas P e S revela que a
velocidade varia diretamente com a rigidez e inversamente com a
densidade. Então, se os valores VP e VS, aumentam com a profundidade,
a análise das fórmulas sugere um dos seguintes factos:

1 – a rigidez aumenta e a densidade diminui ou mantém-se com a profundidade;

2 – a rigidez e a densidade aumentam com a profundidade, sendo superior o aumento


da rigidez;

3 – a rigidez e a densidade diminuem com a profundidade, sendo superior a


diminuição de densidade;

Conclusão: Opção 2 é a correta. A densidade tem que aumentar com a


profundidade (pelo aumento da pressão e pelos valores da densidade
média (5,5), quando comparados com os da superfície).
A descoberta das descontinuidades que separam as diferentes secções no
interior da Terra também foi possível devido aos estudos dos dados da
velocidade das ondas sísmicas:

• Descontinuidade de Moho
• Descontinuidade de Gutenberg
• Descontinuidade de Lehmann
O que acontece às ondas P a partir dos 100 km de
profundidade?

E às ondas S? ver p. 180


Como se pode explicar este facto?
Esta faixa de baixa velocidade das ondas
sísmicas designa-se Astenosfera e
corresponde a uma variação das propriedades
das rochas que constituem esta zona e não a
uma variação da sua composição.

Na Astenosfera, as rochas
apresentam menor rigidez que as que
lhe estão suprajacentes e que
constituem a Litosfera.
At. P. 181
EM RESUMO
A Sismologia:
• Fornece dados sobre o interior da Terra a partir do estudo da propagação das
ondas sísmicas;
• Permitiu deduzir a divisão do planeta em camadas, o estado físico dos
materiais que as constituem, a sua rigidez e densidade, e a sua composição
litológica;
• Possibilitou a identificação de descontinuidades entre as diferentes camadas;
• Revelou a presença de uma zona de baixa velocidade das ondas P e S,
correspondente à astenosfera.
Geomagnetismo

http://www.youtube.com/watch?feature=pla
yer_embedded&v=btA7YRV8kAU
Teoria electromagnética ou Teoria do dínamo

O material líquido do núcleo externo


roda relativamente ao núcleo interno
e ao manto gerando uma corrente
eléctrica que produz o campo
magnético terrestre.
Os polos magnéticos estão ligeiramente deslocados em relação aos polos
geográficos.

Polo norte magnético : 79º N

Polo sul magnético:79º S


•O campo magnético terrestre deve-se à existência do núcleo
externo de ferro e níquel ( composição metálica)no estado liquido,
que ao rodar lentamente em relação ao manto gera correntes
elétricas que estabelecem um campo magnético.

•A ocorrência de inversões de polaridade no campo magnético também


só pode ser justificada pelo facto dos metais(Fe e Ni) se encontrarem
no estado líquido
•Como sabemos que houve inversões?
•O campo magnético terrestre encontra-se registado nas rochas:
As rochas
- Algumas rochas como os basaltos sedimentares
são ricas em minerais ferro-magnesianos. também podem
Durante o arrefecimento do magma que registar o campo
origina estas rochas formam-se minerais magnético terrestre,
que ficam magnetizados ficando os seus pois os minerais que
minerais orientados paralelamente ao as formam podem
possuir propriedades
campo magnético terrestre desse
magnéticas, e
momento (mesmo que o campo
aquando da
magnético terrestre mude estes minerais deposição orientar-se
conservam a sua polaridade- de acordo com o
paleomagnetismo) campo magnético
terrestre.
Paleomagnetismo – estudo dos campos magnéticos terrestres
fossilizados.
Paleomagnetismo dos fundos oceânicos

O basalto é rico em magnetite e um dos principais constituintes


da crosta oceânica.
Estudos realizados com magnetómetros revelaram a
existência de um padrão de bandas paralelas e simétricas em
relação aos eixos das dorsais, que apresentando
alternadamente polaridade normal e polaridade inversa.

- + +
-
Paleomagnetismo dos fundos oceânicos

A análise destes dados levou admitir que ao longo do tempo


geológico, periodicamente, ocorreram inversões de
polaridade do campo magnético.
Estudos efectuados em derrames de lava na superfície
continental já haviam demonstrado estas inversões.

1963 – Fred Vine e Drumond Mattheus – propuseram num


artigo que se a crosta basáltica se forma regularmente ao
nível das dorsais, então deve constituir um registo das
inversões do campo magnético terrestre. As inversões de
polaridades seriam testemunhos da expansão dos oceanos.
Inversão da polaridade
Ao longo do tempo geológico, ocorreram variações muito
significativas no campo magnético terrestre com inversões
completas de polaridade – polo norte magnético converte-se
em polo sul magnético e vice-versa.
Paleomagnetismo dos fundos oceânicos

Fred Vine e Drumond Mattheus vieram confirmar a hipótese


de Hess, relativa à expansão dos fundos oceânicos:
-a crosta oceânica forma-se por derrames de lava no vale de
rifte que, ao consolidar, magnetiza-se em consonância com o
campo magnético existente;

- derrames sucessivos de lava afastam, de ambos os lados


do rifte, a crosta anteriormente formada;

-sempre que ocorre uma inversão de polaridade


geomagnética, ela é registada na lava em consolidação,
originando um padrão simétrico e paralelo ao rifte.
Paleomagnetismo dos fundos oceânicos
http://www.youtube.com/wat
ch?v=9X7_SQqqrlw

•O estudo das propriedades


magnéticas das lavas
consolidadas dos fundos
oceânicos permitiu concluir
que ao longo do tempo, o
C.M.T. sofreu várias inversões
( a inversão da polaridade
terrestre ocorreu 130X nos
últimos 65 M. a .)
• A orientação do C.M.T. na
atualidade – normal - e nas
outras alturas – invertido –
O magnetómetro permite medir a intensidade do campo
magnético e também determinar a direção e o sentido do
campo magnético “fossilizado” nas rochas.
Verifica-se que a
intensidade do
campo magnético
em determinadas
zonas é superior,
anomalia positiva, e
noutras zonas é
inferior, anomalia
negativa.
Geotermia

•Ciência que estuda a variação da temperatura em função da


profundidade terrestre
•À variação de temperatura em profundidade dá-se o nome de
gradiente geotérmico sendo expresso em oC/km
•Grau geotérmico – número de metros que é necessário percorrer em
profundidade para que a temperatura se eleve de um grau
•Valor médio – 33m/oC
•Fluxo geotérmico – Medição do calor libertado à superfície da Terra/
transferência de calor do interior para o exterior
X

1. Com base na análise do mapa:


1.1- caracterize a distribuição de calor na geosfera;
1.2- caracterize e identifique zonas de reduzido grau geotérmico,
1.3- caracterize e identifique zonas de elevado grau geotérmico;
1.4- Justifique, do ponto de vista geotérmico, a escolha do local X para a
realização de furos de sondagem ultraprofundos.
Propostas de correção da atividade

1. 1.A distribuição do calor geotérmico, no interior da Terra, não é


uniforme ( há zonas quentes e zonas frias).

1.2. As zonas de reduzido grau geotérmico são zonas tectonicamente


ativas(zonas quentes), como é o caso das zonas de fronteira entre
placas tectónicas.

1.3. As zonas de elevado grau geotérmico são zonas tectonicamente


estáveis(zonas frias), como é o caso do interior da placas tectónicas.

1.4. Por serem zonas frias permitem, à partida, alcançar


profundidades superiores às que seriam obtidas em zonas quentes.
1. Calcule o gradiente geotérmico para a
litosfera continental, até à
profundidade de 25Km, 50Km e
100Km.
2. Quais são as principais conclusões
que se podem retirar da comparação
dos valores calculados anteriormente?
3. Calcule o grau geotérmico para
profundidades entre os 200 e os 400
Km.
4. “O gradiente geotérmico para a
litosfera oceânica é superior ao da
litosfera continental”. Comente a
afirmação.
1. 500 oC / 25km = 20 oC /km
850 oC / 50km = 17 oC /km
1150 oC / 100km = 11,5 oC /km
2. Ocorre aumento da T com a profundidade,
mas esse aumento tende a ser menor com o
aumento da profundidade,i.é, perto da
superfície a T aumenta mais rapidamente do
que nas camadas mais internas.
3. Entre os 200 e 400 km, a temperatura
passa de 1350 oC – 1500 oC
200000 m / 150 oC = 1333 m / oC
4. A T na litosfera oceânica aumenta de forma
mais intensa que na litosfera continental. Para
uma mesma profundidade a T é maior na
litosfera oceânica logo o gradiente geotérmico
é maior.

Variação da temperatura e da pressão até à


profundidade de 400km

At. P. 185
Modelos da estrutura Interna da Terra
Com os dados fornecidos por métodos diretos e indiretos
pode afirmar-se que existem dois modelos para a estrutura
interna da Terra:

- Modelo Geoquímico
- Modelo Geofísico.
Estrutura
Interna
da Terra

Modelo
Geoquímico
CROSTA
Crosta oceânica:
Fina (7 km)
Basalto (rocha magmática agranular,
Escura
 sima-silício e magnésio)
Mais densa 3.0 g/cm3
Rochas mais recentes

Crosta continental:
Mais espessa (30-70 km)
Granito (Rocha magmática, granular, clara-
sial- silício e alumínio)
Menos densa 2.7 g/cm3
Rochas mais antigas
Como foram determinadas as
diferenças entre a crosta oceânica
e a continental?

A partir da diferença na velocidade de propagação das


ondas P nos oceanos (em média 7 km/s) e nos
continentes (6 Km/s).
MANTO
- 82% do volume da Terra;
- Prolonga-se até à profundidade de
2891 km;
- Essencialmente constituído por
peridotito (olivina, piroxenas- fema-
ferro e magnésio);
- Mais denso que a crosta 3.3 g/cm3
A profundidades superiores
a 400Km, ocorre um
aumento de velocidade das
ondas S. Este pode ser
explicado por um aumento
da rigidez devido à alta
pressão.
Assim, propõe-se a
existência de uma zona de
transição entre os 400Km e
os 660 Km.
Este facto apoia a divisão do Manto em Manto superior (até aos 660 km) e
Manto inferior (até aos 2891 Km).
NÚCLEO
- Elementos mais abundantes
(nife-níquel e ferro);
- Muito denso – 10 a 13
g/cm3.

- Núcleo externo líquido (2891Km-5150 km).


- Campo magnético , inversões de
polaridade e ausência de propagação das ondas S
- Núcleo interno sólido (5150 Km-6371 km).
Em resumo: o Modelo
Geoquímico
Estrutura
interna da
Terra

Modelo
Geofísico
LITOSFERA

- Fria e rígida;
- Constituída pela crosta e parte externa do manto superior;
- 100 km de espessura;
- Dividida em placas tectónicas.
ASTENOSFERA

- Parcialmente fundida, rochas pouco rígidas e de


comportamento plástico.
- Até aos 410 ;
- Génese de magmas e devido ao fluxo convectivo, permite os
movimentos das placas litosféricas.
MESOSFERA

- Rígida;
- Estende-se até aos 2891 km.
Endosfera
- Endosfera externa: fluída;
- Endosfera interna: rigida.
Em resumo: o Modelo
Geofísico
A astenosfera e a dinâmica da litosfera

Por que razão a crosta continental tem zonas mais espessas e zonas menos
espessas?

At. P.189; 192-197

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