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Lnvestigacao A Interculturalidade como uma Pedagogia do Encontro Ernesto Candeias Martins* RESUMO © autor define « educacdo intercultural na actual diversidade cultural e linguistica europeia. Além disso aborda os princfpios de uma pedagogic intercultural, considerando este tipo de pedagogic integrada nas chamadas "pedagogias de baixa densidade”, que sdo as que promovem sitvages de “encontro”, de relagdes interpessoais, de comunicagao e de convivéncia entre as pessoas. A educacéo intercultural integra-se no tipo de educagdo nao formal e informal. PN scant sccdos caeidimod na Europa, a uma mudanga nas politicas sociais e educativas, fruto da sociedade da informagéo e da comuni- caséio actual, onde germina uma cultura da desigualdade na diversidade de culturas e nos modos de vida dos grupos e dos povos. Frente a este panorama surge a necessidade de reorientar a educacio para a diferenca cultural dentro dos sistemas educativos nacionais. A escola, como todas as institvigdes sociais, néio se encontra preparada para enfrentar a diversi- dade, a desigualdade, a indisciplina e a exclusdio social (as minorias, a cultura da marginalidade, a inadaptacGo social, a xenofobia, etc.). Partir do multiculturalismo néo supde para a educagdéo o caminho tnico de aproximagéo aos problemas, nem a sua solugdo. A resposta & diversidade e as *Docente da Escola Superior de Educaséo de Castelo Branco (ESECI desigualdades, percebidas como caracteristicas na sociedade europeia contemporénea, pode ser diversa e difusa. Provavelmente, a resposta mais vidvel sera a “interculturalidade” (Clanet, 1990), de maneira a podermos potencializar a inter-relagéo entre as diversas culturas, no sentido de se garantir um espaco cultural europeu comum, sem se renunciar 4 identidade original. Evidentemente que isto supde um fortalecimento da comunidade de cul- turas, dos grupos e das nagdes, cuja continuidade deve estar assegurada por uma formagdo comuni- cacional e ética relacional dos individuos, dada na escola, lugar essencial da acco educativa intercultural [1]. Vivemos num contexto europeu a caminho da inter- culturalidade, de modo a construirmos uma reali- Doutor em Ciéncias da Educaso INSTITUTO SUPERIOR DI E CIENCIAS EDUCATIVAS 21 dade comum, habitada pela diversidade de povos, de linguas e de culturas. De facto, a educagao sera intercultural desde que se potencialize a inter- relagdo entre as pessoas de distintas culturas e ori- gens sociais, garantindo situacées de “encontro” e de relacdes de convivéncia, mas sem perda da sua identidade. De facto, a educacéo do intercultural implica um enfoque intercultural da educagao, isto 6, uma pedagogia intercultural (contra a desigual- dades, a excluséo social e étnica, © racismo, a xenofobia, as injustigas sociais e econémicas, a dis- criminagao, etc.), que possa incidir na cultura e na formacGo pessoal e social dos individuos (rede de convivencia de “baixa densidade”) A pedagogia intercultural é, quanto a nés, um aspecto das chamadas pedagogias de baixa den- sidade. Estas pedagogias (opostas 4s pedagogias de “alta densidade”) nao so apenas um novo dis- curso ético-cultural dentro dos curriculos escolares, nem das préticas pedagégicas nem do quotidiano social mas sim uma pedagogia da “impro- ago", da inovagde pedagégica e da con- vivéncia interpessoal (aproxima-se ao sentido da educago informal) que, enquadrando os objec- tivos da escola cultural e da sociedade da infor- magdo, deve promover a participago, a comut cagéo, as relagdes pessoais e a cooperacio, e configurar as ac¢ées educativas entre as pessoas e 08 povos [2]. Trata-se de uma “pedagogia do encontro” que cria situagdes educativas facilitadoras da aproximacao afectiva, emocional e sensivel entre os sujeitos de diferentes culturas, entre as tarefas educativas, no desporto, na satisfagao dos interesses educativos, nos tempos livres, no turismo, na pedagogia do trabalho e das relagées comerciais, etc., isto é, em sitvagdes de “baixa densidade”, as quais séo esponténeas e pouco estruturadas ov siste- matizadas. Partimos do pressuposto de que, se queremos con- hecer bem a nossa cultura e se queremos potenciar a nossa identidade, seré imprescindivel abrirmo- 22 INSTITUTO SUPERIOR DE CIENCIAS EDUCATIVAS nos ds realidades diferentes, sejam elas europeias, de expresstio luséfona ou universais. Uma das maneiras de nos conhecermos a nés préprios como cultura de dimensdo universal consiste em conhecer as culturas dos “outros”, | que nos obri- ga a prestar atengdo a certos aspectos da vida quotidiana que delas nos diferenciam ou nos iden- fificam (Montani, 1991: 320-326). Aspiramos a respeitar a diversidade dos povos, as culturas e as realidades que integram um espaco cultural, uma regiGo, um pais ou estado [apoio a eliminar os desigualdades, a exclusdo e certas manifestacdes sociais de desequilibrio na sociedade) 1. A fundamentaséo A diversidede (cultural) constitui cada vez mais um elemento de reflexdo pedagégica de primeiro plano, que gradualmente acrescenta novos ele- mentos, novas complexidades e novas possibil- dades. Conceitos como “multicultural”, “intercultu- ral", “pluricultural” e “transcultural” estéo integran- do a linguagem pedagégica dos professores e dos meios de comunicagao social, sendo indiscutivel o seu caracter de eixo transversal. De facto, apesar dessa presenga do discurso intercultural, actual mente, ele supde mais um propésito duma reali dade confrontada por experiéncias educativas, conde ha mais teoria do que prética intercultural. Por isso, 6 enorme o desequilibrio entre a literatu- ra exisiente sobre modelos e enfoque teéricos, ori- entacées gerais, perspectivas, etc. do que projec- tos educativos, desenvolvimento curricular, expe- riéncias didacticas, materiais curriculares, etc. Denunciamos 0 perigo que supée 0 frequente uso retorico da “interculturalidade”, como um discurso superficial e descontextualizado que esgota as possibilidades de reflexdo mais profunda sobre "diversidade e a globalidade cultural”. Hoje em dia é uma necessidade educativa trabalhar pela “interculturalidade” de modo a enfrentar as situagdes sociais e educativas que a todo o ser humano preocupa, como, por exemplo, o racismo, a xenofobia, a intoleréncia, etocentrismo de class- es, emigragGo, etnias, marginalidade, excluso social, etc. Contudo, o campo de intervencéo da educacéo intercultural néo se restringe a estes graves fenémenos de discriminagéo, também invade a escola (esta deve ser um espaco piblico de encontro entre culturas). A educacdo intercultu- ral, numa concep¢Go ampla, consiste na intervencao que organiza e desenvolve processos educativos sensiveis 4 diversidade cultural do meio envolvente, ulilizando esta para vinculéla & cultura escolar e promover simultaneamente a interaccéio e 0 inter- cambio cultural igualitario. Nesta perspectiva, a interculturalidade interessa-nos a todos, pois a todos nos compete tais objectivos educativos. O termo “interculturalidade", de grande difuséo a partir da década de 70, tem algumas relagSes com 0 de “multiculturalismo". Enquanto este iltimo se re- fere a preparagéio e experiéncias dos individuos para as realidades sociais, politicas e econdmicas, através de situacdes e encontros humanos cultural- mente diversos e complexos (Banks, 1981), 0 primeiro dése em contextos de sociedades onde coexistem diversas culturas. Ha alguma confusdo 4 volta do conceito de “interculturalidade”, j4 que ‘apresenta conotagées de ideias que descrevem o fenémeno intercultural. Clarificando 0 significado do enfoque da “interculturalidade", considerando-o como um procedimento, um processo dindmico de natureza social em que os participantes so impul- sados positivamente a serem conscientes da sua interdependéncia, 0 que implica ser uma filosofia, uma politica, um pensamento, uma pedagogia sis- tematizadora e uma atitude axiolégica ("razGo axio- légica”) nos seres humanos. A Europa preferiu mais o uso do termo “intercul- tural” (CERI/OCDE, 1987, 1989), enquanto no continente americano se difundiu 0 termo “multi- cultural” (nos EUA convivem com a “cultura domi- nante” uma infinidade de minorias e etnias cultur- ais que partilham e se confundem no mesmo ‘espaco geografico e social com o prefixo “multi” = diversidade). A Comunidade Europeia procura um espaco supranacional comum em que a diver- sidade cultural, mesmo apresentando problemas, devera gerar medidas (politica comunitaria) referi- das ao desenvolvimento do “auto-conceito” das minorias étnicas, da privagGo cultural dos jovens de etnias ou classes sociais marginalizadas/des- favorecidas, 4 linguagem, as reformas educativas, 0 pluralismo cultural, 4 diferenca cultural nos pro- gramas e curriculos escolares, etc. Em definitivo, consideramos como principios bési- cos para a implementacdo da educagao intercul- tural (Aguado, 1991: 90-95; Galindo y Escribano, 1990: 16-18}: (a) a educagao intercultural promove o respeito e «a toleréncia por todas as culturas existentes e con- dena as medidas politicas de assimilagéo das minorias pela cultura maioritéria ou dominadora; (b) a educagao intercultural é relevante para todas ‘as minorias e etnias culturais e classes margina- lizadas; (c} 0 educagdo intercultural entende que nenhum problema proveniente da diversidade cultural da sociedade tem solugdes unilaterais (devem ser de teor educativo na sociedade e de modo globa- lizador e integrador); {d) a educagéo intercultural deve promover o desenvolvimento da “transculturalidade”, cuja ‘expressdo pratica educativa demonstre que o con- hecimento é a propriedade comum de todas as pessoas. Encontramo-nos em sociedades pluriculturais que, desenvolvendo-se sob pardmetros de comporta- mentos etnocéntricos, vo superando as limitagdes sob uma tendéncia progressiva que implica uma concep¢éo universalista dos problemas que afec- tam os seres humanos. A solidariedade na edu- ca¢do intercultural configurase como a chave para a convivéncia do conjunto de culturas na sociedade. O valor da solidariedade esta na INSTITUTO SUPERIOR DE CIENCIAS EDUCATIVAS 23 cispide axiolégica para conceber-se uma Europa Unida apoiada no didlogo, na participagéo, na convivéncia (pedagogia do encontro}, tolerancia pela diversidade, autonomia e reciprocidade. A cultura e a educacao tém um papel fundamental para a concretizagéo do entendimento real dos actores sociais e culturais diferentes (identidade na diversidade) procurando uma nova globalizacéo ‘ou uma identidade num mundo novo. Uma identi- dade em termos de uma “razGo axiolégica” baseada no encontro, na convivéncia, na soli- dariedade, no respeito e na tolerdncia. O contri- buto da pedagogia para os objectivos da “inter- culturalidade” parte do conhecimento e da dis- cussao critica de uma realidade que, desgracada- mente, pde em dévida muitas tentativas ou medi- das no entendimento entre os individuos e colec- tivos humanos com tradi¢ées culturais diferentes (Avancini, 1991; Ferdman, 1990; Galindo y Escribano, 1990) 2. A Proposta de uma pedagogia intercultural A educagéio do intercultural implica um enfoque intercultural da educacéo (Aguado, 1991: 87- 104), isto 6, uma pedagogia intercultural incidente na cultura e na formagdo humana dos individuos. Esta pedagogia apoia-se no principio de que a fungGo basica da educagéo, identifico-se com o reforso do perfil cultural da comunidade ou da legitimidade duma cultura. Ela é um marco amplo que integra diversos enfoques, que estéo em fungdo da situagéo onde se realizam as accées educativas e a prépria intervencéio com objectivos especificos. A pedagogia intercultural pretende o direito a diferenca e, a partir dat, aprofundar na prépria identidade cultural a valorizagao do “outro cultur- al” através do seu conhecimento e da compreen- Go, isto é, gerando um novo modelo de conhe 24 INSTITUTO SUPERIOR DE CIENCIAS mento mituo de compreensao, de solidariedade & de cooperagdo desde a integragao respeitosa das opsées culturais (divergentes). Aceitamos, tal como A. J. Colom Cafiellas (1998), que "o fundamento desta pedagogia 6 a comuni- ca¢Go intercultural", isto é, se 0 Interculturalismo se baseia na relagdo entre culturas, obviamente que © sentido relacional e convivencial se concretiza ‘em actos de comunicacao (modo moral de agir do ser humano) (Habermas, 1987).Com efeito, o facto comunicativo, 0 didlogo e a relagao (entre pessoas de diferentes culturas e condigdes sociais) 6 determinante nos processos de desenvolvimento intercultural. As dificuldades da comunicagao e das relagdes pessoais e intergrupo darse-do pela diversidade (linguistica) e pela diferenca cultural (Demorgeon, 1989: 77 ss.). Evidentemente, se a pedagogia da_intercultu- rolidade se apoia na relacdo e na comunicasdo, a educagéo intercultural darse4 no “encontro” entre pessoas de diversas culturas, ou seja, este tipo de educagGo semeia o encontro intercultural, através de grupos interculturais. Neste sentido, podera nascer uma consciéncia cultural (e moral) conseguida vivendo e “convivendo” experiéncias internacionais, ja que na actualidade nos move- mos num internacionalismo pedagégico distinto. S6 através duma rede de pedagogias de “baixa densidade” conseguiremos a desejada_soli- dariedade e consciéncia moral no pensar e no agir dos seres humanos (Flecha, 1992; Martins, 1997, 1998). Reconhecemos, tal como A. J. Colom Cajiellas (1998), que “a pedagogia internacionalista com finalidade “intercultural” seré um risco", pois s6 os factos e a propria realidade de vida nos dardo resultados evidentes. A pedagogia intercultural nem € normativa, nem contempla um discurso éticomoral e humanista claro, porque ndo se apoia nas ideias pré-concebidas de toleréncia, so- lidariedade, ambientalismo, ecologia da com- preensdo humana e colectiva de modo a con- DUCATIVAS seguirse comunitariamente novas formas de vida pela descoberta de outras realidades e na coope- fagdo e participagdo entre as mesmas (Clanet, 1990; Giroux e Flecha, 1992; Lluch y Salinas, 1996: 82 ss.). ‘A nova pedagogia que propomos para um pro- jecto de escola que seja multicultural e/ou inter cultural, fundamenta-se nas relagSes espontaneas, de convivéncia, de contactos interpessoais ndo sis- tematizados nem sob uma orientacdo estruturada {neste sentido o projecto da escola cultural integra- se nesta perspectiva). Possivelmente, pensamos que se trata de uma pedagogia da improvisacao, deixando de ser pedagogia, mas o que nao ne- gamos @ que o seu lugar é a realidade (a comu- nidade de pessoas ¢ culturas) do quotidiano social e educativo, através dos “encontros” livres e esponténeos entre as pessoas (dimensdo persona- lista e ética) e os grupos (sociabilidade). Na verdade, ndo se trata de uma pedagogia inter- vencionista, 0 que punha em causa o cardcter pedagégico da mesma. As prticas na educagéo intercultural configuram-se como no dizer de A. Colom Cajiellas (1992: 67-85 e 1998), uma “pe- dagogia de baixa densidade”, a qual rondara os pardmetros da educagdo informal ou nao formal (Trilla, 1993), 0 que coincidiria com alguns objec tivos da “escola cultural” (Patricio, 1997). 3. A educacdo intercultural enquadrada nas pedagogias de “baixa densidade” Iniciamos este ponto tentando explicar o que séo "pedagogias de baixa densidade”. Designamos estas pedagogias como uma “rede sistémica” de processos configuradores, pouco estruturados ou sistematizados, constituidas desde a prépria reali- dade e quotidiano social e educativo (das pes- sas, dos cidadéos, das institvigdes, dos grupos sociais e dos povos}, 0 que implica conceber, no caso especifico da escola, situagdes de convivén- cia, relagdes interpessoais e de aprendizagem, mais préximo da educacéo “informal” ou “nao formal” do que da educaao “formal” [3]. Nestas situagdes, os processos e os sistemas de acgdes educativas nGo estéo previamente pen- sadas, nem o protagonismo do professor ov do educador é determinante. Nelas néo hé nada “denso nem intenso”, nem uma planificagéo instru- tiva (objectivos, instrumentos pedagdgicos, direc- nalidade do processo ensino-aprendizagem, etc.) ou uma programagGo estruturada. Pelo con- trério, séo processos educativos espontaneos em Ja¢des pouco estruturadas ou planificadas. Nao 6 a alta densidade ou a intensidade pedagdgica dos resultados 0 que mais importa no imediato, mas sim, gerar uma eficécia no tempo, ao estilo de um proceso aquisitivo lento, gradual e irreversi- vel, como sao as situagdes e contextos de “baixa densidade”, que alastra, configurando pessoal e socialmente 0 sujeito, a comunidade, 0 grupo, a regido e © pais (Colom Cafellas, 1991, 1992 e 1998). Nao ha neste tipo de pedagogias nenhum pleonasmo devido ao proprio significado do termo “pedagogia”, ao nao inserir, de modo estrutura- do, estratégias e técnicas de tipo didactico, em ambientes formalizados. Apresentam situagdes pedagégicas de “baixa densidade” tipicas da educagdo informal e ndoformal (Trilla, 1993), cumprindo fungSes educativas em ambientes natu- rais e reais indo ao encontro dos interesses e mot vacées das criancas. Sd “pedagogias” que pro- duzem efeitos directos sobre 0s protagonistas da educagéo, potencializam a capacidade transfe- rencial para com sujeitos nao implicados directa- mente (pais, familiares, amigos, as institvigces sociais, etc.). Este “transfert” comunicacional e pedagégico dése ao nivel axiolégico, destacando as questées éticas e morais, da paz, do civismo, do meio-ambiente, da sate, da participagéo na comunidade, do turismo, no trabalho, etc. (Martins, 1997, 1998). INSTITUTO SUPERIOR DE CIENCIAS EDUCATIVAS 25 O conceito de “baixa densidade” especifica uma definic&o positiva de que a “pedagogia de baixa densidade” 6 fundamentalmente uma pedagogia do encontro, da convivéncia pessoal, das relacdes. e do didlogo. Evidentemente, se analisarmos os conceitos “encontro”, “convivéncia”, “relacdes” e "diGlogo", compreendemos que todos eles se devem realizar em situagées nao forgadas, apesar de s6 podermos planificar os contextos aparente- mente facilitadores dessas situacdes (Colom Cafellas, 1992: 80-84) S6 em contextos de “baixa densidade” pedagégi- ca conseguimos realizar, de modo natural e efecti- Yo, 0s aspectos educativos da “interculturalidade” pelo encontro (culturas), tendo os seguintes objec- tivos pela aproximagéo: afectiva, emocional, sen- sitiva e relacional entre as pessoas de diferentes culturas e origens sociais; pela empatia, pela con- vivéncia interpessoal; pelas tarefas comunitérias devidamente elaboradas e realizadas em comum; pela criatividade, imaginacgdo, motivasées e inte- resses comuns; pelo desporto, jogos, actividades ladicas e recreativas, certames culturais, etc. De facto, distinguimos as seguintes situacées facilita- doras de uma “pedagogia de baixa densidade”, considerada esta como uma pedagogia do “encon- tro", da “convivéncia” e das “relacées” [4]: (a) para as criangas e para a juventude: activi- dades de tempos livres, grupos e campos de tra- balho de verdo, acampamentos nacionais e inter- nacionais, © escutismo, os certames culturais e pedagdgicos no émbito de um determinado “pro- jecto”, os encontros (seminarios, congressos, reuniées,...) politicos, sociais e culturais da juven- tude, os saraus de misica, as bolsas de estudo e programas de intercémbio para estudantes e entre escolas, 0s clubes na escola cultural, as viagens de estudo, as viagens de recreio e lazer, as visitas de estudo, etc. (b) para adultos: os encontros e certames de carac- ter empresarial, comercial e de marketing (viagens de negocios, convengées, apresentacdo de produ- tos, feiras e exposigdes, reunides, etc.); encontros e ¢ertames de indole politico e sociocultural (comissdes de trabalhadores, associasdes com fins variados, as reuniées e os intercémbios, os con- gressos © os certames de tematicas diversos, ...); 8 certames de indole cientifico-tecnolégica (semi nérios, “master”, reunides, congressos, etc.); os encontros culturais, os eventos desportivos e re- creativos (por exemplo, os “Jogos sem Fronteiras”}; etc. (c) comum a todos os escalies etirios: 0 desporto, as festas culturais e populares, o turismo (rural e ambiental), a imprensa e os meios de comuni- cagGo social, etc. Todas estas situagdes sGo acompanhadas por uma aproximaséo cultural e cognitive, apoiados no informagGo (técnicas, meios audiovisuais, livros, guias, painéis, ...) e na comunicagdo dialégica (Giroux 1992) e personificada, de modo a permi- tir a aceitagdo de realidades culturais diferentes. Aquela pedagogia néo se apoia no “a priori” da cooperacio e da participagéio, mas essencial- mente em levar as pessoas a actuar em situagées reais, com espontaneidade, e manifestando soli- dariedade © tolerancia para com os “outros” (consciéncia moral). Além disso, deveré contribuir Para que as criancas e os jovens sejam auténticos Protagonistas activos, praticando experiéncias, comunicando e convivendo, através da indo- gasdo, do descobrimento de necessidades, de opinides, de motivaces e de ideias, que mini mizem as diferencas, os conflitos e os desvios sociais. Nesta rede de “baixa densidade", a pratica educativa nas diversas situagées de “encontro” expressa uma forma ideal para a comunicagéo e a compreensdo da interculturalidade. Contudo, em muitos desses contextos necessita-se de monitores ‘ov educadores (animadores sécio-comunitarios) para essas realizacées “interculturais”, com uma formagéo especifica para esses fins. A Unido 26 INSTITUTO SUPERIOR DE CIENCIAS EDUCATIVAS Europeia patrocina programas educativos para *encontros interculturais”, havendo organismos ao nivel nacional e europeus que proporcionam esses intercdmbios juvenis. Cremos que 0 turismo (rural, ambiental, cultual) & a pedagogia empresarial constituem uma pratica efectiva de pedagogia de “baixa densidade” no @mbito regional, nacional, europeu e interna- cional, abrangendo o primeiro, todos os niveis etarios da populagéo, e © segundo, sectores sociais e econémicos especificos, com uma maior ou menor mobilidade e sociabilidade. Dissemos que a pedagogia que propomos em termos de inter- culturalidade baseia-se nas “relacdes”, na “con- vivéncia", na possibilidade comunicativa e de par- ficipagdo de pessoas da mesma cultura ou de diferentes culturas. A. J. Colom (1992; 1998) considera, com razao, que 0 turismo deve entender-se como uma estraté- gia facilitadora dos “enconiros’, das “relocdes interpessoais”, do contacto e da comunicagGo humana, pondo em interac¢Go as pessoas e os povos de diferentes culturas, sob esquemas préprios das pedagogias de “baixa densidade”. No turismo n&o ocorrem situagdes impostas por iniciativa externa ou por metodologias interven- cionistas (mais ou menos programadas), mas sim situagées esponténeas, pela vontade propria, pela abertura pessoal. © turismo deve considerarse n&o s6 um pélo de desenvolvimento econémico, mas um mediador do desenvolvimento intercultural entre as pessoas, 0s povos e as culturas. A “pedagogia empresarial”, na sociedade de economia de mercado e de livre circulacéo de pro- dutos e de pessoas, apresenta-se também como um exemplo de “pedagogia de baixa densidade”. As relagdes existentes entre o mundo econémico e empresarial e 0 da educagao sao enormes, por isso a pedagogia empresarial ao ocuparse dos fendmenos formativos nos contextos econémicos e ‘empresariais, constitui, tal como 0 turismo campos de interesse para as ciéncias da educagéo. A MODO DE CONCLUSAO SEM CONCLUIR Em consequéncia do que expusemos, nossa pro- posta pedagdgica no se apoia numa mera intro dugdo de discurso ético nos curriculos na escola, nem de actividades de pratica pedagégica na aula, pois nao pretendemos criticar esta posi¢ao. Pelo contrério, sabemos que a crianga ao longo da sua escolaridade vaise absorvendo de ima gens, informagdes, representacdes, de arquétipos, etc., onde os valores da solidariedade, da partici- pacéio, da defesa do meio-ambiente, da morali- dade dos actos, do respeito e civismo, da cooper acdo e do sentido de responsabilidade, devem constituir os elementos configuradores de todo o discurso pedagégico ao nivel formal ("pedagogias de alta densidade” ministradas nas institvicées escolares) e ao nivel nao formal, de modo a serem influxos determinantes para a sua formacGo pes- soal e social. O sentido da educago multicultural e/ou intercul- tural desenvolve estratégias, material didactico, programas de integragdo, utilizagdo de métodos ‘activos e participativos, recursos e recomendagées pedagégicas tipicas da aula e da escola (Jordan, 1997], além do didlogo, da comunicacéo entre as diferentes culturas, da solidariedade orientada a todos |individuos, grupos, povos e culturas) sem distingaio e exclusao. A nossa critica dirige-se a duvida de se tais modi cages ov inclusdes curriculares sao suficientes para se poder desenvolver e alcangar uma educacéio intercultural. Por isso, consideramos primordial a existéncia da relacdo tri-sistémica (Escola - Familia - Sociedade} e, em especial no Projecto Escola {comu- nidade local), a promogao do “encontro” de expe- riéncias vividas entre os grupos de diferentes culturas e de diferente niveis sociais, se bem que os inter- ‘cAmbios ndo asseguram o concernente processo de interculturalidade, j& que favoreceria as relagdes subjectivas e egocéntricas (Colom Cajiellas, 1998; Ladmiral & Lipianski, 1989: 157) INSTITUTO SUPERIOR DE CIENCIAS EDUCATIVAS 27 Da anilise efectuada deduzimos a seguinte evidén- cia expressa nestes termos: 6 preciso reconhecer- mos a complexidade multicultural e pluralista nas sociedade pésmodernas. Reconhecer este facto 6 aceitar implicitamente que, 4 nossa volta, existem minorias, desigualdades (sociais e culturais), exclusdo social e as maiorias. Uns aspiram a reaffr- mar a sua identidade social e cultural, para el minarem as desigualdades e diferencas, enquanto 5 maiorias pouco partidarias do pluralismo, inten- fam manter 0 seu dominio (Flecha, 1992) Nas sociedades modernas cabe ao sistema educa- tivo ter um papel crucial para alcancarmos o “encontro” entre maiorias e minorias e lutarse con- tra as desigualdades, desvios sociais, racismo, xenofobia, etc. A educagdo é a esperanca num futuro onde a compreensdo e a solidariedade sejam as bases das relagdes entre os homens ¢ os povos. Para tal necessitamos que o sistema educa- tivo assuma o principio fundamental da igualdade de oportunidades para todos, isto 6, o direito a ser diferente. Deste modo © sistema educativo deve integrar principios bésicos como: * — dar resposta aos problemas educativos e de identidade cultural das minorias, dos inadap- tados e dos excluidos; * —garantir que © processo educativo responda as necessidades e ds motivagdes educativas derivados da diversidade humana dentro da mesma cultura e entre culturas; * —atender educativamente as novas “minorias" e “excluidos” (por exemplo os analfabetos funcionais, os desempregados, a terceira idade, ...) originadas pelas constantes mutagGes na sociedade, devido ao confronto entre cultura do progresso (cientifico, tec- nolégico e da informacéo}, A educagGo intercultural constitui a alternativa que, garantindo os direitos a ser diferente, possi- bilita © respeito pelas minorias e a comunicagéo entre as culturas dum determinado contexto (AbdallahPreiceille, 1990). No nosso mbito geogratico europeu o horizonte que se avizinha 6 a construgao de “um espaco cul- tural europeu", onde a educagéo constitui o Unico passaporte valido de acesso. Todos os estados membros esto obrigados a preparar os jovens para esse desofio da “Europa do amanhé” pro- movendo o Interculturalismo como estratégia de formaséio (pessoal e social) dos individuos para uma ética internacionalista e uma “cidadania europeia” (CERI/OCDE, 1987). © objectivo desta corrente educativa pretende que a escola seja o instrumento construtor duma sociedade intercultural que permita conseguir o respeito mituo e a solidariedade entre os indivi- duos e poves e uma maior igualdade ou equilibrio social (sociedade do bem-estar). Evidentemente, que 0 meio social e educativo é uma das fontes da intolerancia, mas também as desigualdades e diferencas sociais, econémicas e legais séo a raiz das causas da intolerdncia. Por isso, necessita-se que a Unido Europeia estabeleca politicas sociais e econémicas solidérias que minimizem as dife- rencas e as desigualdades entre as regides e esta dos membros para uma nova ordem internacional (CERI/OCDE, 1989) No plano educativo exige-se uma renovagéio dos fins, conteddos € métodos de ensino nos sistemas educativos dos diversos paises, que permita o “encontro” entre homens, povos e culturas. A edu- cagGo intercultural constitui a estratégia apropria- da para essas metas. Em modo resumido os objec- tivos em relacéio aos problemas sociais e educa- tivos poderiam ser os seguintes: * — fomentar a compreensdo eo respeito entre os individuos, povos e culturas, a fim de mudar © etnocentrismo das relagées actuais por ati- tudes de “encontro”, didlogo, colaboracéo e solidariedade; & fundamental que pela edu- cago intercultural se reconhega o direito de todo 0 ser humano e todo 0 povo a ser dife- rente, respeitando-selhe e valorizando-sethe a sua cultura. 28 INSTITUTO SUPERIO: R DE CIENCIAS EDUCATIVAS * —facilitar os meios para que todos os individu- os possam alcangar a sua identidade cultu- ral. = assumir, como principio basico educativo, os direitos do homem e da crianca, sendo a escola” o lugar ideal para essa formacéo ético-moral, social e civica. formar nos homens @ nos povos uma cons- ciéncia social e moral justa e solidaria, para se compreender as desigualdades humanas, as diferengas entre os paises, de modo a colaborarem numa nova ordem internacional e de solidariedade. integrar no sistema educative a educacGo dos sujeitos com necessidades especiais. — impedir 0s efeitos que 0 progresso e o desen- volvimento cientificotecnolégico produza sobre determinados grupos humanos; cabe a0 sistema educativo gerar atitudes de sensi- bilidade aos problemas do homem, do “meio-ambiente” e do modo de viver no con- texto da civilizagéo actual. Os paises da Unido Europeia nao podem apre- sentar o fendmeno educativo da interculturalidade a0 estilo de uma “salada de frutas” (um pouco de tudo}, nem como se fosse um crisol (“melting- point”) onde se fundem aleatoriamente as diversas culturas (Martins, 1997: 301-318; Ouellet, 1991; Puig, 1991). Exigese uma interaccdo dinémica entre os sistemas educativos de todos os paises, pela qual nasca uma alternativa educativa (ao nivel curricular, fomentar o “encontro” entre as pessoas e aumentar os lagos, as relagdes e a con- vivéncia entre os povos e as nagées) (Banks, 1981; Cortesdo e Pacheco, 1991; Jordan, 1994). ‘As pedagogias das culturas serdio sempre uma pedagogia de consenso, da aproximacao e da aceitagao do outro sem renunciar ao proprio. Daf que as pedagogics multi-eintercultural devem fozer parte da cultura do nosso sistema educativo, da mentalidade dos professores e dos povos. $6 assim, se conseguird o desafio supranacional, que INSTITUTO SUPERIOR 6 a Europa, sem a perda de identidade de cada povo ou Estado. Essa pedagogia para a Europa devera afrontar a diversidade cultural e a neces: dade de as compreender (ecologia da compreen- sdo humana e colectiva}, pelo “encontro” (peda- gogia do “encontro”|, pelo consenso dos valores em comum, pela tolerancia, abrindo um caminho @ identidade cada vez mais participada e 4 supressdo das desigualdades. Finalmente, resta-nos dizer que a nossa reflexéo pretendeu estabelecer um marco de referéncia orientativo de estudos e debates que nos dao mais luz aos problemas das diferencas, das desigual- dades, da identidade e principalmente da imple- mentagdo da educagéo intercultural no “Projecto Escola”, em que a Escola seja para todos e aber- ta 6 diversidade, sem haver dois tipos de alunos, de processos, de métodos, etc. A escola cabe pro- mover a interculturalidade, sendo por um lado, “escola cultural” da integragdo e, por outro lado, vinculada & comunidade envolvente, a regido, ao pais e & Europa, mas aceitando as exigéncias gerais de formagéo duma consciéncia moral, ati- tudes de compreensdo e de solidariedade entre os jovens e as pessoas. BIBLIOGRAFIA ~ ABDALLAHPRETCEILLE, M. (1990). Vers une pédagogie inter: culturelle. Poris: Public. de la Sorbone et Institut Nat. de Recherche Pédagogique. - AGUADO, T. M. (1991). “la Educacién Intercultural: con- cepto, poradigma y realizaciones’. 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En Actas do X Congreso Nacional de Pedagogia (SEP) -"Educacién Intercultural en la Porspectiva de la Europa Unido", Tomo 1, (pp. 329-349) NOTAS: [1] -© conceito “intercultural” contem o significado da inter cionalidade da unidade na diversidade cultural, das afitudes comportamentos sintonizantes com 0 principio éticomorois do entendimento e solidariedade humana entre pessoas e povos de diferentes culturas. © "“Interculturalismo” deve ser entendido por tum lado, como interacso, reciprocidade, intercdmbio, aberiura, ‘oproximacSo, convivéncia e solidariedade efectiva e, por outro lado, 0 reconhecimento de valores, modos de vido, costumes, representacdes simbdlicas na mesma cultura ov entre culuras diferentes. Assim, 0 Intercuburalismo 6 uma interselacdo sistémi ca mais complexa {relages enire os subsistemas) em que os sis- Jemas cultura inflvem nos sistemas educativos, no medida que portlham ambos de objectivos aceites que definem estratégios para favorecer o “Interculuralismo”. Devese volorizar as dife- Fentes culturas como fonte de enriquecimento e no como hierar quis de boas, més e mediocres, que provocam desigualdades [2] -A pedogogia de “boixa densidade” integra © conceito “pedagogia” (em termos de pedagogia cultural, antropologia pedagégica e psicopedagégica dos relacdes humanas) ao respeitar a diversidade dos povos, culturas e as realidades que © integram (apoio a eliminar as desigualdades, a excluséo € cerlas manifestocées sociais de desequilibrio na sociedade} [3] —Trotase da educacéo curricular existente nas escolas poblicas e particulares sistema educative) com uma planif cago e organizagde pedagégica prépria, cuja pedagogia pela sua vertente sistematizadora e normativa do acto educati- 40, integra as chamadas “pedagogias de alta densidade” [4] ~A pedogogia das relacdes, apoiando-se na realidade, nas experiéncias, nas vivéncias @ nas trocas de valores entre os inlervenientes, apresento-se como uma “pedagogia de baixa densidad” com o intuilo de eriar um clima ov ambiente de con figurago ov formagtio humana, de favorecer 0 conhecimento de nés préprios e dos “outros” e dos modos como agimos e ‘actuamos (ac¢do} e de permitr a integracdo e a convivéncia [5] - Mencionamos 0 Centro Europe da Juventude, o Fundo Europeu para a Juventude, o Forum Juventude das Comunidades Evropeias, a Oficina Europeia de Coordenagie das Organizacées Internacionais da Juventude, a Associagéo Europeia de Informagée e Aconselhamento para Jovens - ERYCA, etc. (Colom, 1998}. 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