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Centro Universitário Anhanguera de Campo Grande – Unidade II

DIREITO – Matutino

ELIEBER MACHADO DOS SANTOS


ANTHONY ROMERO DOS REIS

DIREITO TRIBUTARIO

CAMPO GRANDE/MS – 2018


INTRODUÇÃO

Inicialmente, cumpre destacar que o Imposto Predial Territorial Urbano


(IPTU) é um imposto, espécie do gênero tributo. O IPTU é um imposto municipal, de
competência dos Municípios e Distrito Federal, assentado na Constituição da
República Federativa do Brasil, em seu “Art. 156. Compete aos Municípios instituir
impostos sobre: I- propriedade predial e territorial urbana, c/c art. 147 “in fine” da
Constituição Federal de 1988), que tem como sujeito passivo o proprietário, o titular
do domínio útil e o possuidor do bem imóvel (“animus domini”) do bem imóvel.

FATO GERADOR

O fato gerador reside na propriedade, posse mansa e pacifica do bem como


seu domínio, localizado em zona urbana definida por municipal; assim definiu o
Legislador no Código Tributário Nacional, Art 32. Que segue:

Art. 32. O imposto, de competência dos Municípios, sobre a


propriedade predial e territorial urbana tem como fato gerador a
propriedade, o domínio útil ou a posse de bem imóvel por natureza
ou por acessão física, como definido na lei civil, localizado na zona
urbana do Município.
§ 1º Para os efeitos deste imposto, entende-se como zona urbana a
definida em lei municipal; observado o requisito mínimo da existência
de melhoramentos indicados em pelo menos 2 (dois) dos incisos
seguintes, construídos ou mantidos pelo Poder Público:
I - meio-fio ou calçamento, com canalização de águas pluviais;
II - abastecimento de água;
III - sistema de esgotos sanitários;
IV - rede de iluminação pública, com ou sem posteamento para
distribuição domiciliar;
V - escola primária ou posto de saúde a uma distância máxima de 3
(três) quilômetros do imóvel considerado.
§ 2º A lei municipal pode considerar urbanas as áreas urbanizáveis,
ou de expansão urbana, constantes de loteamentos aprovados pelos
órgãos competentes, destinados à habitação, à indústria ou ao
comércio, mesmo que localizados fora das zonas definidas nos
termos do parágrafo anterior. (BRASIL, Código Tributário
Nacional.1966)
QUESTÃO 1.1

Ante o exposto, o que se coloca é se o adicional de IPTU instituído pelo


município e devido em relação ao caso em tela.

De pronto a resposta óbvia é aquela negativa. Haja vista que é necessário


como requisito mínimo a existência de ao menos dois melhoramentos, também
previstos no artigo em comento. Ademais o dispositivo norteador nos apresenta um
rol taxativo. Ora, como não prevê a incidência sobre casas que prefiram utilização da
luz solar produzida de forma autônoma a despeito da publica, logo não é possível
incidir o IPTU único e exclusivamente sobre essa melhoria no imóvel.

Superado esse entendimento, o desafio que se apresenta é como proceder


a impugnação do IPTU.

QUESTÃO 1.2
No caso de João há duas possibilidades, a via administrativa e a judicial.
Direito assentado no art. 148, CTN:

Art. 148. Quando o cálculo do tributo tenha por base, ou tome em


consideração, o valor ou o preço de bens, direitos, serviços ou atos
jurídicos, a autoridade lançadora, mediante processo regular,
arbitrará aquele valor ou preço, sempre que sejam omissos ou não
mereçam fé as declarações ou os esclarecimentos prestados, ou os
documentos expedidos pelo sujeito passivo ou pelo terceiro
legalmente obrigado, ressalvada, em caso de contestação, avaliação
contraditória, administrativa ou judicial.(grifei)(BRASIL, Código
Tributário Nacional. 1966)
Se optar pela via administrativa deverá fazê-lo em sede de requerimento de
Revisão do Valor Venal do IPTU junto a secretaria de Fazenda do Município.
Se pela via judiciária, atenta-se que no processo de execução não há
discussão acerca do mérito da pretensão, referida discussão somente ocorre
quando do oferecimento dos embargos. Os embargos do devedor encontram
previsão legal, no artigo 16, da Lei de Execuções Fiscais a saber:
Art. 16 - O executado oferecerá embargos, no prazo de 30 (trinta)
dias, contados:
I - do depósito;
II - da juntada da prova da fiança bancária ou do seguro garantia
III - da intimação da penhora.
§ 1º - Não são admissíveis embargos do executado antes de
garantida a execução.
§ 2º - No prazo dos embargos, o executado deverá alegar toda
matéria útil à defesa, requerer provas e juntar aos autos os
documentos e rol de testemunhas, até três, ou, a critério do juiz, até
o dobro desse limite.
§ 3º - Não será admitida reconvenção, nem compensação, e as
exceções, salvo as de suspeição, incompetência e impedimentos,
serão argüidas como matéria preliminar e serão processadas e
julgadas com os embargos. (BRASIL, Lei de Execução Fiscal.
1980).

A natureza jurídica deste ato é de ação autônoma, pois age como uma ação
absolutamente independente, tanto que autuados em separado, entretanto se sujeita
à petição inicial, haja vista ser por conta da existência de referida peça a
necessidade de oferecimento dos embargos.

QUESTÃO 2

INTRODUÇÃO

Convém lembrar que o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) é de


responsabilidade da união, competência abrigada no art. 150, IV da CF.” Compete à
União instituir impostos sobre: ... IV – Produtos industrializados”.

QUESTÃO 02.1

Ao analisarmos o comando da questão podemos observar que, o Decreto de


responsabilidade do executivo Federal publicado em 30jun2017 majorando alíquota
do IPI a partir do mês seguinte padece de vicio. Fere ao Princípio Da Anterioridade
Nonagésimal aquele que prevê no mínimo noventa dias da data da publicação da lei
para aumento de alíquota de determinado tributo, previsto no art. 150,III,b e C, CF;

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao


contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e
aos Municípios:
...
III - cobrar tributos:

b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei


que os instituiu ou aumentou;
c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido
publicada a lei que os instituiu ou aumentou, observado o disposto
na alínea b. (BRASIL, Constituição da República Federativa do
Brasil, 1988).

QUESTÃO 02.2

Em tempo, vale mencionar que no exercício discricionário do Poder


Executivo é válida a alteração de alíquota de determinado tributo no caso em
questão IPI, via Decreto, a CF confere legalidade justamente para viabilizar a
estabilidade do domínio econômico nacional. Decreto não é lei em sentido estrito,
não carece do mesmo rito nem é submetido ao rigor do processo legislativo,
porquanto não é de iniciativa do Congresso, mas do Poder Executivo e a
Constituição não dá ao Executivo o poder de mexer na regra matriz de nenhum
tributo, exceto tratar de alíquotas daqueles expressamente delimitados.

É de se concluir que o IPI é imposto extrafiscal, ou seja, utilizado para fins


de controle da economia. Neste sentido, o Imposto sobre Produtos Industrializados
tem função de incentivar ou desestimular a economia nacional, o que acontece por
meio do aumento ou diminuição de alíquotas.

Em razão desta condição específica, até antes da Emenda Constitucional nº


42/03, estes tributos poderiam ser alterados pelo Executivo, configurando-se
exceção aos princípios constitucionais da legalidade e anterioridade.

De acordo com o princípio da legalidade - artigo 150, I da CF/88 - é vedado


à União, aos Estados e aos Municípios, exigir ou aumentar tributos sem lei que o
estabeleça. Contudo, a União Federal, no tocante aos tributos extrafiscais acima
mencionado, não precisa cumprir esta determinação, o que significa que apenas
nestes casos a instituição ou majoração de tributo poderá ocorrer por mero Decreto.

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