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Sumário

Como Tudo Começou ......................................................................... 24


Não Há Nada Lá Fora .......................................................................... 41
Sem Mudar a Programação Não Há Solução ...................................... 67
A Genética da Linguagem ................................................................... 84
Seja um Bom Leitor da Realidade ....................................................... 89
A Filosofia da Linguagem .................................................................. 102
Fale a Linguagem do Outro............................................................... 112
O Tecido da Realidade ...................................................................... 120
O Ciclo Natural de Mudança de Crenças .......................................... 134
Autoconceito .................................................................................... 176
Linguagem de Influência ................................................................... 186
Resolvendo Conflitos ........................................................................ 192
INTRODUÇÃO
"-A verdadeira história cabe você escolher em quê acreditar...

-Em qual você acredita?" (As Aventuras de Pi)

“O pensamento produz um sentimento e nós achamos que ele


é real. Veja bem, mesmo quando você se odeia, você está
odiando apenas um pensamento, uma ideia que você tem a
seu respeito. E esta ideia ou pensamento podem ser
mudados. É dessa forma que exercemos a nossa liberdade.
Temos liberdade para escolher um novo pensamento”.

Confesso para você que este trecho constitui a mensagem


mais libertadora que já ouvi em toda a minha vida. A pessoa
que escreveu isso tem autoridade para dizer o que disse,
porque saiu da pobreza, abusos e hoje é uma mulher
iluminada que inspira milhares de pessoas a transformar suas
vidas. Seu nome é Louise Hay. Pode ser que você a conheça
ou não, mas o fato é que ela é digna de ser modelada.

Eu conheço uma pessoa que imprimiu tais palavras e pôs na


geladeira de sua casa a fim de todos os dias olhar para isso e
ir se libertando aos poucos dos condicionamentos limitantes,
que insistem em “parecerem reais”. A tristeza, a raiva e o
medo são apenas pensamentos. Você não odeia seu pai, sua
mãe e o fulano de tal. Você odeia o pensamento que tem a
respeito de tais pessoas e este pensamento pode ser
mudado. Você não sente tristeza em relação a perda de algo.
Você sente tristeza em relação ao pensamento da perda.

Espero fortemente que você se permita a mudar os


pensamentos e eliminar a dor da sua vida. Ou resista ainda
mais a mudar! A vida é sua.

Na jornada do autoconhecimento você perceberá que muito


do que vem carregando não é seu. Você foi absorvendo de
conversas, filmes, músicas, autoridades, etc. Agora, tomando
consciência de tudo isso chegou a hora de devolver. Sim,
você pode devolver cada pensamento, comportamento ou
identidade a quem pertence isso.

Imagine como seria colocar fotos e pinturas de eventos tristes


em todas as paredes da sua casa e do seu local de trabalho.
Isso seria legal? Não!!! Mas algumas pessoas fazem isso
dentro da mente. Todos carregam consigo suas próprias
soluções, conquanto não o saibam.
O que vou lhe ensinar neste livro é uma tecnologia semântica
que encontra receptores semânticos, assim como as drogas
encontram receptores biológicos.i

Você pode pensar na linguagem como um instrumento. Se


bem utilizado você faz mágica e história. Mas se mal utilizado
você dificulta as coisas à sua volta.

Uma maneira de utilizar a linguagem para criar resistência na


pessoa com a qual você conversa é usar frases do tipo “você
deveria...”. Na mesma hora um sentimento do tipo “eu não
quero será despertado” em seu ouvinte. A ideia, como um
bom comunicador, é inverter o jogo a seu favor. Ao invés de
criar resistência, todos nós queremos fazer surgir um “sim
interno” em nossos ouvintes.

Steve Andreas, com a genialidade que lhe é peculiar, cita um


exemplo muito elegante no artigo “Instant (and lasting)
Conversational Change”ii. Trata-se de um jovem, Janos, que
tinha por hábito chegar atrasado aos ensaios da orquestra da
qual fazia parte. O maestro, ao invés de humilhá-lo em público
preferiu dizer algo do tipo "Não, Janos. Não se incomode. Eu
sei como é desagradável para você chegar atrasado". Parece
simples, mas há algo de especial nesta frase. Primeiramente,
não há verbos no imperativo (faça, chegue, etc..). Depois é
nítido que ele desloca o sentimento de “a orquestra se
incomoda” para “é desagradável para você” (algo interno).

Atuando no dia a dia como coach, pude notar um desejo


intenso dos coachees em mudar crenças limitantes. Vivemos
em uma era na qual todos sabem o quanto um pensamento
negativo pode influenciar uma pessoa negativamente.

Quem sabe você, leitor, deseja mudar sua forma de pensar


em relação a vários aspectos de sua vida. E se é o primeiro
contato que tem com o tema “crenças”, saiba que não me
refiro a convicções religiosas, necessariamente. Uma
convicção do tipo “o mundo é perverso” já é capaz de lhe tirar
muito prazer da vida.

Não tenho dúvidas de que todos almejam acreditar em boas


ideias. Por exemplo, quando um indivíduo acredita que “todos
os dias o seu sucesso aumenta, tanto se está trabalhando,
estudando, divertindo-se ou dormindo”, acaba por viver mais
no AGORA.

Ao conviver com pessoas de alto nível perceberá que


acreditam que “tudo que fazem dá certo”. É por isso que é
altamente desejável estudar o assunto e fazer do tema uma
prática diária: Identificar crenças limitantes e mudá-las para
crenças facilitadoras.

A grande pergunta é: se você não mudar suas crenças


limitantes sobre o mundo, as pessoas, dinheiro, sobre si
mesmo, quais serão as consequências?

Se você é como a maioria das pessoas, algumas células suas


irão reagir contra o trabalho de eliminar os pensamentos
(frases registros) que servem de sustentação para
sentimentos e comportamentos de autoengano.

As chances são que você ouvirá e assimilará exatamente o


que quiser ouvir, porque seus valores, crenças, preceitos e
história pessoal estão operando a cada momento.

Posso garantir que muitos problemas de relacionamento são


causados por conta de crenças limitantes. Uma pessoa que
acredita que “as pessoas são maliciosas” experimentará muita
dor na convivência diária. O Milton Erickson sempre dizia que
as pessoas sempre fazem aquilo que você espera que elas
façam.

Segundo a Revista Exame, 80% das demissões são por conta


de problemas de comportamentos. Eu diria que 100% das
demissões são por conta de crenças limitantes. A principal é
“Eu não sou capaz de...”.

Problemas de saúde são em grande parte ocasionados por


crenças do tipo “eu não mereço”. Se eu lhe perguntasse de 0
a 10, o quanto você se acha merecedor de amor?

Sempre me surpreendo com a quantidade absurda de notas


baixas que aparecem em uma conversa mais profissional, no
campo do coaching.

Dívidas financeiras também tem sua origem no campo


emocional. Já reparou que quando sua autoestima está baixa
sente necessidade de comprar mais? Ou quando está
sentindo-se mal o gatilho da compra é disparado?

A culpa também é muito eficaz no sentido de fazer alguém


entrar em maus lençóis financeiros.

Deixe eu lhe contar uma história pessoal. Este livro estava


sendo escrito em uma velocidade incrível até eu chegar à
página 100. Depois disso, o ritmo caiu muito e foram surgindo
outros projetos: mestrado, blog, cursos, etc.
Ao expor a situação para um amigo, coach e programador
neurolinguísta, ele me fez a pergunta fatal: o que está lhe
impedindo de escrever?

O que me veio foi algo do tipo: e se eu não for lido por


MILHARES de pessoas?, se não for um best seller, então não
valeu a pena...

Veja só o absurdo da crença (inconsciente). O que estava me


impedindo era um significado extremamente limitante que
exigia que milhares lessem o livro a fim de eu considerar que
valeu a pena.

Quando isso veio ao meu consciente, na mesma hora pensei


o quão ridículo era aquele pensamento. Meu amigo então me
fez outra pergunta: o que seria mais adequado tomar como
crença no lugar disso?

O que me veio foi “acreditar que se pelo menos uma pessoa


for beneficiada, então já valeu a pena o trabalho”. Depois que
reinterpretei a situação a escrita voltou a fluir.

Não escrevi este livro com a pretensão de afirmar ter


descoberto algo novo em termos de funcionamento da mente.
Skinner disse que ninguém jamais poderá entender o que
ocorre no interior de um indivíduo. A mente é uma caixinha
preta e, por conseguinte, nós não deveríamos nem tentar.

Não concordamos com tal pensamento. Durante muito tempo,


estudou-se a mente em seus aspectos de causa e efeito, o
que significa uma análise externa. Com as neurociências, as
impressionantes descobertas apontam para uma neurologia
pautada em grande parte na linguagem. A experiência
humana é como um “jogo de xadrez composta não de peças,
mas de palavras” (Bernd Isert).

Em verdade, a tese defendida nesta obra de que “a linguagem


cria a realidade em que vivemos” é muito mais antiga do que
muitos pensam. Uma pesquisa rasa nos livros sagrados já é
suficiente para comprovar o que estou dizendo. Os líderes
espirituais pregaram por milênios que o nosso corpo é
programável pela linguagem, palavras e pensamento.

Os filósofos já ensinaram esta ideia por toda a história da


humanidade. Aristóteles assim descrevia a relação entre
palavras e a experiência mental:

As palavras faladas são os símbolos da


experiência mental, do mesmo modo que as
palavras escritas são os símbolos das palavras
faladasiii.

Heráclito compreendia que a linguagem criava um verdadeiro


filme da vida.

Heidegger sustenta que a língua é um instrumento que dá


forma a nossa existência, e não simplesmente algo que a
descreve.

J.L. Austin diz que a língua é sempre uma promessa de ação.


[...] Ao falarmos de uma cadeira, embora isso possa parecer
uma descrição de uma peça da mobília, estamos, na verdade,
gerando a expectativa de um futuro ato de sentar-se.

Os governos sempre se utilizaram de eufemismos para


manipular as massas: pacificação (bombardeio), aumento de
receitas (impostos).

Tony Robbins, que possui uma autoconfiança inabalável, tem


por ritual encantar a si mesmo com os seguintes dizeres:

Eu sou a voz

Agora eu sou a voz

Eu vou conduzir, não seguir


Eu vou acreditar, não duvidar

Eu crio, não destruo

Eu sou uma força do bem

Eu sou um líder

Desafio as probabilidades!

Estabeleço um novo padrão!

Step up!

Step up!

Step up!

Confesso que a primeira vez que li tal encantamento me


arrepiei dos pés à cabeça. É a força da comunicação interna
produzindo resultados por si mesma. Um grande homem é
feito de grandes palavras!

A palavra encantamento é muito propícia. Nós, seres


humanos, estamos o tempo todo, conscientes ou não, jogando
encantamentos uns nos outros. Nossas palavras,
especialmente uma opinião, pode mudar a vida de quem nos
ouve para sempre. Por favor, faça o bem a si mesmo usando
as palavras como apoio. À medida que se tornar assertivo em
suas palavras, a paz vai invadir o seu coração.

Tenho dívidas intelectuais com diversos autores, sobretudo


com Noam Chomsky, Steven Pinker, Richard Bandler e John
Grinder.

No entanto, neste livro há mais reflexões do que citações;


possui mais argumentações racionais que, julgo eu, valem por
si mesmas do que argumentos de autoridades.

Pouca gente sabe que a neurolinguística tem suas raízes no


trabalho de Noam Chomsky, pai da gramática
transformacional, e que Grinder e Bandler criaram muito
pouco em termos de arcabouço teórico. É que isso nunca foi a
intenção deles. A ideia era modelar bons comunicadores e no
curso do processo se depararam com a “confirmação” de uma
engenharia mental pautada em grande parte na linguagem.

Grinder, um linguista famoso por conseguir aprender línguas,


foi a peça chave para o início do que depois veio a se chamar
PNL. É que a linguagem é o coração da PNL. O metamodelo
de linguagem reflete a espinha dorsal de toda a aparelhagem
estruturada por Grinder e Bandler.
Na década de 70, Richard e Grinder desejavam entender os
efeitos que a estrutura da linguagem possuía sobre os
indivíduos. Especificamente, eles queriam saber até que ponto
a linguagem influía na experiência subjetiva de uma pessoa.

A surpresa é que a linguagem vai muito além da experiência


subjetiva, transbordando para os relacionamentos. As
pessoas que usam padrões parecidos de linguagem se
entendem mais facilmente, enquanto que o inverso também é
verdadeiro.

Susan Stageman, em seu artigo sobre ‘Linguagem e


Sucesso’,iv diz brilhantemente que:

Os seres humanos são como peixes na água


quando se refere à linguagem. Nós pensamos
em palavras, falamos pelas palavras, ouvimos as
palavras. As palavras estão em torno de nós,
dentro de nós. Usamos palavras para expressar
a nossa alegria, raiva, medo, felicidade, tristeza,
frustração e aborrecimentos. No entanto, porque
somos como peixes dentro d’água, não estamos
conscientes de como as palavras nos afetam, e
como mudando a mais simples comunicação
isso pode mudar o mundo, o nosso ou de outra
pessoa.

A descoberta do poder da linguagem traz consigo uma


responsabilidade muito grande. Palavras determinam até a
saúde de um indivíduo.

Don Miguel Ruiz diz algo especial, comparando palavras a


magias:

Sempre que escutamos uma opinião e


acreditamos nela, fazemos um compromisso que
se torna parte do nosso sistema de crenças.
Quantas vezes fazemos isso com nossos
próprios filhos? Damos a eles esse tipo de
opinião, e nossos filhos carregarão essa magia
negra por anos e anos a fio. As pessoas que nos
amam fazem magia negra conosco, mas não se
dão conta. Por isso precisamos perdoá-las; não
sabem o que fizeram.

Na filosofia tolteca, ensina-se como o primeiro compromisso


de um indivíduo a “impecabilidade da palavra”. Naquela
cultura, eles vêem as palavras como um ferramenta de magia,
com a qual você pode criar beleza, amor e o céu na terra.
“Toda a magia que você possui está baseada em sua palavra:
Sua palavra é magia pura”.

A mudança de uma simples palavra muda toda a realidade.


Pense a respeito da palavra esperança. Não é produtivo
utilizá-la, pois induz um estado mental de ‘esperar acontecer’.
É bem verdade, também, que geralmente cria na mente duas
imagens contrapostas, de um resultado positivo e outro
negativo. Eu outras palavras, a esperança traz consigo a
dúvida.

Experimente utilizar a palavra partida quando se referir a


entes queridos que já ‘mudaram de plano’.

‘Todo mundo’ pode ser substituído por ‘alguns’.


Generalizações impedem que lidemos com os fatos de uma
maneira inteligente.

A palavra inspirar, de igual modo, é bem mais rica que a


palavra motivar. A palavra feedback é bem mais interessante
do que a palavra crítica.

O “mas” acredite ou não é uma mina verbal explosiva, pronta


para explodir com seus relacionamentos, profissionais ou
pessoais.
Você é legal, mas...

Você é bonito, mas

Você é esforçado, mas

Esta palavrinha de três letras possui um poder mágico de


apagador mental. Tudo que vem antes dela simplesmente
some da “tela mental” do seu ouvinte. O que ele levará para a
caixa das recordações pode apostar que será o que vem
depois da conjunção. Apesar disso, a palavra por si só não é
de toda ruim, na medida em que pode ser utilizada
estrategicamente.

O concurso é difícil, mas...

Algumas pessoas são difíceis, mas...

Eu não consigo, mas...

Não é possível, mas...

Você pode apagar vírus mentais através do ‘mas’ com rapidez


e eficácia, desde que o faça corretamente.

Começamos este livro com o conceito de que a linguagem é o


espelho da mente. Pensamento e linguagem estão
intrinsecamente ligados e não podem se dissociar.
Você sabe, o poder da linguagem é intuitivo na medida em
que mesmo a pessoa mais simples traz consigo a ideia de que
as palavras têm poder, e que não voltam vazias.

O que defendo é algo que está em baixo do nosso nariz e


muitas vezes não notamos: “se aprendemos através da
linguagem (pais, professores, pastores, amigos, etc.) o
desaprender também há de ser através daquela”.

Advogo, também, a ideia de que 99% dos problemas de todos


os seres humanos são linguísticos. Nunca vi meu cachorro
reclamar de medo da morte, crises existenciais, depressão,
porque tais questões não fazem parte do universo linguístico
canino.

É também evidente que é por meio da linguagem que uma


pessoa se define, tanto para si mesma quanto para a
sociedade e que as primeiras autoimagens são aprendidas a
partir das palavras dos pais.

Outro ponto que também será discutido é que internalizamos


a linguagem de nossos pais, professores e outros em posição
de autoridade e isso constantemente nos trás tensão, medo e
dúvida.
Você precisa se conscientizar que desde muito cedo seu
cérebro foi condicionado a notar seus pontos fracos e defeitos.
Quando você acertava, passava despercebido. Cada nota
verde que tirava, não era mais que a sua obrigação. Quando
uma menina arruma a casa, não faz mais que seu dever, mas
se deixa um copo sujo em cima do sofá a casa cai.

O resultado é que você chega a fase adulta com um cérebro


preparado e atento para o erro. Uma mente perita em notar a
incapacidade, o que está errado, o que falta, etc.

O que quero lhe mostrar é um outro caminho. Existe uma


forma de você reverter o processo, treinando seu cérebro para
captar o que está funcionando, seus pontos fortes, o que você
faz bem, o lado bom das pessoas, da vida e de cada
experiência.

A boa notícia é que você pode mudar toda uma infância de


condicionamentos com apenas 66 dias. Estudos mostram que
com 66 dias você é capaz de criar um novo hábito no cérebro,
desde que não falhe um dia sequer.

Lanço o desafio para você nos próximos 66 dias usar a


linguagem, aquilo que você fala, de uma forma diferente. Uma
boa maneira é fazer uma lista das suas qualidades, pontos
fortes e do que deu certo no presente dia.

No final, se você tiver a disciplina necessária para chegar até


lá, então poderá colher os frutos doces da autoestima e
autoconfiança. Ou não, poderá continuar colhendo os frutos
amargos da dúvida de si mesmo e autodesprezo, caso não
faça nada.

Entenda que nós reconhecemos que a trilogia da mente é


constituída de linguagem, representações internas e fisiologia,
mas este trabalho se ocupa exclusivamente da primeira. Não
defendemos que o pensamento depende das palavras, porque
algumas pessoas pensam não com palavras, mas com
imagens mentais. Einstein, por exemplo, descobriu a teoria da
relatividade imaginando a si mesmo montado num facho de
luz e olhando para um relógio situado atrás.

No entanto, mesmo os que pensam por imagens se utilizam


de palavras para etiqueta-las. Por exemplo, visualizam um dia
qualquer de sua vida e logo após dizem para si mesmos “bons
tempos”. O grande truque é mudar estas etiquetas
(interpretações).
As palavras também funcionam como símbolos de referência
e estimulantes da memória. Se você disser mentalmente a
palavra “amor” acabará por evocar uma experiência qualquer
na sua história relacionada com este sentimento.

Assim, escrevi este livro, porque muito embora poucas ideias


apresentadas nas páginas seguintes sejam minhas, um
número bem pequeno de obras ensinam como construir uma
nova realidade através da linguagem. O que existe em
abundância são autores defendendo o poder das afirmações,
o poder do pensamento positivo, o poder da intenção, mas
sobre como efetivamente construir ou reconstruir uma
realidade, existe pouco material, principalmente no que tange
à acessibilidade de tais obras. Ler o trabalho de Chomsky não
é nada fácil.

As palavras que usamos não valem apenas pelo que


significam no dicionário, mas também segundo o contexto em
que se emprega. E, às vezes, a linguagem por si só tem o
poder de criar um contexto.

Steven Pinker diz que a linguagem “é claramente uma peça


de constituição biológica de nosso cérebro” e “a linguagem
humana é parte da biologia humana”. Você pode imaginar os
ganhos que teria em sua vida se passasse a utilizar uma
linguagem mais adequada, principalmente consigo mesmo.
[...] Para a antropologia e a biologia humana, as línguas
traçam a história e a geografia da espéciev.

O que você diz a si mesmo em um momento desafiador faz


toda a diferença no que experimentará através dos órgãos dos
sentidos. A maioria utiliza-se da linguagem para descrever o
que vivem no presente e no passado, mas este livro se dedica
a defender a tese de que a linguagem pode criar a realidade
que você experimenta e “descriar” o seu passado, muitas
vezes presente na mente.

Como eu disse, a minha tese é tanto palpável quanto intuitiva,


na medida em que todos nós vinculamos sentimentos a
determinadas palavras. Você pode notar a carga emocional
que uma palavra como “lealdade” tem no seu sistema.

Daremos atenção especial a um tipo de linguagem da mente


que está envolta em um sentimento de certeza, chamada de
convicção. Aquilo que diz acreditando é o seu chão. Você
anda na vida e constrói tudo a partir disso.

Por falta de preparo linguístico, algumas pessoas estão


vagando por este mundo, meio acordadas. A maioria meio
dormindo, talvez.
Procurei utilizar uma escrita a mais clara e simples possível e
espero que se divirta lendo, quanto me diverti escrevendo.
CAPÍTULO I
“O analfabeto do século XXI não será aquele que não sabe ler
nem escrever, mas aquele que não consegue aprender,
desaprender e, no fim, aprender de novo” Alvin Toffler

Como Tudo Começou

Havia um homem muito rico que possuía muitos bens, uma


grande fazenda, muito gado, vários empregados, e um único
filho, seu herdeiro.

O que ele mais gostava era fazer festas, estar com seus
amigos e ser bajulado por eles. Seu pai sempre o advertia que
seus amigos só estariam ao seu lado enquanto ele tivesse o
que lhes oferecer; depois, o abandonariam.

Um dia, o velho pai, já avançado em idade, disse aos seus


empregados para construírem um pequeno celeiro. Dentro
dele, o próprio pai fez uma forca e, junto a ela, uma placa com
os dizeres:

PARA VOCÊ NUNCA MAIS DESPREZAR AS PALAVRAS DE


TEU PAI.

Mais tarde, chamou o filho e o levou até o celeiro e lhe disse:


Meu filho, eu já estou velho e, quando eu partir, você tomará
conta de tudo o que é meu... E eu sei qual será o teu futuro.
Você vai deixar a fazenda nas mãos dos empregados e irá
gastar todo o dinheiro com os teus amigos. Venderá todos os
bens para se sustentar e, quando não tiver mais nada, teus
amigos se afastarão de você. Só então você se arrependerá
amargamente de não me ter dado ouvidos. Foi por isso que
construí esta forca.

Ela é para você! Quero que você me prometa que, se


acontecer o que eu disse, você se enforcará nela. O jovem riu,
achou um absurdo, mas, para não contrariar o pai, prometeu,
pensando que isso jamais pudesse acontecer.

O tempo passou, o pai morreu, e seu filho tomou conta de


tudo, mas, assim como seu pai havia previsto, o jovem gastou
tudo, vendeu os bens, perdeu os amigos e até a própria
dignidade.
Desesperado e aflito, começou a refletir sobre sua vida e viu
que havia sido um tolo. Lembrou-se das palavras do seu pai e
começou a dizer: Ah, meu pai... Se eu tivesse ouvido os teus
conselhos... Mas agora é tarde demais. Pesaroso, o jovem
levantou os olhos e avistou o pequeno celeiro. A passos
lentos, dirigiu-se até lá e entrando, viu a forca e a placa
empoeiradas, e então pensou:

Eu nunca segui as palavras do meu pai, não pude alegrá-lo


quando estava vivo, mas, pelo menos desta vez, farei a
vontade dele. Vou cumprir minha promessa. Não me resta
mais nada... Então, ele subiu nos degraus e colocou a corda
no pescoço, e pensou: Ah, se eu tivesse uma nova chance...

Então, se jogou do alto dos degraus e, por um instante, sentiu


a corda apertar sua garganta... Era o fim.

Mas o braço da forca era oco e quebrou-se facilmente e o


rapaz caiu no chão. Sobre ele caíram jóias, esmeraldas,
pérolas, rubis, safiras e brilhantes, muitos brilhantes... A forca
estava cheia de pedras preciosas e um bilhete também caiu
no chão. Nele estava escrito:

Esta é a tua nova chance. Eu te amo muito! Com amor, teu


velho e já saudoso pai. (Autor Desconhecido)
***

Eu vejo que grande parte das memórias que tenho da infância


e pré-adolescência estão vinculadas à religião na qual cresci.
O curioso é que por mais que eu tenha vivido momentos em
que pautava 90% da minha vida por crenças religiosas,
faltava-me (por completo) a consciência do impacto que as
convicções exercem em nossas vidas.

As coisas começaram a mudar na época em que eu fui


estagiário da Justiça Federal. Até hoje não sei o porquê, mas
ao chegar a minha mesa do cartório da 4ª Vara de Execução
Fiscal, vi um presente ali posto. Ao abrir, lá estava um livro
azul escrito “Poder sem Limites”. Livro de autoajuda?
Neurolinguística? O que é isso? Depois de descobrir que um
amigo, Jorge, havia me presenteado o agradeci e lhe
perguntei: Esta tal de neurolinguística funciona mesmo? Para
falar a verdade, ele não respondeu convincentemente. Disse
“funciona”, mas em um tom de voz incongruente.

No mesmo dia, ao chegar a minha casa, abri o livro e comecei


a ler. Havia uma mesa de granito azul no meu quarto e ainda
posso sentir meus braços apoiados naquela superfície fria. À
medida que passava as páginas, as palavras soavam
interessantes, mas nada de extraordinário. Até que cheguei a
um capítulo cujo título era “Crenças”. Ainda posso sentir a
curiosidade e fascinação que experimentei no momento.
Tenho para mim que essa ocasião impactou minha vida para
sempre, porque tomei consciência do fato de que uma
convicção tem o poder de limitar ou fortalecer uma pessoa na
consecução de um objetivo.

Desde então me tornei obcecado pelo assunto. Fui lendo um


livro após o outro. A cada livro que lia, algumas crenças eram
postas em dúvida e acabavam por “caírem por terra”. E a
partir daí ficou bem claro em minha mente que se uma área
da vida de uma pessoa não está funcionando, conclui-se
matematicamente que crenças limitantes (linguagem limitante)
estão por trás de tais resultados indesejados.

Movido por esta paixão da autodescoberta, fiz o practitioner,


máster practitioner, PNL Sistêmica e coaching. Assim,
gostaria de compartilhar com o leitor as minhas descobertas.
E quem sabe as informações contidas nesta obra ajudem
você a evoluir, ainda mais rápido.

***

Talvez os seus problemas sempre foram os mesmos. Se


manifestaram de formas diferentes, em ambientes diferentes,
mas sempre foram os mesmos, porque eles são internos e
linguísticos.

O que percebi ao terminar grande parte do processo de


limpeza de emoções e de crenças limitantes, (digo grande
parte porque o processo nunca acaba), é que as boas
emoções e os bons pensamentos são naturais. Ninguém
precisou instalar uma crença em uma criança do tipo “Você
consegue” para que ela andasse.

Você não precisa de nenhuma terapia, hipnose, âncoras, eft,


tlt, coaching, etc. para ser feliz. Isso já natural em você. Você
pode buscar uma abordagem que lhe ajude a integrar o que
está impedindo a felicidade se manifestar naturalmente.

No filme Matrix, logo após ser resgatado do poder das


máquinas, Neo (interpretado por Keanu Reeves) reclama para
Morpheus de estar sentindo muita dor nos olhos. Ele responde
dizendo “está doendo porque você nunca tinha enxergado
antes”. Ao descobrir suas crenças limitantes é comum que
talvez se sinta mal pensando que “perdeu tempo” com
convicções mirabolantes e enfraquecedoras. Mas a ideia não
é esta. A culpa pode até ser útil no meio policial ou no
judiciário, mas é o pior sentimento para se experimentar
quando se quer resolver um problema. Com certeza, com as
informações que tinha no passado você fez as melhores
escolhas e deu o seu melhor.

Você provavelmente já tem uma noção do que seria uma


convicção, mas vou lhe apresentar uma definição para que
possamos trabalhar como base. Uma crença ou convicção é
uma sensação de certeza em relação a algo com total ligação
à permissão ou motivação para se fazer ou não fazer qualquer
coisa. Parece estranho, mas uma crença atua como uma
permissão. Quando ouvir alguém falar algo do tipo “eu não me
permito fazer tal coisa” ou “você tem que se permitir”, o que
está por trás de tais dizeres são convicções.

Você quer compreender que, os registros inconscientes não


são um arquivo morto, mas muito atuante, que influem em seu
psiquismo, organismo, relacionamentos, decisões, opiniões e
sua inspiração.

Eu tive a oportunidade de atender um cliente cuja história


pode inspirar a muitos e promover entendimento mútuo,
facilitando os relacionamentos.

O indivíduo está trabalhando a área de relacionamento íntimo


e inicialmente apresentou a queixa de não ser compreendido
pela parceira.
Através das perguntas certas, identifiquei sua hierarquia de
valores e constatei que liberdade era a necessidade primeira
do cliente. A questão é que sua parceira não consegue aceitar
sua necessidade de independência, o que gera brigas e
desentendimentos.

O valor principal dele é liberdade. O dela é segurança. Ele


quer viajar. Ela deseja que ele seja caseiro.

Você pode visualizar que este arranjo não iria durar por muito
tempo, não é? Pois é... não durou mesmo.

Depois de anos atendendo pessoas, começamos a perceber


detalhes nas entrelinhas. Se a consultoria fosse de casal, uma
estratégia seria trabalhar a insegurança/confiança da parceira.
Mas como ela não está participando, então o caminho é traçar
estratégias para o cliente.

A primeira distinção é que valores são necessidades e essas


não surgem do nada.

Perguntei ao cliente, cuja maior necessidade é liberdade, se


sofreu privação em alguma fase da vida... A confirmação foi
imediata e em tom alto. Contou que quando era criança sofreu
muito pelo fato do pai o proibir de sair com os amigos. Nas
suas palavras, o pai simplesmente o proibia, sem qualquer
justificativa plausível.

Consegue captar de onde vem a necessidade de liberdade?

Partindo deste início, pude selecionar a técnica adequada e


fazer a volta ao primeiro evento. Ele se lembrou de uma cena,
quando tinha apenas um ano de idade, podendo ver com
clareza que sua mãe não reagiu bem ao nascimento,
negando-lhe carinho.

Após fazer a ressignificação, sua crença antiga de que “foi


rejeitado” deu lugar a convicção de que “os sentimentos de
sua mãe são de responsabilidade dela”.

Quando o trouxe de volta ao momento presente, ele ainda


estava claramente em um estado de confusão, por conta de
reestruturação efetuada em seu sistema.

É curioso descobrir que um evento que ocorreu no primeiro


ano de vida de uma pessoa constitui a base sentimental na
qual se pauta várias relações na vida adulta.

Acredite ou não, seus sete primeiros anos, incluída a gestação


como preponderante, são a base emocional da sua vida.
Entretanto, a boa notícia é que você é um ser humano e pode
transcender. Upgrade é muito possível!

No inconsciente, absolutamente tudo é ‘atemporal’, ou tudo é


‘agora’. Qualquer imagem que você buscar no passado será
sentida novamente, como se estivesse acontecendo hoje.

É muito comum escutarmos coisas do tipo “fulano é travado


para falar em público”. A “trava” é constituída de pensamentos
limitantes nesta área específica. Mas não estou me referindo a
pensamentos conscientes e rasos. Quando se acredita em
algo, todos o fazemos em um nível bem profundo da mente. E
na maioria das vezes sequer sabemos da existência de tal
crença.

O grande desafio é que “trabalhar com crenças é como fazer


uma sopa de tigre selvagem” (Robert Dilts). Identificar uma
convicção que está por atrapalhar um cliente não é simples,
mas uma vez feito o trabalho bem feito milagres permanentes
acontecem.

Tenho percebido que as pessoas de um modo geral tentam


mudar seu comportamento de baixo pra cima. Explico: é que
acham que se forçarem, forçarem, e forçarem uma atitude
acabará se tornando “natural”. Um comportamento jamais se
tornará natural se não for apoiado por um nível superior de
pensamento, ou seja, uma crença.

Tudo se torna mais fácil quando a mudança é de “cima para


baixo”. Alterando-se uma convicção, vários comportamentos
alteram-se automaticamente. Você pode querer emagrecer e
várias tentativas forçadas já foram feitas sem sucesso, mas se
surpreenderia ao descobrir que existem crenças instaladas no
seu sistema (cérebro) que lhe impedem de alcançar seu
sonho.

Você já sabe que a “autoajuda” não funciona. Livros deste tipo


compõe-se de um emaranhado de conselhos do tipo “faça
isso e terá muitos amigos”. O livro do Dale Carnegie, por
exemplo, diz que sorrir atrai amizades. Daí um desavisado
que lê o livro sai por aí sorrindo forçadamente obtendo o efeito
justamente contrário do que pretendia. Pode parecer estranho,
mas algumas pessoas simplesmente não têm permissão para
sorrir. Acreditam inconscientemente que sorrir é coisa de
gente fraca ou algo parecido.

Você pode querer ler uma biografia, cujas histórias nela


contida o inspirarão e quem sabe mudem paradigmas,
crenças e valores.
A neurolinguística difere, e MUITO, da autoajuda, porque lhe
fornece ferramentas para promover mudanças em um nível de
profundidade muito maior do que o comportamental. É
possível mudar uma identidade ou até mesmo o propósito da
sua vida e principalmente alcançar transformações essenciais
na parte emocional do cérebro.

A bem da verdade, PNL nem terapia é, pois essa é usada


para tratamento de doentes, enquanto aquela consiste em
uma educação mental e emocional (Richard Bandler).

Tive a oportunidade de conhecer uma pessoa que (acredite se


quiser) tem medo da lua. Ao olhar o brilho do astro no céu,
senti um pavor enorme. Jamais revelava seu temor, mas o
carregava consigo por longos anos sem saber a razão de tal
aversão. Até que um dia ao revelar seu segredo para sua avó,
essa acabou por lhe explicar que quando era criança sua mãe
a ameaçava dizendo que se não parasse de chorar iria
mandar a lua lhe levar para longe. Note que se não fosse pela
avó, ela jamais descobriria a causa raiz do problema e
provavelmente racionalizaria achando que é uma “pessoa
medrosa”. É inacreditável, mas inventaram um nome para
este medo: “selenofobia”. Entretanto, algumas pessoas
preferem não nomear o que lhes enfraquece, porque ao fazê-
lo estariam dando poder ao que gostariam que não existisse.

Parece frescura, mas podemos pensar a respeito. A cidade de


Vitória/ES tem uma população de 379 526 habitantes. Mas
tais pessoas não existem no “meu mundo”, porque nós
conhecemos em média 500 pessoas. Refiro-me a um
conhecido “de vista”, daquele suficiente para identificar um
indivíduo na multidão. Quando somos apresentados a alguém
e então ouvimos o nome da pessoa, e a mesma passa a
“existir” para nós.

Logo, se ao nomear uma pessoa ou uma coisa ambas


passam a fazer parte de nossas vidas, inteligentemente
podemos não dar nome ao que julgamos nos enfraquecer.

Como você pode perceber, algumas crenças foram instaladas


em um período em que os seres humanos ainda não tinham
recursos para julgar informação de alta qualidade. A garotinha
ao ser ameaçada com a Lua, ainda não tinha a habilidade de
responder algo de tipo: “mamãe a lua é o satélite da terra e
sua órbita não permite que ela venha até aqui me pegar”.

Um amigo duvidava de que o fenômeno hipnótico é


verdadeiro. Achava que somente pessoas de “mente fraca” se
“submetiam” ao transe. Propus a hipnose como se fosse de
brincadeira e ao perceber que ele estava em alpha (relaxado)
dei o comando para que “perdesse a voz”. Ele acordou e se
deu conta de que não estava conseguindo falar, de modo que
eu pude lhe falar “se você pode perder a voz, então imagina
as possibilidades de crescimento pessoal através da
instalação de uma crença facilitadora.

Renate Jost de Moraes, autora do livro “O Inconsciente sem


Fronteiras” escreve sobre algo que vai bem ao encontro de
tudo que está sendo dito neste livro. Ao invés de crença
limitante, a escritora prefere o termo “frase-registro”: “entenda-
se que, quando estamos doentes, se temos algum sofrimento
físico ou psicológico, a origem primeira está num
‘pensamento’, ainda que rápido; mas envolvido em profunda
emoção e lançado como ‘condicionamento’ ou ‘frase registro’
no inconsciente”.

A autora mencionada relata o caso de uma paciente, cuja


historia é bem interessante. Quando criança, ainda com dois
anos de idade, costumava ir a uma mata próxima a sua casa
com um pedaço de pão alimentar sua amiga. O detalhe é que
essa última era uma cobra, jararaca. Estranhando a atitude da
filha, a mãe foi atrás a fim de ver o que estava ocorrendo.
Para sua surpresa, a menina estava diante de uma serpente
e, como qualquer mãe, matou a cobra com uma paulada na
cabeça.

Até aí tudo bem, mas a questão é que o inconsciente da


criança interpretou a situação de uma maneira bem peculiar. A
‘frase registro’ foi a seguinte: a cobra é a minha amiga... a
minha mãe não é minha amiga!... Ela matou a minha amiga...
Eu estou muito magoada com a minha mãe.

Se não bastasse, esta interpretação desencadeou uma série


de sintomas na paciente quando adulta, como falta de ar e
engasgo (o que remete ao golpe certeiro na cabeça).

Logicamente, a crença é sempre pós-fato, porque se trata de


uma conclusão. Nas palavras da Drª Renate:

“Frase-registro", no computador do inconsciente,


concretizando-se como "ordem cerebral" para só
então projetar-se sobre o físico. Assim, os males
físicos são também a manifestação externa do
mundo interior do homem. São a expressão de uma
"linguagem emocional". Mesmo diante de agentes
patológicos "que atacam" de fora, a sensibilidade
maior para ser ou não contagiado vem do interior
do homem, de seu estado psico-emocional e até
mesmo do nível espiritual.

A boa notícia é que dá para identificar isso e mudar para uma


‘frase registro’ (crença) mais positiva. Mas em alguns casos,
principalmente no caso de gestações nada fáceis, uma boa
alternativa seria a terapia da linha do tempovi, cujo criador
ainda encontra-se vivo: Tad James.

Tal abordagem permite ao interessado voltar à origem da


questão e reenquadrar a interpretação. E todo o processo se
dá em nível inconsciente. A pessoa apenas percebe o
resultado em nível consciente.

Escrevo isso a fim de que saiba que uma criança está em


transe 24h por dia. A mente infantil, dos 0 aos 7 anos
(perceba que a gestação também conta), leva ao pé da letra
tudo que os pais dizem. É como se fosse uma “mente SIM”,
completamente aberta e vulnerável. E é por isso que ninguém
é aquilo que pensa que é. Quem sabe ainda não caiu a ficha
de que você é muito maior do que qualquer ideia que tenha a
respeito de si mesmo.

Descobrir que pensamentos geram os sentimentos, que


geram os comportamentos, é muito libertador, porque nos
coloca no lado certo da equação. Passamos a ser a causa da
nossa vida. Falaremos melhor a respeito nos próximos
capítulos.

Um ponto que desejo que tenha em mente já no início do livro


é que o cérebro não possui um update automático, como o
seu computador. Nós temos que fazer o controle e as
atualizações.

E considerando que as crenças são comandos para o sistema


nervoso, sugiro fortemente que tenha precaução em relação
ao que adota como verdade pessoal.
Capítulo II
Sem a linguagem, a nossa experiência seria como a de um
animal sem consciência. Michael Hall

Não Há Nada Lá Fora

Sempre me impressiona o fato de nós podermos conhecer


uma pessoa pelas palavras que ela usa em suas falas. Estive
escutando pessoas de sucesso por um bom tempo da minha
vida. Na verdade, todos os dias escuto um ou outro podcast
ou assisto a um ou dois vídeos no youtube de alguma pessoa
digna de ser modelada.

A minha descoberta é que pessoas proeminentes dificilmente


usam a palavra “tentar”. Essa palavra não gera ação
nenhuma. Eu vou tentar... é um indicativo forte de
“provavelmente não vou fazer...”, é ou não é verdade?
As pessoas que estão no topo do jogo dizem “eu quero” e “eu
posso”. É certo não conseguir tudo correto todas as vezes,
mas usar “eu posso” aumenta suas chances de gerar ação e,
por conseguinte, mais resultados positivos em sua vida.

A palavra “chega” é uma das palavras mais poderosas que já


utilizei até hoje. Ela remete ao sentimento de gota d’água,
responsável por grandes transformações em nossas vidas.
Geralmente no ápice da dor fazemos uma mudança interna,
indo a uma nova direção. Chega de sofrer com significados
enfraquecedores. Chega de viver de passado. Chega de
bancar o coitado. Chega de ser fraco. Chega de protelação.
Consegue perceber o poder de tais decisões?

Usar a palavra certa na hora de conversar é como tocar as


cordas sensíveis do coração do seu amigo.

Frank Pucelik desenvolveu um sistema de motivação cuja


ideia é entender que existem 3 grandes grupos de pessoas: 1)
Poder; 2) Realização e 3) Afiliação.

O primeiro grupo pode ser facilmente identificado, pois usa


palavras como “desafio, influência, controle, e prestígio” em
sua comunicação. O segundo grupo, em vez de falar “eu
acho”, “eu acredito”, dizem “baseados nas informações”, “de
acordo com as estatísticas”, etc. Os afiliados geralmente
possuem uma conversa despreocupada.

Os “realizadores” geralmente são mal compreendidos, porque


poucos conseguem entrar e compreender este mundo.
Poucas pessoas dispõem de recursos para lidar com um
realizador. São pessoas de uma ação maciça e diferem em
grau elevado dos demais. A pena que este grupo está
entrando em extinção.

Frank Purcelik chamou tudo isso de um jogo, no qual


podemos nos divertir ao “participar da conversa
despreocupada dos afiliados, discutir com os realizadores ou
prender a atenção das pessoas de poder.

Outro autor famoso, Walter Isaacson, quando escreveu a


respeito de Steve Jobs, disse que o cocriador da Apple
parecia viver em uma realidade distorcida: “Na presença dele,
a realidade é maleável. Ele consegue convencer qualquer um
de praticamente qualquer coisa. [...] “O campo de distorção da
realidade era uma mistura espantosa de retórica carismática,
uma vontade inflexível e um impulso de torcer qualquer fato
para se adequar à finalidade em questão”. [...] Às vezes a
gente discutia possíveis técnicas para prendê-lo na terra, mas
depois de algum tempo a maioria do pessoal desistia,
aceitando-o como uma força da natureza.

Isaacson conta que a genialidade de Jobs baseava-se na


crença de que as regras não se aplicavam a ele. É como se
ele conseguisse dobrar a realidade a seus desejos. E fazer
com que as pessoas acreditassem que podiam realizar o que
parecia impossível.

Talvez você ainda não tenha se dado conta, mas o único


mundo que você conhece é o seu modelo mental. Não é a
realidade que nos limita ou nos fortalece, mas sim o mapa que
criamos desta realidade. “O seu maior problema e sofrimento,
vem da sua maior certeza”. Paulo Vieira

Em PNL existe um pressuposto segundo o qual “nós não


reagimos ao mundo em si, mas às nossas experiências. Nada
vem ao mundo pronto, nós damos significado. Em outras
palavras, absolutamente nenhum significado inerente existe
em relação a qualquer coisa. Fomos condicionados a acreditar
que a nossa percepção é a realidade e esquecemos de
lembrar que o filtro dos sentidos, da cultura, do estado mental,
dos valores estão modulando o tempo todo o que está sendo
percebido pela mente. Escutamos o que queremos escutar;
lemos o que queremos ler.
Nosso conhecimento determina a nossa percepção, e que, em
última instância, não estamos em contato direto com nenhuma
realidade objetivavii.

Aposto que o mundo lhe parece diferente quando está


exausto ou em um mau dia. O horizonte fica turvo, não é
verdade?

Nós, seres humanos, buscamos um sentido para tudo. É


engraçado, pois somos obcecados por “motivos”. Por isso,
ninguém consegue viver uma vida aleatória e se comportar
sem um propósito.

Daí nós passamos a vida significando as coisas, os eventos,


as pessoas, o passado, o presente, o futuro, a vida após a
morte, o sofrimento, a alegria, o prazer, a dor...

Não é a toa que 95% da população mundial têm uma religião.


Ninguém tolera viver sem um sentido. Ninguém tolera ser um
acidente cósmico. Ninguém tolera o “morreu e acabou”. A
religião facilita a vida das pessoas porque lhes proporciona
“verdades insofismáveis”. Você nasce numa religião e ela te
dá um sentido “pronto”. Ninguém precisa criar um, ninguém
precisa pensar a respeito, afinal, é a “verdade”.
O dia que você, leitor, encontrar uma pessoa desesperada
saiba que o que lhe falta é “sentido”. Passo todos os dias por
mendigos e eles estão bêbados, deitados e depressivos. Mas
em dia de jogo do Brasil existia um “motivo” para estarem
alegres. Os vi gritando, de pé e sorrindo. Perceba, leitor, com
um motivo em mente tudo muda.

Já encontrei pessoas como Pollyanna que significam tudo e


todos como se o mundo fosse “o céu”. Por outro lado,
conheço pessoas que são mestres em significar tudo e todos
a seu desfavor. Não há nada de errado com o mundo, é tudo
um problema de significado.

Não existe um significado certo ou errado. Todos damos


motivos às coisas e eventos com base na nossa visão de
mundo e depois achamos que é a “verdade”.

Procure um serviço de coaching e constatará o seguinte: ele


vai lhe ajudar a achar sua missão na vida. Fará isso porque
tem consciência de que é impossível viver sem acreditar que
tudo tem um propósito. Repare nas falas das pessoas: “isso é
para o seu crescimento”, “isso é para você dar mais valor lá
na frente”, “a vida está te preparando”.
A maior ilusão é acreditar que enxergamos o mundo com os
olhos. “O olho é a lente da câmera”. Você visualiza, ouve e
experimenta com sua mente. E sem referência interna você
fica cego e surdo. Uma criança que ainda não tem a
referência dos degraus de uma escada acabará por cair,
porque ela sequer vê o declive a sua frente.

Cada informação recebida, cada experiência vivenciada, cada


sentimento está sendo interpretado pela mente. Algumas
pessoas intuitivamente dão significados fortalecedores aos
fatos, ao passo que outras nem tanto. Costumo falar que
pessoas felizes são boas intérpretes da vida.

Algo só existe se estiver no seu modelo mental. Esta criação


interna que você chama de realidade nada mais é do que o
conjunto das suas projeções. Sabendo disso você pode se
tornar o “dono da vida”, ressignificando os eventos e
representando sua experiência de uma maneira que apoie a
consecução dos seus objetivos.

Uma vez, andando pelo Fórum de Vitória, um Juiz de Direito


viu que eu estava lendo o Desperte seu Gigante Interior, cujo
autor é o Tony Robbins. Achando se tratar de um livro de
autoajuda, ele me recomendou uma obra titulada
“Autoengano”, me dizendo que era o contrário da autoajuda e
que o havia ajudado muito. Mal sabia o magistrado que quase
tudo nesta vida é um autoengano, até mesmo o nome com o
qual foi batizado. Quando nasceu lhe deram o nome de José e
ele acredita inquestionavelmente que ele é o José, mas o
nome não é a coisa nomeada. O rótulo não é a coisa rotulada.

Outro dia estava pesquisando sobre a vida de Ayrton Senna e


descobri o impacto que um nome tem na vida de uma pessoa.
Nuno Cobra, seu treinador, disse em uma entrevista que
existiam duas pessoas inconfundíveis: o Ayrton e o Senna.

Igual exemplo é o de que a Coca-Cola já perdeu várias vezes


para a Pepsi em testes “às cegas”. O incrível é que quando a
venda é tirada dos olhos, as pessoas passam
automaticamente a optarem pela Coca-Cola. Uma das
explicações é que o nome Coca-Cola é tão forte que acaba
por influenciar inconscientemente as pessoas, porque o
cérebro das pessoas já criou várias associações positivas à
marca.

Em cada cultura, as pessoas dão nomes diferentes a uma


mesma coisa, de modo que ao fazerem isso, acabam por
experimentar uma realidade completamente diversa. Nos
Estados Unidos, trabalho é “job”, que vem de Jó (personagem
bíblico), que teve resiliência para suportar as provações. Em
um nível subliminar, o norte americano associa trabalho à
resiliência.

Às vezes, ocorre algo ainda mais interessante. Duas culturas


dão significados completamente diferentes ao mesmo nome.
Você acha que liberdade tem o mesmo significado no Brasil e
nos Estados Unidos?

É exatamente por isso que no sistema jurídico é necessária


uma suprema corte a fim de padronizar as “interpretações”
dos termos vagos e abstratos contidos nas leis. Por exemplo,
no Estatuto do Torcedor está previsto em seu artigo 41-B:

Promover tumulto, praticar ou incitar a violência, ou invadir


local restrito aos competidores em eventos esportivos:
(Incluído pela Lei nº 12.299, de 2010).

Pena - reclusão de 1 (um) a 2 (dois) anos e multa. (Incluído


pela Lei nº 12.299, de 2010).

Mas o que é tumulto? A lei não deixa claro. Trata-se de um


nome abstrato, passível de inúmeras interpretações. Se não
fosse a existência de uma corte superior, as pessoas de
diferentes Estados da Federação seriam submetidas a
decisões diferentes.
E na sua vida, existe uma corte superior, dentro da sua
mente? Você interpreta os fatos e suas experiências de uma
maneira que o apoie? Emprega bons significados aos eventos
que ocorreram na sua vida?

A magia da vida consiste em intuir com significados que lhe


direcionam à realização dos seus sonhos.

Parece estranho, mas você sabe que não é o que faz. Você
não é suas habilidades. Você não é suas crenças e valores e
talvez você não seja suas identidades e papéis. Acreditamos
que você é muito maior do que qualquer ideia que tem a
respeito de si mesmo.

Às vezes, quando alguém se define acaba por se limitar em


outras áreas. A nossa tendência é trazer tudo para a nossa
personalidade. Sou isso... sou aquilo... mas isso pode não ser
necessário. Conheço o caso de um jovem, cuja frustração era
ter de “ser metódico” para trabalhar com o pai. Até que a
Arline Davis lhe disse: “não é que tenha que ser metódico;
você pode ser casual e simplesmente usar métodos”.

Eu mesmo, por um tempo, definia-me como “nerd” só que


acabei percebendo que tal identidade me limitava em outras
áreas. Não caia bem para um nerd surfar, andar de skate,
subir montanhas e eu verdadeiramente gosto de tudo isso.
Então preferi parar de me chamar assim.

Às vezes subestimamos o poder de um nome, o impacto que


uma palavra exerce na nossa vida. Jesus Cristo, sabiamente,
mudava o nome de seus discípulos assim que eles passavam
a segui-lo. Saulo, o apóstolo, depois do caminho de Damasco,
passou a se chamar Paulo. Saulo significa “grande” e Paulo
“pequeno” (humilde). Nem preciso dizer que uma mudança
nesta ordem impacta a vida de uma pessoa profundamente.

Cremos que cedo ou tarde todos se dão conta de que são a


causa criadora de suas vidas. “As nossas convicções estão o
tempo todo criando espaço para que eventos aconteçam a
nossa volta”. Embora tenhamos uma inclinação a nos colocar
na condição de vítima do mundo, de efeito e de consequência,
nada poderia estar mais longe da verdade.

O fazemos por medo da culpa ou partindo do pressuposto de


que assumir responsabilidade traz dor. Mas se esquivar da
responsabilidade é o mesmo que experimentar a suprema dor
em longo prazo. Quando um relacionamento não anda bem,
raramente dizemos: “Não estou amando como antes”. O que
falamos é: “O amor acabou”. Você pode observar que esta
segunda construção exime o sujeito de qualquer encargo. É
como se algo completamente externo estivesse acontecendo.
Compara-se o amor a uma coisa estática e não a um
processo contínuo.

O engraçado é que podemos visualizar tal atitude já em


crianças, que ao chegarem com uma nota baixa em casa
dizem: “Não consigo aprender, porque a professora ensina
mal”. Mais tarde, o adolescente diz: “Sabe o porquê de eu não
ter passado no vestibular? É que eu vim de escola pública”.

Se não somos parte do problema não poderemos fazer parte


da solução. E enquanto está sentado ou deitado, você pode
pensar no fato de que qualquer experiência a qual chame de
“negativa” aconteceu porque alguma crença criou o espaço.

O que o limita não é a realidade. O que o limita é uma crença


limitante.

Uma criança que está sofrendo bullying na escola é (em parte)


responsável por estar projetando uma energia fraca. Outro
garoto, ao sentir a energia submissa se aproveita para
demonstrar dominância. O fato é que as pessoas só fazem
conosco aquilo que permitimos que façam. Não é que o
mundo está contra você, é que você enxerga tudo com o filtro
da insegurança. Uma das implicações dessa maneira de ver
as coisas é que o mundo parece estar cheio de pessoas que
querem passar por cima de nós.

Outro caso clássico, alguém vai até o terapeuta e diz:


“Ninguém gosta de mim”. Perceba como ressoa
irresponsabilidade aos ouvidos de quem ouve. O indivíduo
não se toca de que se usasse uma estrutura diferente, do tipo:
“Não estou valorizando minhas amizades como antes”, o
desafio seria mais rapidamente resolvido.

A questão é que não se trata de um jogo de palavras. Isso é


sério, na medida em que uma crença tem como função se
perpetuar no tempo, buscando o tempo todo referências para
retroalimentá-la.

Bandler, o gênio co-criador da PNL, conta que uma vez um


cliente lhe disse: - “Eu sou depressivo”. Em resposta: “Prazer,
eu sou Richard”. O retorno que deu ao cliente foi fantástico, na
medida em que a linguagem pode interferir nos nossos
padrões de comportamento. Existe uma mensagem subliminar
no que disse ao paciente: “ninguém é depressivo”. Você pode
até experimentar um sentimento “negativo” durante alguns
minutos do seu dia, rotulando-o de depressão, mas seus
sentimentos jamais podem se confundir com a sua identidade.
Quando alguém neste estado me pede ajuda, geralmente
pergunto “como você faz para deprimir a si mesmo?”.
Geralmente ouço como resposta: estou assim porque... Daí a
pessoa apresenta seus motivos, mas não foi esta a pergunta
que eu fiz. Ao se lidar com sensações fortes deste nível,
investigar pretextos e ensejos ajuda muito pouco. Ninguém
“pega” depressão. Não se trata de algo que cai na nossa
cabeça do dia para a noite. Tudo não passa de processos que
ocorrem a nível inconsciente na mente das pessoas. Só que
ao nomear um processo ele se transforma em coisa,
aparentemente perene.

Experimente dizer para si mesmo as duas sentenças abaixo:

1) Eu sou depressivo.
2) Eu estou decidindo experimentar sentimentos
desagradáveis ao focalizar determinadas imagens em
minha mente e ao falar comigo em um determinado tom
de voz.
Qual é a diferença entre as duas assertivas? Pense a
respeito. Quando você nomeia algo aquilo passa a existir para
você. Veremos mais a respeito quando tratarmos dos níveis
lógicos.
Pelo exposto, acreditamos não ser adequada a abordagem
dos alcoólatras anônimos, cujo ensinamento paira sobre a
ideia de que uma vez viciado, viciado para sempre.

Qual é a linguagem de programação do cérebro? É a


linguagem! As neurociências têm demonstrado que o ser
humano não fala porque pensa, mas pensa porque fala. E
quando você muda uma palavra, toda a sua experiência
muda.

Repita para si mesmo as duas frases a seguir e verifique os


sentimentos envolvidos:

1) Eu tenho que estudar


2) Eu posso estudar
A melhor maneira que conheço de tornar-se responsável pelo
próprio modelo mental é escolher com cuidado as palavras
que usa em uma base sistemática. Talvez seu filho não seja
“rebelde” (rótulo inadequado), apenas careça de atenção.

Veja isso: acompanhei um caso de uma criança que até os


sete anos de idade apresentava um comportamento peculiar,
mas normal sob o ponto de vista da maioria. Em visita à
APAE, a mãe do garoto entrou em contato com alguns
indivíduos portadores da Síndrome de Asperger, o que a fez
ficar na dúvida acerca da “normalidade” de seu filho. Após
pesquisar sobre a síndrome, fixou-se na ideia de que o
pequeno seria portador e em poucos dias começou a
influenciar a mente do menino. O que ela fez foi passar um
vídeo da turma da mônica mostrando um personagem autista
dizendo “você também é autista”. Um ano após, o
comportamento daquela criança já era totalmente diferente e
infelizmente já justificava seus resultados indesejados
afirmando: “não consigo aprender, porque sou autista”.

Primeiramente, eu não sou juiz e não estou aqui para julgar


ninguém. Acredito que aquela mãe fez o melhor que pôde e
sua intenção, quem sabe, era preparar a criança para o que
estava por vir.

Contudo, considerando que a “linguagem de programação do


cérebro é a linguagem”, tome muito cuidado com o que diz a
uma criança, principalmente até os sete anos de vida. Quando
você define um guri negativamente, acaba por limitá-lo.

Compare a história que contei com a de Cristiano Camargo,


um escritor premiado de Ribeirão Preto/SP, que após ter
publicado 3 obras e vencido 2 concursos foi diagnosticado aos
41 anos como autista, do tipo Asperger. Em entrevista ao G1
o autor afirma: “Eu considero uma benção ter sido
diagnosticado tarde. Sem saber, eu fui superando sozinho,
quando eu fui diagnosticado já tinha superado praticamente
tudo”, relata Camargo.”

Camargo ainda afirmou na entrevista: “na cabeça do autista


imaturo a realidade é um inferno porque ela não corresponde
ao que ele vê no mundo de fantasia interno dele, onde ele
mesmo cria as regras, seus personagens e rege tudo isso
como se fosse um maestro e tem poder de vida e morte.”
Ouso dizer que este é o desafio de todo ser humano. É por
isso que gostamos de pessoas que nos compreendem e a
compreensão é a essência do rapport. Mas o que mais me
atraiu na entrevista foi o fato de o escritor gênio se
responsabilizar completamente por seu modelo mental, a
ponto de dizer: “Acredito que isso [ser portador da síndrome]
acrescenta uma sensibilidade maior aos textos. As pessoas
autistas têm uma ferramenta muito importante, que é o mundo
interno de fantasias. Autistas e as outras pessoas utilizam o
mundo interno de fantasias de maneiras diferentes”.

A história de Camargo ilustra que existem verdades melhores


do que outras para se acreditar e que podemos representar
nossa experiência de uma maneira que nos apoie.
Depois que comprei meu cachorro, Rapport, comecei a
estudar psicologia canina e ao conversar com outros donos
nas praças, logo ficou claro para mim que as pessoas não
estão preparadas nem para ter um cão, quem dirá um filho. É
incrível como todos nos preparamos profissionalmente para o
competitivo mercado de trabalho. Contudo, raríssimos são os
pais que se preparam para serem pais. Um dos meus grandes
sonhos é preparar um curso extensivo nesta área, porque é
um assunto tão importante que um workshop de fim de
semana não dá conta.

Mas não são só os pais que estão despreparados. Às vezes, o


próprio sistema educacional também está. Uma escola exerce
um impacto enorme na vida de uma pessoa, incutindo valores,
crenças, identidades e contribuindo de forma decisiva na
formação da personalidade de um indivíduo. Os profissionais
da educação não deveriam se eximir se desejassem formar
cidadãos preparados para a vida.

Quando eu era criança, lembro-me de em determinada época


apresentar um comportamento “meio rebelde” na escola. O
que levou a coordenadora da instituição a me chamar em sua
sala, pôr-me a esperar por alguns minutos, e logo após me
dizer algo do tipo: “Você mudou do vinho para a água”... “você
está se tornando um rebelde”.

Fico me perguntando, hoje, conhecendo linguagem hipnótica,


o poder de uma metáfora e o estado hipnoide no qual uma
criança se encontra 24h por dia, como seria se tais
profissionais soubessem se comunicar de uma maneira
adequada com os estudantes.

Quem sabe, começar uma conversa com uma frase do tipo: O


que o leva a praticar este comportamento? O que está
tentando obter se comportando desta forma?

Fico, também, sempre muito surpreso com a capacidade de


ALGUNS de “passar pra frente”. Essa foi uma expressão que
inventei para descrever a atitude daqueles que insistem em
passar adiante um mal que lhe fizeram. O mais incrível é que
sem perceberem causam a mesma dor, fazem o mesmo
estrago e acabam por se vingar em inocentes, que pagam o
pato sem terem feito absolutamente nada.

Não que eu acredite no determinismo, não mesmo. Mas de


um modo geral o ser humano médio não tem o grau de
consciência e autoconhecimento necessários para ficar acima
do meio e da hereditariedade.
Steve Jobs, que sofreu na pele a dor de ser rejeitado pelo seu
pai biológico, “passou pra frente” abandonando sua filha Lisa
sem dó e nem piedade e ainda teve a coragem de dizer anos
mais tarde: Não tenho nada contra ele – fico feliz que esteja
vivo. Mas o que me incomoda é ele não ter tratado bem Mona
(a irmã). Ele a abandonou.

Pouquíssimos são os que param e pensam: Peraí... Eu vou


fazer diferente... Acontece que o papel de sujeito é MUITO
PESADO. Exige muita educação e maturidade. Por isso,
quando o papel de autor entra em crise, somos tentados a
acreditar que foi a vontade de Deus, preferimos nos colocar
na posição de objeto e culpar os genes (risos).

Tive um mal dia porque não orei antes de sair de casa... Olha
o que a vida está fazendo comigo... Puxei papai nisso...

Outro dia ouvi uma coisa e segurei para não rir “eu sou
desbocada assim porque minha avó falava muito palavrão”.
Percebe-se que se apoiar no determinismo é um bálsamo
para os que não assumem a responsabilidade pelas suas
vidas.
Já escutei também “nós somos o que fazem de nós”. Na hora
que ouvi isso quase perguntei à pessoa “você é um ser
humano ou uma estátua?”.

À medida que o tempo vai passando a gente vai percebendo


que “o homem é aquilo que ele faz de si mesmo”.

Nós nos maravilhamos quando ficamos sabendo que um casal


de amigos estavam utilizando hipnose a fim de se
comunicarem com o filho, que ainda estava sendo gerado no
ventre da esposa, com o intuito de fazê-lo se sentir amado. O
desafio a fazer uma pesquisa simples, em qualquer site de
busca, e ficará surpreso na capacidade de um feto absorver
os eventos pelos quais a mãe vivencia enquanto grávida.
Portanto, estamos diante da suprema responsabilidade ao
decidirmos ser pais.

A maioria não teve a boa sorte de ter recebido “uma boa


programação” da vida. Mas você pode usar o que lhe
aconteceu a seu favor. A pergunta é “como eu posso usar
isso?”

Richard Bandler conta que um indivíduo diagnosticado com


esquizofrenia o procurou desesperado porque via pessoas
saindo da televisão vindo em sua direção para pegá-lo.
Sagazmente, como sempre, Bandler disse algo do tipo:
Preciso que me ensine esta habilidade, porque seria
interessante assistir ao canal da playboy. Os olhos do cliente
brilharam na hora, seus ombros relaxaram e um sorriso
apareceu em seus lábios.

Às vezes, só nos resta lidar com o que temos. Absolutamente


tudo neste mundo tem um potencial para se tornar útil e mais
cedo ou mais tarde tomamos consciência disso.

Quando o contexto muda, as crenças e valores também


mudam. Se alguém matar uma pessoa em praça pública, em
poucos meses será condenado a uma pena de seis a vinte
anos. Mas se um homem mata na guerra, volta como herói
para o seu país e principalmente para os de sua tropa.

O que achamos um desperdício é o fato de algumas pessoas


pegarem um fato positivo de suas vidas e o transforem em
algo desprezível. Algo do tipo: reclamar de que paga IR
(imposto de renda). Ora, se você declara IR significa que faz
parte de um grupo seleto de pessoas, distanciando-se da
grande maioria brasileira, tendo um poder de consumo que
muitas pessoas nem em sonho podem imaginar.
Não estou dizendo para sair por aí como Pollyanna, fingindo
que seus problemas não existem. Mas você sabe que só é
inteligente quem consegue ser feliz. E para ser feliz é preciso
viver a vida inteligentemente, porque até que nos provem o
contrário você só tem uma.

Para ser responsável pelo próprio modelo mental é preciso


tomar consciência de que as crenças pessoais mandam e
desmandam na nossa mente. Isso acontece porque você não
reage ao que aconteceu ou que está acontecendo, mas às
crenças a respeito do que tais fatos significam. Crenças são
comandos inquestionáveis para o sistema nervoso central.
Você pode tomar cuidado com o que acredita.

Até mesmo o mais racional dos seres humanos é


inconscientemente orientado e suas ações não objetivam
satisfazer seu intelectual lado esquerdo do cérebro. Com
certeza, nós somos seres emocionais que pensam e não o
contrário.

Por trás de qualquer objetivo, existe um sentimento como


metaobjetivo. Para quê quer aquela tão sonhada promoção?
Provavelmente porque ela o faria se sentir de determinada
forma.
E saber que você é emocionalmente e inconscientemente
orientado é ao mesmo tempo preocupante e libertador. É
preocupante porque se não souber manusear ferramentas
para acessar seu lado direito do cérebro, seu livre arbítrio fica
quase impossível de ser exercido. Mas é libertador, pois
podemos alinhar nossas metas com o que realmente
acreditamos e somos genuinamente.

Quando comecei a entender que as pessoas são emocionais,


tudo ficou mais fácil. Eu criava muito ruído dentro da minha
mente achando que as pessoas deveriam agir assim ou
assado. Mas a verdade é que as pessoas não se comportam
com base em lógica. Cada comportamento é pura emoção em
movimento e sentimentos não são “estáveis”.

Outro ponto é que às vezes criamos modelos para entender


melhor realidade, mas depois acabamos por nos limitar com
os mesmos. Bandler e Grinder mapearam os metaprogramas
visual, auditivo e cinestésico no sentido de algumas pessoas
terem mais desenvolvido em si mesmas um ou outro sentido
preponderante.

Entretanto, já vi algumas pessoas se limitando com “isto”. Sim,


isso é apenas um modelo e não se deve usar um modelo
como limite. Por exemplo, não sou bom líder, porque sou
cinestésico ou, ainda, não falo bem em público porque sou
auditivo. Estou aqui para lhe dizer que conheço excelentes
oradores, cujo metaprograma é o auditivo.

Além disso há uma certa confusão de termo aqui. Ninguém é


visual, auditivo ou cinestésico; nós apenas temos um ou outro
metaprograma.

Bandler e Grinder dizem que quando assistiam ao trabalho


dos terapeutas, começaram a notar que muitas vezes eles
conseguiam "consertar" a pessoa, tornando-a mais limitada!

É exatamente isso que acontece quando um indivíduo se


“converte” a uma religião mais rígida. Ele para de beber,
fumar, mas em contrapartida não sai mais de casa e se afasta
dos amigos.

O grande truque capaz de ajudar uma pessoa a ser


responsável pelo seu próprio modelo mental é usar a
experiência sensorial, ao invés de alucinar com base em suas
memórias e conhecimentos prévios.

S. Possensiviii, traz uma reflexão interessante:

Na peça A vida de Galileu, Brecht faz o físico


convidar os filósofos a sua casa, para verem as
luas de Júpiter com sua luneta. Mas, em vez de
correrem logo para o sótão a fim de verem a
maravilha, os filósofos propuseram antes uma
discussão “filosófica” sobre a necessidade das
luas... Quando Galileu lhes pergunta se não
creem em seus olhos, um responde que acredita,
e muito, tanto que releu Aristóteles e viu que em
nenhum momento ele fala de luas de Júpiter! A
outra história é a de um botânico do início da
modernidade que pediu desculpas a seu mestre
por incluir num livro espécies vegetais que o
mestre não colocara no seu.

A mentalidade de “explorador” supera e muito a mentalidade


do teórico. Nunca canso de dizer que o aprendizado está na
experiência.
Capítulo III
”Se não existe significado nas coisas, disse o Rei, isso nos
poupa um mundo de problemas já que não necessitamos
tentar descobri-lo”. Alice no País das Maravilhas

Sem Mudar a Programação Não Há Solução

Parece uma contradição começar o livro defendendo o fato de


que somos responsáveis pelo nosso próprio modelo mental e
depois advogarmos no sentido de que a mente inconsciente
está no controle, mas não é. De um jeito ou de outro, “você”
está criando sua realidade. Mas sendo mais preciso, não é
você quem a cria, mas o seu Eu inconsciente. É por isso que
você pode estar cometendo erros, enquanto a sua mente
inconsciente pode estar acertando à sua maneira.

Em um primeiro momento acreditávamos que nossa


percepção influenciava apenas nos significados que
atribuímos às coisas, mas a coisa é muito mais grave do que
isso.

Até mesmo a dor é uma percepção, ou seja, a interpretação


consciente de uma sensação. A técnica para alívio de dor de
cabeça da PNL funciona, porque age na imaginação da dor,
ocasionando alterações cognitivas da percepção daquela. A
tragédia é que a maioria luta contra a dor, fazendo com que
aumente pela focalização da atenção nela, e também
aumenta a ansiedade e a depressão, aumentando a tensão
física e causando mais dor.

É inacreditável, mas até mesmo o tempo é uma construção


psicológica. Através da hipnose é possível encurtar momentos
dolorosos, tempo gasto com um mau hábito, o tempo de uma
longa viagem, etc.

Assim, eu criei um conceito para a emoção humana: “uma


sensação interna e autoconstruída”.

Enquanto você for metade vítima, metade cúmplice, como a


maioria, poucos resultados positivos aparecerão em seu
mundo.

Cada papel que exercemos implica um convite a conduzir-se


de uma forma correspondente. É como se cada participante
de um teatro social chegasse a uma decisão equivalente ao
script executado no contexto vivenciado, no momento.

A tendência natural dos papéis existentes na sociedade é para


a estabilidade, porque precisamos de uma certa
previsibilidade de comportamentos para sobrevivermos em
grupo.

É incrível como os papéis pai, sócio, patrão, etc. possuem


padrões. Você já deve ter percebido que quando você muda
de empresa, seis meses depois, seu novo chefe começa a se
parecer com o antigo, embora não se conheçam.

É por isso que defendemos que você pode contextualizar suas


metas. A história é mais ou menos a seguinte: o indivíduo
assume como meta para si mesmo se tornar um “cara
confiante”, daí chega todo armado em seu grupo de amigos e
pouco tempo depois começa a não ser tão convidado para as
saídas.

Importantíssimo seria se perguntar: “em que papel da minha


vida quero ser confiante?”

Malcolm Gladwell, ensina que o contexto exerce um papel


assustadoramente importante nos comportamentos das
pessoas:
“O que esse estudo sugere, em outras palavras,
é que, no fim das contas, as nossas convicções
mais íntimas e o verdadeiro conteúdo dos
nossos pensamentos são menos importantes na
orientação das nossas ações do que o contexto
imediato em que se dá o nosso comportamento.
A frase "Ah, você está atrasado" teve o efeito de
tornar um indivíduo normalmente compassivo em
alguém indiferente ao sofrimento - isto é, em um
momento específico, foi capaz de transformá-lo
em uma pessoa diferente”.

Quanto mais lidamos com as pessoas mais percebemos a


importância do papel familiar. A propósito, a educação de uma
criança começa pelo menos 20 anos antes dela nascer,
porque as escolhas dos pais fatalmente vão se refletir em sua
formação. O fato é que, na empresa, o chefe simbolizará
também a figura paterna. A professora recebe a projeção da
mãe. Acerca dos colegas de trabalho, transferirá os irmãos.

Estando consciente ou não, você, em sua vida conjugal,


lançará inconscientemente o que ‘programou’ do
relacionamento entre seus pais.
Eu sei que parece difícil de aceitar, mas tudo que pesquisei
aponta que a melodia da fala materna penetra no corpo do
feto e é audível no ventre materno.

Aprendemos tudo que sabemos através da linguagem. Nos


primeiros anos de vida ouvindo nossos pais, depois
professores, autoridades religiosas, etc. As “trocas de ideias”
se dão por meio da linguagem, verbal ou não verbal.

Chomsky ensina que quando as crianças aprendem


determinada língua, não tem que aprender uma longa lista de
regras porque nasceram conhecendo as super regras. Por
exemplo, inglês e japonês são línguas espelhadas, de modo
que se um idioma tem verbo antes do objeto também terá
preposições.

Segundo Vygotsky, (1989, p 18)

O homem se produz na e pela


linguagem, isto é, é na interação
com outros sujeitos que formas de
pensar são construídas por meio
da apropriação do saber da
comunidade em que está inserido o
sujeito. A relação entre homem e
mundo é uma relação mediada, na
qual, entre o homem e o mundo
existem elementos que auxiliam a
atividade humana. . A capacidade
humana para a linguagem faz com
que as crianças providenciem
instrumentos que auxiliem na
solução de tarefas difíceis,
planejem uma solução para um
problema e controlem seu
comportamento.

Segundo Susan Careyix, se você introduzir casualmente o


nome de uma nova cor como verde-oliva na conversa
despretensiosa com uma criança de três anos, ela
provavelmente ainda terá alguma lembrança disso cinco
semanas depois. É isso é ao mesmo tempo fantástico e
assustador, porque mostra a incrível capacidade de
aprendizado do cérebro, mas também alerta para o fato de
que muita informação perniciosa pode ser inserida facilmente
na mente de um menino. Pense a respeito, uma palavra como
“verde-oliva”, sem qualquer carga emocional, é capaz de
impregnar o inconsciente de uma criança por mais de cinco
semanas.
Outro ponto a se considerar é que Markmanx descobriu que se
você mostrar para uma criança uma tenaz de estanho e disser
que ela se chama bif, a criança interpreta que bif significa
tenaz em geral. Em outras palavras, a mente infantil é mestre
em generalizar. A esta altura você já deve ter tomado
consciência da importância de se vigiar o que é dito a uma
criança, mesmo que de 2 ou 3 anos. O grande desafio é que
muitos pais não sabem disso e dizem coisas que marcam a
vida do indivíduo, dificultando as coisas sem necessidade.

Alice Schroederxi, autora de biografia de Warren Buffet, narra


que a mãe do multibilionário, Leila, nos seus acessos de fúria,
açoitava verbalmente os filhos, sem parar, sempre da mesma
forma: “eram imprestáveis, ingratos e egoístas e deveríam
sentir vergonha. A obra vale a pena ser lida, porque mostra a
trajetória de um homem que superou as programações
inadequadas recebidas de sua mãe.

Thomas A. Harris, autor de Eu Estou Ok, Você Está Ok,


apresenta uma metáfora interessante. “Quando um garotinho
de cinco anos marcha com desenvoltura pela calçada no
primeiro dia de jardim de infância, leva consigo cerca de vinte
e cinco mil horas de gravações realizadas em duas fitas. Uma
é a do seu Pai. A outra, da sua Criança”xii. O que o autor quer
dizer é que tudo que um indivíduo ouve de seus pais fica
registrado fidedignamente em seu inconsciente, como se
fosse um gravador de mp3, acabando por impactar sua
postura diante da vida já nos primeiros anos da idade escolar.

A grande questão é que alguns garotinhos têm as vinte cinco


mil horas gravadas com conteúdos de críticas ferrenhas e
cruéis. À medida que os anos vão passando, as memórias vão
caindo no esquecimento, mas a linguagem fica. É aquela
historia, a pessoa deseja abrir um negócio próprio, daí vem
uma vozinha aguda e sussurra: “você não é capaz, vai colocar
tudo a perder... imagina a vergonha que vai passar quando
der errado...” Mas isso não passa de uma reprodução das
vinte e cinco mil horas de gravação do pai ou da mãe,
trazendo para o presente uma realidade passada e arcaica.

Em relação ao aprendizado do inglês, nada mais inútil e


antiprodutivo do que aprender gramática. Em primeiro lugar, a
gramática quando aprendida de forma explícita, regra por
regra, transforma o aluno em um perfeccionista que pensa
MUITO antes de falar, com medo de errar e passar vergonha.
Em segundo lugar, os linguistas já sabem há muito tempo que
a gramática é instintiva, uma vez que não notamos o quanto
uma construção é complexa até tentarmos descobrir as regras
que estão por trás dela. “Recentemente, Karin Stromswold
testou uma criança de quatro anos. Embora não conseguisse
falar, o menino entendia diferenças gramaticais sutis.
Conseguia identificar qual imagem mostrava “o cão foi
mordido pelo gato” e qual mostrava “o gato foi mordido pelo
cachorro”xiii”.

Richard Bandler conta uma hitória interessante em Guide to


Trance-formationxiv:

I met this kid-about twenty-two, very bright,


could take any engine apart, and put it
together in no time flat ... but he just
couldn't read. He went to every available
remedial class, but he just kept going: "I
can't. I can't." So I put him into trance and
said, "I want to ask your unconscious if
something is stopping you from reading?" I
got na acknowledgment, so I said, "I want
you to bring it into his conscious mind and
have him jump up and tell me about it." A
few seconds later, he jumped up and told
how, when he was in elementary school, a
teacher snapped a pencil in front of his
face in frustration and said, "You'll never
learn to read!" His unconscious mind took
it as a command and blocked any attempt
from then on to get him to read. It stuck
somewhere in the back of his mind, and he
struggled his whole life with reading. He
was a bright kid, but fear can induce a very
altered and suggestible statexv.

Josh Waitzkin cita em seu livro “The art of learningxvi” uma


pesquisa da Dra. Carol Dweck, cujo conteúdo diz respeito à
diferença entre as teorias da inteligência: entity e incremental.
A primeira pode ser traduzida como “mentalidade fixa” e a
segunda como “mentalidade crescente”. A descoberta da
professora de psicologia de Stanford University é que a
linguagem usada por professores ou pelos pais ao lidar com
uma criança faz toda a diferença no seu aprendizado ao longo
de sua vida.

Crianças que acreditam em uma “mentalidade fixa”, induzidas


pelos pais e/ou professores geralmente se utilizam de uma
linguagem do tipo “Eu sou esperta”. Já as que acreditam que
teoria da mentalidade crescente dizem algo do tipo: eu
consegui porque trabalhei duro por isso...
O incrível é que a linguagem processual, que fazia a criança
entender que resultados são frutos de ações lhe animava a
querer subir de nível nos jogos, ao passo que a linguagem de
personalidade gerava sentimento de medo. Uma vez que a
criança acreditava que era esperta, havia medo de por esta
identidade em cheque.

Muitos dizem “sempre tem alguém que é o melhor”. A grande


pergunta é: “melhor do que quem e em comparação a quê? A
maioria é seduzida a acreditar que existe pessoas mais
inteligentes que outras (de forma inata). Pessoas que têm um
dom. Que nasceram com uma estrela na testa e que são os
donos do QI. Os que se acham melhores que outros fazem
isso porque “veem sua própria sabedoria bem de perto, e a
dos outros homens à distância” (Hobbes).

Contudo, a verdade é que o que difere um ser humano de


outro são suas competências e seus comportamentos. Pouco
se fala que Isaac Newton estudava cerca de 16 horas por dia
para descobrir as leis do movimento. É fato que ele tinha uma
inteligência lógica e espacial apuradas, mas seu
comportamento diz muita coisa. Conta-se que Newton era
fechado, introspectivo e tímido, ou seja, não tinha as
inteligências interpessoal e intrapessoal. E alguns autores
ainda destacam a ideia de que nos primeiros anos da escola
ele era um aluno bem mediano. Explicam que uma briga com
um colega o levou a se dedicar ao propósito de ser o “melhor”.

Não existem pessoas melhores que outras, são só


competências diferentes. Quem é melhor Isaac Newton ou
Edison Arantes do Nascimento (Pelé)? Aquele tinha uma
enorme competência lógica e espacial, este último tinha uma
enorme competência corporal-cinestésica. Percebe-se que
tudo é uma questão de competências diferentes e é bom
lembrar que o rei do futebol treinava pesado numa época em
que poucos levavam o esporte tão a sério.

O famoso complexo de inferioridade surge de péssimas


comparações. A história é mais ou menos assim: um iniciante
em música assiste ao Steve Vai tocando guitarra e conclui “eu
sou pior que ele e nunca serei tão bom”. É claro que Steve Vai
tem uma enorme competência musical e estuda guitarra todos
os dias pelo menos 8 horas, segundo dados já divulgados.
Mas o inusitado é que aquele iniciante em música não se dá
conta de que possui uma enorme competência linguística que
o astro da guitarra não detém.

Não é de se estranhar que pessoas que crescem em igrejas


geralmente desenvolvem uma competência musical muito
grande. O motivo é que foram estimuladas por cânticos muito
cedo. Sabe-se também que crianças que vão à escola desde
um ano de idade são mais sociáveis e consequentemente
desenvolvem mais a inteligência interpessoal. A boa notícia é
que qualquer um pode desenvolver qualquer tipo de
inteligência e em qualquer fase da vida. Taxistas, por
exemplo, depois de adultos desenvolvem a inteligência
espacial porque precisam dela para o bom desempenho
profissional. Entretanto, desenvolver qualquer tipo de
inteligência requer um preço de esforço muito caro e que nem
todos estão dispostos a pagar.

As multiplas inteligências são: lógico-matemática, linguística,


musical, espacial, corporal-cinestésica, intrapessoal,
interpessoal, naturalista e existencial. Quem se vitimiza por
ser desprovido de talento apenas não deu a sorte de entrar
em contato com o que lhe interessa, ainda. Fica admirado
com o talento alheio e não entende se trata apenas de uma
estratégia bem desenvolvida. Não é a toa que John Grinder
define a neurolinguística como sendo a epistemologia de
retornamos àquilo que perdemos – um estado de graça. Tal
meta ciência já demonstrou que se um ser humano pode
alcançar determinado resultado, outro também pode se
souber o “como”.
As ideias do talento inato, do dom, do nasceu para... soa bem
a vários ouvidos porque trazem consigo a marca do divino. E
imergem as pessoas que pensam que possuem tais talentos
inatos numa falsa crenças de que são semideuses. No
entanto, é muito mais inteligente, humano e humilde pensar
como Thomas Edson “talento é 1% inspiração e 99%
transpiração”.

O diálogo abaixo põe as coisas nos seus devidos lugaresxvii:

Filho: "Joey joga basquete melhor do que eu"

Pai: "Então o Joey é melhor, huh?"

Filho: "É."

Pai: "Como você sabe que o Joey é melhor?"

Filho: "Ele conseguiu 4 lances livres um atrás do outro! Eu só


consegui 2 seguidos."

Pai: "Humm, parece que o Joey é muito bom no basquete. Ele


deve praticar um bocado. Você sabe, você é muito melhor do
que costumava ser jogando basquete. Você se lembra do
fato?"
Como você pode notar, o pai não diz “larga de ser besta”,
“para de besteira menino”, “você é que é o melhor”. A verdade
é que tais abordagens não surtiriam efeito.

O pai inteligente começa dando legitimidade às emoções do


filho... ("Humm, parece que o Joey é muito bom no basquete).
Em segundo lugar, ele dissocia o sucesso de inatismo e o
transporta para comportamento (Ele deve praticar um
bocado). Em terceiro lugar, cria uma comparação self-self
(autocomparação) no filho (Você sabe, você é muito melhor
do que costumava ser jogando basquete). Para arrematar, ele
faz a criança se lembrar para se apoiar em uma referência
interna de memória. Com um fato em mente, a criança não
tem como duvidar do pai. Bonito de ver não é verdade?

A inveja, igualmente, é um erro do seu sistema. É uma pane,


uma aberração e um “tilt”. A inveja não é uma emoção inata
ao ser humano, mas fruto de uma má interpretação. A
escassez vende e a prova disso é que os anúncios sempre
trazem mensagens do tipo “últimas vagas”, “vagas limitadas”,
“válido só por hoje”, etc.

Anúncios de escassez vendem, mas o capitalismo pregou


durante tanto tempo que os recursos são limitados que as
pessoas acreditaram. A ideia que “os recursos são escassos”
criam hostilidade, inveja, ciume, egoismo e cinismo. Todas
estas emoções são inúteis e só atrapalham sua vida.

A cura para todos estes males é a crença na abundância. O


universo é um lugar paradoxal e complexo, mas todos podem
ganhar, a não ser que uma pessoa insista em perder.

Pobreza, em última análise, é um problema de mindset.


Geralmente é o medo o grande vilão das dívidas, e da falta de
prosperidade. Várias pessoas não mostram seu talento ao
mundo por diversos tipos de medos, o que as mantém na
velha zona de limitação.

Enquanto você continuar acreditando que os recursos são


limitados, continuará a sentir ciúme, inveja, egoísmo, cinismo
e ódio. Mas você é inteligente é quer jogar o jogo do ganha-
ganha, acreditando que “a tecnologia determina o valor de um
recurso físico, e as dimensões reais de seu suprimento”.
Assim, os recursos são ilimitados.

Quando o petróleo acabar, e tomara que acabe logo, haverá


uma centena de energias diferentes para ocupar o lugar. Na
verdade já poderíamos estar usando carro elétrico há muito
tempo. O universo é abundante e todos podem ganhar!
Quando você vê uma qualidade que valoriza em uma pessoa,
você pode sentir raiva, mas há uma maneira mais elegante de
responder. Mestres pensam na expectativa de possibilidade
futura. Como é imaginar ter essa qualidade algum dia?

Em conclusão, acreditamos que você faz o que está


programado para fazer e não o que quer fazer. Sem mudar a
programação não há solução.
Capítulo IV
O adulto é muito menos sábio que a criança, porque tende a
dispensar a assessoria de seu inconsciente. Renate Jost

A Genética da Linguagem

No século sétimo a.C, segundo o historiador Heródoto, o rei


Psamtik I do Egito fez com que dois bebês fossem separados
de suas mães logo ao nascer e fossem criados em silêncio na
cabana de um pastor. A curiosidade do rei sobre a língua
original do mundo foi aparentemente satisfeita dois anos
depois, quando o pastor escutou as crianças empregarem
uma palavra em frígio, uma língua indo-europeia da Ásia
Menorxviii.
Segundo Pinker, não temos atualmente meios para verificar
diretamente a existência de genes da gramática nos seres
humanos. No entanto, aquele neurocientista afirma que há
algo no esperma e no óvulo que afeta as capacidades
linguísticas da criança que nasce de sua união. Existem
exemplos bem interessantes, tais como o de gêmeos que
idênticos, que compartilham um meio e todo o DNA que
tendem a pronunciar errado as mesmas palavrasxix.

Um estudo Russoxx demonstra que o DNA pode ser


influenciado e reprogramado por palavras. Acreditava-se que
90% do DNA era lixo, pois partia-se do pressuposto de que
apenas 10% era responsável pela construção de proteínas.
Os russos, inteligentemente, concluíram que a natureza é
sábia e iniciaram um estudo tendo como objeto a parte “lixo do
DNA”. De acordo com o estudo, “nosso DNA não é apenas
responsável pela construção do nosso corpo, mas também
serve como armazenamento de dados e na comunicação”.
Afirma esta descoberta que o DNA humano funciona como
uma grande rede de comunicação, “é uma espécie de Internet
biológica”.

Outro ponto que chega a ser assustador é o fato de que o


DNA, especialmente nos 90% até então descartados,
respondem às mesmas leis básicas de formação de nossas
linguagens: sintaxe, semântica e gramática básica. Segundo
consta do estudo, “os alcalinos de nosso DNA seguem uma
gramática regular e têm conjuntos de regras como as nossas
línguas. Línguas humanas não surgiram coincidentemente,
são um reflexo do nosso DNA inerente”.

Tudo que foi relatado explica que algumas pessoas adoecem


realmente por autosugestão. Deepak Chopra está coberto de
razão ao dizer que

"somos as únicas criaturas na face da terra


capazes de mudar nossa biologia pelo que
pensamos e sentimos!" Nossas células estão
constantemente bisbilhotando nossos
pensamentos e sendo modificados por eles. Um
surto de depressão pode arrasar seu sistema
imunológico; apaixonar-se, ao contrário, pode
fortificá-lo tremendamente. A alegria e a
realização nos mantém saudáveis e prolongam a
vida. A recordação de uma situação estressante,
que não passa de um fio de pensamento, libera
o mesmo fluxo de hormônios destrutivos que o
estresse. A alegria e a realização nos mantém
saudáveis e prolongam a vida. A recordação de
uma situação estressante, que não passa de um
fio de pensamento, libera o mesmo fluxo de
hormônios destrutivos que o estresse. Quem
está deprimido por causa da perda de um
emprego projeta tristeza por toda parte no corpo
- a produção de neurotransmissores por parte do
cérebro reduz-se, o nível de hormônios baixa, o
ciclo de sono é interrompido, os receptores
neuropeptiídicos na superfície externa das
células da pele tornam-se distorcidos, as
plaquetas sanguíneas ficam mais viscosas e
mais propensas a formar grumos e até suas
lágrimas contêm traços químicos diferentes das
lagrimas de alegria. Todo este perfil bioquímico
será drasticamente alterado quando a pessoa
encontra uma nova posição. Isto reforça a
grande necessidade de usar nossa consciência
para criar os corpos que realmente desejamos. A
ansiedade por causa de um exame acaba
passando, assim como a depressão por causa
de um emprego perdido. O processo de
envelhecimento, contudo, tem que ser combatido
a cada dia. Shakespeare não estava sendo
metafórico quando Próspero disse: " Nós somos
feitos da mesma matéria dos sonhos." Você quer
saber como esta seu corpo hoje? Lembre-se do
que pensou ontem. Quer saber como estará seu
corpo amanhã? Olhe seus pensamentos hoje!"
Ou você abre seu coração, ou algum
cardiologista o fará por você!"

Portanto, ser impecável com a sua palavra é vital para o seu


corpo, porque nossas crenças ao que tudo indica modificam o
nosso DNA.
Capítulo V
A mente do ser humano é fértil, mas apenas para as
sementes para as quais é preparada. Don Miguel Ruiz

Seja um Bom Leitor da Realidade

É curioso o fato de que pessoas com padrões de linguagem


semelhantes possuam padrões de comportamentos também
iguais. É possível conhecer aspectos muitos importantes de
uma pessoa apenas pelo que ela diz em uma base
sistemática.

Pessoas que usam palavras como executar, alcançar, obter,


conseguir, recompensa, metas,... possuem uma maneira de
processar informações muito diferente das que usam palavras
evitar, afastar-se, prevenir, solucionar, consertar, se livrar,
proibir,... As primeiras se movem direção a algo. O segundo
tipo se afasta.
Você acha que se utilizar a palavra errada conseguirá algum
resultado com seu cliente/ouvinte? Pode apostar que não!!!

Suponha que seu filho precisa de uma motivação extra para


os estudos. Acha mesmo que conseguirá resultados com a
criança que se afasta dizendo o que ela vai ganhar? Você
com certeza vai querer dizer algo do tipo “se afaste da
frustração de não alcançar seus sonhos estudando mais”.

Agora o contrário: imagine que seu filho se


aproxima fortemente dos seus ideais, mas no momento anda
meio por baixo... acha mesmo que dizer “se não estudar, sua
mãe vai ficar chateada” vai funcionar?

Flexibilidade é uma questão de sobrevivência. Caso não


trabalhe sua maneira de dizer as coisas, será capaz de
influenciar menos de 1/3 das pessoas com as quais entra em
contato.

As pessoas de um modo geral funcionam abaixo de suas


capacidades nas suas atividades cotidianas. A eliminação de
pensamentos de fracasso aumenta consideravelmente a
performance.

Olhar para dentro de si e identificar ruídos é uma atitude


mestre. Sempre que intencionar fazer algo, você pode olhar
para dentro de si e verificar se todas as suas partes estão de
acordo. Às vezes, à medida que medito pergunto a mim
mesmo se algum lado meu tem alguma objeção a algo que
desejo. É muito interessante notar o fato de que quando estou
congruente imagino uma torcida me aplaudindo como sinal de
“OK, estamos de acordo”.

Outro dia, ao falar com uma pessoa, do nada ela começou a


falar que “não gosta da sua profissão”. Na hora eu pensei
“puxa vida... vai ter que voltar à faculdade e estudar mais no
mínimo quatro anos”... Mas depois, pelo fato de não conseguir
resistir (tá ficando cada vez mais difícil), perguntei: “O que
exatamente você não gosta na sua profissão?” Meio que
confusa, respondeu que na sua profissão “as pessoas são
muito mesquinhas”.

Perceba que não é que ele não gosta da profissão, o que na


verdade ele não gosta é das pessoas que operam em seu
meio profissional. Depois eu perguntei: “Quem exatamente é
mesquinho?” Resposta: depois de um estado de confusão,
olhos virando nas mais diversas direções - os fulanos da
empresa em que trabalho.

Eu nunca paro de me surpreender com a capacidade dos


seres humanos de sofrer pelo fato de interpretar mal os fatos.
Só porque achava duas pessoas em seu trabalho
mesquinhas, aquele indivíduo acabou por generalizar que não
gostava de sua profissão. Isso é assustador! E o que também
me deixa surpreso é o fato de que a maioria opera no mundo
através deste tipo de pensamento.

O mesmo raciocínio se aplica a ramos do saber. O mais


comum é uma criança chegar à sua casa e dizer coisas do
tipo: “eu odeio matemática e física”. Daí o pai, despreparado,
esculhamba o menino dizendo que ele é preguiçoso. Uma
maneira elegante de tratar o caso, depois de estabelecer
rapport, seria perguntar: “O que exatamente você não gosta
na matemática e na física?”. O jovem pode responder com
algo parecido com isso: Ah... sei lá... não consigo aprender...
Uma possibilidade seria indagar: O que o impede? Resposta:
Não gosto daquele professor, responde o estudante.

Note que não é que ele não gosta da matéria. Apenas não
está tendo flexibilidade de aprender com aquele mestre. O
tempo todo, as pessoas se limitam por interpretarem a
realidade de uma maneira que não lhes apoia. Um caminho
também seria perguntar “o que exatamente não gosta naquele
professor?”
Outro caso marcante foi o de um amigo, um cara um tanto
ousado, papo vai papo vem, ele me confessou que “não
conseguia lidar com autoridade” e que graças a isso estava
enfrentando dificuldades no seu trabalho. Você nem imagina o
quanto eu gosto de estudar a personalidade das pessoas que
estão a minha frente, em uma conversa. Ao olhar para o
sujeito, fiz uma dedução lógica e tenho que dizer que acertei
em cheio: “Cara, não é que você não consegue lidar com
autoridade, o que você está querendo é liderar”. Posso
garantir que se estivesse lá você riria (e muito) ao visualizar a
expressão facial do meu colega. Ele simplesmente se
iluminou.

Não gosto desta expressão, mas até agora não achei uma
melhor para descrever o fenômeno: “a nossa mente nos
engana”. Todo “eu não consigo” traz por trás um objetivo
oculto.

Muitas pessoas já descobriram que no jogo interior (dento da


mente) são donas do campo e da bola e estão tirando proveito
disso. A esta altura você já pode ter sentido que tanto o
campo, quanto a bola são linguagem, dentro da sua mente.

Noam Chomsky, em seu livro “Linguagem e Mente”, diz que:


“A mente e cérebro do homem é talvez o
mais complexo objeto do universo, e mal
começamos a compreender os modos
como se constitui e funciona. Dentro dela,
a linguagem parece ocupar um lugar
central.

Um problema se sustenta com base em uma linguagem


conhecida e a solução consiste justamente em mudar as
palavras que você comumente utiliza para descrevê-lo.

Michael Hallxxi, com outras palavras, ensina que “a linguagem


dirige e codifica a maioria dos metaestados. A linguagem
enquadra ideias sobre nossas emoções e experiências e
constrói significado. [...] Da mesma maneira que criamos esta
confusão através da linguagem, pela linguagem podemos
desenquadrar e eliminar nossos “dragões”.

Albert Einstein já afirmou: “a forma de formulação de um


problema é mais importante do que sua resposta”.

Quando fui morar sozinho, no último período da faculdade, saí


com a cara e a coragem, sendo ainda um estagiário. Você
pode imaginar que não foi fácil, nem um pouco. O curioso é
que, como eu tinha lido o livro do Tony Robbins, queria por em
prática sua dieta, cuja promessa seria aumentar
consideravelmente os níveis de energia. Apliquei-me a comer
frutas, verduras, cortei açúcar, refrigerante, etc... Enfim, adotei
uma alimentação exemplar. Ocorre que, depois de muito
tempo notei que meu cérebro fizera uma associação
inconsciente com esta época específica da minha vida.
Explico: o tempo foi passando, as coisas foram se acertando,
consegui um bom emprego, fui me habituando a ficar por
conta própria, mas resistia a comer frutas e verduras.
Investigando através de perguntas feitas a mim mesmo,
descobri que meu inconsciente associou o momento difícil que
eu tinha vivido ao fato de eu ter mudado minha alimentação.
Algo do tipo: “Mudar a alimentação significa que tempos
difíceis estão por vir”. Parece ridículo, não parece? Mas é
exatamente assim que o cérebro trabalha. A palavra chave é
“associação”, porque é justamente isso que um neurônio faz.
Uma sinapse é uma associação entre dois neurônios. E se
você fez ou está fazendo más sinapses prepare-se para a dor.

A grande pergunta capaz de quebrar este tipo de ligação


inconsciente entre ideias é questionar “como exatamente se
alimentar saudavelmente significa que tempos difíceis estão
por vir?
Uma brincadeira interessante de se fazer com crianças é a de
dizer uma “palavra” e pedir a elas que expressem o que
primeiramente vem à mente. Geralmente a resposta será um
significado, um contexto narrativo, um sinônimo ou um
antônimo.

As respostas dadas ao estímulo “amor” poderia ser “da minha


família” (contexto), “maneira de viver” (significado), “felicidade”
(sinônimo) e “ódio” (antônimo). Pais inteligentes se utilizam
desse método para monitorar os significados que seus filhos
estão internalizando, por resultado da interação com o mundo,
às vezes trabalhosa de ser controlada.

Em algum momento você pode perguntar a seus filhos:

O que a palavra felicidade significa para você?

O que a palavra dinheiro significa para você?

O que a palavra trabalho significa para você?

O que a palavra amizade significa para você?

O que a palavra família significa para você?

O que a palavra amor significa para você?

O que a palavra Deus significa para você?


Ajudei uma pessoa para quem a palavra “trabalho” tinha
tantos significados e emoções negativas envolvidas que ela
decidiu deletar do seu vocabulário, adotando em substituição
“obrar”, que remete a realização de uma obra, um legado.

Quando era criança, sua mãe ao se referir a algo


desagradável dizia “isso dá muito trabalho”. Daí o cérebro
associou péssimos sentimentos ao vocábulo.

Será que é tão simples assim? Ao mudar uma palavra


podemos efetuar mudanças em nossos sentimentos?
Podemos construir outra realidade, mudando palavras?

Sim, o que é fato conhecido dos linguistas há décadas é que


as pessoas costumam construir diferentes representações
para o mesmo fenômeno, a depender única e exclusivamente
do gênero (masculino/feminino) que uma palavra ocupa em
determinado idioma. Nós, brasileiros, representamos a morte
(substantivo feminino) como uma mulher. Os alemães já
representam como “um velho”, porque morte neste idioma é
“der tod” (substantivo masculino).

Não é que você já tenha tentado tudo. Você tentou tudo que
você sabe. Quem sabe existam coisas que você não sabe que
não sabe.
O educador não pode trabalhar somente com o intelectual da
criança, pois não são máquinas sem sentimentos. O
pensamento é naturalmente emocional e associativo.

Cid Paroni Filho, em seu livro “A Magia da Linha do Tempo”


conta uma história interessante:

Zazá era uma cadela especial. Muito


brava, rosnava sempre que algum
estranho se aproximava. Tinha um bonito
porte, e segundo Dona Maria, sogra do
Tonhão, era mestiça com pastor alemão.
Só sei dizer que ela impunha respeito.
Seus donos moravam numa casa na
periferia de Grenita, uma grande cidade
do sul do país. A vida era bem tranquila,
mas nos últimos tempos, começaram a
proliferar os assaltos na região. Mas
parecia que os ladrões haviam migrado da
capital, São Carlos de Boni, para lá. A
casa do Tonhão era totalmente murada, o
que dava à sua família uma relativa
segurança. Além disso, Zazá tinha uma
missão de guardiã. Numa fria madrugada
de inverno, na calada da noite, Raposão,
famoso assaltante da capital, aproximou-
se daquela propriedade, e começou a
sondar o local. Pela sua experiência,
roubar aquela residência ia ser moleza,
pois faltavam grades de segurança,
alarmes e cacos de vidro no muro. Vai ser
uma barbada. Qualquer ladrãozinho pé-
de-chinelo faz o serviço, pensou o larápio.
Estava tão fácil que Raposão foi até
displicente. Com a agilidade de um felino
pulou o moro, e mal havia aterrissado no
quintal da casa, foi surpreendido com um
dolorosa mordida na perna direita
Raposão conseguiu, milagrosamente,
desvencilhar-se dos dentes da Zazá,
subindo apressadamente na goiabeira, ao
lado do jardim. A cadela, então, começou
a latir, e seu latido podia ser ouvido a
centenas de metros dali. A cadela, então,
começou a latir, e seu latido podia ser
ouvido a centenas de metros dali. Dentro
de casa, Tonhão roncava pesadamente,
mergulhado em sono profundo. Mas o
latido da cachorra, mais forte que o seu
próprio ronco, começou a incomodá-lo, até
que ele acordou, irritado. Ainda, sonado,
pensava, contrariado: “O que será que
está havendo? Por que ela está fazendo
essa barulheira? Completamente
transtornado, irado mesmo, sentia o som
emitido pela cadela latejando em sua
cabeça. O ladrão, por sua vez, assustado
em cima da árvore, tentava inutilmente
alcançar o muro, andando pelos galhos, e
quanto mais ele se mexia mais a Zazá
latia. Tonhão, numa explosão de ódio,
levantou-se, apanhou ser revólver em
cima da cômoda, foi até o quintal e matou
a cachorra.

Matar a cachorra (sintoma) não é a solução, pois o ladrão


ainda estará lá. A ideia não é tentar banir as emoções da sua
vida, se tornando um ser humano anestesiado e frio. A
estratégia é a inteligência emocional. Ser um ser humano
saudável emocionalmente requer habilidades apuradas de
leitura da “realidade”. Ler os fatos de uma maneira que dá
suporte aos seus objetivos é uma questão de sabedoria.
Capítulo VI
Se o pensamento pode corromper a linguagem, a linguagem
também pode corromper o pensamento. (George Orwell).

A Filosofia da Linguagem
Por pura curiosidade, eu, Felipe, fui beber na fonte.
Experimentar um pouco do que inspirou Grinder e Bandler.
Nos meus estudos sobre linguística descobri que a filosofia da
linguagem já trata do impacto da linguagem na percepção e
experiência das pessoa já há centenas de anos.

Vale citar a proposição 5.6, do Tractatus logico-philosophicus,


de L. Wittgenstein: “Os limites da minha linguagem significam
os limites do meu mundo”. Sim, estamos falando do Círculo de
Viena, na segunda década do século XX, quando filósofos e
cientistas se reuniram para conversar sobre problemas
relacionados à natureza do conhecimento científico.

Por ter formação em Direito, foi fácil entender os conceitos na


neurolinguística, porque já sabia que somos governados por
linguagem. Ora, o que são as Leis? É claro que é um tipo de
linguagem.

Tercio Sampaio Ferraz Jr, jurista brasileiro, no seu livro


“Introdução ao Estudo do Direito, afirma que: “A realidade, o
mundo real, não é um dado, mas uma articulação linguística
mais ou menos num contexto social”. E, páginas depois: “Fato
não é, pois, algo concreto, sensível, mas um elemento
linguístico capaz de organizar uma situação existencial como
realidade”.

Eu digo o seguinte: a sua representação da realidade é


tendenciosa. Aprenda a lidar com isso.

Todo o trabalho de um advogado consiste em criar uma


realidade na “cabeça do juiz”, através da linguagem. É por
isso que é uma ilusão acreditar que um bom advogado é um
cara que entende muito de Leis. Nada poderia estar mais
longe da realidade. Um bom advogado é um indivíduo que se
comunica bem com o cliente, o juiz, o júri, a parte contrária e
também com os colegas de profissão, criando um bom
network capaz de lhe render causas rentáveis. Tanto isso é
verdade que no direito existe um princípio segundo o qual “o
que não está no processo não está no mundo”.
Note que, ao se deparar com um processo, o juiz tem apenas
linguagem escrita no papel. O magistrado não viu o ocorrido,
nem ouviu com seus próprios ouvidos o que foi dito na cena o
crime. Mais tarde, na audiência, o juiz ouvirá das
testemunhas, mas o que quero que pense é que toda esta
“realidade” está sendo construída na cabeça do juiz através
da linguagem, seja ela escrita ou falada.

Você pode estar seduzido a acreditar que a realidade cria a


linguagem, como se algo ocorresse e só então
construíssemos uma linguagem a respeito daquilo. Mas é o
contrário. É a linguagem que constrói a realidade. Pense a
respeito. Lembro-me de ter participado de uma audiência em
que uma médica prestou um depoimento e suas palavras
foram mais ou menos as seguintes: “a paciente tem eritema
nodoso”. Na época, na condição de estagiário digitador,
entendi “lodoso” e a doutora se enraiveceu com o erro.

Quero com isso dizer que, os médicos, por possuírem uma


linguagem própria, vivem em uma realidade, enquanto
trabalham, completamente diferente da sua e da minha.

Roman Jakobson, diz que:


De acordo com um preceito antigo, mas
que renasce periodicamente, o modo de
falar específico de um indivíduo num dado
momento, batizado de idioleto, tem sido
considerado a única realidade linguística
concreta.

O sacerdote ou o juiz de paz, para o encerramento da


cerimônia, diz “eu vos declaro marido e mulher”. Depois de
tais palavras uma nova realidade é criada na vida do casal.
Depois de voltarem da lua de mel, viverão sob o mesmo teto,
compartilharão uma vida, gerarão filhos, etc. Mas perceba que
tudo começou com uma declaração.

Platão, o filósofo, dizia que existe o mundo visível, no qual os


homens são prisioneiros de seus próprios sentidos, e o mundo
das ideias, no qual a conceituação desses objetos encontra-se
livre das percepções reais equivocadas.

Só não concordamos com a segunda ideia, porque de fato a


conceituação não se encontra livre das percepções reais
equivocadas. Os significados que um indivíduo atribui aos
eventos é resultado de seu sistema de crenças com o qual foi
“programado” na primeira infância, muito embora sofra às
vezes um upgrade por conta da escola, amigos e religião.
Alice Schroederxxii, biógrafa de Warren Buffet, conta que o
bilionário tinha uma capacidade enorme de significar os
eventos de uma maneira que o apoiasse. Para Warren, “a
morte de um presidente significou mais uma forma de ganhar
dinheiro. Os jornais publicaram edições extras, e ele saiu
correndo para as esquinas, vendendo muitos exemplares em
meio aos lamentos das pessoas”. Não quero entrar no mérito
do significados do gênio das finanças, mas apenas destacar
que ele jogava o jogo interno a seu favor, uma vez que seu
objetivo era enriquecer.

É assustador pensar que a maioria é prisioneira de seus


próprios sentidos.

Falar uma linguagem faz parte de uma atividade ou de uma


forma de vida. A observação será o caminho imprescindível
para a determinação do tipo de linguagem com que devemos
trabalhar.

Quando me propus a escrever este livro, me despi de toda


linguagem técnica da qual costumo me utilizar ao peticionar
em juízo e não foi nada fácil. Fiz isso, porque a capacidade de
flexibilizar sua linguagem é diretamente proporcional a sua
capacidade de transitar entre os mais diversos contextos da
vida.
A flexibilidade é um dos pilares da neurolinguística e às vezes
passa despercebido que se trata de uma flexibilidade
linguística. Trata-se de um habilidade para falar a língua de
seu interlocutor.

Outro tema importante a ser tratado neste capítulo é a relação


triádica da linguagem. Você pode se tranquilizar em relação
ao nome, porque apenas o trouxe para ser fiel a nomenclatura
usada pela linguística.

Por exemplo, a palavra manga é o suporte físico (porção de


tinta gravada no papel). Trata-se de uma realidade no mundo
exterior que todos conhecem: uma espécie de fruta, que é seu
significado. E faz surgir em nossa mente o conceito de manga,
variável de pessoa para pessoa, na dependência de fatores
psíquicos ligados à experiência de cada um. Para os que não
gostarem, a ideia será desfavorável, aparecendo a
representação com aspectos bem diferentes. Trata-se da
significação.

Uma mesma palavra tem três relações: suporte físico,


significado e significação.

Por exemplo, se eu digo:


a) Metais se expandem com o calor (verdade científica) –
fato experimentável.

b) O ferro é mais pesado que a água (verdade científica) –


fato experimentável.

c) Todas as vezes que como manga eu passo mal


(relação de causa e efeito) – experiência subjetiva (fato
não experimentável).

d) Manga é uma fruta sagrada na minha religião (relação


de semântica) – experiência subjetiva (fato não
experimentável)

Perceba que para algo ser científico é necessário ser


experimentável. Mas o mundo dos significados é livre, sem
dono. Posso dar à manga a significação que eu quiser.

Em outras palavras, nós lidamos diariamente com um mundo


que não está na experiência sensível e que, portanto, não
pode ser científico, de modo que existem âmbitos para os
quais a razão não está equipada e nós provamos isso.

Algumas pessoas conseguem notar que tal relação nada tem


a ver com verdade, mas com significados e significação. Além
disso, a “verdade” é conhecida como pluralista, que reflete a
perspectiva do “observador”.

Ora, ao se estudar leis, é bom ser objetivo até mesmo porque


aquelas precisam ser gerais e abstratas a fim de abarcar uma
sociedade tão plural e complexa. Mas ao lidar com seres
humanos, temos que abrir a “caixa preta” e examinar por
dentro os processos mentais.

Até pouco tempo atrás a palavra “suportar” nos representava


ter de engolir amargamente um indivíduo não merecedor de
nossa afeição, mas ao descobrir seu adequado significado:
proceder de modo a ser um suporte para quem está caindo,
todos os sentimentos negativos que tínhamos em relação
àquele termo desapareceram. O mundo dos significados é um
mundo livre. Você é o dono da bola e do campo. Então faça o
favor a si mesmo de significar os eventos de uma maneira que
apoie seus objetivos.

Com certeza, a palavra, fora do contexto, não tem significado


e um termo isolado não significa nada mais que simples
“monte de palavras”.

Outra boa amostra do princípio que estamos defendendo é a


constante mudança dos significados que a sociedade atribui
ao termo “família”. No século passado, o conceito de família
era pai, mãe e filhos. Hoje, até mesmo um ente monoparental
é visto como família, para alguns.

Steven Pinker diz que “o cérebro de cada pessoa contém um


léxico de palavras e os conceitos que elas representam (um
dicionário mental), e um conjunto de regras que combinam as
palavras para transmitir relações entre conceitos (uma
gramática mental)”.

Acreditamos que, se por um lado, a mudança da linguagem


não resolve inteiramente problemas do mundo real, por outro
lado, a alteração da linguagem pode sim, desempenhar um
papel expressivo e relevante, somado à boa vontade do
cliente.

Ficar repetindo que “dinheiro vem fácil” não vai fazer um saco
de moedas de ouro cair na sua cabeça, imediatamente. Por
outro lado, acreditar que “dinheiro vem difícil” faz o cérebro de
uma pessoa gerar ideias e insights de como consequir grana
de forma penosa, ignorando as diversas formas de obter de
maneira mais rápida e fácil. Por exemplo, no ano de 2015,
disseminou-se no país a Fórmula de Lançamento, criada pelo
Jeff Walker, que possibilita uma pessoa faturar 7 dígitos em 7
dias. Vários empresários brasileiros fizeram o faturamento de
um ano em uma semana.

Conclui-se que o mundo dos significados é um mundo livre e


esta ideia vem sendo defendido por vários filósofos no
decorrer da história.
Capítulo VII
Noventa e nove por cento das coisas que tem em sua mente
são emprestadas. Osho

Fale a Linguagem do Outro

Muitas pessoas já perceberam que uma das formas mais


avançadas de rapport é espelhar a linguagem utilizada no
contexto em que estão inseridas, no momento. Considerando
que é com o emprego da linguagem que um ser humano
mantém contato com a realidade que o cerca, nada mais
inteligente do que espelhar a forma de falar de nossos
interlocutores.

Um rapport mais profundo é feito em nível de identidade e


essa é estruturada por linguagem. Quando a pessoa que está
a sua frente abre a boca, você é capaz de discernir muita
coisa a seu respeito. Coisas do tipo: nível de educação,
status, idade, etc.
O que temos observado é que quando duas pessoas são
muito próximas, elas tendem a falar usando palavras
idênticas. E ao utilizarem palavras idênticas passam a
compartilhar de uma mesma realidade.

Um aluno que ao prestar uma prova se utiliza da mesma


linguagem do professor aumenta consideravelmente suas
chances de tirar 10.

Cremos, também, que uma das convicções mais limitantes


consiste no pensamento segundo o qual “devemos ser nós
mesmos”, onde quer que estejamos. O que convém é ser
sempre congruente. Afinal, nós somos o smatório de todas as
nossas decisões.

Ao chegar em um ambiente novo, o ideal é silenciar por


instantes e apenas perceber o que acontece à sua volta. Qual
a conversa que acontece nesse ambiente? Qual a linguagem
das pessoas que estão aqui? Como são as convicções desses
indivíduos? De que maneira as pessoas se vestem? Você
será mais aceito em grupos diversos à medida em que
sintoniza sua linguagem ao consenso do ambiente.
Às vezes esquecemos que o vestuário é uma linguagem
poderosa. Se não fosse, as empresas não adotariam
uniformes a fim de que todos se sentissem um time.

Embora seja possível mudar o paradigma de um determinado


meio social, é imprescindível começar falando a língua vigente
daquele lugar. A ideia é dominar os padrões para depois
mudá-los.

Temos percebido que em alguns ambientes profissionais, por


exemplo, a língua vigente é o silêncio absoluto (uma forma de
comunicação). Um novato que chega todo falante com certeza
não será bem recebido.

Vou lhe apresentar um conceito de amor que vai de encontro


a tudo que já ouviu até hoje. O amor é uma linguagem verbal
e não verbal com a qual comunicamos ao mundo os
sentimentos internos que experimentamos.

Todos já sabem intuitivamente que um homem galanteador


caracteriza-se pala habilidade conquistar mulheres através da
conversa. O que a maioria não sabe é que a estrutura da
magia vai muito mais além do que o conquistador diz
verbalmente.
O amor não é o que se diz, mas como se diz o que foi dito. A
forma é mais importante do que o conteúdo, com certeza.
Basicamente, são 5 as linguagens do amor. A primeira delas é
o elogio, sincero, dito na hora certa, no contexto certo. A
segunda é a qualidade de atenção, um estado de presença
total enquanto se está com o outro. A terceira é ato de
presentear. A quarta é o ato de servir. E a última, o toque
físico.

Sem sombra de dúvida, alguma linguagem fará mais sentido


para você e provavelmente está é a maneira com a qual você
entra no estado, ao qual damos o nome de “amar”. Acontece
que talvez o seu parceiro(a) amoroso(a) se satisfaz com outro
tipo, daí surgem os problemas e as desavenças.

Ouso dizer que um casal feliz, sinérgico, possui uma


linguagem uníssona que permite a perpetuação do estado de
amar.

Casais inteligentes fazem uso das cinco formas e possuem a


habilidade de perceber no outro qual a maneira preferida de
expressar e receber bons sentimentos.

Às vezes nós percebemos que as pessoas estruturam sua


linguagem de uma forma que as levam a sofrer ou sofrer. É
como se alguns estivessem sintonizados para a dor, sem se
dar conta disso. Uma vez ouvi de uma garota e confesso que
fiquei perplexo: “Se eu for eu mesma farei meus pais infelizes
e se eu não agradá-los jamais serei feliz”. Perceba que é
sofrer ou sofrer.

Tinha um cara, da sala ao lado da minha, no pré-vestibular,


que sempre nos dizia “o meu ÚNICO propósito neste mundo é
fazer medicina” e ainda completava “ou eu faço medicina ou
não serei feliz neste mundo”. Em suma, primeiro ele sofre por
ter apenas UM propósito e depois condiciona sua felicidade a
um único aspecto de sua vida, ignorando uma constelação de
oportunidades.

Ao arquitetar nomes (ou ao acolher os já inventados),


desenhamos limites na realidade. Então, você pode fazer o
favor a si mesmo de dar nome ao que você quer alcançar,
apenas. Por exemplo, se o seu sonho é adquirir uma fazenda,
com todo aquele pasto verdejante, em que possa ouvir o som
de cachoeiras, é interessante que você já dê um nome a este
imóvel: “Fazenda Dalva”. Ao fazê-lo terá a oportunidade de
criar uma realidade (dentro de sua mente) que representará o
objetivo a ser conquistado.
Por outro lado, você pode decidir não nomear aspectos
negativos da sua vida, preferindo transformá-los em
processos. Ao invés de dar o nome de câncer, você pode
dizer “as minhas células ainda estão se multiplicando
desordenadamente”.

Existe um problema sério com o ensinamento dos alcóolatras


anônimos, segundo o qual “uma vez viciado em drogas,
viciado para sempre”. Ao dizer “Eu sou um dependente
químico”, o indivíduo está se utilizando de uma linguagem que
criará a oportunidade de uma recaída dia após dia. Note a
diferença ao dizer algo do tipo “estou em processo de cura de
um hábito adquirido”. Ao pensar a dependência química como
um hábito adquirido, as chances de sucesso na recuperação
aumentam significativamente.

A dependência química surgiu de um processo iniciado em


uma decisão de experimentar consolidando-se com meses e
às vezes até anos. Ninguém estava andando na rua e a
dependência caiu na cabeça.

Outro ponto a se destacar é que vez ou outra utilizamos uma


linguagem inadequada para descrever um sentimento
momentâneo. Por exemplo, “minha cabeça está a mil por
hora”. Este é o tipo de linguagem que acelera seus
pensamentos e, consequentemente, seus batimentos
cardíacos, acabando por piorar as coisas. Alguns preferem:
“estou me ativando para a ação” ou se estiver na cama pronto
para dormir “estou me acalmando a cada respiração”.

Bandler e Grinderxxiii trazem um conceito interessante de


felicidade:

Não estou falando a respeito de filosofia


aqui; estou falando a respeito da
experiência subjetiva de "curtir" alguma
coisa. É uma experiência subjetiva,
cinestésica, na qual as pessoas têm a
ausência da dor, e têm a estimulação do
sistema nervoso de um tal modo que se
descrevem a si mesmos como gostando
do que estão obtendo ao invés de estar
num estado de desejo.

Em Guide to TRANCE-formationxxiv, Bandler diz algo ainda


mais genial:

***Whenever people come to me and say,


"I want to be happy," I always say, ''I'm
sorry all the Seven Dwarf jobs are gone.
You're going to have to be a little more
specific than that." You can't just be
happy, but you can learn to do things
happily. Living happily entails paying
attention to and enjoying the process of
doing whatever it is you happen to be
doing.

De fato, a palavra felicidade é extremamente abstrata e


podemos ser um pouco mais específicos em relação a ela.

Você pode parar por um instante e responder a si mesmo: “o


que a palavra felicidade significa para mim?
Capítulo VIII
A magia da linguagem é o mais perigoso dos encantos.

Edward Bulwer-Lytton

O Tecido da Realidade

Existem pressuposições em todas as sentenças e ao


conversar com alguém, na maioria das vezes, você obtém
apenas pedaços de informações.

Quando algo acontece, acabamos por narrar o que aconteceu,


a narração substitui o fato, pois narração é linguagem e o fato
não é. À medida que os anos vão passando o fato em si se
perde, o que sobra é a narração.

À esta altura do livro você com certeza já deve ter notado que
vivemos na percepção do nosso cérebro, estruturada pela
linguagem. Os míseros 5% a que temos acesso pelos órgãos
dos sentidos ao que chamamos de realidade nos leva a uma
vida com muitas incertezas.

O tecido da realidade, termo utilizado por Richard Bandler, é


composto por alguns elementos:

1. Experiência Sensorial

2. Valores

3. Expectativas

4. Estado Interno

Richard Bandler diz que aqueles que realmente entendem


o metamodelo, são os que usam os métodos da PNL com um
alto grau de habilidade e precisão.

Steve Andreas, um dos primeiros discípulos de Richard


Bandler, afirma que o metamodelo é o fundamento e a origem
da PNL.

Assim, uma convicção não é mais que meia dúzia de palavras


a que vivificamos através dos valores, estados internos,
expectativas e as experiências que relacionamos com estes
termos.
Imagine o caso de uma pessoa que está aprendendo idiomas.
Uma crença fortalecedora como “posso aprender” se presta
para se ligar valores (sucesso), com um estado interno de
confiança e com a expectativa de que conseguirá uma
remuneração melhor.

O fato é que existe um instrumento chamado metamodelo de


linguagem, primeiro padrão da PNL, que nos permite chegar
ao mais próximo possível do que chamamos de realidade.
Existem três maneiras de enxergarmos o mundo de uma
forma que nos limita: generalização, distorção e omissão. O
cérebro é mestre em generalizar, porque isso facilita a nossa
vida. Quando você chega à casa de um amigo, por mais que
nunca tenha visto aquele tipo de fechadura na porta você
sabe, sem sombra de dúvida, que se fizer um certo tipo de
movimento a porta se abrirá. É muito comum também uma
pessoa que sente ciúmes distorcer pequenos gestos, como
um cumprimento, como se fosse uma cantada ou algo
parecido. E por fim, para sentir tristeza é necessário eliminar
todas as experiências positivas que estão acontecendo em
volta da pessoa. De igual modo, para sentir frustração é
preciso deletar todas as coisas que a pessoa já tem no
momento, das quais poderia se orgulhar.
Acredite ou não, o cérebro é um mestre em trabalhar desta
forma... ora generalizando, distorcendo ou eliminando dados
para que tudo faça sentido para a pessoa. Um modelo mental,
uma vez estabelecido tem como tendência a perpetuação. Por
sorte, alguns se deparam com um contra-exemplo na vida e
acabam por mudar, outros não.

Todos carregamos em nosso sistema generalizações sobre a


vida, sobre as pessoas, sobre nós mesmos, sobre Deus,
sobre dinheiro, etc. Intrinsecamente, uma generalização não é
boa nem ruim. O único parâmetro que posso oferecer é o
seguinte: está funcionando para você, tendo em vista os
objetivos que deseja alcançar na vida?

Universais como todo, sempre, nunca, as pessoas, a profissão


tal, podem carregar conteúdos extremamente poderosos, ou
não. Uma vez conversando com um amigo, cuja audácia é
marcante no sentido de responder a qualquer pessoa, em
qualquer lugar, perguntei-lhe por que fazia isso... A resposta
foi a seguinte: “Ninguém é melhor do que eu”. Na hora pensei
Uau... que generalização bacana... Analisando criticamente,
com certeza acharemos no mundo pessoas que tem
resultados melhores que os dele, mas sua crença o move
para frente... o torna sagaz... e é bom que ele continue a
pensar desta forma.

Um outro tipo de generazação, que geralmente passa


desapercebido a um olhar inexperiente é o do tipo: Médico
não tem tempo para viver... o indivíduo acaba por visualizar a
profissão pautando-se às vezes por um único exemplo,
assumindo para si que aquele padrão constitui uma verdade.

Há também as que assumem a forma eu não consigo, eu não


posso, eu devo, eu tenho, etc. O indíviduo tenta uma única
vez determinada coisa e ao obter um resultado indesejado
acaba por generalizar que não consegue. Acontece que o que
é ignorado muitas vezes é que as habilidades que se
manifestam na fase adulta muitas vezes foram lapidadas
desde a infância. Um líder notável não nasceu líder. Desafio
você a investigar a história de uma liderança exemplar e
descobrirá que muitos começam a liderar em um grupo
espiritual bem cedo (na igreja), por exemplo.

Em outros casos, o obstáculo está embaixo da linha d’água. A


pessoa ignora por completo o que lhe limita. A limitação
inconsciente se manifesta apenas como um sentimento de
protelação, baixa autoestima, autocrítica, etc. A boa notícia é
que existem perguntas que nos permitem chegar à raiz da
questão, identificando os limiares.

Segue as perguntas para questionar padrões de


generalização:

Todo médico não tem tempo para viver

Que médico especificamente não tem tempo para viver?

Eu não consigo falar em público.

O que lhe impede?

O que aconteceria se falasse?

Ao desafiar a crença de que não consegue falar em público,


uma resposta provável será o medo. Pode continuar
perguntando: medo de quê? Ser criticado... Especificamente
qual crítica o amedronta? Pensarem que não sou inteligente...
Pronto, agora se chegou ao cerne da questão. O que o trava é
uma insegurança em relação à sua inteligência. O
interessante é o que o medo de falar em público tem causas
diferentes, ao passo que vamos conversando com as pessoas
sobre o tema.
Fragmentar uma ideia por demasiado generalista pode poupar
dores desnecessárias no que se refere a autoestima de uma
pessoa. Já ouvi de uma pessoa “não gosto de mim mesma”.
Ao perguntar “o que especificamente você não gosta” a
resposta foi “meu peso... não estou na minha forma”.

Podemos brincar mais com isso... quando alguém disser “não


sou atraente” pergunte: que parte do seu corpo não é
atraente? Nariz? Olhos? Boca? Braços? Orelhas? Pés?

Outro meio de percepção absolutamente natural nos seres


humanos é a distorção. Nós simplesmente distorcemos tudo
para caber em nosso modelo mental. Um devoto enxerga
milagre em todas as coisas e nos mais corriqueiros
acontecimentos da vida cotidiana. Por outro lado, um ateu vê
ciência em tudo que o cerca.

Fato bem comum é uma pessoa que tem baixa autoestima


distorcer os acontecimentos de um modo que confirme sua
convicção de que as pessoas são isso ou aquilo... Distorções
não são boas nem ruins, o parâmetro aqui é se estão
funcionando para você ou não.

Já ouvi de muitos empreendedores que preferem não assistir


a televisão, porque as notícias são desanimadoras. Um
empreendedor de sucesso na maioria das vezes distorce a
realidade a seu favor, acreditando que o mercado responderá
bem ao seu produto, ignorando sinais de crise no mundo.

A autoimagem de cada um é construída a base de fortes


distorções. A autoestima não passa de uma distorção da
realidade, das mais fortes. Uma pessoa que ama a si mesma
está focalizada em suas qualidades, enquanto que a que
odeia faz o contrário.

Os tipos mais comuns de distorção são as relações de causa


e efeito, as equivalências complexas, as nominalizações e as
leituras de mente.

Uma coisa que tenho percebido com um certo espanto é o


grau mínimo de merecimento que a maioria sente em relação
ao que almeja na vida.

O detalhe é que se trata de um conceito um tanto


desconhecido e oculto aos olhos. Mesmo que alguém diga
que mereça o melhor da vida, em algum nível inconsciente
comunica acreditar o contrário. Por exemplo, quando ouço
alguém dizer que merece algo – isso é raro – geralmente é em
um tom de voz baixo e sem convicção.
Os motivos são vários. Primeiramente, na primeira infância,
muitos pais corrigem os filhos dizendo por ignorância que se
não se comportarem... então não vão merecer o brinquedo
novo. Depois, na religião, vem a ideia de pecado, inferno,
punição, etc. Em terceiro lugar, a escola cria um sistema que
submete o merecimento de uma pessoa a notas escolares,
que só medem o quanto um indivíduo é capaz de decorar algo
na véspera.

O indivíduo chega a fase adulta acreditando que não merece.


Isso é uma pena!

A sorte é que dispomos do grande instrumento através do


qual podemos reestruturar a falta de merecimento: a
linguagem. Alterando-a, a representação da experiência muda
e, por conseguinte, todo o resto.

Uma palavra que gostaria de compartilhar contigo é o


“porque”. Este termo é forte, pois evoca um gatilho mental
fortíssimo, que é a razão. Nós fazemos tudo por uma razão.
Não suportamos fazer nada sem um propósito. Até mesmo as
crianças estão o tempo todo perguntando “por quê”?
Tendo isto em mente, criei um padrão capaz de gerar
merecimento facilmente e rapidamente. A mudança pode ser
fácil e rápida. O simples é o que geralmente funciona.

O padrão é o seguinte

Eu mereço porque...

Selecione alguns porquês e faça do seu mundo um lugar no


qual mereça ser feliz, próspero e bem sucedido em tudo que
faz.

Por exemplo:

Eu mereço ser feliz, porque sou um filho de Deus

Eu mereço ser amado, porque sou uma força do bem

Eu mereço ser próspero, porque ajudo vidas

Para o processo ser ainda mais efetivo, você pode eliciar as


objeções que “as partes” da sua mente levantam a fim de
poder respeitá-las e satisfazê-las antes de prosseguir com a
transformação.

A natureza é repleta de relações de causa e efeito. Isso é bom


porque nos fornece uma segurança na qual podemos nos
pautar para viver. Todo aprendizado é uma relação de causa
e efeito. Se em um belo dia de sol você fica exposto por muito
tempo na praia, isso gerará uma queimadura e desconforto no
seu corpo. Da próxima vez, o aprendizado que fica é: “se eu
ficar muito tempo no sol (causa), posso me queimar (efeito)”.
Até aí tudo bem... o problema é que criamos, quer consciente,
quer inconsciente, causas cujos efeitos não têm qualquer
relação.

Pensar por causa e efeito consiste comumente em uma


maneira de raciocínio linear. Como se o mundo fosse desta
forma. Mas definitivamente o mundo não funciona desta
maneira. O exemplo clássico seria a lei da gravidade. Se você
joga um objeto da janela do seu quarto, do décimo andar, o
objeto cairá no rua, certo?! Depende de todo o resto!. Um
vento forte pode levar o objeto para outro apartamento. Um
vírus causa a gripe, certo?! Depende de todo o resto do
organismo!

A ciência dos nossos dias afirma que o Big Bang causou o


nosso universo, mas como explicar a ainda presente
expansão do cosmos?

Joseph O’Connor e Ian McDermottxxv, apresentam uma


ilustração brilhante:
O cérebro adora criar relações de causa e efeito
imaginárias. Por exemplo, “é só anunciarem que
haverá uma reunião (falsa causa) que começo a
comer descontroladamente (falso efeito)”. É só
chegar domingo (falsa causa) que já entro em
depressão (falso efeito).

Um exemplo clássico de correlação, encontrado em livros de


estatísticas, foi demonstrado na Austrália, entre o consumo de
sorvetes e o ataque por tubarões. Quanto maior o consumo de
sorvetes, maior o número de ataques. Esta correlação é
estatisticamente significativa. Contudo, existe uma variável
oculta que é o calor.

Outra questão que você pode ter cuidado são os rótulos. “Se
você me dá um nome, você me nega. Ao me dar um nome,
um rótulo, me nega as outras possibilidades do que eu
poderia ser”. Um bom método para se desconectar de uma
pessoa é começar a se relacionar com o conceito ou a
definição que tem dela.

Existem 3 palavras que possuem a carga emocional suficiente


para abençoar ou arruinar uma pessoa:

Mãe
Pai

Sexo

Estes 3 termos são bons feedbacks de como é você por


dentro, emocionalmente. Se você carrega significados
negativos em relação a qualquer uma dessas palavras, então
você quer mudar, o mais rápido possível.

A mãe é o amor!

O pai é a força!

O sexo é a energia vital!

Qualquer significado negativo em relação a qualquer desses


símbolos lhe custará dor interna.

Minha mãe é uma vaca..

Meu pai é um otário, sem caráter...

Sexo é pecado...

Minha mãe é uma ridícula...

Tais significados são altamente destrutivos, portanto você


quer ressignificar. O perdão não é um bem que faz aos seus
pais; é um ato de inteligência. Se você quer uma vida
próspera, abençoada e feliz, então vai decidir perdoar, agora
mesmo.

Logo, cuidar das relações de sentido, generalizações, bem


como de causa e efeito constitui a chave para que o tecido da
realidade da sua vida seja enriquecedor.
Capítulo IX
A linguagem de seu coração é que irá determinar a maneira
correta de descobrir e manejar a sua espada. Paulo Coelho

O Ciclo Natural de Mudança de Crenças

Erickson foi um cara que usou a linguagem como ninguém.


Sabia usar o tom de voz certo, o gesto adequado, as palavras
certas, na ordem certa e no “time”. O diferencial do Milton era
se comunicar tendo em vista a um objetivo. Ele sabia de
antemão onde queria chegar com seu interlocutor e isso o
colocava em uma posição de vantagem. Um dos legados
deixados pelo estratégico comunicador foi o uso das
implicitações.
"Eu certamente não espero que você pare de fumar nesta
semana, ou na próxima, ou nesse mês." (Eu certamente
espero que algum dia você pare.)

Note que a comunicação implícita, se usada com integridade,


elimina a resistência. Enquanto lê isso você pode estar se
perguntando “mas como usar isso no meu dia a dia?”

O processo é relativamente simples:

1) Escreva em um papel o seu objetivo (fazer meu filho


estudar para a prova);

2) Pense no oposto deste objetivo (não estudar, sentir


preguiça, etc.);

3) Divida o mundo em duas categorias na mente do seu filho


(aqui/lá, consciente/inconsciente, agora/mais tarde);

4) Criar a frase: No momento do seu desenho favorito, sem


dúvida você não vai se sentir confortável para estudar (está
implícito que nos outros momentos ele vai se sentir
confortável).

Eu sei que enquanto estiver no trabalho você não vai ter


tempo de criar suas frases para influenciar com integridade as
pessoas que você ama. Influenciar é mudar a perspectiva de
um indivíduo. Às vezes, algumas pessoas são tão persuasivas
que acabam por não só mudar a perspectiva de seu
interlocutor, mas também a sua convicção.

De fato, uma crença é um pensamento no qual nos apegamos


e geralmente o fazemos por um longo tempo.

Roberto Dilts com genialidade descreveu em seu livro “El


Poder de La Palabraxxvi” o ciclo natural de mudança de
crenças. Ele usa a metáfora das quatro estações para
didaticamente explicar o processo pelo qual toda pessoa
passa no transcorrer de sua vida, seja para adotar uma nova
crença, ou para desacreditar de algo. A primeira fase é a
primavera, a estação em que “queremos acreditar”. Pensamos
que seria bom se tivéssemos tal ou qual convicção, mas ainda
sentimos uma certa resistência ou dúvida bem no íntimo. A
pessoa deseja acreditar que todo comportamento tem uma
intenção positiva, mas uma parte sua ainda luta contra a ideia.
Superada esta fase, chega o verão e já estamos “abertos a
crer”, como que receptivos à ideia e já começamos a ter
insights de que a convicção adotada é “uma verdade”.
Começamos a ficar animados com o fato de que nosso
comportamento já reflete parcialmente a nova convicção. Mas
aqui reside um detalhe importante: a crença ainda não está
devidamente instalada e se não houver persistência a ideia
não penetra no músculo. Em seguida vem o outono, fase em
que pensamos “ por que eu não nascei acreditando nisso?” ou
ainda “meu Deus... quanto tempo perdido acreditando em uma
ideia que só trazia sofrimento”. É um tempo bonito, pois de
fato vemos os resultados (frutos) no nosso dia a dia. As
pessoas geralmente comentam como estamos diferentes e já
sentimos um sentimento de certeza muito grande em relação
à convicção. Uma vez que a crença seja empoderadora,
sugiro fortemente que você busque cada vez mais referências
para apoiar e fortalecer seu sentimento de certeza em relação
à crença. A última fase, o inverno, não é boa nem ruim por si
mesma. A grande questão é que às vezes deixamos uma
convicção boa se esvair. Alguns deixam de acreditar em si
mesmos, outros deixam de acreditar no amor, no próximo, na
vida, etc. O frio chega para uma crença quando uma pessoa
começa a focalizar eventos, pessoas e circunstâncias que vão
contra a ideia que tanto defende. Por exemplo, um indivíduo
crê que gordura faz mal à saúde por anos a fio. Só que por um
acaso chega a um vídeo do youtube de algum especialista
dizendo que o óleo de coco possui propriedades medicinais
parecidas como o leite materno. Note que neste momento
uma pequena dúvida é semeada no coração da pessoa, que
se alimentada pode destruir por completo toda a convicção
original.

Por já ter presenciado, posso afiançar que mesmo crenças


instaladas na mais tenra infância podem “cair por terra” se
uma dose certa de dúvida for acrescentada à ideia original. O
interessante que o contrário da crença não é a descrença,
mas a dúvida. Assim, a dúvida e a confusão são um excelente
recurso para detonar ideias do tipo “Não sou capaz”, “Não
mereço” e “Não é possível para mim”.

Às vezes, estar aberto a duvidar já e o bastante para


ampliarmos nossa visão de mundo e nos desapegarmos de
conceitos que convidam ao desempoderamento. Pense em
como estar aberto a duvidar é importante para se libertar de
uma ideia do tipo “tudo que eu faço dá errado”. Será mesmo?
Será mesmo que nunca fez nada certo? Uma centelha de
dúvida acabar com toda a base que sustenta a falácia.

Na minha opinião, nenhuma técnica de PNL para mudança de


crença dispensa a necessidade de retro-alimentação. Pelo
fato de ser um sistema, o cérebro humano precisa ser
retroalimentado diariamente. Aliás, isso vale para padrões de
depressão e ansiedade. Para alguém manter um estado
depressivo necessariamente precisa dar de comer à
depressão. A “comida” é constituída de linguagem (diálogo
interno) e imagens mentais (memórias) de tempos nadas
fáceis e uma fisiologia “down”, olhar para baixo, ombros
caídos, passos lentos ou com o corpo deitado na cama,
olhando para o teto.

A grande pergunta é como saber com precisão se uma crença


está totalmente instalada no “músculo” - uso esta expressão,
porque de fato o que acreditamos modifica até mesmo o
nosso DNA e nossa composição corporal – a resposta é
simples: quando alguém acredita muito em Deus, não existem
perguntas muito menos dúvidas. Quanto mais certeza, mais a
crença está estabelecida. Daí chegamos à segunda pergunta:
como aumentar a certeza em relação a uma crença? Busque
o máximo de referências (memórias) possíveis para apoiar
sua crença. Você provavelmente já tem dentro de si
recordações para sustentar qualquer convicção que queira.

Por exemplo, você tem lembranças de ocasiões em que agiu


inteligentemente, que poderiam apoiar a convicção de que
você é inteligente. Mas se acredita que não é inteligente, sua
mente fará um bom trabalho em eliminar todas aquelas
memórias, focalizando todas as vezes em que não foi
inteligente.
Existem métodos extremamente simples que podem
reenquadrar uma crença. Seguem os métodos a que me
refiro:

Redefina
A linguagem pode interferir nos nossos padrões de comportamento. É
possível "reprogramar" o cérebro através das palavras.” George Vittorio
Szenészi

Alguns amigos convidaram Nasrudin para um piquenique. O


bom humor imperava, e o almoço sobre a relva foi dos mais
perfeitos. Mas a animação do grupo foi interrompida por um
incidente que fez todo mundo correr em direção a um rio
próximo.

Um desconhecido tinha escorregado e estava dentro da água,


profunda e lodosa naquele ponto. De todos os lados correram
em seu socorro.

– Dê sua mão! Dê sua mão! – gritavam-lhe.

Nenhuma reação da parte do infeliz, que não sabia nadar e


tudo que fazia era engolir água.

Estava a dois dedos de afogar-se quando Mulla apareceu.


Reconheceu o sujeito assim que o viu.
– Afastem-se todos e deixem comigo! – gritou, dirigindo-se à
multidão.

Estendeu a mão direita para o homem que se debatia e lhe


disse:

– Pegue minha mão!

Num rápido impulso, o desconhecido agarrou-se à mão


estendida de Mulla, que o tirou do rio.

Nesse meio tempo, os curiosos tinham-se aglomerado e


perguntavam em voz alta:

– Explique-nos, Mulla! Por que ele não nos deu a mão, mas
agarrou a sua imediatamente?

– É muito simples – respondeu Nasrudin. – Eu o conheço há


muito tempo: é um sujeito de uma avareza sórdida. Então
vocês não sabem que os avarentos costumam tomar, e não
dar? Foi por isso que não lhe pedi que me desse a mão, mas
que pegasse a minha

Esta história de redefinir eventos, estados, profissões, enfim,


qualquer coisa, absolutamente não é hoje. Quando estávamos
na 5ª série ainda ouvíamos termos como “países de 3º
mundo”, países pobres, etc. Mas hoje nas literaturas consta
“países em desenvolvimento”.

Igualmente, quando éramos crianças, chamávamos a mulher


que trabalhava em nossas casas de “empregada doméstica”,
nome esse que consta da Constituição Federal até hoje. Mas
no dia a dia não se usa mais. Muitos afirmam que possuem
“secretárias do lar”.

O mesmo aconteceu com uma das mais importantes


profissões, que é a de vendedor. Algumas empresas com a
intenção de dar um up na autoestima de seus vendedores
passaram a chama-los de “gerente de vendas”. E a moda foi
pegando.

Lendo o livro Magic in Action do Richard Bandler e percebi


que ele usa “make Money” (fazer dinheiro) ao invés de
“ganhar dinheiro”, como nós brasileiros utilizamos.

Ganhar dinheiro – atitude de passividade, espera, como que


se fosse cair do céu.

Fazer dinheiro – atitude ativa, pró-ativa, de ir em busca.


Trocar uma palavra pode literalmente mudar o que você
experimenta e chama de realidade.
Hoje não se usa mais o termo chefe, mas líder. Da mesma
forma o nome “empregado” deu lugar ao de “colaborador”.
Para ser franco, alguns empresários do passado chamavam
sua equipe de “o meu passivo”.

No Direito, o termo menor infrator caiu em desuso cedendo


lugar a adolescente a quem se atribui autoria de ato
infracional. O motivo é que passou-se a considerar a palavra
“menor” como pejorativa, dando sentido de inferioridade.

Os nomes foram mudando porque se percebeu que ao mudar


um nome criam-se sentimentos novos e, consequentemente,
uma realidade nova.

Dar novos nomes a fatos há muito conhecido é hoje um


método muito utilizado e disseminado pela literatura política e
policial. Um serviço de polícia inteligente, em um ato de
negociação, não chama um terrorista de terrorista, mas de
revolucionário. Um político inteligente não chama um
manifestante de vândalo.

Algumas pessoas insistem em redefinir suas qualidades.


Qualquer virtude pode ser transformada em um defeito:

Ético → certinho
Abstêmio → careta

Artista → preguiçoso

Bem relacionado → puxa saco

Criterioso → chato

Lógico → seco

Solícito → besta

Engraçado → bobo da corte

Sonhador → lunático

Do mesmo modo que qualquer “defeito” pode ser


transformado em uma qualidade ou meta:

Orgulho → amor próprio / crescimento

Ansioso → proativo

Preocupado → estrategista

Aplicar a Si Mesmo
A gente todos os dias arruma os cabelos: por que não o coração?
Provérbio Chinês
Este padrão é um dos mais poderosos para reenquadrar uma
crença, tendo em vista que utiliza a convicção contra ela
mesma. Note a maestria do padrão: Se alguém diz algo do
tipo... se eu pensar grande, então posso me frustrar. Esta
afirmação poderia ser aplicada a si mesma contestando:
pensar pequeno já é frustrante.

Um modelo realmente efetivo de reenquadrar uma crença


limitante é aplicar a convicção a si mesma. É como pensar
que o fogo neutraliza o próprio fogo. É como usar a própria
corrente para se libertar. Uma cliente minha vivia reclamando
de que se sentia injustiçada pelo fato de sua chefe ter galgado
o cargo por indicação.

Você nem imagina o quanto uma pessoa é capaz de afligir a si


mesma com este sentimento de “injustiça”. Em 10 minutos eu
resolvi o problema dela, usando apenas 2 perguntas. O
primeiro questionamento que fiz foi “o que a palavra justiça
significa para você?” A resposta imediata foi: mérito... Hum...
interessante... quer dizer que uma pessoa precisa ter mérito
para ser líder, não é? (acompanhamento).. Depois, só precisei
dirigir o foco para um outro tipo de mérito... perguntei: “não
acha que ter contatos importantes é uma forma de mérito?” O
resultado é sempre um belo “nunca tinha pensado nisso”
(risos). É o padrão fazendo a sua mágica.

Possíveis exemplos para inspirar o leitor:

Deus castiga severamente os pecadores – Não é um pecado


acreditar nisso?
Pai bom é o pai rígido – esta forma de pensar vai enrijecer sua
família

Ninguém me ama – talvez o que você quer é amar a si mesmo

Odeio meu trabalho – odeio esta palavra ‘ódio”.. podemos


achar uma palavra mais adequada?

Não consigo me relacionar com as pessoas... talvez você


queira melhorar o relacionamento consigo mesmo... (a
limitação se torna um objetivo)

Este modelo vale a pena ser aprendido e incorporado no seu


dia a dia, principalmente para lidar com desculpas
esfarrapadas. “Eu não tenho tempo para fazer isso”. Ora, para
de gastar tempo com desculpas!

Linguagem Metafórica
A linguagem é uma fonte de mal-entendidos. Antoine de Saint-Exupéry

O primeiro livro de PNL escrito, “A Estrutura da Magia”, nos


ensinou que quando as pessoas usam a linguagem, elas
estão criando um modelo ou representação de sua
experiência.

Se um indivíduo disser “a vida é simplesmente matar um leão


por dia”, está dando ao interlocutor uma visão de sua própria
tela mental. Nunca ocorreria aquele notar os eventos da vida
como um “jogo divertido”, porque não combina com o safári
diário que vive em sua realidade autocriada.
A linguagem, na PNL, emergiu e se mantém já de longa data
como um instrumento terapêutico capaz de enriquecer a
representação individual do cliente, tornando sua experiência
mais rica.

Para ilustrar, em resposta à frase de um cliente: “está tudo


escuro em minha vida”, um terapeuta pode dizer: “o que
aconteceria se encontrasse uma luz?” Essa pergunta
pressupõe que “encontrar uma luz” é o que o cliente precisa.

O grande segredo da vida é estar hipnotizado pela metáfora


certa. Checar se a metáfora na qual você estrutura sua
existência é adequada e “atualizada” é uma questão chave.

Tenho presenciado pessoas se baseando em metáforas de


2.000 anos antes de Cristo. Nada contra se tais simbologias
apóiam seu objetivo. O problema é quando tais estórias
limitam a existências e os sonhos de um cliente.

A metáfora de que “dinheiro não dá em árvore” cria uma


representação da vida de escassez e dificuldade. E o mais
interessante é que dinheiro dá sim em árvore, porque o papel
vem da celulose.

Selecionar suas metáforas conscientemente é um dos pilares


para viver deliberadamente. Vigie suas metáforas! Dizer que
“críticas são como facas” realmente criam uma imagem
mental de várias facas vindo em sua direção. Isso é sério!

A linguagem metafórica é tão poderosa que é capaz de


instalar sintomas físicos em pessoas, lhes proporcionando
doses absurdas de dor desnecessária. “Engolir sapos”, é uma
metáfora que cria problemas de garganta e muitas vezes
dores de estômago. Eu estou “queimando de raiva” cria
úlceras, problemas de pele, etc. Quando ouvi isso de uma
pessoa, na mesma hora imaginei um fogo dentro dela e tenho
certeza de que ela também estava visualizando isso.

Eu me sinto “morto de cansado” cria uma representação do


cansaço exagerada e aumenta o exaurimento. Sem contar
que usar a metáfora da morte é sempre desaconselhável.

Entre nós, homens, é muito comum piadas com casamento.


Mesmo em tom de brincadeira, tais metáforas minam a
vontade de casar e qualidade do casamento de quem já está
casado. Uma vez ouvi de um amigo que “a aliança dele pesa
20Kg”. A imagem que ele tem em mente é do casamento
como um peso.

Contraste agora com a pessoa que está hipnotizada pelas


metáforas corretas:
Eu sou como uma máquina de fazer dinheiro...

Eu sou um atleta dos negócios...

Casamento é como um vinho...sempre melhora com os anos...

Dinheiro brota...

A vida é uma plantação...

Fabio Puentes, grande hipnotista brasileiro, conta que usa a


linguagem para suprimir a dor de pacientes do Hospital das
Clínicas de São Paulo. Sabe o que ele faz?

Pede para o cliente dizer com o que a dor se parece...


geralmente a pessoa diz: “é como um cachorro mordendo
meu corpo”. Então ele pede para a pessoa imaginar um
poodle toy cor de rosa fazendo carinho em seu corpo. A dor
então se esvai.

Linguagem metafórica cria ou cura dores. Assim, você quer


escolher com calma e inteligência as suas representações
acerca da vida, pessoas, trabalho, amor, sucesso, dinheiro,
etc.
Suas ações seguirão fatalmente a metáfora que utiliza, queira
ou não. No momento que você trocar de metáfora, seus
resultados mudarão como que por mágica.

A grande metáfora a ser atualizada é a história que você conta


para si mesmo sobre Deus. Como representa Deus? Um
velhinho, sentado em um trono com um cetro na mão jogando
trovões ou recompensas nas pessoas?

Espero sinceramente que não!!!

A mudança pode ser muito rápida. Na verdade pode ser


quase que em um “abrir e fechar de olhos”.

A grande questão é que você viveu tantos anos hipnotizado


por uma metáfora que passou a acreditar que era “a verdade”.
Muitos morreram por uma metáfora, acreditando que era a
“verdade”.

O maior desafio é ultrapassar a fase de resistência da mente...


desapegar da metáfora antiga logo... muitos resistem porque
seria por demasiado doloroso admitir que viveram mais 20
anos hipnotizados por uma metáfora. Que era só uma
metáfora, nada mais que isso.
Você consegue perceber que mudança não é uma questão de
dor, mas de desapego ao antigo?

Pessoas sábias se esvaziam rápido e facilmente para dar


lugar ao novo... porque ser feliz vale a pena!

Grandes modelos vão mais longe. Eles conseguem rir de si


mesmos... e tocar a vida pra frente abraçando novas
metáforas com as quais poderão cumprir o propósito de
evolução pessoal, finalidade última da vida.

À medida que vamos amadurecendo, nos damos conta de que


existem verdades importantes, mas nenhuma “verdade” pode
ser mais importante que a felicidade e evolução pessoal de
um indivíduo.

Jesus e Buda tiveram uma vida extraordinária, porque


representavam sua experiência através de metáforas lindas,
belas e inspiradoras.

Em contraste, pessoas hipnotizadas pela metáfora da “raça


pura” (nazismo) foram capazes de matar a sangue frio,
criando penumbra, trevas e retrocesso no século passado.

Você quer ser corajoso para viver deliberadamente. Sair da


posição de um “sabiá que engole tudo” para a de um
“Michelangelo de si mesmo”. Ficar sentado em templos
engolindo argumentos de autoridade e metáforas
sorrateiramente criadas por líderes mal intencionados não vão
conduzir você a uma vida abençoada.

Assumir que as metáforas estão criando sua vida pode


assustar um pouco, mas este medo é suficientemente grande
para deixar você paralisado por tempo indeterminado?

Osho usa uma metáfora que ressoa na minha mente todos os


dias “não podemos usar este planeta como uma sala de
espera”.

Hipnotizado por esta metáfora, tenho me inspirado e fazer a


diferença e deixar o legado.

A natureza é a grade metáfora que o Criador deixou para nós.


Tudo em fluxo... tudo em ciclos.. tudo em estações...tudo em
evolução... rápido ou devagar..

Algum dia, todos nós acordaremos de metáforas limitantes e


conseguiremos rir... foi apenas um filme... agora acabou..
vamos ir a cinemas novos e ver novas possibilidades, porque
a vida é igualmente importante e curta. Não queremos perder
tempo nem satisfação com “histórias pra boi dormir”, não é
mesmo?
A linguagem metafórica é uma forma poderosíssima de
persuasão e comunicação com a mente inconsciente. Sempre
que estiver conversando com alguém e esta pessoa lhe
propuser uma metáfora fique certo de que sua mente
subliminar está no comando.

Por exemplo, no meio de uma conversa alguém diz algo do


tipo: “parece que o freio de mão da minha vida está puxado”.
Uma fala dessas vem de uma parte mais profunda da mente,
de maneira que um comunicador elegante responderia “que
tal baixar o freio de mão e pisar no acelerador”.

Você nunca, nunca mesmo vai conseguir mudar alguém por


meio da crítica. A pessoa se arma, busca argumentos,
autoenganos e acaba por perpetuar suas falhas. E se tem
uma coisa que aprendi como advogado é que existe
argumento para tudo neste mundo. Tudo mesmo.

Padrão generalizar
Toda generalização é perigosa, inclusive esta. Alexandre Dumas

Tal modo de redirecionar o foco é levar alguns elementos da


crença para uma classificação mais geral de modo a mudar a
relação definida pela crença.
Consiste em exagerar de propósito para causar uma quebra
de padrão.

Exemplos:

Os homens não prestam – Quer me dizer que todos os


homens da face da Terra não prestam?

A vida é dura – Quer me dizer que a vida de todas as pessoas


da face da terra é dura?

As coisas vem com muita dificuldade – Quer me dizer que


tudo, absolutamente tudo, que veio até você até hoje foi com
muita dificuldade?

Eu sou uma pessoa de azar. Quer me dizer que em toda a


sua vida em absoluto você nuca teve uma sorte?

Este padrão é o oposto do anterior e igualmente poderoso.


Assegure-se de usar esta maneira com rapport e elegância
para não correr o risco de ser inconveniente, uma vez que tal
modelo implica em exageros.

Coaching não funciona, dirão uns poucos. Uma resposta


seria: “você já testou todas as abordagens do coaching e com
todos os coaches do mundo?”
Esporte não é pra mim. Quer dizer que já experimentou todos
os esportes já inventados pelo homem?

Fulano é seco. Quer dizer que todos os comportamentos do


fulano, em todos os contextos, são secos?

Dinheiro é uma maldição. Quer me dizer que todo o dinheiro


do mundo é empregado para o mal?

Consegue perceber como é fácil exagerar uma crença para


torná-la ridícula?

Não consigo por em prática. Quer me dizer que nunca


conseguiu por nada em prática na sua vida?

Padrão Outro Objetivo


Se quer viver uma vida feliz, amarre-se a uma meta, não às pessoas nem
às coisas. Albert Einstein

Confesso que este é o meu favorito. Ele realmente é sagaz e


o sucesso é inevitável. Opera por meio do desvio de foco. Às
vezes, nem precisamos cuidar das trevas, basta mudar o foco
para a luz. Perdi a conta de quantas vezes já utilizei este
conceito em minhas abordagens.

Eu não consigo aprender – A questão não é se consegue ou


não, mas o quanto você segmenta o processo...
Eu não sou bom de relacionamentos – a questão não é se se
relaciona ou não, mas o quanto ama a si mesmo

Não consigo economizar – a questão não é se economiza ou


não, mas se tem ou não um porquê forte

Eu não consigo aprender inglês.. a questão não é se


consegue ou não, mas se usa a estratégia correta ou não

Como isso soa para você? Já imaginou o poder disso na


prática do seu dia a dia para lidar com colaboradores?

Padrão Hierarquia de Critérios

Ser feliz vale mais que ficar obedecendo a várias regras.


Felipe Seibel

Você concorda comigo que alguns valores são mais


importantes que outros? “Vida” é mais importante que
“rapidez”, não é mesmo? O fato é que muitas pessoas ainda
não se deram conta disso no trânsito. O fato é que a grande
massa não tem clareza quanto a valores, muito menos a
ordem de importância dos mesmos. Usar isso como princípio
é uma grande arma na hora de convencer alguém a fazer ou
deixar de fazer alguma coisa.
Isso é o mesmo que clarificar a mente do seu ouvinte,
mostrando que algumas necessidades são mais importantes
que outras.

O fato é que sem clareza de objetivos e valores o cérebro


entra no modo sobrevivência. Você se torna um ser
responsivo ao que lhe acontece e aos estímulos do ambiente.

Eu sempre gasto tudo que ganho, dirão alguns. O homem


médio diria “larga de ser besta”... você tem que se controlar
mais...

Um maestro da comunicação diria “você não acha que


independência financeira é mais prazerosa que usar uma
camisa nova?

Não consigo expressar meus sentimentos – Não acha que


autoestima é mais importante que outroestima?

Eu não mereço ser feliz – Você não acha que autoperdão é


mais importante que autoculpa?

As coisas no meu trabalho são difícieis – Você não acha que


estratégia é mais importante que força?

Meu gênio não bate com o do meu sócio – você não acha que
flexibilidade é mais importante que bater de frente?
Deus castiga – não acha que a misericórdia de Deus é maior
que a sua justiça?

Estabelecer uma crença sobre a crença

O homem é um ser que se criou a si próprio ao criar uma


linguagem. Pela palavra, o homem é uma metáfora de si
próprio.

Octavio Paz

Da mesma maneira que criamos estados sobre estados,


podemos criar uma crença da crença.

Eu gosto de uma confiança tranqüila, de um amor fluido, etc.


Estabelecer uma crença da crença é o mesmo que criar uma
meta-crença (trabalho ricamente desenvolvido por Michael
Hall).

É uma maneira de se defender dos ardis dos mal


intencionados. Você não pode ser rico, caso contrário não vai
para o céu, diz um líder religioso. Estabelecer uma crença
sobre a crença consiste em afirmar que “o pastor diz isso
porque sente que nunca será rico”.

Uma coachee uma vez chegou a sessão dizendo que nenhum


homem a valoriza. Após ouvir com atenção, disse com um tom
de voz adequado que “ela acredita nisso porque está em um
estado sensível” (não disse que era sensível).

Possíveis exemplos e reenquadramentos:

Eu sou burro – você acredita nisso porque faz más


comparações e ainda usa a estratégia errada de
aprendizagem

Eu sou carente – você acredita nisso porque está em um


momento carente (caráter transitório)

A vida é difícil – você acredita nisso porque passou por um ou


outro momento desafiador, mas no geral...

Padrão especificar

A linguagem é labirinto.

Padre Fábio de Melo

Este jeito de mudar a perspectiva é um dos meus preferidos.


Pessoas de sucesso generalizam coisas boas e especificam
coisas ruins. Pessoas fracassadas generalizam coisas ruins e
especificam coisas boas.

Generalizar coisas boas:


As pessoas são milagres

As pessoas estão em busca da felicidade

As pessoas estão fazendo o melhor que podem dado os


recursos de que dispõem

Especificar coisas ruins:

Minha empresa está ótima, é só um desafio na área de


vendas

Minha saúde está ótima, é só uma dorzinha de cabeça

Dirijo super bem, a baliza é que posso melhorar

Pensando desta maneira você estará no caminho da


excelência, meu caro leitor.

Partindo do pressuposto de que a maioria generaliza coisas


ruins, à medida que você ajuda o cliente a especificar um
pensamento, você melhora substancialmente sua qualidade
de vida.

A historia é mais ou menos assim (real case): a criança no


início da vida, ainda aprendendo coordenação motora,
deixava cair certos objetos. O pai, nada sábio, então diz: você
não serve para ser motorista, porque é “estabanada”.
Generalizar a falta de habilidade de uma criança, no início de
tudo, para daqui há mais de 15 anos por vir é um absurdo.

Quando a cliente me trouxe este caso, dizendo que era


estabanada, a primeira coisa que perguntei foi “em que
contexto?” Um contra-exemplo que ela ignorava é que era
super diligente com bordados desde pequena, o que exige
grandes habilidades de coordenação.

Estes erros lógicos autocriados ou provocados por terceiros


são mais comuns do que você imagina. Isso ocorre porque
temos de lidar com assuntos e decisões em uma época em
que não dispomos de recursos para fazer avaliações precisas.

Ajudei uma pessoa que quando ficou sabendo da morte da


avó ainda jovem generalizou que sua mãe também morreria
jovem. Este pensamento lhe causou grande ansiedade e um
longo desespero silencioso.

Crianças, de uma forma geral, não são boas com


generalização. Sua intenção pode ser ótima ao querer
preservar seu filho intensamente, mas a criança pode registrar
você que não a ama por não deixar ela dormir na casa da
amiguinha.
É por essas e outras que compensa muito esclarecer o motivo
pelo qual você toma uma ou outra atitude em relação aos
filhos.

Você pode querer dizer “arrume seu quarto para ir se


acostumando a ser um profissional organizado”.

Você pode querer dizer “não deixarei você sair depois das
22h, porque quero proteger sua vida”.

Exijo de você melhoria, porque confio no seu potencial e sei


que pode fazer melhor...

Comunicar desta forma é criar uma estratégia de prevenção


de revolta futura.

Padrão Modelo de Mundo diferente

A linguagem é a etiqueta das coisas ilusórias

Parmênides

Esta maneira de ressignificar uma convicção se equivale a


pegar emprestado o modelo de mundo de uma outra pessoa
para escapar do seu, momentaneamente.

É brincar de fazer de conta. Nada é difícil ou fácil, porque


depende do modelo mental de quem está passando pela
situação. Quando você pega emprestado o modelo mental de
outra pessoa, você adquire uma nova maneira de perceber as
coisas.

Se a carga de trabalho aumenta, você pode imaginar como


um japonês reagiria a isso. É libertador pensar que o que o
aflige é motivo de piada para outras culturas e povos.

Sempre que se pegar dizendo que “não consegue”, pode


treinar “entrar na pele” de um mentor e pegar emprestado seu
mindset poderoso e enxergar tudo diferente.

Pensar a partir de um mentor é fugir estrategicamente de uma


limitação usando a evolução alheia a seu favor. O que
Anthony Robbins faria? O que papai faria? O que Jesus faria?

Pense no seu modelo preferido e voe nas asas da


imaginação, criando novas estratégias.

Esta é uma chance de dar um update instantâneo no cérebro


em um momento crítico, quando não estamos vendo saída.
Usar os olhos de um gigante pra ver a situação é não só
inteligente, mas genial.

Explorar as conseqüências
O inconsciente é estruturado como uma linguagem.
Jacques Lacan

O padrão da conseqüência consiste em direcionar o foco para


um efeito (positivo/negativo) da crença ou para uma relação
criada pela convicção.

Este padrão é muito poderoso porque nem sempre uma


pessoa é capaz de visualizar as conseqüências últimas de
suas atitudes. Daí uma vez que o indivíduo considera o
resultado final, geralmente muda de opinião ou perspectiva, o
que é a mesma coisa. Você pode visualizar que persuasão é
mudar a perspectiva de alguém ou a sua própria. Sendo
capaz de alterar o ângulo de observação de alguém em
relação a determinado evento – passado ou futuro – você será
capaz de provocar uma nova maneira de ser em seu ouvinte.

O sucesso é conseguido com poder. Poder é a capacidade de


tornar suas palavras realidade em um curto período de tempo.
Por exemplo, se o Flavio Augusto, empreendedor conhecido
no país, disser para sua equipe que vai montar uma escolinha
de futebol para meninos carentes, é bem provável que na
mesma semana a coisa já se torne real, porque ele tem poder.
Olha que interessante... poder é fazer suas palavras se
transformarem em realidade.

Em contraste, o que é uma pessoa desprovida de poder? É


aquele sujeito que quando fala ninguém escuta. Ninguém dá
crédito ao que diz. Suas palavras soam ao vento e não
reverberam.

Explorar as conseqüências de uma crença limitante é o poder


em ação de mudar uma pessoa.

Sempre gosto de citar o exemplo pai e filho, pois enxergo uma


carência muito grande nesta relação. Os pais vão por tentativa
e erro e na grande maioria das vezes estão repetindo padrões
familiares vividos em gerações passadas.

Suponha que seu filho diga:

- Eu não consigo aprender matemática

Você pode começar acompanhando para manter uma bom


rapport:

- Hum... quer dizer que matemática não está fácil ainda né...

Filho:
- É pai... essa coisa não entra na minha cabeça... eu não
consigo aprender...

Pai:

- Interessante... acabei de lembrar que outro dia você me


apresentou um cálculo de como faria para comprar seu
skate... se a matemática não entrasse na sua cabeça, você
não teria feito o cálculo, não é verdade?...

Filho:

Ah.. pai... mas aí é diferente... cálculo para comprar skate é


fácil... qualquer um faz...

Pai:

Quer dizer que fazer cálculo é fácil então, não é? Como um


assunto se torna fácil, para você?

Filho:

Hum... não sei.. acho que depois de prática e tempo...

Pai (a cartada final):


Legal filho... quer dizer que prática e tempo levam um
indivíduo a dominar qualquer coisa (generalização positiva de
propósito).

Filho:

Acho que é né...

A verdade é que enviando este padrão à pessoa


imediatamente ela entrará em um transe de confusão, pois
raramente explora as conseqüências do que diz. Será muito
comum ouvir algo do tipo: “nunca tinha parado para pensar
nisso”.

Se a linguagem não fosse importante, ela não teria tanto


poder, não é verdade?

Exemplos de como usar o padrão conseqüência:

Eu não consigo aprender inglês – Se você não conseguisse


não teria aprendido aquela música que gosta...

Eu não sou empreendedor – Se você não fosse


empreendedor não teria realizado pequenos projetos na
época da escola...
Eu não mereço ser feliz – Se você não merecesse ser feliz,
Deus não teria lhe dado a vida de presente.

Fico na torcida para que consiga influenciar pessoas da sua


família a terem um comportamento mais congruente e
harmonizado.

Já imaginou você como um agente de mudança dentro da sua


casa, usando padrões para ajudar cada ente querido a se
transformar em uma pessoa melhor?

O Método do Tony Robbins


A dor é o supremo instrumento para alterar uma convicção.

O método utilizado por Tony Robbins para mudança de crença


é associar uma dor absurda à crença limitante e ao mesmo
tempo ligar um prazer enorme à nova convicção.

Por exemplo: “Maldito o homem que confia no homem”.

O grande coach faz isso através das seguintes perguntas:

1. Até que ponto essa convicção é ridícula ou absurda?

2. A pessoa com a qual aprendi esta convicção podia ser


tomada como modelo nesta área?
3. Em última análise, o quanto vai me custar, em termos
emocionais, se eu não me livrar dessa convicção?

4. O quanto vai me custar, em termos de relacionamentos, se


eu não me livrar dessa convicção?

5. O quanto vai me custar, em termos físicos, se eu não me


livrar dessa convicção?

6. O quanto vai me custar, em termos financeiros, se eu não


me livrar dessa convicção?

7. O quanto vai me custar, em termos de família e pessoas


amadas, se eu não me livrar dessa convicção?

Depois de associar dor à convicção limitante, o próximo passo


é associar um prazer enorme à convicção que porá no lugar.

Por exemplo: Obtenho o amor das pessoas com ações


espontâneas e suaves.

1. Em última análise, o quanto vou ganhar, em termos


emocionais, assim que eu não adotar esta nova convicção?

2. O quanto vou ganhar, em termos de relacionamentos,


assim que eu não adotar esta nova convicção?
3. O quanto vou ganhar, em termos físicos, assim que eu não
adotar esta nova convicção?

4. O quanto vou ganhar, em termos financeiros, assim que eu


não adotar esta nova convicção?

5. O quanto vou ganhar, em termos de família e pessoas


amadas, assim que eu não adotar esta nova convicção?

A Intenção Positiva

O verdadeiro e o falso são atributos da linguagem, não das


coisas. Thomas Hobbes

Ver a intenção positiva da crença limitante consiste em mudar


a moldura do quadro, alterando-se significativamente a forma
como percebemos a questão. O resultado é uma mudança no
sentimento de certeza em relação ao que acreditávamos
anteriormente.

Para ilustrar, suponhamos que uma pessoa tenha a seguinte


crença: “Fartura é véspera de escassez” – acredite ou não já
ouvi isso de uma pessoa.
Qual seria a intenção positiva desta crença? Com certeza é
“economia”. Entendeu a lógica da coisa? A próxima pergunta
seria: “Como posso economizar ainda mais e preservar meu
patrimônio?

Outro exemplo: “Não é possível curar uma depressão”. Qual


seria a intenção positiva desta crença? Sem sombra de
dúvidas é “ser realista”. Faz sentido? Depois basta perguntar:
Como eu poderia tornar mais tangíveis e concretas as etapas
para me tornar mais feliz (oposto da depressão).

Ponte ao Futuro

"A linguagem não é apenas o modo como uma pessoa se


comunica, mas como constrói a casa de sua consciência".
Benjamín Lee W.

A técnica da ponte ao futuro consiste em se imaginar daqui a


5 anos com esta crença limitante, notando os impactos que
terá na sua vida em longo prazo.

Vamos usar como apoio uma “crença de identidade” do tipo:


Eu sou carente.
Como se visualiza dentro de 5 anos com esta crença
presente?

Como se visualiza dentro de 10 anos com esta crença ainda


presente?

Como se visualiza pelo resto de sua vida, com todas as


consequências desta crença?

Submodalidades
Linguagem negativa provoca o comportamento que se quer
evitar. Samara Modesto

Vá para um local em que não possa ser incomodado e conte


de 10 até 1 acompanhando sua respiração. Pense em algo
em que NÃO acredita. Alguma coisa que seja bem ridícula e
sem emoção, do tipo “A Lua é de queijo”. Perceba em que
lugar da sua “tela mental” esta crença se localiza... Em cima?
À direita? À esquerda? Em baixo? No centro?

Agora que mapeou a localização da sua “estratégia de


dúvida”, levante-se, vá tomar uma água e ao voltar repita o
processo só que agora mapeando sua crença limitante...
pense na sua convicção enfraquecedora... repita
mentalmente... deixe vir a imagem... quem sabe virá um
símbolo... onde especificamente a imagem está localizada na
sua tela mental? Em cima? À direita? À esquerda? Em baixo?
No centro?

Se você é como a maioria sua crença limitante está localizada


no lugar oposto da “crença de dúvida”. O próximo passo
consiste em deslocar sua crença limitante e por no mesmo
lugar da sua tela mental onde se localiza a “crença de
mentirinha”. Note mudanças no seu sentimento em relação à
crença. O quanto acredita de 1 a 10 depois de ter terminado o
processo?

Contra Exemplo

A linguagem da mente vai além do idioma que você fala. Cello


Vieira

Esta técnica é a mais simples de todas, porém a mais eficaz


para um número significativo de pessoas. A única coisa que
precisa fazer para derrubar uma crença limitante é buscar um
contra-exemplo ao que acredita no momento.
Suponhamos que alguém acredite que “pessoas pobres
morrem pobres”. Basta fazer uma pesquisa e se constatará
que segundo a Revista Forbes, o Brasil tem apenas 20
bilionários com menos de 50 anos de idade. Desses, quatro
começaram do ZERO.

Outro exemplo: “Quem tem genética de gordo sempre será


gordo”. Para fazer “cair“ esta crença é suficiente pesquisar
acerca de pessoas magras cujos pais são gordos. Aliás, é
comum irmãos gêmeos possuírem peso e biótipo diferentes.

A ausência paterna causa insegurança nos filhos (Crença de


causa e efeito)

Como questionar:

Pode alguém ter crescido longe do pai e ter se tornado uma


pessoa segura?

Pode alguém ter ambos os pais presentes e experimentar


insegurança?

Logo a pessoa chega a conclusão de que o sentimento é


autocriado de acordo com o que a pessoa diz a si mesma.
Capítulo X
Não são apenas as suas lembranças, mas a maneira como
você organiza e pensa nelas é que proporcionam a base para
o seu autoconceito. Steve Andreas

Autoconceito

Mudar um autoconceito para muitos pode parecer algo


impossível ou muito difícil, mas tudo é penoso quando não se
sabe “o que fazer” e o “como fazer”. Igualmente, tudo é fácil
quando se conhece.

O autoconceito nada mais é do que um conjunto de processos


que utilizamos para pensar sobre nós mesmos. Uma distinção
importante é que somos o que pensamos e não o que
pensamos que somos.

Todas as experiências que armazenamos na memória fazem


parte do mencionado processo dinâmico que forma seu
autoconceito. O self é autoconstruído como um artista pinta
um quadro, na medida em que cada indivíduo usa o pincel de
uma maneira para expressar sua arte em uma tela.

A verdade é que todos estamos focalizados em uma parte


específica de nossa vida, ignorando boa parte do que já foi
vivido. Há pessoas que pensam em si mesmas como
inteligentes. O que fazem, então, é lembrar dos momentos em
que se sentiram inteligentes, esquecendo-se dos contra-
exemplos.

Nem preciso dizer que as pessoas ‘bloqueadas’ fazem o


oposto. A verdade é que todas as pessoas já tiveram
experiências nas quais se sentiram brilhantes ou idiotas.
Focalizar experiências em que se sentiu um idiota é uma boa
estratégia para criar um autoconceito do tipo ‘eu sou um
idiota’.

Assim, seu autoconceito do momento é apenas uma


possibilidade de infinitas possibilidades que você pode criar
com suas experiências. Um autoconceito é um mapa que você
usa para viajar pela vida. E como todo mapa, apesar de útil é
demasiadamente simplificado. O mapa do Brasil omite várias
informações a respeito do nosso país, por motivo de
praticidade. Caso contrário não caberia em um pôster para as
crianças estudarem na escola.

Talvez a parte mais importante deste livro seja esta. A


maneira como uma pessoa se descreve impacta sua vida em
âmbitos tão profundos que me faltam palavras para descrever.
O autoconceito não é feito apenas de palavras. Acreditar que
o autoconceito é feito apenas de palavras é o mesmo que
acreditar que uma mala é feita apenas de alças.

Isso leva a um segundo raciocínio. Não se muda autoconceito


apenas com um papel e caneta. Algo do tipo, de hoje em
diante serei autoconfiante, poderoso, amoroso e dedicado. Se
a técnica fosse esta eu penso que não haveria pessoas com
problemas ao redor do mundo.

Ir na palavra, apenas, é o mesmo que ir na alça da mala. O


grande segredo é curar as memórias e imagens mentais que
dão base para determinado autoconceito. Neste particular,
existe uma técnica muito poderosa e por vezes subestimada
chamada swish, da PNL da primeira geração. O autoconceito
é explicado por palavras, mas precisa ser alterado em nível de
imagem, para que a mudança seja duradoura.

Muito provavelmente você já deve ouvido alguém dizer algo


do tipo: “não me vejo como uma pessoa forte”. Isso equivale a
dizer que seu autoconceito é “eu sou fraco”. Consegue notar
que existe uma imagem interna sustentando a linguagem?
Alguns livros sugerem que a pessoa repita diariamente “eu
sou forte”, “eu sou forte”, “eu sou forte” até entrar no
inconsciente. O fato é que alguns conseguem resultados, mas
a maioria não. Repetir algo incongruente só aumenta o conflito
interno, diminuindo a autoestima.

É interessante mencionar esta palavra, autoestima, porque


tem total ligação com o autoconceito. Uma autoestima
saudável nada mais é do que um autoconceito que é
congruente com os valores pessoais de uma pessoa. Por
exemplo, suponha que alguém tenha a esperteza como valor,
mas é um 'tapado'. O resultado será uma baixa autoestima.
Por outro lado, é fato bem conhecido que alguns 'bandidos'
têm uma excelente autoestima. A explicação é que o
autoconceito destas pessoas na maioria das vezes bate com
seus valores. Já ouvi alguns mencionarem 'disposição' como
valor, dizendo “eu sou um cara de disposição”. No contexto do
tráfico, disposição significa coragem, ousadia e força.

Nós nunca nos conhecemos totalmente. E o que tenho


percebido é que algumas pessoas tem um “falso eu’,
condicionado, limitado e sofrível. O pior é que batem no peito
dizendo com orgulho que são autênticos. Com frequência,
perdem ligação com sua verdadeira essência, de modo que
grande parte da sua identidade fica obscurecida. Quando
falamos em encontrar um autoconceito verdadeiro, queremos
simplificar as coisas e tornar a ideia praticável e livre de
devaneios desnecessários.

Permita-me lhe apresentar uma metáfora: qual mapa é o


verdadeiro? O topográfico? O de vegetação? O rodoviário?

Quem sabe, em se tratando de autoconceito a busca deve ser


pelo mais útil. O que lhe serve, proporcionando uma vida rica,
cheia de escolhas e possibilidades.

Wayne Dyer, em seu livro “Seus Pontos Fracos”, elenca dez


categorias típicas de ‘eu sou’ e seus neuróticos dividendos:

Eu sou ruim em matemática, ortografia, leitura, línguas, etc.

Eu sou péssimo em determinadas habilidades, tais como


cozinhar, praticar esportes, fazer crochê, desenhar,
representar, etc.

Eu sou tímido, reservado, temperamental, nervoso, medroso,


etc.

Eu sou desajeitado, sem coordenação, etc.


Eu sou sem atrativos, feio, ossudo, sem graça, alto demais,
etc.

Eu sou desorganizado, meticuloso, desleixado, etc.

Eu sou esquecido, descuidado, irresponsável, apático, etc.

Eu sou italiano, alemão, judeu, irlandês, preto, chinês, etc.

Eu sou mandão, atrevido, autoritário, etc.

Eu sou velho, de meia-idade, cansado, etc.

Reflita, caro leitor, na “verdade” das dez categorias. Todos os


dias ouvimos pessoas justificando resultados medíocres com
alguma das dez categorias. O motivo e simples: fuga!!! É mais
fácil se enganar com uma desculpa esfarrapada a pagar o
preço para superar um ponto fraco. O problema é que custa
caro demais adotar um autoengano. Depois de pouco tempo,
a pessoa começa acreditar sinceramente que é desajeitada,
omitindo para si mesma que no início de qualquer prática, o
corpo não detém a destreza necessária. Os pais precisam ser
muito atentos em relação a força de um conceito pessoal. A
criança às vezes carece de coordenação para algumas
atividades. Vou repetir: “para algumas atividades”. O que
poderia ser facilmente contornado com prática deliberada.
Mas os pais, muitas vezes em tom de brincadeira, rotulam o
menino de “desastrado”. Depois disso, várias coisas começam
acontecer como quer por profecia.

É interessante como as crenças sobre o mundo e sobre o self


são de mão dupla. Por exemplo, se eu penso que a vida é
difícil, isso seria equivalente a dizer que eu penso em mim
mesmo como sendo fraco. Pensar que o sistema é ridículo,
pode significar que você acredita “estar de fora”. Acreditar que
alguém é muito metido, pode significar que você se autoanula.
Você não pode mudar ninguém, mas do momento que você
se torna autoresponsável terá a chance de influenciar no jogo.

Enquanto o problema for do outro, só cabe a você a raiva,


indignação, tristeza e sofrimento. Mas se você também é
responsável, fifty-fifty, então pode começar a mudar sua
perspectiva e/ou comportamento.

As ideias que temos acerca do self são diferentes das ideias


que você tem sobre uma árvore. Não importa o que eu pense
a respeito de uma árvore, pois ela não mudará suas
qualidades. Quando eu tenho uma ideia sobre mim, por outro
lado, isso de fato influi em minhas ações e comportamentos.

A chave para criar um autoconceito forte e duradouro não é


ficar repetindo para si mesmo todos os dias “Eu sou
inteligente”...”Eu sou inteligente”...”Eu sou inteligente”...
Experimente algo mais elegante: você pode se perguntar
“quando especificamente na sua vida você se sentiu e/ou agiu
com inteligência”. Cada exemplo na sua história de vida
constitui um “retalho com o qual você construirá a sua colcha”.
Quanto mais memórias apoiarem seu autoconceito mais forte
ele será. Faz sentido? A pergunta chave para evocar
exemplos para apoiar seu novo autoconceito é “quando você
foi um pouquinho seguro com alguém durante um período de
tempo muito curto?”
Você pode começar a buscar desde a sua infância por
referências para sustentar a qualidade que deseja explorar. À
medida que for encontrando você pode registrar e continuar o
processo até conseguir um número considerável para tecer
seu autoconceito positivo.

A descoberta do poder das referências é a explicação para o


fato de muitas vezes você se pegar com atitudes muito
parecidas com as dos seus pais, mesmo quando não aprova
isso. Querendo ou não, seus antepassados estão registrados
em seus dados.

Reunir experiências é a chave para construir um autoconceito


forte e duradouro. Você tem uma gama de experiências em
sua memória, mas se não estão conectadas em torno de uma
ideia útil você as está dispendiçando. Em resumo, reunir
organizadamente suas memórias em torno de uma ideia útil é
a estratégia correta para criar um novo autoconceito.

A tragédia da vida é que muitas pessoas não representam o


que querem ser. Ou quando tentam, o fazem no negativo. Por
exemplo, eu não quero ser fumante, eu não quero ser
nervoso, eu não quero ser medroso, eu não quero ser
preguiçoso, etc. Um autoconceito negativo só serve para
aumentar o padrão contra o qual você luta.

Assim, a primeira regra para construir um autoconceito


saudável é fazê-lo em termos positivos, focando no que quer
ao invés do que não quer.

Não quero ser um fumante - Quero ser saudável


Não sou medroso - Sou capaz

Não sou bobo - Sou inteligente

O segundo passo pode parecer uma surpresa para o leitor. À


medida em que tiver a intenção de polir uma qualidade, às
vezes o seus sistema poderá apresentar objeções. Saber
identificar tais objeções e ressignificar constitui uma das
tarefas mais elegantes dentro da PNL.

Um caso concreto em que pude ser o agente facilitador da


transformação foi o de um jovem que queria ser líder.
Entrando mais a fundo no seu sistema, pude identificar que
havia a seguinte objeção “se eu me tornar um líder, então
posso perder a minha família”. No entender da mente
inconsciente, a liderança o separaria da esposa, que não
aprova alguns dos seus projetos”.

A magia de tal abordagem é fugir da ideia de forçar o sistema.


A ressignificação é o caminho para alcançar a permissão
interna a fim de obter a qualidade pretendida. A pergunta
chave, então, é “alguma parte minha faz qualquer objeção a
essa mudança?“

Além disso, você precisa compreender que vez ou outra pode


surgir um sentimento de falta de familiaridade e isso é normal.
O sentimento de estranheza geralmente aparece quando
saímos da zona de conforto. Está OK ser outra pessoa? Por
que ser você mesmo, se você pode ser uma pessoa bem
melhor?
Uma estratégia comum, mas extremamente ineficaz que
alguns utilizam é buscar confirmação nos outros indivíduos.
Steve Andreas tem uma metáfora interessante a respeito
disso: “ouvir uma confirmação externa é como jogar água em
uma peneira - passa direto e desaparece”. O outro lado desta
moeda é que quando alguém não tem certeza de uma
qualidade acaba exagerando e aparenta excesso de
consciência.

O que você quer é uma qualidade que atue no piloto


automático. Ninguém quer ficar muito consciente ao fazer
algo. A alta performance exige o flow. A verdade é que nós
adoramos relaxar e entrar no modo automático. Já imaginou
se você tivesse uma vida que roda no piloto automático,
positivamente?

Não dependa dos outros para ser o que deseja, a menos que
queira sentir altas doses de sofrimento. O que está
internamente orientado é do seu total controle. Logo, a sua
generalização positiva sobre o self deve se basear em
memórias pessoais, não em aprovação externa.

Em terceiro lugar, você pode diferenciar entre difícil e não


saber fazer. Sempre que sabemos o “como fazer”, a mudança
é fácil e fluida. Mudar um autoconceito pode ser rápido e fácil
se você souber a maneira certa de efetuar. Já obtive
resultados extraordinários com coachees. Trabalhei com uma
jovem que era inteligente, mas não se sentia inteligente. Em
outras palavras ela não estava certa sobre sua qualidade de
inteligência. O motivo é que sua mente lhe apresentava com
frequência contra-exemplos a ideia de ser inteligente. É como
se ficasse rememorando as vezes em que não se saiu bem.

Daí vem o quarto passo que é transformar os contra-exemplos


em exemplos positivos.

Algo que você vai notar ao mudar um autoconceito é que


passará por um período de baixa familiaridade. O que é bem
diferente de um objeção a mudança.

Você quer ter um autoconceito que está no piloto automático.


Nós amamos estar em um estado de fluxo e agir com
naturalidade. Dirigir por uma estrada conhecida é
extremamente prazeroso, porque a mente inconsciente toma
as rédeas o que muitas vezes faz com que cheguemos ao
trabalho em um piscar de olhos.
Capítulo XI
A persuasão aliada à palavras modela a mente dos homens
como quiser. Gorgias

Linguagem de Influência
Minha mãe sempre se queixou de não conseguir resultados
com meu irmão... meu irmão se distraia tanto que não cumpria
deveres básicos, como por exemplo dar descarga após usar o
sanitário. Lavar louça nem pensar. Desligar a televisão
enquanto não usava, jamais. Foram várias tentativas e
nenhum sucesso.

Aconteceu, por coincidência ou não, de a minha mãe espalhar


vários lembretes por toda a casa com mensagens do tipo:

Ao sujar a louça, favor lavar

Ao usar o vaso, favor dar descarga

Ao terminar de usar a televisão, favor desligar

Como que por mágica, meu irmão começou a mudar seu


comportamento do dia para a noite. Começou a lavar a louça,
dar descarga e desligar a televisão em uma base sistemática.
Sim, a mudança foi duradoura e incrível.
Expliquei para minha mãe que o que ocorreu é que meu irmão
é visualmente orientado, de modo que não responde muito
bem a palavras ditas em voz, a menos que estas sejam
capazes de produzir uma imagem em sua mente.

Dominar o uso da linguagem concede um poder


incomensurável a uma pessoa, que uma vez usado para o
bem é capaz de transformar uma família, uma cidade e quiça
um país.

Uma forma de ajudar uma pessoa que você ama é instalar um


recurso através do qual possa superar a questão problema,
dirigindo-se para o estado desejado.

Você deve estar se perguntando “mas como instalar um


recurso em uma pessoa?” “isso é possível?”. Se fosse
possível instalar um recurso em uma pessoa da mesma
maneira que se instala o Microsoft Office no PC não seria
incrível? Pode apostar que sim!!!

Tudo começa pela linguagem de programação do cérebro,


que é um pouco diferente da linguagem de programação do
computador. Assim, qual é a linguagem de programação do
cérebro? A linguagem!

Através da linguagem você pode iniciar um update na pessoa


que você ama, a fim de possa ajudá-la.

Seguem possíveis problemas e recursos que poderiam ser


instalados:

Ansiedade -> Fé
Compulsão por compras -> autocontrole

Depressão -> aceitação

Ódio -> compaixão

Dificuldades de relacionamento -> autoaceitação, autoamor,


autoadmiração

Compulsão alimentar -> autoamor

Sabendo o recurso que deseja “instalar” no familiar que deseja


ajudar, basta construir a programação e executar.

Para tanto, gostaria de compartilhar um padrão ericksoniano


muito efetivo, cujo título é “duplo vínculo”. A ideia básica é
criar uma percepção de escolha para a mente consciente
(crítico) para que ela permita que a mensagem chegue à
mente inconsciente. Você pode notar que só existe a
percepção de escolha, não a escolha propriamente dita.

Exemplos de percepção de escolha:

Cedo ou tarde...

De um jeito ou de outro...

Nesta semana ou na próxima...

Rápido ou devagar...

Faça chuva ou faça sol...

Sendo fácil ou difícil...


Começando sua frase com tais afirmações é como se
blindasse o que vem a seguir do efeito resistência. Suponha
que deseja instalar um recurso de autocontrole para lidar com
compulsão para compras exagerada. Basta seguir os passos
a seguir:

1) Crie o contexto (história): você não pode chegar do nada


falando o padrão, achando que a pessoa vai “engolir”;

2) Construa sua frase: cedo ou tarde as pessoas se tornam


seguras de si e não mais precisam de muletas, como compras
exageradas;

3) Termine sua história e permita que a conversa flua...

Você quer fazer tudo de uma maneira sutil, congruente e


natural.

Para ilustrar, ficaria mais ou menos assim:

Fulano, hoje no trabalho me mostraram um vídeo no youtube


de uma pessoa que economizou moedinhas de R$ 1,00 para
a compra de um carro zero Km e teve êxito. Todos nós
admiramos o gesto lá no serviço... um colega disse algo que
fiquei pensando até agora: “cedo ou tarde as pessoas se
tornam seguras de si e não mais precisam de muletas, como
compras exageradas”... Falando em vídeo, bora assistir a um
filme amanhã no cinema?

Cedo ou tarde você consegue usar este padrão de uma forma


natural e fluida, ajudando pessoas e fazendo o bem.
Suponha que você queira que seu filho lave a louça. A
primeira abordagem é a tradicional:

- Filho, lave a louça! Agora!

O resultado é uma criança/jovem com a cara emburrada e


com extrema má vontade. Além disso, nós sabemos que isso
não dura muito. Em pouco tempo, o espertinho começa a se
esquivar novamente.

Um pai elegante faz diferente:

Ele começa a semear ainda na hora da confraternização... no


momento em que todos estão alegres e “abertos”... Começa a
contar que “há muitos anos atrás havia um menino/menina
(adapte a sua realidade) que queria salvar as estrelas que
estavam morrendo na areia... o menino era muito esforçado e
comprometido... pegava estrela por estrela e lançava ao mar...
querendo contribuir.. até que um amiguinho chegou até o
jovenzinho e perguntou: - “acha mesmo que irá conseguir
salvar todas as estrelas?” O pequeno então responde: “estou
fazendo a minha parte”... todos podem contribuir, não é
verdade?

Após isso, deixe o almoço/janta prosseguir normalmente...

No final, quando todos levantam e começam a se dirigir para a


sala, você pode virar para o pequeno e dizer: “se eu fiz o
almoço/jantar, então você pode fazer a sua parte, não pode?”

As chances são que a pessoa irá fazer com boa vontade e em


um estado de “eu quero fazer”.
A comunicação estratégica pode tornar uma família mais feliz
e evitar dores/stress desnecessários. Todos nós queremos ser
felizes e criar um espaço de entendimento e amor, deixando ir
a necessidade de ser perfeito... deixando ir a raiva inútil...
deixando ir o stress que faz o outro sofrer...

Queremos nos abrir para a compaixão, entendimento e


aceitação, porque merecemos a felicidade. É fácil descarregar
o stress diário em um esporte, caminhada, meditação,
exercícios de respiração, pular na cama elástica, etc...

Queremos doar o nosso amor e generosidade para os


familiares, deixando o trabalho no trabalho, não é?
Capítulo XII
A emoção é a linguagem do coração.

Zoncro

Resolvendo Conflitos

Como resolver um conflito interno através da linguagem? Sim,


mas...Perdi as contas de quantas vezes ouvi a frase “sim,
mas...” em consultorias que presto. Sim, eu quero emagrecer,
mas eu gosto muito de sorvete, pizza e refrigerante.

Sim, eu gostaria de ser autoconfiante, mas tenho que ser


humilde... (essa é mais comum do que imagina).. im, eu
gostaria de casar, mas quero aproveitar a vida...Sim, eu
gostaria de expressar meus sentimentos, mas tenho medo de
ofender...Sim, eu gostaria de falar em público, mas tenho
medo que riam de mim...Eu poderia citar vários e vários
exemplos de incongruências expressadas através da fórmula
“sim, mas...”
Você pode ver que se trata de necessidades mutuamente
exclusivas. Ou uma coisa ou outra. Isso gera muita ansiedade
nas pessoas e perda de força, porque existe uma divisão de
energias que vão a direções opostas, impedindo a ação
maciça.

Na PNL, existe uma técnica de integração muito poderosa que


permite que uma incongruência interna seja eliminada. No
entanto, uma maneira extremamente simples e praticável,
aqui e agora, é mudar o “mas” pelo “e” e acrescentar o
“ainda”.

Sim, eu gostaria de emagrecer e gosto de comer chocolate,


pizza e refrigerante, ainda...Sim, eu gostaria de me casar e de
aproveitar a vida intensamente...Sim, eu gostaria de
enriquecer e gosto de coisas de qualidade… Sim, eu gostaria
de ser feliz e ter razão… Sim, eu gostaria de ser autoconfiante
e afetuoso… Sim, eu gostaria de expressar meus sentimentos
e tenho medo de ofender, ainda.

Percebe como o conflito se transforma em uma fusão


poderosa? As ideias que pareciam em conflito agora se
complementam e fortificam uma à outra. Toda a energia do
indivíduo passa a ser canalizada para a mesma direção.
Percebe como a linguagem cria a realidade? 99% das
pessoas usam aquela para descrever uma realidade precária
que chamam de agora. Esta realidade precária se repete por
anos, porque não mudam a linguagem.

Quando o assunto é metas, o modo verbal em que você as


estrutura faz uma diferença enorme. De um modo geral,
sentenças fracas são construídas no condicional (futuro do
pretérito). Eu gostaria de ser um gerente. (sentença
fraquíssima).

Como o próprio nome já diz, é um tempo condicional o que já


implica dúvida e medo de não acontecer. E você já sabe que
nada é um obstáculo maior ao desempenho máximo que a
dúvida. Compare: Eu quero ser um diretor executivo.
(sentença forte)

Você pode notar a diferença de sentimento entre uma e outra.


Por isso convém estruturar uma meta no presente do
indicativo, sempre. Por exemplo, em 2016 eu peso 65kg muito
bem distribuídos por todo o meu corpo.

A saúde é importante e desejável, porque eu

A saúde é importante e desejável, por conseguinte, eu


A saúde é importante e desejável, sempre que eu

A saúde é importante e desejável, então eu

A saúde é importante e desejável, se eu

A saúde é importante e desejável, embora eu

A saúde é importante e desejável, da mesma maneira que eu

A saúde é importante e desejável. Eu preciso de força e


energia para criar e sobreviver. Vou começar a tomar os
passos certos para cuidar dela. Quero estar preparado para o
futuro. Eu posso me divertir e ser um bom modelo para os
outros. Eu quero ser feliz e produtivo. Embora eu tenha outros
objetivos e outras responsabilidades para atender, precisa
bases e recursos necessários para atingir meus sonhos.

O “mas” acredite ou não é uma mina verbal explosiva, pronta


para explodir com seus relacionamentos, profissionais ou
pessoais.

Você é legal, mas...

Você é bonito, mas

Você é esforçado, mas


Esta palavrinha de três letras possui um poder mágico de
apagador mental. Tudo que vem antes dela simplesmente
some da “tela mental” do seu ouvinte. O que ele levará para a
caixa das recordações pode apostar que será o que vem
depois da conjunção. Apesar disso, a palavra por si só não é
de toda ruim, na medida em que pode ser utilizada
estrategicamente.

O concurso é difícil, mas...

Algumas pessoas são difíceis, mas...

Eu não consigo, mas...

Não é possível, mas...

Você pode apagar vírus mentais através do “mas” com


rapidez e eficácia desde que o faça corretamente.

Nós somos analfabetos emocionais. A verdade é que 9 a cada


10 pessoas não sabem lidar com as emoções e pensam sobre
o tema como se fosse algo indomável. As únicas ferramentas
que a maioria lança mão para lidar com a raiva/medo/tristeza
são o “tempo” e o “sono”.

Uma maneira elegante de lidar com as emoções é através da


linguagem. Usar a linguagem como instrumento para aceitar é
o caminho que você quer seguir para lidar com os
sentimentos.

O padrão que quero compartilhar é o seguinte:

Eu me dou permissão para... porque...

Nós lidamos melhor com as emoções quando as aceitamos.


Quanto mais você resiste à raiva mais ela persiste. O mesmo
serve para o medo e a tristeza.

O que estou dizendo que nós temos sempre 2 problemas. O


problema em si e a resistência a ele. Esta última costuma ser
pior do que o problema, não raras vezes.

Usando a linguagem para aceitar a emoção tudo se torna


mais fácil.

Exemplos:

Eu me dou permissão para sentir medo, porque sou humano.

Eu me dou permissão para sentir raiva, porque eu mereço


consideração em relação aos meus valores.

Eu me dou permissão para sentir tristeza, porque o que


aconteceu era relevante para mim...
Você pode criar as suas frases e tornar o seu dia a dia mais
leve.
Conclusão
Conclui-se que uma pessoa que alcançou a paz de espírito com certeza
conseguiu dominar suas palavras, usando-as como instrumento para o
bem de si próprio e de seus queridos.

Os sábios geralmente falam menos, pois zelam pelo que dizem. Sabem
que construirão ou destruirão usando a linguagem que sai de suas bocas.
Se a linguagem verbal é o que nos diferencia de todos os outros animais,
então isso pode significar que se trata de algo muito especial, poderoso e
com significância.

Se você chegou até aqui, então eu imagino que já começou a “conversar


consigo” de uma maneira mais produtiva, pondo molduras positivas em
cada experiência pela qual é presenteado. Quem sabe você esteve
brigando contra os motivos errados, por muito tempo. Não tem
problema!!! Você não estava errado, apenas se encontrava preso a uma
visão turva. Todo o sofrimento que você criou, por si só, agora é um
parâmetro através do qual você vai valorizar e agradecer cada momento
maravilhoso que começará a vivenciar em sua vida, com novas convicções
e na companhia das pessoas evoluídas que atrairá de hoje em diante.
Todo o seu passado se transformará em um tesouro de recursos, de modo
que cada experiência será um suporte para apoiar você em cada nova
descoberta e você caminhará cada vez mais forte, como Deus o fez. A
felicidade agora está aí, bem perto, acessível e agora.
Agradecimentos
Agradeço primeiramente a Deus por poder realizar este sonho
de escrever um livro. Agradeço a todos que me seguem no
facebook, porque o feedback de cada um foi muito importante
no sentido de me mostrar se eu estava no caminho certo. Sou
grato a minha esposa por caminhar ao meu lado. Sou grato
aos meus cães por me mostrarem o que é o amor na sua
forma mais pura.
Dedicatória
Dedico este livro a Deus, a minha esposa, aos nossos cães e todos os
mestres que tive em toda a minha vida.
Sobre o Autor
Felipe Seibel é advogado, formado pela Universidade Federal do Espírito
Santo.

Practitioner, formado pelo Instituto de Desenvolvimento Pessoal de


Vitória/ES, desde 2012.

Master Practitioner, formado pelo Instituto de Desenvolvimento Pessoal


de Vitória/ES, desde 2013.

Coach, formado pela PLEXUS (Helder Amarante), desde 2014.

Coordenou por 2 (dois) anos grupos de estudos no INDESP, a convite de


Luiza Lopes.

O autor desenvolve pesquisas aprofundadas no campo da aprendizagem


acelerada e alta performance.
Bibliografia
ANDREAS, Steve. Transforme-se em quem você quer ser.
São Paulo : Summus, 2005.

BANDLER, Richard. GRINDER, John. Atravessando.


Passagens em Psicoterapia. Summus Editorial Ltda. São
Paulo, 1981.

BANDLER, Richard. Guide to TRANCE-formation. Health


Communications, Inc. Deerfield Beach, Florida. 2008.

CHOMSKY, Noam. Linguagem e Mente. Brasíli., Editora UNB,


1998.

DILTS, Robert. El Poder de La Palavra: La magia del cambio


de creencias através de la conversación. Editora URANO,
2008.

HALL, Michael. The Spirit Of NLP. United Kingdom, ENG. The


Anglo American Book Company Ltd, 1996.
HARRIS, Thomas A. Eu Estou OK, Você Está OK. Editora
Circulo do Livro S.A. São Paulo, 1967, pág. 194.

JAKOBSON, Roman. Linguística e Comunicação. São Paulo.


Editora Pensamento-Cultrix Ltda, 2007.

MCNEILLY, Robert B. A Cura pelas Palavras. - São Paulo:


Gaia, 1996.

OLIVEIRA, João. Emagrecimento pela Palavra. Amazon


Digital: 2015.

RIBEIRO, Lair. Comunicação Global: A Mágica da Influência.


Editora Objetiva. Rio de Janeiro, 1993.

PINKER, Steven. O Instinto da Linguagem: Como a Mente


Cria a Linguagem. Martins Fontes. São Paulo, 2002.

SCHROEDER, Alice. A Bola de Neve. Rio de Janeiro:


Sextante, 2008.

WAITZKIN, Josh. The Art Of Learning. Pág. 30


i OLIVEIRA, João. Emagrecimento pela Palavra. Amazon Digital: 2015.
ii Disponível em http://golfinho.com.br/artigo/mudanca-imediata-e-duradoura-
atraves-da-conversa.htm
iii DILTS, Robert. El Poder de La Palavra: La magia del cambio de creencias
através de la conversación. Editora URANO, 2008.

iv Disponível aqui: http://golfinho.com.br/artigo/a-linguagem-e-o-sucesso.htm


v PINKER, Steven. O Instinto da Linguagem: Como a Mente Cria a
Linguagem. Martins Fontes. São Paulo, 2002, pág. 332.

vi A Terapia da Linha do Tempo® é uma abordagem de terapia breve pós-


moderna, com base na psicologia cognitiva para transformar, de forma rápida e
profunda, opensamento, o comportamento e as reações emocionais. Suas
grandes vantagens são o foco na solução de problemas e a rapidez para produzir
resultados. Utilizando a capacidade cerebral de lidar com pontos comuns a
diversos problemas pessoais, ela permite o tratamento de grande quantidade de
problemas em curto espaço de tempo. Aliando a profundidade das mudanças que
ela facilita e sua simplicidade teórica, a Terapia da Linha do Tempo® pode ser
considerada uma das terapias mais eficazes e de maior capacidade para
transformação humana desenvolvidas dentro da moderna tecnologia mental.
Disponível em http://www.terapiadalinhadotempo.net/

vii PINKER, Steven. O Instinto da Linguagem: Como a Mente Cria a


Linguagem. Martins Fontes. São Paulo, 2002, pág. 232.

viii POSSENTI, S. A cor da língua e outras croniquinhas de linguista. São


Paulo: Mercado de Letras, 2001.

ix PINKER, Steven. O Instinto da Linguagem: Como a Mente Cria a


Linguagem. Martins Fontes. São Paulo, 2002, pág. 185.

x PINKER, Steven. O Instinto da Linguagem: Como a Mente Cria a


Linguagem. Martins Fontes. São Paulo, 2002, pág. 193.
xi SCHROEDER, Alice. A Bola de Neve. Rio de Janeiro: Sextante, 2008, pág.
60.

xii HARRIS, Thomas A. Eu Estou OK, Você Está OK. Editora Circulo do Livro
S.A. São Paulo, 1967, pág. 194.

xiii PINKER, Steven. O Instinto da Linguagem: Como a Mente Cria a


Linguagem. Martins Fontes. São Paulo, 2002, pág. 356.

xiv BANDLER, Richard. Guide to TRANCE-formation. Health


Communications, Inc. Deerfield Beach, Florida. 2008, pág. 196.

xv Eu conheci esse garoto acerca de vinte e dois, muito brilhante, era capaz de
desmontar um motor, e remontar em um momento... mas ele simplesmente não
conseguia ler. Ele foi para todas as classes de reparação disponíveis, mas ele
apenas continuou: ".. Eu não posso eu não posso" Então eu pus ele em transe e
disse: "Eu quero perguntar ao seu inconsciente se algo está impedindo você de
ler?" Eu não tenho nenhuma confirmação, então eu disse: "Eu quero que você
traga a sua mente consciente e me relate a respeito do que aconteceu." Alguns
segundos depois, ele levantou-se e contou como, quando ele estava na escola
primária, um professor agarrou um lápis na frente de seu rosto em frustração e
disse: "Você nunca vai aprender a ler!" Sua mente inconsciente tomou isso como
um comando e bloqueou qualquer tentativa a partir de então levá-lo a ler. Ele
ficou preso em algum lugar no fundo de sua mente, e ele lutou toda a sua vida
com a leitura. Ele era um garoto brilhante, mas o medo pode induzir um estado
muito alterado e sugestionáveis
xvi WAITZKIN, Josh. The Art Of Learning. Pág. 30.

xvii O exemplo foi modelado de Conirae Andreas no artigo “Autoconceito


Positivo.
xviii PINKER, Steven. O Instinto da Linguagem: Como a Mente Cria a
Linguagem. Martins Fontes. São Paulo, 2002, pág. 352.

xix PINKER, Steven. O Instinto da Linguagem: Como a Mente Cria a


Linguagem. Martins Fontes. São Paulo, 2002, pág. 412.
xx Disponível aqui: http://quantumpranx.wordpress.com/dna-can-be-influenced-
and-reprogrammed-by-words-and-frequencies/
xxi HALL, Michael. Acessando seu Gênio Pessoal.
xxii SCHROEDER, Alice. A Bola de Neve. Rio de Janeiro: Sextante, 2008, pág.
108.

xxiii BANDLER, Richard. GRINDER, John. Atravessando. Passagens em


Psicoterapia. Summus Editorial Ltda. São Paulo, 1981, pág. 144.

xxiv BANDLER, Richard. Guide to TRANCE-formation. Health


Communications, Inc. Deerfield Beach, Florida. 2008. Pág. 53.

*** Sempre que as pessoas vêm até a mim e dizem, “Eu quero ser feliz”,
Eu sempre digo, “Desculpe-me, todos os trabalhos dos sete anões
desapareceram. Você vai ter que ser um pouco mais específico do que isso. Você
não pode apenas ser feliz, mas você pode aprender a fazer as coisas felizes. Viver
feliz implica prestar atenção e apreciar o processo de fazer, seja o que for que
você está fazendo.

xxv O’Connor, Joseph. Além da Lógica: Utilizando Sistemas para a


Criatividade e a Resolução de Problemas. São Paulo: Summus, 2007.

xxvi DILTS, Robert. El Poder de La Palavra: La magia del cambio de creencias


através de la conversación. Editora URANO, 2008.

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