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AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL
AULA 5
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convencional, eles são mais propensos a sair como resultado da automação,
embora também pareçam encontrar novos empregos mais rapidamente. Em
outras palavras, os trabalhadores bem pagos são mais comumente afetados,
mas os efeitos são mais graves para os trabalhadores com menores salários.
Outro detalhe do reposicionamento dos empregos e dos postos de
trabalho é que os efeitos da automação acontecem de forma mais gradual,
dando aos trabalhadores mais tempo para reagir e se ajustar.
Como muda a renda para os trabalhadores que não saem da empresa?
Descobrimos que as taxas salariais não mudam muito para os trabalhadores
que permanecem na empresa, ou para aqueles que saem e são reempregados
em outro lugar. Os efeitos da automação sobre a renda estão concentrados
entre os funcionários que perdem o emprego ou que saem por outros motivos.
O estudo também analisa as diferenças entre empresas e trabalhadores
com características diferentes. Em um estudo anterior, Carl Benedikt Frey e
Michael A. Osborne, de Oxford, afirmam que as ocupações de baixos salários
serão as mais atingidas pela automação futura. Os dados rejeitam essa
suposição comum, mas descobrimos que os trabalhadores com salários mais
baixos sofrem mais desemprego após a saída. Entre os trabalhadores efetivos,
a probabilidade de deixar o emprego não varia muito por idade ou sexo, mas
entre as contratações recentes, os trabalhadores mais velhos são mais
propensos deixar seus empregos. Além disso, embora as perdas sejam mais
graves nas indústrias de transformação, os impactos são observados em todos
os setores da indústria estudados.
O estudo apresenta um cenário para o mercado de automação atual que
não suporta as visões alarmistas. O impacto que a automação impõe aos
trabalhadores é menor do que o impacto criado por demissões em massa e
fechamento de fábricas, que surgem de fatos como demanda em declínio, ou
falências. No entanto, a carga imposta aos trabalhadores afetados é
substancial, e os programas de rede de segurança existentes não estão
fornecendo a esses trabalhadores muita segurança econômica. E, claro, o
impacto da automação pode piorar no futuro. Mais pesquisas mostrarão o que
acontece com o emprego líquido e com os trabalhadores contratados após o
evento de automação.
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A criação de empregos não é tudo, entretanto. Igualmente importante é
o que os trabalhadores podem ganhar por trabalhar nesses empregos. Os
salários aumentam ou diminuem devido ao progresso tecnológico?
Os valores com que os salários são remunerados, segundo a teoria
econômica convencional, são ditados pela oferta e demanda. Quando maior a
exigência de especialização dos empregos, maiores são os salários, pois
menos pessoas estão aptas a atender à demanda por essas atividades
especializadas. Os níveis salariais aumentam também quando os
trabalhadores são, independentemente da qualificação necessária, escassos,
dado que há menos pessoas disponíveis para fornecer seu trabalho. Isso
explica alguns casos, como o porquê de os pilotos de aeronaves ganharem
mais do que os encanadores, ou, então, os químicos mais do que os caixas. A
formação de piloto de aeronaves exige habilidades mais especializadas e
críticas do que as dos encanadores e, dos químicos (em parte por causa dos
requisitos de educação caros), são menos abundantes do que os caixas.
Segundo Alan Krueger, os profissionais que atuam nas áreas de
automação devido a suas especializações e habilidades possuem uma
remuneração maior do que a de outros profissionais nas mesmas áreas de
atuação nas indústrias, ou na gestão de processos. Krueger constatou que
trabalhadores com experiência em sistemas computadorizados (trabalhadores
que trabalhavam ao lado da automação), chegam a receber, entre salários e
prêmios, até 15% a mais do que seus colegas “analfabetos” em computador. O
economista James Bessen sugere que, nos últimos dois séculos, os níveis
salariais aumentaram mais de dez vezes graças ao avanço tecnológico e
aumento do nível de qualificação profissional. Bessen credita o crescimento
salarial de muitos trabalhadores comuns às novas tecnologias.
Da mesma forma que a automação traz, para os profissionais que atuam
nessas áreas, um aumento do nível salarial, em outros setores, elas ocasionam
uma diminuição. Daron Acemoglu e Pascual Restrepo constataram que, nos
últimos anos, trabalhadores que foram deslocados de suas atividades
profissionais devido à automação acabam sendo forçados a migrar para outras
áreas e competir com outros trabalhadores por quaisquer empregos restantes.
Por exemplo, trabalhadores de empresas em processos administrativos que
foram substituídos pela automação, podem posteriormente procurar emprego
em setores que não foram automatizados, migrando para o setor de comércio e
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varejo. A entrada de muitos profissionais nesse setor faz com que os níveis
salariais sejam reduzidos, pois há mais oferta de trabalhadores e,
consequentemente, menor nível salarial. É um equilíbrio complicado e
complexo.
Os efeitos da tecnologia que dificultam os salários têm sido observados
em outros setores. além do industrial. No passado, por exemplo, os motoristas
de táxi em Londres (Inglaterra) possuíam altas remunerações e salários. A
razão? Tornar-se um motorista de taxi na capital inglesa não era tarefa fácil. Os
aspirantes a taxistas tinham que demonstrar domínio enciclopédico das ruas da
cidade, e poucos conseguiam fazê-lo. O resultado foi um aumento nos ganhos
dos taxistas: afinal, a escassez gera valor. Mas veio o Uber: a gigante do
transporte público equipa seus motoristas com um poderoso aplicativo de
smartphone que fornece instruções passo a passo sobre como chegar aos
lugares. Marcos, nomes de ruas e rotas são todos definidos em detalhes
meticulosos.
Isso deveria beneficiar taxistas aspirantes, e isso aconteceu. A Uber –
desde sua entrada em Londres, em 2012 – criou empregos para mais de 40 mil
motoristas, o que deu a eles a oportunidade de “ganhar dinheiro e sustentar
minha família”, como disse um motorista à BBC (2017). Mas, ao eliminar a
necessidade de conhecimento especializado e facilitar o transporte de
passageiros por Londres, o aplicativo Uber também eliminou a necessidade de
domínio enciclopédico que historicamente havia exigido um prêmio salarial. O
resultado? Acusações (e muitos litígios) de que a gigante de caronas paga
menos a seus motoristas.
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1.2 Pesquisa
Do ponto de vista da eficiência, isso é, sem dúvida, uma coisa boa. Mas
a imagem de uma máquina incansável e sempre precisa fazendo tudo muito
mais rápido, levanta uma questão.
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à indústria 4.0, e seus impactos em diversos setores da economia,
comprovando a influência da tecnologia na organização do trabalho.
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Até 2022, o total de horas de tarefas concluídas por humanos cairá para
58%. Os empregos perdidos para as estatísticas de automação revelam que,
em 2018, cerca de 71% do total de horas de tarefas estava sendo concluídas
por humanos, enquanto 29% estavam sendo concluídas por máquinas.
Estudos, no entanto, mostraram que a atual tendência de automação de
empregos está mudando essa distribuição de tarefas. Em apenas um ano, é
provável que os humanos completem 58% das horas de trabalho, enquanto as
máquinas cuidarão dos outros 42% (CNBC, S.d.).
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também correm o risco de trazer soluções desatualizadas para seu mercado.
Isso limita sua capacidade de ficar à frente da concorrência.
Na era da transformação digital, as organizações se deparam com a
necessidade de inovar mais e rapidamente. A inovação impulsiona o
crescimento dos negócios e ajuda as organizações a ficarem à frente de seus
concorrentes. A gestão da inovação ajuda na geração de novos modelos de
negócios e cria novos produtos, serviços e tecnologias projetados para o
mercado em constante mudança. O gerenciamento adequado da inovação
também aumenta a satisfação do cliente e o envolvimento dos funcionários.
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estimular um fluxo constante de ideias. O próximo passo em um processo de
inovação bem gerenciado, é identificar as ideias mais valiosas e viáveis. As
empresas podem, portanto, avançar para criar produtos protótipos com base
nas ideias pré-selecionadas e implementá-las para ver como funcionam. Na
etapa final da implementação completa, é importante avaliar o resultado para
ver se as metas de negócios desejadas foram alcançadas depois que as ideias
foram implementadas.
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Há tanto entusiasmo quanto apreensão em relação à chamada quarta
revolução industrial e sua capacidade de impulsionar o crescimento em todo o
mundo (evitamos o termo “quarta revolução industrial”, por ser enganoso e
excessivamente simplista; houve pelo menos seis grandes sistemas de
tecnologia de produção desde o final dos anos 1700, e não quatro. O termo
mais preciso é o “próximo sistema de produção”).
Embora existam muitas questões importantes sobre o próximo sistema
de produção, incluindo o momento dos impactos, a natureza das tecnologias
envolvidas e os efeitos nas indústrias, nos mercados de trabalho e na
produtividade, uma questão crítica é como seus impactos provavelmente
diferirão entre países desenvolvidos e economias em desenvolvimento. A
resposta curta é que, embora as economias desenvolvidas e em
desenvolvimento se beneficiem do próximo sistema de produção, as
economias em desenvolvimento provavelmente se beneficiarão menos, em
parte porque seus custos trabalhistas mais baixos fornecem menos incentivo
para substituir trabalhadores por tecnologia, e porque os novos sistemas de
produção parecem permitir ciclos de produção mais curtos, fábricas menores e
maior produtividade – tudo isso deve permitir a relocalização para nações com
salários mais altos.
À medida que a próxima onda de inovação tecnológica surge, o
interesse pelo papel da tecnologia nos assuntos internacionais parece estar
crescendo. Mas muito desse foco está na tecnologia de produtos (por exemplo,
smartphones, jatos comerciais, automóveis, painéis solares etc.), e tecnologia
de processo – máquinas para melhorar a forma como um bem ou serviço é
produzido – que permite a automação.
Os robôs são ferramentas essenciais para aumentar a produtividade. Até
hoje, a maior parte da adoção de robôs ocorreu na manufatura, em que eles
realizam uma ampla variedade de tarefas manuais de forma mais eficiente e
consistente do que os humanos. Mas com a inovação contínua, o uso de robôs
está se espalhando para outros setores, da agricultura à logística e hotelaria.
Os robôs estão ficando mais baratos, mais flexíveis e mais autônomos, em
parte pela incorporação de IA. Alguns robôs substituem trabalhadores
humanos; outros – robôs colaborativos, ou “cobots”, que trabalham ao lado dos
trabalhadores – os complementam. Conforme essa tendência continuar, a
adoção de robôs provavelmente será um determinante-chave do crescimento
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da produtividade e potencialmente remodelará as cadeias de suprimentos
globais.
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• Distribuição geográfica desigual: grandes agrupamentos de
manufatura moderna floresceram em alguns poucos lugares. Esses
cobrem menos de dez por cento da área terrestre do mundo, e são
países que se tornaram centros de poder econômico e político. O Reino
Unido é uma dessas nações. No entanto, em termos de área total
incorporada, os locais de fabricação são muito menos proeminentes e
focados em muito menos áreas do que a agricultura, devido à maior
intensidade dos processos.
FINALIZANDO
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REFERÊNCIAS
BAER, D.; GOULD, S. One chart shows how robots have already revolutionized
America – for better or worse. Insider, Mar 23, 2016. Disponível em:
<https://www.businessinsider.com/robots-have-already-taken-over-america-
2016-3?r=US&IR=T>. Acesso em: 28 mar. 2022.
NATALE, F. Automação industrial. 10. ed. São José dos Campos: Érica,
2006.
ROBOT automation will 'take 800 million jobs by 2030' – report. BBC, 29 Nov.
2017. Disponível em: <https://www.bbc.com/news/world-us-canada-42170100>.
Acesso em: 28 mar. 2022.
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ROBOTS 'to replace up to 20 million factory jobs' by 2030. BBC, 26 June 2019.
Disponível em: <https://www.bbc.com/news/business-48760799>. Acesso em:
28 mar. 2022.
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