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ALDONEY FREIRE COSTA

PROCESSO DE ACREDITAÇÃO DE ORGANISMOS DE


CERTIFICAÇÃO UTILIZADO PELO INMETRO: UM ESTUDO
COMPARATIVO COM ORGANISMOS CONGÊNERES DE DIVERSOS
PAÍSES.

Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado em


Sistemas de Gestão da Universidade Federal Fluminense,
como requisito parcial para obtenção do Grau de Mestre
em Sistemas de Gestão. Área de concentração: Sistema
de Gestão pela Qualidade Total.

Orientador:
José Rodrigues de Farias Filho, D.Sc.

Niterói
2006
2

ALDONEY FREIRE COSTA

PROCESSO DE ACREDITAÇÃO DE ORGANISMOS DE


CERTIFICAÇÃO UTILIZADO PELO INMETRO: UM ESTUDO
COMPARATIVO COM ORGANISMOS CONGÊNERES DE DIVERSOS
PAÍSES

Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado em


Sistemas de Gestão da Universidade Federal Fluminense,
como requisito parcial para obtenção do Grau de Mestre
em Sistemas de Gestão. Área de concentração: Sistema
de Gestão pela Qualidade Total.

Aprovado em 13 de fevereiro de 2006.

BANCA EXAMINADORA

_______________________________________________________________
Prof. José Rodrigues de Farias Filho, D.Sc.
Universidade Federal Fluminense

_______________________________________________________________
Prof. Fernando Benedicto Mainier, D.Sc.
Universidade Federal Fluminense

_______________________________________________________________
Prof. Sidnei Quezada Meireles Leite, D. Sc.
Centro Federal de Educação Tecnológica de Química de Nilópolis - RJ
3

Dedico este trabalho

Ao meu pai Agostinho Costa (in memoriam) que nunca deixou de olhar para mim de
onde está agora.

A Heloísa, Diogo e Lucas, minha esposa e filhos, pelo apoio e compreensão à


doação de tempo dedicado a esta pesquisa.
4

AGRADECIMENTOS

Ao Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial, INMETRO,


que me proporcionou a oportunidade de desenvolver este trabalho, contribuindo para o
meu crescimento profissional.

A todos que direta e indiretamente contribuíram para a realização desta pesquisa.


5

RESUMO

O presente trabalho tem como objetivo analisar e comparar os processos de


acreditação de organismos de certificação de sistemas de gestão de alguns
acreditadores estrangeiros com o processo de mesma natureza operado pela
CGCRE/INMETRO, verificando-se as convergências e identificando-se as
diferenças, notadamente aquelas variáveis que influem no tempo de acreditação,
visando propor ações que, quando implementadas, auxiliarão na redução do tempo
médio do processo de acreditação operacionalizado pela CGCRE/INMETRO. Por
meio de análise e comparação dos procedimentos de acreditação dos organismos
acreditadores selecionados, com a necessária revisão bibliográfica sobre a
acreditação de organismos de certificação, a contextualização do processo de
acreditação e a análise das estruturas dos organismos de acreditação estrangeiros e
da CGCRE/INMETRO por meio de pesquisa qualitativa foi possível deduzir que o
tempo médio do processo de acreditação de organismos de certificação de sistemas
de gestão operado pela CGCRE/INMETRO é maior do que a média dos outros
organismos, causando assim uma situação crítica para o atendimento das
expectativas da CGCRE/INMETRO quanto ao atendimento de uma demanda
crescente por acreditações. Neste sentido, tornou-se necessário investigar as fases
dos processos de acreditação utilizadas pelos organismos estrangeiros, entendendo
as diferentes formas de atuação nas etapas de acreditação de organismos de
certificação de sistemas de gestão, identificando ações que auxiliarão na redução do
tempo médio do processo de acreditação operacionalizado pela CGCRE/INMETRO.

Palavras-chaves: acreditação, sistemas de gestão, avaliação da conformidade,


qualidade.
6

ABSTRACT

This work aims at analyzing and comparing the processes of accreditation of


management systems certification body of some foreign accreditation bodies with the
process of same nature performed by CGCRE/INMETRO, verifying the
convergences and identifying the differences, especially those variables that
influence on the time of accreditation, aiming at proposing actions that, when
implemented, will aid in the reduction of the average time of the accreditation process
performed by CGCRE/INMETRO. Through analysis and comparison of the
accreditation procedures of the accreditation bodies selected, with the necessary
bibliographical review on the accreditation of certification bodies, the context of the
accreditation process and the analysis of the structures of the foreign accreditation
bodies and of CGCRE/INMETRO through qualitative research, it was possible to
deduce that the average time of the accreditation process of management systems
certification bodies performed by CGCRE/INMETRO is higher than the average time
of the other accreditation bodies, causing a critical situation for attending of the
expectations of CGCRE/INMETRO regarding the attendance of a growing demand
for accreditation. In this sense, it is necessary to investigate the steps of the
accreditation process used by the foreign accreditation bodies, understanding the
different ways for performing the steps of the accreditation process of management
systems certification bodies identifying actions that will help in the reduction of the
average time of the accreditation process performed by CGCRE/INMETRO.

Key words: accreditation, management system, conformity assessment, quality.


7

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 - Sistema de acreditação 13


FIGURA 2 - Esquema de acreditação 14
FIGURA 3 - As cinco forças que afetam a competitividade 22
FIGURA 4 - O Ciclo PDCA 39
FIGURA 5 - Composição básica da pesquisa 42
FIGURA 6 - Etapas da pesquisa 44
FIGURA 7 - Procedimentos de acreditação avaliados 46
FIGURA 8 - Esquema de interação das atividades da ENAC 49
FIGURA 9 - Organograma da ENAC 52
FIGURA 10 - Logomarca da ENAC (de acreditación) 55
FIGURA 11 - Processo de acreditação do ENAC 55
FIGURA 12 - Estrutura do OAA 58
FIGURA 13 - Marca do OAAA 60
FIGURA 14 - Estrutura de atuação organizacional do ANAB 63
FIGURA 15 - Marca de acreditação do ANAB 64
FIGURA 16 - Estrutura do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e 67
Comércio Exterior
FIGURA 17 - Estrutura organizacional do INMETRO 68
FIGURA 18 - Estrutura organizacional da CGCRE 70
FIGURA 19 - Fluxograma de acreditação inicial de organismos de 73
certificação de sistemas de gestão
FIGURA 20 - A Logomarca INMETRO 74
FIGURA 21 - Tempos de processo de acreditação – SESIT 76
FIGURA 22 - Variação do n° de organismos acreditados x n° de funcionários 92
do SESIT
8

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas


ANAB ANSI-ASQ National Accreditation Board
ANSI American National Standards Institute
ASQ American Society for Quality
BPL Boas Práticas de Laboratório
CASCO Committee on conformity assess
CBAC Comitê Brasileiro de Avaliação da Conformidade
CGCRE Coordenação Geral de Credenciamento
CNPJ Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica
CONMETRO Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade
Industrial
DICLA Divisão de Credenciamento de Laboratórios
DICOR Divisão de Credenciamento de Organismos
EMS Enviromental Management System
ENAC Entidad Nacional de Acreditación
IAAC Interamerican Accreditation Cooperation
IAF International Accreditation Forum
IEC International Electrotechnical Commission
ILAC International Laboratory Accreditation Cooperation
INMETRO Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade
Industrial
ISO International Organization for Standardization
MLA Multilateral Recognition Arrangement
NAP National Accreditation Program
NBR Norma Brasileira
OAA Organismo Argentino de Acreditación
OAC Organismo de Avaliação da Conformidade
PDCA Plan - Do - Check - Action
PROGE Procuradoria Jurídica do INMETRO
QMS Quality Management System
RAB Registrar Accreditation Board
9

RAD Relatório de Análise de Documentação


RAS Relatório de Análise da Solicitação
RAT Relatório de auditoria testemunha
RAU Relatório de Auditoria
SESIT Setor de Sistemas e Treinamentos
SINMETRO Sistema Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade
Industrial
TA Técnico de Acreditação
TBT Technical Barriers to Trade
UP Unidade Principal do INMETRO
WTO World Trade Organization
10

SUMÁRIO

1 O PROBLEMA...........................................................................................13
1.1 INTRODUÇÃO ...........................................................................................13
1.2 SITUAÇÃO PROBLEMA............................................................................15
1.3 OBJETIVOS DO ESTUDO.........................................................................17
1.3.1 Objetivo geral ...........................................................................................17
1.3.2 Objetivos específicos ..............................................................................18
1.4 QUESTÕES DO ESTUDO.........................................................................18
1.5 IMPORTÂNCIA DO ESTUDO ....................................................................18
1.6 DELIMITAÇÃO DO TRABALHO ................................................................19
1.7 ORGANIZAÇÃO DO ESTUDO ..................................................................20
2 FUNDAMENTACÃO TEÓRICA.................................................................21
2.1 COMPETITIVIDADE ..................................................................................21
2.2 QUALIDADE ..............................................................................................24
2.3 A QUALIDADE E A VANTAGEM COMPETITIVA ......................................26
2.4 CONCEITO DE AVALIAÇÃO DA CONFORMIDADE.................................27
2.4.1 Mecanismos de avaliação da conformidade .........................................29
2.5 CONCEITO DE ACREDITAÇÃO ...............................................................29
2.6 NORMAS DE ACREDITAÇÃO ..................................................................32
2.6.1 A ISO/IEC 17011 .......................................................................................31
2.7 O IAF........................................................................................................343
2.8 CONCEITOS DE GESTÃO DA QUALIDADE ............................................35
2.8.1 Foco no cliente.........................................................................................35
2.8.2 Liderança ..................................................................................................37
2.8.3 Envolvimento de pessoas .......................................................................36
2.8.4 Abordagem de processo .........................................................................38
2.8.5 Abordagem sistêmica para a gestão..........................................................37
2.8.6 Melhoria contínua ....................................................................................39
2.8.7 Abordagem factual para tomada de decisão..............................................40
2.8.8 Benefícios mútuos nas relações com os fornecedores ..............................41
3 METODOLOGIA ........................................................................................42
3.1 A PESQUISA .............................................................................................42
11

3.2 CATEGORIZAÇÃO DA PESQUISA...........................................................43


3.3 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA .............................................................44
3.4 ETAPAS DA PESQUISA E AMOSTRA......................................................45
3.5 ANÁLISE DE DADOS ................................................................................46
3.6 LIMITAÇÃO DA PESQUISA ......................................................................48
4 OS ORGANISMOS DE ACREDITAÇÃO...................................................49
4.1 A ENAC......................................................................................................49
4.1.1 Visão Geral da ENAC ...............................................................................49
4.1.2 Estrutura da ENAC...................................................................................51
4.1.3 A acreditação da ENAC ...........................................................................53
4.2 OAA ...........................................................................................................57
4.2.1 Visão Geral do OAA .................................................................................57
4.2.2 Estrutura do OAA.....................................................................................58
4.2.3 A acreditação do OAA .............................................................................59
4.3 ANAB .........................................................................................................61
4.3.1 Visão Geral do ANAB...............................................................................61
4.3.2 Estrutura do ANAB ..................................................................................62
4.3.3 A acreditação do ANAB...........................................................................64
4.4 INMETRO ..................................................................................................66
4.4.1 Visão Geral do INMETRO ........................................................................66
4.3.2 Estrutura do INMETRO ............................................................................67
4.4.3 A acreditação do INMETRO.....................................................................71
5 DESENVOLVIMENTO ...............................................................................75
5.1 O TEMPO MÉDIO DE ACREDITAÇÃO .....................................................75
5.2 AS FASES DO PROCESSO DE ACREDITAÇÃO .....................................78
5.3 ESTUDO DA FASE DE SOLICITAÇÃO DE ACREDITAÇÃO ....................79
5.3.1 Conclusões sobre a fase de solicitação de acreditação.............................80
5.4 ESTUDO DA FASE DE ANÁLISE DE DOCUMENTAÇÃO ........................81
5.4.1 Conclusões sobre a fase de análise de documentação .............................83
5.5 ESTUDO SOBRE A FASE DE AVALIAÇÃO INICIAL ................................83
5.5.1 Conclusões sobre a fase de avaliação inicial.............................................88
5.6 ESTUDO DA FASE DE CONCESSÃO DA ACREDITAÇÃO .....................89
5.6.1 Conclusões sobre a fase de concessão da acreditação ............................90
12

5.7 OS RECURSOS HUMANOS ENVOLVIDOS NA ACREDITAÇÃO DO


INMETRO.................................................................................................................91
6 CONCLUSÕES..........................................................................................94
REFERÊNCIAS........................................................................................................97
APÊNDICES............................................................................................................100
13

1 O PROBLEMA

1.1 INTRODUÇÃO

No mundo com uma economia globalizada, uma condição para que os


produtos e serviços de uma economia possam ter a liberdade de circular
internacionalmente, sem a necessidade de re-ensaios ou inspeções, é a
necessidade que eles possuam sua avaliação da conformidade declarada.

Para executar a atividade de declarar objetivamente a conformidade de


produtos e serviços existem os Organismos de Avaliação da Conformidade (OACs),
que executam atividades que incluem a certificação, inspeção, calibração e ensaios.

Entende-se por certificação a atividade desenvolvida por um OAC para avaliar


a conformidade de produtos, serviços e fornecedores quanto a especificações e/ou
requisitos. A certificação de sistemas de gestão atesta a conformidade do modelo de
gestão de fabricação e de prestadores de serviço em relação a requisitos
normativos, como por exemplo, o sistema de gestão da qualidade certificado pelos
critérios estabelecidos pela ISO 9001:2000.

Para garantir às partes interessadas, autoridades regulamentadoras,


comprador e cidadãos, que os OACs são competentes no desempenho de suas
atividades, existe a atuação dos organismos de acreditação que, com a devida
imparcialidade, verificam a competência dos organismos de avaliação da
conformidade. Este sistema, mostrado na figura 1, além de transmitir confiança ao
consumidor, cidadão e órgão regulamentador, facilita o comércio entre países.

Acreditação é o reconhecimento formal por um organismo de acreditação, de


que um laboratório ou um organismo de certificação ou inspeção, atende a requisitos
previamente definidos e demonstra ser competente para realizar suas atividades
com confiança. Segundo a norma ABNT NBR ISO/IEC 17011:2005 a definição de
acreditação é “atestação de terceira-parte relacionada a um organismo de avaliação
da conformidade, comunicando a demonstração formal da sua competência para
realizar tarefas específicas de avaliação da conformidade”.
14

No Brasil, o organismo que tem a autoridade para acreditar é o Instituto


Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial – INMETRO, através
da sua Unidade Principal, Coordenação Geral de Credenciamento – CGCRE. Tal
atribuição lhe foi concedida pela a publicação da Resolução CONMETRO 08/92, em
24 de agosto de 1992, criou o Comitê Brasileiro de Certificação (CBC), atual Comitê
Brasileiro de Avaliação da Conformidade (CBAC), com a função de aprovar
procedimentos, critérios e regulamentos para a acreditação de organismos de
certificação. O INMETRO passava a acreditar e avaliar os organismos de
certificação públicos e privados.

Organismos de acreditação avaliam a


Organismo de acreditação competência dos OAC. Eles podem facilitar o
comércio, promovendo a aceitação global
dos resultados de avaliação de conformidade
emitidos pelos OAC acreditados. Isto é
reforçado caso eles tenham sido avaliados
por seus pares e sejam membros de acordos
Avalia a competência de reconhecimento mútuo entre organismos
de acreditação.

Organismos de avaliação da conformidade

Os OAC avaliam a conformidade de


Avalia a conformidade produtos, serviços e fornecedores quanto a
especificações e/ou requisitos.

Produtos
(incluindo
serviços)
Compradores adquirem produtos (incluindo
Fornecedor serviços) que estão em conformidade com
as especificações ou compram de
fornecedores que demonstram a
conformidade com requisitos específicos.

Autoridades regulamentadoras podem fixar


requisitos para produtos e fornecedores.

NOTA A palavra fornecedor é usada com o significado de provedor de produtos (incluindo serviços).

Figura 1 – Sistema de acreditação


Fonte: Norma ABNT NBR ISO/IEC 17011:2005 – Set/2005
15

Conforme o Regimento Interno do INMETRO, é da competência do Setor de


Sistemas e de Treinamento (SESIT) gerenciar e executar as atividades de
acreditação de organismos de certificação de sistemas e de treinamento.

A figura 2 apresenta um esquema simplificado da atividade de acreditação


desenvolvida pela CGCRE/INMETRO.

Organismo Acreditador
Cgcre/Inmetro
Reconhece a competência

Executa avaliação segundo


um Guia específico Executa avaliação segundo
Ex.: Guia 62 ; 66 uma norma específica
Ex.: Sistema de Gestão da Qualidade
ISO 9001:2000

Certificadora Organização
Certifica que a organização (empresa) Norma (empresa)
cumpre uma norma específica

Produto/serviço

Figura 2 – Esquema de acreditação


Fonte: O autor

1.2 SITUAÇÃO PROBLEMA

É crescente a importância da avaliação da conformidade como instrumento


regulador do mercado interno e do mercado globalizado, pois é de grande relevância
para o desenvolvimento industrial, para o incentivo ao comércio interno e externo e
para proteção e defesa do consumidor.

Os principais aspectos que justificam a importância da utilização de


programas de avaliação da conformidade são:

• Propiciar a concorrência justa.

• Estimular a melhoria contínua da qualidade;

• Informar e proteger o consumidor;


16

• Facilitar o comércio exterior, possibilitando o incremento das exportações;

• Proteger o mercado interno;

• Agregar valor às marcas;

A certificação de Sistemas de Gestão atesta a conformidade do modelo de


gestão de processos produtivos e prestadores de serviço em relação a requisitos
normativos. O objetivo das normas de gestão é possibilitar às empresas uma gestão
por processos, enfatizando as ações de prevenção de defeitos. Por outro lado, o
objetivo das normas de sistemas de gestão é estabelecer um sistema de gestão da
organização, de forma a assegurar a repetitividade e a previsibilidade, no
fornecimento de um produto ou serviço, também tendo como principal objetivo a
satisfação dos clientes.

A certificação de sistemas de gestão garante que a organização funciona de


maneira consistente, preocupada com a qualidade, ou com o meio ambiente, e que
seus empregados têm noção clara de como obter a qualidade, ou como preservar o
meio ambiente.

A acreditação é o reconhecimento formal, concedido por um organismo


autorizado, de que a entidade foi avaliada, segundo guias e normas nacionais e
internacionais e tem competência técnica e gerencial para realizar tarefas
específicas de avaliação da conformidade de terceira parte.

Nesse esquema, o órgão acreditador acredita o OAC que, por sua vez,
reconhece a conformidade de um sistema de gestão.

O cumprimento de exigências e o rigor técnico conferem credibilidade às


atividades de certificação desenvolvidas em cada país, sendo a credibilidade um
pré-requisito para o ingresso de produtos, processos ou serviços importados nos
principais mercados.

No Brasil, o INMETRO é o único organismo acreditador reconhecido no


Sistema Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial – SINMETRO,
além de ser reconhecido pelo International Accreditation Forum (IAF). O Brasil segue
o exemplo dos sistemas mais modernos, nos quais somente um organismo
acreditador por país ou economia é reconhecido, nos quais também há uma clara
separação entre as atividades de certificação e de acreditação.
17

Por conta disto, existe uma necessidade de se possuir organismos de


certificação acreditados, para atender à demanda de certificações crescentes, o que
coloca o processo de acreditação do INMETRO como uma variável importante na
equação da avaliação da conformidade.

O sistema de acreditação de organismos de certificação de sistemas de


gestão operacionalizado pelo SESIT segue diretriz internacional, que o coloca em
equivalência com outros organismos estrangeiros congêneres, com os quais são
mantidos diversos acordos. Dentre estes acordos, cite-se o Acordo de
Reconhecimento Multilateral – Multilateral Recognition Arrangement (MLA) para
organismos acreditadores de organismos de certificação de sistema de gestão da
qualidade, realizado com o Fórum Internacional de Acreditação – IAF.

Para operacionalizar as acreditações dos OACs, o SESIT realiza diversas


atividades, que incluem as avaliações internas, técnicas e administrativas, e as
avaliações externas, de auditoria. Atualmente, o SESIT dispõe de uma estrutura de
09 técnicos de acreditação e 3 funcionários administrativos. O tempo médio de
duração de um processo de acreditação é de aproximadamente 12 meses.
Entretanto existe uma expectativa internacionalmente aceita de que este processo
leve em torno de 6 meses. Para os processos de extensão, reacreditação e
supervisão, os tempos são 3 vezes superiores às expectativas internacionais
(FONSECA, H., 2003).

Por esta avaliação, pode-se constatar que devido ao tempo do processo de


acreditação desenvolvido pelo SESIT ser maior que o necessário, existe uma
barreira para o atendimento da demanda de certificações, causando prejuízos às
organizações que buscam esta forma de avaliação da conformidade.

1.3 OBJETIVOS DO ESTUDO

1.3.1 Objetivo geral

Esta pesquisa tem como objetivo geral comparar os processos de acreditação


de alguns organismos acreditadores estrangeiros com o processo do INMETRO,
verificando-se as convergências e identificando-se as diferenças, notadamente
18

aquelas variáveis que influem no tempo de acreditação, visando propor ações que,
quando implementadas pelo SESIT, auxiliarão na redução do tempo médio do
processo de acreditação operacionalizado pela CGCRE/INMETRO.

1.3.2 Objetivos específicos

Para desenvolver a dissertação, tornou-se necessário cumprir as seguintes


etapas:
• Identificar as variáveis mais relevantes do processo de acreditação que influem
no tempo de acreditação;
• Analisar a necessidade de aumento da quantidade de recursos humanos no
SESIT; e
• Analisar o processo de acreditação utilizado pelo INMETRO, quanto à otimização
das variáveis que impactam no tempo de acreditação.

1.4 QUESTÕES DO ESTUDO

O desempenho da atividade de acreditação de organismos de certificação de


sistemas de gestão tem levantado questionamentos sobre o tempo do processo de
acreditação. O presente trabalho visa responder as seguintes questões:

a) O tempo médio do processo de acreditação utilizado no SESIT é elevado?


b) Quais as implicações decorrentes de um tempo elevado do processo de
acreditação?
c) Qual é a importância de um organismo acreditador garantir a qualidade e a
credibilidade em manter um número razoável de OACs acreditados, levando-se em
conta o desenvolvimento sustentável do processo de acreditação?
d) Como uma autarquia federal, atuando como órgão acreditador, trata a renovação
e a qualificação de recursos humanos para desenvolver o processo de acreditação?

1.5 IMPORTÂNCIA DO ESTUDO

A operacionalização de um processo de acreditação mais eficiente


proporcionará um melhor atendimento às necessidades dos clientes da acreditação,
que, diretamente, são as certificadoras e organizações certificadas, e, indiretamente,
19

os cidadãos consumidores dos produtos e serviços produzidos por estas


organizações.
Ao verificar as convergências e identificar as diferenças, notadamente
aquelas que possam ser adotadas no Brasil, será sugerido um aprimoramento do
nosso sistema, identificando-se pontos de melhoria e propondo a sua
implementação no modelo de acreditação do SESIT, para que se operacionalize um
processo de acreditação mais rápido, mantendo-se a confiabilidade e a credibilidade
desse processo.

Os organismos internacionais escolhidos para serem foco do estudo são:


ANSI-ASQ National Accreditation Board (ANAB), dos Estados Unidos; o Organismo
Argentino de Acreditación (OAA ) e a Entidad Nacional de Acreditación (ENAC), da
Espanha. A escolha destes foi orientada pelos seguintes fatores: o ANAB foi
escolhido pelo fato de atuar na maior economia do mundo, atualmente, o que dará
uma visão de como são tratados os problemas relativos a uma grande demanda de
acreditações. A escolha do organismo argentino foi feita pela particularidade de se
tratar de um país com uma economia não muito estável, onde o relacionamento com
as certificadoras é muito focado no custo financeiro do processo de acreditação. O
ENAC da Espanha foi escolhida por atuar em um país europeu de língua latina, o
que proporciona uma facilidade para a troca de informações. Todos os acreditadores
escolhidos são membros do International Accreditation Forum - IAF, entidade
composta por representantes de organismos de acreditação de diversos países do
mundo, da qual o INMETRO faz parte.

1.6 DELIMITAÇÃO DO TRABALHO

Este trabalho limita-se à análise do processo de acreditação de organismos


de certificação de sistemas de gestão, enfatizando o tempo de duração dos
processos de acreditação desenvolvidos pelo SESIT. Nesta análise será levada em
consideração cada etapa utilizada no modelo de acreditação no âmbito do SESIT,
avaliando-se seu impacto no tempo final do processo.

Não são considerados os outros tipos de acreditação realizados no


INMETRO, de Organismos de Certificação de Produtos, Organismos de Certificação
de Avaliação de Desempenho, Organismos de Certificação de Pessoas e
20

Organismos de Inspeção, pois cada tipo de acreditação tem as suas especificidades,


e são de responsabilidade de outros setores.

A pesquisa não se baseia em dados estatísticos, pois a natureza singular do


processo não permite que se faça uso da ferramenta estatística para o seu estudo.

1.7 ORGANIZAÇÃO DO ESTUDO

Esse estudo está organizado em seis partes:

No primeiro capítulo é apresentada a introdução ao tema estudado, além do


escopo do mesmo. São abordados os objetivos a serem alcançados com essa
pesquisa e a sua importância.

O segundo capítulo tem por objetivo apresentar a revisão de conhecimentos


pertinentes ao tema foco do estudo, buscando-se a sua relevância como diferencial
competitivo, através da utilização do mecanismo de certificação de sistemas de
gestão.

O objetivo do terceiro capítulo consiste em descrever como a pesquisa foi


planejada e fundamentada, explicitando seus aspectos metodológicos, a fim de
atingir o objetivo da pesquisa descrito no item 1.3 desta dissertação.
O quarto capítulo descreve detalhadamente os organismos de acreditação
utilizados como modelos nesta pesquisa, aborda como são estruturados e identifica
seus aspectos operacionais.

O objetivo do quinto capítulo é apresentar os resultados obtidos com o estudo


proposto, avaliando os processos de acreditação da CGCRE/INMETRO e dos
organismos estrangeiros, identificando as variáveis mais relevantes do processo de
acreditação que influem no tempo de acreditação. Além disso, este capítulo também
visa analisar a necessidade de aumento da quantidade recursos humanos no
SESIT; e analisar o processo de acreditação utilizado na CGCRE/INMETRO, quanto
à otimização das variáveis que impactam no tempo de acreditação.

No sexto capítulo são apresentadas as conclusões obtidas no trabalho e as


recomendações para aplicação em trabalhos futuros.
21

2 FUNDAMENTACÃO TEÓRICA

Este capítulo tem por objetivo apresentar a revisão de conhecimentos


pertinentes ao tema foco do estudo. Busca-se estabelecer que a acreditação de
organismos de certificação tem impacto na estratégia competitiva, através da
utilização do mecanismo de avaliação da conformidade de certificação de sistemas
de gestão.

2.1 COMPETITIVIDADE

As transformações que o mundo vem sofrendo, sejam sociais, políticas ou


econômicas, estão propiciando um aumento considerável da competição entre os
diversos agentes econômicos que fazem parte da sociedade. Existe uma busca, por
parte das organizações, para atuarem com sucesso frente aos seus clientes.
Para termos uma visão melhor de competitividade, devemos conhecer que
existem duas concepções distintas que discutem o tema. A primeira é encontrada
nos trabalhos de Michael Porter, que defende que as “Vantagens Competitivas” são
determinantes do aumento do bem estar de uma nação, pois a competitividade das
nações está ligada de forma direta à competitividade das empresas que aí atuam.
Já os trabalhos do economista David Ricardo afirmam que a competitividade
dos países depende das “Vantagens Comparativas”, que são decorrentes de
diferenças tecnológicas entre os países, que irão gerar maior bem estar para as
populações, caso exista especialização na produção de um bem cuja produtividade
é maior neste país. Esta competição se dá via preços ou câmbio, ou seja, países
que tivessem produtividade inferior só poderiam elevar suas vendas reduzindo
preços ou câmbio, reduzindo assim o preço da mercadoria.
A vantagem comparativa implica em que um país ou indivíduo possa focar
recursos naquilo que, em termos relativos, faz melhor que o restante. O comércio
internacional não é determinado pelos custos absolutos de produção, mas pelos
custos de oportunidade, dependentes de fatores relativos entre as nações.
Para Porter (1991), a competição via redução de preços, decorrente da
diminuição da margem de lucro, retirada de benefícios de trabalhadores, subsídios
governamentais, é limitada, pois acaba reduzindo o poder de compra da população
22

e a capacidade de investimento das empresas, causando desemprego e recessão. A


solução, segundo Porter, é as empresas investirem em tecnologia, marketing e
projetos inovadores, pois isto proporcionará as vantagens nas competições
internacionais, aumentando o valor agregado e facilitando a colocação do produto no
mercado globalizado, proporcionando assim uma vantagem competitiva às
empresas e aos países.
Porter (1993, p.73), numa abordagem mais ampla, coloca claramente sua
posição em relação aos países que competem no mercado global, ressaltando os
fatores importantes para o entendimento dos mecanismos de busca da
competitividade.
Prosperidade nacional é criada, não herdada...A competitividade de
uma nação depende da capacidade de sua indústria de inovar e
atualizar-se. As companhias ganham vantagem competitiva contra os
melhores competidores do mundo por causa da pressão e do
desafio.

Assim, a solução para as empresas e países é investirem em fatores como


tecnologia, design, marketing, branding, etc, que proporcionam a elas vantagens
reais na competição internacional. Estes fatores aumentam o valor agregado e
facilitam a inserção internacional dos produtos, ou seja, aumentam a capacidade
competitiva das empresas e dos países.

Porter (1993, p.46) defende a idéia de que a organização está à mercê de


ameaças e oportunidades. A competição em determinado setor industrial é
influenciada por um conjunto de cinco principais forças competitivas: ameaças de
empresas ingressantes, ameaças de produtos e serviços novos e substitutos, poder
de negociação de fornecedores, poder de negociação dos compradores e rivalidade
entre as empresas existentes. As forças competitivas que atuam na empresa podem
ser observadas na figura 3.
23

Figura 3 - As cinco forças que afetam a competitividade.


Fonte: Porter (1989).

A seguir são descritas as 5 Forças cuja combinação influencia a natureza da


competição e a escolha da estratégia mais adequada para se obter um melhor
resultado:
a) Poder de negociação dos fornecedores: este poder se manifesta na
capacidade dos mesmos de elevar os preços ou reduzir a qualidade dos bens e
serviços fornecidos. É maior quando é mais concentrado do que a indústria da qual
participa, quando tem clientes diversificados, quando o produto fornecido é
importante para o negócio do cliente e quando os concorrentes dos fornecedores
apresentam produtos diferenciados com custo de mudança alto. Em outras palavras,
o poder dos fornecedores será grande quando os compradores tiverem dificuldade
em trocar ou utilizar mais de um fornecedor.
b) Poder de negociação dos compradores: o poder de negociação dos
compradores é tanto maior quanto a importância de suas compras para a indústria.
Quando forte, afeta a indústria forçando os preços para baixo, exigindo melhorias na
qualidade, nos serviços de manutenção, na compatibilidade dos produtos e nas
garantias, gerando, conseqüentemente, aumento acirrado da competição entre os
concorrentes.
24

c) Pressão dos produtos substitutos: toda indústria concorre com produtos


substitutos, produtos que podem desempenhar a mesma função dos produtos de
determinada indústria. Quanto melhor a relação desempenho/preço dos produtos
substitutos, maior a pressão sobre o lucro da indústria.
d) Ameaça de novos entrantes: novos entrantes representam uma ameaça
porque geralmente chegam bem capitalizados e com forte intenção de conquistar
alguma parcela do mercado. Conseqüentemente, com um novo entrante, os preços
podem cair e os custos serem inflacionados, diminuindo a rentabilidade do negócio.
e) Rivalidade entre os concorrentes: a rivalidade entre concorrentes se dá
pela disputa por posição. Esta disputa ocorre em função de pressões ou busca por
melhores posições no mercado.
Uma vez que as forças externas em geral afetam todas as empresas na
indústria, o ponto básico encontra-se nas diferentes habilidades em lidar com elas, e,
portanto, a meta da estratégia competitiva para uma unidade empresarial em uma
determinada indústria é encontrar uma posição dentro dela em que a companhia
possa melhor se defender contra estas forças competitivas ou influenciá-las a seu
favor.
A vantagem competitiva de uma determinada empresa só pode ser obtida
através da diminuição da vantagem competitiva de seu oponente, caracterizada pelo
polinômio fornecedor-cliente. A indústria deve desenvolver habilidades específicas
para lidar com elas.

2.2 QUALIDADE

Após o explanado sobre competitividade e verificado que a qualidade tem


uma influência na mesma, busca-se, a seguir, entender as definições e os conceitos
da qualidade, bem como o significado que ela assumiu para aplicação no processo
produtivo.
Hutchins (1992), ao tratar da qualidade, afirma ter consultado os dicionários
Webster’s e Oxford, de língua inglesa, e ambos definem qualidade como “grau de
excelência”.
Em virtude da evolução do entendimento e do uso de ações de melhoria de
qualidade nas empresas, surgiu também a necessidade do entendimento do próprio
termo qualidade que se modificou de acordo com essa dinâmica.
25

Campos (1992, p.2) propõe que “um produto ou serviço de qualidade é aquele
que atende perfeitamente, de forma confiável, de forma acessível, de forma segura e
no tempo certo às necessidades do cliente”. Em outros termos, um produto ou
serviço de qualidade é aquele que tem um projeto adequado, sem defeitos; de baixo
custo; com segurança e entrega no prazo certo, no local certo e na quantidade certa.
Entre os anos 60 e 80, foram publicados trabalhos que tratavam da extensão
do conceito básico da qualidade com diferentes abordagens.
Os principais autores que contribuíram para o mesmo assunto, mas com
abordagens, enfoques e amplitudes diferentes são: William E. Deming, Joseph M.
Juran, Armand V. Feigenbaum e Philip B. Crosby.
A) William E. Deming:
Deming aborda a qualidade usando a estatística nos processos, salientando
os problemas da variabilidade e suas causas. Técnicas estatísticas, como gráficos
de controle de processos, são propostas por permitirem a distinção entre “causas
especiais e comuns”, as primeiras atribuídas a indivíduos ou máquinas, e as outras
de responsabilidade geral como falhas de matérias primas.
Deming destaca uma abordagem sistêmica para a avaliação do desempenho
da qualidade em todos os níveis da organização, conhecida como Ciclo de Deming
ou PDCA – Plan, Do, Check, Action. A afirmativa que “a qualidade para ser
produzida deve ser medida através da interação de três participantes: (1) o produto
em si; (2) o usuário e como ele usa o produto; (3) as instruções de uso, treinamento
do cliente e treinamento da assistência técnica, os serviços disponíveis para reparos,
a disponibilidade das peças” (DEMING,1990, p.130) fornece bases objetivas para
sua análise desde os projetos de produtos ou serviços.
B) Joseph M. Juran:
Juran (1990, p.45) apresenta várias definições de qualidade: ”Um dos
significados da qualidade é desempenho do produto”, ”Outro significado é a
ausência de deficiências”. Mas a definição mais simples e mais conhecida é
”Qualidade é adequação ao uso”, Juran (1991, p.39), ou seja, a qualidade deve ser
conceituada a partir do usuário. Esta definição deve ser compreendida e
implementada em todos os aspectos do gerenciamento de uma organização.
C) Armand V. Feigenbaum:
A contribuição de Feigenbaum refere-se ao conceito de “Controle da
Qualidade Total” nos anos 60 e 70, como um sistema eficiente para a integração do
26

desenvolvimento da qualidade, da manutenção da qualidade e dos esforços de


melhoramento da qualidade em todos os níveis econômicos e por toda a empresa.
Feigenbaum (1994) conceitua a qualidade como um conjunto de
características incorporadas ao produto através de projeto e manufatura que
determina o grau de satisfação do cliente.
D) Philip B. Crosby:
Um dos princípios que fundamenta a filosofia da administração da qualidade,
segundo Crosby (1999), é o cumprimento dos requisitos. Não se trata, pois de uma
adequação aos requisitos, mas de uma fiel conformidade aos mesmos.
O que são requisitos? São respostas a perguntas formuladas pelos clientes.
Tais requisitos devem ser facilmente compreendidos por todos, respeitados e jamais
alterados, a não ser por intermédio de acordo entre aqueles que os criaram.
Para que todos os requisitos dos clientes sejam cumpridos e com isso se
obtenha a qualidade dos produtos e serviços que eles determinam, cabe à gerência
realizar “três tarefas básicas: estabelecer os requisitos que os empregados devem
cumprir, fornecer o material de que necessitam para cumprir tais requisitos; e
permanecer incentivando e ajudando os empregados a cumprir tais requisitos.”
(CROSBY, 1999, p.76).

2.3 A QUALIDADE E A VANTAGEM COMPETITIVA

Após a revolução industrial, no início do século XX, houve um grande


aumento da capacidade de produção, superando a necessidade de consumo, e,
assim utilizou-se uma maior ênfase nas políticas de vendas para ajudar a colocar a
crescente produção. As empresas passaram a se preocupar em oferecer produtos
com melhor desempenho e concepção, ou seja, com mais qualidade.
Atualmente, tanto nas empresas de produção como nas de prestação de
serviços, a qualidade é um dos fatores determinantes da competitividade.
A implantação de padrões de qualidade estabelecidos pela International
Standards Organization (ISO), a família de normas ISO 9000, constituiu um
importante avanço no sentido do uso da qualidade como vantagem competitiva.
Schermerhorn Júnior (1999) escreve que as empresas precisam fazer com
que os princípios da qualidade façam parte dos objetivos estratégicos da
organização, num compromisso de aperfeiçoamento contínuo, fazendo as tarefas
27

direito na primeira vez e principalmente, produzindo bens/serviços de valor para o


cliente.
De acordo com Tucker (apud COBRA, 2000), a empresa que desejar se
manter competitiva terá que se repensar a partir de seu cliente e não de seus
serviços, ficar perto do cliente, observar as tendências de mercado, melhorar bens e
serviços e buscar novas idéias. Cobra (2000, p.124) comenta que essa visão de
mercado irá adequar a empresa aos desafios que ele apresenta e a fará entrar em
sintonia com os clientes, satisfazendo seus desejos. É preciso que as tendências de
mercado sejam observadas atentamente, pois elas demonstram as mudanças nos
hábitos e estilos de vida.
Este conceito está exigido na cláusula 5.2 da NBR ISO 9001:2000, foco no
cliente, que enfatiza o papel da alta direção na determinação dos requisitos do
cliente e na sua satisfação. Na prática, esta cláusula consubstancia o primeiro
princípio da gestão da qualidade e um dos propósitos do SGQ.
O Foco no Cliente é o primeiro princípio enunciado pela NBR ISO 9000:2000,
e diz “Organizações dependem de seus clientes e, portanto, convém que entendam
as necessidades atuais e futuras do cliente, os seus requisitos e procurem exceder
as suas expectativas”, ou seja, as organizações dependem dos seus clientes, então,
devem identificar, atender e se possível, superar suas necessidades, atuais e futuras
a fim de garantir a sua fidelização.

2.4 CONCEITO DE AVALIAÇÃO DA CONFORMIDADE

Atualmente, devido à globalização do comércio, existe uma grande demanda


de produtos e serviços fabricados em diversos países ofertados para os
consumidores internos de uma economia. Este crescimento aumenta a dependência
de procedimentos para garantir que os produtos, serviços e sistemas oferecidos,
tantos os internos quanto os importados, atendam às necessidades do consumidor
final.
Alguns produtos ou serviços têm características importantes para saúde,
segurança e meio-ambiente, e não podem ser avaliados simplesmente por
amostragem e exame do mesmo no mercado. Estas características necessitam ser
verificadas para garantir ao comprador que o produto ou serviço está consistente
com as suas exigências de conformidade.
28

As definições de avaliação da conformidade que constam no ABNT ISO/IEC


Guia 2 são as seguintes: item 12.2 avaliação da conformidade (conformity
asssessment); "qualquer atividade com objetivo de determinar, direta ou
indiretamente, que os requisitos aplicáveis são atendidos”; item 14.1 avaliação da
conformidade (conformity evaluation); “exame sistemático do grau de atendimento
por parte de um produto, processo ou serviço aos requisitos especificados”. Em
2000, o Committee on conformity assessment (CASCO) da International
Organization for Standardization (ISO), que é responsável pelo desenvolvimento de
guias e normas internacionais, identificou a necessidade de se ter um conjunto de
terminologias aplicadas à avaliação da conformidade, e decidiu retirar do Guia 2 os
itens-relacionados a esta atividade, que são os referentes aos itens 12 até 17, e criar
a norma ISO/IEC 17000, Conformity assessment – Vocabulary and general
principles, que foi publicada em 2004. Nesta norma a definição de avaliação da
conformidade consta no item 2.1 “conformity assessment; demonstration that
specified requirements relating to a product, process, system, person or body are
fulfilled”, que significa que: avaliação da conformidade é a demonstração que
requisitos específicos relacionados a produtos, processos, sistemas, pessoas ou
organismos são cumpridos.
Os procedimentos de avaliação da conformidade provêem meios de
assegurar que os produtos, serviços, ou sistemas tenham as características
exigidas, e que estas características sejam consistentes com as exigências
requisitadas pelo comprador destes. A avaliação de conformidade inclui:
amostragem e ensaio, inspeção, certificação de produtos e sistemas de gestão. A
certificação é um conjunto de atividades realizadas por um organismo independente
da relação comercial entre produtor e consumidor, organismo de 3ª parte, para
atestar que a organização que fornece o produto ou serviço está atuando de acordo
com os requisitos técnicos especificados. Também faz parte do conjunto de ações
de avaliação da conformidade, a acreditação, que é a demonstração formal da
competência de um organismo para realizar tarefas específicas de avaliação da
conformidade, tais como ensaios e certificação.
A avaliação da conformidade pode verificar que um produto ou serviço atende
a um determinado nível de qualidade ou segurança, e pode proporcionar para o
usuário informação explícita ou implícita sobre suas características, a consistência
29

dessas características e o desempenho do produto. A avaliação da conformidade


também pode aumentar a confiança de um comprador em um produto ou serviço.
É vital para compradores, vendedores, e outras partes interessadas
entenderem o processo de avaliação da conformidade para julgar o valor de um
esquema de avaliação particular competentemente e usar a informação, que é o
resultado daquele esquema, para fazer escolhas de mercado adequadas.
A qualidade da informação de avaliação da conformidade depende da
imparcialidade e competência do organismo de avaliação da conformidade; dos tipos
de atividades de avaliação incluídas no esquema; e da suficiência e conveniência
dos padrões contra os quais o produto é avaliado. Atividades de avaliação da
conformidade impropriamente administradas podem resultar em prejuízos ao
comprador, porém, se corretamente administradas, podem fornecer valiosas
informações ao mercado e servir como base para aumentar as oportunidades de
comércio nacional e internacional.
O impacto das atividades de avaliação da conformidade no comércio foi
particularmente notado em 1994, com a criação do acordo de barreiras técnicas -
Technical Barriers to Trade agreement (TBT) da Organização Mundial do Comércio -
World Trade Organization (WTO). O TBT reconheceu que a atividade de avaliação
da conformidade pode facilitar o fluxo de comércio entre as diversas economias,
porque não há a necessidade de reavaliações de produtos e serviços com a
conformidade avaliada, pois existe uma confiança na avaliação executada por um
OAC de um esquema reconhecido internacionalmente.
O acordo requer que os procedimentos de avaliação da conformidade sejam
utilizados com a visão de não criar obstáculos desnecessários ao comércio
internacional. O acordo requer que os procedimentos de avaliação da conformidade
sejam aplicados da mesma forma tanto para os produtos e serviços de origem
interna, quanto os oriundos do exterior.

2.4.1 Mecanismos de avaliação da conformidade

A avaliação da conformidade possui diferentes mecanismos para verificar a


conformidade de um processo, produto ou serviço em relação aos critérios
estabelecidos por normas e regulamentos técnicos, que são a certificação,
declaração do fornecedor, inspeção, etiquetagem e ensaios.
30

a) Certificação: é um conjunto de atividades desenvolvidas por um organismo


independente da relação comercial, com o objetivo de atestar publicamente, por
escrito, que determinado produto, processo ou serviço está em conformidade com os
requisitos especificados.
b) Declaração do fornecedor: a declaração do fornecedor é o mecanismo utilizado
pelo fornecedor de um produto, processo ou serviço, baseado em um conjunto de
procedimentos estabelecidos e reconhecidos que ele utiliza e declara, de sua própria
responsabilidade, que o seu produto, processo ou serviço está de acordo com uma
norma ou especificação técnica.
c) Inspeção: a inspeção é definida como a avaliação da conformidade pela
observação e julgamento acompanhados, conforme apropriado, por medições,
ensaios ou uso de calibres.
d) Etiquetagem: os produtos etiquetados são os que apresentam etiqueta informativa
indicando seus desempenhos de acordo com os critérios estabelecidos. Esta
etiqueta pode ser comparativa entre produtos de um mesmo tipo ou somente indicar
que o produto atende a um determinado desempenho especificado, podendo ser,
ainda, de caráter compulsório ou voluntário.
e) Ensaios: o ensaio é uma operação técnica que consiste na determinação de uma
ou mais características de um dado produto, processo ou serviço, de acordo com um
procedimento especificado.

2.5 CONCEITO DE ACREDITAÇÃO

Oficialmente o termo acreditação foi introduzido no Sistema Brasileiro de


Avaliação da Conformidade (SBAC) através da resolução nº 5, de 10 de dezembro
de 2003, do Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial
– CONMETRO, que dispôs sobre a alteração do termo “Credenciamento” para
“Acreditação” para expressar reconhecimento de competência de organismos de
avaliação da conformidade no âmbito do SINMETRO.
Tal alteração deveu-se ao fato de ser de prática internacional o uso do
vocábulo “Acreditação” ao invés de “Credenciamento” e que a adoção do termo
“Credenciamento” para expressar reconhecimento de competência estava trazendo
dúvidas quanto ao seu significado, em razão de sua utilização para outras
finalidades.
31

Neste trabalho utilizaremos o termo “acreditação”, mas ao nos referirmos a


alguns títulos ou requisitos, poderemos também utilizar a palavra “credenciamento”
para mantermos a fidelidade do referenciamento. Cabe também ressaltar que o
prazo para a nova terminologia estar totalmente implantada é até 31 de dezembro
de 2007.
A definição de acreditação contida na norma ABNT NBR ISO/IEC 17011:2005
é “atestação de terceira-parte relacionada a um organismo de avaliação da
conformidade, comunicando a demonstração formal da sua competência para
realizar tarefas específicas de avaliação da conformidade”, ou seja, organismos
independentes executam uma verificação imparcial da competência dos OACs para
executarem atividades de avaliação da conformidade, transmitindo confiança para o
comprador e as autoridades reguladoras sobre os produtos, processos ou serviços
avaliados.
A acreditação originou-se no ambiente de laboratórios na Austrália e teve um
crescimento exponencial nos anos 90. Atualmente todas as áreas de avaliação da
conformidade, como certificação de sistema de gestão da qualidade, certificação de
sistema de gestão ambiental, certificação de produtos, certificação de pessoas,
calibração, ensaios e inspeção, têm a competência reconhecida pela acreditação. O
conceito de acreditação é utilizado principalmente pela União Européia em grande
intensidade, que teve uma contribuição importante para a operação de seu mercado
comum. Os resultados obtidos com a acreditação são de grande importância,
indicando que é um dos principais mecanismos para promover confiança e facilitar o
comércio, não só regionalmente, mas também mundialmente.
A acreditação tem dois desafios importantes: primeiro, manter e fortalecer sua
independência e imparcialidade, depois demonstrar que a sua utilização agrega
valor ao produto, processo ou serviço avaliado. Um organismo de acreditação deve
ter uma estrutura organizacional de modo a salvaguardar a objetividade e
imparcialidade de suas atividades. A acreditação foi desenvolvida para reduzir
avaliações e ensaios em duplicidade, pois fabricantes e consumidores estavam
freqüentemente confrontados com múltiplas visitas de auditorias e inspeções,
diferentes requisitos, invocando diferentes interpretações, e com a falta de aceitação
de relatórios de avaliação da conformidade. Isto poderia ocorrer por falta de
confiança na competência dos OACs. É desejado que a acreditação forneça aquela
confiança devido a sua função de controle. Para desenvolver sua função
32

apropriadamente é necessário que o organismo de acreditação atue como um último


nível de controle e não desempenhe funções não relacionadas diretamente com a
acreditação.
O processo de acreditação não deve ignorar a evolução do mercado, mas não
deve fazer parte do mercado. A acreditação deveria ser entendida como um serviço
técnico à sociedade, e não deveria haver nenhuma diferenciação entre acreditação
no setor voluntário e no setor regulador. Esta diferenciação conduziria, certamente, à
duplicação de avaliações, produzindo assim um menor valor agregado ao produto,
processo ou serviço.

2.6 NORMAS DE ACREDITAÇÃO

As normas de acreditação são elaboradas para harmonizar a exigência


mundial para organizações que avaliam a competência de organismos de avaliação
da conformidade, provendo um ponto de referência global para os organismos
acreditadores assegurarem que eles operam de uma maneira coerente, segura e
comparável aos outros OACs internacionais, provendo assim, confiança aos
compradores e reguladores e facilitando o comércio exterior.
Atualmente, a norma de acreditação utilizada como referência no
desempenho das atividades de acreditação do INMETRO, relativa à certificação de
sistemas de gestão, é a ABNT NBR ISO/IEC 17011:2004, Avaliação de
conformidade – Requisitos gerais para organismos de acreditação credenciando
organismos de avaliação de conformidade. Esta norma é um guia que especifica os
requisitos gerais para que um organismo seja reconhecido em nível nacional ou
internacional como competente e confiável na avaliação e subseqüente acreditação
de organismos de certificação de sistemas de gestão.

2.6.1 A ISO/IEC 17011

Em 1998, o CASCO tomou a decisão de criar uma nova norma para


acreditação, pois existiam, na época, três diferentes documentos que cobriam a
função acreditação, o ISO/IEC Guia 61, o ISO/IEC Guia 58 (Requisitos gerais para
acreditação de laboratórios de ensaio e calibração) e a ISO/IEC TR 17010
(Requisitos gerais para acreditação de organismos de inspeção). Muitos organismos
33

de acreditação solicitaram essa revisão, porque, em função de atividades bastante


similares, eles tinham de demonstrar conformidade com dois ou três destes
conjuntos de normas bastante repetitivos, mas ligeiramente diferentes, para os
mesmos atributos.
Foi então lançada, em 2004, a primeira edição da ISO/IEC 17011 que cancela
e substitui o ISO/IEC Guia 58, o ISO/IEC Guia 61 e a ISO/IEC TR 17010. De acordo
com o IAF, os seus membros (Organismos de Acreditação) deverão implementar a
adoção do novo padrão normativo em 2006.
A nova norma internacional especifica os requisitos gerais para organismos
de acreditação que avaliam e concedem acreditação para organismos de avaliação
da conformidade. Ela também é adequada como um documento de requisitos para o
processo de avaliação de pares (peer evaluation) para acordos de reconhecimento
mútuo entre organismos de acreditação.
Uma importante alteração no contexto da norma é a definição explícita dos
serviços que os OACs operam, contemplada no item 1 Objetivo,
...Para os fins desta Norma Internacional, OACs são organizações
que provêm os seguintes serviços de avaliação da conformidade: ensaios,
inspeção, certificação de sistemas de gestão, certificação de pessoal,
certificação de produtos e, no contexto desta Norma Internacional,
calibração. ...

A ISO/IEC 17011:2004 é dividida em 8 (oito) partes, que são as seguintes:


• Objetivo (1); onde é descrita a finalidade de uso da norma, além de definir os
serviços fornecidos pelos OACs;
• Referências Normativas (2); indica as referências de normas indispensáveis
na aplicação da 17011;
• Termos e definições (3); nesta seção são definidos os principais termos
utilizados na norma;
• Organismo de acreditação (4); os requisitos desta seção indicam como o
organismo de acreditação deve manter sua estrutura organizacional, levando
em conta a imparcialidade e confidencialidade, além de estabelecer
minimamente como o organismo deve tratar suas atividades de acreditação,
finanças e responsabilidade legal;
• Gestão (5); esta seção estabelece os requisitos associados à gestão do
organismo acreditador, onde são avaliados, o sistema de gestão em si, o
controle de documentos, a utilização dos registros, a gestão das não
34

conformidades de suas próprias operações, as ações preventivas, auditorias


internas, a análise crítica de seu sistema de gestão e o tratamento dado às
reclamações;
• Recursos humanos (6); este conjunto de requisitos fornece critérios indicando
como o organismo deve tratar não só o pessoal associado, mas também o
pessoal envolvido no processo de acreditação, seu monitoramento de
desempenho e manutenção de registros relativos a estes recursos;
• Processo de acreditação (7); esta seção estabelece critérios gerais para
efetuar a acreditação dos OACs, focando a solicitação de acreditação, análise
crítica da solicitação, subcontratação da avaliação, se aplicável, a preparação
para a avaliação, análise crítica de documentos e registros, a avaliação no
local, análise das constatações e relatório da avaliação, tomada de decisão
sobre a concessão de acreditação, apelações, reavaliação e supervisão,
extensão de acreditação, suspensão, cancelamento ou redução de
acreditação, manutenção de registros sobre OACs, ensaios de proficiência e
outras comparações para laboratórios. Estes últimos, ensaios de proficiência
e comparações, não são aplicáveis para acreditação de organismos de
certificação de sistemas de gestão.
• Responsabilidade do organismo de acreditação (8); a última seção define os
requisitos que devem ser exigidos como obrigações do OAC e como deve ser
tratada a referência à acreditação e o uso de logomarcas.

2.7 O IAF

O International Accreditation Forum (IAF) é uma associação mundial de


Organismos de Acreditação e Avaliação da Conformidade, e outros organismos que
atuam em avaliação da conformidade, nos campos de sistemas de gestão, produtos,
serviços, pessoal ou outros programas similares de avaliação da conformidade. Sua
função principal é o desenvolvimento de um programa único, abrangendo todo o
mundo, de avaliação da conformidade, para reduzir os riscos para produtores e
consumidores, garantindo que os certificados acreditados possam oferecer
confiança. A acreditação garante aos usuários do sistema, a competência e a
imparcialidade do organismo acreditado.
35

O papel principal do IAF é garantir que seus membros somente acreditem


organismos que sejam competentes para realizar as atividades de certificação livres
de conflitos de interesses. Outra função extremamente relevante do IAF é o
estabelecimento de acordos mútuos de reconhecimento, conhecidos como
Multilateral Recognition Arrangements (MLA), entre seus membros, que são
acreditadores, que garantem que um certificado acreditado pode oferecer confiança
em qualquer parte do mundo. Os organismos de acreditação membros do IAF são
admitidos ao MLA somente após uma avaliação estrita de suas operações por uma
equipe de avaliação de pares encarregada em assegurar de que o membro
candidato cumpre inteiramente com os padrões internacionais e as exigências do
IAF.
A participação como membro do IAF é aberta a organismos que conduzem e
administram programas pelos quais acreditam organismos (OACs) para certificar
sistemas da qualidade, produtos, serviços, pessoal e sistemas de gestão ambiental.
Os organismos acreditadores devem declarar suas intenções de se juntar ao MLA do
IAF, reconhecendo a equivalência dos outros organismos acreditadores como
similares aos seus.

2.8 CONCEITOS DE GESTÃO DA QUALIDADE

Atualmente as organizações estão submetidas a freqüentes mudanças com


objetivo de aumentar sua participação no mercado, seja buscando novos produtos
ou tentando outros mercados, além de atender as necessidades de seus clientes
que estão mais informados, mais exigentes e diferenciados. Segundo Anjard (1998,
p.238-247), para que as organizações aumentem sua capacidade competitiva,
algumas formas de melhoria contínua são necessárias, devendo essas organizações
competir em todas as direções, mais especialmente com à qualidade de seus
produtos e serviços.
De acordo com Parasuraman (1985, p.41-50), a globalização da economia e a
concorrência cada vez mais acirrada justificam toda uma preocupação por parte das
organizações com relação aos seus clientes, uma vez que consideram
principalmente os aspectos relacionados à forma de atendimento e a qualidade dos
serviços ou produtos oferecidos.
36

Gestão, segundo Sinha e Wilborn (1985, p.32), é o planejamento,


organização, iniciação e controle de operações como uma força de tomada de
decisão, ou seja, uma parte ou função essencial de qualquer organização.
Para Mello (2002, p.12), sistema de gestão refere-se a tudo o que a
organização faz para gerenciar seus processos ou atividades e, sistemas de gestão
da qualidade, segundo a ABNT (NBR ISO 9001:2000) é um conjunto de elementos
inter-relacionados que estabelecem políticas e objetivos e atingem estes objetivos
dirigindo e controlando uma organização no que diz respeito à qualidade.
A norma NBR ISO 9000:2000; Sistemas de gestão da qualidade –
Fundamentos e vocabulário; apresenta os Princípios da Gestão da Qualidade, com a
seguinte declaração:
Para conduzir e operar com sucesso uma organização, é necessário dirigi-la
e controlá-la de maneira transparente e sistemática. O sucesso pode
resultar da implementação e manutenção de um sistema de gestão
concebido para melhorar continuamente o desempenho, levando em
consideração, ao mesmo tempo, as necessidades de todas as partes
interessadas.

E ainda “Oito princípios de gestão da qualidade foram identificados, os quais


podem ser usados pela Alta Direção para conduzir a organização à melhoria de seu
desempenho”.
A seguir faremos uma breve descrição e avaliação dos oito princípios de
gestão da qualidade:

2.8.1 Foco no cliente

O Foco no Cliente é o primeiro princípio enunciado pela NBR ISO 9000:2000,


e diz “Organizações dependem de seus clientes e, portanto, convém que entendam
as necessidades atuais e futuras do cliente, os seus requisitos e procurem exceder
as suas expectativas”, ou seja, as organizações dependem dos seus clientes, então,
devem identificar, atender e, se possível, superar suas necessidades, atuais e
futuras, a fim de garantir a sua fidelização.
37

2.8.2 Liderança

De acordo com a NBR ISO 9000:2000,


os líderes estabelecem a unidade de propósito e o rumo da organização.
Convém que eles criem e mantenham um ambiente interno, no qual as
pessoas possam estar totalmente envolvidas no propósito de atingir os
objetivos da organização.
A liderança é um grande impulsionador de uma organização, pois o líder
empreendedor e inovador participa efetivamente na identificação das necessidades
do cliente, do acompanhamento das tendências de mercado e dissemina estas
ações para dentro de sua organização. O líder tem a função de definir os caminhos
e políticas da organização, assim como, criar condições adequadas de ambiente de
trabalho que permitam que seus colaboradores possam utilizar todas as suas
competências nas atividades da empresa.
O requisito 5.1; Comprometimento da direção, da NBR ISO 9001:2000,
Sistema de gestão da qualidade – Requisitos; diz “A Alta Direção deve fornecer
evidência do seu comprometimento com o desenvolvimento e com a implementação
do sistema de gestão da qualidade e com a melhoria contínua de sua eficácia[...].”
Em seus trabalhos, David A. Garvin indica a importância do comprometimento
da alta gerência para o sucesso na implementação de sistemas de gestão da
qualidade, “De fato, muitas empresas constataram que só depois de seus mais altos
executivos terem destinado algum tempo à qualidade é que os empregados
perceberam sua importância.” (GARVIN, 2002, p.31);
Talvez a mais forte conclusão que surge desta análise seja a necessidade
da alta gerência envolver-se nas atividades da qualidade. [...]
Responsabilidades desta ordem não podem ser delegadas; como o
movimento da qualidade no Japão mostrou, os altos gerentes têm que ser
os arquitetos da mudança. (GARVIN, 2002, p. 262).

Mauriti Maranhão também afirma “O importante é compreender que o


sucesso do projeto em grande parte vai depender da competência do coordenador.”
(MARANHÃO, 2001, p. 91).

2.8.3 Envolvimento de pessoas

O terceiro princípio enunciado pela NBR ISO 9000:2000 diz “Pessoas de


todos os níveis são a essência de uma organização, e o seu total envolvimento
possibilita que suas habilidades sejam usadas para o benefício da organização”.
38

Este princípio é o que trata do principal recurso disponível na organização, os


recursos humanos envolvidos no processo. Este princípio assegura o uso efetivo do
conhecimento e comprometimento das pessoas envolvidas no processo da
organização. As pessoas precisam ser competentes e estar conscientes da
importância de seu trabalho correto para alcançar os objetivos específicos e
estratégicos da organização. A competência das pessoas é a capacidade
demonstrada para aplicar conhecimentos e habilidades (NBR ISO 9000:2000, item
3.9.12).

2.8.4 Abordagem de processo

É definido no item 0.2 da NBR ISO 9001:2000,


Para uma organização funcionar de maneira eficaz, ela tem que identificar e
gerenciar diversas atividades interligadas. Uma atividade que usa recursos
e que é gerenciada de forma a possibilitar a transformação de entradas em
saídas pode ser considerada um processo[...]. A aplicação de um sistema
de processos em uma organização, junto com a identificação, interações
desses processos e sua gestão, pode ser considerada como “abordagem de
processo

Segundo a NBR ISO 9000:2000 “Um resultado desejado é alcançado mais


eficientemente quando as atividades e os recursos relacionados são gerenciados
como um processo”.
Este princípio identifica a maneira como recursos humanos e materiais
envolvidos em um processo se agrupam para conseguir os resultados desejados. A
organização ao definir e inter-relacionar os seus processos e a garantir o acesso dos
recursos a estes processos estará se habilitando a conseguir resultados mais
eficientes. Os processos devem ser visualizados a fim de se identificar, além das
entradas e saídas, quais são os recursos e as informações necessárias para
assegurar o seu bom desempenho.

2.8.5 Abordagem sistêmica para a gestão

O quinto princípio de gestão da qualidade abordado na NBR ISO 9000:2000 é


a abordagem sistêmica para a gestão, que diz o seguinte ”Identificar, entender e
gerenciar processos inter-relacionados como um sistema contribui para a eficácia da
organização no sentido desta atingir os seus objetivos”.
39

A abordagem sistêmica para a gestão é o princípio que orienta a organização


a determinar quais as expectativas dos clientes, traduzir essas expectativas em
requisitos específicos de produtos e serviços, desenvolver processos capazes e
confiáveis para entregar os produtos e serviços, medir a fim de conferir se foram
atingidos os seus objetivos, e adotar ações para melhorar continuamente os
processos. Os processos assim alinhados permitem que a organização defina os
indicadores de desempenho para monitorá-los adequadamente.

2.8.6 Melhoria contínua

A NBR ISO 9000:2000 cita ”Convém que a melhoria contínua do desempenho


global da organização seja seu objetivo permanente”.
A NBR ISO 9001:2000 diz “O objetivo da melhoria contínua de um sistema de
gestão da qualidade é aumentar a probabilidade de melhorar a satisfação dos
clientes e de outras partes interessadas.”
O método PDCA, que se baseia no controle de processos, foi desenvolvido na
década de 30 pelo americano Walter A. Shewart, que criou o ciclo Planejar -
Executar - Verificar - Agir, em inglês: Plan - Do - Check – Action (PDCA). O PDCA é
um ciclo que se aplicado aos processos, estes passam a ter níveis constantemente
superiores de desempenho, a chamada melhoria contínua.
40

Figura 4 – O Ciclo PDCA


Fonte: Campos (1999).

Yahya e Goh (2001, v.18, n.9, p.941-66) e a ABNT NBR ISO 9001, 2000
enfocam a utilização da metodologia Plan (P) – Do (D) – Check (C) – Act (A) como
ferramenta de avaliação do sistema de gestão para todos os processos da
organização. Esta estrutura consiste no:
• Plan (planejar): estabelecimento de objetivos e processos necessários para
entregar resultados de acordo com os requisitos e a política da organização.
• Do (fazer): implementação dos processos.
• Check (verificar): monitoramento de processos e produtos, relatando
resultados.
• Act (agir): ações a fim de promover continuamente a melhoria no
desempenho do processo.
O ciclo PDCA é um instrumento essencial a ser utilizado, pois será o mesmo
que irá garantir a melhoria contínua dos processos e dos produtos oferecidos pela
organização.
41

2.8.7 Abordagem factual para tomada de decisão

A NBR ISO 9000:2000 cita “Decisões eficazes são baseadas na análise de


dados e informações”. Este princípio diz que a organização deve identificar medir,
acompanhar e analisar os dados e as informações para poder tomar decisões
eficazes. A alta direção, ao adotar este princípio, propicia que as decisões tomadas
sejam baseadas em análises críticas do sistema de gestão, identificando seus
pontos fortes e as oportunidades de melhoria que assegurarão o sucesso de sua
organização.

2.8.8 Benefícios mútuos nas relações com os fornecedores

Um dos recursos fundamentais para que os processos gerem os resultados


esperados é o definido pelo princípio de Benefícios Mútuos nas Relações com os
Fornecedores, pois segundo a NBR ISO 9000:2000, “Uma organização e seus
fornecedores são interdependentes, e uma relação de benefícios mútuos aumenta a
habilidade de ambos em agregar valor”. Ao tratar os fornecedores como parceiros, a
organização conseguirá assegurar as melhores condições de preço, prazo e
qualidade de produtos e serviços adquiridos.
42

3 METODOLOGIA

O objetivo deste capítulo consiste em descrever como a pesquisa foi


planejada e fundamentada, explicitando seus aspectos metodológicos, a fim de
atingir o objetivo da pesquisa descrito no item 1.3 desta dissertação:

“[...] comparar os processos de acreditação de alguns organismos


acreditadores estrangeiros com o processo do INMETRO, verificando-se as
convergências e identificando-se as diferenças, notadamente aquelas
variáveis que influem no tempo de acreditação, visando propor ações que,
quando implementadas pelo SESIT, auxiliarão na redução do tempo médio
do processo de acreditação operacionalizado pela CGCRE/INMETRO.

3.1 A PESQUISA

Dentro da composição básica de uma pesquisa científica existe um problema,


uma hipótese e suas variáveis.
O parâmetro inicial é o problema, que é a questão que mostra uma situação
que exige discussão, investigação, decisão ou solução. (KERLINGER, 1979, p.35).
Sendo o problema uma questão interrogativa, o parâmetro seguinte é a hipótese,
que será uma solução afirmativa, propiciando o fechamento e especificação do
problema, tornando a questão objetiva. Nas ciências, em geral, as hipóteses são, de
alguma maneira, incertas, pois somente com a conclusão da pesquisa é que ela será
ou não comprovada. A hipótese de trabalho é a resposta a um problema cuja
solução se realiza toda investigação. (BOUDON; LAZARSFELD, apud LAKATOS,
2000, p.48).
Por último, as variáveis, que são os componentes que podem ser testados da
pesquisa, e a sua variação serão a base das análises que demonstrarão se a
hipótese é aplicável ou não. Define-se cientificamente a variável como o aspecto
discernível de um objeto de estudo; são aspectos particulares que podem assumir
valores distintos e ser medidos para testar a relação enunciada por uma proposição.
(KORN, apud LAKATOS, 2000, p.9).
Toda pesquisa é então constituída por no mínimo duas variáveis que se
expressam de maneira diferente, são as variáveis independentes e as dependentes.
A variável independente determinará a variável dependente. Os fatores
manipuladores serão condicionados à variável independente que se refletirá na
43

variável dependente; a transformação da segunda é que será motivo de análise, pois


dependendo de como a primeira reagir ela terá um comportamento diferente.

VARIÁVEL
INDEPENDENTE

Tempo do processo
de acreditação

PROBLEMA HIPÓTESE

O tempo do A operacionalização de
processo de
um processo de
acreditação, maior
que o necessário, acreditação em menor VARIÁVEL
dificulta o tempo proporcionará um DEPENDENTE
atendimento da melhor atendimento às
demanda de necessidades da demanda Atendimento á
certificações demanda de
de certificações.
certificações

Figura 5 - Composição básica da pesquisa


Fonte: O autor

3.2 CATEGORIZAÇÃO DA PESQUISA

A categorização do trabalho é uma das etapas mais importante do processo


da pesquisa. Isto porque através da categorização, os objetivos da pesquisa são
alcançados e é possível responder a pergunta central do trabalho. Segundo
Alexandre (2003),

O conjunto de categorias deve ser derivado de um único princípio de


classificação (agrupamento de grande número de respostas a
determinado item em um pequeno número de categorias); deve ser
exaustivo (suficiente para incluir todas as respostas) e as respostas
devem ser mutuamente exclusivas (não colocar determinada
resposta em mais de uma categoria do conjunto).

No presente trabalho, foram agrupados os seguintes assuntos em linhas


temáticas de discussão para serem adequadamente analisadas:
ƒ Estrutura dos organismos acreditadores;
44

ƒ Os processos de acreditação operacionalizados pelos organismos


acreditadores;
ƒ Quantidade de recursos humanos utilizados nos processos de acreditação; e
ƒ O tamanho dos clientes dos organismos acreditadores.

3.3 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA

Existem várias formas de classificar as pesquisas. Segundo Gil (2001 apud


Silva e Menezes, 2001, p.56), estas formas se baseiam na natureza da pesquisa, na
sua abordagem, nos seus objetivos e nos seus procedimentos técnicos.
As pesquisas em ciências são classificadas, quanto à sua natureza, em
pesquisa básica, cuja função é produzir conhecimentos novos, mas sem aplicação
prática imediata; e pesquisa aplicada, que tem por objetivo produzir conhecimentos
para aplicação imediata, direcionados a problemas definidos.
Quanto à abordagem do problema, podemos classificar as pesquisas como
pesquisa qualitativa, que considera a participação do sujeito como um dos
elementos fundamentais na relação com o mundo real; e, pesquisa quantitativa que
é o trabalho que se utiliza de parâmetros estatísticos, para analisá-los e quantificá-
los.
Segundo Sampson (1996), o objetivo do método qualitativo é realizar análises
em profundidade, buscando descrever e entender o relacionamento entre os fatores
envolvidos no problema de pesquisa. Em seu trabalho Richardson (1999, p.79) diz,
"o método qualitativo difere, em princípio, do quantitativo à medida que não emprega
um instrumental estatístico como base do processo de análise de um problema. Não
pretende numerar ou medir unidades ou categorias homogêneas."
Este estudo classifica-se como de pesquisa básica, pois tem função de
produzir novos conhecimentos para serem utilizados posteriormente; qualitativa, pois
a análise de dados existentes não depende de técnicas estatísticas, mas somente
da experiência do autor; e exploratória, na medida em que não visa verificar teorias e
sim proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo explícito,
através do levantamento e análise de dados visando demonstrar a necessidade de
reduzir o tempo do processo de acreditação da CGCRE/INMETRO para
proporcionar um maior atendimento à demanda crescente de solicitações de
acreditação de organismos de certificação de sistemas de gestão.
45

3.4 ETAPAS DA PESQUISA E AMOSTRA

As fases do estudo estão contidas na figura 6

Formulação do Determinação dos Delimitação da


problema objetivos pesquisa

Levantamento dos Envio de questionários para


dados referentes ao os organismos Conceituação
SESIT acreditadores estrangeiros

Análise dos processos de Identificação de


oportunidades de
Conclusões e sugestões
acreditação dos para trabalhos futuros
organismos selecionados melhorias no processo do
SESIT

Figura 6 – Etapas da pesquisa


Fonte: O autor

O trabalho foi desenvolvido com base em estudo do modelo atual de


acreditação utilizado pelo INMETRO e operacionalizado pelo SESIT, comparando-o
com alguns modelos adotados por organismos internacionais congêneres, que são
ANAB - ANSI-ASQ National Accreditation Board, dos Estados Unidos; o OAA -
Organismo Argentino de Acreditación e o ENAC - Entidad Nacional de Acreditación,
da Espanha. A escolha destes foi orientada pelos seguintes fatores: o ANAB foi
escolhido pelo fato de atuar na maior economia do mundo, atualmente, o que dará
uma visão de como são tratados os problemas relativos à uma grande demanda de
acreditações. A escolha do organismo argentino foi feita pela particularidade de se
tratar de um país com uma economia não muito estável, onde o relacionamento com
as certificadoras baseia-se muito no custo financeiro do processo de acreditação. A
ENAC da Espanha foi escolhida por ser em um país europeu de língua latina, o que
proporciona uma facilidade para a troca de informações. Todos os acreditadores
escolhidos são membros do International Accreditation Forum - IAF, entidade
composta por representantes de organismos de acreditação de diversos países do
mundo, da qual a CGCRE/INMETRO faz parte.
46

Ao final do estudo se pretende apresentar sugestões de ações que, quando


implementadas pelo SESIT, auxiliarão na redução do tempo médio do processo de
acreditação operacionalizado pela CGCRE/INMETRO.

3.5 ANÁLISE DE DADOS

Segundo Alves-Mazzoti e Gewandsznajder (1998, p.162),


A escolha do campo onde serão colhidos os dados, bem como dos
participantes é proposital, isto é, o pesquisador os escolhe em função das
questões de interesse do estudo e também das condições de acesso e
permanência no campo e disponibilidade dos sujeitos.

A experiência do pesquisador no SESIT contribuiu fortemente para que


fossem determinadas as definições dos locais e a forma de levantamento de dados.
De acordo com Alves-Mazzoti e Gewandsznajder (1998, p.163),
As pesquisas qualitativas são caracteristicamente multi-metodológicas, isto
é, usam uma grande variedade de procedimentos e instrumentos de coleta
de dados. Podemos dizer, entretanto, que a observação (participante ou
não), a entrevista em profundidade e a análise de documentos são os mais
utilizados, embora possam ser complementados por outras técnicas.

Associado à observação, outro instrumento de pesquisa foi utilizado, a análise


da documentação, gerando assim uma visão realística dos processos de acreditação
analisados.
A coleta de dados foi realizada por meio da análise de documentos oficiais
dos organismos acreditadores. Os processos de cada organismo foram analisados
utilizando-se os procedimentos operacionais dos organismos de acreditação. Todos
os documentos foram obtidos através das Página da WEBs dos organismos
disponíveis na Internet e relacionados na figura 7. Também foram feitas consultas
diretas aos responsáveis pelos processos em questão.
Organismo Procedimento
ENAC PAC-ENAC-EC Rev. 2
Procedures for Accreditation of Bodies Operating Certification/Registration of
ANAB
Quality Management Systems - R2.9
OAA Gestión del Proceso de Acreditación de Entidades - DC-SG-01 Versión 4
NIT-DICOR-001 - Procedimento para acreditação de organismos de
CGCRE/INMETRO certificação de sistemas de gestão, do manejo florestal e organismos de
treinamento rev. 08

Figura 7 – Procedimentos de acreditação avaliados.


Fonte: o autor
47

Foram enviados questionários para os organismos acreditadores


estrangeiros, com a intenção de se avaliar o tempo médio do processo de
acreditação operados por eles, sua capacidade de recursos humanos instalada, bem
como sua demanda por acreditação de organismos de certificação de sistema de
gestão. Esta pesquisa foi feita através de consulta por e-mail, que envolveu as
seguintes perguntas:

• Qual é o tempo médio de um processo inicial de acreditação de


Organismo de Certificação de Sistema de Gestão?

• Quantas pessoas dos Organismos de Acreditação estão envolvidas


nos processos de acreditação de Organismo de Certificação de
Sistema de Gestão?

• Quantos auditores o organismo tem para realizar auditorias de


acreditação de Organismo de Certificação de Sistema de Gestão?

• Deste número de auditores, quantos são exclusivos do Organismo de


Acreditação e quantos são externos?

• Quantos Organismos de Certificação de Sistemas de Gestão são


acreditados por seu Organismo de Acreditação?

Os e-mails enviados e as respostas obtidas estão contidas nos apêndices


deste trabalho.
Os dados referentes ao tempo médio de acreditação, tempo médio das fases
do processo de acreditação, foram obtidos na base de dados do SESIT, utilizando-
se o software que gerencia os processos de acreditação do setor.
Foram analisados os procedimentos específicos dos processos de
acreditação dos organismos acreditadores selecionados, com a intenção de se
compreender sua forma de operacionalizar os processo de acreditação.
Foi feito um paralelo entre as etapas do processo de acreditação da
CGCRE/INMETRO com as fases similares dos organismos estrangeiros.
48

3.6. LIMITAÇÃO DA PESQUISA

A limitação da pesquisa se deve ao fato de não ter identificado um número


maior de organismos de acreditação internacionais para realizar a comparação com
o INMETRO, o que proporcionaria uma visão maior das variáveis envolvidas nos
processos de acreditação.
O estudo foi desenvolvido utilizando-se como modelo a acreditação de
organismos de certificação de sistemas de gestão. Não foram levados em
consideração os outros tipos de acreditação operados na CGCRE/INMETRO.
Os dados históricos de tempo de acreditação obtidos no SESIT referem-se
somente aos processos iniciais efetuados a partir de 2003, pois antes deste período
não havia um controle de processos que permitisse avaliar o tempo de acreditação.
Esta pesquisa se limita a destacar e sugerir ações que, se implementadas,
poderão levar à redução do tempo médio do processo de acreditação da
CGCRE/INMETRO, não entrando no mérito quantitativo de quanto seria reduzido
este tempo médio.
49

4 OS ORGANISMOS DE ACREDITAÇÃO

O quarto capítulo descreve detalhadamente os organismos de acreditação


utilizados como modelos nesta pesquisa e aborda como são estruturados os
processos de acreditação utilizados por eles.

4.1 A ENAC

4.1.1 Visão Geral da ENAC

A Entidad Nacional de Acreditación – ENAC, o organismo acreditador da


Espanha, é uma organização privada e independente, cuja função é coordenar e
conduzir, em âmbito nacional, um sistema de acreditação de acordo com critérios e
normas internacionais.
Os seguintes organismos de avaliação da conformidade são acreditados pela
ENAC:
• Laboratórios;
• Organismos de Inspeção;
• Organismos de Certificação;
• Verificadores de Meio-Ambiente;
• Provedores de Programas de Intercomparação Laboratorial
O Governo Espanhol, tanto central como o autônomo, utiliza as acreditações
da ENAC em seus respectivos âmbitos de competência, tais como, industrial,
ambiental, defesa, construção, saúde, telecomunicações, metrologia, entre outros.
A ENAC foi designada pelo Ministério de Agricultura, Pesca e Alimentação da
Espanha, como o organismo responsável pela inspeção do cumprimento dos
princípios das Boas Práticas de Laboratório (BPL) de laboratórios de ensaio que
realizam estudos de produtos fito-sanitários, como praguicidas, inseticidas,
fungicidas, etc.
Os princípios de BPL são exigidos, na Europa, nos ensaios que têm como
objetivo avaliar os riscos potenciais de novos produtos químicos nas pessoas,
animais e no meio-ambiente.
50

Como resposta às crescentes exigências de garantia requeridas pelo


mercado, tanto em nível da própria industria como do consumidor final, em vários
setores de atividade têm se desenvolvido sistemas de avaliação da conformidade de
caráter voluntário, com o objetivo de evidenciar um nível técnico mínimo para o
desenvolvimento da atividade produtiva.

Figura 8 - Esquema de interação das atividades da ENAC


Fonte: Página da WEB da ENAC. Disponível em <http://www.enac.es>. Acesso em:
26 out. 2005

A missão da ENAC é acreditar em âmbito nacional e através de um sistema


conforme às normas internacionais, a competência técnica de um organismo para
certificar ou realizar inspeção, ou de um laboratório de ensaio ou calibração, que
operem tanto em caráter voluntário como no âmbito obrigatório quando estabelecido
por regulamento.
Para o melhor desenvolvimento de sua missão, a ENAC desenvolve uma
série de ações complementares:

• Faz parte de organizações espanholas, européias e internacionais que têm


objetivos afins, participando de acordos de reconhecimento e cooperação;

• Relaciona-se com os organismos de acreditação de outros países, trocando


experiência e critérios;
51

• Promove e difunde os procedimentos técnicos de acreditação, e colabora com


a implantação destes procedimentos em outros países, prestando assistência
técnica;

• Colabora com organizações nacionais e internacionais de normalização e


metrologia;

• Colabora com as instituições da União Européia, participando dos programas


que têm objetivos relacionados à acreditação;

• Organiza e participa de congressos, conferências, seminários que contribuem


para a melhora do sistema de acreditação, a formação de pessoas,
interpretação de normas, e a promoção e difusão das atividades fins da ENAC
e seus acreditados.

4.1.2 Estrutura da ENAC

A ENAC é uma associação cuja organização garante a participação de todas


as partes interessadas nos diferentes aspectos da acreditação: organismos
acreditados, administração pública, indústria e usuários.
O organismo espanhol possui uma estrutura organizacional dividida em duas
partes distintas, os Órgãos Diretores e Representativos (ÓRGANOS DE GOBIERNO
Y REPRESENTACIÓN), que tratam da parte que define as políticas e meios
pertinentes às atividades do ENAC, e os Órgãos Técnicos (ÓRGANOS TÉCNICOS),
que operacionalizam os processos de acreditação. Segue uma descrição sucinta
destes órgãos:
Órgãos Diretores e Representativos (ÓRGANOS DE GOBIERNO Y
REPRESENTACIÓN)

• Assembléia Geral (Asamblea General): Órgão máximo de direção da ENAC,


constituído pelas entidades acreditadas e seus clientes, órgãos
governamentais que reconhecem as acreditações concedidas e
representantes do Consejo de Coordinación de la Seguridad Industrial.
Reúne-se para aprovação de contas, orçamento e plano anual de atividades;

• Conselho Diretor (Junta Directiva): Assume a representação e função da


Assembléia Geral, entre as reuniões desta. Reúne-se para aprovar o plano de
52

atividades, a proposta orçamentária e submeter à Assembléia Geral as contas


e balanço financeiro do exercício anterior;

• Comitê Permanente (Comité Permanente): Órgão permanente de direção,


delegado pelo Conselho Diretor, cujos membros são designados por esta.
Tem a função de preparar o orçamento, os planos de trabalho, as contas e
supervisionar a atuação dos órgãos técnicos;

• Presidente: É o representante legal do organismo, atua em seu nome, e é o


responsável pela formalização dos acordos e contratos aceitos pelas
Assembléia Geral, Conselho Diretor e Comitê Permanente, assim como a
execução das atividades que lhe forem encarregadas.

Órgãos Técnicos (ÓRGANOS TÉCNICOS)


Para desenvolver plenamente suas atividades e buscar a eficácia para atingir
seus objetivos, a ENAC conta com uma estrutura funcional composta dos seguintes
órgãos:

• Secretariado: formado por uma equipe de técnicos altamente qualificados, é o


órgão responsável pela tramitação, gestão e realização das atividades de
avaliação dos organismos solicitantes e acreditados, elabora documentos
técnicos, forma e qualifica auditores e especialistas técnicos, representa a
ENAC nos foros técnicos nacionais e internacionais e é responsável pela
divulgação das atividades do organismo. Esta estrutura funcional se
complementa com um amplo conjunto de especialistas (atualmente
aproximadamente 400), que conferem uma solidez técnica às avaliações da
ENAC, formando, junto com os auditores, a peça-chave de todo o processo
de acreditação;

• Comissão de Acreditação (Comisión de Acreditación): órgão técnico de


estudo, tramitação e concessão das acreditações, garantindo a todo o
momento, a independência e objetividade da sua atuação, além da
imparcialidade das decisões de acreditação;

• Comitês Técnicos Assessores (Comités Técnicos Asesores): formados por


profissionais de reconhecido prestígio nos diferentes setores de atividades,
53

constituem um elemento de apoio técnico, assessoramento e consulta ao


Secretariado em aspectos técnicos relacionados com a acreditação.

Figura 9 - Organograma da ENAC


Fonte: Página da WEB da ENAC. Disponível em <http://www.enac.es>. Acesso em:
26 out. 2005

4.1.3 A acreditação da ENAC

A ENAC avalia o cumprimento dos requisitos estabelecidos nas seguintes


Normas Internacionais para os diferentes tipos de avaliação da conformidade:
54

• UNE-EN ISO / IEC 17025 para Laboratórios de Ensaios e Calibração;

• UNE-EN ISO 15189 para Laboratórios Clínicos;

• UNE-EN ISO / IEC 17020 para Organismos de Inspeção;

• UNE-EN 45011 (ISO / IEC Guide 65) para Organismos de Certificação de

Produtos;

• UNE-EN 45012 (ISO / IEC Guide 62) para Organismo de Certificação de

Sistemas da Qualidade;

• UNE-EN 45012 (ISO / IEC Guide 66) para Organismo de Certificação de

Sistemas de Gestão Ambiental;

• UNE-EN ISO /IEC 17024 para Organismos de Certificação de Pessoas;

• UNE 66543-1 IN para Provedores de Programas de Intercomparação

Laboratorial;

• Reglamento CE 761/2001 para Verificadores de Meio-Ambiente (sistema

comunitário de ecogestão e ecoauditoria);

• Real Decreto 1369/2000 de Buenas Prácticas de Laboratório (BPL), para

Organismos que realizam estudos de produtos fitossanitários.

O processo de acreditação, mostrado na figura 11, se inicia com a solicitação


de acreditação por parte do organismo. Para isto se utilizam os formulários de
solicitação disponíveis, que indicam a documentação e os dados que são
necessários.
Esta documentação é analisada pelos técnicos da ENAC e, se adequada e
completa, designa-se uma equipe auditora previamente qualificada conforme os
requisitos da ENAC. Na equipe auditora está incluído especialista nas atividades de
55

avaliação realizadas pelo solicitante, que pode recusar qualquer membro da equipe,
a seu julgamento, caso exista um conflito de interesse não detectado previamente.
A equipe auditora avalia se o organismo solicitante cumpre com os critérios
de acreditação. O processo de avaliação inclui um estudo da documentação técnica,
uma auditoria e a observação da realização de atividades para a qual se solicita
acreditação (auditoria testemunha). Os resultados desta avaliação são registrados
em um relatório enviado ao solicitante da acreditação, onde se detalha qualquer
possível desvio dos requisitos de acreditação detectado na avaliação. O solicitante
deve corrigir este desvio com as ações corretivas que considere pertinente.
Com o relatório de auditoria e as ações corretivas, a Comissão de acreditação
toma a decisão sobre a concessão da acreditação ou não do organismo, que é
comunicada ao solicitante. Em caso positivo, se emite o certificado de acreditação
correspondente, em caso contrário se adia a decisão até que se verifique a correção
dos desvios dos requisitos de acreditação.
Periodicamente se realizam auditorias de supervisão, para verificar se o
organismo acreditado continua cumprindo com os requisitos de acreditação, e a
cada 4/5 anos se reavalia a competência do organismo através de uma auditoria
similar à inicial.
As informações detalhadas sobre os processos de acreditação, referentes a
cada tipo de organismo de avaliação da conformidade, estão disponíveis nos
diferentes procedimentos de acreditação (Procedimientos de Acreditación – PAC).
A figura 10 mostra a marca ENAC, que referencia a condição de acreditado
do organismo nos relatórios, certificados e registros emitidos como resultados de
atividades cobertas pela acreditação, e é o meio pelo qual as organizações
acreditadas declaram publicamente o cumprimento dos requisitos de acreditação na
realização destas atividades.

Figura 10 - Logomarca da ENAC (de acreditación)


Fonte: Página da WEB da ENAC. Disponível em <http://www.enac.es>. Acesso em:
26 out. 2005
56

Figura 11 – Processo de acreditação do ENAC.


Fonte: Página da WEB da ENAC. Disponível em <http://www.enac.es>. Acesso em:
26 out. 2005.

A ENAC atualmente possui 25 organismos acreditados para certificação de


sistemas de gestão da qualidade e 16 organismos acreditados para certificação de
sistemas de gestão ambiental.
57

4.2 OAA

4.2.1 Visão Geral do OAA

O Organismo Argentino de Acreditación (OAA) é uma instituição privada, sem


fins lucrativos, criado dentro do Sistema Nacional de Normas, Qualidade e
Certificação (Sistema Nacional de Normas, Calidad y Certificación), para
desenvolver as funções estabelecidas no decreto 1474/94. O OAA foi constituído em
29 de maio de 1995, e está reconhecido, através de convênio, pela Secretaria de
Industria, Comercio y Mineria da Argentina.
Inicialmente, o OAA estava limitado a atuar no campo voluntário, mas desde
1998 começou a ter responsabilidades na área regulamentada por autoridades
reguladoras, realizando acreditações de caráter compulsório.
O OAA tem como missão acreditar laboratórios de ensaio e calibração,
laboratórios clínicos, organismos de sistemas de gestão (qualidade, ambiental,
saúde e segurança ocupacional), organismo de certificação de pessoas, organismos
de certificação de produtos e organismo de inspeção, além de todas as outras
atividades de acreditação incorporadas nas práticas internacionais e definidas pelas
autoridades reguladoras.
A visão de futuro do OAA é constituir um organismo de acreditação com
presença e atuação permanente em foros internacionais, ser reconhecido por seus
pares, contribuindo, através de avaliações e acreditações de organismos, para
melhora da qualidade dos produtos e serviços, sistemas e pessoas, gerando
confiança nas atividades dos organismos acreditados, proporcionando transparência
aos mercados, facilitando o comércio e participando na melhoria da qualidade de
vida da população.
O Organismo Argentino de Acreditación é o único acreditador do Sistema
Nacional de Normas, Calidad y Certificación (Sistema Nacional de Normas,
Qualidade e Certificação) da Argentina, e tem como política:
Assegurar o estabelecimento, implementação e melhoria contínua de seu
sistema da qualidade, para proporcionar confiança em sua capacidade de realizar
satisfatoriamente as atividades de acreditação.
58

Administrar os processos necessários para o cumprimento de seus objetivos


de maneira transparente, objetiva, imparcial, confidencial e não discriminatória, de
forma que tal acesso não esteja condicionado ao tamanho da entidade solicitante,
nem ser pertencente a determinada instituição, e não estar submetido a condições
econômicas.
Satisfazer e antecipar-se às expectativas que são requeridas ao OAA, além
de ser reconhecido como um organismo de acreditação competente e confiável que
fornece serviços de forma eficaz e eficiente.
Dispor à sociedade as informações correspondentes às suas atividades de
acreditação, resguardando a devida confidencialidade.
Ser uma referência no sistema de avaliação da conformidade, tanto no campo
compulsório quanto no campo voluntário.
Interagir com organismos nacionais, regionais, e internacionais, enfatizando a
cooperação técnica, a troca de experiências e o reconhecimento mútuo das
atividades de acreditação.
Ser uma organização flexível, que promove o trabalho em equipe e a melhora
das competências de seus integrantes.
O OAA se financia com os recursos recebidos das atividades de acreditação e
com as cotas de seus associados.
O OAA é membro do International Laboratory Accreditation Cooperation
(ILAC), International Accreditation Fórum (IAF) e Interamerican Accreditation
Cooperation (IAAC). O principal objetivo da participação nos foros mencionados é
estar presente na comunidade internacional de acreditação e ser signatário dos
“Acordos de Reconhecimento Mútuo”. A função destes acordos é conseguir que os
produtos ensaiados por laboratórios e/ou certificados por organismos acreditados em
um país signatário do acordo sejam aceitos pelos outros países signatários do
acordo, evitando-se, assim, barreiras técnicas ao comércio.

4.2.2 Estrutura do OAA

A estrutura organizacional do OAA, mostrada na figura 12, é dividida em 4


níveis funcionais, o nível 1, é a alta administração, composta pela Asamblea,
Comisión Revisora de Cuentas, Consejo Directivo, Comisión de Partes e o
59

Responsable de la Calidad. Este nível é o responsável pela definição das políticas e


orçamentos financeiros do organismo.
No nível 2, encontra-se o Consejo Executivo, que é o responsável pela
execução das políticas e orientações emanadas pelo nível 1.
O terceiro escalão é o nível 3, composto pela Gerencia Operativa, Comitês de
Acreditação e os órgãos acessórios, que têm a responsabilidade de operacionalizar
o processo de acreditação e tomar a decisão de acreditar ou não um solicitante.
No nível 4, estão os comitês técnicos que assessoram as decisões sobre
acreditação

Figura 12 – Estrutura do OAA


Fonte: Página da WEB do OAA. Disponível em:
<http://www.oaa.org.ar/200504/uploads/estructura.pdf>. Acesso em: 30 out. 2005.

4.2.3 A acreditação do OAA

O organismo de certificação de sistemas que solicita a acreditação deve


apresentar o formulário de solicitação - Solicitud de Acreditación al OAA, formulário
60

F01-(PE-CS-01) – devidamente preenchido, junto com a documentação requerida e


estabelecer claramente o escopo de acreditação solicitado.
Em seguida, o OAA inicia o processo de acreditação com uma análise formal
da documentação, realizada pelo coordenador da área. Para realizar a avaliação, o
OAA designa uma equipe avaliadora, composta por avaliador coordenador e um ou
mais avaliadores ou especialistas, dependendo do escopo a acreditar.
Como primeiro passo, esta equipe avalia a adequação da documentação
apresentada aos requisitos da norma aplicável e elabora um relatório com as
constatações encontradas.
O segundo passo consiste na visita de avaliação na sede do organismo, na
qual a equipe avaliadora avalia a implementação de um sistema da qualidade e o
cumprimento de todos os requisitos da norma de referência. Posteriormente, se
realiza uma auditoria testemunha em uma organização, cliente do organismo, a fim
de verificar o desempenho de seus auditores e a implementação dos procedimentos
de certificação.
Ao término de cada uma destas avaliações, a equipe auditora entrega ao
organismo um relatório com as não-conformidades, os desvios, as oportunidades de
melhoria e os pontos fortes encontrados.
O organismo deve, então, propor como resolver as não-conformidades
detectadas e a equipe auditora verificará o cumprimento dos requisitos da norma
aplicável.
Concluída esta etapa, o Comitê de Acreditação (Comité de Acreditación),
baseando-se nos registros do processo de acreditação, decide sobre a concessão
da acreditação.
A acreditação tem uma validade de três anos, período no qual se realizam
visitas de manutenção.
Na figura 13, apresenta-se a marca do OAA, que é a referência à acreditação.
61

Figura 13 – Logomarca do OAA


Fonte: Página da WEB do OAA. Disponível em: <http://www.oaa.org.ar>. Acesso
em: 30 out. 2005.

4.3 ANAB

4.3.1 Visão Geral do ANAB

O ANSI-ASQ National Accreditation Board é o organismo de acreditação dos


Estados Unidos para sistemas de gestão. O ANAB acredita organismos de
certificação para sistemas de gestão da qualidade ISO 9001 e organismos de
certificação para sistemas de gestão ambiental ISO 14001.
O ANAB é membro do IAF e signatário do acordo de reconhecimento
multilateral (MLA) do IAF, cooperando, assim, junto com outros organismos de
acreditação estrangeiros para agregar valor aos seus organismos acreditados e aos
clientes destes, garantindo que um certificado acreditado seja reconhecido nacional
e internacionalmente. O sistema de avaliação da conformidade global garante
confiança e reduz riscos para os clientes envolvidos no comércio internacional.
O ANAB foi criado em 01/01/2005. Anteriormente, as atividades de
acreditação que são desenvolvidas atualmente pelo ANAB eram operacionalizadas
pelo ANSI-RAB National Accreditation Program (NAP) através de acordos e
parcerias.
O ANAB tem origem no Registrar Accreditation Board (RAB), que foi criado
em 1989 pela American Society for Quality (ASQ). A missão original do RAB era
acreditar organismos de certificação de sistemas de gestão da qualidade ISO 9000.
Quando o RAB foi criado, imediatamente visualizou um fortalecimento para o
sistema americano de acreditação de organismos de certificação buscando um
relacionamento formal com a American National Standards Institute (ANSI), que é
uma organização privada que administra e coordena a normalização voluntária e a
62

avaliação da conformidade nos Estados Unidos. Em 1991, o ANSI e o RAB uniram-


se para estabelecer o programa de acreditação nacional dos Estados Unidos para
certificadores de sistema da qualidade (American National Accreditation Program for
Registrars of Quality Systems). Em 1996, com a edição da norma ISO 14000 o
ANSI-RAB-NAP foi formado.
O ANAB está sediado em Milwaukee, WI, USA, é uma entidade sem fins
lucrativos que se autofinancia e é dirigida por uma Diretoria (Board of Directors)
representando as partes interessadas envolvidas em avaliação da conformidade. As
políticas do ANAB são estabelecidas pelo Board of Directors.
A visão de futuro do ANAB é ser reconhecidamente um líder em guiar o
desenvolvimento internacional do processo de acreditação que constrói confiança e
agrega valor para as partes interessadas em todo o mundo, e prover serviços de
grande valor profissional para seus clientes.
A missão do ANAB é:
• Ser um fornecedor de serviços de acreditação que agreguem valor e tornem
eficientes as atividades de avaliação da conformidade;
• Aumentar a credibilidade das avaliações da conformidade acreditadas;
• Estabelecer acordos de reconhecimento mútuo que permitam o aumento da
aceitação internacional das atividades de avaliação de acreditação;
• Estar em conformidade com os requisitos;
• Melhorar continuamente a eficiência dos sistemas de gestão dos processos e
programas;
• Ser reconhecido como um líder internacional na melhoria contínua dos
processos de acreditação e avaliação da conformidade.

4.3.2 Estrutura do ANAB

O ANAB é dirigido por uma Diretoria (Board of Directors) que possui


atualmente 13 membros representantes das partes interessadas, e tem como
responsabilidade, estabelecer as políticas do organismo, realizar o planejamento
estratégico, as atividades de financiamento e verificar o desempenho do ANAB. Os
membros do conselho são representantes das partes interessadas das áreas da
qualidade e ambiental, que incluem especialistas técnicos, executivos,
representantes do setor produtivo e dos organismos de certificação.
63

As partes interessadas representadas no Board of Directors da ANAB são:


The Boeing Co.; American Society for Quality; Michigan Department of
Environmental Quality; Bayer Corp.; Fujitsu Network Communications, Inc.; American
National Standards Institute; Institute of Scrap Recycling Industries, Inc.; U.S.
Environmental Protection Agency; Rockwell Collins; IBM Corp.; Whirlpool Corp.e
consultores independentes.
Além do Board of Directors, a estrutura do ANAB, mostrada na figura 14,
possui conselhos supervisores (Oversight Council), que são formados por vários
representantes voluntários das partes interessadas, com finalidade de conceder,
suspender e retirar a acreditação dos organismos certificadores, preparar critérios e
procedimentos para os programas de acreditação, ser um fórum inicial de apelações
das decisões de acreditação, revisar e aprovar os procedimentos que guiam o dia-a-
dia das operações das atividades do ANAB, e prover recursos técnicos para o
pessoal que operacionaliza as atividades do organismo (Staff Directory).
São representados no Oversight Council da ANAB, as seguintes entidades:
BSI, Inc.; Textron Fastening Systems; OFS Fitel - Specialty Photonics Division;
Quality Consulting; Management Standards International, Ltd.; ANAB; Quality
Management Solutions; Northern Pipe Products Inc.; KEMA Registered Quality, Inc.;
Dresser Rand; Intertek Automotive Systems Certification; Multi-State Working Group;
U.S. TAG to ISO TC 207; DynMcDermott Petroleum Operations Co.; U.S. Postal
Service; Battelle Memorial Institute; Underwriters Laboratories, Inc.; NASA; U.S.
Environmental Protection Agency; National Academy of Public Administration;
Motorola Inc.; Environmental Law Institute; Lloyd's Register Quality Assurance; A
Nurtured World, Inc.; Spire Environmental ; Kestrel Management Services; e
Standards Council of Canada
O Staff Directory é formado pelas pessoas que operacionalizam os processos
de acreditação do ANAB.
64

Figura 14 – Estrutura de atuação organizacional do ANAB


Fonte: Página da WEB do ANAB. Disponível em:
<http://www.anab.org/HTMLFiles/docs/ANABpresentation.pdf>. Acesso em: 03 nov.
2005.

4.3.3 A acreditação do ANAB

Para a acreditação de organismos de certificação, o ANAB avalia o


cumprimento dos requisitos estabelecidos nas seguintes Normas Internacionais para
os diferentes tipos de avaliação da conformidade:
• Organismo de Certificação de Sistemas da Qualidade: ISO GUIA 62,
Diretrizes do IAF para o Guia 62, Procedimento R2 do ANAB e boletins
internos (ANAB Advisories);
• Organismo de Certificação de Sistemas de Gestão Ambiental: ISO GUIA 66,
Diretrizes do IAF para o Guia 66, Procedimento E5 do ANAB e boletins
internos (ANAB Advisories).
O organismo solicitante deve preparar todos os manuais e documentos
requeridos pelos procedimentos de acreditação do ANAB (ANAB Procedures for
Accreditation R2 ou E5). Uma visita inicial de um auditor do ANAB pode ser
solicitada, apesar de não ser obrigatória, para uma avaliação prévia de todos os
manuais e a documentação do sistema de gestão do solicitante. Isto pode ajudar a
esclarecer os critérios de acreditação e o processo de avaliação, além de verificar se
a documentação foi desenvolvida corretamente.
Após o recebimento do pagamento da taxa de acreditação e da
documentação do solicitante, estes documentos são avaliados quanto à sua
completeza. Se estiver satisfatória, a solicitação é aceita. Neste momento o
65

organismo é inserido na lista pública de organismos acreditados pelo ANAB sob a


condição “em fase de solicitação” ("in application").
A solicitação e a documentação recebida são revisadas por um auditor líder
do ANAB, que analisa a documentação quanto à conformidade aos critérios de
acreditação.
Após a análise da documentação uma equipe auditora do ANAB conduz uma
auditoria no escritório do organismo solicitante para verificar se o programa de
certificação está sendo operado de acordo com os critérios exigidos.
Também é conduzida uma auditoria testemunha de uma equipe auditora do
solicitante realizando uma auditoria completa em uma organização, onde é avaliada
a condução da equipe auditora da certificadora, além de verificar se os
procedimentos de certificação são cumpridos.
O auditor Líder do ANAB prepara um relatório completo da avaliação. As não-
conformidades encontradas em ambas as auditorias (escritório e testemunha) têm
que ser devidamente concluídas com as ações corretivas aprovadas pelo auditor-
líder do ANAB.
Os conselhos do ANAB - QMS Council (para acreditação ISO 9001) ou EMS
Council (para acreditação ISO 14001) – avaliam os registros da avaliação, decidindo
então se a acreditação é concedida. O solicitante é notificado da decisão do
conselho.
Quando a decisão for favorável, é assinado um acordo entre o ANAB e o
solicitante, incluindo os requisitos de manutenção da acreditação.
Após isto o solicitante recebe o certificado de acreditação e está habilitado a
usar de forma adequada a logomarca da acreditação, mostrada na figura 15.

Figura 15 – Logomarca de acreditação do ANAB


Fonte: Página da WEB do ANAB. Disponível em:
<http://www.anab.org/HTMLFiles/docs/Advisory/adv06.pdf >. Acesso em: 03 nov.
2005.
66

O ANAB possui atualmente, 77 organismos de certificação de sistemas de


gestão da qualidade (QMS- ISO 9001) acreditados e 3 em fase de acreditação. Na
área ambiental (EMS), possui 44 acreditados 5 em fase de acreditação.

4.4 INMETRO

4.4.1 Visão Geral do INMETRO

O Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial -


INMETRO - é uma autarquia federal, vinculada ao Ministério do Desenvolvimento,
Indústria e Comércio Exterior, que atua como Secretaria Executiva do Conselho
Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (CONMETRO),
colegiado interministerial, que é o órgão normativo do Sistema Nacional de
Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (SINMETRO).
Objetivando integrar uma estrutura sistêmica articulada, o SINMETRO, o
CONMETRO e o INMETRO foram criados pela Lei 5.966, de 11 de dezembro de
1973, cabendo a este último substituir o então Instituto Nacional de Pesos e Medidas
(INPM) e ampliar significativamente o seu raio de atuação a serviço da sociedade
brasileira.
No âmbito de sua ampla missão institucional, o INMETRO objetiva fortalecer
as empresas nacionais, aumentando sua produtividade por meio da adoção de
mecanismos destinados à melhoria da qualidade de produtos e serviços.
Sua missão é promover a qualidade de vida do cidadão e a competitividade
da economia através da metrologia e da qualidade.
Dentre as competências e atribuições do INMETRO destacam-se:

• Executar as políticas nacionais de metrologia e da qualidade;

• Verificar a observância das normas técnicas e legais, no que se refere às


unidades de medida, métodos de medição, medidas materializadas,
instrumentos de medição e produtos pré-medidos;

• Manter e conservar os padrões das unidades de medida, assim como


implantar e manter a cadeia de rastreabilidade dos padrões das unidades de
medida no Brasil, de forma a torná-las harmônica internamente e compatíveis
67

no plano internacional, visando, em nível primário, à sua aceitação universal


e, em nível secundário, à sua utilização como suporte ao setor produtivo, com
vistas à qualidade de bens e serviços;

• Fortalecer a participação do Brasil nas atividades internacionais relacionadas


com metrologia e qualidade, além de promover o intercâmbio com entidades e
organismos estrangeiros e internacionais;

• Prestar suporte técnico e administrativo ao Conselho Nacional de Metrologia,


Normalização e Qualidade Industrial - CONMETRO, bem como aos seus
comitês de assessoramento, atuando como sua Secretaria-Executiva;

• Fomentar a utilização da técnica de gestão da qualidade nas empresas


brasileiras;

• Planejar e executar as atividades de acreditação de laboratórios de calibração


e de ensaios, de provedores de ensaios de proficiência, de organismos de
certificação, de inspeção e de outros, necessários ao desenvolvimento da
infra-estrutura de serviços tecnológicos no Brasil; e

• Coordenar, no âmbito do SINMETRO, a certificação compulsória e voluntária


de produtos, de processos, de serviços e a certificação voluntária de pessoal.

4.3.2 Estrutura do INMETRO

O Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial -


INMETRO - é uma autarquia federal, vinculada ao Ministério do Desenvolvimento,
Indústria e Comércio Exterior, cuja estrutura está demonstrada na figura 16.
68

Figura 16 – Estrutura do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio


Exterior
Fonte: Página da WEB do INMETRO. Disponível em:
<http://www.desenvolvimento.gov.br/img/ministerio/organograma/mdic.gif>. Acesso
em: 12 dez. 2005.

O INMETRO tem uma estrutura organizacional composta por Diretorias e


Coordenações, que respondem diretamente à Presidência do Instituto. Estes órgãos
69

são os responsáveis pela condução das atividades que constituem as atribuições do


INMETRO. A atual estrutura organizacional está descrita na portaria do Ministério do
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, nº 116, de 9 de julho de 2003, que
publicou o Regimento Interno do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e
Qualidade Industrial – INMETRO, com a estrutura demonstrada na figura 17.

Figura 17 – Estrutura organizacional do INMETRO


Fonte: Página da WEB do INMETRO. Disponível em:
<http://www.desenvolvimento.gov.br>. Acesso em: 12 dez. 2005.

A unidade organizacional do INMETRO encarregada de planejar e executar


as atividades de acreditação de laboratórios de calibração e de ensaios, de
provedores de ensaios de proficiência, de organismos de certificação, de inspeção,
de treinamento e de outros é a Coordenação Geral de Credenciamento (CGCRE), e
70

tem suas atribuições definidas no art. 13º do Regimento Interno do Instituto Nacional
de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial – INMETRO, com a seguinte
redação:
“Art. 13º - À Coordenação-Geral de Credenciamento compete planejar, dirigir,
orientar, coordenar e executar as atividades de credenciamento e, especificamente:
I - atuar como órgão credenciador de organismos de certificação, de
inspeção, de verificação de desempenho, de treinamento e de provedor de ensaios
de proficiência, bem como órgão credenciador de laboratórios de calibração e de
ensaios e de outros organismos necessários ao desenvolvimento da infra-estrutura
de serviços tecnológicos no País;
II - coordenar as ações de reconhecimento internacional e regional
relacionadas às atividades de credenciamento; e
III - participar de Foros Internacionais e Regionais relacionados às atividades
de credenciamento.“
Para executar suas atividades, a Cgcre possui uma estrutura composta de
duas divisões, uma que trata de acreditação de laboratórios, Divisão de
Credenciamento de Laboratórios (Dicla) e outra que operacionaliza as acreditações
de organismos de certificação e inspeção, Divisão de Credenciamento de
Organismos (Dicor), como mostrado na figura 18.
No âmbito da Dicor, com a finalidade de acreditar organismos de certificação
de sistemas de gestão, existe o Setor de Sistemas e Treinamentos (Sesit), que é o
setor responsável pela execução das atividades que são objeto desta pesquisa.
71

Figura 18 – Estrutura organizacional da CGCRE


Fonte: Página da WEB do INMETRO. Disponível em:
<http://www.inmetro.gov.br/inmetro/estrutura/estruturaCgcre.asp>. Acesso em: 12
dez. 2005.

O SESIT possui, atualmente, 9 técnicos de nível superior e 3 funcionários


administrativos para operacionalizar a gestão dos processos de acreditação.

4.4.3 A acreditação do INMETRO

O INMETRO acredita organismos de avaliação da conformidade baseado no


cumprimento dos requisitos estabelecidos nas seguintes Normas Internacionais para
os diferentes tipos de avaliação da conformidade:
• NBR ISO/IEC 17025 para Laboratórios de Ensaios e Calibração;

• ISO 17020, e em critérios estabelecidos pela Coordenação Geral de


Credenciamento (CGCRE), para Organismos de Inspeção;

• NBR ISO / IEC Guia 65 para Organismos de Certificação de Produtos;

• NBR ISO / IEC Guia 62 para Organismo de Certificação de Sistemas de


Gestão da Qualidade;
72

• NBR ISO / IEC Guia 66 para Organismo de Certificação de Sistemas de


Gestão Ambiental;

• ABNT NBR ISO /IEC 17024 para Organismos de Certificação de Pessoas;

O processo de acreditação inicia-se com a solicitação de acreditação por


parte do organismo interessado. Para tal o INMETRO disponibiliza aos interessados
em obter a acreditação, todas as informações e documentação necessárias à
compreensão do processo de acreditação e sua manutenção. Na Página da WEB do
INMETRO podem ser obtidos os Documentos Básicos para Acreditação de
Organismos pertinentes a cada tipo de acreditação oferecido.
O Formulário de Solicitação de Acreditação, assinado pelo representante
autorizado do organismo, deve então ser encaminhado à CGCRE, acompanhado da
documentação correspondente, para a abertura do processo de acreditação.
Ao receber a solicitação formal de acreditação, é feita uma avaliação da
capacidade do INMETRO em atender a solicitação. Havendo viabilidade, é aberto
um processo para a análise preliminar da solicitação e um auditor/avaliador é
indicado, para realizar a análise da documentação do organismo solicitante.
A análise da documentação, que compreende aspectos legais, financeiros e
técnicos, é realizada pela procuradoria geral, pela equipe auditora/avaliadora e
especialistas, quando necessário, de acordo com o escopo pretendido pelo
solicitante.
Caso o parecer seja favorável, a equipe auditora/avaliadora analisa a
documentação em conformidade com os critérios para a acreditação.
Após a análise da documentação, sendo a mesma aprovada, é realizada a
auditoria/avaliação no local, que abrange as instalações da organização e a auditoria
testemunha em uma ou mais auditorias de empresas clientes do solicitante.
Ultrapassada a fase de exame dos documentos e da realização da(s)
auditoria(s), o processo é encaminhado à Comissão de Acreditação.
A Comissão de Credenciamento avalia a conformidade do processo aos
procedimentos do INMETRO e recomenda ou não a acreditação ao Coordenador
Geral de Credenciamento. Essa Comissão é nomeada pelo Coordenador Geral e
tem regulamento e composição definidos em procedimentos internos.
A decisão sobre a acreditação é do Coordenador Geral, sendo sua aprovação
ou não, formalizada ao solicitante. Nos casos de aprovação, a acreditação é
73

formalizada ao solicitante através de contrato assinado entre a organização


acreditada e o INMETRO, com validade de 4 anos, e a emissão de um certificado de
acreditação.
A manutenção da acreditação envolve avaliações periódicas, definidas em
contrato, com o objetivo de verificar a permanência das condições que validaram a
sua concessão.
A figura 19 apresenta um fluxograma das atividades do processo de
acreditação realizado pela CGCRE/INMETRO.

Figura 19 – Fluxograma de acreditação inicial de organismos de certificação de


sistemas de gestão
74

Fonte: Procedimento para Acreditação de Organismos de Certificação de Sistemas


de Gestão do Manejo Florestal e Organismos de Treinamento , NIT-DICOR-001, rev.
08, set /2005

A figura 20 mostra a logomarca de acreditação do INMETRO1. As condições


gerais de uso da logomarca de acreditação estão previstas na NIT-DICOR-023,
Condições de Uso da Identificação da Acreditação de Organismo.

Figura 20 – A Logomarca INMETRO


Fonte: Página da WEB do INMETRO. Disponível em:
<http://www.inmetro.gov.br/imprensa/marca.asp>. Acesso em: 12 dez. 2005.

A CGCRE/INMETRO possui atualmente 30 organismos de certificação de


sistemas de gestão acreditados e 3 em fase de acreditação, além de 20 organismos
de certificação de sistemas de gestão ambiental acreditados.

1
A logomarca de acreditação está em fase de modificação. Suas condições gerais de uso e
identificação estão previstas na norma NIE-CGCRE-009, que substituirá a NIT-DICOR-023.
75

5 DESENVOLVIMENTO

Este capítulo tem por objetivo apresentar os resultados obtidos com o estudo
proposto, avaliando os processos de acreditação da CGCRE/INMETRO e dos
organismos estrangeiros, identificando as variáveis mais relevantes do processo de
acreditação que influem no tempo de acreditação; analisar a necessidade de
aumento da quantidade recursos humanos no SESIT; e analisar o processo de
acreditação utilizado na CGCRE/INMETRO, quanto à otimização das variáveis que
impactam no tempo de acreditação.
Para avaliação do tempo de acreditação operado pelo INMETRO, foram
estudados os processos de acreditação iniciais realizados a partir de 2003. A
escolha por este tipo de processo deveu-se ao fato de serem desenvolvidos
abrangendo todos os passos envolvidos na condução das atividades de acreditação.
Os dados que suportam esta pesquisa foram levantados com base na análise
do desenvolvimento dos processos de acreditação da CGCRE/INMETRO e dos
organismos estrangeiros escolhidos como comparativos.
Com a análise das principais atividades desenvolvidas pelos organismos
acreditadores durante as etapas do processo de acreditação, foi possível propor
ações que poderão auxiliar a CGCRE/INMETRO a operar as atividades de
acreditação com um tempo médio de processo inferior ao atual.

5.1 O TEMPO MÉDIO DE ACREDITAÇÃO

Para dar prosseguimento à pesquisa, o seguinte questionamento deve ser


feito: O tempo médio do processo de acreditação utilizado no SESIT é elevado?

Para chegar a esta resposta, primeiramente iremos calcular o tempo médio


dos processos de acreditação de organismos certificadores de sistemas de gestão
operados pelo SESIT.

Utilizando-se da base de dados dos processos do SESIT, extraímos os dados


mostrados no gráfico da figura 21, baseados nos últimos processos de concessão de
acreditação realizados pelo Setor:
76

Tempo médio das etapas de acreditação

14

12,2
12

10

8
Meses

3,8
4
3
2,6

2 1,6
1,2

0
Tempo Médio de Elaboração do Elaboração do Elaboração do Atividades de Atividades
acreditação RAS RAD RAU deliberação administrativas
Etapas

Figura 21 - Tempos de processo de acreditação – SESIT


Fonte: SESIT, dezembro de 2005.

Os valores estão expressos em meses. O tempo médio de acreditação é o


tempo decorrido entre a solicitação de acreditação e a emissão do certificado de
acreditação. O tempo de elaboração do Relatório de Análise da Solicitação (RAS)
representa o tempo utilizado para a emissão do referido relatório. O tempo de
elaboração do RAD significa o tempo que levou para a elaboração do Relatório de
Análise de Documentação (RAD) e fechamento das não-conformidades
encontradas. O tempo de elaboração do Relatório de Auditoria (RAU) é o tempo
envolvido na realização das auditorias, emissão dos relatórios e fechamento das
não-conformidades encontradas. O tempo das atividades de deliberação foi o tempo
médio medido entre a entrega dos relatórios pelo auditor-líder e a decisão da
CGCRE/INMETRO, passando pelas recomendações dos Técnicos de Acreditação
(TA), chefes de setor, divisão e comissão de acreditação. O tempo médio das
atividades administrativas foi o tempo utilizado para a confecção e assinatura dos
contratos, certificados e seus anexos. O tempo médio, bem como os tempos de cada
fase do processo de acreditação, foi calculado utilizando-se a média dos tempos
utilizados em cada processo de acreditação inicial (de concessão).
77

Por esta avaliação, conclui-se que o tempo médio utilizado pelo SESIT para
realizar uma acreditação de organismo de certificação de sistemas de gestão é de
aproximadamente 12 meses.

Para compararmos o resultado obtido pela operacionalização do processo do


SESIT com outros organismos acreditadores, fizemos uma pesquisa, através de
consulta por e-mail, que envolveu as seguintes perguntas:

• Qual é o tempo médio de um processo inicial de acreditação de


Organismo de Certificação de Sistema de Gestão?

• Quantas pessoas dos Organismos de Acreditação estão envolvidas


nos processos de acreditação de Organismo de Certificação de
Sistema de Gestão?

• Quantos auditores o organismo tem para realizar auditorias de


acreditação de Organismo de Certificação de Sistema de Gestão?

• Deste número de auditores, quantos são exclusivos do Organismo de


Acreditação e quantos são externos?

• Quantos Organismos de Certificação de Sistemas de Gestão são


acreditados por seu Organismo de Acreditação?

Foram enviados e-mails para os organismos acreditadores estrangeiros


escolhidos para este trabalho. Os textos dos e-mails estão no apêndice A. As
respectivas respostas estão no apêndice B, e foram resumidas na tabela 1. Os
dados referentes ao INMETRO foram extraídos das informações contidas neste
trabalho e no cadastro de auditores do SESIT.

Tabela 1 - Informações sobre os organismos de acreditação


Organismo tempo médio Quantas Quantos Quantos são Quantos
de (meses) pessoas auditores exclusivos Organismos
Acreditação
INMETRO 12 13 18 15 50
ENAC 6-8 2 5 2 26
ANAB 6-9 5 25 0 80
OAA 6 (*) 3 8 0 09
(*) O OAA não considerou o tempo para realização das testemunhas

Fonte: O autor, dezembro de 2005.


78

Com base nas informações obtidas, podemos concluir que o tempo médio do
processo de acreditação utilizado no SESIT é elevado, e vale a pena identificar as
variáveis mais relevantes do processo de acreditação que influem no tempo de
acreditação e avaliar o processo de acreditação utilizado no INMETRO, quanto à
otimização das variáveis que impactam no tempo de acreditação.

5.2 AS FASES DO PROCESSO DE ACREDITAÇÃO

A ENAC baseia seu processo de acreditação no procedimento PAC-ENAC-


EC Rev. 2, e basicamente é dividido em 4 fases: análise crítica da solicitação de
acreditação; análise da documentação técnica; auditorias no escritório e
testemunhas e decisão sobre a acreditação.

O processo de acreditação do ANAB, baseado no procedimento Procedures


for Accreditation of Bodies Operating Certification/Registration of Quality
Management Systems - R2.9 Revised 2005/01/01, é dividido em 3 fases: solicitação
de acreditação, auditoria de acreditação inicial e processo de decisão sobre a
acreditação inicial.

O OAA desenvolve seu processo de acreditação fundamentado no


procedimento Gestión del Proceso de Acreditación de Entidades - DC-SG-01
Versión 4 de 03/01/2005, que é basicamente dividido em 6 fases: solicitação; revisão
do contrato; avaliação da documentação; visita de avaliação; relatório final de
avaliação e decisão sobre a concessão da acreditação.

O processo de acreditação inicial da CGCRE/INMETRO segue as etapas


descritas no procedimento de acreditação NIT-DICOR-001 Rev. 08- Procedimento
para acreditação de organismos de certificação de sistemas de gestão, do manejo
florestal e organismos de treinamento, e é dividido em 6 fases: solicitação de
acreditação; análise da solicitação de acreditação; análise da documentação;
auditoria de acreditação; tratamento do processo pela Dicor e decisão sobre a
concessão da acreditação.

Para avaliar os processos de acreditação dos organismos escolhidos para


este estudo, analisaremos as atividades desenvolvidas por eles, divididas em 4
79

fases: solicitação da acreditação, análise da documentação, avaliação inicial e


decisão sobre a acreditação.

5.3 ESTUDO DA FASE DE SOLICITAÇÃO DE ACREDITAÇÃO

A solicitação de acreditação é a fase do processo em que o organismo


acreditador avalia a sua capacidade instalada para atender ao pedido do OAC e
verifica se as informações do solicitante são suficientes para iniciar um processo de
acreditação do serviço de avaliação da conformidade que o OAC executa.

A ENAC, uma vez recebida a solicitação de acreditação, avaliará a


documentação enviada com o objetivo de comprovar a viabilidade de acreditar a
atividade do organismo certificador, e verificar se existe algum motivo legal,
estatutário ou outras causas que impeçam a acreditação, além de avaliar a própria
capacidade interna da ENAC em proceder esta acreditação. Dentro de qualquer fase
da acreditação, transcorrido mais de um ano sem resposta por parte do solicitante a
uma requisição da ENAC, o processo é cancelado.

A ENAC, em determinadas circunstâncias, pode considerar a conveniência de


realizar uma visita preliminar ao solicitante, a fim de preparar as próximas fases do
processo de acreditação para um desenvolvimento o mais eficaz possível.

Ao receber uma intenção de solicitação de acreditação de um OAC, para


sistemas de gestão, o ANAB envia ao organismo um pacote de informações e
instruções, contendo:

• O formulário de solicitação, com seus respectivos anexos;

• Os valores das taxas que serão cobradas;

• Instruções sobre o atendimento ao ISO GUIA 62;

• Uma lista de verificação com os documentos que devem ser enviados


ao acreditador;

• Procedimento do ANAB para Acreditação de Organismos de


Certificação de Sistemas de Gestão;

• Carta com as informações necessárias ao solicitante, incluindo a opção


de realização de uma visita informativa.
80

Após receber a solicitação completa e a taxa inicial de solicitação, o pessoal


do ANAB irá avaliar a documentação a fim de assegurar que ela esteja completa,
podendo solicitar alguma informação adicional com a finalidade de esclarecer
alguma dúvida.

Quando o processo de solicitação estiver completo, a solicitação é aceita e o


solicitante é notificado por carta. O Organismo solicitante é incluído na relação de
organismos constante da Página da WEB do ANAB com o status de solicitante.

Para a análise da solicitação, o OAA exige que o organismo que solicita a


acreditação apresente o formulário de solicitação de acreditação do OAA aplicável à
área da solicitação, juntando ao formulário a documentação exigida, estabelecendo
claramente o escopo de acreditação solicitada. O Coordenador da área realiza uma
análise da solicitação a fim de assegurar que a mesma esteja completa e, junto com
o Gerente de Operações, verifica se o OAA possui a capacidade para prestar o
serviço de acreditação solicitado.

Para a solicitação de acreditação junto à CGCRE/INMETRO, o organismo de


certificação solicitante deve remeter formalmente o original do formulário de
solicitação, integralmente preenchido e assinado pelo representante autorizado. Ao
receber a solicitação formal de acreditação, a divisão responsável pela acreditação
(DICOR - Divisão de Credenciamento de Organismos) avalia a solicitação de
acreditação. Esta análise da solicitação destina-se a verificar a capacidade da
Equipe/Setor da CGCRE/INMETRO em atender ao pleito do solicitante, se os dados
fornecidos pelo solicitante estão claros e dirimir quaisquer eventuais diferenças de
entendimento entre a DICOR e a organização solicitante. É, então, enviada ao
organismo certificador uma correspondência comunicando a viabilidade do processo
de acreditação.

5.3.1 Conclusões sobre a fase de solicitação de acreditação

Dentro desta fase da acreditação verifica-se que a ENAC e o ANAB prevêem


a possibilidade de uma visita preliminar, com a finalidade de maiores
esclarecimentos quanto ao processo de acreditação que vai ser realizado. Isto
poderá facilitar as próximas fases, evitando-se um gasto de tempo adicional,
diminuindo o aparecimento de dúvidas durante o processo de acreditação.
81

Uma solicitação comum aos três organismos estrangeiros é o pedido de envio


da documentação do solicitante, junto com o formulário de solicitação, o que não
acontece com o processo da CGCRE/INMETRO, que somente solicita a
documentação após a realização da análise da solicitação, o que acarreta um lapso
de tempo entre o recebimento, pelo OAC, de uma correspondência viabilizando o
início do processo de acreditação, e o envio da documentação do organismo.

5.4 ESTUDO DA FASE DE ANÁLISE DE DOCUMENTAÇÃO

Após a fase de avaliação da solicitação, inicia-se a análise da documentação


do organismo. Esta etapa tem por finalidade analisar criticamente todos os
documentos e registros fornecidos pelo OAC para avaliação de seu sistema,
conforme documentado, quanto à conformidade com a norma pertinente e outros
requisitos de acreditação.

Após a demonstração da viabilidade da acreditação, a ENAC designará


auditores e especialistas para levarem a cabo o processo de avaliação do OAC. O
número de integrantes da equipe auditora será função dos escopos de acreditação
solicitados, mas contará sempre com um auditor-líder.

Informa-se ao solicitante o nome e, se aplicável, a entidade a que pertencem


os membros da equipe auditora. Caso haja algum conflito de interesse, o solicitante
pode pedir a substituição de algum membro da equipe, ficando a critério da ENAC a
decisão de acatar ou não o pedido.

A equipe indicada pela ENAC realizará um estudo da documentação técnica


do OAC a fim de verificar a adequabilidade de seus procedimentos técnicos ao
escopo de acreditação solicitado. Após esta avaliação, se forem detectadas não-
conformidades, estas têm que ser sanadas, com a apresentação das respectivas
correções/ações corretivas.

O ANAB executa esta fase do processo de acreditação dentro da fase de


avaliação inicial.

O OAA inicia o trâmite da acreditação com uma análise formal da


documentação, realizada pelo Coordenador da Área. Se a documentação estiver
82

incompleta ou inadequada, o solicitante é comunicado para que complete ou corrija


a documentação.

O Coordenador da área seleciona os avaliadores e designa um auditor líder e


uma equipe auditora que possua a capacidade adequada para avaliar o OAC, e
informa ao solicitante a composição da equipe auditora, para que aprove a
indicação.

O auditor líder recebe toda a documentação enviada pelo OAC, enquanto que
os especialistas técnicos recebem a documentação específica a ser avaliada. O
objetivo da avaliação da documentação é:

1) Avaliar se a documentação é satisfatória quanto à forma e ao


conteúdo;

2) Avaliar a necessidade de documentação adicional;

O auditor líder registra as constatações da equipe auditora no relatório de


estudo da documentação. O relatório é enviado ao organismo solicitante. No caso de
serem detectadas constatações que necessitem de ações corretivas ou correções, o
solicitante deve apresentar as mesmas em no máximo 60 (sessenta) dias.

Na CGCRE/INMETRO, após o recebimento do comprovante de pagamento


da taxa de análise de documentação, é pedido ao organismo solicitante que envie a
documentação prevista em seus procedimentos, e é indicado um auditor para
analisar a referida documentação.

A análise da documentação deve refletir o grau de conformidade dos


documentos do organismo com os requisitos das normas de referência e dar
subsídios à auditoria, sendo importante que sejam registradas no relatório de análise
de documentação (RAD) todas as evidências de conformidade ou não-conformidade
que possam ser determinadas a partir dessa análise.

Ao receber os documentos, o auditor líder verifica se a relação dos


documentos está completa e, quando aplicável, solicita complementação de
informações. O auditor-líder envia formalmente os documentos de constituição
organizacional do solicitante e o seu Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) à
Procuradoria Jurídica do INMETRO para avaliação dos aspectos jurídicos do OAC.
83

As não-conformidades detectadas durante os processos de análise de


documentação devem ser tratadas pelos organismos de forma a eliminá-las ou
garantir que não possam afetar o sistema, e investigar suas causas e, se necessário,
implementar ações corretivas para eliminar as respectivas causas.

O solicitante deve apresentar propostas de correções ou ações corretivas


com um prazo, inferior ou igual a 90 dias, para a apresentação de evidências da
implementação das correções propostas. Caso sejam constatadas não-
conformidades, o prazo máximo para o auditor-líder elaborar o RAD é de 15 (quinze)
dias úteis, a contar da data de recebimento das evidências enviadas pelo organismo.

5.4.1 Conclusões sobre a fase de análise de documentação

Os organismos estrangeiros estudados fazem a indicação da equipe auditora


completa, auditores e especialistas, que participarão desde a fase da análise de
documentos até a fase das auditorias. A CGCRE/INMETRO indica apenas um
auditor que fará a avaliação da documentação técnica do solicitante.

Um aspecto que tem que ser levado em consideração no processo de


acreditação da CGCRE/INMETRO é o fato de que a documentação legal do OAC
deve ser submetida à Procuradoria Jurídica do INMETRO (PROGE) para avaliação
dos aspectos legais da estrutura organizacional do solicitante. Apesar da PROGE
fazer parte da estrutura organizacional do INMETRO, ela não pertence à CGCRE,
Unidade Principal (UP) que realiza as atividades de acreditação, por isso, existe um
trâmite interno necessário ao envio da documentação aplicável. Deve também ser
considerado o tempo que a PROGE leva para avaliar os aspectos legais. Estes
aspectos têm impacto no tempo da análise da documentação. Pode-se concluir que
a dependência da utilização de um órgão externo à CGCRE no processo de análise
de documentação acarreta um aumento no tempo de acreditação.

5.5 ESTUDO SOBRE A FASE DE AVALIAÇÃO INICIAL

Depois de concluída a análise da documentação, é conduzida a avaliação dos


serviços de avaliação da conformidade do solicitante, nas instalações do OAC, onde
uma ou mais atividades principais são exercidas, e uma verificação de seu
84

desempenho em campo, a fim de reunir evidência objetiva de que, para o escopo


em questão, o OAC é competente e está em conformidade com a norma pertinente e
outros requisitos de acreditação.

Na ENAC, após a análise da documentação estar concluída, e as possíveis


não-conformidades encerradas, acorda-se uma data com o OAC para a realização
de uma auditoria nas instalações do solicitante, com o objetivo de se observar o
funcionamento do organismo e verificar o cumprimento dos critérios de acreditação.
No caso de a certificadora realizar suas atividades em locais distintos, a auditoria
tem que ser feita tanto no escritório central como nos locais em que se realizem as
atividades chaves. São consideradas atividades chaves aquelas relativas à
formulação de políticas, desenvolvimento de procedimentos, revisão de contratos,
designação de equipes auditoras e tomada de decisão.

Durante a auditoria são feitas constatações sobre o funcionamento e estrutura


da certificadora, que podem ser não-conformidades, que, existindo, têm que ser
fechadas em até 30 dias após a data da auditoria. Após a realização da auditoria no
escritório do OAC, a equipe auditora tem um prazo de no máximo 15 dias úteis para
enviar ao OAC um relatório com os resultados e constatações obtidas durante a
avaliação. O conteúdo do relatório da equipe auditora não corresponde à decisão da
ENAC sobre a acreditação. Este relatório de auditoria tem uma validade de 6 meses
a partir da data de sua emissão. Transcorrido este período, e caso não tenha sido
tomada a decisão sobre a acreditação, poderá ser necessária a realização de uma
nova auditoria para decidir sobre a acreditação do organismo.

Após a realização da auditoria de escritório, para uma concessão de


acreditação, são necessárias as realizações de no mínimo 2 auditorias testemunhas,
que é a parte do processo na qual o auditor da ENAC e um especialista presenciam
a equipe do OAC conduzindo uma auditoria de certificação em uma organização.

Nas avaliações iniciais, o prazo máximo para a realização das auditorias


testemunhas é de 4 meses a partir da auditoria de escritório. Quando por motivos
imputados ao OAC, não se realizar alguma das testemunhas neste prazo, a ENAC
se reserva ao direito de considerar como amostra não representativa, e reduzindo
assim o escopo da acreditação, limitando ao que foi testemunhado. A ENAC
seleciona as auditorias testemunhas em função dos escopos de certificação
85

solicitados, o volume de atividades do OAC e n° de auditores que o organismo


possui nos escopos.

No ANAB, após a aceitação da solicitação, há a designação de um auditor


líder e uma equipe auditora para participar das auditorias de escritório e auditoria
testemunha. O solicitante é informado sobre os nomes, a organização a que
pertencem, as experiências profissionais, incluindo algum especialista técnico que se
faça necessário. Se o solicitante rejeitar algum membro da equipe por escrito, o
ANAB poderá substituir este membro caso julgue fundamentada a objeção.

Sempre que possível, a equipe auditora inicialmente indicada conduzirá todas


as etapas de avaliação.

A equipe auditora do ANAB realiza a avaliação de toda a documentação


fornecida pelo solicitante. Esta avaliação irá determinar se os critérios de acreditação
estão satisfatoriamente integrados ao sistema de gestão e aos procedimentos
operacionais do OAC.

O auditor líder emitirá um relatório com os resultados da análise de


documentação. O organismo certificador poderá ser solicitado a tomar alguma ação
corretiva antes de ser dado continuidade ao processo de acreditação.

O ANAB, junto com a equipe auditora, acorda com o solicitante uma data para
a realização da auditoria de escritório e a auditoria testemunha.

Antes da realização da auditoria de escritório para uma acreditação inicial, o


OAC deve ter realizado uma auditoria interna completa, em todos os elementos de
seu sistema de gestão, e conduzido pelo menos uma reunião de análise crítica do
sistema de gestão.

Para a auditoria testemunha, o ANAB indica um número igual ao de auditores


do organismo certificador. Uma equipe composta por somente um auditor do OAC
não é aceita para uma testemunha inicial de acreditação.

Para auditorias testemunhas necessárias à concessão da acreditação, o


ANAB requer que a equipe auditora do OAC conduza uma auditoria completa do
sistema de gestão, cobrindo todos os requisitos aplicáveis da norma de certificação.

Para cada auditoria realizada, o auditor líder do ANAB emite um relatório, que
contém os detalhes da auditoria, discussão sobre possíveis não-conformidades
86

encontradas, preocupações identificadas e conclusões da equipe auditora. As não-


conformidades encontradas requerem correções ou ações corretivas por parte do
solicitante. As preocupações e oportunidades de melhoria, que também são
indicadas no relatório, não requerem uma resposta formal.

Evidências da implementação das correções/ações corretivas de todas as


não-conformidades são requeridas antes de se dar início à fase de decisão sobre a
acreditação.

O período entre a auditoria inicial e a decisão sobre a acreditação, não pode


ser superior a 12 meses. Se este fato ocorrer, deverá ser conduzida uma nova
auditoria.

No OAA, uma vez verificada a adequação da documentação, inicia-se o


planejamento da visita de avaliação ao organismo solicitante (auditoria de escritório).
A duração da auditoria de escritório será de acordo com a complexidade e o número
de escopos do sistema de gestão envolvidos na acreditação. A programação da
auditoria é enviada ao solicitante com a devida antecedência.

Durante a avaliação da certificadora, a equipe auditora deve obter evidências


objetivas da capacidade do OAC, em relação ao seu sistema de gestão e a
qualificação de seu pessoal que atua na área objeto da acreditação em
conformidade com as normas e critérios exigidos pelo OAA.

As constatações obtidas na avaliação são registradas pelo auditor líder no


relatório final de avaliação, onde se registram as não-conformidades e observações
detectadas pela equipe auditora. O organismo solicitante tem um prazo máximo de
60 (sessenta) dias para apresentar as ações corretivas ou correções às não
conformidades encontradas.

Entre a data da entrega do relatório final de avaliação e a data de fechamento


das não conformidades, não pode haver um transcurso de mais de 6 (seis) meses,
caso isto ocorra, deverá ser realizada uma nova auditoria de escritório. As não-
conformidades são consideradas fechadas quando suas ações corretivas estão
implementadas.

Posteriormente à auditoria de escritório, realiza-se uma auditoria testemunha


em uma organização cliente do organismo solicitante, a fim de se verificar o
desempenho de seus auditores e a implementação dos procedimentos de
87

certificação. Ao finalizar esta auditoria, a equipe entrega um relatório com as


constatações da auditoria. O OAC deve propor como resolver as não-conformidades
que possam ter sido encontradas.

A CGCRE/INMETRO inicia a fase de avaliação inicial quando o chefe da


Equipe/Setor faz a designação da equipe auditora, submetendo-a à aprovação do
Organismo, e solicita a cobrança da taxa de auditoria. A solicitação da substituição
de algum membro da equipe auditora pelo organismo de certificação deve ser
justificada.

A DICOR programa a realização de auditoria de escritório e auditorias


testemunhas, de acordo com os critérios de seleção estabelecidos nos
procedimentos internos, e acorda com o solicitante a data das mesmas.

A auditoria de escritório é realizada na sede do organismo e em possíveis


escritórios que acolham partes do processo de certificação. Nesta avaliação, verifica-
se, no local, o atendimento a todos os requisitos das normas de referência de
acreditação. Esta auditoria antecede o ato da concessão da acreditação a um
organismo. Caso a acreditação não seja concedida em até 12 meses a contar da
data da auditoria de concessão, deverá ser feita uma nova auditoria para reavaliar o
atendimento a todos os requisitos da norma de referência da acreditação. Caso o
organismo solicitante da acreditação não concorde, o processo será interrompido e
devidamente arquivado.

Ao concluir a auditoria, o auditor-líder deve preparar o relatório de auditoria


(RAU), no qual deve constar a observação global em relação à eficácia do sistema
da qualidade da organização; um resumo das observações mais importantes, tanto
as positivas quanto as negativas (pontos fortes e oportunidades de melhoria), com o
objetivo de ter uma visão do atendimento aos critérios de acreditação, e os registros
de não-conformidade. Este RAU deve ser enviado ao OAC no prazo de 10 (dez) dias
úteis após a realização da auditoria.

O organismo solicitante tem um prazo de até 15 (quinze) dias, após o


recebimento das não-conformidades, para enviar as propostas de correções ou
ações corretivas.

Após a conclusão da auditoria de escritório, é realizada uma auditoria-


testemunha, na qual avalia-se o desempenho de uma equipe auditora da
88

certificadora durante a auditoria em um cliente. O objetivo da auditoria testemunha é


verificar a seleção, qualificação, competência e monitoramento do pessoal do
organismo e a implementação dos procedimentos de certificação.

Após a realização da auditoria testemunha, a equipe designada deve elaborar


o relatório de auditoria testemunha (RAT). Caso existam não-conformidades, o OAC
tem 15 (quinze) dias para apresentar as propostas de correção ou ações corretivas.

5.5.1 Conclusões sobre a fase de avaliação inicial

Todos os organismos avaliados possuem um processo de avaliação similar,


definindo claramente as etapas que são desenvolvidas e definindo prazos para a
conclusão de atividades. Uma questão que deve ser ressaltada é que o ANAB exige
que a equipe designada pelo acreditador para realizar a auditoria-testemunha deve
ser formada por um número igual ao de auditores do organismo certificador,
garantindo assim que o desempenho em campo da equipe do OAC seja
integralmente acompanhada. Esta exigência não é feita pelos outros acreditadores,
o que pode propiciar uma avaliação parcial dos serviços prestados pela certificadora.

Ao analisarmos a média de tempo gasto pela CGCRE/INMETRO, em 5.1,


verificamos que o tempo de RAU é de 3 meses, o que este autor, levando em
consideração sua vivência profissional na atividade, considera elevado, pois
somando-se o tempo previsto para a confecção do relatório, 10 dias, e o tempo que
o OAC tem para apresentar as ações corretivas, 15 dias, este tempo médio deveria
ser bem menor. Uma das causas deste elevado tempo médio nesta etapa é o não
cumprimento do prazo de entrega de relatórios por parte do auditor-líder, devido ao
acúmulo de avaliações e atividades profissionais em que ele está envolvido. Isto
ocorre pelo número reduzido de auditores da CGCRE/INMETRO em relação à
quantidade de organismos acreditados, como mostrado na tabela 1, comparando
com o ANAB e o OAA. Outro aspecto que deve ser considerado é que os auditores
exclusivos da CGCRE/INMETRO executam outras atividades, diferentes de
auditoria, no Instituto.
89

5.6 ESTUDO DA FASE DE CONCESSÃO DA ACREDITAÇÃO

A fase de concessão da acreditação é a etapa em que o organismo


acreditador avalia se o OAC cumpre os requisitos de acreditação e se os desvios,
que possam ter sido detectados durante o processo de acreditação foram
convenientemente tratados. O processo decisório é baseado na avaliação de todas
as informações recebidas oriundas das fases anteriores do processo.

Na ENAC, a Comissão de Acreditação é o órgão técnico encarregado do


estudo, tramitação e concessão da acreditação, tanto suas responsabilidades
quanto sua composição estão estabelecidas no estatuto da entidade. Para conceder
a acreditação, a Comissão de Acreditação se baseia nas informações geradas no
processo de avaliação, podendo tomar uma das seguintes decisões:

a) Conceder a acreditação, emitindo o certificado correspondente;

b) Determinar avaliações extraordinárias para assegurar que as ações


corretivas propostas foram eficazmente implementadas;

c) Não conceder a acreditação.

No ANAB, após a condução da avaliação inicial e se a conclusão da equipe


auditora referente à efetividade do sistema de gestão do solicitante for satisfatória, o
pessoal da ANAB prepara um pacote de acreditação, que consta de um sumário das
informações de solicitação do OAC, um sumário de todas as não-conformidades e
das avaliações das mesmas pela equipe auditora e os relatórios das auditorias. Este
pacote de acreditação é enviado ao Comitê de Acreditação de Sistemas de Gestão,
que avalia a documentação e faz a recomendação sobre a acreditação do OAC.

No OAA, concluída a etapa de avaliação, o Comitê de Acreditação, baseando-


se nos registros do processo de acreditação, decide sobre a concessão ou não da
acreditação.

Após a concessão, é firmado um contrato entre o OAA e o organismo


acreditado, emitido um certificado de acreditação e publicado na Página da WEB do
OAA o nome do organismo acreditado.

A acreditação tem uma validade de 3 (três) anos. Durante este período são
realizadas auditorias de manutenção da acreditação.
90

Na CGCRE/INMETRO, concluída a auditoria no escritório do solicitante e a


auditoria-testemunha, o auditor-líder encaminha os respectivos registros ao SESIT,
onde o Técnico de Acreditação (TA) analisa todo o processo e emite sua
recomendação ao chefe do Setor. O chefe do SESIT avalia a recomendação do TA,
dá seu parecer e envia ao chefe da divisão (DICOR), que com base na análise dos
documentos contidos no processo de acreditação, emite parecer e encaminha o
processo à Comissão de Acreditação.

A Comissão de Acreditação da CGCRE/INMETRO se reúne quinzenalmente


para realizar as recomendações de acreditação, baseada nas análises dos registros
dos processos de acreditação.

Após a recomendação da Comissão de Acreditação, o Coordenador da


CGCRE/INMETRO delibera sobre a concessão da acreditação.

Após a aprovação da acreditação, a CGCRE/INMETRO informa a decisão ao


solicitante e a DICOR solicita ao SECRE, setor que trata de contratos e finanças, a
emissão de contrato a ser firmado entre as partes.

Após a assinatura do contrato, a DICOR emite certificado com validade de 04


(quatro) anos, e o envia ao organismo, junto com o respectivo anexo, onde constam
os escopos de acreditação concedidos e publica em sua Página da WEB o nome e
os dados do OAC, já como organismo acreditado.

5.6.1 Conclusões sobre a fase de concessão da acreditação

O processo decisório é baseado na avaliação de todas as informações


recebidas e quaisquer outras informações relevantes. Todos os organismos
acreditadores estudados utilizam Comissão de Acreditação, a diferença é que nos
organismos estrangeiros, a comissão decide sobre a acreditação, e na
CGCRE/INMETRO a comissão de acreditação recomenda ao Coordenador Geral de
Acreditação, que toma a decisão.

O fato de que o processo de acreditação da CGCRE/INMETRO tenha que


passar por várias instâncias de recomendação sobre a decisão; TA; chefe do setor;
chefe da divisão; comissão de acreditação e Coordenador Geral poderá fazer com
que isto gere um acréscimo no tempo médio do processo de acreditação.
91

5.7 OS RECURSOS HUMANOS ENVOLVIDOS NA ACREDITAÇÃO DO


INMETRO

O SESIT possui, atualmente, 9 técnicos de nível superior e 3 funcionários


administrativos para operacionalizar a gestão dos processos de acreditação.
Diversos fatores vêm contribuindo para tornar a questão de recursos humanos crítica
no sentido de atender a uma demanda crescente de acreditação. Esta situação é
demonstrada no gráfico da figura 22 que representa a variação de organismos de
certificação acreditados e a variação dos recursos humanos que operacionalizam a
acreditação. Desta forma fica bem evidenciado o aumento da demanda por
acreditação e a estagnação do número de funcionários que operam este processo.

Dentre os fatores que contribuem para a criticidade da situação, podemos


destacar a perda de pessoal experiente devido à aposentadoria, à migração para
iniciativa privada, que paga salários sensivelmente maiores, ao aumento dos tipos
de acreditação que estão sendo operacionalizados na CGCRE/INMETRO e à
demora em se qualificar técnicos de acreditação e auditores. Outro fator crítico é o
fato de que o INMETRO é uma autarquia federal, com orçamento limitado às
condições governamentais, dificultando assim, no contexto atual, a realização de
concursos públicos para aumentar a quantidade de recursos humanos envolvidos na
atividade de acreditação.
92

80

70 72
68 69
64 63
60
57
50
46
40

33
30
27
20

13
12 12 12 13 12 13 12
10 10 11 11

0
1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

Nº OAC acreditados Nº func


2
Figura 22 - Variação do n° de organismos acreditados x n° de funcionários do
SESIT.
Fonte: SESIT, dezembro de 2005.

Como resposta às dificuldades mencionadas acima, atualmente no SESIT,


está ocorrendo uma reestruturação de atividades, passando as atividades de cunho
burocrático - agendar datas de auditorias, arranjar infra-estrutura de deslocamento
de equipes, atualização de banco de dados, entre outras - para a competência
exclusiva dos funcionários administrativos. Desta forma, o Técnico de Acreditação
fica responsável pelas atividades efetivamente técnicas, como, realizar auditorias e
análises de documentação, participar de comissões técnicas de programas de
acreditação e controlar a situação dos ciclos de acreditação dos organismos
acreditados.

Uma outra providência que está sendo tomada é a ampliação do quadro de


auditores externos ao SESIT de forma a suprir as necessidades de pessoal de

2
Nota: O n° de organismos acreditados representados no gráfico da Figura 22 leva em consideração
alguns tipos de acreditação que não foram considerados neste estudo, pois estão em fase para ser
descontinuados.
93

auditoria. Isto propiciará melhores condições de trabalho para os técnicos de


acreditação, que terão mais tempo disponível para exercer suas atividades internas,
podendo cumprir os prazos de entrega de relatório acelerando, assim, o processo de
acreditação.
94

6 CONCLUSÕES

Os processos de acreditação operados pelos organismos acreditadores


avaliados são desenvolvidos de forma bem similar, com etapas bem definidas e com
os mesmos objetivos operacionais.
Constatou-se que o tempo médio de acreditação do processo operado pela
CGCRE/INMETRO é maior do que a média dos outros organismos, causando assim
uma situação crítica para o atendimento das expectativas da CGCRE/INMETRO
quanto ao atendimento de uma demanda crescente por acreditações.
Uma das grandes preocupações da CGCRE/INMETRO é o estabelecimento
de uma rede de organismos de avaliação da conformidade de competência
reconhecida que atenda à demanda de serviços de certificação de sistemas de
gestão no Brasil.
Este elevado tempo médio de acreditação aumenta o custo operacional dos
organismos certificadores e da CGCRE/INMETRO, bem como reduz os recursos que
seriam utilizados para aumentar a quantidade de organismos de certificação
acreditados no País, conseqüentemente reduzindo a oferta de certificações de
sistemas de gestão.

O INMETRO é uma autarquia federal, com orçamento limitado às condições


governamentais, este fator dificulta a realização de concursos públicos para
aumentar a quantidade de recursos humanos envolvidos na atividade de
acreditação. Como resposta às dificuldades de reposição e complementação de
recursos humanos, o SESIT está promovendo uma reestruturação de atividades
técnicas e administrativas e ampliando a utilização de auditores externos em suas
atividades de avaliação.
Este trabalho buscou comparar os processos de acreditação de alguns
organismos acreditadores estrangeiros com o processo da CGCRE/INMETRO,
verificando-se as convergências e identificando-se as diferenças, notadamente
aquelas variáveis que influem no tempo de acreditação, visando propor ações que,
quando implementadas pelo SESIT, auxiliarão na redução do tempo médio do
processo de acreditação operacionalizado pela CGCRE/INMETRO.
Através de uma análise e comparação dos procedimentos de acreditação dos
organismos acreditadores selecionados, com a necessária revisão bibliográfica
95

sobre a acreditação de organismos de certificação, a contextualização do processo


de acreditação e a análise das estruturas dos organismos de acreditação
estrangeiros e da CGCRE/INMETRO por meio de pesquisa qualitativa, foi possível
identificar as variáveis mais relevantes do processo de acreditação que influem no
tempo de acreditação, analisar a necessidade de aumento de recursos humanos no
SESIT e finalmente, analisar o processo de acreditação utilizado no SESIT, quanto à
otimização das variáveis que impactam no tempo de acreditação.
Na análise dos processos de acreditação de três organismos estrangeiros
(OAA, ENAC e ANAB) comparando-os com o da CGCRE/INMETRO, foi verificado
que nas 4 etapas principais do processo de acreditação (solicitação, análise da
documentação, avaliação inicial e decisão sobre a acreditação) podem ser tomadas
ações para reduzir o tempo médio do processo de acreditação do processo
operacionalizado na CGCRE/INMETRO.
Na fase de solicitação, a CGCRE/INMETRO deveria solicitar que o organismo
candidato à acreditação enviasse toda a documentação junto com o formulário de
solicitação, pois isto determinaria uma redução de tempo conforme visto no item
5.3.1.
A etapa de análise da documentação da CGCRE/INMETRO poderia ser
reduzida se a avaliação jurídica da documentação fosse realizada internamente na
CGCRE/INMETRO, através de alguma pessoa qualificada para tal função.
Na fase de auditorias, a redução de tempo poderá ser alcançada com a
reestruturação das atividades dos técnicos de acreditação e o do pessoal
administrativo, conforme avaliado no item 5.7. Esta redistribuição de tarefas deixaria
os técnicos de acreditação, que realizam a maioria das auditorias, com mais tempo
para a elaboração dos relatórios dentro dos prazos previstos.
O tempo de tomada de decisão pode ser reduzido se as avaliações e
recomendações do chefe da Divisão e do chefe do Setor fossem feitos durante a
reunião da Comissão de Acreditação, desde que eles façam parte da mesma.
A intenção deste trabalho foi de contribuir para um melhor entendimento do
processo de acreditação desempenhado pela CGCRE/INMETRO e servir de base
para auxiliar na redução do tempo de acreditação operado pelo SESIT. Apesar do
objetivo deste trabalho estar voltado para o contexto da acreditação de organismos
de certificação de sistemas de gestão, é evidente que as conclusões também podem
ser aplicadas aos outros tipos de acreditação operados pelo acreditador.
96

Como sugestões de trabalhos futuros têm-se:


9 Estudo dos critérios utilizados na qualificação e seleção de auditores
de acreditação por organismos de acreditação congêneres;
9 Estudo dos procedimentos de elaboração de relatórios de auditorias de
acreditação por organismos de acreditação congêneres;
9 Identificação do perfil de profissionais que devem ser utilizados na
operação de processos de acreditação, levando-se em consideração
suas competências individuais, conhecimentos e habilidades.
97

REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT ISO/IEC Guia 2:


normalização e atividades relacionadas. Vocabulário geral. Rio de Janeiro, 1998.

_________. ABNT ISO/IEC Guia 61: requisitos gerais para avaliação e


credenciamento de organismos de certificação/ registro. Rio de Janeiro, 1997.

_________. ABNT ISO/IEC Guia 62: requisitos gerais para organismos que operam
avaliação e certificação/ registro de sistemas da qualidade. Rio de Janeiro, 1997.

_________. ABNT ISO/IEC Guia 66: requisitos gerais para organismos que operam
avaliação e certificação/ registro de sistemas de gestão ambiental. Rio de Janeiro,
1997.

_________. NBR ISO 9000: Sistemas de gestão da qualidade. Fundamentos e


vocabulário. Rio de Janeiro, 2000.

_________. NBR ISO 9001: Sistemas de gestão da qualidade. Requisitos, Rio de


Janeiro, 2000.

_________. NBR ISO 14001: Sistemas de gestão ambiental. Especificação e


diretrizes para uso. Rio de Janeiro, 1996.

_________. NBR ISO 19011: Diretrizes para auditorias de sistema de gestão da


qualidade e/ou ambiental. Rio de Janeiro, 2002.

_________. NBR ISO/IEC 17011:2005, Avaliação de conformidade – Requisitos


gerais para organismos de acreditação credenciando organismos de avaliação de
conformidade, 2005.

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101

APÊNDICES

APÊNDICE A – E-MAIL COM A CONSULTA FEITA AOS ORGANISMOS


ACREDITADORES

Caro Sr.
Meu nome é Aldoney Costa, sou chefe do setor de acreditação de organismos de
sistemas de gestão do INMETRO. Estou desenvolvendo uma pesquisa para meu
curso de mestrado, que faz uma comparação entre o tempo médio de um processo
de acreditação feito pelo INMETRO e o tempo médio de processos de organismos
internacionais similares.
Para subsidiar minha pesquisa, gostaria, se possível de obter as seguintes
informações sobre seu organismo de acreditação:
a) Qual o tempo médio de um processo de acreditação inicial de organismos de
certificação de sistemas de gestão?
b) Qual o número de pessoas do organismo que estão envolvidas em
acreditação de organismos de certificação de sistemas de gestão?
c) Qual a quantidade de auditores que o organismo dispõe para realizar
auditorias de acreditação de organismos de certificação de sistemas de
gestão?
d) Desta quantidade de auditores, quantos pertencem aos quadros do
organismo e quantos são externos?
e) Quantos organismos de certificação de sistemas de gestão estão acreditados
por seu organismo de acreditação?
Grato pela informação,
Atenciosamente,

Aldoney Freire Costa


Chefe do setor de Acreditação de Organismos de Certificação de Sistemas de
Gestão (SESIT)
CGCRE/INMETRO
afcosta@inmetro.gov.br
Tel.: +55 21 2563-2872/2293-7686
Fax : +55 21 2293-6823

Dear Mr. Randy Dougherty / rdougherty@anab.org

My name is Aldoney Costa. I am head of the sector of Management Systems Bodies


Accreditation of CGCRE/INMETRO. I am developing a study for my master course,
making a comparison between the average time of CGCRE/INMETRO´s
accreditation processes and the average time of processes of similar international
AB. To help my research, I would like, if possible, to get the following information
from your AB:
102

a) What is the average time of an initial accreditation process of a management


system CB?
b) How many people of the AB are involved in the accreditation processes of
management system CB?
c) How many auditors the AB has available to carry out audits for the
accreditation of management system CB?
d) From this amount of auditors, how many are exclusive to the AB and how
many are external auditors?
e) How many management system CB are accredited by your AB?

Thanks for the information,


Yours truly,
Sra. Beatriz Garcia/ info @oaa.org.ar

Mi nombre es Aldoney Costa. Yo soy jefe del sector de Acreditación de Organismos


de Certificación de Sistemas de Gestión del CGCRE/INMETRO. Estoy desarrollando
un estudio para mi curso de Maestro, que hace una comparación entre el tiempo
mediano de un proceso de acreditación hecho por CGCRE/INMETRO y el tiempo
mediano de procesos de uno Organismo de Acreditación internacional similar. Para
ayudar a mi investigación, me gustaría pedirle, si posible, las siguientes
informaciones sobre su Organismo de Acreditación:
a) ¿Cuál es el tiempo mediano de un proceso inicial de acreditación de
Organismos de Certificación de Sistemas de Gestión?
b) ¿Cuántas personas del Organismo de Acreditación están involucradas en los
procesos de acreditación de Organismos de Certificación de Sistemas de
Gestión?
c) ¿Cuántos auditores el organismo tiene para realizar auditorias de acreditación
de Organismos de Certificación de Sistemas de Gestión?
d) Deste número de auditores, ¿cuántos son exclusivos del Organismo de
Acreditación y cuántos son externos?
e) ¿Cuántos Organismos de Certificación de Sistemas de Gestión son
acreditados por su Organismo de Acreditación?

Saludos,

Sra. Beatriz Rivera/ enac@enac.es

Mi nombre es Aldoney Costa. Yo soy jefe del sector de Acreditación de Organismos


de Certificación de Sistemas de Gestión del CGCRE/INMETRO. Estoy desarrollando
un estudio para mi curso de Maestro, que hace una comparación entre el tiempo
mediano de un proceso de acreditación hecho por CGCRE/INMETRO y el tiempo
mediano de procesos de uno Organismo de Acreditación internacional similar. Para
ayudar a mi investigación, me gustaría pedirle, si posible, las siguientes
informaciones sobre su Organismo de Acreditación:
a) ¿Cuál es el tiempo mediano de un proceso inicial de acreditación de
Organismos de Certificación de Sistemas de Gestión?
b) ¿Cuántas personas del Organismo de Acreditación están involucradas en los
procesos de acreditación de Organismos de Certificación de Sistemas de
Gestión?
103

c) ¿Cuántos auditores el organismo tiene para realizar auditorias de acreditación


de Organismos de Certificación de Sistemas de Gestión?
d) Deste número de auditores, ¿cuántos son exclusivos del Organismo de
Acreditación y cuántos son externos?
e) ¿Cuántos Organismos de Certificación de Sistemas de Gestión son
acreditados por su Organismo de Acreditación?

Saludos,
104

APÊNDICE B – E-MAILS COM AS RESPOSTAS DOS ORGANISMOS


ACREDITADORES

RESPOSTA do ANAB

Mr. Costa,

I currently do not have a metric on the average time for a CB to become accredited. I
would guess 6-9 months. It truly depends on the attention given by the CB, plus the
availability for audits for witnessing.
ANAB has 5 staff directly involved in accreditation of CBs, and about 25 contracted
auditors.
About 80 different CBs are accredited by ANAB for management systems. The
directory can be accessed via our website, www.anab.org

Randy

RESPOSTA do OAA

Prezado Aldoney:
Meu nome é Ignacio Guerreiro e trabalho na coordinaçao da area de acreditaçao
de organismos do OAA.
As respostas, em espanhol, sao:

a) No podría darle una respuesta exacta, debido a que recientemente hemos


cambiado los procedimientos de acreditación. Además del tiempo necesario para la
realización de las correspondientes auditorías testigos (testemunhas), um proceso
inicial duraría unos 6 meses (mas el tiempo para las testigos).
b) En el proceso se involucran varias personas, todas con distinta intensidad. El área
de acreditación de organismos tiene 3 personas full time. Además se subcontratan
part time a todos los evaluadores (no es personal propio) y se convoca al Comité de
Acreditación una o dos veces por mes. El personal administrativo tambien participa
en el proceso aunque en menor medida.
c) trabajando actualmente (no los que están en entrenamiento) para organismos de
certificación de sistemas de gestión hay de 6 a 8 evaluadores coordinadores, mas
por lo menos un experto técnico en cada uno de los 39 campos IAF.
d) todos son externos
e) 5 OCSC (ISO 62) y 4 OCSGA (ISO 66)
Atentos saludos a você e a Elizabeth,
Ignacio Guerreiro.
105

RESPOSTA do ENAC

Buenos días,
A continuación pasamos a contestar las preguntas remitidas en su e-mail:

a) el tiempo medio oscila entre los 6-8 meses


b) las personas involucradas son dos
c) 5 Auditores Jefe y 28 Expertos Técnicos
d) dos son internos
e) En la actualidad hay 26 empresas acreditadas para Sistemas de Gestión
de la Calidad

Sin otro particular, reciba un cordial saludo,

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